Prévia do material em texto
1 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 10 Introdução Para abdome agudo inflamatório, o Raio x perde sua utilidade, porque ele é bom para ver diferença de densidade. Então, o abdome agudo inflamatório é quando há o aumento do tamanho relacionado a líquido inflamatório no abdome, nas vísceras. A gente sabe que o raio x não consegue diferenciar a densidade do líquido das partes moles. Então, utiliza-se ultrassom (examinador dependente). Definição O abdome agudo inflamatório pode ser definido como um quadro de dor abdominal, decorrente de um processo inflamatório e/ou infeccioso localizado na cavidade abdominal ou em órgãos e estruturas adjacentes. CASO CLÍNICO QP: Dor abdominal há 10 dias. HMA: Paciente relata que há 11 dias ingeriu 5 litros de vinho, evoluindo no dia seguinte com dor abdominal em cólica, localizada em FIE que irradiava para hipogástrio e FID, contínua e de intensidade 10/10. Diz ter apresentado febre não mensurada, não sabe especificar por quantos dias teve febre. Vômitos pós alimentares, evoluindo com hiporexia e fezes amolecidas, escurecidas e em pouca quantidade. Foi ao serviço de emergência onde realizou USG de abdome com suspeita de apendicite, fez uso de dipirona e tramal, mantendo quadro álgico. Obs. USG é o método de investigação inicial em abdome inflamatório. Ultrassom depende muito da capacidade do examinador e também tem limitações como obesidade e o excesso de gases intestinais. A clínica da apendicite (normalmente caso cirúrgico) de fato classicamente começa com uma dor na região umbilical e depois fica mais localizada na fossa ilíaca direita. Quando faz um ultrassom tem que ser direcionado à clínica (soberana) do paciente. Continuação caso clínico: Há 3 dias a dor migrou, estando localizada em região epigástrica, sendo intermitente e de intensidade 6-7/10. Foi transferido para Salvador no HUPES realizando TC de abdome. Chegando lá, foi feita uma reavaliação com anamnese e exame físico, além de exames laboratoriais e TC de abdome total. INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO • Geral: Vide HMA; • Pele e fâneros: nega lesões em pele ou alterações em fâneros; • Cabeça e pescoço: Nega linfonomegalia; • AR: nega dispneia, hemoptise, tosse. • ACV: nega palpitações, nega dispneia paroxística noturna e dor torácica; • TGI: vide HMA; • AGU: Nega disúria, urina escura, urgência, incontinência. • Osteoarticular: Relata deformidade congênita em quinto quirodáctilo de ambas as mãos ou edemas articulares. AM: Nega comorbidades, uso de medicações, internamentos prévios, cirurgias, hemotransfusão, alergias. AF: Relata extensa história familiar com acometimento renal, porém não sabe especificar etiologia. HV: Etilista intenso. Nega tabagista. A tomografia de abdome pode ser feita toda sem contraste, mas é raro. Geralmente é feita sem contraste apenas quando suspeita de urolitíase ou quando o paciente tem contraindicação a utilização do contraste. Então, quando não há contraindicação faz com e sem contraste. Imagem esquerda → TOMOGRAFIA sem contraste endovenoso; Imagem direita → TOMOGRAFIA com contraste endovenoso. Abdome Agudo Inflamatório 2 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 10 A veia cava inferior (em vermelho) está mais branquinha na direita porque tem o contraste. Temos também as câmaras cardíacas (em vermelho) e a aorta. Em laranja há uma anormalidade (atelectasia da base do pulmão – atelectasia compressiva do parênquima adjacente) e em azul uma outra anormalidade (derrame pleural a esquerda). Interrogação → gordura abdominal infiltrada por líquido. TC sem contraste endovenoso: 1. Fígado; 2. Aorta; 3. Ventrículo esquerdo; 4. Ventrículo Direito; 5. Baço; 6. Pulmão Direito; 7. Derrame Pleural. O contraste está meio fraco, porque na tomografia do abdome é feita uma hélice – uma varredura sem