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INSTITUTO EDUCACIONAL E PESQUISA DE OPINIÃO PUBLICA LTDA
CENTRO EDUCACIONAL GUARANY
TÉCNICO EM ANÁLISE CLÍNICA
KAROLAINE SOUTO FROTA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR E CONCLUÇÃO DE CURSO TÉCNICO EM ANÁLISE CLÍNICA
COARI – AM
2021
KAROLAINE SOUTO FROTA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR E CONCLUÇÃO DE CURSO TÉCNICO EM ANÁLISE CLÍNICA
Relatório apresentado ao Centro Educacional Guarany, para obtenção de título de Técnico em Análise Clínica, sob a orientação da instrutora de estágio a Biomédica Elisângela Barbosa Nazaré.
COARI –AM
2021
Relatório apresentado como requisito necessário para a obtenção de título de técnico em Análise Clínica da educação profissional técnica de nível médio do Centro Educacional Guarany.
Relatório apresentado em: 01/06/2021
_____________________________________________
Karolaine Souto Frota
___________________________________________________
Elisângela Barbosa Nazaré
Orientadora do estágio
___________________________________________________
Izaete Queiroz
Diretora de Ensino do Centro Educacional Guarany/Manaus
___________________________________________________
Merilange Cordovil Pinheiro de Melo
Coordenadora do centro educacional Guarany/Coari
TERMO DE RESPONSABILIDADE
Declaro para os devidos fins, que as informações prestadas neste documento são verdadeiras e foram transcritas fielmente dos registros de estudos e práticas no decorrer de 25/11/2020 a 19/05/2021, totalizando 400 horas de estágios curricular supervisionado no Laboratório Central (LACEN) e os assuntos aqui abordados são todos relacionados a área de conhecimentos específicos.
Ciente das atitudes e cooperação como estágio, assumo total responsabilidade de resguardar cada informação contida neste relatório de estagio tendo base a ética profissional.
_____________________________
Karolaine Souto Frota
IDENTIFICAÇÃO 
Dados do estagiário.
Nome: Karolaine Souto Frota
Curso: Técnico em Análises Clínicas
DADOS DO LOCAL DE ESTÁGIO.
Empresa: Prefeitura Municipal de Coari – Laboratório Central (LACEN)
Endereço: Rua: Agamenon Silva nº 274, Bairro: Urucu 
Área de atuação: Parasitologia, Urinálise, Bioquímica, Imunologia e Hematologia.
Supervisora: Elisângela Barbosa Nazaré
PERÍODO DE ESTÁGIO
Início: 25/11/2020 Término: 19/05/2021
Jornada de trabalho: 20 horas semanais
Totais de horas: 400 horas
AGRADECIMENTO
Agradeço acima de tudo, ao nosso Deus que tem me guiado e me dado força a cada dia para chegar ao final do curso.
A minha Mãe Maria Souto por ter me incentivado e por sempre acreditar em mim, é a pessoa que mais tem ajudado em toda minha vida.
A Instituição Centro Educacional Guarany pelo excelente ensino e, aos professores que nos proporcionaram conhecimento importantíssimos, principalmente a professora Elisângela Barbosa pelas ótimas orientações que contribuíram para o desenvolvimento deste relatório.
Aos que me ajudaram e contribuíram direto e indiretamente a minha formação, enfim estou grata a todos, muito obrigado. 
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	9
2.	FASES ANÁLITICAS	10
2.1 Fase Pré-analítica	10
2.2 Fase Analítica	11
2.3 Fase Pós-Analítico	11
3.	URINALISE	11
3.1 Análise Física	12
3.2 Análise Química	12
3.3 Sedimentoscopia	13
4.	PARASITOLOGIA	14
4.1 Método Direto	14
4.2 Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes	15
4.2.1 Principais causas de sangue oculto nas fezes	16
5.	HEMATOLOGIA	16
5.1 Velocidade de Hemossedimentação Sanguínea (VHS)	18
5.2 Diluição de Leucócitos	18
6.	IMUNOLOGIA	19
6.1 Proteína C Reativa	20
6.2 ASLO	21
6.3 Fator Reumatoides	21
6.4 Beta HCG	22
6.5 Venereal Disease Research Laboratory VDRL	22
7	BIOQUÍMICA	23
7.1 Glicose	23
7.2	Colesterol	24
7.3 Colesterol Direto HDL	24
7.4 Triglicérides	25
7.5 Creatinina	25
7.6 Uréia	26
7.7 Albumina	26
7.8 Ácido úrico	26
7.9 Aspartato Aminotransferase (AST/TGO)	27
7.10 Alanina Aminotransferase (ALT/TGP)	27
7.11 Fosfatase Alcalina	28
7.12 Amilase	28
7.13 Bilirrubina direta e total	28
7.14 Cálcio	29
7.15 Ferro	29
7.16 Gama Glutamil Transferase – GGT	30
7.17 Proteína Total	30
8	CONCLUSÃO	32
9	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	33
1. INTRODUÇÃO
Este Relatório tem por objetivo apresentar as atividades desenvolvidas no Estágio Supervisionado do Curso de Análises Clínicas, realizado no período de 20/11/2020 a 19/05/2021 no Laboratório Central – LACEN, com duração de 400 horas, tendo por orientadora a Biomédica Elisângela Barbosa Nazaré. O estágio tem por finalidade proporcionar ao aluno a oportunidade de pôr em prática as teorias da sala de aula, ajudando, assim, em seu crescimento e desenvolvimento profissional. O Curso Técnico de Análises Clínicas abrange as seguintes áreas de conhecimento como a urinálise, parasitologia, imunologia, bioquímica e hematologia, durante o estágio o estudante tem a oportunidade de conhecer e explora a cada uma delas. O profissional de Análises Clínica é preparado para diagnosticar os mais variados tipos de doenças, a partir de uma amostra biológica e, uma minuciosa análise, visto que, também pode ser o responsável pela coleta de sangue na hora do exame e atuar dentre outras funções. Portanto, o estágio é de suma importância para a promoção dos futuros profissionais de saúde, habilitando-os a exercer sua função. 
