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GESTÃO ESTRATÉGICA Seja bem-vindo à disciplina Gestão Estratégica! Desde a década de 1990, principalmente, são vários os fenômenos que vêm transformando a visão de mundo e o modo de agir das pessoas. Na esfera empresarial não é diferente. As inovações tecnológicas, a era da informação, a globalização e as modificações nos cenários políticos e econômicos são alguns dos elementos responsáveis por essas transformações. O resultado disso é a melhoria nas condições de vida e o aumento da exigência do consumidor, o que se torna um desafio ainda maior para as organizações, que, além da necessidade de se adaptar à rapidez dos acontecimentos, precisam estar em constante aperfeiçoamento na qualidade e nos preços competitivos dos seus produtos e serviços. Gestão Estratégica Apresentação da disciplina A entrada constante de novas empresas no mercado provoca o acirramento da competitividade, permanecendo em pleno funcionamento apenas aquelas preparadas para enfrentar qualquer impacto provocado pelas transformações tanto no ambiente externo quanto no interno. É fundamental para as organizações a obtenção de informações precisas e consistentes, de forma a apoiar os processos de decisão cada vez mais curtos. A adaptação e adesão às novas tecnologias disponíveis no atual cenário globalizado, assim como aos novos instrumentos e às formas de gestão, permitem às empresas posicionamentos estratégicos de mercado, aumentando o seu crescimento financeiro e econômico. O planejamento estratégico configura uma alternativa de apoio no processo gerencial, na medida em que auxilia no alcance da otimização das operações, reduzindo desperdícios, focando na eficiência de resultados e melhorias de processo. Essa alternativa apresenta-se como uma ferramenta de suma importância para a tomada de decisões, proporcionando maiores chances de sucesso ao se realizar planejamentos de forma estratégica. Quanto melhores as informações obtidas e a identificação das fragilidades da empresa, maior a eficácia das ações planejadas e realizadas. Além de o posicionamento estratégico viabilizar o aumento da competitividade no mercado, propicia à alta administração um melhor controle gerencial interno, devido à necessidade de identificação das forças e fraquezas internas, assim como das contribuições profissionais de cada indivíduo em prol do crescimento da empresa. Portanto, a gestão estratégica é um poderoso instrumento gerencial para que as organizações possam conhecer e se adaptar ao seu ambiente interno e ao ambiente externo, por considerar todos os indivíduos e fenômenos envolvidos em todas as etapas da atividade empresarial. Ao cursar esta disciplina, o aluno estará apto a desenvolver estratégias de forma autônoma, a partir de um processo estruturado de concepção e execução. Isso propiciará ao estudante um grande diferencial no alcance de melhores resultados em prol da empresa em que trabalha e da sua própria carreira profissional. Bons estudos! Gestão Estratégica Em um cenário de grandes transformações – como o que se tem enfrentado nas últimas décadas –, o sucesso de uma organização depende da sua prévia preparação ou do planejamento de suas ações aos possíveis acontecimentos e da rapidez com que as tomadas de decisão são realizadas. 1 Planejamento O planejamento é um poderoso instrumento de gestão a ser utilizado pela alta administração ao decidir o que fazer e como fazer para alcançar o posicionamento de mercado desejado e os objetivos da empresa. Torna-se, assim, um conjunto de ações antecipadas, que permite uma análise aprofundada tanto do ambiente interno quanto do ambiente externo da empresa, permitindo um maior conhecimento do próprio processo operacional e das ameaças e oportunidades que o cenário externo propicia, indicando um direcionamento futuro. Segundo Oliveira (1999), o planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, que proporcionam situações possíveis de identificar, implicações futuras de decisões nos objetivos das empresas que facilitaram a tomada de decisão no futuro, de maneira que sejam mais rápidas, com coerência, eficientes e eficazes. Para Porter (1986), uma empresa sem planejamento “corre o risco de se transformar em uma folha seca, que se move ao capricho dos ventos da concorrência”. Desse modo, a ausência de planejamento leva os gestores a vivenciarem o dia a dia – atendendo às necessidades correntes e dedicando-se à solução de problemas – sem um prévio posicionamento ou conhecimento da origem dessas questões. O resultado é ineficiência em termos de produtividade e fragilidade com relação a flutuações no cenário externo. Figura 1: Planejamento Fonte: elaborada pelo professor. Conforme ilustrado na Figura 1, o planejamento deve ser acompanhado pelas etapas de planejar “o que” e “onde” se pretende chegar, executar o que foi planejado e realizar o acompanhamento dos resultados. Sempre que o objetivo não for alcançado, é importante realizar uma revisão dos planos, adaptando a realidade da empresa e dos acontecimentos. Quando as empresas estabelecem metas e objetivos, é preciso definir ações que colaborem para o atingimento. Para Porter (1986), essas ações chamam-se estratégia, ou seja, o desenvolvimento de uma fórmula para apurar o modo como a empresa irá competir, assim como o estabelecimento de metas e políticas para atingir seus objetivos. Segundo o autor, todas as organizações possuem uma estratégia, seja de forma implícita ou explícita. Estratégia Portanto, uma estratégia é um conjunto integrado e coordenado de compromissos e ações definido para explorar competências essenciais e obter vantagem competitiva (Tavares, 2000). É estabelecida uma série de alternativas a serem seguidas no sentido de gerar maior lucratividade para a empresa; quando bem formuladas e implantadas com sucesso, a competitividade estratégica é alcançada. Ansoff (1993) define a estratégia como “um conjunto de regras de tomada de decisão para orientação do comportamento da organização, ou seja, são modos alternativos de ação”. É uma ferramenta de auxílio e orientação aos gestores das organizações em suas tomadas de decisões, principalmente quando estas exigem atitudes rápidas para a continuidade e/ ou o sucesso do empreendimento. Para Oliveira (1999), a estratégia é a ação ou o caminho mais adequado para alcançar, de maneira diferenciada, os objetivos, os desafios e as metas estabelecidas, no melhor posicionamento da empresa perante seu ambiente. Ansoff (1993) reforça que o processo deve ser avaliado constantemente para corrigir possíveis erros e para que seja feita a realimentação. Uma empresa que estabelece estratégias pode ser representada pela Figura 2. Figura 2: Estabelicimento da estratégia. Fonte: elaborada pelo professor. Portanto, uma organização com estratégias estabelecidas apresenta um maior esclarecimento de qual direção pretende seguir e quais decisões tomar em cada provável situação a ser enfrentada. A probabilidade de alcance das metas e dos objetivos torna-se muito elevada. Segundo Tavares (2000), quando se falava em planejamento, imaginava-se um conjunto de ações fixas elaboradas pelas empresas, ou seja, um conjunto que permanecia inalterado em caso de mudanças no mercado. Planejamento estratégico O planejamento estratégico apresenta como principal característica a possibilidade de adaptação às constantes variações nos ambientes. O planejamento estratégico é um conjunto de decisões tomadas antecipadamente conforme a análise dos ambientes externo e interno da empresa. Desse modo, é uma ferramenta que varia de empresa para empresa, de acordo com as especificidades de cada uma e do setor de atuação. Assim, é possível definir metas futuras e preparar-se para as mudanças do mercado, sempre com o objetivo de atender às expectativas da empresa. Portanto, o importante do planejamento estratégicoé a possibilidade de a empresa manter sua gestão em equilíbrio com o ambiente em que se encontra, precavendo-se ao máximo das consequências das oscilações no cenário externo. A ausência de planejamento estratégico prejudica a identificação das reais necessidades da empresa e das oportunidades que o mercado pode oferecer. Decisões rápidas são necessárias em meio a um cenário de grandes flutuações, que é o que tem ocorrido nos últimos anos. Por vezes, tomadas de decisão aceleradas e não planejadas podem comprometer o sucesso dos negócios e até mesmo a permanência da empresa no mercado. \ ANSOFF, H. I. Implantando a administração estratégica. São Paulo: Atlas, 1993. OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento estratégico. São Paulo: Atlas, 1999. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. TAVARES, M. C. Gestão estratégica. São Paulo: Atlas, 2000. Planos de um projetoReferências Gestão Estratégica Tavares (2000) afirma que uma das condições para haver competitividade estratégica é o desejo pelos próprios dirigentes de que a empresa aumente a sua competitividade no mercado. Deve-se, portanto, implementar estratégias cuja imitação por parte dos concorrentes seja difícil ou que estes considerem demasiado custosas para repetir. 2 O processo estratégico Para o autor e outros especialistas no assunto, o processo de administração estratégica envolve algumas etapas, dadas pela análise dos ambientes interno (identificando os pontos fortes e fracos) e externo (avaliando as ameaças e oportunidades do mercado) e pelo desenvolvimento da missão e visão da organização, conforme ilustra a Figura 3. Figura 3: Processo estratégico Fonte: elaborada pelo professor. O processo apresentado na Figura 3 será apresentado de forma mais detalhada nos tópicos a seguir. A definição da missão é um momento muito importante para a empresa, pois permitirá que as pessoas se identifiquem ou não com a razão de existir da organização. Na missão, é possível identificar as pretensões da empresa com relação ao seu próprio negócio e também à sociedade em que se insere. Para Tavares (2000), a missão de uma organização está baseada na compreensão do seu papel dentro da realidade em que está inserida, culminando na expressão da sua razão de existir. A missão enuncia como a organização irá se comportar diante das oportunidades apresentadas pelo seu ambiente. Conforme Tavares (2000), o processo de planejamento deve ser feito de acordo com as características próprias de cada organização, e a visão é uma das etapas fundamentais a seguir. A visão demonstra qual o propósito futuro da empresa, onde quer chegar e o que pretende ser. Missão Visão O autor entende a visão de uma organização como as futuras oportunidades que poderão permear a empresa e quais são os esforços necessários para o seu alcance. Desse modo, é um entendimento do espaço que a organização pretende ocupar no futuro, delineando-se metas, que servirão de base para a definição dos projetos e planos de ação necessários para buscar tal posição. Analisar os ambientes que envolvem o negócio permite um melhor preparo para as tomadas de decisão da alta administração. ■ AMBIENTE INTERNO A análise do ambiente interno envolve as diferentes áreas dentro da própria organização, identificando os problemas e as falhas nos diversos níveis, assim como as suas causas e possíveis repercussões. Análise dos ambientes O SWOT é um exemplo de instrumento de planejamento estratégico que auxilia no levantamento desses pontos e na identificação e relação de pontos fortes da empresa. Assim, é possível implementar soluções adequadas para um melhor desempenho de todas as atividades e, portanto, alcançar o sucesso. O importante é trabalhar de forma sincronizada, buscando-se equilíbrio com o ambiente externo. ■ AMBIENTE INTERNO Com um ambiente interno bem sincronizado, mais favorável será a relação com o ambiente externo à empresa, pois há o envolvimento de variáveis de alcance mais reduzido e, portanto, mais imprevisíveis, diminuindo a capacidade de inferência nos acontecimentos. Os impactos podem ser positivos ou negativos sobre o desempenho da organização, por isso, quanto mais preparada ela está, melhor será a capacidade de tomada de decisão perante as oportunidades ou ameaças externas. Novamente, a ferramenta SWOT apresenta grande utilidade ao auxiliar na identificação desses pontos. Após analisar os ambientes da empresa, identificando seus pontos fortes e fracos, as ameaças e oportunidades, é possível realizar um diagnóstico da situação em que a empresa se encontra. Diagnóstico da situação atual Através dessa etapa, é possível focar nos pontos que devem ser corrigidos e nos que podem ser aproveitados no âmbito interno. Com relação ao ambiente externo, observa-se com mais clareza as oportunidades que o mercado pode oferecer no momento e no futuro, assim como as ameaças que devem ser enfrentadas pela organização. Sabendo-se da realidade em que a empresa se encontra, é viável estabelecer metas e objetivos reais para o seu sucesso, ou seja, através do diagnóstico dos limites e das reais possibilidades, o estabelecimento de metas e objetivos obedece a real capacidade da empresa em alcançá-los. Isso permite o alinhamento mais correto e factível das ações a serem tomadas. Estabelecimento de metas e objetivos Após avaliar a real situação da empresa perante os seus ambientes interno e externo e definir sua identidade – traçada pela missão e pelos valores –, pode-se definir quais estratégias serão seguidas para o alcance das metas e dos objetivos traçados. As estratégias são as ações que devem ser tomadas para o alcance do sucesso da organização e devem ser controladas, para que qualquer adaptação necessária seja realizada no devido tempo. Definição de estratégias \ TAVARES, M. C. Gestão estratégica. São Paulo: Atlas, 2000. Planos de um projetoReferências Gestão Estratégica Existem muitas ferramentas de auxílio à elaboração do planejamento estratégico. Elas possibilitam uma análise mais detalhada do ambiente interno e também do ambiente externo nas organizações. Algumas dessas ferramentas serão apresentadas neste tópico. 3 Principais ferramentas Um dos principais instrumentos de elaboração e análise da estratégia organizacional é o modelo de análise SWOT, representado pela Figura 4. Figura 4: Modelo SWOT Fonte: elaborada pelo professor. A sigla SWOT é proveniente do inglês: “S” significa strengths (pontos fortes), “W” representa weaknesses (pontos fracos), “O” é opportunities (oportunidades) e “T” é threats (ameaças). Assim, o SWOT é conhecido como um modelo de análise dos pontos fortes e fracos do ambiente interno da empresa e das ameaças e oportunidades do seu ambiente externo. Permite-se, dessa forma, um conhecimento mais aprofundado da realidade organizacional, auxiliando na elaboração das estratégias de crescimento. Modelo SWOT Outra ferramenta muito importante e que também permite uma observação mais cuidadosa do ambiente externo, principalmente, é a ferramenta chamada Cinco Forças Competitivas de Porter, apresentada na Figura 5. Figura 5: Cinco forças competitivas de Porter. Fonte: elaborada pelo professor. São consideradas cinco principais variáveis que podem nortear as decisões de investimento para opções mais sólidas, permitindo maior lucratividade no negócio. Esta ferramenta será analisada com mais detalhes nas aulas seguintes. O Balanced Scorecard (BSC) também é um instrumento muito utilizado nas organizações que pretendem realizar um diagnóstico adequado sobre a realidade do seu negócio e, assim, traçar estratégias que levem ao alcance das metas da empresa. Cinco Forças Competitivas de Porter Balanced Scorecard (BSC) São consideradas quatro dimensões nessa análise e relacionadas entre si para o alcancede objetivos específicos, como ilustra a Figura 6. Figura 6: Balanced Scorecard (BSC). Fonte: elaborada pelo professor. As quatro variáveis do BSC apresentadas na Figura 6 representam quatro dimensões diferentes relacionadas às atividades da empresa. Cada uma deve ser avaliada cuidadosamente e de forma isolada, porém, sempre correlacionando com as demais, complementando-se para que o objetivo geral da empresa seja alcançado. Esse instrumento também será abordado com mais atenção nas aulas seguintes. Apesar de cada ferramenta apresentar a sua especificidade e contribuição ao processo de elaboração do planejamento estratégico, é preciso escolher aquela que seja mais