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1 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 embriologia genital Prof. Claudio Marcellini • GÔNADAS: - ovários • VIAS GENITAIS: - tubas uterinas - útero - vagina - vulva ou pudendo feminino SUPERIOR → tubas uterinas (ovidutos) corpo uterino INFERIOR → colo uterino (cérvix) vagina vulva O trato genital feminino superior e inferior é separado pelo óstio interno. Essa estrutura é importante porque a vagina possui muitos microrganismos, enquanto o trato superior não possui. O colo do útero possui uma série de mecanismos que não permitem que esses microrganismos ascendam da vagina para a cavidade do útero e para as tubas uterinas, já que existe essa comunicação. • MECANISMOS DO COLO DO ÚTERO: - pregas palmadas → impedem mecanicamente - muco → apresenta enzimas Durante a vida sexual ativa se adquire infecções que podem causar uma cervicite muito purulenta, como a gonorreia ou clamídia. Tem um momento no ciclo menstrual em que o mecanismo de proteção contra a ascensão se perde → na fase menstrual. Portanto, durante a fase menstrual a infecção pode ascender à cavidade uterina, podendo causar uma endometrite, salpingite (infecção das tubas) e, posteriormente, uma peritonite. Logo após o termino da menstruação, na fase proliferativa, essa mulher pode passar a apresentar sintomas. 2 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 6% dos lactentes com malformações 20% dos óbitos perinatais 10% das malformações são genitais e urinárias → 70% causa desconhecida; 20% genética hereditária e 10% de fatores ambientais. I – GENÉTICO OU CROMOSSÔMICO: As vezes em uma situação de duvida é necessário fazer o cariótipo. X e Y são os cromossomos sexuais. No braço curto do cromossomo Y tem um gene chamado SRY. Esse gene produz uma proteína chamada fator determinante testicular. Portanto, as células que possuem esse gene vão formar o testículo como gônada. O testículo produz duas substâncias: - testosterona (células de Leydig) → faz com que se desenvolva as vias seminíferas (epidídimo, ducto deferente, ducto ejaculatório). - fator de inibição mulleriana (células de Sertoli) → impede o desenvolvimento do ducto de Muller Na ausência do testículo: Não produzir o fator de inibição mulleriano, desenvolvendo via genital feminina, e não desenvolve a via seminífera, porque não vai ter testosterona. OBS: pode ter um cariótipo XY, mas com o SRY deletado, translocado ou alterado, dessa forma o homem pode ter fenótipo feminino e azoospermia (como na Síndrome de Klinefelter). Se tiver testículo e produzir testosterona, o fenótipo será masculino. Portanto, quem determina o fenótipo é a testosterona. Contudo, se apresentar um defeito no receptor de testosterona, vai apresentar fenótipo feminino. Assim como ter um defeito na enzima que transforma a testosterona na sua forma ativa, a hidrotestosterona. II – GONADAL E DUCTAL: As gônadas são determinadas pela presença ou não da testosterona, que por sua vez depende do gene SRY. III – SOMÁTICO OU FENOTÍPICO IV – CIVIL V – PSICOSOCIAL 3 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 De início, as células germinativas são diploides (XX ou XY). Quando começa a proliferação das células da granulosa forma uma cavidade chamada de antro, até chegar no folículo maduro, chegando ao meio do ciclo, onde ocorre a primeira divisão meiótica. Portanto, quando ovula, o ovulo é haploide (22X). Sofre uma segunda divisão meiótica quando ocorre a fecundação. Portanto, a mulher dá origem a apenas um óvulo. Esse óvulo é fecundado e passa a ser chamado de zigoto ou ovo. A fecundação do óvulo ocorre na ampola da tuba uterina. O zigoto é transportado até o útero, conforme caminha pela tuba até chegar na cavidade uterina vai sofrendo uma transformação. Essa célula que era única vai se dividindo e formando a mórula. Depois da mórula, quando chega na cavidade uterina, forma uma massa celular em uma extremidade e uma cavidade, passando a ser chamada de blastocisto. O blastocisto se implanta no endométrio gravídico, que se chama decídua. Começando o desenvolvimento embrionário. CAMADAS DA MASSA CELULAR INTERNA: - epiblasto - hipoblasto Quando o ovário está se formando células germinativas (oogônias) colonizam a gônada em formação. Essas células germinativas acabam sendo envolvidas por uma camada de células chamadas de células da granulosa, o que forma o folículo. Na vida intrauterina a mulher apresenta aproximadamente 7 mi de células germinativas. Quando nasce, apresenta de 1 a 2 milhões. Já na puberdade tem de 300 a 400 mil células germinativas. Portanto, há um processo de redução da quantidade de células germinativas. Durante a vida a mulher: Ovula 12 meses por ano durante 30 anos → utiliza 360 óvulos. Portanto, de 300 mil oócitos, a mulher utiliza apenas cerca de 360. 4 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 Essas duas lâminas vão formar os 3 folhetos embrionários: mesoderma, endoderma e ectoderma. Na imagem C tem-se o embrião dentro da cavidade amniótica. O mesoderma intermediário forma a crista urogenital, que dará origem ao sistema excretor do embrião e à gônada. No interior da crista urogenital há células germinativas. Portanto, a crista urogenital é formada pelo mesoderma intermediário. A crista urogenital dará origem à gônada e ao sistema excretor. O sistema excretor do embrião passa por 3 fases distintas: - pronefro (não é funcionante e dura uma semana) - mesonefro - metanefro (dará origem ao rim definitivo) O embrião tem o desenvolvimento, portanto, de 3 sistemas excretores. O desenvolvimento do sistema urinário, das glândulas suprarrenais, do sistema genital e dos canais inguinais ocorrem concomitantemente. • DESENVOLVIMENTO DAS GÔNADAS: De início as gônadas são indiferenciadas e são formadas na crista urogenital que é de origem mesodérmica. Para dentro dessa crista urogenital começam a migrar células germinativas. Algumas dessas células germinativas são XX, outras são XY. Essa fase indiferenciada está em torno da 4/5ª semana embrionária (a semana embrionária é contada a partir da fecundação). As células germinativas que possuem XY determinam o desenvolvimento do testículo. As células germinativas estão migrando para a crista urogenital. Essa crista vai formar duas: mediana e lateral. A mediana vai dar origem à gônada, enquanto a crista lateral vai dar origem ao rim intermediário (mesonefro). O mesonefro precisa levar essa excreta até a cloaca para ser exteriorizada, o que é feito por meio do ducto mesonéfrico (ducto de Wolff). A cloaca recebe as excretas do digestório e do mesonefro. Posteriormente, ainda na fase indiferenciada, vai aparecer um segundo ducto a partir de uma invaginação da crista genital. Assim, a mulher vai apresentar 2 ductos → mesonéfrico e paramesonéfrico (de Wolff e Muller). O ducto mesonéfrico se degenera e desaparece, assim como o mesonefro, nas mulheres. Em homens, o ducto mesonéfrico forma a via seminífera. O mesonefro dará origem ao metanefro que é o rim definitivo. 5 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 O ducto paramesonéfrico tem seu desenvolvimento impedido nos homens por causa da presença do fator de inibição mulleriano. Enquanto se desenvolve nas mulheres e forma o ducto mulleriano. TESTÍCULO: OVÁRIO: A partir da superfície da gônada começam a aparecer cordões medulares. Esses cordões vão dar origem aos túbulos seminíferos e a rede testicular. O ducto mesonéfrico (de Wolff) vai dar origem ao ducto deferente. Enquanto o ducto de Muller regride por causa da influência do fator de inibição mulleriano. Essa gônada começou a se desenvolver porcausa da influência do gene SRY, passando a produzir testosterona e fator de inibição mulleriano. A testosterona desenvolveu o ducto mesonefrico, enquanto o fator de inibição mulleriano fez o paramesonéfrico regredir. O desenvolvimento do ovário começa semelhante ao desenvolvimento do testículo. Primeiro apareceram os cordões medulares que desaparecem e ficaram apenas resquícios. Surgiram posteriormente uma segunda ordem de cordões: os cordões corticais. Os cordões corticais envolvem as células germinativas → folículos primários. Como a testosterona está baixa, o ducto mesonéfrico não se desenvolve. Por outro lado, como não há fator de inibição mulleriana, vai ter desenvolvimento do ducto de muller. Ao mesmo tempo em que o mesonefro está regredindo, o metanefro está se desenvolvendo. O septo urorretal vai dividir a cloaca em uma parte anterior e outra posterior. Na 7ª semana a cloaca sofre uma diferenciação promovida pelo septo urorretal, sendo dividida em 2 partes (anterior e posterior). A parte anterior dá origem ao seio urogenital (origina uretra, bexiga e vagina) e a posterior dá origem ao canal anorretal. O septo urorretal encosta na pele e forma o períneo entre a vagina e o ânus. 6 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 RESTOS EMBRIONÁRIOS: ANOMALIAS: O ducto paramesonefro vem dos dois lados e se unem na linha mediana. Podem aparecer algumas anormalidades quando essa fusão não ocorre corretamente, podendo formar um útero duplo, útero bicorno, unicorno (anomalia de desenvolvimento). Quando a mulher apresenta um útero unicorno pode também apresentar uma agenesia renal associada. • DIVISÃO DA CLOACA E FORMAÇÃO DO SEIO UROGENITAL: A cloaca é dividida pelo septo urorretal, formando o seio urogenital na parte anterior e o canal anorretal na posterior. O ducto paramesonéfrico, que ainda não regrediu, encosta no seio urogenital (origem endodérmica), formando um abaulamento dentro do seio, esse abaulamento se chama tubérculo de muller. Quando encosta, o seio endodérmico reage e empurra o ducto de muller de volta, o que forma a lâmina epiteliovaginal. Assim, a maior parte da vagina é de origem mulleriana, o terço inferior da vagina e o hímen são de origem do seio urogenital. Na nona semana o ducto de Wolff está se degenerando, enquanto o ducto de muller está indo na direção ao seio urogenital, o que vai dar origem ao útero, tuba uterina e parte da vagina. Nessa fase já tem o rim definitivo. Com 12 semanas já está tudo diferenciado. Há restos embrionários do ducto de Wolff que são importantes porque podem formar cistos, como epóoforo, paraooforo e cisto de Gartner. 