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GESTÃO ESTRATÉGICA Seja bem-vindo à disciplina Gestão Estratégica! Desde a década de 1990, principalmente, são vários os fenômenos que vêm transformando a visão de mundo e o modo de agir das pessoas. Na esfera empresarial não é diferente. As inovações tecnológicas, a era da informação, a globalização e as modificações nos cenários políticos e econômicos são alguns dos elementos responsáveis por essas transformações. O resultado disso é a melhoria nas condições de vida e o aumento da exigência do consumidor, o que se torna um desafio ainda maior para as organizações, que, além da necessidade de se adaptar à rapidez dos acontecimentos, precisam estar em constante aperfeiçoamento na qualidade e nos preços competitivos dos seus produtos e serviços. Gestão Estratégica Apresentação da disciplina A entrada constante de novas empresas no mercado provoca o acirramento da competitividade, permanecendo em pleno funcionamento apenas aquelas preparadas para enfrentar qualquer impacto provocado pelas transformações tanto no ambiente externo quanto no interno. É fundamental para as organizações a obtenção de informações precisas e consistentes, de forma a apoiar os processos de decisão cada vez mais curtos. A adaptação e adesão às novas tecnologias disponíveis no atual cenário globalizado, assim como aos novos instrumentos e às formas de gestão, permitem às empresas posicionamentos estratégicos de mercado, aumentando o seu crescimento financeiro e econômico. O planejamento estratégico configura uma alternativa de apoio no processo gerencial, na medida em que auxilia no alcance da otimização das operações, reduzindo desperdícios, focando na eficiência de resultados e melhorias de processo. Essa alternativa apresenta-se como uma ferramenta de suma importância para a tomada de decisões, proporcionando maiores chances de sucesso ao se realizar planejamentos de forma estratégica. Quanto melhores as informações obtidas e a identificação das fragilidades da empresa, maior a eficácia das ações planejadas e realizadas. Além de o posicionamento estratégico viabilizar o aumento da competitividade no mercado, propicia à alta administração um melhor controle gerencial interno, devido à necessidade de identificação das forças e fraquezas internas, assim como das contribuições profissionais de cada indivíduo em prol do crescimento da empresa. Portanto, a gestão estratégica é um poderoso instrumento gerencial para que as organizações possam conhecer e se adaptar ao seu ambiente interno e ao ambiente externo, por considerar todos os indivíduos e fenômenos envolvidos em todas as etapas da atividade empresarial. Ao cursar esta disciplina, o aluno estará apto a desenvolver estratégias de forma autônoma, a partir de um processo estruturado de concepção e execução. Isso propiciará ao estudante um grande diferencial no alcance de melhores resultados em prol da empresa em que trabalha e da sua própria carreira profissional. Bons estudos! Gestão Estratégica Em um cenário de grandes transformações – como o que se tem enfrentado nas últimas décadas –, o sucesso de uma organização depende da sua prévia preparação ou do planejamento de suas ações aos possíveis acontecimentos e da rapidez com que as tomadas de decisão são realizadas. 1 Planejamento O planejamento é um poderoso instrumento de gestão a ser utilizado pela alta administração ao decidir o que fazer e como fazer para alcançar o posicionamento de mercado desejado e os objetivos da empresa. Torna-se, assim, um conjunto de ações antecipadas, que permite uma análise aprofundada tanto do ambiente interno quanto do ambiente externo da empresa, permitindo um maior conhecimento do próprio processo operacional e das ameaças e oportunidades que o cenário externo propicia, indicando um direcionamento futuro. Segundo Oliveira (1999), o planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, que proporcionam situações possíveis de identificar, implicações futuras de decisões nos objetivos das empresas que facilitaram a tomada de decisão no futuro, de maneira que sejam mais rápidas, com coerência, eficientes e eficazes. Para Porter (1986), uma empresa sem planejamento “corre o risco de se transformar em uma folha seca, que se move ao capricho dos ventos da concorrência”. Desse modo, a ausência de planejamento leva os gestores a vivenciarem o dia a dia – atendendo às necessidades correntes e dedicando-se à solução de problemas – sem um prévio posicionamento ou conhecimento da origem dessas questões. O resultado é ineficiência em termos de produtividade e fragilidade com relação a flutuações no cenário externo. Figura 1: Planejamento Fonte: elaborada pelo professor. Conforme ilustrado na Figura 1, o planejamento deve ser acompanhado pelas etapas de planejar “o que” e “onde” se pretende chegar, executar o que foi planejado e realizar o acompanhamento dos resultados. Sempre que o objetivo não for alcançado, é importante realizar uma revisão dos planos, adaptando a realidade da empresa e dos acontecimentos. Quando as empresas estabelecem metas e objetivos, é preciso definir ações que colaborem para o atingimento. Para Porter (1986), essas ações chamam-se estratégia, ou seja, o desenvolvimento de uma fórmula para apurar o modo como a empresa irá competir, assim como o estabelecimento de metas e políticas para atingir seus objetivos. Segundo o autor, todas as organizações possuem uma estratégia, seja de forma implícita ou explícita. Estratégia Portanto, uma estratégia é um conjunto integrado e coordenado de compromissos e ações definido para explorar competências essenciais e obter vantagem competitiva (Tavares, 2000). É estabelecida uma série de alternativas a serem seguidas no sentido de gerar maior lucratividade para a empresa; quando bem formuladas e implantadas com sucesso, a competitividade estratégica é alcançada. Ansoff (1993) define a estratégia como “um conjunto de regras de tomada de decisão para orientação do comportamento da organização, ou seja, são modos alternativos de ação”. É uma ferramenta de auxílio e orientação aos gestores das organizações em suas tomadas de decisões, principalmente quando estas exigem atitudes rápidas para a continuidade e/ ou o sucesso do empreendimento. Para Oliveira (1999), a estratégia é a ação ou o caminho mais adequado para alcançar, de maneira diferenciada, os objetivos, os desafios e as metas estabelecidas, no melhor posicionamento da empresa perante seu ambiente. Ansoff (1993) reforça que o processo deve ser avaliado constantemente para corrigir possíveis erros e para que seja feita a realimentação. Uma empresa que estabelece estratégias pode ser representada pela Figura 2. Figura 2: Estabelicimento da estratégia. Fonte: elaborada pelo professor. Portanto, uma organização com estratégias estabelecidas apresenta um maior esclarecimento de qual direção pretende seguir e quais decisões tomar em cada provável situação a ser enfrentada. A probabilidade de alcance das metas e dos objetivos torna-se muito elevada. Segundo Tavares (2000), quando se falava em planejamento, imaginava-se um conjunto de ações fixas elaboradas pelas empresas, ou seja, um conjunto que permanecia inalterado em caso de mudanças no mercado. Planejamento estratégico O planejamento estratégico apresenta como principal característica a possibilidade de adaptação às constantes variações nos ambientes. O planejamento estratégico é um conjunto de decisões tomadas antecipadamente conforme a análise dos ambientes externo e interno da empresa. Desse modo, é uma ferramenta que varia de empresa para empresa, de acordo com as especificidades de cada uma e do setor de atuação. Assim, é possível definir metas futuras e preparar-se para as mudanças do mercado, sempre com o objetivo de atender às expectativas da empresa. Portanto, o importante do planejamento estratégicoé a possibilidade de a empresa manter sua gestão em equilíbrio com o ambiente em que se encontra, precavendo-se ao máximo das consequências das oscilações no cenário externo. A ausência de planejamento estratégico prejudica a identificação das reais necessidades da empresa e das oportunidades que o mercado pode oferecer. Decisões rápidas são necessárias em meio a um cenário de grandes flutuações, que é o que tem ocorrido nos últimos anos. Por vezes, tomadas de decisão aceleradas e não planejadas podem comprometer o sucesso dos negócios e até mesmo a permanência da empresa no mercado. \ ANSOFF, H. I. Implantando a administração estratégica. São Paulo: Atlas, 1993. OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento estratégico. São Paulo: Atlas, 1999. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. TAVARES, M. C. Gestão estratégica. São Paulo: Atlas, 2000. Planos de um projetoReferências Gestão Estratégica Tavares (2000) afirma que uma das condições para haver competitividade estratégica é o desejo pelos próprios dirigentes de que a empresa aumente a sua competitividade no mercado. Deve-se, portanto, implementar estratégias cuja imitação por parte dos concorrentes seja difícil ou que estes considerem demasiado custosas para repetir. 