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Aula 04
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal
(Delegado) - Pós-Edital
Autor:
Rodrigo Vaslin
Aula 04
15 de Fevereiro de 2021
2 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
Sumário 
1 – Considerações Iniciais ....................................................................................................................... 8 
2 - Habeas Data ...................................................................................................................................... 9 
2.1 - Conceito ........................................................................................................................................... 9 
2.2 - Natureza jurídica ............................................................................................................................. 9 
2.3 - Objeto .............................................................................................................................................. 9 
2.4 - Legitimação ativa (impetrante) .................................................................................................... 12 
2.5 - Legitimação passiva (impetrado) ................................................................................................. 13 
2.6 - Cabimento ..................................................................................................................................... 14 
2.7 - Prioridade no Julgamento............................................................................................................. 15 
2.8 - Competência ................................................................................................................................. 16 
2.9 - Gratuidade .................................................................................................................................... 17 
2.10 - Questão Interessante.................................................................................................................. 17 
Habeas Corpus ..................................................................................................................................... 20 
3.1 - Introdução e Conceito ................................................................................................................... 20 
3.2 - Espécies de prisão ......................................................................................................................... 21 
3.2.1 - Prisão Penal (prisão pena) ..................................................................................................................... 21 
3.2.2 - Prisão Cautelar: flagrante, preventiva e temporária .............................................................................. 21 
3.2.3 - Prisão Extrapenal: prisão civil e prisão militar ........................................................................................ 21 
3.3 - Prisão Civil ..................................................................................................................................... 22 
3.4 - Jurisprudência acerca do Habeas Corpus .................................................................................... 26 
3.5 - Súmulas sobre o HC ...................................................................................................................... 28 
4 - Mandado de Segurança .................................................................................................................. 29 
Rodrigo Vaslin
Aula 04
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
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3 
 
4.1 - Introdução e Conceito ................................................................................................................... 29 
4.2 - Legitimidade ativa ........................................................................................................................ 33 
4.3 - Legitimidade Passiva .................................................................................................................... 37 
4.4 - Processo Eletrônico ....................................................................................................................... 42 
4.5 - Impossibilidade de Concessão do MS .......................................................................................... 43 
4.5.1 - Hipóteses na Lei n. 12.016/09 ................................................................................................................ 43 
4.5.1.1 - Inciso I ......................................................................................................................... 43 
4.5.1.2 - Inciso II ........................................................................................................................ 44 
4.5.1.3 - Inciso III ....................................................................................................................... 48 
4.5.2 - Hipóteses Adicionais .............................................................................................................................. 49 
4.5.2.1 - 1ª hipótese ................................................................................................................. 49 
4.5.2.2 - 2ª hipótese ................................................................................................................. 49 
4.5.2.3 - 3ª hipótese ................................................................................................................. 51 
4.5.2.4 - 4ª hipótese ................................................................................................................. 55 
4.5.2.5 - 5ª hipótese ................................................................................................................. 57 
4.5.2.6 - 6ª hipótese ................................................................................................................. 57 
4.5.2.7 - 7ª hipótese ................................................................................................................. 58 
4.6 - Procedimento ................................................................................................................................ 58 
4.6.1 - Prazo ...................................................................................................................................................... 58 
4.6.2 - Competência .......................................................................................................................................... 62 
4.6.3 - Tramitação (Petição Inicial, Informações, Parecer do MP, Sentença) .................................................... 67 
4.7 - Participação do MP ....................................................................................................................... 71 
4.8 - Comunicação da ordem ................................................................................................................ 72 
4.9 - Sistema Recursal no MS ................................................................................................................ 72 
4.10 - Reexame Necessário ................................................................................................................... 76 
Rodrigo Vaslin
Aula 04
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
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4 
 
4.11 - Suspensão de Liminar, Sentença, Acórdão ................................................................................ 77 
4.12 - Teoria da Causa Madura ............................................................................................................ 82 
4.13 - Sustentação Oral ......................................................................................................................... 84 
4.14 - Custas e Honorários .................................................................................................................... 84 
4.15 - Coisa Julgadano MS ................................................................................................................... 85 
4.16 - Mandado de Segurança e Desistência ....................................................................................... 86 
4.17 - Desobediência ............................................................................................................................. 87 
5 – Mandado de Injunção ..................................................................................................................... 88 
5.1 – Introdução .................................................................................................................................... 88 
5.2 – Conceito ........................................................................................................................................ 95 
5.3 – Finalidades .................................................................................................................................... 95 
5.4 – Requisitos ..................................................................................................................................... 95 
5.5 – Espécies de Mandado de Injunção e Legitimidade ..................................................................... 97 
5.5.1 - Individual ............................................................................................................................................... 97 
5.5.2 - Coletivo .................................................................................................................................................. 99 
5.5.3 – Legitimidade Passiva ........................................................................................................................... 100 
5.6 – Espécies de Omissão (total ou parcial) ..................................................................................... 100 
5.7 – Parâmetro ................................................................................................................................... 101 
5.8 – Competência ............................................................................................................................... 101 
5.9 – Procedimento ............................................................................................................................. 103 
5.10 – Eficácia da Decisão .................................................................................................................. 106 
5.11 – Ação de Revisão ....................................................................................................................... 109 
6 - Ação Civil Pública ........................................................................................................................... 109 
6.1 - Introdução ................................................................................................................................... 109 
6.2 - Espécies de Processo Coletivo .................................................................................................... 116 
Rodrigo Vaslin
Aula 04
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
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5 
 
6.2.1 - Processo Coletivo Comum .................................................................................................................... 116 
6.2.2 - Processo Coletivo Especial .................................................................................................................... 117 
6.3 - Direitos Tutelados pelo Microssistema Coletivo ........................................................................ 117 
6.3.1 - Difusos (propriamente coletivos) ......................................................................................................... 119 
6.3.2 - Coletivos (propriamente coletivos) “stricto sensu” ............................................................................. 120 
6.3.3 - Individuais homogêneos (acidentalmente coletivos) ........................................................................... 122 
6.3.4 – Direitos Individuais Indisponíveis ........................................................................................................ 125 
6.3.5 – Nova Classificação? ............................................................................................................................. 128 
6.3.5.1 – Litígios Transindividuais Globais ............................................................................. 130 
6.3.5.2 – Litígios Transindividuais Locais ............................................................................... 130 
6.3.5.3 – Litígios Transindividuais Irradiados ......................................................................... 131 
6.4 - Princípios ..................................................................................................................................... 137 
6.4.4 - Atipicidade da Tutela Coletiva .............................................................................................................. 137 
6.4.5 - Adequada Representação .................................................................................................................... 139 
6.4.7 - Princípio da Economia Processual ........................................................................................................ 139 
6.4.1 - Indisponibilidade Mitigada ................................................................................................................... 140 
6.4.2 – Princípio da Primazia do Julgamento do Mérito .................................................................................. 141 
6.4.3 – Princípio da Máxima Efetividade ......................................................................................................... 142 
6.4.3 - Princípio do Máximo Benefício da Tutela Coletiva ............................................................................... 142 
6.4.6 - Princípio da Obrigatoriedade da Execução ........................................................................................... 143 
6.4.7 - Princípio da Ampla Divulgadação da Demanda ................................................................................... 145 
6.4.8 – Princípio da Maior Coincidência entre o Direito e sua Realização ....................................................... 145 
6.5 - Competência ............................................................................................................................... 147 
6.6 - Legitimidade Ativa ...................................................................................................................... 160 
6.7 - Procedimento .............................................................................................................................. 184 
Rodrigo Vaslin
Aula 04
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
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6 
 