2. FASES ANÁLITICAS
Um exame laboratorial conta com três fases. A Pré-analítica, Analítica e a Pós-Analítica, cada uma com suas particularidades. Durante o estágio entendi cada uma dessas fases e como elas podem interferir em um resultado satisfatório ou não do exame.
Segundos estudos realizados por especialistas essa é parte que mais ocorrem erros no exame. Estima-se que ela seja responsável por 70% dos erros.
2.1 Fase Pré-analítica
Ela começa com um pedido de um exame laboratorial pelo médico que, na maioria das vezes, o pede para confirmar ou rejeitar um diagnóstico, ou então para realizar acompanhamentos.
Depois disso, vem a preparação do paciente. Essa é uma fase muito aberta ao erro, já que ela consiste nas orientações dadas ao paciente, como: tempo de jejum, alimentação e uso de medicamentos capazes de interferir no resultado. Como o laboratório não possui controle pelas ações do paciente, o risco de erros vindos do não cumprimento dessas orientações é grande.
É papel dos laboratórios ou posto de coletas instruírem de forma clara e correta os pacientes. É nessa fase que o laboratório deve realizar o cadastro do paciente, fator importante para a identificação da pessoa e da amostrada coletada.
 Momento mais traumático para o paciente e perigoso para o profissional da saúde, a coleta da amostra biológica exige muita atenção e uma sequência rigorosa de uma série de protocolos, para que a amostra não seja comprometida e a segurança do profissional não seja colocada em risco.
 É importante que no transporte do material coletado os recipientes com os materiais biológicos sejam identificados e transportados por meio de maletas e veículos adequados, que evitem a agitação das amostras e respeitem a relação tempo e temperatura no qual o material é exposto.
 
2.2 Fase Analítica
É a segunda fase do exame laboratorial. É nela que são realizadas de fato as análises do material coletado.
 Depois de coletados e transportados, o laboratório inicia o processo de análise do material biológico. Atualmente existe um grande emprego de automação nessa fase, porém ainda é necessário que o profissional supervisione os instrumentos, reagentes, estabilidade da amostra, além da monitoração de todos os processos.
2.3 Fase Pós-Analítico
Última fase do processo de análise, o pós-analítico tem como papel a verificação das análises realizadas na fase Analítica, bem como o envio do resultado ao médico e, por fim, a tomada de decisão. Depois de aprovados e liberados pelos responsáveis do laboratório, os dados levantados são usados para o laudo do paciente. O laudo também deve indicar as situações em que a análise foi realizada.
 É o final dessa complexa cadeia de análises. Depois de enviado para o médico, o laudo é analisadoe, na maioria das vezes, utilizado para suas decisões. Cerca de 70% das decisões feitas pelos médicos vem desses laudos.
 Como você pôde ver, um exame laboratorial tem por trás diversas fases, todas protegidas por diretrizes estabelecidas pela Anvisa e realizadas com alta tecnologia e uma equipe extremamente especializada.
 
3. UROANALISE
A urinálise é um teste laboratorial amplamente utilizado na prática clínica, constituindo um dos indicadores mais importantes de saúde e doença, e tem como objetivo detectar enfermidades pré-renais ou sistêmicas, renais e, pós-renais ou do trato urinário. Além disso, distúrbios hepáticos, diabetes mellitus e degradação muscular também são avaliadas por meio do exame de urina.
O exame de urina é dividido em três etapas: análise física, análise química e a sedimentoscopia, sendo os dois primeiros de execução mais simples e o último é considerado moderadamente complexo.
3.1 Análise Física
Abrange, a cor e o aspecto. A análise da cor e do aspecto é percebida através da inspeção. A cor padrão normal da urina é amarela, podendo atingir variações de tonalidades de pálida a âmbar. Diversas colorações podem ser vistas de acordo com alterações na urina, como: cor rósea, vermelha ou castanha, devido à presença de eritrócitos, hemoglobina ou mioglobina; cor acastanhada pela presença de bilirrubinas, carotenos; marrom escuro com presença de porfirina, melanina e coloração de alimentos. Quanto ao aspecto, a urina pode ser classificada em límpida, ligeiramente turva ou turva, devido à precipitação de fosfatos amorfos (urina alcalina), precipitação de uratos amorfos (urina ácida) ou pela presença de bactérias, leucócitos ou eritrócitos. Podendo também ser classificada em urina leitosa (quilúria), que ocorre em situações de oclusão dos vasos linfáticos pélvicos.
Figura 1 – Análise Física e preparando para centrifugar.
Fonte: Frota 07.05. 2021
3.2 Análise Química
 Nesta etapa geralmente obtém-se o pH, densidade, proteínas totais, glicose, bilirrubinas e urobilinogênio, corpos cetônicos, ação peroxidásica, esterase leucocitária e nitritos. Os estudos dessa etapa podem ser efetuados em tubos de ensaio, com a formação de reações químicas ou, por meio de tiras reagentes. A utilização de tiras reagentes objetiva um teste mais veloz, simples, com baixo custo e alta precisão.
