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Desnutrição Infatil

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DESNUTRIÇÃO INFANTIL 
Conjunto de condições patológicas que 
resulta da deficiência concomitante de 
calorias e de proteínas.
Desequilíbrio entre suprimento e demanda 
de energia do organismo.
Maior frequência em lactentes e pré-
escolares, geralmente associada à 
infecções repetidas e a outros déficits 
nutricionais.
Por ser associada às precárias condições 
socioeconômicas, sanitárias e ambientais, 
a desnutrição é uma doença social, 
d e t e r m i n a d a p e l o m o d e l o d e 
desenvolvimento econômico, político, 
social e cultural de um país.
Apesar da redução da prevalência no 
Brasil, nas duas últimas décadas, 
continua sendo um sério problema de 
saúde pública: principalmente em áreas 
rurais e regiões mais pobres.
Atualmente, há predomínio de formas 
leves e moderadas da doença, que, por 
se manifestarem apenas por déficit de 
p e s o e / o u a l t u r a , s ã o m e n o s 
diagnosticadas e valorizadas.
P a r a c a d a d e s n u t r i d o g r a v e , 
diagnosticado pela presença de variadas 
manifestações clínicas, há dezenas de 
“magrinhos" e “baixinhos”, que passam 
imperceptíveis aos olhos dos profissionais 
de saúde, e que são igualmente 
susceptíveis aos agravos da doença.
‣ Diminuição do peso é uma das 
respostas iniciais à carência proteico-
energética.
‣ Desencadeia respostas adaptativas 
com alterações no metabolismo
‣ Seguem-se a desaceleração do 
crescimento, as alterações hormonais, 
e n z i m á t i c a s e d a r e s p o s t a 
imunológica.
SITUAÇÕES DE RISCO 
• Privação socioeconômica
• Desnutrição materna
• Desmame precoce
• Baixo peso ao nascer
• Gemelaridade
• Internações hospitalares repetidas
• Outros casos de desnutrição na família
• Irmão falecido antes dos 5 anos de 
idade
• Episódios repetidos de diarréia nos 
primeiros meses de vida
• Ganho de peso inferior a 500g por mês 
no primeiro trimestre
• Ganho de peso inferior a 250g por mês 
no segundo trimestre
• Baixa escolaridade materna
• Fraco vínculo mãe-filho
• História de maus-tratos na família.
IDENTIFICAÇÃO / CLASSIFICAÇÃO 
1. Há desnutrição?
2. Como classificar a desnutrição em 
relação à gravidade?
3. Como classificar desnutrição em 
relação à etiopatogenia?
INDICADORES 
• Peso para Idade (P/I)
• Altura para Idade (A/I)
• Peso para Altura (P/A)
Desnutrido atual / agudo: 
Comprometimento do peso, porém 
estatura normal
Este dado ind ica a presença de 
deficiência nutricional recente, uma vez 
que não houve alteração na estatura da 
criança.
Classificação da desnutrição de acordo 
com o índice peso/idade. Inclinação da 
curva de peso e sinais clínicos. 
• Peso para idade entre percentil 10 e 3: a 
criança é normal ou está em situação de 
risco para desnutrição.
• Peso para idade entre o percentil 3 e 
0,1: desnutrição moderada (peso baixo 
para a idade)
• Peso para a idade menor que o percentil 
0,1 e/ou sinais de emagrecimento 
acentuado e/ou edema em ambos os 
pés: desnutrição grave (peso muito 
baixo para a idade)
• Diminuição da inclinação da curva de 
peso para a idade: ganho de peso 
insuficiente - processo de desnutrição 
em andamento.
• C u r v a h o r i z o n t a l i z a d a : p e s o 
estacionário, sinal de perigo
• Curva descendente: perda de peso, 
sinal de grande perigo.
Desnutrido Pregresso: 
Apresenta comprometimento da estatura, 
mas possui atualmente o peso adequado 
para a estatura.
Este dado indica que a criança foi 
desnutrida, mas recuperou sua estatura.
