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A pele é o maior órgão do corpo humano, cobrindo toda superfície do corpo e correspondendo a 16% do peso corporal. Possui diversas funções, sendo elas: proteção contra lesões, atrito, invasão de bactérias e dessecação, termorregulação corporal, percepção sensorial contínua do ambiente (tato, temperatura e dor), excreção de diversas substâncias (pelas glândulas sudoríparas), proteção contra os raios ultravioleta (por conta da melanina) e absorção dessa para síntese de Vitamina D3 É composta por duas camadas, a epiderme e a derme. A epiderme é a camada mais superficial, de origem ectodérmica, já a derme é de origem mesodérmica. A hipoderme é uma camada encontrada abaixo da derme, que não faz parte da pele. Ela nada mais é que uma camada de tecido celular subcutâneo, composto por tecido conjuntivo frouxo com células adiposas, sendo responsável pela união da pele com os órgãos subjacentes. Basicamente, a hipoderme permite que a pele deslize sobre as estruturas em que ela se apoia. Figura 1. Organização geral da pele. A – Pode-se observar a formação da pele em 2 camadas, a epiderme e a derme, além da presença do tecido celular subcutâneo, a hipoderme. Configuração histológica da pele. Fonte: Adaptado de Histologia e Biologia Celular, 2ª Ed., 2008 Comentado [1]: Comentado [jb2R1]: Nessa imagem pode ser observada uma lâmina de pele espessa com a epiderme (E) e a derme (D), assim como as papilas dérmicas (DR) que se Inter digitam com as cristas epidérmicas (ER). Fonte: Tratado de histologia em cores, 3ª Ed., 2007 PELE FINA X PELE ESPESSA Existem dois tipos de pele, a pele fina e a pele espessa. A pele fina tem poucas camadas celulares, principalmente da última camada da epiderme, que é a camada de queratina. A pele espessa, por sua vez, está presente em regiões de maior atrito (por exemplo: palma de mãos, planta de pés), possuindo diversas camadas celulares e maior espessura da camada de queratina. Uma característica da pele espessa é a ausência de glândulas sebáceas e pelos, podendo ser encontradas apenas glândulas sudoríparas EPIDERME. A epiderme é um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, ou seja, é um tecido formado por várias camadas de células achatadas, com uma camada superficial de queratina. Alguns tipos celulares podem ser encontrados na epiderme, sendo eles os queratinócitos, melanócitos, células de Langherans e células de Merkel Os queratinócitos são as células mais abundantes e se organizam em camadas. Essas camadas podem ser observadas principalmente quando estamos diante de uma pele espessa. Da camada mais superficial até a mais profunda, pode-se observar a camada córnea, camada lúcida, camada granulosa, camada espinhosa e camada basal. Comentado [3]: Células tronco proliferativas, células de diferenciaçao. Células-tronco são células primitivas, com capacidade de se dividir por longos períodos sem se diferenciar. Associada a essa característica de autorrenovação, têm grande potencial de diferenciação em diversos tipos celulares. Camadas da epiderme: Estrado córneo, estrato lúcido, estrato granuloso e estrato basal. Fonte: Histologia e Biologia Celular, 2ª Ed., 2008. A camada ou estrato basal ou germinativo é formada por células prismáticas a cuboides, basófilas, apoiadas sobre a membrana basal que separa a epiderme da derme. As células da camada basal já possuem filamentos intermediários de queratina, mas em pequena quantidade, que vai aumentando à medida que as células vão subindo em direção ao estrato mais superficial. As células dessa camada são ricas em células tronco, possuindo uma intensa atividade mitótica, sendo, portanto, a camada responsável pela constante renovação da pele. A pele se renova a cada 15 a 30 dias. A camada ou estrato espinhoso possui células cuboides (observa- -se uma tendência de achatamento das células à medida que caminha- -se para o estrato mais superficial), que possuem um núcleo central, com um citoplasma possuindo feixes de filamentos de queratina (chamados tono filamentos). As células dessa camada se ligam umas às outras através de desmossomos, gerando uma coesão celular, denotando a resistência ao atrito intrínseca à nossa pele. Essa ligação entre as células origina a morfologia espinhosa celular que dá o nome para a camada. CAMADA ESPINHOSA: Camada de transição