Figura 2 - Análise Bioquímica
Fonte: https://br.freepik.com
3.3 Sedimentoscopia
Esta etapa possui a finalidade de identificar e, ocasionalmente, quantificar vários componentes figurados, como: leucócitos, hemácias, células epiteliais, bactérias, cilindros, cristais e fungos. Além disso, é um processo de grande demanda que necessita de atividade laboratorial manual acentuada, é pouco uniforme e acarreta um maior custo aos laboratórios porque é fundamental a presença de mão de obra qualificada para se alcançarem resultados confiáveis.
Após algumas pesquisas observei que em diversos países é indicado o emprego seletivo da sedimentoscopia em exames de rotina de urina com achados físicos e químicos normais. A Confederação Europeia de Medicina Laboratorial indica que o exame de urina deve ser requerido somente quando houver uma indicação clínica e a sua utilização metodológica em populações demarcadas precisa ser averiguada de acordo com o custo/benefício. Já no Brasil não ocorre uma abordagem nesse padrão, pois a maioria dos laboratórios clínicos realizam as três etapas preconizadas na rotina de urina. Assim, é importante avaliar a importância da análise sedimentoscópica diante dos achados físico-químicos normais no exame de urina.
No Laboratório Central ocorre de muitas amostras serem solicitadas sem critério pelos médicos e enfermeiros, desta forma acaba elevando tempo e profissional qualificado para realizar o diagnóstico. 
4. PARASITOLOGIA
O exame parasitológico das fezes (EPF) tem como objetivo diagnosticar os parasitos intestinais, por meio da pesquisa das diferentes formas parasitárias que são eliminadas nas excreções fecais. Não somente isto, o EPF também pode ser realizado com outras finalidades, como por exemplo, estudo das funções digestivas, dosagem da gordura fecal, pesquisa de sangue oculto.
No momento o Laboratório que estávamos estagiando os exames que este setor realizava era o parasitológico de fezes, método direto e sangue oculto nas fezes. 
4.1 Método Direto
O exame direto a fresco permite visualizar a motilidade de trofozoítos dos protozoários em fezes recém emitidas, analisadas até 30 minutos após a evacuação. Para a identificação de cistos de protozoários e larvas de helmintos, a preparação deve ser corada com lugol.
Figura 8 - Preparo da Lâmina em método direto
 Fonte: Lima 2021
Entre os Helmintos e Protozoarios que foram encontrados no setor de parasitologia durante o estágios, foram os seguintes tipos: Áscaris lumbricoides, Ancilostomideo, Enterobius vermiculares, Trichuris trichiura, Entamoeba coli, Entamoeba histolytica, Giárdia lamblia, Endolimax nana e Iodamoeba butschlii. 
Figura 9 – Helmintos e Protozoários
Fonte: https://www.passeidireto.com/arquivo/87359818/atlas-de-parasitologia
4.2 Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes
Pouca gente se lembra de fazer – e às vezes até mesmo os médicos se esquecem de pedir – o exame de sangue oculto nas fezes. Entretanto, ele é muito eficiente para ajudar no diagnóstico do câncer de intestino e tem a vantagem de ser simples, não invasivo ou caro como a colonoscopia.
Na verdade, o exame de sangue oculto funciona como uma espécie de triagem: ele indica quem realmente precisa fazer colonoscopia. E, com isso, facilita a vida dos pacientes que acabam adiando a colonoscopia (que muitos preferem evitar por ser um exame que exige tempo, preparo, sedação) e ajuda a reduzir custos. É o método ideal para rastreamento em grandes populações.
A interpretação do resultado do exame de sangue oculto nas fezes é bem simples. Ele pode ser positivo ou então negativo.
Positivo significa que foi identificada a presença de sangue oculto nas fezes. Neste caso, o próximo passo geralmente é a colonoscopia, que serve para identificar a causa do sangramento e orientar o tratamento adequado.
No entanto, apenas o seu médico poderá lhe orientar corretamente acerca dos próximos passos, medicamentos, tratamentos e precauções.
Negativo significa que não há a presença de sangue oculto nas fezes ou que não foi possível identificá-lo. De qualquer forma, neste caso o risco de problemas gastrointestinais é baixo.
4.2.1 Principais causas de sangue oculto nas fezes
No caso de resultado positivo para sangue oculto nas fezes, várias podem ser as causas desse problema, além do câncer, que é o caso mais grave.
Seguem algumas possíveis causas:
· Pólipos benignos no intestino;
· Úlceras no estômago ou duodeno;
· Hemorroidas;
· Doença de Crohn;
· Colite ulcerativa;
· ​Doença diverticular;
5. HEMATOLOGIA
No setor de hematologia trabalha-se com sangue total e neles são feitos exames como hemograma, VHS, caso necessário é realizado contagem Manuel de leucócitos e leitura da lâmina em exames alterados. O sangue colhido tem o objetivo de estudar as frequentes alterações dos seus componentes quando o organismo é acometido por doenças.
Muitos são os meios para a obtenção do sangue usado para o exame hematológico, como por exemplo, sangue o venoso, capilar, arterial, punção da medula óssea de ossos como o externo, tíbia, ilíaco e apófises espinhosas, dos gânglios, baço e tumores, porém o sangue usado na maioria das vezes é o venoso e o capilar.
O hemograma contempla diversas provas efetuadas, com a finalidade de avaliar quantitativa e qualitativamente os componentes celulares do sangue. Os itens avaliados incluem: hemácias, hemoglobina, hematócrito, índices hematimétricos, leucócitos totais, contagem diferencial de leucócitos, plaquetas e exame microscópico de esfregaço de sangue corado.