Em saúde pública essa classificação 
reflete a presença de desnutrição 
intrauterina ou presença de desnutrição 
crônica.
Desnutrido Crônico ou Evolutivo: 
Apresenta baixo peso e estatura
Estes dados indicam que a criança 
apresenta características da desnutrição 
pregressa e crônica.
ETIOPATOGENIA 
Desnutrição Primária: diminuição da 
oferta de alimentos
Causada pela ingestão inadequada de 
nutrientes.
• Marasmo
• Kwashiokor
Marasmo 
• Restrição crônica e severa de calorias 
globais
• Perda de gordura e massa muscular
• Hipotrofia severa
• Face simiesca
• Deficiência de micronutrientes (Vitamina 
A e D)
‣ Diarreia
‣ Infecção respiratória
‣ Parasitoses
‣ Tuberculose
‣ Mais ansioso do que apático.
Kwashiokor 
• Acentuada limitação na ingestão de 
PROTEÍNAS
• Retardo no crescimento
• Edema depressível
• “Face de lua”
• Hepatomegalia
• Alterações mentais e do humor
✤ Lesões de cabelo: despigmentações
✤ L e s õ e s d e p e l e : d e r m a t o s e s 
descamativas
✤ Anorexia
✤ Diarréia
✤ Deficiências de micronutrientes
Desnutrição Secundária: situações em 
que a ingestão, absorção ou utilização de 
n u t r i e n t e s o c o r r e m d e m a n e i r a 
i n s a t i s f a t ó r i a , a p e s a r d e h a v e r 
disponibilidade e oferta de alimentos.
• Obst ruções mecân icas do tubo 
digestivo, estados hipercatabólicos, 
pa ras i toses in tes t ina is , défic i t s 
enzimáticos ou alterações psíquicas.
Desnutrição Mista: decorrente da ação 
concomitante dos dois processos, uma 
vez que a desnutrição primária acaba por 
desencadear uma série de alterações que 
impedem a ingestão e o aproveitamento 
do pouco alimento disponível, com o 
estabelecimento de um círculo vicioso e 
comprometimento progressivo da saúde 
do indivíduo.
PONTOS IMPORTANTES NA 
INVESTIGAÇÃO DA DESNUTRIÇÃO 
INFANTIL 
• Verificar a presença de situações de 
risco para desnutrição
• Pesar e medir a criança
• Investigar a dieta
Nos lactentes, é importante verificar:
• Aleitamento materno - se mama e como 
mama
• Desmame - época da introdução de 
outros alimentos, inclusive de água, 
chás ou sucos que possam estar 
substituindo o leite
• Uso de leite de vaca ou de outro leite - 
frequência, volume, diluição, acréscimos 
de farinha e açúcar, origem do leite e 
tempo de fervura
• Uso de alimentos sólidos - composição, 
frequência, volume e diluição das 
refeições
• Uso de carne e ovo
• Uso de alimentos industrializados, 
substituição de frutas por sucos 
artificiais
• Uso de polivitamínicos e sais de ferro
• Quem cuida da criança, quem é o 
responsável pelo preparo dos alimentos
Nos pré escolares, é importante verificar:
• Composição, volume e frequência das 
refeições 
• Uso de proteína (carne, ovo, leite, soja, 
feijão)
• Uso de frutas, legumes e verduras
• Uso de alimentos muito diluídos como 
sopas e caldos
• Substituição das refeições por alimentos 
sem valor nutricional como chá, café, 
sucos artificiais ou outros
• Quem cuida da criança, quem é o 
responsável pelo preparo dos alimentos
Investigar história, sinais e sintomas 
procurando excluir outras doenças:
• Episódios repetidos de pneumonia
• Tosse crônica
• Asma de difícil controle
• História familiar de tuberculose
• Palidez
• Vômitos frequentes
• Diarreia crônica
• Febre persistente
• História de infecção urinária
• Internações hospitalares
• Mãe HIV positivo
Pedir exames complementares, se a 
criança apresenta sinais ou sintomas de 
outras doenças associadas, tais como 
anemia, parasitoses intestinais, infecção 
urinária e outras infecções:
• Hemograma completo
• Exame de urina
• Parasitológico de fezes
• Glicemia
Podem ser úteis para o diagnóstico de 
doenças concomitantes. Outros exames 
deverão ser solicitados de acordo as 
indicações individuais.
