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O NAZISMO ALEMÃO

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O NAZISMO ALEMÃO
As razões que contribuíram para o sucesso nazista na Alemanha são semelhantes as do fascismo na Itália, agravadas pela derrota da Alemanha na Primeira Guerra e pela humilhação decorrente do Tratado de Versalhes. Com o final da guerra, o regime dos Kaisers alemães foi substituído pela República de Weimar (1928-1933), que já surgiu marcada pela derrota, pela humilhação e pela crise socioeconômica. Além das dificuldades impostas pelo Tratado de Versalhes, a Alemanha teve que pagar uma enorme indenização a França e a seus aliados. Essas condições levaram o país Germânico a uma situação de grande dificuldade econômica e de incertezas quanto ao seu futuro. 
Em 1923, a República de Weimar decidiu suspender pagamentos indenizatórios, resultado na invasão francesa sobre o vale do Ruhr, como represália. Os trabalhadores alemães desta região entraram em greve, negando-se a trabalhar para os franceses, o que obrigou o governo alemão a não abandoná-los. Além disso, o governo alemão ampliou a emissão de moedas para custear a posição dos trabalhadores daquela região. Ao mesmo tempo em que reacendia o revanchismo crescia o espírito nacionalista alemão.
Antes desse episódio, em 1919, na cidade de Munique, foi fundado o Partido Totalitário, formação partidária moldada nos fundamentos do Partido Fascista italiano. Logo depois, o partido adotou o nome de Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, uma falsa ilusão para atrair a simpatia dos operários, já que no fundo as bases dessa agremiação eram completamente adversas aos ideais do socialismo. Com forte apelo ao sentimento nacionalista e crescentes adeptos. Para intimidar os opositores, os nazistas atuavam com uma polícia paramilitar, denominada Seções de Assalto (SA) – OS “camisas pardas”.
Em novembro de 1923, diante do agravamento da situação sócio-econômica e de ineficiência da República de Weimar, Hitler e seus seguidores tentaram um golpe, visando assumir o poder. Todos foram presos, mas ganharam ampla publicidade em todo o país. O Putsch de Munique, como ficou conhecido o golpe, pareceu o fim do Partido Nazista. Foi, no entanto, apenas um recuo momentâneo na escalada nazista propicia para a sua ascensão definitiva. 
Na prisão, Hitler escreveu Mein Kampf, obra em que desenvolveu os fundamentos do nazismo: a ideia, pseudocientífica, defendia a tese da suposta existência da raça ariana, a qual seria descendente de um grupo indo-europeu mais puro. 
De 1923 a 1929, o nazismo não teve presença expressiva na disputa eleitoral, até que a queda da bolsa de Nova York abalou o mundo e consequentemente a combalida economia Alemã. Com a crise surgiram seis milhares de desempregados, dando lugar para atuação dos grupos políticos de esquerda, especialmente comunistas, amedrontando a elite e a classe média alemã. Essas classes sociais viram na proposta nazista a salvação nacional a despeito dos projetos dos comunistas. 
A partir daí as tropas da AS passaram a agir livremente e a popularidade nazista se impôs. Em 1932, o presidente Hindenburg ofereceu a Hitler a chancelaria, o comando do Estado. Elevado ao poder, Hitler visou inicialmente eliminar a forte oposição, especialmente a dos políticos de esquerda. Para tanto, organizou uma farsa: provocou um incêndio que destruiu o prédio do parlamento e acusou os comunistas de planejarem um golpe já em andamento. Isso lhe permitiu a instalação de uma ditadura totalitária sem precedentes. Os deputados e lideres das esquerdas foram presos e levados para os campos de concentração, prisões de exteminio de opositores, de judeus e mais tarde de prisioneiros de guerra. Somente mais tarde é que a humanidade saberia das grandes atrocidades cometidas nesses lugares onde milhões de seres humanos perderam a vida e foram usados para experimentos “científicos” absurdos. 
Hitler organizou outras forças paramilitares, além das SA para dar-lhe sustentação: as Seções de Segurança (SS), a polícia política do partido mais bem treinada, completamente disciplinada e fiel a Fuhrer (guia), e a Gestapo (polícia secreta do Estado). Hitler eliminou sumariamente todos os partidos políticos, os sindicatos, suprimiu o direito de greve, os jornais opositores e eliminou membros do próprio nazismo, na chamada Noite dos Longos punhais, quando vários lideres da AS, que divergiam sobre o poder absoluto de Hitler, foram mortos. Cerca de sessenta líderes e cinco mil outros nazistas foram mortos por soldados do exército, pela SS e pela Gestapo, consolidando a liderança de Hitler. Em 21 de março de 1933, Hitler proclamou a criação do Terceiro Reich e, com a morte do presidente Hindnburg em agosto de 1934, adotou oficialmente o título de Fuhrer.
	Os nazistas usaram a propaganda como arma a seu favor, o que levou quase toda população a dar apoio aos grandiosos planos do Furher. A campanha racista uniu a população alemã levando-a a se identificar com a proposta nazista que propunha a purificação racial por meio do extermínio dos judeus. A denominada “solução final” multiplicou os campos de concentração, levando ao holocausto, com a morte de milhões de judeus e comunistas. Toda a sociedade foi envolvida no programa nazista: das crianças aos adultos, nas escolas e instituições, todos eram induzidos a filiar-se à juventude hitlerista ou ao Partido Nazista. 
	Enquanto a juventude e as crianças aprendiam as lições nas escolas e nas universidades os valores do “novo homem”, nos campos de concentração milhares de pessoas eram mortas através de câmaras de gás, dos fornos de alta temperatura, fuziladas ou por inanição. Milhares de anônimos morreram nessas condições, mas também outros famosos tiveram o mesmo destino. Podemos citar, como exemplo, o historiador francês Marc Bloch que foi fuzilado por ter lutado na resistência contra a invasão alemã à França e por ser filho de judeu. Também é bastante conhecida de todos nós a História de Olga, a mulher de Luís Carlos Prestes, entregue como um presente a Hitler pelo então presidente do Brasil Getúlio Vargas. Olga morreu em auschwitz e deixou importantes cartas sobre o horror de viver nos campos de concentração. 
	A nazificação alemã completou-se com o armamentismo e o total militarismo, reativando a indústria bélica e o desenvolvimento econômico. A militarização do Terceiro Reich visava À expansão territorial, a conquista do espaço vital, que foi feita à custa de seus vizinhos: Àustria, Tchecoslováquia e Polônia, forjando o estopim da Segunda Guerra Mundial.
REFERÊNCIA:
BAHIA, Secretaria da Educação. Universidade para todos: módulo III/ Secretaria da Educação coordenação executiva: Clóvis Caribé Menezes dos Santos, Cláudia Antônia Oliveira Moraes, Patrícia Matos Machado, Antonio Marcos Barreto Silva; Salvador: SEC, 2011. p. 13 e 14.

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