contraste, depois uma hélice na fase arterial (fase bem precoce depois da injeção do contraste) e uma na fase venosa, pois uma parte está pegando o retorno venoso e outra parte já saiu e foi para os órgãos, então ele fica mais fraquinho mesmo. Essa é uma fase venosa, também chamada de fase portal. TC com contraste endovenoso – Fase venosa ou fase portal: • Vermelho – Baço. • Laranja – Parênquima pulmonar atelectasiado. É importante nunca analisar uma imagem separada, pois a imagem posterior poderá fornecer uma informação melhor: Vermelho (baço). Vermelho → Baço. Laranja → derrame pleural na base do pulmão esquerdo. À direita → pulmão direito aerado e o fígado. Círculo → Aorta. Azul → estômago (anterior ao baço). Por ter infiltração da gordura fica complicado de delimitar. Verde → gordura visceral infiltrada por líquido. A densidade de gordura normal é uma só (mais ou menos igual ao círculo pequeno em verde). Diferente da gordura delimitada em verde maior que é uma cor menos escura do que deveria devido a infiltração de líquido de processo inflamatório. O adensamento da gordura – borramento de gordura (infiltração de gordura por líquido de processos inflamatórios) é um sinal tomográfico muito importante no diagnóstico do abdome agudo inflamatório. Adensamento de gordura é quando ela está mais densa do que deveria ser (mais branca do que deveria estar). O líquido tem uma densidade maior do que a gordura e quando há um processo inflamatório em qualquer lugar há um aumento de líquido. É um aumento de líquido que começa no órgão acometido e depois ele se espalha pelas adjacências. Então, esse adensamento de gordura é um dos sinais tomográficos do aumento do líquido inflamatório. O líquido inflamatório é o mesmo que se encontra no espaço pleural à esquerda. Tomografia sem contraste endovenoso e tomografia com contraste endovenoso. Vermelho → Fígado; Laranja → Estômago; Azul → Baço; Ao → aorta; lilás → coleção perigástrica (mais evidente na tomografia com contraste); seta → parede do estômago; adjacente a parede do estômago tem a imagem de coleção líquida. A diferença do parênquima hepático da imagem da esquerda para a imagem da direita é que a da direita dá para ver os vasos (veia hepática esquerda, veia hepática média e veia hepática direita → segmento intra-hepático da veia cava inferior – círculo vermelho) porque tem contraste. Resumo: adensamento de gordura e coleção perigástrica (topografia de hipocôndrio esquerdo e epigástrio) e um derrame pleural à esquerda. 3 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 10 Vermelho → Fígado; Azul → Aorta abdominal; Laranja → estômago; Verde → coleção líquida perigástrica. Lilás → Baço; Amarelo → gordura entre o estômago e o baço. A gordura está infiltrada por líquido, ou seja, ela está adensada na região do hipocôndrio esquerdo. É importante perceber a diferença entre uma coleção líquida (seta vermelha) para um adensamento de gordura (seta amarela). O adensamento de gordura são linhazinhas, estriações, pontos mais brancos que a gordura, espalhados pela gordura, enquanto que a coleção líquida é uma área mais circunscrita, mais coletadas de fato, de líquido. A diferença no contexto clínico entre coleção e edema é que a coleção é um processo inflamatório mais exacerbado, que o líquido era tão grande em quantidade que coletou, enquanto que o edema é um processo em que há o adensamento de gordura (processo mais brando, inicial). Então: • Adensamento de gordura = edema na gordura = inflamação inicial. • Coleção líquida = processo inflamatório = quadro mais avançado. Vermelho → Fígado; Azul → Aorta abdominal; Laranja → Estômago; Verde → Coleção líquida perigástrica; Amarelo → adensamento da gordura em hipocôndrio esquerdo; Lilás → baço. Vermelho → Fígado; Azul → aorta abdominal; Laranja→ Estômago; Verde → Coleção líquida perigástrica; Amarelo → edema/adensamento de gordura em hipocôndrio esquerdo; Azul mais inferior → Baço. O edema está mais acentuado no círculo azul. O edema é maior quanto mais adjacente ao órgão que está sendo acometido/origem do processo. 