DIAGNÓSTICO 
Anamnese: história e exame físico
Determinação de gravidade: índice de 
massa corporal (IMC), medidas de 
albumina sérica, contagem total de 
linfócitos, linfócitos CD4+, transferrina 
sérica
As classificações antropométricas mais 
utilizadas e que se mantem ao longo do 
tempo são:
Gomez 
Classificação: crianças menores de 2 
anos
Nessa faixa etária, o peso é o parâmetro 
que tem maior velocidade de crescimento, 
variando mais em função da idade do que 
do comprimento da criança, o que o torna 
mais sensível aos agravos nutricionais, 
sendo o primeiro a modificar-se nestas 
circunstâncias.
Waterlow - 1973 
Índices de estatura/idade (E/I) e peso/
estatura (P/E)
Crianças de2 a 10 anos de idade - 
crescimento mais lento e constante
Agravos nutricionais serão melhor 
avaliados pela relação E/I, seguida de P/E.
OMS 
Colocar na curva da OMS de crescimento 
para a idade e jogar na tabela de 
classificação de desnutrição segundo a 
OMS.
Desnutrição Proteico Energética leve: 
falência do crescimento (peso - altura)
Desnutrição Proteico Energética grave: 
Kwashiorkor e Marasmo
TRATAMENTO 
Fase I 
Tratar ou prevenir hipogl icemia e 
hipotermia (gl icemia < 54mg/dl e 
temperatura axilar < 35ºC)
Tratar ou prevenir desidratação / choque e 
restaurar o equilíbrio eletrolítico
SRO - 1 pacote / 2L água + 50g sacarose.
Fase I e II 
Tratamento inicial:
Começar a alimentar a criança com 
restrição de proteínas, gordura e sódio, 
além de ricos em carboidratos, potássio e 
magnésio em pequenos volumes e 
frequentemente.
Proteínas de alto valor biológico: 1 a 2g/
kg/dia
Calorias: 80 a 100 cal/kg/dia
Alimentação por SNG se necessário
Tratar infecção 
Identificar e tratar outros problemas, 
incluindo deficiência de vitaminas, anemia 
severa, ICC, dermatoses.
Fase II 
Aumentar a alimentação para recuperar o 
peso perdido (crescimento rápido)
Calorias: 150-200 cal/kg/dia
Proteínas: 3-4 g/kg/dia
Estimular o desenvolvimento emocional e 
sensorial
JALEKO 
INTRODUÇÃO À DESNUTRIÇÃO 
INFANTIL 
Desnutrição: engloba os dois extremos - a 
subnutrição quanto o sobrepeso.
SUBNUTRIÇÃO 
Primeiros 1.000 dias
Inicia na vida intraútero e se manifesta 
pelo baixo peso ao nascer
Causas principais:
• Prematuridade - países ricos
• Restrição do crescimento fetal - países 
pobres
A subnutrição tem diversos efeitos na vida 
da criança podendo afetar:
• Saúde
• Desenvolvimento cerebral
• Inteligencia
• Aprendizado
• Produtividade
Classificação
• Primária: carência de alimentos
• Secundárias: proveniente de algumas 
doenças que aumentam a necessidade 
energética proteica do organismo. 
Como cardiopatias congênitas, e 
pneumopatias.
Deficiência de micronutrientes 
• Vitamina A
• Iodo
• Ferro
• Zinco
Vitamina A 
Deficiencia por baixa de ingesta, levando 
a xeroftalmia.
No quadro subc l ín ico é poss íve l 
diagnost icar com ret inol em uma 
concentração < 0,70 µmol/L
A hipovitaminose da Vit. A é a principal 
causa de cegueira evitável na infância.