entre as novas e as velhas. Células cuboides, ligeiramente achatadas. QUERATINÓCITOS unidos por desmossomos Comentado [4]: • Estrato Basal ou Germinativo (stratum basale) - é a camada mais interna, mais profunda e que fica em contato com a derme. É onde os queratinócitos são formados e empurrados para as camadas superiores. Comentado [5]: É a camada mais profunda, sendo composta por uma única fila de células cilíndricas MULTIPLICAÇÃO. Fortemente pigmentado com grânulos castanho- escuros de melanina. Comentado [6]: Estrato Espinhoso (stratum spinosum) - é o revestimento formado por uma média de 5 a 10 camadas de células cuboides, que são um pouco achatadas e possuem um núcleo central. Essas camadas apresentam projeções citoplasmáticas, os queratinócitos formam os filamentos de queratina, que são as fibras de proteína e se transformam em fusiformes. 7. Camada espinhosa, com a presença de células cuboides com núcleo central. Podem-se observar os tono filamentos de queratina citoplasmáticos (A) e a presença de desmossomos na membrana celular (B), o que dá a morfologia “espinhosa” para as células. Fonte: Histologia Básica, 12ª Ed., 2013 A camada ou estrato granuloso é composta por 3 a 5 fileiras de células poligonais achatadas, com citoplasma contendo grânulos basófilos, compostos por filamentos de querato-hialina, ricos em proteína Comentado [7]: Os desmossomos são junções de adesão semelhante a soldas ou botões, localizadas na membrana plasmática lateral, que auxiliam na resistência aos estresses mecânicos. Cada desmossomo apresenta duas placas de adesão em formato de disco, localizada opostas uma à outra nas faces citoplasmáticas das células adjacentes. As placas de adesão do desmossomo são formadas por proteínas de ancoragem, sendo as mais bem caracterizadas as desmoplaquinas e as pecoglobinas Comentado [8]: Estrato Granuloso (stratum granulosum) - é o revestimento formado por uma média de 03 a 05 camadas de células poligonais, que são achatadas, promovendo a queratinização. O citoplasma acumulado produz grânulos queratino-hialina, originando na transformação de queratina e lipídios epidérmicos. histidina fosforizada e cistina, precursoras da filagrina. Além disso, ainda no citoplasma podem se observar à microscopia eletrônica a presença de grânulos lamelares, responsáveis pela exocitose de um material lipídico que permanece na superfície da pele, tornando-a impermeável à água, impedindo a desidratação. Essa impermeabilização permite que os seres humanos consigam ser animais terrestres. CAMADA GRANULOSA: É formada por 3 a 5 filas de células pavimentosas que sintetizam a queratina, proteína fibrosa que garante à pele a sua peculiar consistência. A camada ou estrato lúcido é mais facilmente observável em peles do tipo espessa, já que representa uma fina camada de células achatadas, eosinofilias e translúcidas, devido à ausência de núcleo celular e organelas nesses tipos celulares, estruturas que foram digeridas por lisossomos. Por outro lado, esse citoplasma é rico em filamentos de queratina, por esse motivo se apresenta eosinófilo. Nessa camada, as células ainda se encontram unidas firmemente através dos desmossomos. Camada lúcida, geralmente não visualizada em cortes histológicos, representa uma faixa homogênea, estreita e de coloração pálida. É constituída por diversas subcamadas de células compactas e anucleadas. Fonte: Atlas de histologia descritiva, 2012. CAMADA LÚCIDA: Apenaspresente na pele das palmas das mãos e na planta dos pés (pele muito grossa), é constituída por uma ou duas filas de células planas e praticamente transparentes, que não desempenham qualquer atividade essencial A camada córnea possui uma espessura muito variável, sendo maior em peles do tipo espessa. É composta por células achatadas e anucleadas, ou seja, são células mortas. O citoplasma dessas células é repleto de filamentos de queratina. A camada córnea sofre uma descamação contínua, sendo reposta Comentado [9]: strato Lúcido (stratum lucidium) - é um revestimento formado por uma camada de células achatadas, planas e translúcidas, elas não são diferentes umas das outras. Comentado [10]: é a camada mais externa da epiderme, possui cerca de 20 subcamadas formadas por células mortas, sem núcleos, planas e achatadas, a depender do local onde esteja a pele do corpo. Essas células possuem grande