adequada aos objetivos da empresa, aumentando a probabilidade de sucesso. Cada uma delas será analisada de forma mais detalhada nas próximas aulas. Chegamos ao final desta aula, na qual o aluno se tornou capaz de interpretar os conceitos relacionados ao planejamento estratégico e reconhecer a sua importância para as tomadas de decisão em uma organização. O estudante se tornou capaz também de identificar as etapas do processo de planejamento, assim como algumas ferramentas de auxílio à sua elaboração. \ PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. Planos de um projetoReferências Seja bem-vindo à Aula de Aprendizagem 2 - “As principais ferramentas para o planejamento e a gestão estratégica”! A velocidade com que as transformações econômicas e tecnológicas vêm acontecendo oportuniza melhores chances de sucesso às empresas com maiores condições de adaptação, adquirindo mais fatias de mercado e conquistando melhores resultados financeiros perante empresas que não estejam atentas a esse fenômeno mundial. Gestão Estratégica Introdução Portanto, basear-se apenas na intuição da alta administração para resolver as questões necessárias não é o suficiente. Cada transformação traz consigo novos e diferentes desafios, e o caminho para ultrapassá-los com sucesso é realizar uma adequada avaliação dos possíveis obstáculos e traçar diferentes ações que poderão trazer os resultados almejados pelas organizações. Quanto mais atento se está aos desafios, maiores são as chances de sucesso. Existem algumas ferramentas técnicas que podem auxiliar nessa importante atividade da empresa, isto é, o planejamento estratégico. Algumas delas serão apresentadas nesta aula, analisando-se as diferenças que cada uma apresenta, de modo a optar pela mais apropriada em cada caso. Bons estudos! Gestão Estratégica A estratégia de uma empresa pode ser entendida como a busca por uma nova posição ou simplesmente um reposicionamento de mercado, visando à manutenção da lucratividade ou ao seu aumento. O importante é que a alta administração reconheça a importância desse fato, pois, em cenários de instabilidades e incertezas constantes, é preciso estar com as ações bem alinhadas e planejadas. 1 A gestão estratégica no planejamento estratégico A velocidade e assertividade das tomadas de decisões vão determinar o alcance dos objetivos. Para que seja realizado o planejamento estratégico em uma organização, é necessário que exista um pré-requisito fundamental, a gestão estratégica, ou seja, uma equipe altamente especializada e disposta a executar todas as etapas necessárias do processo estratégico com eficácia. Muitos autores confundem as expressões, pois ambas se tratam do alinhamento estratégico de ações com vistas a um posicionamento futuro para a empresa. Porém, são questões diferentes e que se complementam. A gestão estratégica é a forma como os indivíduos da alta administração atuam sobre a necessidade de mudança, de adaptação constante a flutuações, como e o que fazer em cada situação para alcançar os objetivos da organização. Essa expressão, portanto, compreende o modo de agir e pensar dos responsáveis pelas tomadas de decisão, isto é, a alta administração. Sem a pré-disposição desses indivíduos para encarar as mudanças necessárias, buscando um novo posicionamento ou reposicionamento de mercado, não há espaço para a implementação de ações estratégicas, incluindo o uso de ferramentas que auxiliam a elaborá-las. A inexistência de uma gestão estratégica faz com que o alcance dos objetivos do planejamento estratégico fique comprometido. É preciso estar ciente de que não basta apenas utilizar as ferramentas disponíveis e o conhecimento de cada gestor na formulação do planejamento, é preciso acompanhar todo esse processo, avaliando constantemente o desempenho daquilo que está sendo executado e alinhando as ações à real situação dos ambientes, sempre que necessário. Conforme foi visto na aula anterior, o planejamento estratégico envolve um processo composto por várias etapas. O acompanhamento dessas etapas depende da existência da gestão estratégica, ou seja, da forma como o planejamento estratégico será gerido ou acompanhado. A gestão estratégica, por sua vez, trata da formulação do planejamento estratégico, da execução da estratégia e do acompanhamento do que está sendo executado. A Figura 1 ilustra esse processo: Figura 1 – Gestão estratégica. Fonte: elaborada pelo professor. ANSOFF, H. I. Implantando a administração estratégica. São Paulo: Atlas, 1993. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. ReferênciasConforme apresenta a Figura 1, a elaboração do planejamento estratégico compreende a primeira fase da gestão estratégica, na qual os gestores da organização trocam ideias, utilizam as ferramentas mais adequadas à sua realidade, realizam a análise detalhada dos ambientes interno e externo, definem os objetivos da organização dentro daquilo que for viável para a situação em que a empresa se encontra e, por fim, determinam quais ações estratégicas serão executadas. A segunda etapa da gestão estratégica está relacionada à própria execução do planejamento estratégico, ou seja, quando é colocado em prática aquilo que foi elaborado na primeira fase, na busca dos objetivos alinhados. Esta é a fase que vai identificar a intensidade do engajamento dos colaboradores na busca pelo melhor da empresa. O sucesso ou não dos resultados vai depender do quanto as pessoas se comprometem em realizar aquilo que foi planejado. Por fim, a terceira etapa – que anda lado a lado com a segunda fase – é o acompanhamento do que está sendo executado do planejamento estratégico. Por vezes, as situações se modificam, mostrando-se diferentes daquilo que foi previsto, tornando a realidade diferente. Portanto, uma avaliação constante do que está sendo executado permite realizar qualquer alteração necessária, adequando a realidade dos fatos e, portanto, aumentando as chances de sucesso dos resultados estimados. ANSOFF, H. I. Implantando a administração estratégica. São Paulo: Atlas, 1993. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. Referências Gestão Estratégica A realização de um planejamento estratégico requer muita sabedoria, porém, o uso de técnicas adequadas é fundamental para alinhar adequadamente as ações de curto, médio e longo prazos. Esta parte da aula abordará as principais ferramentas de auxílio à elaboração do planejamento estratégico, que tornam mais detalhada a análise dos ambientes interno e externo. Esse fato permite a busca pela eficácia do processo de gestão estratégica. 2 As principais ferramentas para o planejamento estratégico O modelo SWOT é uma das principais e mais conhecidas ferramentas de auxílio à elaboração do planejamento estratégico de uma empresa. A sigla é proveniente do inglês e tem os seguintes significados: ■ S: strengths (pontos fortes) ■ W: weaknesses (pontos fracos) ■ O: opportunities (oportunidades)■ T: threats (ameaças) O modelo foi criado no final da década de 1960 por membros da Harvard University School of Business. Apesar de clássico, serviu como base e inspiração para outros modelos de planejamento estratégico mais modernos (Figura 2). O ponto central desse instrumento é a possibilidade de análise detalhada dos ambientes que envolvem as atividades da empresa, tanto o externo quanto o interno. Figura 2 – Modelo SWOT. Fonte: elaborada pelo professor. Modelo SWOT A Figura 2 representa o Modelo SWOT. Na parte superior, está apresentada a análise do interior da empresa, ou seja, possibilita a verificação de quais pontos positivos já estão presentes e podem ser valorizados no processo de planejamento estratégico, e a quais pontos fracos a organização está exposta, exigindo melhoras para o alcance dos seus objetivos principais. Quando se tem um conhecimento aprofundado do próprio processo operacional interno, evidenciando o que deve ser melhorado, a empresa tem capacidade de controle sobre si mesma. Isso facilita a sua atuação sobre as questões externas, mais difíceis de ser identificadas e tratadas com a atenção necessária. O ambiente externo está representado pela parte inferior do quadro, em que se encontram