Iodo 
A deficiência dele está associado a perda 
fetal e a danos permanentes no SNC na 
gestação.
E no pós natal, está envolvido no 
comprometimento mental dessas crianças 
e no crescimento das mesmas.
A deficiência de iodo é a principal causa 
de retardo mental previsível na infância
Ferro 
A deficiência dele pode levar a uma 
anemia ferropriva, a principal anemia da 
infância.
Essa deficiência ocorre por baixa ingesta 
ou por absorção prejudicada por doenças 
e infestações parasitárias
As mulheres são grupo de risco para a 
anemia ferropriva, principalmente por 
conta do período menstrual e a perda de 
sangue mensal e também pela gestação 
que exige uma maior quantidade de ferro
Zinco 
A deficiência do zinco está associada a 
um aumento da mor ta l idade por 
infecções, principalmente por diarreias e 
pneumonias
E sua deficiência também está associada 
a uma redução do crescimento linear.
FISIOPATOLOGIA E QUADRO CLÍNICO 
• Ingestão insuficiente
• Leva a mudanças fisio lógicas e 
metabólicas
• Com o objetivo de tentar conservar 
energia
-> Adaptação redutiva
• Redução da atividade física e do 
crescimento
• Redução do metabolismo basal
• Redução da resposta inflamatória e 
imune
Essas reduções tem consequências 
diferentes em cada órgão.
FÍGADO 
Essa redução vai causar um quadro de 
hipoglicemia, além disso ocorrerá uma 
redução na produção de proteínas 
(albumina, transferrina e outras)
RIM 
A redução da taxa de filtração renal vai 
cursar com a redução da capacidade de 
excretar líquidos e Na.
CORAÇÃO 
Também vai ocorrer uma redução de 
função, acompanhada de bradicardia e 
redução do débito cardíaco.
TGI 
Redução da produção de ácido gástrico e 
enzimas digestivas e, também, uma 
redução da motilidade do TGI. Levando a 
uma pior absorção e digestão dos 
alimentos.
Além disso essa redução de motilidade 
pode causar uma translocação bacteriana 
no intestino dessas crianças.
SISTEMA IMUNE 
Redução de função, principalmente com a 
queda da imunidade celular. Crianças 
muito propícias a terem infecções graves.
Com a redução da resposta imune / 
inflamatória, pode ocorrer infecções 
graves mesmo na ausência de sintomas.
SISTEMA HEMATOLÓGICA 
O c o r r e u m a r e d u ç ã o d a m a s s a 
eritrocitária e com isso vai ocorrer uma 
l i b e r a ç ã o d e F e , q u e d e v e s e r 
transformado em ferritina, o que leva ao 
gasto de glicose e aminoácidos, que pode 
contribuir com o risco de hipoglicemia e 
distúrbios de aminoácido.
O F e l i v r e p o d e c a u s a r u m a 
hiperproliferação bacteriana
METABOLISMO 
Redução de função, gerando uma 
diminuição da produção de correr, 
levando a um risco de hipotermia nessas 
crianças.
ELETRÓLITOS 
Disfunção da bomba Na/K, levando a um 
acúmulo de sódio no meio intracelular 
(hiponatremia plasmática). 
Além disso, a perda de músculo vai levar 
a uma redução de potássio (K) e 
magnésio nessas crianças.
MICRONUTRIENTE 
Deficiência de micronutrientes vai levar a 
redução da capacidade de eliminar 
radicais livres.
DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO 
PROTEICA (DEP) 
Formas clínicas:
• Marasmo
• Kwashiorkor
• Kwashiorkor marasmático (misto)
MARASMO 
Forma de desnutrição não edematosa, a 
criança não apresenta edema. 
Ela classicamente é descrita por uma 
forma de desnutrição que apresenta um 
déficit global de nutrientes, ou seja, falta 
energia e proteína. 
É possível perceber pele frouxa, enrugada 
por perda de tecido subcutâneo. 
Evidenciado nas pernas, coxas, braços, 
costelas.