7 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 Hoje acredita-se que a maior parte da vagina tem origem do seio urogenital, diferente da primeira teoria descrita acima: Parte superior da vagina → origem do ducto mulleriano Dois terços inferiores da vagina → origem do seio urogenital Portanto, do ducto mulleriano se origina a tuba, útero e terço superior da vagina. • DESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA EXTERNA: A genitália externa, assim como a interna, apresenta uma fase indiferenciada e bipotencial, constituindo-se de tubérculo genital, seio urogenital e dobras labioescrotais. Acima da membrana cloacal surge o tubérculo genital (dará origem ao clitóris na mulher e a glande do pênis no homem) e as pregas/eminências labioescrotais (darão origem aos lábios maiores na mulher e ao escroto no homem); ao redor na membrana cloacal surgem as pregas uretrais (darão origem aos lábios menores na mulher e a face ventral do pênis no homem). A masculinização da genitália indiferenciada é induzida pela testosterona. 8 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 propedêutica ginecológica Prof. Maria Silvia - anamnese - exame físico geral - exame físico específico/ginecológico • QUEIXA E DURAÇÃO • HPMA/ISDA: Caracterizar muito bem a queixa do paciente. Se for dor → intensidade da dor (0-10), quanto limita o dia a dia da pessoa Fatores de melhora e piora Sintomas associados Tratamentos e exames anteriores • ANTECEDENTES PESSOAIS: DM ou HAS → não podem utilizar anticoncepcional combinado (opta-se por métodos de barreira) – anti-hipertensivo associado a anticoncepcional aumenta o risco de tromboembolismo Uso de medicações → a interação medicamentosa (ex: no caso de tomar anticoncepcional e antibiótico, deve-se dar um intervalo entre os dois comprimidos, não ingerir os dois ao mesmo tempo, para que não diminua a eficácia) – o ideal é que o anticoncepcional não seja tomado junto com outros remédios Antecedentes cirúrgicos Hábitos pessoais (tabagismo) – o cigarro associado ao anticoncepcional aumenta o risco de AVC tanto isquêmico como hemorrágico • ANTECEDENTES FAMILIARES: • Neoplasias malignas → para fazer rastreamento de câncer de mama (perguntar grau de parentesco e a idade em que ocorreu) • DM/HAS • Osteoporose • Doenças infecto contagiosas (se a mãe teve hepatite, por exemplo) • ANTECEDENTES GINECOLÓGICOS: • Menarca (idade da primeira menstruação) • Menopausa (ultima menstruação depois que a mulher fica um ano sem menstruar) → antes de ficar um ano inteiro sem menstruar, o ciclo começa a ficar muito irregular. Essa irregularidade é chamada de período de climatério, que tem a menopausa como evento A menopausa é um evento, não é um período. O período que envolve a menopausa é o climatério. Os sangramentos que ocorrem após a menopausa devem ser investigados. • Dispareunia (dor na relação) → tem dois tipos (de penetração e de profundidade) • Sinusiorragia (sangramento durante a relação sexual) → pode ser devido a um câncer de colo do útero • Cauterizações → pandemia de HPV • DST • Cirurgias 9 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 • ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS: • Gestações/paridade (_G_P_A) • Tipos de partos Múltiplos partos normais estão associados a algumas condições • Idade do 1º e último parto (mulheres que tiveram filho tardiamente tem risco maior para câncer de mama, enquanto jovens tem maior risco de terem câncer de colo de útero) A glândula mamária completa sua maturidade após a gestação, portanto, quanto mais tempo a mulher demora a engravidar, mais tempo o epitélio mamário imaturo fica exposto à influencias oncogênicas. Aquela que engravida mais nova tem seu epitélio mamário se desenvolvendo mais cedo. • RN termo/prematuro/natimorto • Complicações No pronto socorro é fundamental avaliar o estado físico geral → BEG/REG/MEG Exame de mamas, exame de abdome e exame ginecológico. • EXAME DE MAMA: - inspeção estática e dinâmica → olhar a mama A mama é englobada por 2 fáscias (profunda e superficial), entre elas há fibras de Cooper. Quando tem um tumor, esse tumor pode comprimir essas fibras durante o movimento. - palpação (sempre palpar os linfonodos axilares e supraclaviculares) - expressão (palpar os mamilos) Sempre procurar um abaulamento que pode ser nódulo, pele com aspecto em casca de laranja (pode ser carcinoma inflamatório), retração de mamilo (tipo de câncer que cresce atrás do mamilo e causa retração do mesmo), secreção sanguinolenta. Consistências possíveis de câncer de mama: - cístico - endurecida - fibroelástica Sempre localizar a alteração sentida clinicamente (pode dividir em 4 quadrantes ou em horas). • EXAME DOS ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS: - inspeção e palpação - pilosidade - formações labiais/simetria - meato uretral/glândulas - hímen/períneo Um ciclo menstrual normal varia de 25 - 32 dias de intervalo. Só pode considerar um ciclo irregular se não se encontrar nesse intervalo por 3 meses consecutivos.10 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 - prova de esforço (quando a queixa de incontinência urinária ou avaliar prolapso de vagina, bexiga ou reto) → Manobra de Valsalva Tem exames específicos para avaliar o grau de incontinência urinária. As glândulas podem obstruir e formar cistos, mas é muito raro apresentar câncer. • EXAME DOS ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS: - vagina, útero, anexos, ligamentos - exame especular: Sempre antes do exame de toque. Avaliar vagina, colo uterino e fundo de saco. Junção escamocolunar → onde se inicia o câncer do colo do útero. - toque vaginal: Na ginecologia costuma ser unidigital. Na obstetrícia deve ser bidigital. A avaliação deve ser acima da sínfise púbica. - toque retal → somente nos casos de câncer de colo uterino A colpocitologia ficou conhecida como Papa Nicolau, mas o Papa Nicolau na verdade é o nome da coloração. Pelo Ministério da Saúde a citologia deve começar a ser feita a partir dos 25 anos em mulheres não virgens. Conduta do ministério da saúde: fazer 2 vezes (dois anos seguidos), se as duas vierem negativo passa-se a fazer de 3 em 3 anos. Contudo, após 1 ano da primeira relação sexual é comum ser feito anualmente. Colpocitologia: tem o objetivo de avaliar células atípicas para pesquisa de câncer de colo de útero. Portanto, quando se quer descobrir qual o fungo ou bactéria que está presente em uma secreção, o que deve ser pedido é exame a fresco ou cultura específica. • CANDIDIASE: Exame a fresco → pegar a secreção, colocar em uma lâmina e pingar soro fisiológico e colocar no microscópio. Corado pelo gram. • VAGINOSE BACTERIANA (Gardnerella): Secreção acinzentada com microbolhas. O útero pode ficar um pouco avermelhado. Odor fétido muito forte. Na citologia vem com “clue cells”, que é a célula de útero normal com a bactéria presente. • TRICOMONÍASE: Secreção macrobolhosa, conteúdo não tão cinza. O colo do útero fica com uma colpite difusa (aspecto de framboesa). Na citologia ou na coloração por gram pode-se identificar o tricomonas flagelado. • COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA: A coleta deve ser adequada. Pode coletar o material e colocar em uma lâmina ou na citologia líquida. A citologia líquida tem suas vantagens, primeiro porque todo o material coletado consegue ser avaliado, enquanto na lâmina a avaliação ocorre apenas do conteúdo que foi colocado na 11 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 mesma. além disso, é possível fazer outras pesquisas desse mesmo conteúdo, como pesquisa genética, clamídia, HPV. Contudo, é um exame bem mais caro. MÉTODO: ir com a escovinha até o colo do útero, girar 360º para pegar todo a junção escamocolunar do colo do útero. Quando não tem ectopia (exteriorização do epitélio colunar), a junção escamocolunar se localiza dentro do útero. Por isso que as vezes pode ter um câncer dentro do colo do útero que não aparece no exame. Assim, deve-se ficar atento ao colo de útero sem ectopia, pois nessa situação o exame deve ser feito mais a fundo. Para cada classificação é uma conduta que deve ser gravada. • negativo (células normais) • inflamatório • atipias escamosas (célula com núcleo diferente do normal) → depende de qual célula está atípica e o grau dessa atipia Atipia escamosa → ASC-US (atipias de significado indeterminado) ASC-H (não se descarta lesão de alto grau) Atipia glandular → ASG-US/AGC • lesões intraepiteiais de baixo grau (NIC I) → até esse grau, as lesões podem regredir • lesões intraepiteliais de alto grau (NIC II e III) → deve ser feita a retirada dessa lesão (colposcopia) • carcinoma espinocelular in situ/invasivo • adenocarcinoma endocervicais/endometriais • COLPOSCOPIA: Avaliar o colo e vagina com aumento (no colposcópio). Teste de Schiller: solução com o iodo. Uma célula pobre em glicogênio é corada pelo iodo (epitélio pavimentoso bem epitelizado, ou seja, normal). NORMAL → iodo positivo, teste de Schiller negativo Quando se tem uma lesão nesse epitélio, ao passar a solução e a região não se corar, indica teste de Schiller positivo. Essa área suspeita é direcionada à biopsia. OBJETIVO: direcionar o local a ser feito a biópsia. 