6.8 - Sentença Coletiva, Sucumbência e Juros de Mora .................................................................... 186 
6.9 - Efeito suspensivo na apelação ................................................................................................... 191 
6.10 - Reexame na Ação Civil Pública ................................................................................................. 192 
6.11 - Coisa Julgada nas Ações Coletivas ........................................................................................... 192 
6.12 - Execução.................................................................................................................................... 200 
6.13 - Prescrição .................................................................................................................................. 201 
6.14 - Inquérito Civil ............................................................................................................................201 
7 - Mandado de Segurança Coletivo .................................................................................................. 209 
7.1 - Introdução e Conceito ................................................................................................................. 209 
7.2 - Objeto .......................................................................................................................................... 210 
7.3 - Legitimidade ................................................................................................................................ 211 
7.3.1 - Partidos políticos .................................................................................................................................. 212 
7.3.2 - Sindicatos, Entidade de classe ou Associação ...................................................................................... 213 
7.4 - Coisa Julgada no MS Coletivo ..................................................................................................... 215 
8 - Ação Popular ................................................................................................................................. 217 
8.1 - Introdução e Conceito ................................................................................................................. 217 
8.2 - Objeto .......................................................................................................................................... 218 
8.3 - Cabimento ................................................................................................................................... 220 
8.4 - Legitimidade ................................................................................................................................ 225 
8.5 - Posição do MP ............................................................................................................................. 228 
8.6 - Resposta ...................................................................................................................................... 228 
8.7 - Sentença ...................................................................................................................................... 228 
8.8 - Reexame Necessário ................................................................................................................... 229 
8.9 - Efeito suspensivo da Apelação ................................................................................................... 230 
Rodrigo Vaslin
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Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
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7 
 
8.10 - Sucumbência ............................................................................................................................. 230 
8.11 - Competência ............................................................................................................................. 231 
8.12 - Prescrição .................................................................................................................................. 231 
8.13 - Verificação de Falta Disciplinar ou Violação da Lei Penal....................................................... 233 
9 – Improbidade Administrativa (Procedimento) ............................................................................... 233 
9.1 - Conceito ....................................................................................................................................... 233 
9.1 - Competência ............................................................................................................................... 238 
9.2 - Legitimidade Ativa (MP e PJ interessada – art. 17, LIA) ............................................................ 241 
9.3 - Legitimidade Passiva .................................................................................................................. 241 
9.4 - Atos .............................................................................................................................................. 242 
9.5 - Procedimento .............................................................................................................................. 245 
9.6 - Prescritibilidade ........................................................................................................................... 250 
9.7 - Sentença e Recursos ................................................................................................................... 251 
10 - Questões ..................................................................................................................................... 253 
10.1 – Lista de Questões sem Comentários ....................................................................................... 253 
10.2 – Gabarito.................................................................................................................................... 266 
10.3 – Lista de Questões com Comentários ....................................................................................... 267 
11 - Destaques da Legislação ............................................................................................................. 311 
12 - Considerações Finais ................................................................................................................... 334 
 
 
REVISÃO GERAL DE DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS 
 
Rodrigo Vaslin
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8 
 
1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Meus caros, 
Em uma aula, tentei inserir os temas relevantes envolvendo habeas data; habeas corpus no 
Processo Civil; mandado de segurança individual e coletivo; mandado de injunção; ação civil pública; 
ação popular e ação de improbidade administrativa. 
Espero que gostem. 
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato. Estou disponível no fórum do 
curso, pelo instagram e por e-mail. 
 
 
E-mail: rodrigovaslin@gmail.com 
Instagram: rodrigovaslin 
Vamos continuar? 
Nossa matéria, como sempre, envolverá legislação, doutrina, jurisprudência e questões de 
concursos públicos. 
 
 
Em termos de estrutura, a aula será composta dos seguintes capítulos: 
 
 
 
Mas Professor, esses temas caem em prova? Sim. Veremos diversas questões ao longo da aula. 
FONTES
Legislação - Novo 
CPC e leis 
especiais.
Doutrina
Jurisprudência 
relevante do STF 
e do STJ.
Muitas questões 
de concursos 
públicos
Habeas Data
Mandado de 
Injunção e 
Mandado de 
Segurança 
Individual
Ação Civil Pública
Ação Popular
Improbidade 
Administrativa
Mandado de 
Segurança 
Coletivo 
Habeas Corpus 
Questões e 
Considerações 
Finais 
Rodrigo Vaslin
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9 
 
2 - HABEAS DATA 
2.1 - CONCEITO 
Segundo Alexandre de Moraes1, o habeas data é um direito que assiste a todas as pessoas de 
solicitar judicialmente a exibição dos registros públicos ou privados, nos quais estejam incluídos seus 
dados pessoais, para que deles se tome conhecimento e, se necessário for, sejam retificados os 
dados inexatos ou obsoletos ou que impliquem em discriminação. 
Art. 5º, LXXII - conceder-se-á habeas data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial 
ou administrativo; 
2.2 - NATUREZA JURÍDICA 
Trata-se de uma ação constitucional, de caráter civil, cujo procedimento foi regulamentado 
pela Lei n. 9.507/97. 
2.3 - OBJETO 
Visa a proteção do direito de: 
i- acesso aos registros (art. 5º, LXXII, “a”, da CR/88 e art. 7º, I, da Lei n. 9.507/97); 
ii- retificação dosregistros (art. 5º, LXXII, “b”, da CR/88 e art. 7º, II, da Lei n. 9.507/97); 
iii- complementação dos registros (art. 7º, III, da Lei n. 9.507/97). Veja que o inciso III 
elastece as hipóteses constitucionais. 
Art. 7° Conceder-se-á habeas data: 
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público; 
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial 
ou administrativo; 
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação 
sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. 
 
 
1 MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 33ª edição. Editora Atlas, 2017. 
 
Rodrigo Vaslin
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10 
 
Obs1: O HD não é via adequada para que o impetrante tenha acesso às informações do RPF 
(Registro de Procedimento Fiscal). 
STJ afirmou que: 
“Conquanto seja possível, nos termos da superveniente Lei n. 12.527/2011, o acesso às 
informações constantes do Registro de Procedimento Fiscal - RPF, o Habeas Data NÃO é 
a via adequada para que o impetrante tenha acesso às informações que dele constam. 3. 
É que o Registro de Procedimento Fiscal - RPF, por definição, é documento de uso privativo 
da Receita Federal, não tem caráter público nem pode ser transmitido a terceiros; e, de 
outro lado, não contém somente informações relativas à pessoa do impetrante, mas, 
principalmente, informações sobre as atividades desenvolvidas pelos auditores fiscais no 
desempenho de suas funções. Nessa linha, o acesso a esse documento pode, em tese, 
obstar o regular desempenho do poder de polícia da Receita Federal. (...) (STJ. 2ª Turma. 
REsp 1411585/PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 05/08/2014) 
Contudo, é cabível o habeas data para obtenção dos dados concernentes ao pagamento de 
tributos do próprio contribuinte constantes dos sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos 
órgãos da administração fazendária dos entes estatais. O STF, no RE 673707, em sede de repercussão 
geral, decidiu: 
Tese: Habeas data é a garantia constitucional adequada para obtenção, pelo cidadão, de 
dados concernentes ao pagamento de tributos constantes dos sistemas informatizados de 
apoio à arrecadação dos órgãos de arreia fazendária dos entes estatais. 
Vejamos a ementa: 
Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. HABEAS DATA. ARTIGO 5º, 
LXXII, CRFB/88. LEI Nº 9.507/97. ACESSO ÀS INFORMAÇÕES CONSTANTES DE SISTEMAS 
INFORMATIZADOS DE CONTROLE DE PAGAMENTOS DE TRIBUTOS. SISTEMA DE CONTA 
CORRENTE DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL-SINCOR. DIREITO SUBJETIVO 
DO CONTRIBUINTE. RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO. 
1. O habeas data, posto instrumento de tutela de direitos fundamentais, encerra amplo 
espectro, rejeitando-se visão reducionista da garantia constitucional inaugurada pela carta 
pós-positivista de 1988. 
2. A tese fixada na presente repercussão geral é a seguinte: “O Habeas Data é garantia 
constitucional adequada para a obtenção dos dados concernentes ao pagamento de 
tributos do próprio contribuinte constantes dos sistemas informatizados de apoio à 
arrecadação dos órgãos da administração fazendária dos entes estatais.” 
3. O Sistema de Conta Corrente da Secretaria da Receita Federal do Brasil, conhecido 
também como SINCOR, registra os dados de apoio à arrecadação federal ao armazenar os 
débitos e créditos tributários existentes acerca dos contribuintes. 
4. O caráter público de todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam 
ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou 
entidade produtora ou depositária das informações é inequívoco (art. 1º, Lei nº 9.507/97). 
5. (…) Registro de dados deve ser entendido em seu sentido mais amplo, abrangendo tudo 
que diga respeito ao interessado, seja de modo direto ou indireto, causando-lhe dano ao 
seu direito de privacidade.(...) in José Joaquim Gomes Canotilho, Gilmar Ferreira Mendes, 
Ingo Wolfgang Sarlet e Lenio Luiz Streck. Comentários à Constituição. Editora Saraiva, 1ª 
Edição, 2013, p.487. 
Rodrigo Vaslin
Aula 04
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11 
 