as oportunidades e as ameaças. Estas podem ser observadas com a devida atenção se o ambiente interno estiver organizado e sob controle, revelando que a empresa tem capacidade competitiva. A preparação da equipe interna facilita a identificação das oportunidades que podem ser aproveitadas pela organização, podendo se beneficiar de diversas formas – aumentar a fatia de mercado, lançar um novo produto, aumentar a lucratividade, reposicionar-se no mercado, entre outras. O importante é que essas oportunidades sejam identificadas no tempo certo, de de forma que seus benefícios possam ser aproveitados. O mesmo ocorre com as ameaças. Uma equipe preparada e eficiente pode identificar fatores no ambiente externo prejudiciais até mesmo para a continuidade dos negócios. Em um cenário de constantes mudanças, como tem sido nos últimos anos, estar atento e identificar o que pode prejudicar as atividades da organização são elementos fundamentais para o seu crescimento ou sua sobrevivência. Preencher o quadro com os fatores positivos e negativos, internos e externos, que afetam os negócios da empresa, auxilia no processo de identificação acerca de onde a empresa pode chegar com os recursos disponíveis, facilitando o processo de planejamento das estratégias. Sem uma análise detalhada como essa, é ilusório traçar os objetivos sem saber se existem condições para atingi-los. O modelo baseado nas Cinco Forças Competitivas, desenvolvido por Michael Porter no final da década de 1970, está relacionado a cinco fatores que o autor considera como comprometedores dos negócios de uma empresa, conforme apresentado na Figura 3. Figura 3 – Cinco Forças Competitivas de Porter. Fonte: elaborada pelo professor. O primeiro fator trata da ameaça de novos entrantes no mercado. O poder de negociação dos fornecedores é o segundo fator. O terceiro é a ameaça de novos produtos (ou serviços) substitutos, o quarto é o poder de negociação de clientes, e o quinto é a rivalidade entre os concorrentes. Cinco Forças Competitivas de Porter O conhecimento desses cinco elementos é fundamental para que se possa traçar com mais rigor as ações ou estratégias que deverão ser realizadas para enfrentá-los da forma mais eficiente possível, alcançando os principais objetivos da empresa. Esta, por sua vez, tem a opção de avaliar tais fatores e utilizá-los em seu favor ou simplesmente defender-se dos seus riscos potenciais e ameaças. O Quadro 1 apresenta de forma mais detalhada quais são essas Cinco Forças Competitivas de Porter e o que cada uma delas representa para as organizações: Quadro 1 – As Cinco Forças Competitivas de Porter. FORÇA COMPETITIVA DESCRIÇÃO Ameaça de novos entrantes Os novos entrantes representam uma ameaça por trazerem consigo o desejo de obter grandes fatias de mercado, trazendo novos conceitos e técnicas para conquistar os clientes, além de, normalmente, estarem mais preparados no aspecto financeiro e dispostos a investir no seu próprio marketing ou naquilo que seja necessário para ocupar maiores participações no mercado. Poder de negociação dos fornecedores Essa ameaça ocorre em determinados setores de atividade, em que a quantidade de fornecedores é muito pequena, tornando os empresários dependentes das condições impostas pelos fornecedores. Havendo pouca concorrência, estes podem identificar uma oportunidade de aumentar seus lucros aproveitando-se do aumento dos preços, o que prejudica a lucratividade dos clientes, ou seja, das empresas do setor, que não conseguem recuperar esses altos custos através dos seus preços. Outra desvantagem da falta de (ou baixa) concorrência entre os fornecedores é a possibilidade de acomodação com relação ao aprimoramento dos seus processos de produção, aumentando a qualidade apenas para não perderem suas margens de lucro. Assim, os empresários ficam sujeitos a produtos com menor qualidade, que compromete a própria qualidade dos seus produtos finais e prejudica seus ganhos de lucro. Ameaça de produtos substitutos Os produtos substitutos apresentam características muito similares, dificultando o aumento de preços por parte dos empresários para aumentar a sua lucratividade, uma vez que o cliente escolherá opções mais acessíveis. Neste caso, a entrada de uma nova empresa em um setor caracterizado por esse tipo de produto limita ainda mais a possibilidade de estabelecer alguma estratégia de aumento de lucro baseada no aumento de preços. Poder de negociação de clientes O poder de negociação dos clientes ocorre quando há poucos clientes no mercado para poucas empresas. Estas, para conquistar a maior fatia possível da clientela, perdem margens na sua lucratividade ao conceder benefícios aos clientes ou simplesmente ao reduzir seus preços. Rivalidade entre concorrentes A ameaça que esse fator oferece é a possibilidade de perda nos lucros pela competitividade via redução de preços ou, simplesmente, pelo aumento dos custos, quando a empresa está disposta a aumentar ou manter a sua posição no mercado, investindo, por exemplo, em marketing ou no aumento da qualidade sem aumento de preços, entre outros. Fonte: elaborado pelo professor. Cada força competitiva é relevante no momento em que são estabelecidas estratégias empresariais, seja de crescimento de fatias de clientes, na lucratividade ou apenas na manutenção da posição no mercado. No processo de análise das ameaças, a importância das forças competitivas transforma-as em aspectos positivos para a organização. A ocorrência de novos entrantes dotados dessas características representa uma ameaça para quem já atua no mercado e não está preparado para enfrentar essa nova força. É necessário que a empresa esteja constantemente em busca de aprimoramento dos seus produtos e serviços, traçando estratégias que evitem os efeitos negativos dos novos concorrentes sobre o desempenho das atividades, sobre a lucratividade ou sobre a sua fatia de clientes. O poder de negociação dos fornecedores pode auxiliar o empresário no momento da escolha pelo seu ramo de atividade, por exemplo, escolhendo um setor em que o sucesso de sua atividade não dependa do comprometimento de terceiros. Para aquelas que já atuam no mercado, agir sobre essa ameaça é a capacidade de desenvolver estratégias em que os ganhos e as vantagens da empresa derivem de outros fatores, como o destaque na qualidade do atendimento, tanto na pré- venda quanto no pós-venda, fidelizando o cliente que preza por esse fator. Assim, é um elemento que exige da empresa a identificação de seus pontos fortes. Quanto a terceira força competitiva, o importante das empresas que atuam emsetores cujos produtos se caracterizam por serem substitutos é que estejam atentas a estratégias de diferentes naturezas, que lhes proporcionem alguma diferenciação no mercado e, assim, possam elevar seus lucros através de uma margem maior nos preços. O aumento na qualidade dos serviços prestados é um exemplo que propicia uma margem de aumento nos preços. No caso de uma empresa atuar em um setor no qual exista poder de negociação dos clientes, estes precisam ser permanentemente estudados, de modo a encontrar alguma estratégia que conquiste a sua fidelidade e que, ao mesmo tempo, não prejudique a lucratividade ou que, simplesmente, permita o aumento da margem de lucro. A rivalidade entre os concorrentes está presente em qualquer setor, portanto, cabe às empresas estarem atentas às ameaças que suas rivais podem proporcionar. O ambiente externo, onde se encontra toda essa rivalidade, deve ser avaliado de forma constante, de modo que seja possível aproveitar-se das eventuais oportunidades e também preparar- se para os desafios que as empresas rivais podem oferecer a qualquer momento. Oferecer o melhor com o menor custo possível é um desafio enfrentado por qualquer organização que pretende destacar a sua posição no mercado, mantendo ou melhorando cada vez mais a sua lucratividade. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. Referências Gestão Estratégica Cada organização tem as suas próprias características, suas necessidades e seus objetivos. É preciso identificar qual a ferramenta que melhor se enquadra em cada ramo de atividade, para que os resultados sejam alcançados com eficácia. Identificar a estrutura de uma organização e o seu ramo de atividade permite observar que tipos de fatores devem ser avaliados e levados em consideração no momento da elaboração de um planejamento estratégico. 