12 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 OBS: o epitélio colunar também não se cora com o iodo. Apenas o epitélio escamoso. Nessa foto ao lado está normal, por exemplo, apenas o epitélio colunar que não está corada. A área deve ser biopsiada para avaliar, mas não é sinônimo de câncer de colo de útero, há outras causas. A biopsia deve ser feita no local mais suspeito, caso contrário, vai se chegar a um subdiagnóstico. • VULVOSCOPIA – teste de Collins (azul de toluidina 1% e ácido acético 1%): Passa esse azul de toluidina na vulva e retira esse azul com ácido acético, a área em que estiver mais corada é onde deve direcionar a biópsia. Portanto, tanto o teste de Collins quanto o de Schiller servem para avaliar a integridade do epitélio e direcionar a biópsia. O primeiro da vulva e o segundo no colo de útero e vagina. mede-se quantos cm tem do fundo do útero até o colo Toda vez que se está a frente de um sangramento que não se conhece a causa, deve-se investigar e avaliar o endométrio. Sangramentos após a menopausa devem ser investigados. A histeroscopia é o padrão ouro de biópsia de endométrio → câmera de vídeo para avaliar dentro da cavidade uterina. Também pode ser feito por aspiração (AMIU) ou biopsias ambulatoriais. Além disso, quando não há os testes acima pode ser feito uma curetagem. Quando se tem alguma alteração nos órgãos internos, como miomas, alterações no ovário, endometriose etc. Podem ser tanto para meio de diagnóstico como para cirurgia. Exame muito utilizado para ver se as trompas estão pérvias ou não (muito utilizado em laboratórios para teste de infertilidade). Se injeta um contraste dentro do útero e posteriormente é feito um raio-X, se esse contraste chega até a trompa indica que o exame está normal, se para no útero indica que a tuba está obstruída, podendo indicar a causa de infertilidade. Alguns subtipos da clamídia causa uma endometrite, podendo causar obstrução das trompas. Além disso, também é possível observar malformações uterinas, como útero bicorno ou arqueado. Essa alteração não consegue ser bem identificada no USG. No primeiro raio-x o contraste passou, já no segundo não. 13 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 não é exame de rastreamento (nem de mama, nem de ovário, nem de endométrio) • MAMAS: Deve ser pedido quando a paciente tem alguma clínica (ao palpar sentiu algum nódulo ou abaulamento) ou se teve alguma alteração na mamografia que não pode ser visualizada corretamente. • PÉLVICA: Somente se a paciente possui alguma clínica (irregularidade menstrual, dor, algum achado no exame de toque). Se quiser fazer um USG para ver se o útero é normal tudo bem, mas não tem necessidade de ficar realizando todo ano se não há indicação para tal. Diminui a taxa de mortalidade pelo câncer de mama. DE ACORDO COM O MINISTÉRIO DA SAÚDE: acima dos 50 anos, feito a cada 2 anos, até os 60 anos. Mas no Brasil, a maioria dos casos de câncer ocorrem antes dos 50 anos, então esse protocolo é falho, o que não é levado em consideração. A mamografia deve ser feita anualmente a partir dos 40 anos e fazer anualmente. Duas incidências em cada mama, uma craniocaudal e outra médio-lateral. • BI-RADS: 1 E 2: RISCO MUITO BAIXO PARA CÂNCER 4 E 5: DEVEM SER ENCAMINHADOS PARA ESTUDO ANATOMO-PATOLÓGICO 6: FEZ TRATAMENTO E AINDA NÃO OPEROU (já foi biopsiado previamente) Parte escura na mamografia: gordura Parte mais clara: tecido ou nódulos Também podem ser observados linfonodos Também não é um exame a ser feito sem indicação, como USG. Paciente fica em um campo magnético apóstomar um contraste para medir o quanto aquela área está captando ou não esse contraste. Quanto mais rápido capta esse contraste indica neovascularização e toda área de neovascularização é suspeita para câncer. 14 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 • INDICAÇÕES: EM MAMA → paciente de risco para câncer de mama paciente jovem que tem câncer de mama (avaliar extensão e se há outros focos) ressonância pré-operatória para ver o quanto o câncer está acometendo a mama PELVE → suspeitas de endometriose (USG simples não consegue identificar focos de endometriose simples, apenas USG com preparo de intestino) Ajuda na conduta cirúrgica, o quanto precisa ser operado no caso de câncer de mama. Não deve ser feito como rastreamento, mesmo para câncer de mama → apenas em pacientes de alto risco muito jovens que tem a mama muito densa (2 exames por ano, uma mamografia e uma ressonância magnética). Quando é visto mais de um foco de nódulo na RM, essa paciente não é mais candidata a um procedimento cirúrgico. Portanto, a RM é importante para auxiliar na conduta cirúrgica. Além disso, também tem um custo maior em comparação ao USG e a mamografia. A RM também pode visualizar as malformações uterinas. 15 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 endocrinologia reprodutiva • Neurotransmissores (ex: adrenalina e noradrenalina) • Neurohormônios → são hormônios produzidos pelo neurônio • Hormônios (secreção endócrina) → produzido em glândulas • Comunicação parácrina/autocrina/ intracrina • Receptores de membrana e intracelular (lipofílicos/esteroides) Os hormônios são lançados na corrente sanguínea e vão atuar em órgãos distantes. Mas nem sempre a ação é só a distância, muitas vezes uma célula vizinha da célula secretora pode influenciar sua função, a isso se dá o nome de comunicação parácrina. Além disso, a própria célula secretora pode regular sua própria secreção (autócrina). Não adianta produzir o hormônio e não ter o receptor de membrana específico no órgão efetor. Exemplo: síndrome de Morris (tem testosterona, mas não tem fenótipo masculino porque não tem • Pinel/epífise: é uma glândula que se encontra no diencéfalo (área entre os hemisférios cerebrais). Apresenta algumas estruturas, como os talamos (órgãos que regulam a aferência sensitiva) e o hipotálamo e a glândula epífise ou pinel (produz a melatonina – via neural que comunica a retina com a pineal). A melatonina bloqueia algumas glândulas que tem a ver com os eventos reprodutivos (relação com o desenvolvimento puberal). A hipófise também tem relação com o ciclo menstural • Órgão subcomissural • Hipófise • Hipófise faríngea • Tireoide: No hipotálamo é produzido uma substância TRH. Essa substancia hipotalâmica chega na hipófise. Na hipófise tem uma célula chamada tireotrófo, que vai produzir os hormônios TSH. O TSH produzido na hipófise vai agir na tireoide, produzindo T3 e T4. À medida que aumenta a produção de T3 e T4, é enviado a informação ao hipotálamo e hipófise que não é mais necessário produzir TRH e TSH (feedback negativo). Em uma doença autoimune da tireoide, como tireoidite de Hashimoto, a produção de T3 e T4 sofre uma queda. Com isso, o TRH e TSH aumentam. O TRH além de estimular o TSH também estimula outra célula da hipófise que libera prolactina, por isso que a prolactina também sobe. Com essa grande liberação de prolactina a paciente vai apresentar galactorreia e para de menstruar (entra em amenorreia). Em uma situação que não se sabe da tireoidite de Hashimoto e a paciente aparece no consultório com galactorreia e amenorreia → os possíveis diagnósticos pensados são uso de ansiolíticos/antidepressivos, tireoidismo ou tumor de hipófise. • Paratireoides: A paratireoide produz paratormônios. Paciente na pós-menopausa é pedido densitometria óssea que demonstra que ela tem perda de massa óssea, o que pode ocorrer pela queda de estrogênio, mas pode ter um diagnostico diferencial pelo hiperparatireodismo. • Timo: Glândula que se encontra na infância e desaparece no adulto. Alguns acreditam que a regressão do timo tem relação com a puberdade. • Coração (hormônio natriurético) • Supra-renais: Produzem adrenalina e noradrenalina na medular. Cortisol, aldosterona e esteroides sexuais (androgênios) no córtex. 