6. A legitimatio ad causam para interpretação de Habeas Data estende-se às pessoas físicas 
e jurídicas, nacionais e estrangeiras, porquanto garantia constitucional aos direitos 
individuais ou coletivas. 
7. Aos contribuintes foi assegurado constitucionalmente o direito de conhecer as 
informações que lhes digam respeito em bancos de dados públicos ou de caráter público, 
em razão da necessidade de preservar o status de seu nome, planejamento empresarial, 
estratégia de investimento e, em especial, a recuperação de tributos pagos indevidamente, 
verbis: Art. 5º. …LXXII. Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de 
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados 
de entidades governamentais ou de caráter público, considerado como um writ, uma 
garantia, um remédio constitucional à disposição dos cidadãos para que possam 
implementar direitos subjetivos que estão sendo obstaculados. 
8. As informações fiscais conexas ao próprio contribuinte, se forem sigilosas, não importa 
em que grau, devem ser protegidas da sociedade em geral, segundo os termos da lei ou da 
constituição, mas não de quem a elas se referem, por força da consagração do direito à 
informação do art. 5º, inciso XXXIII, da Carta Magna, que traz como única ressalva o sigilo 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, o que não se aplica no caso sub 
examine, verbis: Art. 5º.…XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
9. In casu, o recorrente requereu à Secretaria da Receita Federal do Brasil os extratos 
atinentes às anotações constantes do Sistema de Conta-Corrente de Pessoa Jurídica-
SINCOR, o Sistema Conta-Corrente de Pessoa Jurídica-CONTACORPJ, como de quaisquer 
dos sistemas informatizados de apoio à arrecadação federal, no que tange aos pagamentos 
de tributos federais, informações que não estão acobertadas pelo sigilo legal ou 
constitucional, posto que requerida pelo próprio contribuinte, sobre dados próprios2. 
10. Ex positis, DOU PROVIMENTO ao recurso extraordinário. (RE 673707, Relator(a): Min. 
LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 17/06/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO 
GERAL - MÉRITO DJe-195 DIVULG 29-09-2015 PUBLIC 30-09-2015, informativo 790) 
Obs2: É impossível se utilizar de ação exibitória como substitutiva de habeas data. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE AÇÃO EXIBITÓRIA 
COMO SUBSTITUTIVA DE HABEAS DATA. Não é cabível ação de exibição de documentos 
que tenha por objeto a obtenção de informações detidas pela Administração Pública que 
não foram materializadas em documentos (eletrônicos ou não), ainda que se alegue 
demora na prestação dessas informações pela via administrativa. Decerto, não há que se 
confundir o dever de a Administração Pública prestar, em tempo razoável, informações - 
assim como concebido, por exemplo, no art. 1º da Lei n. 9.051/1995, em atenção ao art. 
5º, XXXIV, "b", da CF -, com o dever de exibir documentos, ainda que tais documentos sejam 
apenas reprodução física ou eletrônica dessas informações. O verbo "exibir" não possui a 
mesma carga conotativa do verbo "expedir", ou "confeccionar", sendo, no plano da 
existência, impossível a exibição de documentos não confeccionados, os quais deverão ter 
informações sujeitasa apuração por parte da Administração Pública. Desta feita, há certa 
estranheza em se conferir à ação exibitória uma acepção mais abrangente, tal como essa 
extraída dos vocábulos "expedir" e "confeccionar", o que deriva, simplesmente, do esforço 
 
2 Desse trecho, pode-se concluir que não é possível suscitar o sigilo para impedir o fornecimento da informação. 
Rodrigo Vaslin
Aula 04
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
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12 
 
em se aplicar disposições criadas para a resolução de questões de natureza 
eminentemente cível (exibição de documento ou coisa) em matéria administrativa (dever 
de prestar informação). Assim, o alargamento da concepção de documento na ação de 
exibição, para abarcar informações não cristalizadas em documentos, eletrônicos ou não, 
é repreensível. Cumpre esclarecer, a propósito, que o direito à informação pode ser 
sindicado pela via própria (art. 5º, LXXII, "a", da CF: "Conceder-se-á habeas data: a) para 
assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de 
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público"). Tem-
se, portanto, que a demora no atendimento de pedido formulado na via administrativa 
não enseja a abertura do expediente processual da exibição de documentos - ainda que 
se conceba, em abstrato, o direito às informações solicitadas -, porque não demonstrada 
a existência do documento (coisa) que se pretende exibir, senão a possibilidade de ele 
ser expedido e confeccionado a partir das informações detidas pela Administração 
Pública. Não é menos certo que as informações inseridas em ambiente virtual - seja em 
banco de dados, seja em sistema próprio dos órgãos e entidades da Administração Pública 
- devem, juntamente com os arquivos físicos, serem utilizadas para fins de atendimento da 
medida cautelar de exibição de documentos quando apropriado. O que não constitui 
direito potestativo do autor de ação de exibição de documentos é o direito de obrigar a 
Administração a transformar a informação a que se pretenda ter acesso em 
documentos. REsp 1.415.741-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 
3/12/2015, DJe 14/12/2015. 
Em resumo, para o STJ, a Administração Pública, de fato, tem o dever de prestar, em tempo 
razoável, informações aos interessados, conforme determina o art. 5º, XXXIV, "b"3, da CF/88 e o art. 
1º da Lei nº 9.051/954: 
No entanto, a ação de exibição não é o instrumento processual adequado. Não há como 
admitir o pedido de exibição de documentos que ainda não existem. Não é cabível ação de exibição 
de documentos que tenha por objeto a obtenção de informações detidas pela Administração Pública 
que não foram materializadas em documentos (eletrônicos ou não). 
Nesses casos, deve ser utilizado o habeas data, com base no art. 5º, LXXII, “a”, CRFB). 
Art. 5º, LXXII, Conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de 
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados 
de entidades governamentais ou de caráter público. 
2.4 - LEGITIMAÇÃO ATIVA (IMPETRANTE) 
Por meio do habeas data, só se pode pleitear informações relativas ao próprio impetrante 
(pessoa física ou jurídica), nunca de terceiros. 
 
3 XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse 
pessoal; 
4 Art. 1º As certidões para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações, requeridas aos órgãos da administração 
centralizada ou autárquica, às empresas públicas, às sociedades de economia mista e às fundações públicas da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, deverão ser expedidas no prazo improrrogável de quinze dias, contado 
do registro do pedido no órgão expedidor. 
 