3 As vantagens das ferramentas de planejamento estratégico Proporciona um maior conhecimento da esfera interna, identificando falhas importantes que, muitas vezes, poderiam ser os pontos de estrangulamento da organização, impedindo-a de ultrapassar seu real potencial. Além disso, no âmbito interno, propicia a relação dos pontos fortes que podem ser potencializados e aproveitados, que, por vezes, passam despercebidos pela alta administração. Todos os envolvidos têm a ganhar com isso. Com relação ao ambiente externo, dotado de rápidas mudanças – resultando em incertezas –, o modelo SWOT oferece a possibilidade de estudar com mais profundidade e atenção os elementos que podem ser favoráveis à organização e aqueles que podem ser prejudiciais, comprometendo, por vezes, a continuidade dos negócios. Além de tornar a empresa mais preparada para enfrentar os obstáculos, o modelo evidencia qual a real posição da organização no cenário em que atua, proporcionando maior confiança na hora de estabelecer estratégias mais ousadas. Embora seja uma ferramenta dinâmica, o modelo SWOT pode e deve ser complementado com outras ferramentas que possibilitam uma visão mais abrangente dos negócios e, consequentemente, a elaboração mais completa do planejamento estratégico. As Cinco Forças Competitivas de Porter foi um modelo desenvolvido considerando um determinado segmento de empresa, apresentando características de estrutura de mercado de concorrência perfeita, sendo que a competitividade das organizações é limitada via estratégias de redução de preços. Assim, as cinco forças consideradas no modelo representam as principais ameaças às quais essas empresas devem estar atentas no momento de traçar seus planejamentos estratégicos. Vantagens do modelo das Cinco Forças Competitivas de Porter O modelo SWOT apresenta vantagens para qualquer tipo de organização, pois é considerado uma das ferramentas de análise mais completas, oferecendo as bases necessárias para a elaboração de um adequado planejamento estratégico. É de máxima importância avaliar todos os fatores, positivos e negativos, internos e externos, de modo a auxiliar nas tomadas de decisão. A abrangência do modelo SWOT permite que a empresa adquira maior confiança a respeito dos aspectos com os quais deve lidar, sobre quais os principais pontos a agir e quais são as reais condições para se chegar aos objetivos almejados. Vantagens do modelo SWOT Proporciona um maior conhecimento da esfera interna, identificando falhas importantes que, muitas vezes, poderiam ser os pontos de estrangulamento da organização, impedindo-a de ultrapassar seu real potencial. Além disso, no âmbito interno, propicia a relação dos pontos fortes que podem ser potencializados e aproveitados, que, por vezes, passam despercebidos pela alta administração. Todos os envolvidos têm a ganhar com isso. Com relação ao ambiente externo, dotado de rápidas mudanças – resultando em incertezas –, o modelo SWOT oferece a possibilidade de estudar com mais profundidade e atenção os elementos que podem ser favoráveis à organização e aqueles que podem ser prejudiciais, comprometendo, por vezes, a continuidade dos negócios. Além de tornar a empresa mais preparada para enfrentar os obstáculos, o modelo evidencia qual a real posição da organização no cenário em que atua, proporcionando maior confiança na hora de estabelecer estratégias mais ousadas. Embora seja uma ferramenta dinâmica, o modelo SWOT pode e deve ser complementado com outras ferramentas que possibilitam uma visão mais abrangente dos negócios e, consequentemente, a elaboração mais completa do planejamento estratégico. As Cinco Forças Competitivas de Porter foi um modelo desenvolvido considerando um determinado segmento de empresa, apresentando características de estrutura de mercado de concorrência perfeita, sendo que a competitividade das organizações é limitada via estratégias de redução de preços. Assim, as cinco forças consideradas no modelo representam as principais ameaças às quais essas empresas devem estar atentas no momento de traçar seus planejamentos estratégicos. Vantagens do modelo das Cinco Forças Competitivas de Porter A principal vantagem do modelo é o fato de considerar ameaças os concorrentes e os clientes e fornecedores. Conhecendo as barreiras que esses elementos podem apresentar, é possível traçar estratégias que levem as organizações a enfrentá-las com eficácia. Além disso, trata-se de um modelo que se dedica ao auxílio de determinado segmento de mercado, principalmente os que apresentam características de concorrência perfeita, em que o desenvolvimento constante de estratégias é elemento fundamental para o sucesso. Porém, apesar da grande importância dessa ferramenta, observam-se certas limitações, pois as cinco forças não abrangem uma análise mais aprofundada do ambiente interno das empresas. Este é um fator fundamental para traçar um planejamento estratégico adequado e completo. Assim, além de se destinar a considerar apenas empresas com características de uma determinada estrutura de mercado, trata-se de um modelo menos abrangente, que deve ser complementado com outros, como o SWOT, para que a elaboração do planejamento estratégico seja a mais real e completa possível. Apesar de cada ferramenta apresentar a sua especificidade e contribuição ao processo de elaboração do planejamento estratégico, é preciso escolher aquela que mais se adeque aos objetivos da empresa, trazendo uma maior probabilidade de sucesso. A seguir, será apresentado com maior profundidade o Balanced Scorecard, uma das ferramentas mais importantes do planejamento estratégico, que merece destaque na sua abordagem. Chegamos ao final desta aula! Nela, foi possível aprofundar o conhecimento a respeito das principais ferramentas de auxílio à elaboração do planejamento estratégico. Também foi possível identificar as vantagens na escolha da ferramenta mais adequada para determinadaestrutura de empresa, o que representa um fator fundamental na busca da eficácia organizacional. Ficou mais clara a importância da presença de uma gestão estratégica adequada, de modo a tornar a empresa mais preparada para enfrentar os desafios de um mercado instável e incerto, levando-a ao sucesso de mercado. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. Referências PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. Referências Seja bem-vindo à Aula de Aprendizagem 3 – “Compreensão das fases do planejamento estratégico”. Cada vez mais as organizações estão se dando conta da necessidade de melhorias na sua gestão de negócios, de modo a se adequarem em tempo hábil às transformações do ambiente externo e ao próprio modo de atuação dos funcionários. Desse modo, a presença da gestão estratégica torna-se algo fundamental nesse processo, pois possibilita que a empresa se antecipe aos acontecimentos futuros, tomando decisões assertivas que permitem a sua permanência no mercado ou até mesmo crescimento no volume de negócios e lucratividade. Gestão Estratégica Introdução A gestão estratégica é um pré-requisito para que um planejamento estratégico seja implementado de forma correta e para que os resultados almejados sejam alcançados. Por isso, é importante conhecer todas as etapas, tanto da gestão quanto do planejamento estratégico, para identificar os pontos relevantes que devem ser levados em consideração. Além disso, compreender a interligação entre ambos aumenta as chances de um processo completo e bem realizado. Bons estudos! Gestão Estratégica A gestão estratégica e o planejamento estratégico são conceitos diferentes que muitos autores confundem por envolverem planejamento futuro. Porém, são conceitos que estão estreitamente ligados entre si e são dependentes um do outro; ambos se complementam. Deste modo, nesta seção serão apresentadas as fases tanto da gestão quanto do planejamento estratégico, com o objetivo de compreender essa