16 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 Paciente com 60 anos que começa a ser uma alopecia, desenvolver barba, hipertrofia de clitóris e muscular, indica que essa paciente está produzindo testosterona, que é produzido ou no ovário ou na supra-renais. Portanto, a supra-renal está relacionado com o hiperandrogenismo, virilização. • Placenta • Pâncreas • Gônadas • Estômago • Intestino • Rins • HIPOTÁLAMO: Local de integração de informações com origem no meio ambiente, SN supra- hipotalâmico e sistemas orgânicos. O hipotálamo tem várias funções, uma delas é a endócrina, além da neurovegetativa. No hipotálamo tem aglomerados de corpos celulares (núcleos) que produzem neuro- hormônios. Além da função endócrina, o hipotálamo tem um centro de regulação térmica, influenciando na vasodilatação e sudorese quando o indivíduo está com calor, por exemplo. Além disso, também é responsável pela fome, sede, desejo sexual, saciedade. Puérpera vê o bebê, escuta o choro e sente o cheiro → a retina, a orelha e o olfato se comunicam com o hipotálamo → liberação de ocitocina → vai na mama → contrai os ductos lactíferos promovendo ejeção do leite. • CIRCULAÇÃO PORTAL HIPOTALAMO- HIPOFISARIA: A hipófise se encontra no osso esfenoide, na sela túrcica. A hipófise é um prolongamento do SNC para dentro da sela túrcica. Dessa forma, dentro da hipófise vai ser encontrado tecido nervoso (neurohipófise). Enquanto a parte anterior da hipófise é de origem epitelial, se originou da faringe (adenohipofise). Nos núcleos hipotalâmicos são formados neurônios que vão se depositar na neurohipófise, como a ocitocina e a vasopressina (hormônio anti-diurético). Porém, a adenohipófise não tem comunicação com o SNC. Portanto, os hormônios do hipotálamo têm que chegar na adenohipofise por meio da circulação, pelo sistema porta hipofisário. Os neurohormônios são produzidos no hipotálamo e vão até a hipófise através do sistema porta hipofisário. Na hipófise vão ter varias células produzindo diferentes hormônios. Esses neurohormônios do hipotálamo estimulam ou inibem a liberação de hormônios hipofisários. • FATORES DE LIBERAÇÃO: - GnRH → age no gonadotrofos para liberar gonadotrofinas (TSH e LH) - TRH → fator que estimula a liberação do TSH e prolactina - CRH → age na hipófise liberando ACTH - GHRH → libera hormônio do crescimento • FATRES DE INIBIÇÃO: - PIF (dopamina) → inibe a prolactina Ex: tumor de hipófise produtor de prolactina e o paciente tem um quadro de galactorreia 17 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 e amenorreia, pode ser dado a essa paciente uma droga dopaminérgica. Obs: a célula que produz prolactina é estimulada pelo TRH e é inibida pola dopamina. - somatostanina → inibe o hormônio do crescimento É um núcleo do hipotálamo que produz GnRH, mas está sobre influencia de outros fatores. O controle desse núcleo é feito por outros neurotransmissores. O GnRH leva a síntese, armazenamento, ativação e secreção das gonadotrofinas. O GnRh é um neuro-hormônio e é um polipeptídio com 10 aminoácidos. Tem a capacidade de aumentar a secreção e reserva de FSH e LH. Portanto, é um fator de liberação para 2 hormôniosdiferentes, o FSH e o LH. A liberação de FSH no ciclo menstrual não é igual à liberação de LH, isso funciona assim porque o GnRH é liberado em frequências e amplitudes diferentes. De acordo com a frequência e amplitude pode liberar um hormônio ou o outro. O FSH e o LH são liberados no sangue e vão para o ovário, onde tem folículos primordiais. O FSH vai atuar sobre o folículo fazendo o desenvolvimento folicular, pega o folículo primordial até desenvolver o folículo maduro, que se rompe e faz a mulher ovular. FSH → desenvolvimento folicular. No meio no mês o folículo está maduro e precisa de outro hormônio para ser rompido, esse hormônio é o LH. Posteriormente, o LH torna o folículo luteinizado, formando o corpo lúteo/amarelo. LH → rompe o folículo já maduro e formação do corpo lúteo. O ovário começa a produzir hormônios, os estrogênios (estradiol e estrona) e progesterona. Os hormônios ovarianos são responsáveis pelo preparo do endométrio para a gravidez (prepara para a nidação). Estrogênio → prolifera a endométrio Progesterona → torna o endométrio secretor O órgão efetor do ovário é o endométrio. A produção de hormônios ovarianos faz um feedback negativo e inibe a secreção de LH e FSH porque o folículo já está maduro. Um pouco antes do folículo romper, o estrogênio está em grande quantidade, o que libera LH (em uma quantidade pequena de estrogênio, inibe o LH, mas quando em grande quantidade, faz um feedbackpositivo). Gráfico que mostra a frequência e amplitude de pulso. Mesmo neurohormônio que pode estimular a liberação de dois hormônios diferentes. 18 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 Antagonista: substância parecida com o GnRH, ocupa o seu receptor e impede que o GnRH se acople ao seu receptor. Portanto, na prática medica pode-se utilizar uma substância parecida com o GnRH, mas que tenha função antagonista. O objetivo é inibir o LH e FSH, não produzindo esses hormônios. Pode ser utilizado para tratar a puberdade precoce, mioma uterino, câncer de mama e endometriose. Ex: menina de 6 anos que chega ao consultório com pelos, desenvolvimento mamário e menstruando, ou seja, puberdade precoce. Se essa menina produzir estrogênios vai interromper o crescimento dessa criança, nesse caso se utiliza o antagonista de GnRH. ✓ FSH (hormônio folículo estimulante) – produzido pelo gonadotrofo ✓ LH (hormônio luteinizante) - produzido pelo gonadotrofo ✓ PRL (prolactina) → produzido pelo lactotrofo ✓ ACTH (hormônio corticotrofo) ✓ Hormônio tireotrófico ✓ GH – Hormônio do crescimento ✓ MSH – Hormônio melanócito estimulante O CRH é secretado pelo hipotálamo (fator de liberação da corticotrofina), vai estimular a adenohipofise a produzir ACTH, que vai agir na córtex da suprarrenal e vai estimular a produção de cortisol, que vai agir com feedback negativo inibindo o CRH no hipotálamo e o ACTH na hipófise. O GHRH é liberado pela hipoglicemia, age na hipófise e libera o hormônio do crescimento. O hormônio do crescimento vai pegar o glicogênio e formar glicose, quando a glicose é formada começa a aumentar a concentração de glicose. Esse aumento de glicose vai fazer um feedback negativo na área hipotalâmica. Portanto, o hormônio do crescimento é estimulado pela hipoglicemia. Em situações de hiperglicemia, começa a estimular um hormônio de inibição que atua sobre o hormônio do crescimento e o inibe. O sono diminui a glicemia. Dessa forma, o GHRH quebra o glicogênio e forma glicose, dessa forma, quando dorme, cresce. O exercício causa uma hipoglicemia, o hormônio do crescimento é liberado, também ajuda a crescer. 19 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 Pressão osmótica alta → os osmorreceptores identificam que o indivíduo precisa aumentar a secreção de hormônio antidiurético para reter água O hormônio antidiurético age no rim retendo água (aumenta a permeabilidade do ducto coletor), diminui a perda por transpiração das glândulas sudoríparas e leva à vasoconstrição. Quando está diluído, inibe a liberação dos hormônios antidiuréticos, assim, estimula a formação de urina, causa vasodilatação e perda sudorípara. Os núcleos hipotalâmicos supraoptico e paraventricular levando a ocitocina e vasopressina até a neurohipófise onde é acumalada. A neurohipófise não produz hormônios, apenas armazena. 20 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 A ocitocina age no útero. Portanto, no final da gravidez o útero é distendido, e essa distensão uterina libera ocitocina. Células neurosecretoras do hipotálamo secretam ocitocina em resposta à distensão uterina. Além disso, agem das glândulas mamarias estimulando a ejeção do leite. Situação clínica: mãe durante a gravidez produz grande quantidade de prolactina, mas não tem leite. E isso ocorre porque o receptor de prolactina está bloqueado pelo estrogênio da placenta. Quando ocorre a dequitação (saída da placenta), cai o estrogênio e libera o receptor de prolactina. A mãe, após 2-3 dias do parto passa a produzir leite. O problema é quando se tem muita produção de leite, fazendo com que a mama fique cheia de leite. Pode ser dado um remédio de ocitocina para ajudar na ejeção do leite. • OCITOCINA: - no final da gravidez aumentam os receptores de ocitocina - liberação de ocitocina durante a relação sexual, masturbação - papel no organismo (contração da musculatura) - sucção - ver, ouvir ou sentir cheiro do RN INIBIÇÃO → estresse, medo, vergonha, distração Ciclo menstrual de 28 dias, no começo do ciclo tem-se um folículo primário que vai crescendo, pré-antral, antral e folículo maduro (no meio do ciclo). O folículo maduro rompe e forma o corpo lúteo. A progesterona, que é produzida pelo corpo lúteo, no início do ciclo está muito baixa. Um pouco antes de ovular essa progesterona começa a subir, isso porque o folículo está sendo luteinizado pelo pico de LH. Esse aumento nos níveis de progesterona causa um pico de FSH. O LH forma o corpo lúteo, que produz progesterona em grande quantidade e estrógeno, o que vai inibir o LH e FSH. Quando o LH cai, o corpo lúteo regride. Com isso, para de produzir progesterona e estrógeno, é nesse momento que o endométrio descama e a mulher menstrua. Beta-HCG, produzido pela placenta, é um hormônio igual ao LH. Portanto, se a mulher engravidar, produz beta-HCG. Assim, o corpo lúteo se mantém até a décima semana de gravidez. Quer se manter para manter o endométrio e evitar o abortamento. Se a produção de beta-HCG for baixa pode causar um abortamento hormonal. Começo do ciclo tem FSH alto para estimular o desenvolvimento do folículo. Conforme o folículo vai se desenvolvendo, inicia a secreção de estradiol. Como consequência, o FSH começa a cair. Porém, mesmo com a queda do FSH o folículo não para de crescer porque o folículo aumenta o número de receptores para o FSH. Quando o folículo está maduro causa um pico de estrogênio. O LH está baixo e começa a subir até formar um pico. Esse pico ocorre porque o estrógeno está muito alto, o