2 O processo estratégico Para o autor e outros especialistas no assunto, o processo de administração estratégica envolve algumas etapas, dadas pela análise dos ambientes interno (identificando os pontos fortes e fracos) e externo (avaliando as ameaças e oportunidades do mercado) e pelo desenvolvimento da missão e visão da organização, conforme ilustra a Figura 3. Figura 3: Processo estratégico Fonte: elaborada pelo professor. O processo apresentado na Figura 3 será apresentado de forma mais detalhada nos tópicos a seguir. A definição da missão é um momento muito importante para a empresa, pois permitirá que as pessoas se identifiquem ou não com a razão de existir da organização. Na missão, é possível identificar as pretensões da empresa com relação ao seu próprio negócio e também à sociedade em que se insere. Para Tavares (2000), a missão de uma organização está baseada na compreensão do seu papel dentro da realidade em que está inserida, culminando na expressão da sua razão de existir. A missão enuncia como a organização irá se comportar diante das oportunidades apresentadas pelo seu ambiente. Conforme Tavares (2000), o processo de planejamento deve ser feito de acordo com as características próprias de cada organização, e a visão é uma das etapas fundamentais a seguir. A visão demonstra qual o propósito futuro da empresa, onde quer chegar e o que pretende ser. Missão Visão O autor entende a visão de uma organização como as futuras oportunidades que poderão permear a empresa e quais são os esforços necessários para o seu alcance. Desse modo, é um entendimento do espaço que a organização pretende ocupar no futuro, delineando-se metas, que servirão de base para a definição dos projetos e planos de ação necessários para buscar tal posição. Analisar os ambientes que envolvem o negócio permite um melhor preparo para as tomadas de decisão da alta administração. ■ AMBIENTE INTERNO A análise do ambiente interno envolve as diferentes áreas dentro da própria organização, identificando os problemas e as falhas nos diversos níveis, assim como as suas causas e possíveis repercussões. Análise dos ambientes O SWOT é um exemplo de instrumento de planejamento estratégico que auxilia no levantamento desses pontos e na identificação e relação de pontos fortes da empresa. Assim, é possível implementar soluções adequadas para um melhor desempenho de todas as atividades e, portanto, alcançar o sucesso. O importante é trabalhar de forma sincronizada, buscando-se equilíbrio com o ambiente externo. ■ AMBIENTE INTERNO Com um ambiente interno bem sincronizado, mais favorável será a relação com o ambiente externo à empresa, pois há o envolvimento de variáveis de alcance mais reduzido e, portanto, mais imprevisíveis, diminuindo a capacidade de inferência nos acontecimentos. Os impactos podem ser positivos ou negativos sobre o desempenho da organização, por isso, quanto mais preparada ela está, melhor será a capacidade de tomada de decisão perante as oportunidades ou ameaças externas. Novamente, a ferramenta SWOT apresenta grande utilidade ao auxiliar na identificação desses pontos. Após analisar os ambientes da empresa, identificando seus pontos fortes e fracos, as ameaças e oportunidades, é possível realizar um diagnóstico da situação em que a empresa se encontra. Diagnóstico da situação atual Através dessa etapa, é possível focar nos pontos que devem ser corrigidos e nos que podem ser aproveitados no âmbito interno. Com relação ao ambiente externo, observa-se com mais clareza as oportunidades que o mercado pode oferecer no momento e no futuro, assim como as ameaças que devem ser enfrentadas pela organização. Sabendo-se da realidade em que a empresa se encontra, é viável estabelecer metas e objetivos reais para o seu sucesso, ou seja, através do diagnóstico dos limites e das reais possibilidades, o estabelecimento de metas e objetivos obedece a real capacidade da empresa em alcançá-los. Isso permite o alinhamento mais correto e factível das ações a serem tomadas. Estabelecimento de metas e objetivos Após avaliar a real situação da empresa perante os seus ambientes interno e externo e definir sua identidade – traçada pela missão e pelos valores –, pode-se definir quais estratégias serão seguidas para o alcance das metas e dos objetivos traçados. As estratégias são as ações que devem ser tomadas para o alcance do sucesso da organização e devem ser controladas, para que qualquer adaptação necessária seja realizada no devido tempo. Definição de estratégias \ TAVARES, M. C. Gestão estratégica. São Paulo: Atlas, 2000. Planos de um projetoReferências Gestão Estratégica Existem muitas ferramentas de auxílio à elaboração do planejamento estratégico. Elas possibilitam uma análise mais detalhada do ambiente interno e também do ambiente externo nas organizações. Algumas dessas ferramentas serão apresentadas neste tópico. 3 Principais ferramentas Um dos principais instrumentos de elaboração e análise da estratégia organizacional é o modelo de análise SWOT, representado pela Figura 4. Figura 4: Modelo SWOT Fonte: elaborada pelo professor. A sigla SWOT é proveniente do inglês: “S” significa strengths (pontos fortes), “W” representa weaknesses (pontos fracos), “O” é opportunities (oportunidades) e “T” é threats (ameaças). Assim, o SWOT é conhecido como um modelo de análise dos pontos fortes e fracos do ambiente interno da empresa e das ameaças e oportunidades do seu ambiente externo. Permite-se, dessa forma, um conhecimento mais aprofundado da realidade organizacional, auxiliando na elaboração das estratégias de crescimento. Modelo SWOT Outra ferramenta muito importante e que também permite uma observação mais cuidadosa do ambiente externo, principalmente, é a ferramenta chamada Cinco Forças Competitivas de Porter, apresentada na Figura 5. Figura 5: Cinco forças competitivas de Porter. Fonte: elaborada pelo professor. São consideradas cinco principais variáveis que podem nortear as decisões de investimento para opções mais sólidas, permitindo maior lucratividade no negócio. Esta ferramenta será analisada com mais detalhes nas aulas seguintes. O Balanced Scorecard (BSC) também é um instrumento muito utilizado nas organizações que pretendem realizar um diagnóstico adequado sobre a realidade do seu negócio e, assim, traçar estratégias que levem ao alcance das metas da empresa. Cinco Forças Competitivas de Porter Balanced Scorecard (BSC) São consideradas quatro dimensões nessa análise e relacionadas entre si para o alcancede objetivos específicos, como ilustra a Figura 6. Figura 6: Balanced Scorecard (BSC). Fonte: elaborada pelo professor. As quatro variáveis do BSC apresentadas na Figura 6 representam quatro dimensões diferentes relacionadas às atividades da empresa. Cada uma deve ser avaliada cuidadosamente e de forma isolada, porém, sempre correlacionando com as demais, complementando-se para que o objetivo geral da empresa seja alcançado. Esse instrumento também será abordado com mais atenção nas aulas seguintes. Apesar de cada ferramenta apresentar a sua especificidade e contribuição ao processo de elaboração do planejamento estratégico, é preciso escolher aquela que seja mais adequada aos objetivos da empresa, aumentando a probabilidade de sucesso. Cada uma delas será analisada de forma mais detalhada nas próximas aulas. Chegamos ao final desta aula, na qual o aluno se tornou capaz de interpretar os conceitos relacionados ao planejamento estratégico e reconhecer a sua importância para as tomadas de decisão em uma organização. O estudante se tornou capaz também de identificar as etapas do processo de planejamento, assim como algumas ferramentas de auxílio à sua elaboração. \ PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. Planos de um projetoReferências Seja bem-vindo à Aula de Aprendizagem 2 - “As principais ferramentas para o planejamento e a gestão estratégica”! A velocidade com que as transformações econômicas e tecnológicas vêm acontecendo oportuniza melhores chances de sucesso às empresas com maiores condições de adaptação, adquirindo mais fatias de mercado e conquistando melhores resultados financeiros perante empresas que não estejam atentas a esse fenômeno mundial. Gestão Estratégica Introdução Portanto, basear-se apenas na intuição da alta administração para resolver as questões necessárias não é o suficiente. Cada transformação traz consigo novos e diferentes desafios, e o caminho para ultrapassá-los com sucesso é realizar uma adequada avaliação dos possíveis obstáculos e traçar diferentes ações que poderão trazer os resultados almejados pelas organizações. Quanto mais atento se está aos desafios, maiores são as chances de sucesso. Existem algumas ferramentas técnicas que podem auxiliar nessa importante atividade da empresa, isto é, o planejamento estratégico. Algumas delas serão apresentadas nesta aula, analisando-se as diferenças que cada uma apresenta, de modo a optar pela mais apropriada em cada caso. Bons estudos! Gestão Estratégica A estratégia de uma empresa pode ser entendida como a busca por uma nova posição ou simplesmente um reposicionamento de mercado, visando à manutenção da lucratividade ou ao seu aumento. O importante é que a alta administração reconheça a importância desse fato, pois, em cenários de instabilidades e incertezas constantes, é preciso estar com as ações bem alinhadas e planejadas. 