quantidade de queratina e se desprendem com frequência em um processo chamado de descamação. A camada córnea também contém os poros das glândulas sudoríparas e as fendas das glândulas sebáceas. através da proliferação e desenvolvimento das células basais ao longo do estrato epidérmico. De forma a possibilitar a descamação, as células da camada córnea não são unidas através de desmossomos. CAMADA CÓRNEA: É a camada mais externa da epiderme, sendo formada por várias filas de células repletas de queratina que já perderam o seu núcleo e que não desempenham qualquer atividade vital, sendo por isso células mortas. C a) extrato córneo - Espessura variável Células achatadas e + anucleadas + ↑ Queratina Ausência de desmossomos + Descamação b) Extrato lúcido - Ausência de núcleo + e organelas + ↑ Queratina Eosinofilia Presença de desmossomos c) Extrato espinhoso - 3 a 5 camadas Células poligonais achatadas Grânulos de queratina e grânulos lamelares d) Extrato basal - Células cuboides Tonofilamentos de queratina Desmossomos – Morfologia espinhosa Células prismáticas a cuboides + Basófilas + ↓ Queratina Células tronco Intensa atividade mitótica Existem outros tipos celulares que podem ser encontrados na epiderme, dentre eles os melanócitos, células de Merkel (sendo esses dois tipos mais comuns na camada basal da epiderme) e as células de Langherans (mais visíveis na camada espinhosa dos queratinócitos). Os melanócitos são oriundos das cristas neurais embrionárias, cujas células invadem a pele em torno da 12ª a 14ª semana gestacional. Possuem uma morfologia arredondada com prolongamentos citoplasmáticos, citoplasma claro e núcleo ovoide. A função dos melanócitos é a síntese da melanina, um pigmento pardo-amarelado que é absorvido posteriormente pelos queratinócitos. SÍNTESE DE MELANINA A síntese de melanina ocorre dentro dos melanossomos, que são vesículas membranosas presentes nos melanócitos. A tirosina presente nos melanossomos sofre oxidação através da enzima tirosinase, originando a 3,4-di-hidroxifenilalanin (DOPA). A substância DOPA, por sua vez, é novamente oxidada pela tirosinase, originando o pigmento melanina. A melanina é armazenada nos grânulos citoplasmáticos de melanina, que quando presente nos prolongamentos dos melanócitos são fagocitados pelos queratinócitos. Dentre as diferentes raças, há uma mesma concentração de melanócitos, o que muda é a atividade da enzima tirosinase, havendo uma maior efetividade de produção e transferência da melanina aos queratinócitos em indivíduos com pele mais escura. Em indivíduos da raça negra pode ser observada a presença de melanina até a camada córnea da epiderme, o que difere de indivíduos da raça branca, em que é encontrado a melanina de forma mais restrita nas camadas basais e espinhosas. A função da melanina é proteger o material genético da radiação ultravioleta, por isso, ela assume uma posição supra nuclear, ou seja, evita que o núcleo sofra ação direta da radiação ultravioleta. As células de Merkel são células com prolongamentos curtos, que possuem ligação com os queratinócitos através dos desmossomos, possuindo um núcleo volumoso e um citoplasma com a presença de filamentos de queratina. Histologicamente, portanto, são células muito semelhantes aos melanócitos, porém elas ocorrem em um número muito menor, sendo raramente encontradas à Comentado [11]: A doença de Addison é caracterizada por uma produção inadequada de cortisol pelo córtex da glândula suprarrenal, levando a uma hiperprodução de ACTH. O ACTH influencia na síntese de tirosinase, gerando um aumento de melanina e hiperpigmentação. O albinismo, por outro lado, ocorre por uma alteração genética na síntese de tirosinase, resultando em ausência de produção de melanina. Comentado [12]: Células de Merkel: Responsáveis pela sensação do tato, localizam-se na região profunda da epiderme. Microscopia Óptica (MO). Geralmente o citoplasma das células de Merkel é composto por vesículas neuroendócrinas. A presença dessas vesículas é justificada pela função dessas células como terminações nervosas sensitivas, presentes na base da célula, funcionando como mecanorreceptores, principalmente encontradas na ponta dos dedos e na base dos folículos pilosos. São, portanto, receptores táteis que fazem contato direto com terminações nervosas As células de Langherans fazem parte do sistema