A análise quantitativa das hemácias, leucócitos totais, plaquetas e a avaliação dos índices hematimétricos são hoje realizadospor meio de equipamentos automatizados que combinam diferentes métodos de avaliação de alta tecnologia e precisão à capacidade de análise de milhões de células, permitindo resultados mais precisos.
A utilização desses equipamentos permite também a avaliação de índices hematológicos e a visualização em histogramas que demonstram a distribuição dos diferentes elementos analisados.
Essa característica possibilita a identificação de alguns parâmetros antes impossíveis de serem avaliados ou que eram analisados subjetivamente, com a visualização do esfregaço em lâmina. Entre esses parâmetros, temos o índice de anisocitose (RDW), a identificação de populações mistas de células, a anisocitose plaquetária e alertas para possíveis alterações presentes na amostra examinada. Esses alertas são específicos para alterações das séries vermelha, branca e das plaquetas, como presença de blastos, granulócitos imaturos, desvio à esquerda, atipias linfocitárias, grumos plaquetários, microcitose, hipocromia, entre outros.
Realizam ainda, por uma combinação de métodos de análise celular e coloração, a contagem diferencial de leucócitos, que serve de orientação para o citologista, chamando a atenção para situações nas quais a avaliação deve ser mais cuidadosa.
A análise qualitativa é realizada pela avaliação da lâmina corada, associada aos resultados obtidos pela avaliação eletrônica. A coloração das células diferencia em detalhes as estruturas nucleares e citoplasmáticas, permitindo a avaliação do tamanho das células, a relação núcleo/citoplasma, a forma do núcleo, a presença de nucléolos, o padrão da cromatina e a coloração do citoplasma, a presença de granulação, vacúolos e outras alterações morfológicas.
Os resultados auxiliam a identificação de doenças de origem primária ou secundária de características agudas ou crônicas. São utilizados também para acompanhar a evolução de uma variedade de doenças e para monitorar os efeitos colaterais decorrentes do uso de medicamentos.
A avaliação eritrocitária pode identificar processos anêmicos, policitêmicos, alterações de forma e tamanho das hemácias. A avaliação leucocitária pode identificar processos inflamatórios, infecciosos, alérgicos, parasitários e leucêmicos. Pode também indicar a presença de elementos anormais e de atipias linfocitárias. A avaliação plaquetária identifica processos de trombocitopenias adquiridas ou hereditárias e trombocitoses.
O Laboratório possui uma máquina, que trabalha com três tecnologias de fluxo principal, o analisador automático de hematologia BC-5380 pode fornecer testes rápidos e confiáveis com apenas 20uL de sangue, ela faz sessenta amostras por hora.
Figura:3 Analisador Hematológico Mindray 5380
Fonte: http://starlabrasil.com.br
5.1 Velocidade de Hemossedimentação Sanguínea (VHS)
A velocidade de hemossedimentação (VHS) é um exame laboratorial que mede inflamação sistêmica de qualquer causa: infecciosa, inflamatória, alérgica, neoplásica, entre outros.
O VHS pode elevar-se com a idade (idosos podem ter VHS até 30m sem a presença de doença inflamatória), e na gravidez, devido à embebição gravídica.
5.2 Diluição de Leucócitos
A contagem manual às vezes é necessária para verificar se o resultado obtido pelo aparelho é realmente válido, principalmente em caso onde há doenças graves como leucemia. Assim, a contagem através da câmara de Neubauer é recomendável para comprovar certos resultados, sendo usado em casos de dúvidas da metodologia automática. Vejamos o procedimento técnico:
· Colher 5 mL de sangue por punção venosa (Tubo com EDTA);
· Pipetar 400μL do líquido diluidor (Turck) em um tubo de ensaio.
· Com a pipeta transferir 20μL de sangue. Limpar a parede externa da ponteira com auxílio de papel absorvente.
· Transferir os 0,02 ml de sangue para o tubo com o líquido diluidor, lavando com ele o
interior da ponteira por aspiração e expulsão do líquido. A diluição é de 1:21
· Agitar suavemente por inversão para uma correta homogeneização.
· Com uma pipeta preencher os retículos da câmara de contagem, evitando excesso de líquido
e bolhas de ar sob a lamínula aderida firmemente à câmara.
· Deixar repousar por dois minutos para sedimentação dos glóbulos.
· Focalizar a preparação com pequeno aumento no microscópio para localizar o retículo e
observar a distribuição uniforme dos leucócitos. Observar então, com aumento de 100X ou
400X, conforme necessidade.
· Fazer a contagem de todas as hemácias encontradas nos quadros marcados “L” na figura
relativa ao retículo de Neubauer, ou seja, 4mm².
· Sistematizar a contagem segundo a figura abaixo. Contar os elementos em negro.
Figura 4 - Câmara de Neubauer
 Fonte: https://www.infoescola.com
6. IMUNOLOGIA
Os métodos imunológicos utilizados em Análises Clínicas são parte de uma gama de procedimentos do Laboratório para a detecção dos componentes imunológicos de doenças reumáticas, autoimunes e infecciosas, sendo os principais neste setor, no Laboratório Central – LACEN: Proteína C reativa (PCR), Anticorpo antiestreptolisina O (ASLO), Fator Reumatoide, beta HCG e VDRL.
6.1 Proteína C Reativa
É um marcador importante e sensível de inflamação aguda e destruição de tecidos, o aumento e diminuição de sua concentração no soro é utilizada para monitoração de processos inflamatórios de natureza infecciosa e não infecciosa, é uma proteína sintetizada pelo fígado, com meia-vida em torno de cinco a sete horas, e por isto seus valores caem a níveis de referência mais rapidamente que outras proteínas de fase aguda. A elevação da PCR precede em pelo menos 12 horas a elevação de outros marcadores de infecção como a leucocitose, hemossedimentação e, mesmo, a febre.