1 A gestão estratégica no planejamento estratégico A velocidade e assertividade das tomadas de decisões vão determinar o alcance dos objetivos. Para que seja realizado o planejamento estratégico em uma organização, é necessário que exista um pré-requisito fundamental, a gestão estratégica, ou seja, uma equipe altamente especializada e disposta a executar todas as etapas necessárias do processo estratégico com eficácia. Muitos autores confundem as expressões, pois ambas se tratam do alinhamento estratégico de ações com vistas a um posicionamento futuro para a empresa. Porém, são questões diferentes e que se complementam. A gestão estratégica é a forma como os indivíduos da alta administração atuam sobre a necessidade de mudança, de adaptação constante a flutuações, como e o que fazer em cada situação para alcançar os objetivos da organização. Essa expressão, portanto, compreende o modo de agir e pensar dos responsáveis pelas tomadas de decisão, isto é, a alta administração. Sem a pré-disposição desses indivíduos para encarar as mudanças necessárias, buscando um novo posicionamento ou reposicionamento de mercado, não há espaço para a implementação de ações estratégicas, incluindo o uso de ferramentas que auxiliam a elaborá-las. A inexistência de uma gestão estratégica faz com que o alcance dos objetivos do planejamento estratégico fique comprometido. É preciso estar ciente de que não basta apenas utilizar as ferramentas disponíveis e o conhecimento de cada gestor na formulação do planejamento, é preciso acompanhar todo esse processo, avaliando constantemente o desempenho daquilo que está sendo executado e alinhando as ações à real situação dos ambientes, sempre que necessário. Conforme foi visto na aula anterior, o planejamento estratégico envolve um processo composto por várias etapas. O acompanhamento dessas etapas depende da existência da gestão estratégica, ou seja, da forma como o planejamento estratégico será gerido ou acompanhado. A gestão estratégica, por sua vez, trata da formulação do planejamento estratégico, da execução da estratégia e do acompanhamento do que está sendo executado. A Figura 1 ilustra esse processo: Figura 1 – Gestão estratégica. Fonte: elaborada pelo professor. ANSOFF, H. I. Implantando a administração estratégica. São Paulo: Atlas, 1993. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. ReferênciasConforme apresenta a Figura 1, a elaboração do planejamento estratégico compreende a primeira fase da gestão estratégica, na qual os gestores da organização trocam ideias, utilizam as ferramentas mais adequadas à sua realidade, realizam a análise detalhada dos ambientes interno e externo, definem os objetivos da organização dentro daquilo que for viável para a situação em que a empresa se encontra e, por fim, determinam quais ações estratégicas serão executadas. A segunda etapa da gestão estratégica está relacionada à própria execução do planejamento estratégico, ou seja, quando é colocado em prática aquilo que foi elaborado na primeira fase, na busca dos objetivos alinhados. Esta é a fase que vai identificar a intensidade do engajamento dos colaboradores na busca pelo melhor da empresa. O sucesso ou não dos resultados vai depender do quanto as pessoas se comprometem em realizar aquilo que foi planejado. Por fim, a terceira etapa – que anda lado a lado com a segunda fase – é o acompanhamento do que está sendo executado do planejamento estratégico. Por vezes, as situações se modificam, mostrando-se diferentes daquilo que foi previsto, tornando a realidade diferente. Portanto, uma avaliação constante do que está sendo executado permite realizar qualquer alteração necessária, adequando a realidade dos fatos e, portanto, aumentando as chances de sucesso dos resultados estimados. ANSOFF, H. I. Implantando a administração estratégica. São Paulo: Atlas, 1993. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. Referências Gestão Estratégica A realização de um planejamento estratégico requer muita sabedoria, porém, o uso de técnicas adequadas é fundamental para alinhar adequadamente as ações de curto, médio e longo prazos. Esta parte da aula abordará as principais ferramentas de auxílio à elaboração do planejamento estratégico, que tornam mais detalhada a análise dos ambientes interno e externo. Esse fato permite a busca pela eficácia do processo de gestão estratégica. 2 As principais ferramentas para o planejamento estratégico O modelo SWOT é uma das principais e mais conhecidas ferramentas de auxílio à elaboração do planejamento estratégico de uma empresa. A sigla é proveniente do inglês e tem os seguintes significados: ■ S: strengths (pontos fortes) ■ W: weaknesses (pontos fracos) ■ O: opportunities (oportunidades)■ T: threats (ameaças) O modelo foi criado no final da década de 1960 por membros da Harvard University School of Business. Apesar de clássico, serviu como base e inspiração para outros modelos de planejamento estratégico mais modernos (Figura 2). O ponto central desse instrumento é a possibilidade de análise detalhada dos ambientes que envolvem as atividades da empresa, tanto o externo quanto o interno. Figura 2 – Modelo SWOT. Fonte: elaborada pelo professor. Modelo SWOT A Figura 2 representa o Modelo SWOT. Na parte superior, está apresentada a análise do interior da empresa, ou seja, possibilita a verificação de quais pontos positivos já estão presentes e podem ser valorizados no processo de planejamento estratégico, e a quais pontos fracos a organização está exposta, exigindo melhoras para o alcance dos seus objetivos principais. Quando se tem um conhecimento aprofundado do próprio processo operacional interno, evidenciando o que deve ser melhorado, a empresa tem capacidade de controle sobre si mesma. Isso facilita a sua atuação sobre as questões externas, mais difíceis de ser identificadas e tratadas com a atenção necessária. O ambiente externo está representado pela parte inferior do quadro, em que se encontram as oportunidades e as ameaças. Estas podem ser observadas com a devida atenção se o ambiente interno estiver organizado e sob controle, revelando que a empresa tem capacidade competitiva. A preparação da equipe interna facilita a identificação das oportunidades que podem ser aproveitadas pela organização, podendo se beneficiar de diversas formas – aumentar a fatia de mercado, lançar um novo produto, aumentar a lucratividade, reposicionar-se no mercado, entre outras. O importante é que essas oportunidades sejam identificadas no tempo certo, de de forma que seus benefícios possam ser aproveitados. O mesmo ocorre com as ameaças. Uma equipe preparada e eficiente pode identificar fatores no ambiente externo prejudiciais até mesmo para a continuidade dos negócios. Em um cenário de constantes mudanças, como tem sido nos últimos anos, estar atento e identificar o que pode prejudicar as atividades da organização são elementos fundamentais para o seu crescimento ou sua sobrevivência. Preencher o quadro com os fatores positivos e negativos, internos e externos, que afetam os negócios da empresa, auxilia no processo de identificação acerca de onde a empresa pode chegar com os recursos disponíveis, facilitando o processo de planejamento das estratégias. Sem uma análise detalhada como essa, é ilusório traçar os objetivos sem saber se existem condições para atingi-los. O modelo baseado nas Cinco Forças Competitivas, desenvolvido por Michael Porter no final da década de 1970, está relacionado a cinco fatores que o autor considera como comprometedores dos negócios de uma empresa, conforme apresentado na Figura 3. Figura 3 – Cinco Forças Competitivas de Porter. Fonte: elaborada pelo professor. O primeiro fator trata da ameaça de novos entrantes no mercado. O poder de negociação dos fornecedores é o segundo fator. O terceiro é a ameaça de novos produtos (ou serviços) substitutos, o quarto é o poder de negociação de clientes, e o quinto é a rivalidade entre os concorrentes. Cinco Forças Competitivas de Porter O conhecimento desses cinco elementos é fundamental para que se possa traçar com mais rigor as ações ou estratégias que deverão ser realizadas para enfrentá-los da forma mais eficiente possível, alcançando os principais objetivos da empresa. Esta, por sua vez, tem a opção de avaliar tais fatores e utilizá-los em seu favor ou simplesmente defender-se dos seus riscos potenciais e ameaças. O Quadro 1 apresenta de forma mais detalhada quais são essas Cinco Forças Competitivas de Porter e o que cada uma delas representa para as organizações: Quadro 1 – As Cinco Forças Competitivas de Porter. FORÇA COMPETITIVA DESCRIÇÃO Ameaça de novos entrantes Os novos entrantes representam uma ameaça por trazerem consigo o desejo de obter grandes fatias de mercado, trazendo novos conceitos e técnicas para conquistar os clientes, além de, normalmente, estarem mais preparados no aspecto financeiro e dispostos a investir no seu próprio marketing ou naquilo que seja necessário para ocupar maiores participações no mercado. Poder de negociação dos fornecedores Essa ameaça ocorre em determinados setores de atividade, em que a quantidade de fornecedores é muito pequena, tornando os empresários dependentes das condições impostas pelos fornecedores. Havendo pouca concorrência, estes podem identificar uma oportunidade de aumentar seus lucros aproveitando-se do aumento dos preços, o que prejudica a lucratividade dos clientes, ou seja, das empresas do setor, que não conseguem recuperar esses altos custos através dos seus preços. Outra desvantagem da falta de (ou baixa) concorrência entre os fornecedores é a possibilidade de acomodação com relação ao aprimoramento dos seus processos de produção, aumentando a qualidade apenas para não perderem suas margens de lucro. Assim, os empresários ficam sujeitos a produtos com menor qualidade, que compromete a própria qualidade dos seus produtos finais e prejudica seus ganhos de lucro. Ameaça de produtos substitutos Os produtos substitutos apresentam características muito similares, dificultando o aumento de preços por parte dos empresários para aumentar a sua lucratividade, uma vez que o cliente escolherá opções mais acessíveis. Neste caso, a entrada de uma nova empresa em um setor caracterizado por esse tipo de produto limita ainda mais a possibilidade de estabelecer alguma estratégia de aumento de lucro baseada no aumento de preços. Poder de negociação de clientes O poder de negociação dos clientes ocorre quando há poucos clientes no mercado para poucas empresas. Estas, para conquistar a maior fatia possível da clientela, perdem margens na sua lucratividade ao conceder benefícios aos clientes ou simplesmente ao reduzir seus preços. Rivalidade entre concorrentes