mononuclear fagocítico, sendo células muito ramificadas histologicamente, que fagocitam e processam os antígenos estranhos encontrados na pele, os apresentando posterior aos linfócitos T. São mais comuns no estrato espinhoso da epiderme DERME A derme é composta por um tecido conjuntivo e sua espessura é variável de acordo com a sua localização. A derme possui duas camadas, a papilar (superficial – contato íntimo com a epiderme) e reticular (profunda – contato íntimo com a hipoderme). A camada papilar é composta pelas papilas dérmicas e acompanha as reentrâncias da epiderme, sendo mais frequentes nas zonas sujeitas à tensão e atritos. Nessa camada pode-se observar um tecido conjuntivo frouxo em que predomina fibrilas especiais de colágeno, que se mantém unidas à membrana basal da epiderme, possibilitando a manutenção da junção entre epiderme e derme papilar. As fibras de colágeno são distribuídas em diversas direções. Além disso, nessa camada pode-se observar também pequenos vasos sanguíneos, os quais realizam a irrigação da epiderme. A derme reticular ou profunda é formada por um tecido conjuntivo denso não modelado, onde predominam as fibras elásticas, ao contrário da derme papilar. As fibras elásticas presentes nessa camada são responsáveis pela manutenção da elasticidade da pele. Nessa região podem ser encontrados diversos vasos sanguíneos e linfáticos, bem como nervos e anexos da pele. Algumas alterações ou patologias comuns na prática clínica ocorrem a nível da epiderme ou da derme. Aqui serão ressaltadas algumas delas! As sardas representam o aumento da produção e acúmulo de melanina na região basal da epiderme sem um aumento nos melanócitos. A psoríase é originada pela proliferação excessiva de queratinócitos no estrato basal e no estrato espinhoso, com um ciclo celular acelerado. As verrugas são hiperplasias epidérmicas resultantes de uma infecção dos queratinócitos pelo papilomavírus. O carcinoma de células basais se origina das células do estrato basal da epiderme, enquanto o carcinoma de células escamosas se origina dos queratinócitos da epiderme. O melanoma, por fim, se origina em melanócitos modificados. Comentado [13]: Os receptores periféricos são especializados na recepção de determinados estímulos, como mecanorreceptores, termorreceptores e nociceptores. Os mecanorreceptores respondem a estímulos mecânicos que são capazes de deformar o receptor ou os tecidos que o envolvem, a partir de estímulos de tato, tração, vibração e pressão. Os mecanorreceptores podemser não encapsulados, como os discos de Merkel, ou encapsulados, como os corpúsculos de Meissner e de Pacini DERME PAPILAR - Papilas dérmicas/ tecido conjuntivo frouxo, fibrilas de colágeno, junção derme epiderme Derme Reticular: Tecido conjuntivo denso não modelado Fibras elásticas 1. . 2. CAMADA DA PELE CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS 3. Epiderme - Epitélio estratificado queratinizado (queratinócitos). 4. Estrato córneo diversas camadas de queratinócitos, células mortas, anucleadas ou sem organelas. Descamação intensa. 5. Estrato lúcido- Camada delgada e intensamente corada, células já anucleadas e sem organelas. 6. Estrato granuloso- Três a cinco camadas de células, os queratinócitos ainda mantém o núcleo Presença de grânulos de querato-hialina e grânulos lamelares. 7. Estrato Espinhoso Camada mais espessa da epiderme, cujos queratinócitos se associam através de pontes intercelulares e uma quantidade grande de desmossomos. Presença de numerosos tonos filamentos e grânulos lamelares. Observam-se células de Langherans 8. Estrato Basal (Germinativo) Células cuboides a colunares baixas, mitoticamente ativas. Células de Merkel e melanócitos presentes. 9. Derme Colágeno do tipo I e fibras elásticas, subdividida em duas camadas, a papilar e a 10. reticular. Camada Papilar Interdigita-se com a epiderme, formando papilas dérmicas que compõem parte do aparelho em rede. Realiza a interface derme-epiderme. Presença de leitos capilares, mecanorreceptores e melanócitos ocasionalmente. 