que promove esse pico de LH (feedback positivo). Posteriormente, o LH cai. 21 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 Atleta de alta performance entra em amenorreia porque quer economizar hemácias. Para parar de menstruar tem que inibir o GnRH. O atleta produz grande quantidade de opioides endógenos, o que inibe o GnRH. O atleta é bem humorado porque esses opioides agem sobre os centros nervosos comportamentais. Estrógeno bloqueia o FSH, mas além disso, há muitos outros fatores capazes de aumentar ou diminuir a secreção de FSH. • AUMENTAM: - IGFs - fator de transformaçãobeta - activina - FGF (fibroblastos) • DIMINUEM: - inibina A e B - EGF (epidérmico) - TGFa - IGF Precisa saber que a inibina atua como se fosse o estrogênio inibindo o FSH e activina aumenta o FSH. O ovário possui uma função gametogenética e uma função endócrina (produz esteroides). Esteroides são substancias derivadas do colesterol. • FUNÇÃO ENDÓCRINA: - esteroides - peptídeos (activina, inibina e folistatina) - fatores de crescimento • ESTEROIDES: - estradiol - estrona - progesterona - androstenediona - testosterona Os androgênios na mulher são importantes para aumentar a libido, pois não adianta ovular e não ter libido. • PEPTÍDEOS: - inibina - activina • FATORES DE CRESCIMENTO: - GnSAF 22 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 Folículo é uma célula germinativa com camada da granulosa. Em volta das células da granulosa tem uma outra camada de cédulas, as células da teca. Tem um vaso sanguíneo chegando no folículo, se aproximando da teca, que é a parte mais externa do folículo. Esse vaso sanguíneo leva substrato para a produção dos hormônios esteroides, o que nesse caso é o colesterol. O sangue chega na teca e leva o colesterol (LDL). A célula da teca pega o colesterol e forma androgênios (testosterona e androstenediona). Enquanto isso, na membrana celular está agindo o LH, para jogar o colesterol para dentro da célula da teca. A célula da teca joga os androgênios para dentro das células da granuloma. A enzima aromatase transformar a testosterona em estradiol e a androstenediona em estrona. Além do FSH fazer o desenvolvimento folicular também estimula a aromatização. Se tiver LH alto → forma androgênios. Se o FSH tiver baixo → não faz a aromatização. Nessa forma, vai produzir muitos androgênios. ✓ Fase folicular ✓ Ovulação ✓ Fase lútea O folículo primordial é uma célula germinativa envolta pelas células da granulosa. Estão no início da meiose. Quando tem FSH, o folículo começa a crescer, formando o primário, pré-antral, antral e maduro. E alguns não formam, são vários folículos que regridem, formando apenas um folículo maduro. O folículo maduro se rompe e forma o corpo lúteo por ação do LH. Quem mantém o corpo lúteo e impede que ele regrida, forma a placenta que secreta beta-HCG e impede que o corpo lúteo regrida. ✓ Fase descamativa ou menstrual ✓ Fase proliferativa ✓ Fase secretora 23 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 Os esteroides são responsáveis pelo desenvolvimento do endométrio. O endométrio prolifera, as arteríolas basais se tornam espiraladas. No meio no ciclo o muco da mulher é cristalino e lembra clara de ovo, formando fios. O muco se prepara para que o espermatozoide tenha uma passagem. O muco forma como se fossem canais para o espermatozoide percorrer. Na segunda fase o muco fica amarelado e espesso, manchando a calcinha de amarelo. Na primeira fase do ciclo a citologia será diferente da segunda fase. Os ductos mamários também sofrem alteração. Na segunda fase do ciclo o epitélio ductal está mais proliferado. Portanto, o maior risco para câncer de mama é o estrógeno combinado com a progesterona. A temperatura corporal da mulher aumenta durante a segunda fase do ciclo. Cerca de 1,5ºC. 24 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 sangramentos uterinos anormais É uma condição extremamente prevalente nos prontos-socorros e ambulatórios médicos. É uma condição que ocorre depois da menarca (primeira menstruação) e antes da menopausa. Se fosse depois da menopausa seria sangramento pós-menopausa. Portanto, é um sangramento anormal dentro do período menacme. • CAUSAS: - relacionadas à gravidez - orgânicas (ginecológica ou não ginecológica) - hormonal (hemorragia disfuncional) Para falar que é hormonal tem que excluir gravidez e as causas orgânicas. ✓ 20% das consultas ginecológicas ✓ 30% das mulheres tem menorragia anualmente (50% com anemia ferropriva) ✓ 25% das cirurgias ginecológicas ✓ 2/3 das histerectomias ✓ Queda na qualidade de vida ▪ Uso excessivo de absorventes ▪ Cólicas (contrações uterinas para eliminar o conteúdo de dentro, principalmente quando tem coágulos) ▪ Absenteísmo no trabalho ou escola ▪ Predisposição à vulvovaginites (quando a condição se cronifica e tem-se alteração de flora) ▪ Odor vaginal • MENSTRUAÇÃO: É um sangramento clínico que se repete a cada 25 a 35 dias, com duração de 2 a 7 dias, que leva a uma perda sanguínea de 20 a 80 ml por dia. O volume sanguíneo de cada menstruação é muito difícil de ser mensurado. • MENORRAGIA: Excessiva quantidade de fluxo menstrual (>80ml), normalmente de origem disfuncional (hormonal). Termo que diz respeito apenas sobre o fluxo. • METRORRAGIA: Perdas sanguíneas irregulares, fora do período menstrual, normalmente de origem orgânica. • POLIMENORREIA: Ciclos com intervalos menores que 25 dias. Ciclo curto. • OLIGOMENORREIA: Ciclos com intervalos maiores que 35 dias. Ciclo mais longo (a primeira fase é mais longa, porque a segunda fase é sempre 14 dias). • AMENORREIA: Ausência de menstruação (>3 meses). Menos de 3 meses não pode ser definido como amenorreia, deve ser referido como atraso menstrual. Dr. Guilherme Karam 25 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 Perguntar qual a frequência da menstruação, quantos dias dura o sangramento, se o ciclo mantém uma regularidade, se o ciclo é curto ou longe, sobre o volume (quantos absorventes usa). Uso de medicações hormonais não se chama o sangramento da pausa de menstruação, pois não é algo hormonal, é apenas um sangramento por detrimento hormonal, não é fisiológico, por isso que não pode ser chamada de menstruação. Spotting: sangramento na vigência da pílula fora do período programado, quando não está dentro da pausa (escape). É todo sangramento diante do uso de um método contraceptivo com ou sem pausa durante o uso desse método. Pode traduzir várias coisas, desde uma dose insuficiente, absorção insuficiente por uma condição gastrointestinal, uso concomitante com uma outra medicação, esquecimento. • Origem orgânica • Origem disfuncional • Relacionada à gravidez A primeira coisa a ser feito é se certificar que o sangramento é cervical/uterino. Sempre que houver sangramento uterino fazer o exame físico, porque na maioria das vezes a causa do sangramento pode ser descoberta apenas com o exame especular. • CANAL CERVICAL: o PÓLIPOS: Pode ocorrer em várias mucosas do organismo, em epitélios secretores. Pólipo tem muitos tecidos conectivos, fibroblastos, por isso que tem aspecto fibroso/solido. É benigno, mas causa muito sangramento. o ECTRÓPIOS (MÁCULA RUBRA): por não estar acostumada com aquele ambiente. Portanto, pode ser a causa do sangramento. o NEOPLASIAS: • ÚTERO: o MIOMATOSE UTERINA: É uma das patologias mais comuns, mais frequentes. Prevalência em 20% das mulheres até os 30 anos e 40% aos 50 anos. 20 a 50% necessitam de tratamento e na maioria das vezes vão precisar de uma histerectomia. O que mais sangra é o mioma submucoso, depois o intramural. O diagnóstico de carcinoma pode ser feito a partir das queixas de sangramento. Mácula rubra: ectrópio, área celular de dentro do colo que se exteriorizou e formou uma área de transição celular. Essa mácula pode ter um sangramento espontâneo 26ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 O subseroso praticamente não sangra. O pediculado também não sangra, mas pode torcer, infartar e causar dor. A nova classificação de miomas da FIGO classifica os miomas de 1 a 8 (é preciso saber essa classificação). Classificação da miomatose uterina (FIGO): 2 – 5 → grande que abaúla tanto a serosa quanto a mucosa. SS: subseroso IM: intramuscular SM: submucoso o ADENOMIOSE: Infiltração do endométrio no miométrio. Maior espessamento da musculatura, assimetria entre as paredes. • ENDOMÉTRIO: o PÓLIPOS o ENDOMETRITE: Fazer investigação desse endométrio com histeroscopia, realizar biópsia para caracterizar a endometrite. O tratamento é feito com antibiótico. o HIPERPLASIA: Crescimento irregular desenfreado das células. Pode ser atípico ou não, portanto, é uma lesão pré-neoplásica. o NEOPLASIA • OUTRAS CAUSAS: o CORPO ESTRANHO: Pode esquecer algo dentro da cavidade, o que leva a uma inflamação e pode causar sangramento. o DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA: Doença causada pela clamídia e gonococo principalmente. Também pode cursar com endometrite. o TUMOR OVARIANO: Principalmente os tumores produtores de estrogênio. o DOENÇA SISTÊMICA: Ex: discrasia sanguínea (pesquisar quando não se acha outra causa para o sangramento). o COAGULOPATIAS o ESTADOS DEBILITANTES: Privação de alimentos, estresse muito grande. Também por desregulação hormonal. o ESTADOS PSICOGÊNICOS (bulimia) o OBESIDADE EXTREMA ↑ gordura periférica → aromatase → proliferação aumentada de endométrio → sangramento de difícil controle. • ABORTAMENTO: Muitas mulheres nem sabem que estão grávidas porque não tiveram atraso menstrual, por isso que beta-HCG faz parte do diagnóstico de sangramento uterino anormal. É a endometriose da musculatura uterina, ou seja, invasão de glândulas na musculatura uterina por glândulas e células que vão formar ilhotas no meio do músculo. Causa uma hipertrofia do miométrio fazendo com que o útero se torne maior, geralmente com desproporção entre os dois lados, deixando também o útero com um aspecto mais glóbulo. 