A face pode não se r acomet ida 
inicialmente, mas com o tempo ocorre a 
perda das bolas gorduras de Bichat 
(bochechas), levando a um aspecto de 
fase senil de idoso. Também, pode 
apresentar olhos fundos por perda da 
gordura retroorbital. 
Essas cr ianças podem apresentar 
distensão abdominal, por conta da 
m u s c u l a t u r a a b d o m i n a l e s t a r 
enf raquecida e associada com a 
proliferação bacteriana intestinal, acaba 
produzindo muitos gases e, com isso, 
ocorre a distensão abdominal.
Essas crianças em geral são irritadas, e 
famintas. Costumam apresentar grande 
irritação.
KWASHIORKOR 
D e s n u t r i ç ã o e d e m a t o s a , c r i a n ç a 
apresenta edema.
Classicamente descrita com deficiência 
de proteína. A cr iança apresenta 
desnutrição proteica e não calórica e por 
isso cursaria por edema.
Porém, já é sabido que não é apenas a 
baixa de proteína que causa esse edema, 
existem outros fatores que contribuem 
para o mesmo, como por exemplo, a 
exacerbação do estresse oxidativo que 
ocorrer nessas crianças, que vai levar a 
um aumento da permeabilidade vascular e 
assim contribuindo com o edema.
Edema geralmente começa pelo membro 
inferior (pé). Mas em alguns casos pode 
ocor rer de forma genera l i zada e 
rapidamente.
A pele é bri lhante, marcada com 
presenças de dermatite e alterações de 
pigmentação da pele e cabelos.
Essa alteração da pigmentação pode 
ocorrer em faixas, definido como sinal da 
bandeira.
Essas crianças também podem ter 
distensão abdominal, principalmente pela 
presença de hepatomegalia, associada a 
esteatose hepática.
O comportamento dessas crianças 
costumam ser de apatia, não querem 
comer, não reagem.
KWASHIORKOR MARASMÁTICO 
Q u a n d o a c r i a n ç a a p r e s e n t a 
características dos dois tipos clínicos.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Graus de gravidade, dependem de alguns 
fatores individuais:
• Duração da inadequação 
• Alimentos consumidos - falta algum 
a l imen to espec í fico , ou é uma 
deficiência global.
• Necessidade individual
• Infecções coexistentes - criança 
desnutrida tem maior risco de adquirir 
infecções, uma vez infectada, a criança 
piora o quadro de desnutrição, 
formando um ciclo vicioso.
Face:
• Fácies lunar - caracter íst ica do 
Kwashiorkor
• Fácies senil - característica do marasmo
Olhos:
• Secos
• Fundos
• Manchas de Bitot - característica da 
hipovitaminose A
• E d e m a p e r i o r b i t a l - c a s o s d a 
desnutrição edematosa (Kwashiorkor)
Boca:
• Queilite / Glossite - evidenciando a 
h i p o v i t a m i n o s e e f a l t a d e 
micronutrientes
• Gengivas esponjosas - típicas da 
hipovitaminose C
• Dentes - alterações na esmaltação e 
atraso global na dentição dessas 
crianças
Cabelo:
• Esparso
• Quebradiço
• A l t e r a ç ã o d e p i g m e n t a ç ã o - 
Kwashiorkor (sinal da bandeira)
Pele:
• Frouxa / enrugada - Marasmo
• Brilhante / edemaciara - Kwashiorkor
• Dermatites - Kwashiokor
• A l t e r a ç ã o d e p i g m e n t a ç ã o - 
Kwashiorkor
Musculatura:
• Perda de massa muscular importante, 
evidenciada em nádegas e coxas.
Esquelético:
• D e f o r m i d a d e s , p r i n c i p a l m e n t e 
associada a falta de cálcio, vitamina D e 
C
Abdome:
• Distensão - infecções / gases
• Hepatomegalia com esteatose
• Ascite em crianças que apresentam 
quadro com edema
Cardiovascular:
• Bradicardia
• Redução de débito cardíaco
• Vasculopatia de pequenos vasos
Neurológico:
• Atraso global do desenvolvimento
• Perda dos reflexos - principalmente 
joelhos e tornozelos.