Em resposta inflamatória mediada por linfócitos, a síntese hepática não se altera ou aumenta muito pouco, não excedendo 26 mg/L de PCR no soro. Em resposta inflamatória mediada por neutrófilo ou monócito a síntese hepática de PCR está aumentada, atingindo 100 mg/L.
A PCR encontra-se elevada em diversas doenças como pielonefrite(> 100 mg/L), infarto agudo do miocárdio (até 350 mg/L), doença de Still, espondilite anquilosante, artrite psoriática e reumatóide, síndrome de Reiter, febre reumática, infecções bacterianas, amiloidose secundária, complicações trombo-embólicas pós cirúrgicas e vasculites. E apresenta pequenas elevações em doenças como: Hepatite crônica ativa, a maioria das viroses, cirrose, doença mista do tecido conectivo, lúpus eritematoso sistêmico, leucemias, dermatomiosite, polimiosite, esclerodermia e colite ulcerativa.
No Laboratório Central realiza apenas o teste qualitativo, onde o mesmo é examinar macroscopicamente a presença ou ausência de aglutinação logo após 2 minutos. A presença de aglutinação indica um conteúdo de Proteína C Reativa no soro igual ou superior a 6 mg/L. O soro com resultado positivo no teste qualitativo pode ser retestado usando o procedimento semi-quantitativo.
Figura 5 - Teste Qualitativo
Fonte: Frota 07.05. 2021
6.2 ASLO
A anti-estreptolisina O e o conjunto de anticorpos específicos defronte da estreptolisina O, uma enzima extracelular produzida pelos estreptococos do grupo A de Lancefield β-hemolitico (Streptococcus pyogenes). A anti-estreptolisina pode ser detectada a partir de uma semana a um mês depois da infecção do estreptococo. Streptococcus pyogenes causa uma ampla variedade de infecções nas vias respiratórias altas, tais como a faringite aguda. Outras manifestações de infecção por Streptococcus pyogenes incluem glomerulonefrite, febre reumática, endocardite bacteriana e febre escarlata.
O diagnostico clinico não deve ser realizado baseando-se no resultado de um único ensaio, mas deve ser integrado nos dados clínicos e de laboratório.
6.3 Fator Reumatoides
O teste de fator reumatoide (FR) é utilizado principalmente para diagnosticar artrite reumatoide (AR) e auxiliar a diferenciá-la de outras formas de artrite ou outras doenças/estados clínicos que provocam sintomas semelhantes. Embora o diagnóstico de AR dependa muito do quadro clínico, alguns dos sinais e sintomaspodem não estar presentes ou não seguirem um padrão típico, especialmente no início da doença. Além disso, os sinais e sintomas nem sempre são claramente identificados, uma vez que pacientes com AR também podem apresentar outras desordens de tecido conjuntivo ou doenças/estados clínicos, como o fenômeno de Raynaud, esclerodermia, doenças autoimunes da tireoide e lúpus eritematoso sistêmico, que também têm sintomas semelhantes. O teste de FR é uma das ferramentas útil para auxiliar o diagnóstico quando há suspeita de AR.
6.4 Beta HCG
Beta hCG é uma fração do hormônio hCG (ou gonadotrofina coriônica humana), que é produzido quase que exclusivamente durante a gestação a partir da implantação do embrião no útero. Como o beta hCG tem uma estrutura química única, os testes de gravidez são baseados nele. Já o alfa hCG, a outra fração do hormônio hCG, é muito semelhante a outras substâncias presentes no organismo, o que poderia levar a resultados falso-positivos.
O hCG é sintetizado por uma estrutura chamada trofoblasto, que dará origem à placenta, e pode ser detectado no sangue ou na urina da mulher. Sua principal função é garantir a manutenção da gestação no primeiro trimestre, inibindo o ciclo menstrual.
Em uma gravidez normal, a concentração de hCG dobra a cada dois dias, chegando ao pico entre 11 e 13 semanas. Depois de 20 semanas, as taxas de hCG caem até 80%, permanecendo inalteradas até o nascimento.
Figura 6 – Realização do teste de Beta hCG
Fonte: Frota 06.05.2021
6.5 Venereal Disease Research Laboratory VDRL
É a sigla usada para Venereal Disease Research Laboratory que, em tradução literal para o português, é o Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas. O método é usado para identificar pacientes portadores da sífilis, uma doença sexualmente transmissível, causada pela bactéria Treponema Pallidum.
7 BIOQUÍMICA
Neste setor acompanhei todo o circuito analítico desde o processamento de amostras (recolha dos tubos, triagem, centrifugação, separação das amostras em copos para realizar análise), funcionamento e manutenção dos equipamentos, preparo de reagentes, soro controles e calibradores.
Neste local é utilizado para realizar as análises um Analisador Automático Bioquímico URIT 8210.
Figura 7 - Máquina de Bioquímica URIT 8210
Fonte: https://doctorlab.com.br
Este equipamento trabalha com reagente enzimático e cinético, dentre eles citarei algumas dosagens bioquímicas que ao decorrer do estágio acompanhei na realização.
7.1 Glicose
A dosagem da glicose sanguínea é o teste bioquímico mais realizado em laboratório. Suas alterações não são simples marcadores de doença, mas o reflexo de profundas alterações no meio ambiente biológico. A quantificação da glicose no sangue reflete apenas o ponto de equilíbrio momentâneo entre sua produção, utilização e estocagem.
O Diabetes representa um grupo de distúrbios metabólicos onde a glicose, mal utilizada, resulta em hiperglicemia.