27 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 Sempre que houver chance dessa mulher com SUA estar grávida, solicitar o beta-HCG. • GESTAÇÃO ECTÓPICA: Após o beta-HCG apresentar resultado positivo. Diagnóstico por USG. • DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL (MOLA HIDATIFORME): Material gestacional anômalo. Se caracteriza pela eliminação de vesículas semelhante a sagu junto com o sangue. Pode evoluir com coriocarcinoma. Beta-HCG positivo também. Confirma-se com o USG. Após excluir as causas orgânicas e relacionadas à gravidez começa a se investigar sangramento disfuncional. Será proveniente da descamação ou da reepitelização irregular do endométrio. Mais frequentes nos extremos da vida menstrual (próximos da menarca e menopausa) → por causa do evento chamado ANOVULAÇÃO. Está relacionada aos transtornos dos hormônios ovarianos (estrogênio e progesterona). Quando não ovula, não forma progesterona, o que pode causar um ciclo bagunçado. Sem a progesterona corre o risco de causar um sangramento uterino anormal. Alterações do eixo HHO. Todo sangramento uterino disfuncional é de origem hormonal, portanto, o tratamento com hormônios deve ser o suficiente. Dessa forma, caso esse sangramento não responda à hormônios deve-se revisar as possíveis causas, pois não deve ser disfuncional. Pode ter causa iatrogênica: hormônios exógenos, uso de anticoagulantes, anabolizantes, digitálicos, fenitoína etc. • TIPOS DE CAUSAS: ✓ Ovulatório (15%) ✓ Anovulatório (80%) A segunda fase do ciclo tem 14 dias (não muda os 14 dias da ovulação). O evento da ovulação faz com que aumente a progesterona, se não engravida a progesterona decresce. Se engravidou a progesterona sobe. • SANGRAMENTO DA OVULAÇÃO: É a dor do meio do ciclo, que vem acompanhado por muita dor. Síndrome de Mittelschemerz é um sangramento que se dá pelo pico de estrogênio (sangramento do meio do ciclo). • POLIMENORREIA: É um diagnóstico diferencial. A mulher menstrua demais, o que leva a pensar que tem um sangramento anormal, ANOVULAÇÃO Significa que a moça mais jovem ainda está com seu eixo HHO ainda imaturo, a comunicação ainda não é o suficiente para conseguir formar o folículo maduro. Se não ovula, não tem formação de corpo lúteo. Se não tem formação de corpo lúteo não tem produção de progesterona. O endométrio sobre ação estrogênica e sem progesterona não sofre aquela ação progestagênica ou decidualizante (efeito atrófico), ou seja, o endométrio não se torna secretor e não vai ter sua descamação regular, vai sangrar, mas não vai ser da maneira fisiológica. Vai sangrar mais e por mais tempo. 28 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 mas na verdade é apenas o ciclo dela que é muito curto. Geralmente encurtamento da fase folicular, temperatura basal identifica (faz um gráfico medindo a temperatura no mesmo horário). As vezes essas mulheres vão fazer o método da tabelinha e pode acabar engravidando, porque tem um ciclo muito curto, menstruando e ovulando ao mesmo tempo. • DESCAMAÇÃO IRREGULAR: Pode acontece porque, embora na teórica devesse descamar tudo na menstruação, podem ficar pequenas ilhotas no útero, descamando posteriormente (quando inicia o segundo ciclo e essa mulher volta a secretar hormônios). Normalmente é bem pontual. Quando a mulher faz uso de anticoncepcional oral deve fazer uma pausa para deixar descamar completamente e posteriormente pode retornar. • SANGRAMENTO PRÉ-MENSTRUAL: Sinal que vem antes da menstruação. É mais comum nas mulheres >35 anos, e pode ocorrer por endometriose ou insuficiência do corpo lúteo (as vezes o corpo lúteo já não produz mais a quantidade de progesterona que produzia antes, passando a descamar antes do tempo). • HIPERMENORREIA: descartar causas orgânicas. Aumento do fluxo ao longo do ciclo. • PERSISTÊNCIA DO CORPO LÚTEO (SÍNDROME DE HALBAN): Forma um cisto que causa sangramento e dor. Atraso do sangramento, perdas irregulares e dor, diagnóstico diferencial com ectópica ciclo acaba. Contínuo estado de não oposição da progesterona à proliferação endometrial estrogênica. Oligo-hipermenorréia: poucos ciclos no mês e muito sangramento. Risco de câncer de endométrio. Logo após menarca e na peri-menopausa. • FISIOLÓGICAS: Por imaturidade do eixo ou perda de folículos no final da vida reprodutiva. • SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS • ANOVULAÇÃO CRÔNICA NORMOGONADOTROFICA • HIPERPROLACTINEMIA • HIPERANDROGENISMO • OBESIDADE, DISTÚRBIOS DA TIREOIDE • DIETAS EXAGERADAS; ESTRESSE; EXERCÍCIOS EM EXCESSO 1. De onde vem o sangramento? 2. Qual é a idade da mulher (a idade pode determinar a patologia) 3. A paciente é sexualmente ativa? Pode estar grávida? 4. Como é o eu ciclo menstrual normal? Existem sinais de ovulação? 5. Qual é a natureza do sangramento anormal (frequência, duração, volume, relação com coito)? Quando ele ocorre? 6. Existem sintomas associados? 7. A paciente está usando medicações ou tem doenças associadas? 8. Existe história pessoal ou familiar de desordem de sangramento? É uma regra para memorizar as principais causas de sangramento uterino (principais causas). É fundamental para confirmar a origem uterina do sangramento. 29 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 Objetiva afastar as causas orgânicas do sangramento (mas a normalidade não exclui a possibilidade de ser uma causa orgânica) A vigência do sangramento permite quantificá-lo.• LABORATORIAIS: o beta-HCG o hemograma (anemias ou infecções) o coagulograma o função tireoidiana (a tireoide pode estar relacionada) o hormônios para avaliar o ciclo hormonal dessa mulher (prolactina, androgênios, FSH e LH) • ECOGRAFIA TRANSVAGINAL: É o exame mais importante na ginecologia. Excluir ou diagnosticar patologia uterina e ovariana. • HISTEROSCOPIA: Possibilita obter histologia endometrial. Em casos de pólipos, endometrite. Propedêutica mais avançada. • CURETAGEM UTERINA: Pode ser diagnóstica e terapêutica. Procedimento utilizado para curetagem de prova (obtém material para analise). É uma opção de emergência (quando o sangramento não para). • RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: Ajuda a elucidar a etiologia de forma de mais precisa nas causas orgânicas. É o melhor exame para avaliar o trato ginecológico. A tomografia é solicitada na GO apenas para fazer diagnóstico diferencial com doenças do TGI. • OBJETIVOS: o estabilizar e ou manter a estabilidade hemodinâmica nos casos de sangramento uterino muito importante o corrigir a anemia aguda ou crônica (avalia todas as questões, dependo dos níveis hematimetricos) o uma das missões do tratamento é fazer a mulher retornar ao padrão de ciclos menstruais normais o prevenir a recorrência dos sangramentos o prevenir as consequências da anovulação a longo prazo → prevenção à longo prazo (corrigir a progesterona) • FASE AGUDA: o Estrogênio alta dose: Endovenoso, mas não tem mais porque perdeu o interesse econômico da fabricação da medicação. Mas era um método que resolvia o sangramento na mesma hora. Hoje em dia, como alternativa a esse tratamento é utilizado contraceptivos orais combinados em alta dose (3 comprimidos por dia durante uma semana, depois vai reduzindo). o Curetagem uterina: bastante eficaz, mas não trata a causa o Tamponamento uterino: sonda de foley (sonda vesical dentro do colo, insufla para parar o sangramento) Tamponamento mecânico. o Histerectomia: sangramento agudo com falhas dos outros métodos (última opção). Na urgência, em risco de morte, pode ser utilizada. o Progestágenos em alta dose: medroxiprogesterona ou noretindrona (1- 2x/dia) O uso de progestágenos de alta dose pode ser feito, mas apenas em pacientes que não estão mais na fase aguda, precisa fazer o controle do sangramento primeiramente. Depois de controlar o sangramento o progestágeno vai fazer o efeito decidualizante e atrofiar bem o endométrio dessa mulher. o Agentes antifibrinolíticos: Muito utilizados na prática. Uso de ácido trenexâmico ou ácido aminocapróico. É um agregador plaquetário, portanto corrige o sangramento aumentando a coagulação, sem aumentar o risco de tromboembolismo. Na urgência a paciente vai receber duas medicações endovenosas: anti-inflamatórios e ácido trenexâmico. 