Hematológico:
• Palidez
• Petéquias
• Hemorragias
Comportamento:
• Letárgica / Apática - Kwashiorkor
• Irritada - Marasmo
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
Avaliado pela antropometria. Utilizar as 
curvas da OMS.
Gráfico de altura para a idade: mostra se 
há uma pa rada do c resc imento . 
Evidenciando se a criança sofre ou sofreu 
uma desnutrição crônica.
Esse gráfico também é útil para avaliar a 
situação nutricional das populações.
 Outro gráfico que podemos utilizar é o 
gráfico de peso para a estatura, que 
mostra
• Definhamento
• Desnutrição aguda
Gráfico de peso para a idade foi utilizado 
por muito tempo por ser uma ferramenta 
mais fácil de utilizar.
• Índice mais comumente utilizado
• Significado clínico limitado, pois não 
consegue fazer diagnóstico diferencial 
entre desnutrição aguda e crônica.
Circunferência braquial: ferramenta de 
triagem, principalmente em emergências 
humanitárias.
Não precisa plotar em gráficos, com o 
valor encontrado já é possível avaliar se a 
criança tem algum grau de desnutrição ou 
não.
Gráfico de Índice de Massa Corporal - 
Ferramente de triagem
IMC = Peso (kg) / Altura (m2)
Nas crianças, o IMC não tem um valor fixo 
como nos adultos, tem que plotar no 
gráfico e avaliar o escore Z da criança.
Se a criança estiver acima do Z-score + 2 
= obesidade
Se a criança estiver entre o Z-score +1 e 
+2 = sobrepeso
Se a criança estiver abaixo do Z-scores -2 
= magreza
De acordo com os dados antropométricos 
colhidos, podemos utilizar algumas 
classificações para tentar caracterizar 
melhor a desnutrição.
CLASSIFICAÇÃO DE GOMEZ 
Peso para a idade
Peso / Peso ideal para a idade
90-75% - Grau 1: Leve
75-60% - Grau 2: moderado
<60% - Grau 3: grave
Exemplo: 
Menino, 4 meses - 5kg
Peso ideal para a idade = 7kg
Portanto: 5/7 = 0,71
Logo, Grau 2 - Moderado.
CLASSIFICAÇÃO DE WATERLOW 
• Peso para Estatura
• Estatura para Idade 
P e s o p a r a e s t a t u r a a v a l i a o 
emagrecimento dessa criança:
• 90 - 80% = Emagrecimento leve
• < 70% = Emagrecimento grave
Também é possível calcular verificando 
estatura para a idade:
• 95-90% = Nanismo leve
• 90-85% = Nanismo moderado
• < 85% = Nanismo grave
CLASSIFICAÇÃO DA OMS 
Leva em consideração o peso para 
estatura e a estatura para a idade.
Nessa classificação, temos a opção de 
utilizar a medida de circunferência 
braquial.
Peso para estatura 
• -2 a -3 DP = Emagrecimento moderado
• < -3 DP = Emagrecimento grave
Não precisa comparar com o gráfico ideal, 
simplesmente plotar os dados no gráfico 
já é suficiente para avaliação
Estatura para a idade 
• < -2 a > -3 DP = Nanismo moderado
• < -3 DP = Nanismo grave
Da mesma forma, apenas plotar os dados 
no gráfico e ver em qual classificação a 
criança se encontra.
Circunferência braquial 
• 115 - 125mm = Emagrecimento 
moderado
• < 115mm - Emagrecimento grave
Essa medida só pode ser utilizada na faixa 
etária de 6 a 59 meses.