interdependência. A gestão estratégica x O planejamento estratégico1 A interligação das fases da gestão estratégica e do planejamento estratégico Há empresas que realizam planejamento estratégico sem gestão estratégica, e vice-versa. Contudo, se o planejamento e a gestão não forem utilizados simultaneamente, os resultados ficam comprometidos. Para que seja realizado um adequado planejamento estratégico é necessário que exista a gestão estratégica, ou seja, que todo o processo de planejamento estratégico receba a devida atenção desde a sua formulação até a ocorrência dos resultados. A seguir, na Figura 1, serão apresentados dois esquemas a fim de que se possa observar com mais clareza a complementariedade a gestão estratégica e o planejamento estratégico. Figura 1 – Gestão estratégica x Planejamento estratégico Fonte: SILVA (2017). Ao longo das aulas, temos visto que a gestão estratégica e o planejamento estratégico possuem conceitos diferentes, mas que se complementam. A utilização da gestão e do planejamento é fundamental para o alcance dos resultados almejados pela empresa. Por isso, a Figura 1 representa ambos os processos e a forma que devem ser aproveitados. Não existe um planejamento estratégico bem-sucedido sem a presença da gestão estratégica. Apesar de grande parte das empresas brasileiras terem descoberto a importância do planejamento, muitas delas o realizam apenas na teoria, esquecendo a necessidade de dedicação no pós-implementação das ações definidas no planejamento para obter o sucesso desejado. Essa atenção especial se dá pela presença da gestão estratégica na empresa, ou seja, pela existência de uma equipe experiente e preparada tecnicamente para que o planejamento seja elaborado, implementado e acompanhado de forma correta e adequada. Deste modo, nota-se a clara dependência entre a gestão e o planejamento estratégico, conforme ilustrado na Figura 1. O primeiro passo, portanto, é a existência da gestão estratégica, em que a alta administração da empresa, responsável pelas tomadas de decisão importantes para a organização, se dá conta da necessidade de mudança e adaptação diante da realidade em que se encontra, seja buscando melhorias na lucratividade ou simplesmente posicionamento ou reposicionamento de mercado. Essa ideia concretiza-se pela elaboração de um planejamento estratégico, preparando a empresa para enfrentar os obstáculos e aproveitar as oportunidades em curto, médio e longo prazos. Observa-se, assim, a primeira fase do processo de gestão estratégica, que nada mais é do que o próprio processo de planejamento estratégico. Quanto ao processo de planejamento estratégico, se dá pela análise detalhada da realidade da empresa, de sua situação no meio em que está inserida, de modo a traçar metas e objetivos condizentes com as condições identificadas e, por fim, traçar as ações necessárias para que estes resultados sejam obtidos. É uma etapa que exige elevada dedicação, experiência e conhecimento das ferramentas técnicas que levarão à elaboração de um planejamento estratégico adequado. Em seguida, retorna-se ao processo de gestão estratégica, que nesse caso se trata da implementação do que foi planejado, deixando-se a teoria e partindo para a prática. Essa é a etapa em que todos os colaboradores participam daquilo que foi estabelecido e traçado em busca de mudanças positivas para a empresa. Trata-se de uma fase que exige a dedicação de todos os setores para que os resultados sejam alcançados, em benefício não apenas da organização, mas também de todos os envolvidos: ■ Colaboradores ■ Clientes ■ Fornecedores Devido à necessidade de lidar com pessoas de diferentes personalidades e com diferentes objetivos, níveis de conhecimento e dedicação, é fundamental a presença e atuação constantes dos membros da alta administração a fim de que o planejamento seja implementado e realizado com eficiência. Ao mesmo tempo em que se implementa o que foi planejado, nota-se a necessidade de um acompanhamento do que está sendo executado. Esta se constitui a última etapa do processo, aquela em que os resultados vão sendo observados na medida em que as ações vão sendo executadas. Isto permite a correção de qualquer desvio e a adaptação dos planos na medida em que seja necessário, potencializando, desta forma, o alcance dos objetivos e metas traçados no planejamento estratégico. Referências HITT, Michael A.; HOSKISSON, Robert E.; IRELAND, E. Duane. Administração estratégica. São Paulo: Cengage, 2008. Gestão Estratégica Cada etapa do planejamento estratégico é fundamental para que ele seja elaborado de forma adequada, potencializando as chances de obter os resultados almejados pela organização, seja na busca pelo crescimento econômico, por maiores fatias de mercado, pela própria continuidade dos negócios, etc. Os objetivos de cada fase do planejamento estratégico2 Deste modo, é importante que cada etapa seja de conhecimento de todos os responsáveis pela gestão estratégica, de forma que se cumpra cada etapa com rigor na busca pela eficácia organizacional. A elaboração do planejamento estratégico, que por sua vez é a primeira etapa da gestão estratégica, inicia pela definição da missão e dos valores da empresa. Com relação à missão, segundo Hitt et al. (2008), ela deve refletir a individualidade da organização, informando aos envolvidos (clientes, fornecedores e colaboradores) o que a empresa é, o que pretende realizar e a quem pretende atender. Assim, fica claro aos indivíduos (stakeholders) com que tipo de empresa se estará lidando, sendo possível identificar-se ou não com a sua missão. Para os autores, os stakeholders podem ser divididos em três grupos: ■ Os stakeholders do mercado de capitais (acionistas e os principais fornecedoresde capital da empresa). ■ Os stakeholders do mercado de produtos (os principais consumidores, fornecedores, comunidades anfitriãs e sindicatos que representam a força de trabalho). ■ Os stakeholders organizacionais (todos os funcionários da empresa, incluindo o pessoal de gerência e do setor administrativo). Quanto aos valores, devem representar o que é importante para a empresa, tornando-se guias para o comportamento dos stakeholders no dia a dia. Os stakeholders, por sua vez, identificam-se ou não com os propósitos da empresa, o que influenciará a sua dedicação em prol do sucesso da organização. Posteriormente, por meio da análise dos ambientes externo e interno da empresa é possível levantar o diagnóstico da real situação dos negócios, orientando as demais etapas. Deste modo, analisar cuidadosamente os fatores positivos e negativos, externos e internos, elevam as chances de um correto diagnóstico, que por sua vez refletirá as condições da empresa para alcançar os seus objetivos. ■ ANÁLISE EXTERNA Na análise externa, fatores como as turbulências, mudanças e incertezas dificultam a identificação das ameaças e oportunidades. Porém, essa análise é possível e é extremamente relevante para a formulação do planejamento futuro da organização. Para Hitt et al. (2008), o ambiente externo se torna completo por ser formado por diversos segmentos. O primeiro é o segmento demográfico, relacionado ao tamanho, à estrutura etária, à distribuição geográfica, à mistura étnica e à distribuição de renda de uma população. O segundo segmento é o econômico, relacionado à natureza e ao rumo da economia na qual uma empresa compete ou pretende competir. O terceiro é o político/jurídico, representando, basicamente, como as organizações tentam influenciar os governos e vice-versa. O quarto trata-se do segmento sociocultural, relacionado às atitudes e aos valores culturais de uma sociedade. Em seguida, vem o segmento tecnológico, que se refere às mudanças tecnológicas por meio de novos produtos, processos e materiais, por exemplo. E, por fim, o segmento global, que inclui novos mercados relevantes, mercados já existentes em transformação, eventos políticos internacionais importantes e características culturais e institucionais essenciais dos mercados globais. ■ ANÁLISE INTERNA Com relação à análise interna, ela está relacionada à identificação das condições que a própria empresa oferece na busca pelos