A ameaça que esse fator oferece é a possibilidade de perda nos lucros pela competitividade via redução de preços ou, simplesmente, pelo aumento dos custos, quando a empresa está disposta a aumentar ou manter a sua posição no mercado, investindo, por exemplo, em marketing ou no aumento da qualidade sem aumento de preços, entre outros. Fonte: elaborado pelo professor. Cada força competitiva é relevante no momento em que são estabelecidas estratégias empresariais, seja de crescimento de fatias de clientes, na lucratividade ou apenas na manutenção da posição no mercado. No processo de análise das ameaças, a importância das forças competitivas transforma-as em aspectos positivos para a organização. A ocorrência de novos entrantes dotados dessas características representa uma ameaça para quem já atua no mercado e não está preparado para enfrentar essa nova força. É necessário que a empresa esteja constantemente em busca de aprimoramento dos seus produtos e serviços, traçando estratégias que evitem os efeitos negativos dos novos concorrentes sobre o desempenho das atividades, sobre a lucratividade ou sobre a sua fatia de clientes. O poder de negociação dos fornecedores pode auxiliar o empresário no momento da escolha pelo seu ramo de atividade, por exemplo, escolhendo um setor em que o sucesso de sua atividade não dependa do comprometimento de terceiros. Para aquelas que já atuam no mercado, agir sobre essa ameaça é a capacidade de desenvolver estratégias em que os ganhos e as vantagens da empresa derivem de outros fatores, como o destaque na qualidade do atendimento, tanto na pré- venda quanto no pós-venda, fidelizando o cliente que preza por esse fator. Assim, é um elemento que exige da empresa a identificação de seus pontos fortes. Quanto a terceira força competitiva, o importante das empresas que atuam emsetores cujos produtos se caracterizam por serem substitutos é que estejam atentas a estratégias de diferentes naturezas, que lhes proporcionem alguma diferenciação no mercado e, assim, possam elevar seus lucros através de uma margem maior nos preços. O aumento na qualidade dos serviços prestados é um exemplo que propicia uma margem de aumento nos preços. No caso de uma empresa atuar em um setor no qual exista poder de negociação dos clientes, estes precisam ser permanentemente estudados, de modo a encontrar alguma estratégia que conquiste a sua fidelidade e que, ao mesmo tempo, não prejudique a lucratividade ou que, simplesmente, permita o aumento da margem de lucro. A rivalidade entre os concorrentes está presente em qualquer setor, portanto, cabe às empresas estarem atentas às ameaças que suas rivais podem proporcionar. O ambiente externo, onde se encontra toda essa rivalidade, deve ser avaliado de forma constante, de modo que seja possível aproveitar-se das eventuais oportunidades e também preparar- se para os desafios que as empresas rivais podem oferecer a qualquer momento. Oferecer o melhor com o menor custo possível é um desafio enfrentado por qualquer organização que pretende destacar a sua posição no mercado, mantendo ou melhorando cada vez mais a sua lucratividade. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. Referências Gestão Estratégica Cada organização tem as suas próprias características, suas necessidades e seus objetivos. É preciso identificar qual a ferramenta que melhor se enquadra em cada ramo de atividade, para que os resultados sejam alcançados com eficácia. Identificar a estrutura de uma organização e o seu ramo de atividade permite observar que tipos de fatores devem ser avaliados e levados em consideração no momento da elaboração de um planejamento estratégico. 3 As vantagens das ferramentas de planejamento estratégico Proporciona um maior conhecimento da esfera interna, identificando falhas importantes que, muitas vezes, poderiam ser os pontos de estrangulamento da organização, impedindo-a de ultrapassar seu real potencial. Além disso, no âmbito interno, propicia a relação dos pontos fortes que podem ser potencializados e aproveitados, que, por vezes, passam despercebidos pela alta administração. Todos os envolvidos têm a ganhar com isso. Com relação ao ambiente externo, dotado de rápidas mudanças – resultando em incertezas –, o modelo SWOT oferece a possibilidade de estudar com mais profundidade e atenção os elementos que podem ser favoráveis à organização e aqueles que podem ser prejudiciais, comprometendo, por vezes, a continuidade dos negócios. Além de tornar a empresa mais preparada para enfrentar os obstáculos, o modelo evidencia qual a real posição da organização no cenário em que atua, proporcionando maior confiança na hora de estabelecer estratégias mais ousadas. Embora seja uma ferramenta dinâmica, o modelo SWOT pode e deve ser complementado com outras ferramentas que possibilitam uma visão mais abrangente dos negócios e, consequentemente, a elaboração mais completa do planejamento estratégico. As Cinco Forças Competitivas de Porter foi um modelo desenvolvido considerando um determinado segmento de empresa, apresentando características de estrutura de mercado de concorrência perfeita, sendo que a competitividade das organizações é limitada via estratégias de redução de preços. Assim, as cinco forças consideradas no modelo representam as principais ameaças às quais essas empresas devem estar atentas no momento de traçar seus planejamentos estratégicos. Vantagens do modelo das Cinco Forças Competitivas de Porter O modelo SWOT apresenta vantagens para qualquer tipo de organização, pois é considerado uma das ferramentas de análise mais completas, oferecendo as bases necessárias para a elaboração de um adequado planejamento estratégico. É de máxima importância avaliar todos os fatores, positivos e negativos, internos e externos, de modo a auxiliar nas tomadas de decisão. A abrangência do modelo SWOT permite que a empresa adquira maior confiança a respeito dos aspectos com os quais deve lidar, sobre quais os principais pontos a agir e quais são as reais condições para se chegar aos objetivos almejados. Vantagens do modelo SWOT Proporciona um maior conhecimento da esfera interna, identificando falhas importantes que, muitas vezes, poderiam ser os pontos de estrangulamento da organização, impedindo-a de ultrapassar seu real potencial. Além disso, no âmbito interno, propicia a relação dos pontos fortes que podem ser potencializados e aproveitados, que, por vezes, passam despercebidos pela alta administração. Todos os envolvidos têm a ganhar com isso. Com relação ao ambiente externo, dotado de rápidas mudanças – resultando em incertezas –, o modelo SWOT oferece a possibilidade de estudar com mais profundidade e atenção os elementos que podem ser favoráveis à organização e aqueles que podem ser prejudiciais, comprometendo, por vezes, a continuidade dos negócios. Além de tornar a empresa mais preparada para enfrentar os obstáculos, o modelo evidencia qual a real posição da organização no cenário em que atua, proporcionando maior confiança na hora de estabelecer estratégias mais ousadas. Embora seja uma ferramenta dinâmica, o modelo SWOT pode e deve ser complementado com outras ferramentas que possibilitam uma visão mais abrangente dos negócios e, consequentemente, a elaboração mais completa do planejamento estratégico. As Cinco Forças Competitivas de Porter foi um modelo desenvolvido considerando um determinado segmento de empresa, apresentando características de estrutura de mercado de concorrência perfeita, sendo que a competitividade das organizações é limitada via estratégias de redução de preços. Assim, as cinco forças consideradas no modelo representam as principais ameaças às quais essas empresas devem estar atentas no momento de traçar seus planejamentos estratégicos. Vantagens do modelo das Cinco Forças Competitivas de Porter A principal vantagem do modelo é o fato de considerar ameaças os concorrentes e os clientes e fornecedores. Conhecendo as barreiras que esses elementos podem apresentar, é possível traçar estratégias que levem as organizações a enfrentá-las com eficácia. Além disso, trata-se de um modelo que se dedica ao auxílio de determinado segmento de mercado, principalmente os que apresentam características de concorrência perfeita, em que o desenvolvimento constante de estratégias é elemento fundamental para o sucesso. Porém, apesar da grande importância dessa ferramenta, observam-se certas limitações, pois as cinco forças não abrangem uma análise mais aprofundada do ambiente interno das empresas. Este é um fator fundamental para traçar um planejamento estratégico adequado e completo. Assim, além de se destinar a considerar apenas empresas com características de uma determinada estrutura de mercado, trata-se de um modelo menos abrangente, que deve ser complementado com outros, como o SWOT, para que a elaboração do planejamento estratégico seja a mais real e completa possível. Apesar de cada ferramenta apresentar a sua especificidade e contribuição ao processo de elaboração do planejamento estratégico, é preciso escolher aquela que mais se adeque aos objetivos da empresa, trazendo uma maior probabilidade de sucesso. A seguir, será apresentado com maior profundidade o Balanced Scorecard, uma das ferramentas mais importantes do planejamento estratégico, que merece destaque na sua abordagem. Chegamos ao final desta aula! Nela, foi possível aprofundar o conhecimento a respeito das principais ferramentas de auxílio à elaboração do planejamento estratégico. Também foi possível identificar as vantagens na escolha da ferramenta mais adequada para determinadaestrutura de empresa, o que representa um fator fundamental na busca da eficácia organizacional. Ficou mais clara a importância da presença de uma gestão estratégica adequada, de modo a tornar a empresa mais preparada para enfrentar os desafios de um mercado instável e incerto, levando-a ao sucesso de mercado. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. Referências PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. Referências Seja bem-vindo à Aula de Aprendizagem 3 – “Compreensão das fases do planejamento estratégico”. Cada vez mais as organizações estão se dando conta da necessidade de melhorias na sua gestão de negócios, de modo a se adequarem em tempo hábil às transformações do ambiente externo e ao próprio modo de atuação dos funcionários. Desse modo, a presença da gestão estratégica torna-se algo fundamental nesse processo, pois possibilita que a empresa se antecipe aos acontecimentos futuros, tomando decisões assertivas que permitem a sua permanência no mercado ou até mesmo crescimento no volume de negócios e lucratividade. Gestão Estratégica Introdução A gestão estratégica é um pré-requisito para que um planejamento estratégico seja implementado de forma correta e para que os resultados almejados sejam alcançados. Por isso, é importante conhecer todas as etapas, tanto da gestão quanto do planejamento estratégico, para identificar os pontos relevantes que devem ser levados em consideração. Além disso, compreender a interligação entre ambos aumenta as chances de um processo completo e bem realizado. Bons estudos! Gestão Estratégica A gestão estratégica e o planejamento estratégico são conceitos diferentes que muitos autores confundem por envolverem planejamento futuro. Porém, são conceitos que estão estreitamente ligados entre si e são dependentes um do outro; ambos se complementam. Deste modo, nesta seção serão apresentadas as fases tanto da gestão quanto do planejamento estratégico, com o objetivo de compreender essa interdependência. A gestão estratégica x O planejamento estratégico1 A interligação das fases da gestão estratégica e do planejamento estratégico Há empresas que realizam planejamento estratégico sem gestão estratégica, e vice-versa. Contudo, se o planejamento e a gestão não forem utilizados simultaneamente, os resultados ficam comprometidos. Para que seja realizado um adequado planejamento estratégico é necessário que exista a gestão estratégica, ou seja, que todo o processo de planejamento estratégico receba a devida atenção desde a sua formulação até a ocorrência dos resultados. A seguir, na Figura 1, serão apresentados dois esquemas a fim de que se possa observar com mais clareza a complementariedade a gestão estratégica e o planejamento estratégico. Figura 1 – Gestão estratégica x Planejamento estratégico Fonte: SILVA (2017). Ao longo das aulas, temos visto que a gestão estratégica e o planejamento estratégico possuem conceitos diferentes, mas que se complementam. A utilização da gestão e do planejamento é fundamental para o alcance dos resultados almejados pela empresa. Por isso, a Figura 1 representa ambos os processos e a forma que devem ser aproveitados. Não existe um planejamento estratégico bem-sucedido sem a presença da gestão estratégica. Apesar de grande parte das empresas brasileiras terem descoberto a importância do planejamento, muitas delas o realizam apenas na teoria, esquecendo a necessidade de dedicação no pós-implementação das ações definidas no planejamento para obter o sucesso desejado. Essa atenção especial se dá pela presença da gestão estratégica na empresa, ou seja, pela existência de uma equipe experiente e preparada tecnicamente para que o planejamento seja elaborado, implementado e acompanhado de forma correta e adequada. Deste modo, nota-se a clara dependência entre a gestão e o planejamento estratégico, conforme ilustrado na Figura 1. O primeiro passo, portanto, é a existência da gestão estratégica, em que a alta administração da empresa, responsável pelas tomadas de decisão importantes para a organização, se dá conta da necessidade de mudança e adaptação diante da realidade em que se encontra, seja buscando melhorias na lucratividade ou simplesmente posicionamento ou reposicionamento de mercado. Essa ideia concretiza-se pela elaboração de um planejamento estratégico, preparando a empresa para enfrentar os obstáculos e aproveitar as oportunidades em curto, médio e longo prazos. Observa-se, assim, a primeira fase do processo de gestão estratégica, que nada mais é do que o próprio processo de planejamento estratégico. Quanto ao processo de planejamento estratégico, se dá pela análise detalhada da realidade da empresa, de sua situação no meio em que está inserida, de modo a traçar metas e objetivos condizentes com as condições identificadas e, por fim, traçar as ações necessárias para que estes resultados sejam obtidos. É uma etapa que exige elevada dedicação, experiência e conhecimento das ferramentas técnicas que levarão à elaboração de um planejamento estratégico adequado. Em seguida, retorna-se ao processo de gestão estratégica, que nesse caso se trata da implementação do que foi planejado, deixando-se a teoria e partindo para a prática. Essa é a etapa em que todos os colaboradores participam daquilo que foi estabelecido e traçado em busca de mudanças positivas para a empresa. Trata-se de uma fase que exige a dedicação de todos os setores para que os resultados sejam alcançados, em benefício não apenas da organização, mas também de todos os envolvidos: ■ Colaboradores ■ Clientes ■ Fornecedores Devido à necessidade de lidar com pessoas de diferentes personalidades e com diferentes objetivos, níveis de conhecimento e dedicação, é fundamental a presença e atuação constantes dos membros da alta administração a fim de que o planejamento seja implementado e realizado com eficiência. Ao mesmo tempo em que se implementa o que foi planejado, nota-se a necessidade de um acompanhamento do que está sendo executado. Esta se constitui a última etapa do processo, aquela em que os resultados vão sendo observados na medida em que as ações vão sendo executadas. Isto permite a correção de qualquer desvio e a adaptação dos planos na medida em que seja necessário, potencializando, desta forma, o alcance dos objetivos e metas traçados no planejamento estratégico. Referências HITT, Michael A.; HOSKISSON, Robert E.; IRELAND, E. Duane. Administração estratégica. São Paulo: Cengage, 2008. Gestão Estratégica Cada etapa do planejamento estratégico é fundamental para que ele seja elaborado de forma adequada, potencializando as chances de obter os resultados almejados pela organização, seja na busca pelo crescimento econômico, por maiores fatias de mercado, pela própria continuidade dos negócios, etc. Os objetivos de cada fase do planejamento estratégico2 Deste modo, é importante que cada etapa seja de conhecimento de todos os responsáveis pela gestão estratégica, de forma que se cumpra cada etapa com rigor na busca pela eficácia organizacional. A elaboração do planejamento estratégico, que por sua vez é a primeira etapa da gestão estratégica, inicia pela definição da missão e dos valores da empresa. Com relação à missão, segundo Hitt et al. (2008), ela deve refletir a individualidade da organização, informando aos envolvidos (clientes, fornecedores e colaboradores) o que a empresa é, o que pretende realizar e a quem pretende atender. Assim, fica claro aos indivíduos (stakeholders) com que tipo de empresa se estará lidando, sendo possível identificar-se ou não com a sua missão. Para os autores, os stakeholders podem ser divididos em três grupos: ■ Os stakeholders do mercado de capitais (acionistas e os principais fornecedoresde capital da empresa). ■ Os stakeholders do mercado de produtos (os principais consumidores, fornecedores, comunidades anfitriãs e sindicatos que representam a força de trabalho). ■ Os stakeholders organizacionais (todos os funcionários da empresa, incluindo o pessoal de gerência e do setor administrativo). Quanto aos valores, devem representar o que é importante para a empresa, tornando-se guias para o comportamento dos stakeholders no dia a dia. Os stakeholders, por sua vez, identificam-se ou não com os propósitos da empresa, o que influenciará a sua dedicação em prol do sucesso da organização. Posteriormente, por meio da análise dos ambientes externo e interno da empresa é possível levantar o diagnóstico da real situação dos negócios, orientando as demais etapas. Deste modo, analisar cuidadosamente os fatores positivos e negativos, externos e internos, elevam as chances de um correto diagnóstico, que por sua vez refletirá as condições da empresa para alcançar os seus objetivos. ■ ANÁLISE EXTERNA Na análise externa, fatores como as turbulências, mudanças e incertezas dificultam a identificação das ameaças e oportunidades. Porém, essa análise é possível e é extremamente relevante para a formulação do planejamento futuro da organização. Para Hitt et al. (2008), o ambiente externo se torna completo por ser formado por diversos segmentos. O primeiro é o segmento demográfico, relacionado ao tamanho, à estrutura etária, à distribuição geográfica, à mistura étnica e à distribuição de renda de uma população. O segundo segmento é o econômico, relacionado à natureza e ao rumo da economia na qual uma empresa compete ou pretende competir. O terceiro é o político/jurídico, representando, basicamente, como as organizações tentam influenciar os governos e vice-versa. O quarto trata-se do segmento sociocultural, relacionado às atitudes e aos valores culturais de uma sociedade. Em seguida, vem o segmento tecnológico, que se refere às mudanças tecnológicas por meio de novos produtos, processos e materiais, por exemplo. E, por fim, o segmento global, que inclui novos mercados relevantes, mercados já existentes em transformação, eventos políticos internacionais