30 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 • FASE CRÔNICA: o Anti-inflamatórios não-esteroidais (AINE): A função do anti-inflamatório é reduzir a síntese de prostaglandina. Reduz síntese de prostaglandina → vasoconstrição → redução do sangramento; reduz cólica menstrual. o Anticoncepcional oral combinado (ACO): Corrige o sangramento, pois regula o eixo HHO. Pacientes sem desejo reprodutivo; diversos perfis (depende da fase da menacme); uso contínuo. o Progestagênios isolados: Uso em pacientes na perimenopausa, pois já é uma anovuladora por falta de folículo. Pode introduzir na segunda fase do ciclo ou utilizar de forma contínua. o Análogo de GNRH: Corrigir anemia; falha de outros medicamentos; uso limitado pelos efeitos adversos (osteopenia). o Sistema uterino liberador de levonorgestrel: SIU – Mirena É um DIU hormonal que libera a medicação diretamente no endométrio, por isso que é mais eficaz. • Histerectomia: Definitiva; falha dos outros tratamentos; sem efeitos adversos, alta satisfação. Vaginal, vídeo-laparoscópica e abdominal (laparotômica). • Ablação endometrial/polipectomia: Para mulheres de idade que não conseguem parar o sangramento Via histeroscópica (ressectoscópio) Remove todo o endométrio (faz uma ablação), remove até chegar na camada muscular. É eficaz, mas não tanto quanto a histerectomia. Não é definitiva; menor satisfação; melhor relação custo benefício • Miomectomia: Reservada para pacientes com desejo reprodutivo, que querem preservar o útero. Vídeolaparoscopica e histeroscopica. Retirada apenas do mioma. 31 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 contraceptivos hormonais PRIMEIRA PÍLULA: ENOVID Mestranol (tipo de estrogênio) → 150 mcg Noretinodrel (progesterona) → 9,85 mg Recebeu o nome de “a pílula”. • AVANÇOS: ✓ Redução das dosagens hormonais ✓ Estrogênios naturais ✓ Progestagênios mais seletivos ✓ Novos esquemas de administração ✓ Novas formas de administração • SEQUENCIAL: nos primeiros comprimidos só estrogênio, nos sequenciais combinado • COMBINADAS: - monofásicas (em todo o comprimido eu tenho a mesma quantidade de estrogênio e progestagênio) - bifásicas - trifásicas • PÍLULA MENSAL • MINIPÍLULA • MINIÍLULA ANOVULATÓRIA Progestagênio é o mais importante no sentido de contracepção. O estrogênio foi acrescido apenas para potencializar a função anticoncepcional e regular o ciclo. O primeiro estrogênio criado continha mestranol, que não é mais utilizado. A maioria das pílulas hoje contém Etinil- estradiol. A partir de 2011 passaram a incrementar estrogênios naturais, mas não são tão eficientes como o sintético, precisando de uma maior dose. 2011: valerato de estradiol 2014: estradiol Hoje no mercado, o máximo de estradiol que pode se ter na pílula é 50 mcg, por causa dos riscos tromboembolíticos. ALTA DOSE: > 50 mcg BAIXA DOSE: 35, 30 e 20 mcg ULTRA BAIXA DOSE: 15 mcg REDUÇÃO DA DOSE: para reduzir os riscos de tromboembolismo venoso. • PROBLEMAS NA REDUÇÃO DA DOSE: ✓ Hemorragia intermediária ✓ Risco de gravidez (se houver esquecimento é muito mais fácil de reativar o eixo HHO, o que vai permitir a gravidez). Nas adolescentes, a ultra baixa dose para começar não é o ideal, porque por ter muito risco de spottings a adolescente pode desistir do método e ter maior risco de engravidar. Nos primeiros meses a pílula de ultra baixa dose tem grande chance de spottings. Hoje ainda, na grande maioria das pílulas, tem-se progestagênio derivados da 19 nor testosterona, porque têm um maior controle do eixo HHO. • DERIVADOS DA 19 NOR TESTOSTERONA: GONANA → - Noretisterona - Linestrenol - Dienogeste ESTRANA → - Levonorgestrel - Desogestrel - Gestodene - Norgestimato • DERIVADOS DA 17 ALFA OH- PROGESTERONA: PREGNANA → - Ácido medroxiprogesterona - Acido ciproterona (importante porque é o progestagênio que tem maior ação anti- androgênica, por isso é uma boa ideia para Dr. Luis Roberto Fernandes } estrogênios naturais orais 32 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 mulheres com problemas manifestações androgênicas, como acne e pelos) - Megesterol - Clormadinona • DERIVADO DA ESPIRONOLACTONA: Drospirenona (ação natriurética) Corresponde a uma dieta sem sal. Do ponto de vista do mercado, é uma pílula que vende bastante, porque tem um marketing de que não engorda. Relação entre afinidade do receptor de progesterona e receptor de androgênio. Levnorgestrel, que é um dos primeiros derivados da 19 nor testosterona, é o mais androgênico, porque tem baixa afinidade ao receptor de testosterona. Enquanto os mais recentes,tem maior afinidade. Progestagênio Índice de seletividade Desogestrel 40 Gestodene 26 Noretisterona 5 Levonorgestrel 8,8 + : efeito (+): insignificante doses terapêuticas - : sem efeito Do ponto de vista do estrogênio: etinil estradiol ou estrogênios naturais Qual progestagênio escolher para a pílula? Vai depender da paciente (condições). Paciente que retém líquido: dar pílula com maior efeito anti mineralo corticoide (drospirenona). Paciente com SOP, acne, oleosidade: escolher aco com maior atividade anti- androgênica (acetato ciproterona ou drospirenona). Hipertensa leva: escolher aco com ação natriurética (drospirenona). Paciente sem acesso financeiro: pílula com levo norgestrel (é mais barato). Serve para avaliar a eficácia de qualquer método contraceptivo. Mostra o número de falhas (gravidez) em 100 casais utilizando o método durante um ano. Exemplo: índice de Pearl 5 indica que a cada 100 casais, 5 engravidaram utilizando tal método. • ÍNDICE DE PEARL TEÓRICO: casal utilizando aquele método de maneira correta. • ÍNDICE DE PEARL USO: falhas por uso incorreto Existem métodos em que índice teórico e de uso são praticamente iguais. • CENTRAL: Impede o pico de LH, ou seja, é um método anovulatório. • PERIFÉRICO: ✓ Interfere o muco, tornando-o hostil para a penetração do espermatozoide. ✓ Atrofia o endométrio (por isso que as mulheres que tomam pílula menstruam menos) ✓ Motilidade tubária DROSPIRENONA 3 mg = 25 mg espironolactona O efeito natriurético é semelhante à uma dieta com restrição leve de sal, porque bloqueia o receptor mineralocorticoide. Também tem uma ação antiandrogênica, mas não tão eficaz como o acetato de ciproterona. 33 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 Ação dos progestagênios e estrogênios. • ESTROGÊNIO: É benéfico no metabolismo lipídico, porque altera a composição intrínseca do HDL (aumenta sua síntese e diminui o catabolismo). Por isso que mulheres tem menor risco de doenças caronarianas em relação ao homem. • PROGESTAGÊNIO: Depende da sua androgenicidade. Estrogênio Progestagênios HDL ↑ ↓ LDL ↓ ↓ Risco CV ↓ ↑ • PROGESTAGÊNIOS: Pode causar resistência periférica a insulina, porque diminui os receptores. DM → DM descompensado é uma contraindicação absoluta do uso de anticoncepcional. Quando ao paciente com DM compensada, sempre que der para optar por outros métodos, evitar pílula (optar por método não hormonal). O estrogênio aumenta a síntese de substrato de renina e angiotensinogênio. E os progestagênios não interferem. A drospirenona tem ação anti- mineralocorticoides. Em pacientes com hipertensão leve, podem usar a pílula, mas dar preferencia à uma baixa dose de estrogênio com uma pílula com drospirenona. Os estrogênios tem uma ação trombogênica: o Aumentam os fatores II, V, VII, IX, X, XII o Diminuem a antitrombina III o Aumentam tromboxane A2 o Diminuem prostaciclina o Aumentam número, adesividade e agregação plaquetária • PREOCUPAÇÃO: Carga genética do indivíduo, porque existem doenças que são trombogênicas: ✓ Fator V de Leiden ✓ Deficiência proteína S ou C ✓ Protombina 20210 Os exames para detectar essa carga genética são caros, por isso que não é pedido com frequência. Deve-se procurar histórico na anamnese (histórico pessoal ou familiar). Estrogênio retém sódio e o progestagênio elimina, principalmente aqueles com ação anti-mineralocorticoide. Hoje em dia os efeitos são mínimos porque as doses são baixas. • EFEITOS COLATERAIS DO ESTROGÊNIO: ✓ Cefaleia ✓ Náuseas ✓ Vômitos ✓ Tonturas ✓ Irritabilidade ✓ Ganho de peso ✓ Ingurgitação venosa ✓ Mastalgia ✓ Cloasma • EFEITOS COLATERAIS DO PROGESTAGÊNIO: ✓ Fadiga ✓ Depressão ✓ Alteração libido → o etinil estradiol aumenta a quantidade da globulina transportadora de esteroides, portanto, tem mais androgênio ligado à globulina do que livre. ✓ Hipo-amenorreia ✓ Acne ✓ Apetite ✓ Hirsutismo ✓ Seborreia ✓ Queda de cabelo 34 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 ✓ Neoplasia hormônio dependente (ex: câncer de mama) ✓ Presença ou história de trombose venosa ou arterial ✓ Enxaqueca com sintomas focais ✓ Sangramento uterino sem diagnóstico ✓ Gravidez ✓ Hipertensão arterial grave ✓ DM com alteração vascular ✓ Tabagistas acima de 35 anos ✓ Hepatopatia aguda ou crônica ✓ Tumores hepáticos benignos ou malignos ✓ Predisposição hereditária ou adquirida para trombose venosa ou arterial: • Fator V de Leiden • Resistência à proteína C • Deficiência de antitrombina III • Deficiência de proteína C • Deficiência de proteína S • Anticorpos antifosfolípides Mulheres que tem mais de 35 anos e fuma tem contraindicação absoluta de uso da pílula, porque tem risco aumentado para fenômenos tromboembólicos. ✓ Controle do ciclo menstrual ✓ Diminui o fluxo do ciclo menstruais (melhora os níveis hematimétricos) ✓ Diminui a cólica menstruação ✓ Cisto funcional de ovário → cisto que surge por estimulo do FSH. Portanto, se toma aco inibe o eixo e regride o cisto (se não regredir depois de usar aco é porque não é um cisto funcional) ✓ Doença inflamatória pélvica → porque o progestagênio age no muco impedindo a ascensão de espermatozoides e microrganismos. ✓ Perfil lipoproteico ✓ Proteção contra câncer: Contra o câncer epitelial do ovário e contra o câncer de endométrio, pela ação da progesterona sobre o estrogênio. ✓ Diminui os sintomas climatéricos: Pode-se utilizar em idades mais avançadas para