11. Camada Reticular Camada mais profunda da pele, caracterizada pela presença de fibras elásticas. Contém glândulas sudoríparas e sebáceas, folículos pilosos e mecanorreceptores. RECEPTORES SENSORIAIS DA PELE Uma das principais funções da pele é receber estímulos do meio externo, exercida através da percepção sensorial. Para realizar tal função, a pele dispõe de dois tipos de terminações nervosas livres e as terminações nervosas encapsuladas. As terminações nervosas livres geralmente assumem uma morfologia de “cesto”, sendo nesse caso mecanorreceptores, localizadas usualmente ao redor de folículos pilosos. Quando essas terminações assumem uma morfologia de “bulbo” podem ser tanto mecano como nociceptores, localizadas diferentemente da anterior, de forma paralela à junção derme epidérmica. Com relação às terminações nervosa encapsuladas, existem 4 tipos dessas terminações, sendo eles: corpúsculos de Meissner, corpúsculos de Pacini, corpúsculos de Ruffini e bulbos terminais de Krause. Os corpúsculos de Meissner estão presentes nas papilas dérmicas de áreas sem pelos, como lábios, mamilos, dedos, palma de mãos e planta de pés. São estruturas alongadas que se organizam sob um axônio central envolvido por células de Schwann em espiral, cuja estrutura é contida em uma cápsula de fibroblastos modificados contínuos com o endoneuro da fibra nervosa aferente. Normalmente, os corpúsculos de Meissner são mecanorreceptores que detectam pequenas deformações da epiderme, ou seja, detectam a pressão exercida sob a pele, correspondendo a receptores táteis. Corpúsculos de Meissner. A – Morfologia: estruturas alongadas sob um axônio central, envolvido por células de Schwann, envoltos por fibroblastos modificados contínuos com o endoneuro da fibra aferente. B – Lâmina demonstra corpúsculos de Meissner nas papilas epidérmicas. Fonte: Adaptado de Histologia Básica, 12ª Ed., 2013 e Histologia e Biologia Celular, 2ª Ed., 2008 Os corpúsculos de Pacini podem ser encontrados na derme profunda e hipoderme, geralmente de morfologia esférica a oval. Os locais onde mais frequentemente são encontrados os corpúsculos de Pacini são os dedos, palma de mãos e planta de pés. Se organizam de forma semelhante aos corpúsculos de Meissner, com um axônio central envolvido por lamelas concêntricas de células de Schwann e de fibroblastos modificados, gerando uma estrutura em “casca de cebola”. Também corresponde a Comentado [14]: Grandes estruturas ovais ou esféricas de 20 a 60 lamelas concêntricas localizadas no tecido conjuntivo denso e irregular (DERME) sob o epitélio. mecanorreceptores, que captam estímulos de Corpúsculos de Pacini. A – Morfologia: Esféricos ou ovais, lamelas concêntricas de células de Schwann e fibroblastos modificados, produzindo estrutura em “casca de cebola”. B – Lâmina histológica demonstra corpúsculo de Pacini na derme profunda e hipoderme. Fonte: Adaptado de Histologia Básica, 12ª Ed., 2013 e Histologia e Biologia Celular, 2ª Ed., 2008. SAIBA MAIS INFORMAÇÃO EXTRA Além dos corpúsculos de Meissner e de Pacini existem outros mecanorreceptores encapsulados, sendo eles os corpúsculos de Ruffini e os bulbos terminais de Krause. As terminações ou corpúsculos de Ruffini se localizam na derme da pele, leitos ungueais, ligamentos periodontais e nas cápsulas articulares. A cápsula de tecido conjuntivo que envolve esses receptores está ancorada em cada extremidade, aumentando a sensibilidade à distensão e à pressão nas cápsulas articulares, sendo essa a sua principal função. O bulbo terminal de Krause, por sua vez, se localizam na região papilar da derme nas articulações, conjuntiva, peritônio, regiões genitais e no tecido conjuntivo subendotelial das cavidades oral e nasal. Sua função é desconhecida. SISTEMA VASCULAR: sistema arterial, venoso e linfático RECEPTORES SENSORIAIS: Terminações nervosas livres • Em “cesto” • Em “bulbo” Terminações nervosas encapsuladas • Corpúsculos de Meissner • Corpúsculos de Pacini • Corpúsculos de Ruffini • Bulbos terminais de Krause EPIDERME: Queratinócitos • Camada basal • Camada espinhosa • Camada granulosa • Camada lúcida • Camada córnea Melanócitos Células de Merkel Células de Langherans DERME: Camada Papilar (superficial) Camada Reticular (profunda) ANEXOS A pele possui como anexos os pelos, as unhas e as glândulas da pele, sendo que essas podem ser de 3 tipos, sudoríparas, sebáceas e mamárias. As glândulas mamárias não serão abordadas nesse resumo. Glândulas da pele: Glândulas sebáceas. As glândulas sebáceas estão situadas na derme, se encontram de forma abundante no couro cabeludo, porém estão ausentes na palma das mãos e planta dos pés. É importante lembrar