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Obs1: Essa restrição visa preservar o direito à intimidade (art. 5º, X, da CR/88). 
 O direito de impetrar habeas data, pois, é personalíssimo do titular dos dados, seja ele 
brasileiro ou estrangeiro, pessoa física ou jurídica. 
No entanto, em decisão esparsa (em 2007), o STJ chegou a decidir que o cônjuge supérstite 
tem legitimidade para impetrar HD em defesa do interesse do falecido. 
HD. LEGITIMIDADE. VIÚVA. DEMORA. ADMINISTRAÇÃO. O cônjuge supérstite tem 
legitimidade para impetrar habeas data em defesa do interesse do falecido. A utilização 
desse instrumento relaciona-se diretamente a uma pretensão resistida consubstanciada na 
recusa de a autoridade responder, implícita ou explicitamente, a seu pedido, daí a razão da 
Súm. n. 2-STJ. Dessa forma, a demora de atender o pedido formulado administrativamente 
(mais de um ano) não é razoável, quanto mais ao considerar-se a idade avançada da 
impetrante, tudo a impor a concessão da ordem. Precedente citado do STF: RHD 22-DF, DJ 
1º/9/1995. HD 147-DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 12/12/2007. 
Na sua argumentação, o STJ disse: 
Por outro lado, a previsão constitucional do art. 5º, inc. LXXII, que assegura o conhecimento 
de informações relativas à pessoa do impetrante, não afasta a possibilidade deste ser 
substituído por seus sucessores legais em caso de falecimento, haja vista que, tratando-
se de uma garantia constitucional, a interpretação do dispositivo deve ser a mais 
abrangente para assegurar, efetivamente, o direito de acesso à informação contida em 
banco de dados para eventual, não sendo razoável perpetuar-se a incorreção e o uso 
indevido dos dados do morto. 
Portanto, fiquem atentos em prova. Sempre se pautem pela regra geral, qual seja, o direito 
de impetrar habeas data é personalíssimo do titular dos dados. Apenas se perguntarem sobre esse 
caso específico do STJ, assinalem de acordo com a conclusão dele (cônjuge supérstite tem 
legitimidade para impetrar habeas data em defesa do interesse do falecido). 
Vejam outras questões idênticas formuladas pela CESPE. 
CESPE - 2017 - TCE/PE 
O remédio constitucional do habeas data permite que o impetrante obtenha informações cadastrais relativas a todas as 
partes de um processo do qual seja parte, exceto aquelas protegidas por sigilo bancário. 
A alternativa está incorreta. É informação personalíssima, apenas referente ao impetrante e mais ninguém. 
CESPE - 2015 - TJDFT 
O habeas data não é meio de solicitação e obtenção de informações de terceiros, uma vez que tem como objetivo 
assegurar o conhecimento de informações relativas ao próprio impetrante. 
A alternativa está correta. 
CESPE - 2013 - STF 
De acordo com o STF, o habeas data não pode ser utilizado para garantir o conhecimento de informações concernentes 
a terceiros. 
A alternativa está correta. 
2.5 - LEGITIMAÇÃO PASSIVA (IMPETRADO) 
É o sujeito de direito a que pertencem os registros ou banco de dados, podendo ser: 
a) Entidades governamentais: abrange órgãos da AP direta e indireta; 
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b) Entidades de caráter público: instituições, entidades e pessoas jurídicas privadas que 
prestem serviços para o público ou de interesse público. 
Lei n. 9.507/97, Art. 1º, Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou 
banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a 
terceiros OU que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou 
depositária das informações. 
Ex: SPC, Serasa. Aliás, lembrem-se de que o CDC prevê em seu art. 43, §4º: 
 Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações 
existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados 
sobre ele, bem comosobre as suas respectivas fontes. 
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao 
crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público. 
2.6 - CABIMENTO 
Pra que seja manejado o HD, há necessidade de comprovar que houve tentativa de obter tais 
informações administrativamente e que elas foram negadas. Há de comprovar a pretensão resistida. 
Se o impetrante não comprovar tal recusa, haverá ausência de interesse de agir, consoante 
súmula 02, STJ e art. 8º, parágrafo único, Lei n. 9.507/97. 
Súmula 02 STJ: Não cabe o habeas data ( CF , art. 5º LXXII , letra a ) se não houve recusa 
de informações por parte da autoridade administrativa. 
Art. 2° O requerimento será apresentado ao órgão ou entidade depositária do registro ou 
banco de dados e será deferido ou indeferido no prazo de quarenta e oito horas. 
Parágrafo único. A decisão será comunicada ao requerente em vinte e quatro horas. 
Art. 8° A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts. 282 a 285 do Código 
de Processo Civil, será apresentada em duas vias, e os documentos que instruírem a 
primeira serão reproduzidos por cópia na segunda. 
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova: 
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão; 
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; 
ou 
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso de 
mais de quinze dias sem decisão. 
Essa necessidade de recusa viola a inafastabilidade do Poder Judiciário? Seria criação de um 
requisito inconstitucional, até porque o art. 5º, LXXII, CRFB não exige essa recusa? 
Não é inconstitucional. Isso porque, consoante doutrina majoritária, não há nenhuma 
restrição à inafastabilidade do Poder Judiciário. 
Como dissemos na aula 01, há leis que ainda exigem a provocação da via administrativa antes 
da provocação do Poder Judiciário, a exemplo do art. 8º, parágrafo único, Lei nº. 9.507/97 (Habeas 
Data); art. 5º, I, Lei nº. 12.016/2009 (MS); art. 7º, § 1º, Lei Federal n. 11.417/2006 (uso da reclamação 
por descumprimento de súmula vinculante). Em todas elas, não há qualquer violação à 
inafastabilidade do poder judiciário (art. 5º, XXXV, CRFB). 
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Quanto à Lei do HD, podemos dizer que o art. 5º, XXXV, da CF/88 estabelece que “a lei não 
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Ora, se não houve pedido 
administrativo anterior e negativa do acesso ou retificação da informação no prazo legal, não está 
caracterizada nenhuma lesão ou ameaça de direito. 
Em acréscimo, é interessante adicionar o argumento no sentido de que é abusiva a 
provocação desnecessária da atividade jurisdicional, que deve ser encarada como ultima ratio para 
a solução do conflito. 
Na linha do que já vinha sendo definida como política do Judiciário (vide Res. 125, CNJ), o 
CPC/2015 (art. 165ss) e a Lei de Mediação n. 13.140/2015 desejam que que o Judiciário seja a última 
alternativa. Por isso, estabelece vigoroso estímulo ao sistema multiportas, ou resolução alternativa 
das disputas (ADR – alternative dispute resolution). 
2.7 - PRIORIDADE NO JULGAMENTO 
Art. 19. Os processos de habeas data terão prioridade sobre todos os atos judiciais, 
exceto habeas-corpus e mandado de segurança. Na instância superior, deverão ser levados 
a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que, feita a distribuição, forem 
conclusos ao relator. 
Parágrafo único. O prazo para a conclusão não poderá exceder de vinte e quatro horas, a 
contar da distribuição. 
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2.8 - COMPETÊNCIA 
 
Art. 20. O julgamento do habeas data compete: 
I - originariamente: 
a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República, das Mesas da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do 
Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; 
b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado, dos Comandantes da 
Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal5; 
c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribunal ou de juiz federal; 
 
