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Química Orgânica I Profa. Dra. Alceni Augusta Werle Profa. Dra. Tania Márcia do Sacramento Melo Adição Eletrofilica a C=C Aula nº 12 1- Introdução Elétrons de OM p (HOMO) de ligações C-C reagem com eletrófilos levando a formação dos mais diversos derivados. Eletrófilos mais frequentes • HY (HX; H2O; HOR; H2SO4); • HgCl2 ou Hg(OAc)2 - oximercuriação/ desmercuriação; • X2 (X-X) e competições com outros nucleófilos • BH3 - hidroboração/oxidação/hidrólise; • Perácidos, ozônio; KMnO4; OsO4 - Oxidações parciais de olefinas (epoxidação; hidroxilações) e clivagens oxidativas. C O O H O O O O R Tipos de mecanismos possíveis Forma de participação do eletrófilo E Y E + Y Molecular Ionizado + E E Y E Y + E Y E Y E Y 1) 2) + Y E Y E +E Y + E Y E Y 3) 4) E Y E Y E Y + E Y+ Orientação das reações de adição • Regra de Markovnikov - Nas reações de adição o eletrófilo se adiciona ao carbono sp2 que leva a formação do carbocátion de maior estabilidade. 2- Casos específicos Adição de ácidos halogenados (HCl e HBr) Somente um produto? Proposta mecanistica HBr Br Br HBr A- B- Etapa 1 A- Etapa 1 B- ou + + + + ou H Br H Br Br+ Br+ H H H H Etapa 2 A- Etapa 2 B- + + Br+ Br+ Br Br Diagrama de energia Justificativa V = k [alqueno] [ HBr] A etapa de formação do carbocátion é determinante para a velocidade da reação. Reação A Reação B Qual das duas reações apresentará maior velocidade? Qual a justificativa? Regioquímica das reações de Adição Qual produto é formado preferencialmente? Propostas mecanísticas Este produto não é formado. Por que? H C CH2 CH2CH3 H Cl C CH2 CH2CH3 H H Cl C CH2 CH2CH3 H H Cl + + * Composto quiral H C CH2 CH2CH3 C CH2 CH2CH3 H H Cl Cl H C CH2 CH2CH3 H H Cl + + enantiômero C CH2 CH2CH3 H H ClHH C CH2 CH2CH3 H Cl C C H2 CH2CH3 H H Cl + A regioquímica é definida pelo mecanismo e pela estabilidade do intermediário. C CH2 CH2CH3 H H C CH2 CH2CH3 H H Quem é o mais estável? Discuta um perfil energético Porque formam-se enantiômeros? Adição de água • H2O eletrófilo fraco, por isso esta adição deve ser catalisada por ácido para produzir o íon hidrônio no meio reacional (pka = - 1,7) H O+ H OH H2SO4 H2O + H2SO4 H3O + HSO4 V = k [2-metil-propeno] [ H3O +] O+ H H O H O+ H H H H H H S O O OHO H O H H O H H O H + H2SO4+ H3O (LENTA) (RÁPIDA) Adição de ácido sulfúrico Proposta mecanistica V = k [2-metil-propeno] [ H2SO4] + OSO3H S O OHO O H H + H H O + SO3H (LENTA) (RÁPIDA) S O OHO O H S O OHO O Adição de álcool catalisada por ácido H O+ CH3 OCH3 H2SO4 Proposta mecanistica O+ H H O H O+ CH3 H CH3 H H3C H S O O OHO H3C O H H O CH3 H O CH3 + H2SO4 + H3O (LENTA) (RÁPIDA) Adição de eletrófilos ácidos ou catalise ácida – POSSÍVEIS PROBLEMAS C CH3 H3C CH3 CH CH2 H Cl+ C CH3 H3C CH3 CH CH3 C CH3 H3C CH3 CH CH3 Cl C CH3 H3C CH CH2 CH3 C CH3 H3C CH CH3 CH3Cl Maior rendimento Menor rendimento Cl+ Cl+ Carbocátion mais estável C CH3 H3C H CH CH2 H Br+ C CH3 H3C H CH CH3 C CH3 H3C H CH CH3 Br C CH3 H3C CH CH2 H C CH3 H3C CH CH3 HBr Maior rendimento Menor rendimento Br+ Br+ Carbocátion mais estável CH3 CH CH2 H3C OH CH3 H2O/H2SO4 Como explicar este caso? Sugestão: apresente proposta mecanistica para identificar o que ocorre Os rearranjos de carbocátions limitam a aplicação das