Os números que indicam a incidência de diabetes no Brasil são desconhecidos, mas admite-se que 5% da nossa população seja portadora de diabetes em seus diversos níveis. Atualmente, distingue-se no diabetes duas variedades principais:
Diabetes mellitus tipo 1 (IDDM- diabetes mellitus, insulino dependente).
Diabetes mellitus tipo 2 (NIDDM diabetes mellitus não dependente de insulina).
Diabetes mellitus secundária: síndrome diabética secundária à pancreatite, síndrome
7.2 Colesterol
Aterosclerose é um fenômeno degenerativo que compromete as artérias de grande e médio calibre de nosso organismo. Inicia-se precocemente e na sua evolução tem papel importante fatores raciais e principalmente alimentares. Sua expressão anatômica é a diminuição da luz vascular com sérias consequências quando as lesões se localizam ao nível das artérias cerebrais ou coronarianas. Grande quantidade de lipídeos com predominância de colesterol estão presentes ao nível das lesões. 
valores referenciais para colesterol sanguíneo em adultos com mais de 20 anos: Desejável Limítrofe Alto risco/DCI Colesterol (mg/dL) 200 200-239 >240Aumentos secundários do colesterol são encontrados no hipotiroidismo, diabete não controlada, síndrome nefrótica (glomerulonefrite crônica membranosa), cirrose biliar e por vezes aumentos discretos na gravidez. Hipocolesterolemia pode ser detectada nos estados de desnutrição, hipertiroidismo, anemia perniciosa e doenças hepáticas que evoluam com quadro de insuficiência funcional do órgão.
7.3 Colesterol Direto HDL
O papel das partículas HDL no metabolismo lipídeo e do transporte do colesterol do tecido periférico ao fígado, ou seja, as partículas esféricas de HDL são captadas pelo fígado por endocitose mediada por receptor, e os ésteres de colesterol são degrados. O colesterol assim liberado pode ser reembalado pelas lipoproteínas, convertido em ácidos biliares ou secretado na bile para remoção do corpo.
Este processo e conhecido como transporte reverso do colesterol e tem sido apresentado como um mecanismo cardio protetor. Baixos níveis do HDL-Colesterol tem repetidamente sido associados com um aumento do risco de doenças do coração e doença da artéria coronária. Então, a determinação do HDL colesterol sérico tem sido reconhecido como uma ferramenta útil na identificação de pacientes de altos riscos. O Painel de Tratamento de Adulto do Programa Nacional de Educação do Colesterol (NCEP) recomenda que todos os adultos de 20 anos de idade e acima deveriam ter níveis de colesterol total e HDL colesterol medidos, no mínimo a
cada 5 anos para procurar risco de doença coronária.
7.4 Triglicérides 
O teste é útil na avaliação do metabolismo lipídico, uma vez que, os triglicerídeos constituem um dos componentes lipídicos das lipoproteínas séricas juntamente com o colesterol e fosfolipídeos. A Consensus Conference sugeriu que pessoas com valores plasmáticos de triglicérides em jejum entre 250 a 500 mg/dL apresentam um problema diferente porque, no conjunto, tais níveis estão associados com uma incidência duas vezes maior de doença cardiovascular. Esses são os casos com colesterol mais altos em condições associadas com a presença ou níveis elevados de LDL. Num paciente, esses níveis de triglicérides podem ser normais ou indicador de risco aumentado. Se confirmado por determinações repetidas, isso exige uma maior investigação do paciente que possua uma história familiar de doença cardiovascular prematura ou outros fatores de risco para doença cardíaca como níveis elevados de colesterol, hipertensão, tabagismo, obesidade ou uma causa secundária de triglicérides elevados. Sua elevação também denota dislipidemia primária ou secundária a diabetes mellitus, síndrome nefrótica, uremia e obstruções biliares.
7.5 Creatinina
O aumento da quantidade de creatinina no sangue está principalmente relacionado com alterações nos rins, isso porque essa substância, em condições normais, é filtrada pelo glomérulo renal, sendo eliminada na urina. No entanto, quando há alteração nesse órgão, é possível que a creatinina não seja filtrada ou seja reabsorvida pelos rins, permanecendo no sangue. Além disso, a prática de atividade física intensa também pode favorecer o aumento da quantidade de creatinina no sangue, isso porque essa substância é produzida naturalmente pelos músculos.
Os valores normais de creatinina no sangue podem variar de acordo com o laboratório, além de ser diferente entre homens e mulheres, principalmente devido à quantidade de massa muscular que a pessoa possui. Assim, é considerado que a creatinina está aumentada nos homens quando a concentração é superior a 1,2 mg/ dL e nas mulheres quando é superior a 1,0 mg/ dL. 
7.6 Uréia 
A ureia e o maior produto final do metabolismo das proteínas humanas. Ela constitui a maior fração das proteínas componente do sangue. A ureia e produzida no fígado e excretada através dos rins na urina. Consequentemente, níveis circulantes de ureia dependem da quantidade que entra de proteína, catabolismo das proteínas e função renal.
Elevados níveis de ureia podem ocorrer com mudanças da dieta, doençascom prejuízo da função renal, doença hepática, insuficiência cardíaca congestiva, diabetes e infecções.
7.7 Albumina 
A albumina, cuja síntese se dá no fígado, desempenha funções biológicas diversas entre as quais se incluem a ligação e o transporte de numerosas substâncias, tais como os íons metálicos, aminoácidos, hormônios, ácidos graxos, bilirrubinas, enzimas, drogas e metabólitos ou produtos tóxicos. Exerce igualmente um papel vital na preservação e na distribuição de água nos três compartimentos corporais. A albumina é a menor dentre as mais importantes moléculas proteicas. Em consequência disso, tende a se perder pela urina sempre que ocorre um dano nos glomérulos renais. As alterações dos teores séricos da albumina e das globulinas assumem importância especial nos distúrbios nutritivos, hepatopatias, nefrose, mieloma múltiplo, macroglobulinemia, amiloidose, imunoglobulinopatias e infecções crônicas.