importantes e características culturais e institucionais essenciais dos mercados globais. ■ ANÁLISE INTERNA Com relação à análise interna, ela está relacionada à identificação das condições que a própria empresa oferece na busca pelos seus objetivos. Assim, é importante que se identifiquem os pontos fracos, orientando o estabelecimento de ações que os corrijam em prol do crescimento da empresa, e os pontos fortes, ou seja, os pontos positivos que o ambiente interno oferece, principalmente quando se trata de algo específico que possa trazer algum diferencial, vantagem competitiva diante dos demais concorrentes. Identificar o portfólio de recursos, as competências e habilidades presentes pode levar a empresa a valorizar ainda mais os seus próprios pontos fortes, utilizando-os a seu favor. Identificando o diagnóstico da situação, qual o posicionamento da empresa no mercado e quais as suas condições, é possível definir metas e objetivos reais, ou seja, que sejam viáveis de serem alcançados. Sem um prévio diagnóstico, o simples estabelecimento de metas e objetivos pode se tornar uma perda de tempo, pois pode ser interrompido no caminho devido à falta de condições para alcançá-los. Saber aonde se pode chegar com os recursos e capacidade existentes ajuda ainda a traçar ações possíveis de serem realizadas para que os resultados almejados sejam obtidos. Por exemplo, estabelecer metas para vendas acima da capacidade de produção, de estoque e de recursos humanos resulta em frustração e perda de tempo sobre aquilo que oferecia condições para ser alcançado. Por fim, a última etapa do planejamento estratégico é a própria elaboração das ações a serem implementadas e executadas de modo a atingir as metas e objetivos da organização. Porém, o planejamento deve continuar a ser monitorado para que seus resultados sejam efetivados. Deste modo, a gestão estratégica é fundamental para controlar a implementação e os resultados alcançados ao longo do tempo e para adequar o que for preciso sempre que necessário. Referências HITT, Michael A.; HOSKISSON, Robert E.; IRELAND, E. Duane. Administração estratégica. São Paulo: Cengage, 2008. Gestão Estratégica A presença da gestão estratégica é o pré-requisito para todo o processo de planejamento estratégico a fim de que seja implementado com eficácia. A existência de gestão estratégica dá a entender que cada fase receberá a devida atenção de uma equipe especializada e preparada para qualquer eventualidade. Também significa que há uma preparação para as necessidades de mudanças dentro da organização, questão fundamental para que todas as estratégias traçadas sejam alcançadas. A existência de uma equipe atenta e especializada complementa a escolha adequada das técnicas de planejamento que cabem em cada caso específico, pois cada empresa apresenta as suas peculiaridades, as quais exigem ações e ferramentas próprias. Deste modo, desde a identificação do dever de mudanças e elaboração do planejamento estratégico até o acompanhamento dos resultados, se faz necessária a presença de uma equipe envolvida com a gestão estratégica a fim de impedir que o alcance dos resultados fique comprometido, prejudicando a continuidade dos negócios. A importância da gestão estratégica nas etapas do planejamento estratégico3 Com a presença da gestão estratégica é possível dar início ao longo processo de mudanças na organização. E o primeiro passo, a elaboração do planejamento estratégico, é o ponto de intersecção entre a própria gestão estratégica e o planejamento estratégico. Esta fase se dá por: ■ Identificação dos reais motivos da existência da empresa. ■ Análise de importantes variáveis internas e externas que afetam positiva ou negativamente a organização. ■ Observação das condições existentes para as mudanças exigidas. ■ Estabelecimento de metas e objetivos que se encaixam nas condições identificadas. ■ Definição das ações a serem tomadas para o alcance dos resultados almejados, ou seja, as estratégias. Esse ponto em que os dois conceitos se cruzam é o mais importante quando se fala em gestão e planejamento estratégico, pois é quando fica evidente a sua complementariedade. A elaboração do planejamento estratégico exige muita dedicação, experiência e técnica para que as ações elaboradas sejam compatíveis com as necessidades da organização e as suas reais condições e para que os resultados sejam alcançados o mais rápido possível. Caso isso não aconteça, o processo pode ser interrompido, por exemplo, pelo reconhecimento de que determinada meta não possui as condições necessárias para ser alcançada. É preciso visualizar a organização de forma sistêmica, ou seja, como um todo. E a rápida tomada de decisões acertadas é a chave do sucesso de uma empresa em meio a um ambiente de constantes mudanças, incertezas e de acirrada competitividade. Após realizar o planejamento estratégico, é preciso que as ações sejam implementadas de forma adequada, no devido tempo, ou seja, realizar um bom planejamento exige que se tenha uma equipe responsável pela sua adequada implementação, fornecendo todas as orientações necessárias para que as atividades sejam executadas com eficiência e eficácia. Uma equipe especializada permite que o planejamento estratégico não fique apenas no papel, mas seja implementado de forma correta a fim de que os objetivos sejam alcançados. Por fim, quando se estabelece um objetivo, também se estipulam ações para que tal objetivo seja alcançado. Porém, existem acontecimentos que podem influenciar o processo de alcance dos resultados almejados. Desse modo, é preciso estar atento a todo o processo de execução, adaptando o que for necessário ao longo do caminhoe potencializando, portanto, o alcance do objetivo. O mesmo acontece com o planejamento estratégico. Não basta planejar de forma correta as ações e implementá-las. É necessário que, ao longo da execução dessas ações, exista uma equipe atenta às eventualidades que podem prejudicar o alcance dos resultados. A presença da gestão estratégica permite que as ações que estejam sendo executadas recebam um acompanhamento constante na busca da eficácia organizacional, orientando, corrigindo e adaptando o que for necessário ao longo do processo de execução. Assim, a gestão estratégica é requisito fundamental tanto para a elaboração do planejamento quanto para que os resultados almejados sejam realmente obtidos. E assim você chegou ao final desta aula, na qual aprofundou o conhecimento a respeito da interdependência entre a gestão e o planejamento estratégico no alcance dos objetivos organizacionais. Você também se tornou capaz de identificar a importância de cada etapa do planejamento, desde a sua formulação até a sua execução e acompanhamento. Portanto, ficou mais clara a importância da presença da gestão estratégica no processo de elaboração do planejamento estratégico. Referências HITT, Michael A.; HOSKISSON, Robert E.; IRELAND, E. Duane. Administração estratégica. São Paulo: Cengage, 2008. Seja bem-vindo à Aula de Aprendizagem 4 – “O Balanced Scorecard no planejamento estratégico”! Após o fenômeno da globalização, as empresas depararam-se com um mundo em constante evolução e rápidas mudanças. Sobreviver — e com sucesso — nesse cenário depende da capacidade competitiva das organizações. Adaptar-se às inovações e às próprias mudanças de comportamento do consumidor, da mão-de-obra, da forma de gerir os eventos, não é questão apenas de permanência no mercado, mas de crescimento dos negócios. Gestão Estratégica Introdução A gestão estratégica foi um dos meios encontrados para enfrentar os desafios da nova era. Várias ferramentas foram desenvolvidas no sentido de preparar as organizações para tomadas de decisões acertadas no futuro, garantindo o sucesso dos negócios. Uma dessas ferramentas é conhecida como o Balanced Scorecard. Esta merece uma atenção especial nessa seção, por abranger todos os ambientes e esferas que envolvem as atividades de uma empresa, no momento de se realizar um planejamento estratégico. Apresentando-se como um dos instrumentos mais completos, permite que se avalie a empresa de um modo sistêmico, na busca dos principais objetivos. Bons estudos! Gestão Estratégica O Balanced Scorecard é uma das ferramentas de planejamento estratégico mais completas que existe. Criada na década de 1990, por Robert Kaplan e David Norton, em meio à necessidade de instrumentos que permitissem uma análise mais profunda de todas as esferas de uma organização, de modo que esta se preparasse de forma adequada tanto para tomadas de decisões de curto quanto de longo prazos. Origem do BSC Desenvolvido nos anos 1990, por Robert Kaplan e David Norton, o BSC é, até hoje, considerada uma das ferramentas de gestão estratégica mais completas e utilizadas. O Balanced Scorecard (BSC)1 Em meio às grandes transformações e acirramento da concorrência, devido aos efeitos da globalização, sentiu-se a necessidade de instrumentos de gestão que avaliassem a organização em todos os aspectos, tanto os tangíveis quanto os intangíveis. Isso significa que, até aquele momento, pouco se falava em planejamento futuro de longo prazo, utilizando-se apenas de ferramentas de avaliação das condições financeiras e de operação das empresas. Aspectos intangíveis, como o valor humano, os processos internos, e a qualidade dos produtos e serviços eram deixados de lado. Aos poucos, as organizações deram-se conta da tamanha importância dessas esferas para o sucesso de mercado, e especialistas passaram a desenvolver instrumentos que considerassem uma avaliação mais completa, e de forma sistêmica, da situação real de todos esses aspectos. Portanto, inicialmente, o BSC foi desenvolvido no sentido de completar os instrumentos de análise de desempenho