1 → Fígado; 2 → Baço; 3 → VCI; 4 → AO abdominal; 5 → Estômago; 6 → Cauda do pâncreas. Topografia do pâncreas: região epigástrica atrás do estômago. Vermelho → coleção líquida peripancreática, misturado com necrose de parênquima pancreático. O contraste é fundamental quando você tem um acometimento de pancreatite aguda, porque só com contraste é possível diferenciar o parênquima necrosado do não necrosado. O parênquima necrosado fica pretinho, já o parênquima não necrosado fica realçado. Então, a tomografia com contraste, é imprescindível na determinação do prognóstico de uma pancreatite aguda, já que ela vai nos dar o percentual de parênquima necrosado. Corte: é perceptível um pouco mais de parênquima pancreático, aumentado de volume, com áreas de necrose, liquefação. Laranja → parênquima pancreático preservado/não necrosado. Vermelho → área que tem coleção, liquefação, necrose. Azul → ramo direito da veia porta. Lembrar que as veias hepáticas ficam em um nível mais alto. Lilás → VCI. Verde → aorta. Amarelo → rim esquerdo. Verde anterior → estômago. Nível um pouco mais abaixo: Azul → veia porta. Vermelho → veia cava inferior. Azul próximo a vértebra → aorta. Verde → rim esquerdo; Laranja → Parênquima pancreático aumentado de tamanho, com contornos indefinidos, com adensamento da gordura e áreas de coleção líquida (em vermelho dentro do laranja); Mãozinha → 4 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 10 alça intestinal (flexura esplênica do cólon); triângulo azul → coleção líquida. Vermelho → pâncreas aumentado de contornos indefinidos → Adensamento de gordura peripancreática que se estende por todo o hipocôndrio esquerdo, mais acentuada na topografia de epigástrio mesmo. Está com áreas de coleção adjacente. Azul → veia porta; Vermelho → veia cava inferior; Laranja → aorta atrás das cruras ou pilares diafragmáticos (linhas verdes - parte mais central do diafragma); Amarelo → rins direito e esquerdo. Branco → estômago. Nesse nível a supra-renal já passou e, com todo este edema e adensamento, fica difícil visualizá-la, pois é uma estrutura pequena. Branco próximo ao fígado → começa a aparecer a vesícula biliar (é vista melhor em um corte mais abaixo). Mãozinha branca → pedaço da adrenal esquerda. No nível mais baixo temos em branco a vesícula biliar. 1 e 2 → Rins D e E; 3. Aorta abdominal; 4. VCI; 5. Veia esplênica- bem posterior ao pâncreas; Vermelho → Pâncreas com adensamento da gordura adjacente, o qual se estende para toda a região de flanco. Ao comparar o círculo verde (gordura – preto) próximo ao rim direito com a região de flanco por exemplo (círculo azul), é visto neste último um adensamento de toda a gordura em hemiabdomen. Imagem: pâncreas aumentado com contornos indefinidos na dependência de um borramento da gordura peripancreática. Presença de áreas de liquefação/necrose no parênquima pancreático e adjacente ao parênquima pancreático e coleções epigástricas adjacentes a grande curvatura gástrica, além de um derrame pleural associado. Qual a suspeita diagnóstica? O paciente bebe vinho e no laboratório deu elevação de amilase e lipase → pancreatite aguda. Ultrassom então deu um falso diagnóstico. Vermelho → cabeça do pâncreas sem áreas de edema ou necrose; Laranja → área de edema e colecção importante em toda a área. Branco → vesícula biliar normal; FI → fígado; RD → rim direito; RE → rim esquerdo; AO → aorta; VCI → veia cava inferior; EST → estômago. Nível mais baixo: cabeça do pâncreas. Círculo vermelho de cima → vesícula; Círculo vermelho de baixo → região da alça intestinal, mais precisamente o duodeno. O duodeno está cheio de líquido e passa bem perto da cabeça do pâncreas. Laranja → infiltração importante da gordura em região epigástrica e coleção líquida em flanco esquerdo, anterior ao rim esquerdo. Lilás → aorta abdominal, e dos lados dela estão saindo as artérias renais; Verde → veia cava inferior; Verde passando anteriormente a aorta → veia renal esquerda (cruza anteriormente a aorta e vai desembocar na veia cava inferior). Nível mais abaixo: FI → fígado; RD → rim direito; RE → rim esquerdo; VES → vesícula; AO → aorta; VCI → veia cava inferior. Laranja → adensamento de gordura pegando toda a região do epigástrio, flanco com coleção perirrenal; Azul → intestino delgado. Amarelo → cólon descendente. A pancreatite aguda se caracteriza por um aumento do volume do parênquima pancreático, o qual se apresenta mais hipodenso pela infiltração de líquidos. A depender da gravidade do quadro ele pode se apresentar áreas de não 5 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 10 opacificação pelos meios de contraste, pois são áreas de necrose do parênquima pancreático. A proporção que o processo inflamatório aumenta eu vou ter o adensamento do tecido adjacente, que vai aumentando e se espalhando. Então, eu vou ter coleções líquidas adjacentes, e esse processo sobe do epigástrio até a região da base do pulmão, e o transudato atinge a pleura, com um derrame pleural. O derrame pleural à esquerda é bem característico do processo de pancreatite aguda. Resumo: Aspectos característicos da pancreatite aguda: aumento do volume do pâncreas, o qual fica com uma densidade menor, áreas de liquefação/necrose do parênquima pancreático, coleções peripancreáticas, adensamento da gordura do epigástrio e derrame pleural à esquerda. TC é o padrão ouro para o diagnóstico. 1 → Polo inferior do fígado; 2 e 3 → Rins D e E; * Adensamento de gordura. Círculo vermelho → Gordura normal; Círculo laranja → Gordura alterada, infiltrada por líquido. 1. RD; 2. VCI; 3. AO; 4. Músc. Psoas D; 5. Músc. Psoas E. 1. Ceco; 2. Músc. Psoas D; 3. Músc. Psoas E; 4. Art. Ilíaca Comum D (ramo da aorta abdominal); 5. Art. Ilíaca Comum E (ramo da aorta abdominal); 6. Bifurcação da VCI. 1. Ceco; 2. Art. Ilíaca Comum D; 3. Veia Ilíaca Comum D; 4. Art. Ilíaca Comum E; 5. Veia Ilíaca Comum D. Círculo vermelho → Adensamento ou borramento de gordura (infiltração da gordura por líquido) na FIE. Círculo verde → FID (gordura normal). Quando se fala em gordura visceral, geralmente ocorre por processo inflamatório infeccioso. Obs. A infiltração de gordura visceral por líquido não é exclusivo da pancreatite aguda, está relacionado ao processo inflamatório, podendo ocorrer na apendicite aguda (a infiltração será adjacente ao apêndice), colecistite aguda (a infiltração será adjacente a vesícula), pielonefrite aguda (a infiltração será adjacente ao rim), diverticulite (a infiltração será adjacente ao divertículo colônico). Círculo vermelho → Gordura normal Círculo laranja → Gordura infiltrada por edema inflamatório. Círculos vermelhos: Artérias e veias ilíacas. Na pelve já não se vê mais infiltração de gordura. Traço Laranja → Sigmóide Círculo laranja → Bexiga; Azul →Vesícula seminal D; Lilás → Vesícula seminal E; Verde → Reto. 6 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 10 Método de imagem na pancreatite aguda Raio x abdominal • É útil no achado de calcificações pancreáticas, colelitíase e de gás nos abcessos pancreáticos; • Poderá traduzir sinais secundários da pancreatite aguda, como distensão abdominal (40% dos casos), presença de alça sentinela do delgado e distensão de segmentos do cólon (cólon cut-off sign). O Raio-Xnão é um método usado para pancreatite aguda (PA). No caso de pancreatite crônica poderia ser visto calcificações pancreáticas na radiografia. Ao considerar abdômen agudo inflamatório, o raio-X também não seria um exame útil para colecistite. Poderia ser visto o cálculo, colelitíase, gás em abscessos