hidratações de certos alcenos catalisadas por ácidos. Qual a solução? Reações de Oximercuriação/Demercuriação C CH3 H3C H CH CH2 C CH3 H3C H CH CH3 OH 94 % 1) Hg(OAc)2/THF 2) NaBH4, HO - C CH3 H3C H CH CH2 + C CH3 H3C H CH CH3 OH C CH3 H3C CH CH3 HOH Maior rendimento Menor rendimento + H2O H+ Mecanismo da oximercuriação C CH3 H3C H CH CH2 Hg O O C O CH3C O H3C C CH3 H3C H CH CH2 Hg O O C O CH3 + O H H C CH3 H3C H CH CH2 Hg OAc O H H O C OH CH3 C CH3 H3C H CH CH2 OAc OH Hg O C O CH3 + C O CH3 Por que do ataque neste carbono? 1) C CH3 H3C H CH2 CH2 Hg O O C O CH3 H H C CH3 H3C H CH CH2 Hg O O C O CH3 H H Qual é o ET mais estável? 2) O mecanismo da reação é complicado envolvendo hidretos de mercúrio e espécies radicalares. Por isso, o passo de redução não é estereospecífico. Com isso o processo total de mercuriação / desmercuriação é uma transformação não estereospecífica, mas altamente regiosseletiva. Desmercuriação por Redução C CH3 H3C H CH CH2 OAc OH Hg NaBH4 C CH3 H3C H CH CH2 OH H + Hg + O C O CH3 Adição de halogênios (Br2 ou Cl2) à alcenos em solventes não nucleofílicos Proposta mecanística Ion bromônio A adição do nucleófilo é anti e seletiva CH CH2 Br Br H3C X H2C CH2 H2C CH2 Br + Br2 Br CCl4 O produto de adição de iodo, o di-iodoalcano, é instável, sofrendo fácil eliminação de I2 para o alceno. A adição de flúor é dificultada porque a reação é bastante exotérmica (difícil controle). Br BrH2C CH2 + H2C CH2 Br Br+ H2C CH2 Br Br Adição é exclusivamente anti Evidência experimental da formação do íon bromônio H3C CH3 + Br2 CCl4 H Br BrBrBr H HH + 100% (+) NÃO É FORMADO Br Br Br Br Br Br Br Br Mecanismo Íon bromônio (clorônio) versus carbocátion “aberto” Br Br HC CH2 + CH2 CH2 Br CH2 CH2 Br Por que o íon bromônio é mais estável? Estereoquímica da Adição de Bromo ou Cloro Adição anti Br Br + Br2 d d Br + Br a b a b Br Br Br Br Br Br CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 Br Br Br Br CH3 adição anti CH3 Br Br (a,a) (a,a) (e,e) (e,e) Adição de halogênios à alcenos em solventes com caráter nucleofílicos CH CH2 CH CH2 OH + Br2 Br H2O H3C H3C + CH CH2 Br Br H3C Porque se forma este regioisômero e não o outro possível? CH CH2 Br Br + O H H H3C CH CH2 O Br H3C HH O H H BrH O H H H Br CH CH2 O Br H3C H CH CH2 CH CH2 OCH3 + Br2 Br CH3OH H3C H3C + CH CH2 Br Br H3C Porque se forma este regioisômero e não o outro possível? Notar que a unidade eletrofílica fica no carbono menos substituído do sistema p . CH CH2 Br Br + O H CH3 H3C CH CH2 O Br H3C CH3H O H CH3 BrH O H CH3 H Br CH CH2 O Br H3C CH3 CH CH2 Br H3C X O H H CH CH2 Br H3C X O H CH3 Velocidade Relativa da Reação de Alquenos 31 Velocidades relativas da bromação: A nucleofilicidade dos alquenos apresentados é equivalente? Adição de Água por Hidroboração – Oxidação H O+ H OH H2SO4 1) BH3/THF 2) HO-, H2O2, H2O OH Como Se justificam as diferenças nos produtos? Estudando o BH3 B H HH B H H H H B H H Diborano Borano Sítio eletrofílico Sítio nucleofílico Como garantir a forma monomérica no meio reacional? B H HH + O B H O H H Mecanismo B H HH H B H H B H H H Adição SIN concertada com regioquímica Monoalquilborano Mais dois hidrogênios nucleofilicos Utiliza-se uma relação molar 1:3 do borano/alqueno B R RRB H H H Monoalquilborano = R