7.8 Ácido úrico 
O ácido úrico no plasma é filtrado pelos glomérulos e aproximadamente 90% reabsorvido em pelos túbulos. Representa no homem o produto final do metabolismo das purinas. O teor de ácido úrico no plasma é muito influenciado por fatores extra - renais, além dos renais. Sua dosagem é muito útil no diagnóstico da gota, na qual os níveis no soro de ácido úrico são altos. Há ocasiões, nessa doença, em que se encontram níveis normais no soro, mas acredita-se que a repetição das dosagens revele sempre hiperuricemia em alguma fase da moléstia. Observa-se também hiperuricemia, sempre que exista aumento do metabolismo das nucleoproteínas, como na leucemia e policitemia. O aumento dos níveis de ácido úrico no soro é um achado constante na hiperuricemia idiopática familiar, da qual parece haver pelo menos dois tipos (um ligado à produção aumentada, outro, à excreção diminuída).
7.9 Aspartato Aminotransferase (AST/TGO) 
O AST está grandemente distribuído com altas concentrações no coração, fígado, músculo do esqueleto, rins e eritrócitos. Danos ou doenças em qualquer um destes tecidos, tais como infarto do miocárdio, hepatite viral, necrose do fígado, cirrose e distrofia muscular, podem resultar em níveis de soro aumentado do AST. No caso de infarto do miocárdio, o AST começa a elevar de 6 a 12 horas após o ocorrido, às 48 horas atinge níveis máximos e retorna a valores normais dentro de 4 a 6 dias.
No caso de conclusão de diagnóstico, devem ser realizados testes complementares para serem comparados com os de outras enzimas similares, que permita completar o perfil enzimático dos órgãos comprometidos.
7.10 Alanina Aminotransferase (ALT/TGP)
ALT está presente em altas concentrações no fígado e em menor concentração no rim, coração, musculatura esquelética, pâncreas, baço e pulmão. Níveis aumentados de ALT resultam geralmente de doenças associadas ao fígado com algum grau de necrose hepática como cirrose, carcinoma, hepatite viral ou tóxica e icterícia obstrutiva. 
A ALT está geralmente mais alta que o AST em hepatite tóxica ou viral aguda, enquanto que para a maioria dos pacientes com doença hepática crônica, os níveis de ALT são geralmente mais baixos do que os níveis de AST. A relação AST/ALT nas hepatites alcoólicas (com necrose) é geralmente > 1, ao passo que nas hepatites virais é < 1. Níveis elevados de ALT são também encontrados no trauma extensivo, doenças musculares, falha circulatória com choque, hipóxia, infarto do miocárdio e doença hemolítica.
7.11 Fosfatase Alcalina
A fosfatase alcalina (FAL) está amplamente distribuída nos tecidos humanos, notadamente na mucosa intestinal, fígado (canalículos biliares), túbulos renais, baço, ossos (osteoblastos), leucócitos e placenta. A forma predominante no soro em adultos normais origina-se, principalmente, no fígado e esqueleto. Apesar da exata função metabólica da enzima ser desconhecida, parece estar associada com o transporte lipídico no intestino e com processos de calcificação óssea. No fígado, a FAL está localizada na membrana celular que une a borda sinusoidal das células parênquimas aos canalículos biliares. Nos ossos a atividade da FAL está confinada aos osteoblastos onde ocorre a formação óssea. As elevações de FAL ocorrem em: Lesões expansivas - carcinoma hepatocelular primário, metástases, abscessos e granuloma; hepatite viral e cirrose; obstrução extra-hepática das vias biliares; doenças ósseas e na gravidez, onde a FAL sofre aumento de 2-3 vezes, são observados no terceiro trimestre, aumentos ou reduções inexplicáveis da FAL predizem complicações na gravidez, tais como pré-eclâmpsia e eclampsia. Outras desordens para hiperfosfatemia são: Mononucleose infecciosa, colangite, cirrose biliar primária, pancreatite aguda e crônica, neoplasias, hipertireoidismo, infarto, septicemia extra-hepática, infecções bacterianas intra-abdominais, síndrome de Fanconi, tireotoxicose e hiperfosfatemia transiente benigna em crianças.
7.12 Amilase 
A alfa-amilase é derivada principalmente das glândulas salivares e do pâncreas exócrino. A enzima é uma molécula relativamente pequena que é rapidamente filtrada pelos rins e excretada na urina. A alfa-amilase é mais frequentemente medida no diagnóstico de pancreatite aguda quando níveis no soro podem estar grosseiramente elevados. Na pancreatite aguda a alfa-amilase começa a aumentar aproximadamente 4 horas após o início da dor, atingindo picos em 24 horas e permanecendo elevados de 3 - 7 dias.
7.13 Bilirrubina direta e total
A bilirrubina é um pigmento resultante do catabolismo da hemoglobina, após a destruição (normal ou patológica) das hemácias. Ao passar pelo interior dos hepatócitos, a bilirrubina conjuga-se ao ácido glicurônico, transformando-se em mono e diglicuronídio de bilirrubina, o que ocorre sob a ação de uma enzima específica, a glicuroniltransferase. Somente a forma conjugada de bilirrubina (fração direta, solúvel em água) é eliminada pelo fígado e rim; a forma indireta não o é nem por um nem por outro. Tal noção esclarece várias ocorrências fisiopatológicas de considerável importância clínica. No recém-nascido é muito comum o aparecimento de uma icterícia considerada como fisiológica, causada principalmente pela imaturidade do sistema enzimático intra-hepático. Tal icterícia, de intensidade muito variável (em geral 5 -10 mg/dL), ocorre por conta unicamente da fração indireta, desaparecendo no final da primeira semana de vida.