5 Acrescentei a redação do art. 105, I, “b”, CRFB, que foi modificado pela EC23/99. 
Competência
STF - contra atos do Presidente da 
República, das Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, do 
Tribunal de Contas da União, do 
Procurador-Geral da República e do 
próprio Supremo Tribunal Federal 
STJ - contra atos de Ministro de 
Estado, dos Comandantes da 
Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica ou do próprio 
Tribunal
TRF - contra atos do próprio 
Tribunal ou de juiz federal
juiz federal, contra ato de 
autoridade federal, 
excetuados os casos de 
competência dos tribunais 
federais
tribunais estaduais, 
segundo o disposto na 
Constituição do Estado
Justiça Trabalhista - quando 
o ato questionado envolver 
matéria sujeita à sua 
jurisdição
Justiça Eleitoral - art. 121, 
§4º, IV, CRFB
juiz estadual, nos demais 
casos
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d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência 
dos tribunais federais; 
e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do Estado; 
f) a juiz estadual, nos demais casos; 
CRFB, Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado 
envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) 
CRFB, Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, 
dos juízes de direito e das juntas eleitorais. 
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando: 
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de 
injunção. 
Lei HD, art. 20, II - em grau de recurso: 
a) ao Supremo Tribunal Federal, quando a decisão denegatória for proferida em única 
instância pelos Tribunais Superiores; 
b) ao Superior Tribunal de Justiça, quando a decisão for proferida em única instância pelos 
Tribunais Regionais Federais; 
c) aos Tribunais Regionais Federais, quando a decisão for proferida por juiz federal; 
d) aos Tribunais Estaduais e ao do Distrito Federal e Territórios, conforme dispuserem a 
respectiva Constituição e a lei que organizar a Justiça do Distrito Federal; 
III - mediante recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos 
na Constituição. 
2.9 - GRATUIDADE 
Art. 5º, LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, 
os atos necessários ao exercício da cidadania. 
Art. 21. São gratuitos o procedimento administrativo para acesso a informações e 
retificação de dados e para anotação de justificação, bem como a ação de habeas data. 
2.10 - QUESTÃO INTERESSANTE 
 
Essa garantia não se confunde com o direito de obter certidões (art. 5º, XXXIV, “b”, da CRFB), 
ou informações de interesse particular, coletivo ou geral (art. 5º, XXXIII). 
Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
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Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informaçõesde seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, 
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado; 
No que tange ao primeiro dispositivo (art. 5º, XXXIV, “b”), Pedro Lenza6, citando Michel 
Temer, salienta que, ao pleitear a certidão (art. 5º, XXXIV, “b”), o solicitante deve demonstrar que o 
faz para defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal. No habeas data, por 
sua vez, há o simples desejo de conhecer as informações relativas à sua pessoa, independentemente 
de demonstração de que elas se prestação à defesa de direitos. 
Essa diferença é atestada não só pelo próprio art. 5º, XXXIV, “b”, que diz “ a obtenção de 
certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse 
pessoal”, mas também pela lei regulamentadora (Lei n. 9.051/95), já que seu art. 2º preceitua: 
Art. 2º Nos requerimentos que objetivam a obtenção das certidões a que se refere esta lei, 
deverão os interessados fazer constar esclarecimentos relativos aos fins e razões do 
pedido. 
Essa mesma Lei n. 9.051/95, diz que as certidões deverão ser expedidas num prazo de 15 dias, 
contados do registro do pedido no órgão expedidor. 
Art. 1º As certidões para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações, requeridas 
aos órgãos da administração centralizada ou autárquica, às empresas públicas, às 
sociedades de economia mista e às fundações públicas da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, deverão ser expedidas no prazo improrrogável de quinze dias, 
contado do registro do pedido no órgão expedidor. 
No tocante ao art. 5º, XXXIII, CRFB, o dispositivo se liga mais àquela noção do dever geral de 
liberdade de informação. Diante desse preceito, a Lei n. 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação) 
concretizou muito bem tal desiderato, restringindo o sigilo apenas aos dados necessários à segurança 
do Estado e da sociedade7. 
Nessas duas hipóteses (art. 5º, XXXIII e XXXIV, “b”, CRFB), se houver recusa no fornecimento 
de certidões, ou informações de terceiros o remédio próprio é o mandado de segurança, e não o 
habeas data. 
Olhe o que já decidiu o STF: 
 