Trialquilborano 2 x alqueno + BH3 BH2 BH2 + BH BH + B Mecanismo da Oxidação: Substituição do Boro por OH H2O2 + HO + H2OHO O B OHO+ B O OH B O rearranjo + HO A oxidação ocorre mais duas vezes B O O O B O O O HO B O O O OH B O O O O +H B O O O O + H Repete mais duas vezes Hidrólise OH 3 + B O O O Resultado final Estereoquímica da Hidroboração - Oxidação CH3 + BH3 Adição sin CH3 H H BH2 + enantiômero CH3 H H BH2 H2O2, HO CH3 H H OH retenção de configuração+ enantiômero Hidroboração Oxidação 3- Oxidações parciais de olefinas (epoxidação; hidroxilações) e clivagens oxidativas. • Reações de epoxidação: são normalmente realizadas com perácidos. O mais usado é o m-CPBA (ácido m-cloro perbenzoico), mas também podem ser preparados a partir de haloidrinas. ClC O O O H (m-CPBA) O + ClC O HO Proposta mecanistica ClC O O O H O + ClC O HO+ Ataque concertado ClC O O O H oxigênio eletrofílico Estereospecificidade da Reação de Epoxidação (mantém a estereoquímica do alqueno utilizado) C C HH H3C CH3 C O OR O H C C HH H3C CH3 O Z-But-2-eno cis-2,3-dimetiloxirano C C CH3H H3C H C O OR O H C C CH3H H3C H O E-But-2-eno trans-2,3-dimetiloxirano Por que preparar epóxidos? • Os epóxidos são intermediários industriais importantes, pois a partir destes podemos preparar moléculas bifuncionalizadas vici. O H H H3O + O H H H O H H O H H H O H H O H H OH H H OH + H3O O H3C OH / HCl H3C O - OCH3 OH OH OCH3 Oxidação (hidroxilação) com OsO4 e KMnO4(a frio) • Estas oxidações não passam por epóxidos. • Ocorre com estereoquímica sin. • O OsO4 é muito caro e tóxico, por isso se utiliza quantidade catalítica deste oxidante e uma quantidade estequiométrica de um co-oxidante seguro e barato como o NMO (N-óxido de N-metilmorfolina). OsO4 catalitico Acetona, H2O O O Os O O O N OH3C OH OH O N CH3 + OsO4 + O O Os O O Mecanismo de formação do osmato cíclico intermediário KMnO4 HO-, H2O, frio O O Mn O- O OH OH + MnO2 H2O O O Mn O- O Mecanismo de formação do intermediário cíclico Clivagens oxidativas com ozônio. • Este método é utilizado para clivar olefinas, utilizando ozônio como agente oxidante, sob baixas temperaturas, produzindo molozonídeos com intermediários. • O ozônio pode ser obtido pela ação de uma corrente elétrica sobre um de um fluxo de oxigênio. 3 O2 2 O3 Descarga elétrica C C R H R R O OO C C RR O OO HR O O C O C R R R H Molozonídeo (Muito instável) Ozonídeo (Um pouco mais estável) CH2Cl2 -78oC • Os molozonídeos de baixo peso molecular são explosivos. • Os molozonídeos podem ser tratados por processos oxidativos ou redutivos para formar compostos carbonilados. O O C O C R R R H Zn, H2O ou (CH3)2S H2O2 C O R R O C R H + C O R R O C R OH + Processos redutivos Processos oxidativos Exemplos 4- Reações de adições radicalares a alquenos • Reação de hidrogenação catalítica H2 catalisador (Ni, Pd, Pt) HH Mecanismo: H2 H H H H Catalisador Hidrogênio adsorvido na superfície do catalisador complexo catalisador - hidrogênio - alqueno H H Inserção de hidrogênio na ligaçãop carbono-carbonoHH + Catalisador regenerado CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 H H H H X Adição anti Adição sin Não observado Orientação da adição das reações de hidrogenação • Reação de adição de HX na presença de peróxidos HBr Br Br HBr HBr HBr peroxidos