que as glândulas sebáceas estão sempre associadas a um folículo piloso, onde usualmente desembocam! Em algumas regiões, as glândulas sebáceas podem desembocar diretamente na pele, como nos lábios, mamilos, na glande e vagina. O ducto de saída para os folículos pilosos é caracteristicamente um ducto curto revestido por epitélio estratificado pavimentoso. As glândulas sebáceas produzem uma secreção lipídica rotineiramente nomeada como “sebo”, sendo ela rica em triglicérides, ácidos graxos livres, colesterol e ésteres de colesterol. Essa produção ocorre principalmente após a puberdade devido ao estimulo de hormônios sexuais associado, tendo como principal função a lubrificação da superfície da pele e dos pelos, aumentando as características hidrofóbicas da queratina, o que exacerba a função de impermeabilidade exercida As glândulas são classificadas em dois grandes grupos, de acordo com o método de distribuição de seus produtos: exócrinas (secretam através de ductos) e endócrinas (secretam para os vasos sanguíneos ou linfáticos). As glândulas exócrinas possuem três mecanismos diferentes para liberar seus produtos de secreção, podendo ser classificadas em holócrinas (a célula amadurece, morre e vira o próprio produto de secreção), merócrina (através de exocitose) e apócrina (uma porção do citoplasma apical é liberada com o produto de secreção) Glândulas Sudoríparas As glândulas sudoríparas podem ser de dois tipos: merócrinas (amplamente distribuídas) ou apócrinas (encontradas nas axilas, região perianal e região pubiana). A secreção produzida por essetipo de glândula é uma secreção aquosa, conhecida como suor. O suor é um ultrafiltrado do plasma, responsável por auxiliar na termorregulação e participar da excreção de algumas substâncias, sendo derivado de capilares localizados ao redor das porções secretoras das glândulas sudoríparas. A secreção das glândulas sudoríparas merócrinas é eliminada por exocitose! As glândulas tubulosas simples enoveladas que correspondem às glândulas sudoríparas merócrinas são formadas por células secretoras piramidais, podendo essas serem de dois tipos, células escuras e células claras. As células escuras secretam glicoproteínas, sendo encontradas próximas ao lúmen glandular, contém muitos grânulos de secreção apicais e são ricas em retículo endoplasmático rugoso (RER), o que justifica a sua coloração escura. As células claras se encontram mais na porção basal glandular, tendo com função o transporte de íons e de água, sendo dotada, portanto, de muitas mitocôndrias para possibilitar a produção da parte aquosa do suor Pelos Os pelos são estruturas delgadas e queratinizadas que possuem um crescimento descontínuo, com fases de repouso e fase de crescimento em si. A duração da fase de repouso e fase de crescimento dos pelos é variável entre as regiões do corpo. A cor, tamanho, espessura e a disposição dos pelos varia de acordo com a cor da pele e a região do corpo, fator que é diretamente influenciado por hormônios sexuais. A cor do pelo também depende dos melanócitos, localizados entre a papila e o epitélio da raiz do pelo. O pelo difere um pouco do seu processo de queratinizarão que ocorre na pele, formando uma queratina dura, com filamentos embebidos dentro de uma matriz de trico-hialina, bem como as células queratinizadas não descamam, elas se acumulam, tornando resistentes e comprimidas com o tempo. Os pelos se desenvolvem dentro de estruturas chamadas folículos pilosos, que são invaginações da epiderme. A dilatação terminal do folículo piloso é chamada de bulbo do pelo, cujo centro contém a papila dérmica. Na papila dérmica existem células que revestem e formam a raiz do pelo, de onde emerge o eixo do pelo. Na fase de crescimento, as células da raiz se multiplicam e diferenciam em diversos tipos celulares, como as células da medula (células grandes, vacuolizadas, com pouca queratina), as células do córtex (na região que envolve o pelo, células mais queratinizadas e compactas) e as células da cutícula (região mais externa, células fortemente queratinizadas que envolvem o córtex). As células epiteliais periféricas possuem uma bainha epitelial interna e uma bainha epitelial externa; a bainha epitelial envolve o pelo em sua porção inicial, sendo que sua porção externa se continua com a epiderme.
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