das atividades e da situação financeira das organizações. Porém, devido a sua complexidade e amplitude, o BSC passou a ser considerado uma ferramenta de gestão estratégica, que permitisse às empresas realizar seus planejamentos a longo prazo. O ponto essencial do BSC é que ele apresenta relações de causa e efeito entre os indicadores considerados, revelando a trajetória estratégica da organização. Assim, pode-se considerar o BSC uma nova ferramenta de controle e gestão estratégica nas organizações. A estrutura do BSC As perspectivas que tornam a ferramenta completa são: financeira, de clientes, dos processos internos e de aprendizado e crescimento — conforme apresenta a Figura 1. Financeira Aprendizado e Crescimento Clientes Processos Internos Balanced Scorecard Figura 1 – As perspectivas do BSC. Fonte: SILVA (2017). Nota-se que uma das principais contribuições do Balanced Scorecard, que merece destaque e o tornou rapidamente conhecido, foi a capacidade de considerar aspectos intangíveis, até então pouco reconhecido pelas organizações, tornando-os resultados tangíveis. Estes são os de processos internos e o de aprendizado e crescimento, diretamente ligados ao desempenho do capital intelectual presente em cada organização, até então pouco considerado nas estratégias de longo prazo. Ao considerar a esfera dos clientes, percebe-se uma preocupação tanto com o ambiente interno quanto com o externo, revelando um amplo instrumento gerencial. Com relação à perspectiva financeira — considerada, até aquele momento, a maior preocupação nas empresas — permaneceu com a sua devida importância, porém, interligada a outros aspectos fundamentais que permitem o sucesso de uma organização. Referências OLIVEIRA, Djalma de Pinheiro Rebouças. Planejamento Estratégico. São Paulo: Atlas, 1999. Gestão Estratégica O BSC ofereceu muitas contribuições às teorias da administração, sendo o acréscimo de medidas intangíveis a principal, até então não valorizada nos processos de gestão empresarial. Até a década de 1990, variáveis que refletissem a situação financeira das organizações eram o principal foco nas organizações. Porém, aspectos importantes deixavam de ser considerados e valorizados no processo de gestão, como o desempenho da mão de obra, a qualidade dos produtos e serviços, entre outros. O Balanced Scorecard passou a considerar essas questões no processo de gestão e de formulação de estratégias, na busca de resultados financeiros de curto e longo prazos. Desse modo, a perspectiva financeira, tanto valorizada pelos gestores, não foi excluída dessa nova ferramenta, apenas tendo sido incrementada com outras medidas importantes, formando quatro perspectivas: As perspectivas do BSC2 ■ financeira; ■ de clientes; ■ de processos internos; ■ de aprendizado e crescimento. A Figura 2 representa essa estrutura do BSC. Finanças Aprendizado e Crescimento Clientes Processos Internos Visão e Estratégia Figura 2 – Estrutura do Balanced Scorecard. Fonte: SILVA (2017). O Balanced Scorecard tem por base sob quatro perspectivas diferentes, mas que se relacionam entre si, para o alcance dos resultados estratégicos, sendo elas: financeira, de clientes, de processos internos e de aprendizado e crescimento. ■ PERSPECTIVA FINANCEIRA Está relacionada ao próprio desempenho financeiro da organização. A principal preocupação, nesse caso, é de que modo gerar mais valor para os acionistas da empresa, identificando onde se quer chegar, o que e como fazer para o alcance dos resultados desejados. ■ PERSPECTIVA DE CLIENTES É considerada a principal chave do sucesso de uma organização. Por isso, a preocupação, nesse caso, se trata da fidelização e satisfação do cliente com relação aos produtos e os serviços prestados pela empresa. Desse modo, asestratégias desenvolvidas nessa perspectiva envolvem a geração de valor aos clientes, de modo a reter e fidelizar quem já é cliente, atraindo também novas fatias de mercado. Nota-se, desde já, uma relação com a perspectiva financeira, que, ao conquistar novos clientes e fidelizar os mesmos, repercute sobre uma melhor condição financeira da organização. ■ PERSPECTIVA DE PROCESSOS INTERNOS Está relacionada ao modo como os procedimentos operacionais e administrativos internos estão sendo executados, no sentido de atingir os resultados almejados pela organização. Dessa maneira, identificar as falhas existentes nos processos permite a criação de estratégias visando à correção nas mesmas, impactando de forma positiva sobre a produção e a prestação dos serviços, assim como sobre os clientes. Com relação ao que está sendo executado de forma adequada, o BSC permite o monitoramento dessas ações, de forma que se tornem padronizadas e permanentes, garantindo a geração de valor para os clientes e, consequentemente, para a própria empresa e seus acionistas. ■ PERSPECTIVA DE CRESCIMENTO E APRENDIZADO Esta refere-se ao modo como os valores intangíveis estão sendo aproveitados e enraizados na organização. Esses valores envolvem o modo que as pessoas, a tecnologia e o clima organizacional se relacionam em prol do crescimento da empresa. É preciso traçar estratégias que valorizem e enraízem todo o capital intelectual, o comportamento dos colaboradores e o uso adequado da tecnologia em benefício da empresa, na execução eficiente dos processos internos que resultam em geração de valor para os clientes e acionistas. Nota-se uma visível interdependência entre as quatro perspectivas, que, apesar de diferentes, devem receber a devida atenção para o alcance dos objetivos gerais da organização. Além disso, observa-se uma relação de causa e efeito em cada uma delas, em que, para se chegar a determinado objetivo, levanta-se a questão do que fazer para que o mesmo seja alcançado. Isso é possível ser observado na Figura 3. ESTRATÉGIA Perspectiva Financeira Se gerarmos mais valor aos clientes, os resultados financeiros serão melhores. Perspectiva do Cliente Se os processos internos forem executados de forma adequada, os clientes ficarão mais satisfeitos. Perspectiva dos Processos Internos Se os funcionários receberem treinamento adequado, os processos internos serão melhor executados. Perspectiva de Aprendizado e Crescimento Se os funcionários estiverem tecnicamente capacitados, haverá maior probabilidade de melhorias e inovações. Figura 3 – Modelo de criação de valor do BSC. Fonte: SILVA (2017). Referências OLIVEIRA, Djalma de Pinheiro Rebouças. Planejamento Estratégico. São Paulo: Atlas, 1999. Gestão Estratégica Cada perspectiva apresenta seus próprios objetivos e metas, as ações a serem realizadas para o alcance destes, e os indicadores que servirão como avaliadores de desempenho das ações propostas. Isso permite que o BSC seja uma ferramenta completa, que abrange todas as etapas necessárias para o alcance dos objetivos. O Painel de controle do BSC3 A Figura 4 representa essa estrutura: VISÃO ESTRATÉGICA Perspectiva Financeira Objetivos Medidas Metas Iniciativas Perspectiva Financeira Objetivos Medidas Metas Iniciativas Perspectiva Financeira Objetivos Medidas Metas Iniciativas Perspectiva Financeira Objetivos Medidas Metas Iniciativas Figura 4 – Painel de controle do BSC. Fonte: SILVA (2017). Conforme observa-se na Figura 4, cada perspectiva apresenta as suas próprias etapas, mesmo que estejam interligadas umas às outras em prol do sucesso da empresa como um todo. Isso demonstra que o BSC se constitui uma das ferramentas mais completas, por abranger aspectos tangíveis e intangíveis, dos ambientes interno e externo, e por envolver tanto a etapa de elaboração do planejamento estratégico como a de implementação e acompanhamento dos resultados. ■ OBJETIVOS ESTRATÉGICOS A primeira etapa refere-se à constituição dos objetivos estratégicos de cada perspectiva, baseada na visão, missão e valores da empresa. É esse componente que representa onde a empresa quer chegar com relação a cada esfera — seja financeira, de clientes, de processos internos ou de aprendizado e crescimento. ■ MEDIDAS Com relação às medidas, elas referem-se às variáveis que serão selecionadas para acompanhar o desempenho e andamento de cada estratégia até o alcance dos objetivos almejados. Desse modo, constitui-se uma importante ferramenta de avaliação do desempenho do que está sendo executado, o que permite a adaptação das estratégias sempre que necessário durante o processo de execução, de modo a atingir os objetivos traçados. ■ METAS Quanto às metas, elas especificam mais detalhadamente aonde se quer chegar, em cada objetivo estratégico. Assim, torna-se um norte para o desenvolvimento das ações estratégicas e uma ferramenta de auxílio ao acompanhamento do que está sendo executado. O indicador deve ser bem selecionado para que represente, o mais claro possível, a posição futura da organização, orientando as ações no sentido de alcançar os objetivos gerais da empresa. ■ INICIATIVAS Já, as iniciativas, ou planos de ação, referem-se às ações e atividades que deverão ser realizadas por todos dentro da organização, para o alcance das metas e objetivos. Portanto, essa etapa permite que os indivíduos sejam orientados em suas responsabilidades, na busca do bem geral da empresa. As ações devem ser bem estudadas e delineadas para que os resultados desejados sejam atingidos, levando ao sucesso da organização. Licensed to Luiz Henrique Martins <db1017205> Assim, você chegou ao final desta aula, na qual aprofundou o conhecimento a respeito de mais uma importante ferramenta de planejamento estratégico — o Balanced Scorecard. Também, tornou-se capaz de identificar a importância deste instrumento no processo de gestão estratégica, desde a formulação até a execução e acompanhamento do planejamento estratégico. Portanto, ficou mais clara a importância