peroxidos Br Br Compare! Pense a respeito dos mecanismos envolvidos Compare! Pense a respeito dos mecanismos envolvidos Formação de Radicais • Radicais são formados pela quebra homolítica de ligações relativamente fracas. • Peróxidos • Halogênios Ph C O O O C O Ph Ph C O O C O PhO 60 -80 oC G = 139 kJ mol-1 + Cl Cl Br Br I I luz (h) luz (h) luz (h) 2 Cl 2 Br 2 I G = 243 kJ mol-1 G = 192 kJ mol-1 G = 151 kJ mol-1 Mecanismo RO OR H Br luz (h) 2 OR ROHRO + Br+ 1) 2) Iniciação Br+ Br Br + BrH Br H Br + Propagação 3) 4) Estabilidade Produto planejado Br+Br Br2 Br+ Br Br Br BrBr Br Br 5) 6) 7) Possibilidades de terminação 5- Reações de adição a alcadienos Comportamento do sistemapdos alcadienos (alquenos conjugados) 3 interações ligantes 2 interações ligantes 1 interação anti-ligantes 1 interação ligantes 3 interações anti-ligantes E N E R G I A HOMO LUMO Comparação do eteno com butadieno O HOMO do alcadieno possui maior energia do que o HOMO do eteno, portanto o alcadieno é mais reativo frente a eletrófilos. O LUMO do butadieno possui maior enetgia do que o LUMO do eteno, consequentemente o butadieno é mais reativo frente a nucleófilos. Adição de Br2 a alcadienos Br Br Br Br 1 4 1 2 Br2 / calor Br2 / frio Adição 1,2 x Adição 1,4 Br Br+ Br + Br Br Br 1 2 Adição 1,2 - controle cinético Adição 1,4 – equilíbrio químico para formar o produto Br Br 1 2 Br + Br Br Br 1 4 Adição de HX a alcadienos - Reações regiosseletivas + Br HX H H + Br H Br H Br H H Leva a formação de produto cinético Leva a formação de produto termodinâmico + Br HX H H Br + BrH H Br 40 0C 20 % 80% CONTROLE TERMODINÂMICO + Br HX H H Br + BrH H Br - 80 oC 80 % 20% CONTROLE CINÉTICO Adição de HX ao 1,2-butadieno Atividades extra-classe • Para as reações abaixo apresente o(s) produto(s) e proponha mecanismo adequado para a sua formação. Para uma das reações apresente perfil energético identificando a estrutura de todos os ET e intermediário. Um estudante fez uma série de reações a partir do alqueno A conforme mostrado no esquema a seguir: • Mostre os produtos B, C, D, E e F que são formados nas condições reacionais empregadas. • Apresente as respectivas propostas mecanisticas. • Apresente a metodologia (metodologia 1) adequada para a partir do alqueno C preparar o 2-metil-1-buteno. Justifique. • Apresente a metodologia (metodologia 2) adequada para a partir do alqueno C preparar o 2-metil-2-buteno. Justifique. • Construa o perfil energético de cada reação identificando todas as espécies envolvidas. C H CHCH3 CH3 CH2 C CHCH3 CH3 CH3 C CH2H2C CH3 CH3 metodologia 1 metodologia 2 H2O/H2SO4 T ambiente HBr conc. T ambiente 1) BH3/THF 2) H2O2/NaOH Ác. Peracético Br2/CCl4 A B C D E F • Escreva o produto da adição quando o Br2 reage com cada um dos seguintes alcenos: a) 1-hexeno; b) 2-metil-pent1- eno; c) 2-metil-pen-2-teno; d) cicloexeno • Justifique mecanisticamente a seguinte resposta reacional e apresente os respectivos diagramas de energia com patamares relativos. • Escreva o mecanismo da reação do 2-metil-but-2-eno quando este reage com cada um dos seguintes reagentes: a) HBr; b) HBr + peróxido; c) HI; d)HI + peróxido; e) Hg(OAc)2, H2O seguido de NaBH4. C CH2 H3C H3C BrH3C H3C CH3Br ++ HBr
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