6 Direito Constitucional Esquematizado, 19ª ed. Saraiva: São Paulo, 2015, p. 1.258. 
7 Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua 
imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou 
reservada. 
§ 1o Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir 
da data de sua produção e são os seguintes: 
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; 
II - secreta: 15 (quinze) anos; e 
III - reservada: 5 (cinco) anos. 
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O STF deferiu mandado de segurança impetrado por pesquisador que queria ter acesso 
aos áudios das sessões de julgamento do STM ocorridas na década de 1970, época do 
regime militar. 
Entendeu-se que a coleta de dados históricos a partir de documentos públicos e registros 
fonográficos, mesmo que para fins particulares, constitui-se em motivação legítima a 
garantir o acesso a tais informações. 
Ocorre que, mesmo com essa decisão judicial, o STM somente autorizou que o pesquisador 
tivesse acesso aos áudios das sessões públicas realizadas (na qual havia leitura do relatório 
e sustentação oral dos advogados). O Tribunal se negou, contudo, a fornecer os áudios das 
sessões secretas, nas quais os votos dos magistrados eram colhidos. 
O impetrante ingressou, então, com reclamação, julgada procedente pelo STF. 
Ao autorizar a consulta apenas dos registros relacionados com a parte pública das sessões, 
o STM violou a decisão do Supremo, que deu acesso amplo aos áudios das sessões. 
Além disso, a recusa do STM está em descompasso com a ordem constitucional vigente, 
que garante o acesso à informação como direito fundamental. STF. Plenário. Rcl 11949/RJ, 
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 15/3/2017 (Info 857) 
CESPE/AGU – Procurador Federal/2010 
A CF assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões em repartições públicas, 
para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal. Nesse sentido, não sendo atendido o 
pedido de certidão, por ilegalidade ou abuso de poder, o remédio cabível será o habeas data. 
Comentários 
A alternativa está incorreta. Não sendo atendido o pedido de certidão, o remédio é o MS. 
CESPE/Delegado da Polícia Federal/2013. De acordo com o STJ, o habeas data é instrumento idôneo para a obtenção de 
acesso aos critérios utilizados em correção de prova discursiva aplicada em concursos públicos. 
Comentários 
A alternativa está incorreta. 
O gabarito do Cespe se baseou no seguinte julgado do Superior Tribunal de Justiça: 
HABEAS DATA. CONCURSO PÚBLICO. ACESSO A INFORMAÇÕES SOBRE OS CRITÉRIOS UTILIZADOS NA CORREÇAO DE 
PROVA DISCURSIVA. IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA. 
1. A Lei n. 9.507/97 é suficientemente clara ao expor, no art. 7º, as hipóteses em que se justifica o manuseio do habeas 
data, não estando ali prevista, nem sequer implicitamente, a possibilidade de utilização da via com o propósito de 
revolver os critérios utilizados por instituição de ensino na correção de prova discursiva realizada com vista ao 
preenchimento de cargos na Administração Pública. 2. Agravo regimental não-provido. (AgRg no HD .127/DF, Rel. 
Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/06/2006, DJ 14/08/2006, p. 250) 
No caso, uma candidata a fiscal agropecuária federal tentou usar o habeas data para ter acesso aos critérios de correção 
da prova discursiva da banca examinadora. Segundo alegava, a nota era informação pessoal, e a banca se recusava a 
fundamentar a rejeição a seus recursos. 
A argumentação do Ministro João Otávio de Noronha, seguido por seus pares, foi a seguinte: 
O habeas data, remédio constitucional previsto no art. 5º, LXXII, da Carta Magna, tem por fim assegurar ao indivíduo o 
conhecimento de informações relativas à sua pessoa, registradas em banco de dados de entidades governamentais ou 
de caráter público, para eventual retificação. 
A Lei n. 9.507/97, ao regular o instituto, é suficientemente clara ao expor, no art. 7º, as hipóteses em que se justifica o 
manuseio da medida, não estando ali prevista, nem sequer implicitamente, a possibilidade de ser utilizada com o 
propósito ora almejado pela impetrante, que não busca a obtenção de acesso a informações sobre sua pessoa, mas, sim, 
revolver os critérios utilizados pela Fundação Universitária José Bonifácio na correção de prova discursiva realizada com 
vistas ao preenchimento de cargos de fiscal federal agropecuário 
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É, portanto, manifesta a inidoneidade da via eleita pela impetrante, visto contemplar hipótese absolutamente diversa da 
que orientou o princípio estampado no art. 5º, inciso LXXII, da Constituição da República. 
Por fim, não vejo como acolher o pleito alternativo formulado pela agravante, tendo em vista a manifesta disparidade 
entre os fundamentos que nortearam o pedido e a causa de pedir da presente ação e o eventual direito líquido e certo 
da parte passível de ser protegido na via do mandado de segurança. 
HABEAS CORPUS 
3.1 - INTRODUÇÃO E CONCEITO 
Numa breve introdução, interessante rememorar que, nas primeiras décadas de vigência da 
nossa 2ª Constituição (1891), vigorava a Doutrina Brasileira do Habeas Corpus, capitaneada, 
principalmente, por Ruy Barbosa. 
No art. 72, §22 da Constituição Republicana de 1891, tínhamos a seguinte previsão: 
Dar-se-á habeascorpus sempre que o indivíduo sofrer ou se achar em iminente perigo de 
sofrer violência ou coação, por ilegalidade ou abuso de poder. 
Como o dispositivo constitucional não vinculava expressamente o HC à liberdade de 
locomoção, a doutrina brasileira entendeu pela possibilidade de extensão do seu cabimento para 
diversos casos, sem restringi-lo a salvaguarda do direito de ir, vir e permanecer. 
Isso se dava justamente porque havia enorme carência de remédios constitucionais para a 
garantia dos direitos constitucionais (ex: não existia mandado de segurança). 
Todavia, em 1926, tivemos uma revisão constitucional, que modificou a redação da 
Constituição de 1891 no seguinte sentido: 
Dar-se-á o habeas-corpus sempre que alguém sofrer ou se achar em iminente perigo de 
sofrer violência por meio de prisão ou constrangimento ilegal em sua liberdade de 
locomoção. 
Ora, diante dessa redação, não era mais possível utilizar HC para combater atos coatores 
ilegais que não estivessem relacionados à liberdade de locomoção. 
Por outro lado, também não havia sido criado ainda o MS. 
Qual era a saída da doutrina? 
Utilizava-se das ações possessórias. Dizia-se que a pessoa tinha a posse do seu direito que, 
por um ato coator ilegal, foi violado. E, por isso, precisava reintegrar seu direito ao seu patrimônio 
jurídico. É uma construção bem peculiar. 
De todo modo, a partir de 1934, essa invenção não era mais necessária. 
Isso porque, na CRFB de 1934, surgiu o MS: 
Art. 113. Dar-se-á mandado de segurança para a defesa de direito, certo e incontestável, 
ameaçado ou violado por acto manifestamente inconstitucional ou illegal de qualquer 
autoridade. 
O processo desse MS será o mesmo do habeas corpus. 
Obs1: o mandado de segurança foi suprimido pela Constituição de 37, mas retornou em 1946, 
permanecendo nos textos de 1967 e 1969. 
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Finalmente, na CRFB/88, ele teve a seguinte previsão: 
Art. 5º,LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade 
ou abuso de poder; 
Vê-se, pois, que desde 1926, quando a doutrina brasileira do HC foi rechaçada pela 
Constituição, a magna carta nossa sempre vinculou o HC à liberdade de locomoção. 
Se o HC serve para impugnar restrições ou ameaças de restrições à liberdade de locomoção, 
temos de saber quando a prisão é cabível em nosso ordenamento jurídico. 
3.2 - ESPÉCIES DE PRISÃO 
3.2.1 - Prisão Penal (prisão pena) 
Decorrente de decisão condenatória com trânsito em julgado. 
3.2.2 - Prisão Cautelar: flagrante, preventiva e temporária 
Os caros alunos estudam tais figuras nas aulas de Direito Processual Penal. 
3.2.3 - Prisão Extrapenal: prisão civil e prisão militar 
Obs1: A prisão administrativa não foi recepcionada pela CRFB/88, consoante STF, no RHC 
66.905, em 1989. 
Habeas Corpus. Prisão Administrativa. Recurso ordinário. Tendo em vista que, 
posteriormente à prolação do acórdão recorrido, entrou em vigor a nova Constituição, em 
virtude da qual – por força do art. 5º, LXI (...) - deixou de ser permitida, e que, segundo as 
informações suplementares colhidas, existe contra o ora recorrente mandado para que se 
efetive a prisão administrativa decretada antes da vigência do mencionado texto 
constitucional, concede-se habeas corpus de ofício ao ora recorrente, para que se torne 
sem efeito esse mandado” (RHC 66.905, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 
4.11.1998, 1ª Turma, d.j. 10.2.1989). 
As únicas admitidas são em Estado de Defesa e de Sítio (art. 136, §3º e art. 139, ambos da 
CRFB). 
Art. 136, § 3º Na vigência do estado de defesa: 
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por 
este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, 
facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; 
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e 
mental do detido no momento de sua autuação; 
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo 
quando autorizada pelo Poder Judiciário; 
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. 
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só 
poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: 
I - obrigação de permanência em localidade determinada; 
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; 
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III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à 
prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da 
lei; 
IV - suspensão da liberdade de reunião; 
V - busca e apreensão em domicílio; 
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; 
VII - requisição de bens. 
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de 
parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva 
Mesa. 
A prisão militar, por sua vez, teve autorização constitucional. 
Art. 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão 
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
No presente caso, nos interessa abordar as hipóteses de prisão civil, já que as outras são 
tratadas com professores de matérias diversas. 
Pois bem, quais são as hipóteses de prisão civil? 
3.3 - PRISÃO CIVIL 
As hipóteses previstas em nosso ordenamento são: 
i- Prisão civil do detentor do título (art. 885, CPC73, não foi repetido no NCPC); 
ii- Prisão do falido, devedor e síndico (Decreto-Lei nº 7.661/45, art. 35, parágrafo único, art. 
60 § 1º, art. 69, § 5º). Contudo, essas hipóteses de prisão não foram recepcionadas pela CRFB/88. 
Súmula 280, STJ: O art. 35 do Decreto-Lei n. 7.661, de 1945, que estabelece a prisão 
administrativa, foi revogado pelos incisos LXI e LXVII do art. 5º da Constituição Federal de 
1988. 
iii- Prisão preventiva (art. 99, VII, Lei de Falência8), 
iv- Prisão do depositário infiel e 
v- Prisão do devedor de alimentos. 
As mais relevantes são a prisão civil do depositário infiel e a prisão civil do devedor de 
alimentos. 
Art. 5º, LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário 
infiel; 
Todavia, embora a CRFB tenha autorizado, em tese, essas duas espécies de prisão, vale 
apontar que o STF, no RE 466.343, em 2008, decidiu que o Pacto Internacional dos Direitos Civis 
 