seus objetivos. Assim, é importante que se identifiquem os pontos fracos, orientando o estabelecimento de ações que os corrijam em prol do crescimento da empresa, e os pontos fortes, ou seja, os pontos positivos que o ambiente interno oferece, principalmente quando se trata de algo específico que possa trazer algum diferencial, vantagem competitiva diante dos demais concorrentes. Identificar o portfólio de recursos, as competências e habilidades presentes pode levar a empresa a valorizar ainda mais os seus próprios pontos fortes, utilizando-os a seu favor. Identificando o diagnóstico da situação, qual o posicionamento da empresa no mercado e quais as suas condições, é possível definir metas e objetivos reais, ou seja, que sejam viáveis de serem alcançados. Sem um prévio diagnóstico, o simples estabelecimento de metas e objetivos pode se tornar uma perda de tempo, pois pode ser interrompido no caminho devido à falta de condições para alcançá-los. Saber aonde se pode chegar com os recursos e capacidade existentes ajuda ainda a traçar ações possíveis de serem realizadas para que os resultados almejados sejam obtidos. Por exemplo, estabelecer metas para vendas acima da capacidade de produção, de estoque e de recursos humanos resulta em frustração e perda de tempo sobre aquilo que oferecia condições para ser alcançado. Por fim, a última etapa do planejamento estratégico é a própria elaboração das ações a serem implementadas e executadas de modo a atingir as metas e objetivos da organização. Porém, o planejamento deve continuar a ser monitorado para que seus resultados sejam efetivados. Deste modo, a gestão estratégica é fundamental para controlar a implementação e os resultados alcançados ao longo do tempo e para adequar o que for preciso sempre que necessário. Referências HITT, Michael A.; HOSKISSON, Robert E.; IRELAND, E. Duane. Administração estratégica. São Paulo: Cengage, 2008. Gestão Estratégica A presença da gestão estratégica é o pré-requisito para todo o processo de planejamento estratégico a fim de que seja implementado com eficácia. A existência de gestão estratégica dá a entender que cada fase receberá a devida atenção de uma equipe especializada e preparada para qualquer eventualidade. Também significa que há uma preparação para as necessidades de mudanças dentro da organização, questão fundamental para que todas as estratégias traçadas sejam alcançadas. A existência de uma equipe atenta e especializada complementa a escolha adequada das técnicas de planejamento que cabem em cada caso específico, pois cada empresa apresenta as suas peculiaridades, as quais exigem ações e ferramentas próprias. Deste modo, desde a identificação do dever de mudanças e elaboração do planejamento estratégico até o acompanhamento dos resultados, se faz necessária a presença de uma equipe envolvida com a gestão estratégica a fim de impedir que o alcance dos resultados fique comprometido, prejudicando a continuidade dos negócios. A importância da gestão estratégica nas etapas do planejamento estratégico3 Com a presença da gestão estratégica é possível dar início ao longo processo de mudanças na organização. E o primeiro passo, a elaboração do planejamento estratégico, é o ponto de intersecção entre a própria gestão estratégica e o planejamento estratégico. Esta fase se dá por: ■ Identificação dos reais motivos da existência da empresa. ■ Análise de importantes variáveis internas e externas que afetam positiva ou negativamente a organização. ■ Observação das condições existentes para as mudanças exigidas. ■ Estabelecimento de metas e objetivos que se encaixam nas condições identificadas. ■ Definição das ações a serem tomadas para o alcance dos resultados almejados, ou seja, as estratégias. Esse ponto em que os dois conceitos se cruzam é o mais importante quando se fala em gestão e planejamento estratégico, pois é quando fica evidente a sua complementariedade. A elaboração do planejamento estratégico exige muita dedicação, experiência e técnica para que as ações elaboradas sejam compatíveis com as necessidades da organização e as suas reais condições e para que os resultados sejam alcançados o mais rápido possível. Caso isso não aconteça, o processo pode ser interrompido, por exemplo, pelo reconhecimento de que determinada meta não possui as condições necessárias para ser alcançada. É preciso visualizar a organização de forma sistêmica, ou seja, como um todo. E a rápida tomada de decisões acertadas é a chave do sucesso de uma empresa em meio a um ambiente de constantes mudanças, incertezas e de acirrada competitividade. Após realizar o planejamento estratégico, é preciso que as ações sejam implementadas de forma adequada, no devido tempo, ou seja, realizar um bom planejamento exige que se tenha uma equipe responsável pela sua adequada implementação, fornecendo todas as orientações necessárias para que as atividades sejam executadas com eficiência e eficácia. Uma equipe especializada permite que o planejamento estratégico não fique apenas no papel, mas seja implementado de forma correta a fim de que os objetivos sejam alcançados. Por fim, quando se estabelece um objetivo, também se estipulam ações para que tal objetivo seja alcançado. Porém, existem acontecimentos que podem influenciar o processo de alcance dos resultados almejados. Desse modo, é preciso estar atento a todo o processo de execução, adaptando o que for necessário ao longo do caminhoe potencializando, portanto, o alcance do objetivo. O mesmo acontece com o planejamento estratégico. Não basta planejar de forma correta as ações e implementá-las. É necessário que, ao longo da execução dessas ações, exista uma equipe atenta às eventualidades que podem prejudicar o alcance dos resultados. A presença da gestão estratégica permite que as ações que estejam sendo executadas recebam um acompanhamento constante na busca da eficácia organizacional, orientando, corrigindo e adaptando o que for necessário ao longo do processo de execução. Assim, a gestão estratégica é requisito fundamental tanto para a elaboração do planejamento quanto para que os resultados almejados sejam realmente obtidos. E assim você chegou ao final desta aula, na qual aprofundou o conhecimento a respeito da interdependência entre a gestão e o planejamento estratégico no alcance dos objetivos organizacionais. Você também se tornou capaz de identificar a importância de cada etapa do planejamento, desde a sua formulação até a sua execução e acompanhamento. Portanto, ficou mais clara a importância da presença da gestão estratégica no processo de elaboração do planejamento estratégico. Referências HITT, Michael A.; HOSKISSON, Robert E.; IRELAND, E. Duane. Administração estratégica. São Paulo: Cengage, 2008. Seja bem-vindo à Aula de Aprendizagem 4 – “O Balanced Scorecard no planejamento estratégico”! Após o fenômeno da globalização, as empresas depararam-se com um mundo em constante evolução e rápidas mudanças. Sobreviver — e com sucesso — nesse cenário depende da capacidade competitiva das organizações. Adaptar-se às inovações e às próprias mudanças de comportamento do consumidor, da mão-de-obra, da forma de gerir os eventos, não é questão apenas de permanência no mercado, mas de crescimento dos negócios. Gestão Estratégica Introdução A gestão estratégica foi um dos meios encontrados para enfrentar os desafios da nova era. Várias ferramentas foram desenvolvidas no sentido de preparar as organizações para tomadas de decisões acertadas no futuro, garantindo o sucesso dos negócios. Uma dessas ferramentas é conhecida como o Balanced Scorecard. Esta merece uma atenção especial nessa seção, por abranger todos os ambientes e esferas que envolvem as atividades de uma empresa, no momento de se realizar um planejamento estratégico. Apresentando-se como um dos instrumentos mais completos, permite que se avalie a empresa de um modo sistêmico, na busca dos principais objetivos. Bons estudos! Gestão Estratégica O Balanced Scorecard é uma das ferramentas de planejamento estratégico mais completas que existe. Criada na década de 1990, por Robert Kaplan e David Norton, em meio à necessidade de instrumentos que permitissem