Tanto na classificação de Waterlow, 
quando da OMS, deve-se comparar o 
peso para estatura e estatura para idade 
para conseguir classificar essa criança:
Desnutrição Aguda = Peso baixo / Altura 
normal
Desnutrição crônica = Peso baixo / Altura 
baixa
Desnutrição pregressa = Peso normal / 
Altura baixa
TRATAMENTO 
O tratamento da desnutrição é dividido 
em 3 fases:
• Estabilização - objetivo de reparar a 
homeostase da criança e prevenir a 
morte imediata. 
• Reabilitação - objetivo de restaurar o 
tecido, conseguir um crescimento de 
recuperação
• Acompanhamento - fase ambulatorial, 
após a alta.
Medidas iniciais adotadas no D1, assim 
que a criança chega (Estabilização)
• Preven i r e t r a ta r h ipog l i cem ia , 
hipotermia e desidratação
• Começar a corrigir distúrbio eletrolítico.
• Começar o tratamento de infecções 
• Corrigir deficiência de micronutrientes 
sem o ferro nessa etapa
• Iniciar alimentação
• Estimulação emocional / física
FASE DE ESTABILIZAÇÃO 
HIPOGLICEMIA 
Prevenção deve ser adotada para todas 
as crianças independente de sintomas.
1. Alimentar imediatamente
2. Dieta 3/3h
3. Não atrasar dietas
4. Manter aquecido
5. Tratar infecções 
Hipoglicemia: 
Glicemia < 54mg/dl
Tratamento
Consciente: 
1. SG 10% (50ml) OU Uma colher de chá 
de açúcar via oral
2. Dieta de 2/2h
Inconsciente:
1. Fazer 5ml/kg SG 10% IV
2. Dieta 2/2h
Criança com desnutrição pode não fazer 
quadros de hipoglicemia como sudorese, 
por isso devemos sempre dosar para 
acompanhar a glicemia.
HIPOTERMIA 
Axilar < 35ºC
Retal < 35,5ºC (mais precisa)
Prevenção - deve ser adotada para todas 
as crianças, independente se apresentar 
ou não hipotermia.
1. Agasalhar
2. Manter quarto quente
3. Trocar roupa molhada
4. Não dar banho
5. Alimentar
6. Tratar infecção 
Tratamento 
1. Método canguru
2. Cobertor aquecido
3. Aquecedor
4. Monitorar de 1/1h até temperatura 
retal chegar a 36,5ºC
DESIDRATAÇÃO 
Devemos prevenir a desidratação em 
todas as crianças, através da reposição 
da perda fecal.
Depois de todo episodio diarreico, 
oferecer terapia de reidratação - ReSoMal 
(específica para crianças desnutridas)
Tratamento 
• 5 ml/kg 30 em 30 min - primeiras 2h
• 5 - 10 ml/kg 2 em 2h - próximas 10h
Fazer preferencialmente por via oral, 
intravenosa apenas em caso de choque e 
com muito cuidado.
Realizar monitoração horária, para sempre 
verificar sinais de sobrecarga:
1. Aumento da FC (25bpm)
2. Aumento da FR (5 irpm)
3. Aumento do edema
4. Ingurgitamento jugular
Manter hidratação, até conseguir observar 
os sinais de hidratação
1. Criança menos sedenta
2. Urina clara abundante
3. Sinal da prega desaparece mais 
rapidamente
4. Olhos menos fundos com presença de 
lágrimas
5. Boca molhada
6. Melhora da FC e FR
ELETRÓLITOS 
Começar a reposição logo no D1. 
Indicada reposição de potássio e 
magnésio.
K: 3-4 mmol/kg/dia - VO
Mg: 0,4 - 0,6 mmol/kg/dia - VO
Sódio não é indicado para ser reposto.
INFECÇÕES 
Tr a t a r T O D A S a s c r i a n ç a s c o m 
desnutrição, mesmo que não tenha 
nenhum sinal de infecção.
Sem complicação:
• Amoxicilina VO - 5dias
Com complicação:
• Gentamicina - 7 dias - via parenteral
• Ampicilina - 2 dias - via parenteral
• Depois dos 2 dias, introduz amoxicilina 
por 5 dias VO e retira a ampicilina.