pancreáticos. Isso porque o raio-x é para extremos de densidade, densidade de cálcio e gás. Assim, para o abdome agudo inflamatório, o método de avaliação inicial é a USG. A exceção é diverticulite, haja vista que a USG não é boa para alça intestinal. Voltando para pancreatite, se tivermos uma queixa muito vaga, faz USG; se tiver um direcionamento, uma certeza clínica de pancreatite, parte direto para tomografia, haja vista que a tomografia com contraste endovenoso é imprescindível na pancreatite aguda, pois é o único método capaz de dizer o percentual de parênquima pancreático necrosado. Na pancreatite aguda, a radiografia além dos sinais secundários vistos anteriormente, pode ser visto também sinais de rotura de víscera oca (manifestação de pneumoperitônio), ver abdome obstrutivo ou isquemia mesentérica muito acentuada que rompeu e fez pneumoperitônio. Tomografia • Sensibilidade de 92% e especificidade de 100% para a detecção de pancreatite aguda; • Melhor modalidade para avaliação de complicações de pancreatite aguda (necrose, coleções líquidas agudas, abcessos e pseudocistos) e câncer de pâncreas. • Fornece imagens de toda a glândula e de sua relação com outras estruturas. A TC é o padrão ouro para pancreatite aguda. Pensando em outros quadros de abdômen agudo inflamatório, a TC também é o exame de escolha, pois é o método que mais define, com maior acurácia (a exceção de colecistite aguda, cujo método de escolha é USG). A TC consegue caracterizar o pâncreas: aumento de tamanho, borramento de gordura (tal como a USG também vê), mas só a TC consegue ver necrose de parênquima pancreático. Vê também coleções líquidas, define melhor abscessos e pseudocistos e ainda descarta câncer de pâncreas. Comparando com a USG, a TC consegue ver bem a cauda do pâncreas, que não é vista na USG. VANTAGENS DA TOMOGRAFIA 1. Obtenção de imagens sem superposição: haja vista que é um método tridimensional. 2. Capacidade de diferenciar alterações mínimas da densidade tissular, que dá o adensamento de gordura, relacionado ao edema. Sendo diferente da USG, que não consegue visualizar. 3. Método não invasivo. 4. Torna viável procedimentos invasivos: a TC pode guiar drenagem pseudocisto pancreático em pacientes com pancreatite aguda. 5. É um método amplamente disponível. DESVANTAGENS DA TOMOGRAFIA 1. Emprego de radiação ionizante; 2. Custo elevado comparado ao raio-X e ultrassonografia; 3. Necessidade de utilização do meio de contraste organoiodado (nesse caso muito útil para detecção de necrose) para a maioria dos estudos. Lembrar que o meio de contraste é imprescindível para detectar a necrose do parênquima pancreático. Pancreatite crônica • Ducto de Wirsung (principal) dilatado, pâncreas reduzido e alguns casos de calcificações em todo o pâncreas. 7 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 10 • Alcoolismo é a sua principal causa. É preciso saber diferenciar a pancreatite aguda da crônica. A pancreatite crônica ocorre em pacientes com vários casos de pancreatite aguda de repetição, pacientes alcoólatras. Daí, de tanto processo inflamatório, o pâncreas calcifica e reduz de tamanho. • PANCREATITE AGUDA → Pâncreas aumentado de tamanho; • PANCREATITE CRÔNICA → Pâncreas calcificado e reduzido de tamanho. Pancreatite crônica: • Imagem superior → calcificações no parênquima pancreático. • Imagem inferior → pseudocisto pancreático. Radiografia demonstrando as calcificações na topografia do parênquima pancreático, devido a uma pancreatite crônica. A radiografia não vê pâncreas infiltrado por líquido, adensamento de gordura, uma vez que o raio- X não diferencia densidade de partes moles/líquidos. Logo, o Raio-X tem uma limitação, não sendo método de escolha na avaliação do abdome agudo inflamatório. Serve bem para extremos de densidade. Material baseado na aula de Dra. Adriana Matos – Medicina UniFTC – 7º semestre