diminuir os sintomas climatéricos. ✓ Osteoporose Podem diminuir a eficácia da pílula. • INDUÇÃO CITOCROMO: São drogas que ativam o citocromo P450, aumentando o metabolismo hepática dos esteroides. Exemplos: fenitoína, fenobarbital, ritonavir, griseofulvina, carbamazepina, topiramato, Hypericum perfuratum. • INTERFERÊNCIA NA CIRCULAÇÃO ENTERO-HEPÁTICA: Penicilina e tetraciclina. Portanto, quando for utilizar um desses métodos, é preciso utilizar um método de barreira associado até 4 semanas após a interrupção da droga. São pílulas que contêm o estrogênio natural. A quantidade não é mcg, é em mg, tem que ser maior dosagem devido à menor eficácia. • QLAIRA ®: Valerato de estradiol 2mg Dienogeste 3 mg • STEZZA ®: Estradiol 2 mg Acetato de nomegestrol 2,5 mg São pílulas só de progesterona. A mais utilizada hoje é a pílula anovulatória de progestagênio (75 mcg de 3-ceto- desogestrel). O mecanismo de ação é que inibe o eixo HHO, atua no muco cervical e no endométrio. Tomada de maneira continua. Alta eficácia (índice de Pearl o,14). Contudo, não tem ciclicidade, pode ter amenorreia ou sangramentos frequentes. Usada muito em pacientes que estão amamentando, porque não podem usar estrogênio, porque diminui a quantidade e 35 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 qualidade do leite, além de aumentar os riscos tromboembólicos. • INÍCIO: sempre no primeiro dia do ciclo menstrual • INTERVALO: depende 3 semanas com parada de uma semana. As de ultra baixa dose são usadas com pausa de apenas 4 dias. • PROBLEMA: esquecimento É muito maior o risco de gravidez se esquecer a pílula na primeira semana, porque demora 7 dias para inibir o eixo HHO. Atraso menor que 12 horas não interfere na eficácia. Se esquecer de tomar um comprimido na primeira semana, deve-se tomar o comprimido esquecido, mas fazer uma contracepção adicional (de barreira) naquele mês até terminar a cartela. Se for esquecido após 2 semanas, tomar o comprimido esquecido e terminar a cartela. Na terceirasemana pode terminar ou não a cartela, intervalo de 7 dias, inicia nova cartela. • PÍLULAS COM ULTRA BAIXA DOSE (15 mcg): Apresentam maior eficácia no esquema de 24 comprimidos com 4 dias de intervalo. • DURANTE A PAUSA: ✓ Aumenta a síntese de prostaglandinas (o que vai aumentar os sintomas relacionados à menstruação) ✓ Crescimento folicular ✓ Esquecimento do reinício ✓ Eficácia menor quando está controlando o sangramento ou tratando endometriose • SINTOMAS DO INTERVALO SEM PÍLULA: ✓ Cefaleia ✓ Dismenorreia ✓ Edema ✓ Menorragia ✓ Labilidade emocional ✓ Mastalgia Esquema continuo, em que não tem interrupção da pílula. Hoje sabe-se que não existe interferência com o metabolismo lipídico etc. O problema é a ocorrência de spottings, porque o endométrio cai atrofiando cada vez mais, o endométrio atrófico pode sangrar um pouquinho. Caso isso ocorrer, fazer uma pausa de 7 dias e retornar a cartela posteriormente. • VANTAGENS: ✓ Melhora cefaléia ✓ Melhora dismenorreia ✓ Melhora produtividade ✓ Diminui abstenseismo ✓ Menor perda sanguínea ✓ Menor foliculogenese ✓ Menor proliferação endometrial ✓ Custo absorventes ✓ Maior eficácia 36 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 contraceptivos hormonais ✓ Evita o metabolismo de primeira passagem hepática (sobrecarga hepática) → diferente da pílula que vai para o intestino é absorvida, vai para o fígado, é metabolizada e posteriormente vai para a corrente circulatória. ✓ Evita interferência da absorção gastrointestinal ✓ Possibilidade de uso de método de liberação hormonal controlada, mantendo níveis séricos constantes (o que permite uma menor dose) ✓ Baixo índice de efeitos colaterais ✓ Evita a necessidade de tomar a pílula diariamente ✓ Injetáveis (mensais ou trimestrais) ✓ Implantes ✓ Anel vaginal ✓ Transdérmicos ✓ DIU Associação de estrogênio e progestagênio. • MECANISMO DE AÇÃO: ✓ Impede o pico de LH, consequentemente, impede a anovulação. ✓ Muco cervical ✓ Endométrio ✓ Mobilidade tubária • VANTAGENS: ✓ Aceitabilidade ✓ Estrogênio natural ✓ Preservação do sangramento ✓ Comodidade (por ser apenas 1 aplicação mensal) ✓ Evita sobrecarga hepática ✓ Aplicação simples • DESVANTAGENS: ✓ Não aceitação da via (injeção) ✓ Sem padrão de sangramento ✓ Efeitos colaterais (poucos) • CONTRAINDICAÇÕES: As mesmas contraindicações das pílulas. • INSTRUÇÕES GERAIS: ✓ Cuidados na aplicação (não pode massagear o local da aplicação) ✓ Uma dose mensal ✓ Margem de eficácia de 3 dias para mais ou menos ✓ Índice de Pearl de 0,1 a 0,3 (muito eficaz) • DROGA: Acetato de medroxiprogesterona de depósito. É só de progestagênio • DOSE: 150 mg/IM/cada 3 meses • MECANISMO DE AÇÃO: ✓ Anovulação ✓ Muco cervical ✓ Atrofia de endométrio • EFICÁCIA: Índice de Pearl = 0,3 • VANTAGENS: ✓ Eficácia ✓ Seguro ✓ Fácil utilização ✓ Ação prolongada ✓ Reversível ✓ Privacidade • DESVANTAGENS: ✓ Não aceitação da via ✓ Padrão de sangramento ✓ Efeitos colaterais ✓ Ganho de peso Implanon® → é o único no mercado Bastão com 4 cm de comprimento com 2 mm de diâmetro. 68mg etonogestrel (apenas progestogênio), misturado com um polímero. não orais Dr. Luis Roberto Fernandes 37 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 • LIBERAÇÃO: 60 a 70 mcg/dia semana 5 e 6 35 a 45 mcg/dia final primeiro ano 25 a 30 mcg/dia final terceiro ano Doses bem baixas por dia, dura 3 anos) • VANTAGENS: ✓ Eficácia prolongada ✓ Não contém estrogênios ✓ Amenorreia ✓ Hipo-oligomereria (aquelas que menstruam, menstruam em pequenas quantidades) ✓ Diminui risco de câncer ✓ Diminui DIP (doença inflamatória pélvica) ✓ Endometriose • DESVANTAGENS: ✓ Alterações no ciclo menstrual ✓ Peso ✓ Custo alto ✓ Densidade mineral óssea ✓ Método de aplicação/retirada • LOCAL DE APLICAÇÃO: Sulco bicipitalis, entre o bíceps e o tríceps do braço não dominante. Todo novo método a base de progesterona é estudado pela OMS em um período de 90 dias. Amenorreia → sem sangramento Sangramento infrequente → 1 ou 2 episódios Sangramento frequente → 6 ou mais Sangramento prolongado → mais de 14 dias. • RESULTADOS DO IMPLANON: A grande maioria das mulheres não menstruam ou menstruam em pequena quantidade, contudo 8% das mulheres apresentam sangramento frequente ou prolongado, o que causa altas taxas de abandono do método. 5,4 cm de diâmetro. NuvaRing ® Estrogênio e progestagênio (2,7 mg de etinilestradiol + 11,7 mg de etonogestrel). Vai liberando o hormônio gradativamente, com baixas doses diárias. Utiliza-se igual a pílula, 3 semanas utilizando, tiro por 7 dias, no 8º recoloco. Mas já tem estudos mostrando o uso contínuo do anel. A vagina é recoberta com uma extensa área de epitélio, o que permite rápida absorção das substâncias. Além disso, é extremamente vascularizada, absorve e já vai direto para a corrente circulatória, sem precisar passar pelo fígado. • INERVAÇÃO DA VAGINA: É improvável que as mulheres sintam a presença de um corpo estranho na parte superior da vagina, pois nesta região não há sensibilidade táctil. • NÍVEIS SÉRICOS: Os níveis séricos da pílula sobem quando toma, depois vai caindo até tomar a pílula do próximo dia (essa grande variabilidade causa muitos efeitos colaterais). NuvaRing ® tem níveis séricos constante. • EFICÁCIA: O índice de Pearl é de 0,65 (muito seguro). • ASPECTOS DE SEGURANÇA: ✓ Produz efeitos mínimos no metabolismo lipídico ✓ Não produz efeitos clinicamente relevantes no metabolismo de carboidratos ✓ Produz mínimos efeitos sobre o sistema de coagulação ✓ Não produz efeitos sobre a pressão arterial ✓ Não produz efeitos desfavoráveis no cérvice uterino ou na vagina • EXPULSÃO DO ANEL: rara, apenas 2,6% Quando ocorrer, se ficar menos de 3h fora → recolar que terá a mesma eficácia (não vai diminuir os níveis séricos) Mais de 3 horas → recolocar anel + utilizar barreira por 7 dias (pode mudar o dia da menstruação). • ESQUECIMENTO DA RETIRADA: Até 1 semana depois → mesma eficácia Mais de 1 semana → possibilidade de gravidez 38 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 • CONTRAINDICAÇÕES: mesmas relacionadas às pílulas. • ARMAZENAMENTO: Geladeira (2 a 8ºC) Temperatura ambiente dura 4 meses. Anotação no cartucho qual a data que saiu da geladeira. É um método combinado. Etinilestradiol (0,60 mg) + nortelfestromina (6 mg). EVRA ® → nome do mercado. • POSOLOGIA: Insere-se no primeiro dia da menstruação. Um adesivo por semana, por três semanas, fazer pausa de 7 dias. • LOCAIS DE APLICAÇÃO: Pele integra, seca e sem pelos. Pode ser na nádega, dorso, abdome, face externa do braço. O QUE PRECISA SABER DESSA AULA A grande vantagem desses métodos é a não primeira passagem hepática, a absorção vai direto para a corrente circulatória, por isso pode-se utilizar doses mais baixas, o que garante menos efeitos colaterais. Possibilidades: o injetáveis mensais (P+E) o injetáveis trimestrais (P) o implanton (P) o anel vaginal (P+E) o transdérmico (P+E) 39 ANA PAULA – XXII GINECOLOGIA – ATD1 contracepção de urgência ✓ Relação sexual não planejada e desprotegida ✓ Uso inadequado de métodos contraceptivos ✓ Falha contraceptiva presumida (rompeu o preservativo) ✓ Violência sexual 2,5% seis dias pré-ovulação. 17,3% pré-ovulatório imediato. Decréscimo até 0,5% quarto dia após ovulação. 30% período pré-ovulatório. FERTILIZAÇÃO: ocorre na ampola da tuba uterina 72 horas após intercurso
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