MICRONUTRIENTES 
Vitamina A:
< 6 meses: 50.000 UI
6 - 12 meses: 100.000 UI
> 1 ano: 200.000 UI
Se a criança apresentar algum sintoma 
sugestivo de hipovitaminose A, com 
alteração ocular, fazer tratamento 
completo da hipovitaminose A. Além 
dessa dose no D1, receber também no D2 
e depois, no D14,fechando o tratamento.
Ácido Fólico:
D1: 5mg/dia e depois 1mg/dia
Zinco:
2mg /kg /dia
Cobre:
0,3 mg/kg/dia
Ferro: não entra na fase inicial. Só 
suplementa ele na fase de recuperação.
ALIMENTAÇÃO INICIAL 
Objetivo
Fornecer energia suficiente para a criança 
manter processos fisiológicos. Para 
conseguir manter a criança viva.
A via indicada, preferencialmente, será 
sempre a oral.
A duração costuma depender da criança, 
de forma geral, 3 dias.
Volume: 120-140 ml/kg/dia
Taxa calórica: 100 kcal/kg/dia
Proteína: 1-1,5 g/kg/dia
Durante a alimentação inicial, sempre 
monitorar a ingesta da criança e para isso, 
devemos realizar gráficos de ingestão. 
Sempre anotar o quanto a criança aceitou 
da dieta, se aceitou inteira ou se deixou 
alguma sobra e quanto sobrou.
Se for comum a deixa de sobras, tentar 
estimular a criança a comer o que deixou 
ou oferecer depois. Se mesmo assim, a 
aceitação da criança for < 80% por VO, é 
indicação de passagem de sonda.
Monitorar ganho ponderal, deve ser 
pesada todos os dias e plotar no gráfico.
Quando ocorre a melhora do edema e o 
retorno do apetite, passamos para a fase 
de reabilitação.
FASE DE REABILITAÇÃO 
Objetivo de recuperar ganho ponderal da 
criança.
ALIMENTAÇÃO INTENSIVA 
Transição da fórmula F75 para F100, 
realizada da seguinte forma:
Inicialmente pega o mesmo volume de 
F75 e passa dar na fórmula de F100. Nas 
próximas dietas, vai aumentando de 10 
em 10ml até a criança começar a deixar 
sobras, o que geralmente ocorre em torno 
de 200ml/kg/dia.
Taxa calórica: 150 - 220 kcal/kg/dia
Proteína: 4-6g/kg/dia
Objetivo: ganho ponderal de 10g/kg/dia
ESTIMULAÇÃO EMOCIONAL / FÍSICA 
Crianças com desnutrição tem um atraso 
no desenvolvimento e precisam ser 
estimuladas
PREPARAÇÃO PARA ALTA 
Quando ver que o paciente está 
recuperando dentro do esperado, 
começar a preparar a família para alta.
CONSEQUÊNCIAS DA DESNUTRIÇÃO 
1. Morte prematura
2. Infecções
3. Desnutrição materna
4. Doença crônica em adultos - HAS, 
DM, AVE
5. Alteração no desenvolvimento
6. Consequência econômicas
SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO 
Pode ocorrer durante o tratamento da 
desnutrição. Ocorre quando a criança 
passa por uma alimentação excessiva, 
esse paciente não aguenta receber uma 
quantidade excessiva de alimentos e 
nutrientes repentina, pois o corpo se 
adaptou com o pouco.
Se seguir os passos conforme as 
or ientações, raramente a cr iança 
desenvolve a síndrome.
Caracterizada pela alta ingestão de 
carboidratos que consequentemente 
aumenta a insulina sérica, que acaba 
causando disfunções eletrolíticas na 
c r i a n ç a s c o m o a h i p o c a l e m i a , 
hipomagnesemia e hipofosfatemia
Manifestações clínicas
• Cardíacas - hipotensão, arritmias
• Respiratórias - dispneia, disfunção do 
diafragma
• Gastrointestinais
• Musculares - rabdomiolise, necrose 
muscular
• Hematológicas
• Neurológicas

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