8 Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações: VII – determinará as diligências 
necessárias para salvaguardar os interesses das partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de 
seus administradores quando requerida com fundamento em provas da prática de crime definido nesta Lei; 
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Políticos (art. 11) e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos - Pacto de San José da Costa Rica 
(art. 7°, 7), por terem status supralegal, paralisam a eficácia de toda a legislação infraconstitucional 
(Código Civil, CPC etc.) que permitia e regulamentava a prisão civil do depositário infiel. 
Isso porque os referidos tratados internacionais de direitos humanos apenas permitem a 
prisão civil do devedor de alimentos, nada mencionando acerca do depositário infiel. 
Vejamos a Convenção Americana de de Direitos Humanos (Pactode San José): 
Artigo 7.7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de 
autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação 
alimentar. 
Por conta disso, seria inconvencional (contrário aos tratados de direitos humanos) qualquer 
previsão infraconstitucional que regulasse a prisão do depositário infiel. 
 O STF editou a súmula vinculante n. 25 a respeito: 
SV 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de 
depósito. 
Tomando por base o fato de que a prisão civil mais famosa, agora, é apenas aquela do devedor 
de alimentos, vem uma pergunta: 
Cabe HC da prisão do devedor de alimentos? 
Existem duas correntes. 
1ª corrente: STJ (HC 182.207; HC 49.408) entende que o HC é cabível apenas para questionar 
a legalidade ou não do decreto de prisão. Doutro lado, no HC, não é possível dilação probatória para 
se comprovar que o sujeito tem ou não possibilidade e o alimentando tem ou não necessidade. 
"Processual Civil. Habeas Corpus. Cabimento. Ausência de ilegalidade 
ou abuso de direito. - O habeas corpus deve limitar-se à apreciação 
da legalidade ou não do decreto de prisão, não se revelando 
instrumento hábil para o exame aprofundado de provas e verificação de justificativas 
fáticas apresentadas pelo paciente. Precedentes. - 
Afigura-se legal a decretação da prisão civil do alimentante que tem 
em face de si proposta ação de execução, visando ao recebimento das 
últimas três parcelas devidas a título de pensão alimentícia. 
Precedentes. Ordem denegada"(HC nº 49.408/SP, Terceira Turma, 
Relatora a Ministra Nancy Andrighi, DJ de 20/2/06) 
Em regra, é cabível a impetração de habeas corpus para questionar a prisão civil decorrente 
de alimentos. Não é possível, contudo, na análise do HC, avaliar a capacidade financeira do 
devedor (alimentante) ou a necessidade do credor (alimentando) por envolver dilação 
probatória. STJ. 3ª Turma. HC 224769-DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado 
em 14/2/2012. 
2ª corrente: Daniel Assumpção9, comentando as decisões do STJ, diz: 
“Ainda que se concorde com o entendimento dos tribunais superiores a respeito da 
inadequação do habeas corpus em razão de seu procedimento sumário documental, não 
se deve descartar a priori sua utilização, até mesmo porque, sendo possível ao autor a 
 
9 NEVES, Daniel Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. Vol. Único. 8ª edição; Ed. Juspodivm: Salvador. 
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produção de prova documental em seu favor, apesar de continuar a ser tecnicamente mais 
apropriado o recurso cabível (p. ex., na decisão do juiz de 1º grau, cabe agravo de 
instrumento), deve-se admitir o habeas corpus”. 
Ademais, o art. 19, §3º (A interposição do agravo não suspende a execução da ordem de 
prisão), da Lei de Alimentos, introduzido pela Lei no 6.014/73, segundo alguns, impossibilita 
concessão de efeito suspensivo da execução da ordem prisional. 
Posição a ser adotada na prova (STJ): O habeas corpus deve limitar-se à apreciação da 
legalidade ou não do decreto de prisão, não sendo cabível nos casos de necessidade de dilação 
probatória. 
Obs1: Mesmo não sendo cabível o HC, segundo as regras de processo civil, se o tribunal 
constatar ilegalidade patente, pode conceder a ordem de ofício. 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. DESCABIMENTO DE IMPETRAÇÃO CONTRA DECISÃO 
MONOCRÁTICA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. HABEAS CORPUS NEGADO NO 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: SÚMULA N. 691 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
DUPLA SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. INVIABILIDADE JURÍDICA. PRISÃO CIVIL EM AÇÃO DE 
EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. INADIMPLMENTO ESCUSÁVEL. HABEAS CORPUS NÃO 
CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 1. Objeto da presente impetração é decisão 
do Ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça, que indeferiu liminarmente o 
Habeas Corpus n. 340.750, contra indeferimento da medida liminar no Habeas Corpus n. 
0069796-59.2015.8.26.0000, Relator o Desembargador José Roberto Furquim Cabella, do 
Tribunal de Justiça de São Paulo. O mérito ainda não foi apreciado no Tribunal de Justiça 
paulista. O exame dos pedidos formulados pela Impetrante, neste momento, traduziria 
dupla supressão de instância. 2. Prisão civil decretada em ação de execução de alimentos. 
Na Constituição da República dispõe-se no art. 5º, inc. LXVII, que a prisão civil por dívida de 
pensão alimentícia é possível se o inadimplemento for voluntário e inescusável (“LXVII - 
não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário 
e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel”). Comprovação nos autos 
de não ter o Paciente condições de efetuar o pagamento. 3. Habeas corpus não conhecido. 
Ordem concedida de ofício. (HC 131.554, 15/12/2015, info 812, STF). 
Ora, com esse final você pode pensar que o STF seria partidário da 2ª corrente, pois teria 
analisado as provas e verificado que o paciente do HC não tinha possibilidade de pagar pensão 
alimentícia. 
Contudo, não é verdade. No próprio julgamento, a Ministra Cármen Lúcia (relatora) enfatizou 
não se tratar de reexame de fatos e provas, mas conclusão decorrente de quadro não contestado. 
Portanto, o HC não precisou de dilação probatória, pois já havia um fato provado e não 
contestado de que o paciente estava desempregado. 
Assim, os Ministros entenderam que o inadimplemento não foi voluntário em virtude da 
situação de desemprego. 
 