desse recurso, considerado uma dos mais completos na literatura da Administração, na busca de crescimento e sucesso dos negócios de uma empresa. Referências OLIVEIRA, Djalma de Pinheiro Rebouças. Planejamento Estratégico. São Paulo: Atlas, 1999. Seja bem-vindo à Aula de Aprendizagem 5 – “Estratégia Empresarial”. A informação é um critério fundamental para tomadas de decisões adequadas pela alta administração das empresas, pois proporciona as condições necessárias para a identificação da situação atual da empresa diante do mercado e de seus concorrentes, bem como para a elaboração de um adequado planejamento estratégico. Deste modo, a informação permite que os objetivos empresariais sejam alcançados. Porém, é preciso considerar que a qualidade das tomadas de decisões vai depender da disponibilidade correta de dados, propiciando prosperidade e continuidade dos negócios. Dada a relevância da informação no processo de gestão e planejamento estratégico de uma organização, foram desenvolvidos sistemas que facilitam a veracidade e disponibilidade de informações necessárias para os responsáveis pelas tomadas de decisões organizacionais. Esta seção apresentará os principais modelos de informação utilizados atualmente, bem como a sua importância para o sucesso das empresas. Bons estudos! Gestão Estratégica Introdução Gestão Estratégica A informação é um elemento fundamental para as tomadas de decisão dentro de uma organização. É preciso valorizar todos os tipos de informação, pois cada uma servirá de apoio a tomadas de decisões diferentes. Assim, qualquer dado que puder ser manipulado e registrado deve ser realizado de forma adequada, assegurando veracidade e proporcionando confiabilidade a quem o utilizar. Deste modo, existem sistemas próprios que permitem isso acontecer, garantindo tomadas de decisões assertivas. Sistemas deinformações1 Definição de sistemas de informação Segundo Oliveira (1999), um sistema é um conjunto de partes integrantes que dependem umas das outras, formando um todo unitário, apresentando determinado objetivo e efetuando determinada função. Trazendo essa definição para um sistema tecnológico de informação, trata-se de um conjunto de meios com as funções de coleta, processamento, armazenamento, transmissão e disseminação de dados que representam informações importantes para todos os usuários desse sistema, conforme ilustra a Figura 1. Figura 1: Sistema de informação. Fonte: SILVA (2017). Os dados que são introduzidos no sistema são de grande utilidade para todos os usuários, ou seja, para todos os colaboradores da empresa, a partir do momento em que se transformam em informações. Para Oliveira (1999), dado é um elemento bruto que não leva à compreensão de algum fato ou situação, ou seja, um dado bruto pode ser transformado em uma informação útil ao ser processado por um sistema de informação adequado. Deste modo, os dados, transformados em informações úteis, permitem melhores e mais ágeis tomadas de decisão por parte da alta administração e de qualquer usuário. As atividades podem ser mais bem gerenciadas, auxiliando também o processo de gestão e planejamento estratégico. Sistema de informação estratégica Em uma organização, é preciso valorizar todos os tipos de informações que possam ser manipuladas, seja através de softwares próprios para cada segmento de atividade, seja através de sistemas informatizados, pois a informação é utilizada em todas as fases do processo decisório, desde o planejamento, passando pela execução das ações e finalizando no controle das atividades. Portanto, a gestão adequada deste recurso pelos membros da alta administração pode ser uma ferramenta poderosa para o alcance dos resultados almejados e para obter vantagens competitivas no mercado. Quanto mais informações uma organização obtiver, melhores serão as bases para tomadas de decisões assertivas. Deste modo, é necessário que as informações sejam as mais verídicas possíveis, permitindo que os usuários realizem as suas tarefas com base em situações reais. Neste caso, é fundamental a utilização de sistemas de informações adequados que permitam a manipulação dos dados sempre que necessário − por exemplo, o SIG (Sistema de Informações Gerenciais), que será apresentado ao longo desta aula. O sucesso das ações estará diretamente relacionado às informações utilizadas. Deste modo, sistemas de informação permitem maior agilidade na operação dos dados e informações, adequações sempre que a situação exige, assim como a minimização de erros, que ocorrem frequentemente quando é feito manualmente. Outro fator importante que está presente nos sistemas de informação é a possibilidade de a organização ser vista de uma forma sistêmica, permitindo uma maior interatividade entre as diversas atividades e os diversos setores. O resultado disso é uma melhor comunicação entre os colaboradores e uma maior eficácia das atividades desenvolvidas, em prol do crescimento da empresa. Referências OLIVEIRA, Djalma de Pinheiro Rebouças. Planejamento Estratégico. São Paulo: Atlas, 1999. TAVARES, Mauro Calixta. Gestão Estratégica. São Paulo: Atlas, 2000. Gestão Estratégica Segundo Tavares (2000), “um Sistema de Informações Gerenciais resulta da combinação de pessoas, equipamentos, processos e recursos que, interativamente, segundo uma política informacional, tem a função de rastrear, coletar, classificar, analisar, congregar, avaliar e distribuir a informação oportuna, relevante e adequada para orientar o processo decisório”. Com relação à combinação de pessoas, o SIG permite que haja um envolvimento entre os diversos usuários dos diferentes setores e atividades em uma organização. O resultado disso é uma melhora na comunicação interna, que é um dos grandes desafios dos gestores, favorecendo o alcance dos objetivos estabelecidos no processo estratégico. Quanto aos equipamentos, processos e recursos, o SIG é uma combinação de todos os recursos disponíveis e necessários para que o sistema se torne útil a cada tipo de usuário, ou seja, a cada tipo de atividade. SIG – Sistema de Informações Gerenciais2 A política informacional é um elemento relevante no sentido de proporcionar uma maior intimidade entre as pessoas e o uso dos recursos disponíveis. Há a necessidade de orientar os usuários com relação ao modo de utilização do sistema no que diz respeito a cada tipo de atividade. Esta interação entre recursos e pessoas possibilita maior esclarecimento a respeito dos objetivos de cada função, resultando em maior: ■ Eficiência no manuseamento das informações. ■ Agilidade. ■ Alcance dos resultados almejados. O rastreamento relaciona-se a mecanismos que permitem a identificação de várias fontes e origens das informações. A coleta refere-se aos meios que levarão as informações até o SIG. A classificação é a categorização das informações. Analisar está relacionado à: ■ Identificação da veracidade. ■ Autenticidade. ■ Pertinência das informações. A congregação corresponde à integração das informações de um modo lógico e coerente para as tomadas de decisões. A distribuição está relacionada a como as informações serão disponibilizadas para cada usuário, conforme as reais necessidades da empresa no processo decisório. Assim, o oportuno relaciona-se ao tempo em que as informações são disponibilizadas aos usuários, ou seja, a agilidade na disponibilidade das informações também contribui para tomadas de decisão mais eficientes. Quanto ao relevante, refere-se à importância da informação para determinado momento e necessidade. E o adequado corresponde à quantidade ou ao volume de informações relacionadas às reais necessidades daquele momento. Observando esses conceitos, é possível compreender que o termo “gerencial” da sigla SIG remete à essencialidade desse sistema para o processo gerencial das estratégias. empresariais. Trata-se se um sistema fundamental para a execução das tarefas da organização e para o seu monitoramento, podendo ser adequado sempre que necessário para o alcance dos objetivos empresariais. A Figura 1 representa o funcionamento do SIG: Usuários Gerentes Dados SIG Informações Relatórios Tomada de decisão Figura 1: SIG. Fonte: SILVA (2017). Licensed to Luiz Henrique Martins <db1017205> Uma boa relação entre os gestores e os sistemas informacionais possibilita uma maior organização de: ■ Ideias. ■ Ações ■ Controle em todas as etapas do processo de planejamento estratégico. O futuro da organização depende desse relacionamento. Um adequado sistema informacional torna-se fundamental para o sucesso das ações planejadas pelos gestores. O desempenho dos colaboradores, em geral, torna-se melhor, e a qualidade das atividades executadas aumenta. Outras duas ferramentas de grande importância na gestão estratégica que podem ser citadas e que complementam o SIG, para o caso da relação de mecanismos de transmissão de dados do ambiente interno e externo, são: ■ CRM. ■ ECR. ■ CRM CRM representa as iniciais de Customer Relationship Management, e significa Gestão de Relacionamento com o Cliente. Refere-se à transmissão de dados do ambiente interno e externo, captando informações ambientais relacionadas a clientes atuais e potenciais, o que permite à organização uma melhor gestão e interação com seus clientes, antecipação de suas necessidades e desejos, otimização da rentabilidade e aumento das vendas, além de assertividade de suas campanhas de captação de novos clientes. ■ ECR ECR representa as iniciais de Efficient Consumer Response, e significa Resposta Eficiente ao Consumidor. Promove, no ambiente interno, uma resposta rápida e eficiente, por parte da empresa, às demandas de relacionamento com o objetivo de geração de valor no curtíssimo prazo, oferecendo
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