7.14 Cálcio
Fatores múltiplos, de natureza endócrina, renal, gastrointestinal e metabólica contribuem para proporcionar uma regulação muito sensível do teor de cálcio no plasma e em outros líquidos corporais. Dependendo da atuação da vitamina D, a absorção intestinal do cálcio pode ser aumentada, no mesmo sentido o hormônio da paratireoide pode intervir nessa absorção. Este hormônio interfere ainda no nível da calcemia por reduzir a excreção renal do cálcio (aumento da reabsorção tubular) e provocar a reabsorção óssea, isto é, mobilização do cálcio a partir de seus depósitos nos ossos.
Existe ao que parece, uma relação recíproca entre cálcio e fósforo. Todo aumento de fósforo no soro causa diminuição do cálcio por um mecanismo ainda não bem compreendido. O melhor exemplo desta situação é o aumento da fosfatemia na insuficiência renal, do que resulta hipocalcemia. O aumento do cálcio no soro pode ser observado no hiperparatireoidismo, intoxicação de vitamina D, mieloma múltiplo e algumas doenças neoplásicas de ossos. A diminuição do cálcio no soro pode ser observada em hipoparatireoidismo, de_ ciência de vitamina D e nefrite.
7.15 Ferro
A maior parte do ferro corporal e encontrada no componente hemedas hemeproteínas (principalmente hemoglobina, ou em formas de armazenamento (ferritina e hemossiderina). O ferro plasmático e as várias enzimas contendo ferro representam menos de 1% do ferro corporal total. Uma deficiência de ferro causa uma redução na velocidade da síntese de hemoglobina, e pode resultar na anemia ferropriva. A deficiência de ferro e mais comumente observada em mulheres pré-menopausa, como resultado da perda de sangue durante a menstruação,e em homens com sangramento indetectado do trato gastrintestinal. A deficiência de ferro também pode ser causada por uma dieta pobre em ferro ou por absorção intestinal diminuída de ferro.
Ao contrário das mulheres pré-menopausa, os homens adultos não devem utilizar suplementos de ferro, porque os altos níveis teciduais de ferro correlacionam-se a um risco maior de infarto do miocárdio. Foi sugerido que o ferro inorgânico livre pode promover a formação de radicais de oxigênio reativos, particularmente a conversão de H₂O₂ em radicais hidroxila altamente reativos. A maior formação de radicais de oxigênio favorece a oxidação da LDL (lipoproteína de densidade baixa).
7.16 Gama Glutamil Transferase – GGT
A determinação da atividade da gama-GT é útil na avaliação de hepatopatias agudas e crônicas, estando a atividade enzimática elevada nos quadros de colestase intra ou extra-hepática. Os níveis de gama-GT também se elevam na doença hepática alcoólica aguda ou crônica e nas neoplasias primárias ou metastáticas. A gama-GT catalisa a transferência do ácido glutâmico de um peptídeo para outro, ligando-o sempre ao grupo gama-carboxílico. Essa enzima parece facilitar também a transferência do ácido glutâmico. Eventualmente, a dosagem da atividade de Gama-GT pode ser utilizada na comprovação do uso de álcool pelo paciente. Nesse caso é importante afastar outras causas de elevação da gama-GT. Alguns medicamentos como fenitoína, fenobarbital, acetaminofen interferem na dosagem.
7.17 Proteína Total 
O nível de proteínas totais no soro e basicamente um reflexo de síntese hepática ou da perda de proteínas devido a doenças renais, desnutrição severa, queimaduras graves e hemodiluição.
Aumentos nos níveis são encontrados na desidratação, mieloma múltiplo, doença hepática crônica, macroglobulinemia, crioglobulinemia, lupus eritematoso, artrite reumatoide, sarcoidose, infecções crônicas, linfo granuloma e endocardite bacteriana subaguda.
Diminuição dos níveis são encontrados nas doenças renal, nefrose, hiperhidratação, desnutrição grave, queimaduras graves, síndrome de má absorção, deficiência de cálcio e vitamina D, e hepática terminal.
Liquido Ascitico: valores abaixo de 2,5 g/dL são encontrados em cirrose e insuficiência cardíaca, acima de 3,0 g/dL são encontrados em carcinomatose, ascite quilosa, pancreatite.
Liquido Pleural: valores abaixo de 2,5 g/dL são encontrados em cirrose, insuficiência cardíaca e síndrome nefrôtica e acima de 3,0 g/dL são encontrados em neoplasias, infecções, pancreatite, colagenoses, embolia e quilotórax.
Liquido Sinovial: valores elevados podem ocorrer em processos inflamatórios articulares.
8 CONCLUSÃO
A realização do estágio supervisionado do Curso de Análises Clínicas, proporcionou-me experiência, conhecimento e superação como estudante e futura profissional. Os desafios de um profissional de Análises Clínicas, são muitos, começando pelos instrumentos, ou seja, ele manual ou automático, todos exigem muita atenção e responsabilidade, trabalhar com produtos químicos ou amostras coletadas de pacientes que apresentam patologias de grave risco, nos levar a refletir sobre a profissão. A área de Análises Clínicas é de extrema importância para apoiar os médicos em seu diagnostico clinico.
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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