CESPE/Delegado da Polícia Federal/2013 
O habeas corpus constitui a via adequada para o devedor de pensão alimentícia pedir o afastamento de sua prisão, 
alegando incapacidade de arcar com o pagamento dos valores executados. 
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Comentários 
A alternativa está incorreta. 
Para compreender a questão, precisamos dividi-la em duas partes. 
A primeira parte “o habeas corpus constitui via adequada para o devedor de pensão alimentícia pedir o afastamento de 
sua prisão” está correta. 
A jurisprudência é pacífica quanto ao cabimento do HC para pleitear o afastamento de uma prisão, qualquer que seja ela. 
Basta que a liberdade de locomoção seja cerceada por alguma ilegalidade ou abuso de poder. 
Art. 5º, LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou 
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 
Contra essa prisão, portanto, cabe habeas corpus. 
Isso é indiscutível. 
O que a doutrina e jurisprudência discute é quanto ao alcance desse habeas corpus. Isto é, é possível o HC versar não só 
sobre a ilegalidade da prisão, mas também sobre o binômio necessidade/possibilidade? 
Sobre o tema, há duas correntes. 
1ª corrente (doutrina majoritária e STJ): O HC não é o instrumento adequado para pedir afastamento da prisão alegando 
incapacidade de arcar com o pagamento, pois isso exigiria dilação probatória, incabível em sede de HC. 
O HC é cabível tão somente para se analisar a legalidade do constrangimento à liberdade de ir e vir do paciente. 
Como se sabe, a pensão alimentícia é fixada segundo o binômio necessidade do alimentando e possibilidade (capacidade 
econômica) do alimentante. Rolf Madaleno ainda insere um terceiro balizador, qual seja, a proporcionalidade. 
A aferição desse binômio (necessidade/possibilidade) ou trinômio (necessidade/possibilidade/proporcionalidade) exige, 
inevitavelmente, uma dilação probatória. 
Como o HC não permite dilação probatória, ele não é cabível. 
Vejam os seguintes julgados do STJ: 
HABEAS CORPUS. DÉBITO ALIMENTAR ATUAL. PRISÃO CIVIL. CABIMENTO. SÚMULA N. 309/STJ. INCAPACIDADE DE 
PAGAMENTO DA PRESTAÇÃO ALIMENTAR. EXAME DE PROVAS. DESCABIMENTO NO WRIT. REDUÇÃO DO VALOR DOS 
ALIMENTOS NAS INSTÂNCIASORDINÁRIAS. EXECUÇÃO PELO VALOR REDUZIDO DESDE A DATA DA MINORAÇÃO. 
1. Excepcionalmente, o habeas corpus substitutivo de recurso é cabível na hipótese em que a impetração seja anterior 
ao overruling da Primeira Turma do STF (HC n. 109.956/PR, relator Ministro Marco Aurélio, DJe de 11.9.2012). 
2. O habeas corpus não é via adequada para o exame aprofundado de provas relativas à condição econômica do 
devedor dos alimentos. 
3. É cabível o decreto de prisão civil em razão do inadimplemento das parcelas alimentares vencidas nos últimos três 
meses antecedentes ao ajuizamento da execução, bem como daquelas que se vencerem no curso da lide. Súmula n. 
309/STJ. 
4. Para aferir o quantum debeatur da obrigação alimentar deve-se considerar o valor dos alimentos a partir das decisões 
que determinaram as sucessivas reduções. 
5. Ordem de habeas corpus concedida em parte. (STJ - HC: 239691 MG 2012/0078106-4, Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO 
DE NORONHA, Data de Julgamento: 20/02/2014, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 05/03/2014) 
"Processual Civil. Habeas Corpus. Cabimento. Ausência de ilegalidade ou abuso de direito. - O habeas corpus deve limitar-
se à apreciação da legalidade ou não do decreto de prisão, não se revelando instrumento hábil para o exame 
aprofundado de provas e verificação de justificativas fáticas apresentadas pelo paciente. Precedentes.- Afigura-se legal 
a decretação da prisão civil do alimentante que tem em face de si proposta ação de execução, visando ao recebimento 
das últimas três parcelas devidas a título de pensão alimentícia. Precedentes. Ordem denegada"(HC nº 49.408/SP, 
Terceira Turma, Relatora a Ministra Nancy Andrighi, DJ de 20/2/06) 
Este é o posicionamento que o candidato deve adotar em prova. 
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Portanto, o erro da questão reside na segunda parte da assertiva, qual seja, “alegando incapacidade de arcar com o 
pagamento dos valores executados". 
3.4 - JURISPRUDÊNCIA10 ACERCA DO HABEAS CORPUS 
Cabe habeas corpus para apurar eventual ilegalidade na fixação de medida protetiva de 
urgência consistente na proibição de aproximar-se de vítima de violência doméstica e 
familiar. STJ. 5ª Turma. HC 298499-AL, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 
1º/12/2015 (Info 574). 
Não cabe habeas corpus para impugnar decisão judicial liminar que determinou a busca e 
apreensão de criança para acolhimento em família devidamente cadastrada junto a 
programa municipal de adoção. STJ. 4ª Turma. HC 329147-SC, Rel. Min. Maria Isabel 
Gallotti, julgado em 20/10/2015 (Info 574). 
É desnecessária a prévia discussão acerca de matéria objeto de habeas corpus impetrado 
originariamente no STJ, quando a coação ilegal ou o abuso de poder advierem de ato de 
TRF no exercício de sua competência penal originária. Ao fazer essa exigência, o STJ está 
impondo para o habeas corpus o requisito do “prequestionamento”, que somente é 
aplicável nos casos de recurso especial ou recurso extraordinário. STF. 1ª Turma. RHC 
118622/ES, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/3/2015 (Info 778). 
Não cabe habeas corpus contra a decisão do juiz que nega o pedido do réu preso (que é 
advogado) para que atue sozinho em seu processo criminal. No caso, o juiz determinou que 
esse réu/advogado deverá atuar em conjunto com outro causídico nomeado pelo juízo em 
virtude de ele se encontrar preso, o que dificultaria a realização da defesa. Segundo o STF, 
o HC não é o instrumento processual adequado a postular o direito de exercer a autodefesa 
técnica, uma vez que não está em jogo a liberdade de locomoção do paciente. STF. 2ª 
Turma. HC 122382/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/8/2014 (Info 753). 
A pessoa, sem ter capacidade postulatória, impetra um HC e este é negado. Essa mesma 
pessoa poderá ingressar com recurso contra a decisão? Para se interpor o recurso contra a 
decisão denegatória do HC, a capacidade postulatória também é dispensada? 
• STF: SIM (posição levemente majoritária no STF - 2ª Turma. HC 141316 AgR, Rel. Min. 
Dias Toffoli, julgado em 05/05/2017). 
• STJ: NÃO (posição pacífica no STJ - 5ª Turma. AgRg no RHC 69.183/AM, Rel. Min. Felix 
Fischer, julgado em 10/10/2017; STJ. 6ª Turma. RHC 42925/ES, Rel. Min. Sebastião Reis 
Júnior, julgado em 08/05/201411). 
O estagiário de Direito pode impetrar habeas corpus no STF, mas não terá direito de fazer 
sustentação oral de seu pedido. Segundo a 1ª Turma do STF, a sustentação oral é ato 
privativo de advogado. STF. 1ª Turma. HC 118317/SP, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red.p/ o 
acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 22/10/2013 (Info 725). 
Determinado réu preso impetrou, de próprio punho, sem assistência de advogado, 
um habeas corpus no STJ, que não conheceu da ação pelo fato de que o pedido não foi 
acompanhado de documentos ou informação processual sobre a situação do paciente. O 
 
10 Acerca da Jurisprudência, sempre tomo como referência o site dizerodireito, do colega Juiz Federal Márcio Cavalcante. 
11 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. (In)dispensabilidade de capacidade postulatória para recurso ordinário em HC. 
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/dc6a7e655d7e5840e66733e9ee67cc69>. Acesso 
em: 23/07/2018 
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STF entendeu que o STJ deveria ter conhecido do habeas corpus lá impetrado e solicitado 
informações ao juízo das execuções criminais, apontado como autoridade coatora, a fim 
de esclarecer as alegações contidas na inicial do writ. (...) 
Não é razoável que o tribunal se recuse a pedir informações à autoridade impetrada e 
indefira liminarmente o HC ao entendimento de que este deveria estar instruído de forma 
satisfatória, considerando que a CF/88 e o CPP não exigem que o remédio heróico seja 
instruído com documentos. STF. 2ª Turma. RHC 113315/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgado em 18/6/2013 (Info 711). 
Em regra12, não cabe habeas corpus para o STF contra decisão monocrática do Ministro do 
STJ que não conhece ou denega habeas corpus que havia sido interposto naquele Tribunal. 
É necessário que primeiro o impetrante exaure (esgote), no tribunal a quo (no caso, o STJ), 
as vias recursais ainda cabíveis (no caso, o agravo regimental). 
Exceção: essa regra pode ser afastada em casos excepcionais, quando a decisão atacada se 
mostrar teratológica, flagrantemente ilegal, abusiva ou manifestamente contrária à 
jurisprudência do STF, situações nas quais o STF poderia conceder de ofício 
o habeas corpus. STF. 2ª Turma. HC 143476/RJ, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. 
Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 6/6/2017 (Info 868). 
Não é cabível HC em face de decisão monocrática de Ministro do STF. STF. Plenário. HC 
105959/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 
17/2/2016 (Info 814). STF. Plenário. HC 115787/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. 
Min. Dias Toffoli, julgado em 18/5/2017 (Info 865). 
É possível que o Ministro Relator do STJ ou do STF decida monocraticamente 
o habeas corpus nas hipóteses autorizadas pelo regimento interno13? 
• Precedente divulgado no Info 857: NÃO. Cabe ao colegiado o julgamento 
de habeas corpus (STF. 1ª Turma. HC 120496/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 
14/3/2017 - Info 857). 
• Posição amplamente majoritária no STF: SIM. O Ministro Relator pode decidir 
monocraticamente habeas corpus nas hipóteses autorizadas pelo regimento interno, sem 
que isso configure violação ao princípio da colegialidade. Nesse sentido: STF. 1ª Turma. HC 
137265 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 07/03/2017; STF. 2ª Turma. HC 131550 
AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2015. 
Cabe habeas corpus contra decisão monocrática

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