uma análise mais profunda de todas as esferas de uma organização, de modo que esta se preparasse de forma adequada tanto para tomadas de decisões de curto quanto de longo prazos. Origem do BSC Desenvolvido nos anos 1990, por Robert Kaplan e David Norton, o BSC é, até hoje, considerada uma das ferramentas de gestão estratégica mais completas e utilizadas. O Balanced Scorecard (BSC)1 Em meio às grandes transformações e acirramento da concorrência, devido aos efeitos da globalização, sentiu-se a necessidade de instrumentos de gestão que avaliassem a organização em todos os aspectos, tanto os tangíveis quanto os intangíveis. Isso significa que, até aquele momento, pouco se falava em planejamento futuro de longo prazo, utilizando-se apenas de ferramentas de avaliação das condições financeiras e de operação das empresas. Aspectos intangíveis, como o valor humano, os processos internos, e a qualidade dos produtos e serviços eram deixados de lado. Aos poucos, as organizações deram-se conta da tamanha importância dessas esferas para o sucesso de mercado, e especialistas passaram a desenvolver instrumentos que considerassem uma avaliação mais completa, e de forma sistêmica, da situação real de todos esses aspectos. Portanto, inicialmente, o BSC foi desenvolvido no sentido de completar os instrumentos de análise de desempenho das atividades e da situação financeira das organizações. Porém, devido a sua complexidade e amplitude, o BSC passou a ser considerado uma ferramenta de gestão estratégica, que permitisse às empresas realizar seus planejamentos a longo prazo. O ponto essencial do BSC é que ele apresenta relações de causa e efeito entre os indicadores considerados, revelando a trajetória estratégica da organização. Assim, pode-se considerar o BSC uma nova ferramenta de controle e gestão estratégica nas organizações. A estrutura do BSC As perspectivas que tornam a ferramenta completa são: financeira, de clientes, dos processos internos e de aprendizado e crescimento — conforme apresenta a Figura 1. Financeira Aprendizado e Crescimento Clientes Processos Internos Balanced Scorecard Figura 1 – As perspectivas do BSC. Fonte: SILVA (2017). Nota-se que uma das principais contribuições do Balanced Scorecard, que merece destaque e o tornou rapidamente conhecido, foi a capacidade de considerar aspectos intangíveis, até então pouco reconhecido pelas organizações, tornando-os resultados tangíveis. Estes são os de processos internos e o de aprendizado e crescimento, diretamente ligados ao desempenho do capital intelectual presente em cada organização, até então pouco considerado nas estratégias de longo prazo. Ao considerar a esfera dos clientes, percebe-se uma preocupação tanto com o ambiente interno quanto com o externo, revelando um amplo instrumento gerencial. Com relação à perspectiva financeira — considerada, até aquele momento, a maior preocupação nas empresas — permaneceu com a sua devida importância, porém, interligada a outros aspectos fundamentais que permitem o sucesso de uma organização. Referências OLIVEIRA, Djalma de Pinheiro Rebouças. Planejamento Estratégico. São Paulo: Atlas, 1999. Gestão Estratégica O BSC ofereceu muitas contribuições às teorias da administração, sendo o acréscimo de medidas intangíveis a principal, até então não valorizada nos processos de gestão empresarial. Até a década de 1990, variáveis que refletissem a situação financeira das organizações eram o principal foco nas organizações. Porém, aspectos importantes deixavam de ser considerados e valorizados no processo de gestão, como o desempenho da mão de obra, a qualidade dos produtos e serviços, entre outros. O Balanced Scorecard passou a considerar essas questões no processo de gestão e de formulação de estratégias, na busca de resultados financeiros de curto e longo prazos. Desse modo, a perspectiva financeira, tanto valorizada pelos gestores, não foi excluída dessa nova ferramenta, apenas tendo sido incrementada com outras medidas importantes, formando quatro perspectivas: As perspectivas do BSC2 ■ financeira; ■ de clientes; ■ de processos internos; ■ de aprendizado e crescimento. A Figura 2 representa essa estrutura do BSC. Finanças Aprendizado e Crescimento Clientes Processos Internos Visão e Estratégia Figura 2 – Estrutura do Balanced Scorecard. Fonte: SILVA (2017). O Balanced Scorecard tem por base sob quatro perspectivas diferentes, mas que se relacionam entre si, para o alcance dos resultados estratégicos, sendo elas: financeira, de clientes, de processos internos e de aprendizado e crescimento. ■ PERSPECTIVA FINANCEIRA Está relacionada ao próprio desempenho financeiro da organização. A principal preocupação, nesse caso, é de que modo gerar mais valor para os acionistas da empresa, identificando onde se quer chegar, o que e como fazer para o alcance dos resultados desejados. ■ PERSPECTIVA DE CLIENTES É considerada a principal chave do sucesso de uma organização. Por isso, a preocupação, nesse caso, se trata da fidelização e satisfação do cliente com relação aos produtos e os serviços prestados pela empresa. Desse modo, asestratégias desenvolvidas nessa perspectiva envolvem a geração de valor aos clientes, de modo a reter e fidelizar quem já é cliente, atraindo também novas fatias de mercado. Nota-se, desde já, uma relação com a perspectiva financeira, que, ao conquistar novos clientes e fidelizar os mesmos, repercute sobre uma melhor condição financeira da organização. ■ PERSPECTIVA DE PROCESSOS INTERNOS Está relacionada ao modo como os procedimentos operacionais e administrativos internos estão sendo executados, no sentido de atingir os resultados almejados pela organização. Dessa maneira, identificar as falhas existentes nos processos permite a criação de estratégias visando à correção nas mesmas, impactando de forma positiva sobre a produção e a prestação dos serviços, assim como sobre os clientes. Com relação ao que está sendo executado de forma adequada, o BSC permite o monitoramento dessas ações, de forma que se tornem padronizadas e permanentes, garantindo a geração de valor para os clientes e, consequentemente, para a própria empresa e seus acionistas. ■ PERSPECTIVA DE CRESCIMENTO E APRENDIZADO Esta refere-se ao modo como os valores intangíveis estão sendo aproveitados e enraizados na organização. Esses valores envolvem o modo que as pessoas, a tecnologia e o clima organizacional se relacionam em prol do crescimento da empresa. É preciso traçar estratégias que valorizem e enraízem todo o capital intelectual, o comportamento dos colaboradores e o uso adequado da tecnologia em benefício da empresa, na execução eficiente dos processos internos que resultam em geração de valor para os clientes e acionistas. Nota-se uma visível interdependência entre as quatro perspectivas, que, apesar de diferentes, devem receber a devida atenção para o alcance dos objetivos gerais da organização. Além disso, observa-se uma relação de causa e efeito em cada uma delas, em que, para se chegar a determinado objetivo, levanta-se a questão do que fazer para que o mesmo seja alcançado. Isso é possível ser observado na Figura 3. ESTRATÉGIA Perspectiva Financeira Se gerarmos mais valor aos clientes, os resultados financeiros serão melhores. Perspectiva do Cliente Se os processos internos forem executados de forma adequada, os clientes ficarão mais satisfeitos. Perspectiva dos Processos Internos Se os funcionários receberem treinamento adequado, os processos internos serão melhor executados. Perspectiva de Aprendizado e Crescimento Se os funcionários estiverem tecnicamente capacitados, haverá maior probabilidade de melhorias e inovações. Figura 3 – Modelo de criação de valor do BSC. Fonte: SILVA (2017). Referências OLIVEIRA, Djalma de Pinheiro Rebouças. Planejamento Estratégico. São Paulo: Atlas, 1999. Gestão Estratégica Cada perspectiva apresenta seus próprios objetivos e metas, as ações a serem realizadas para o alcance destes, e os indicadores que servirão como avaliadores de desempenho das ações propostas. Isso permite que o BSC seja uma ferramenta completa, que abrange todas as etapas necessárias para o alcance dos objetivos. O Painel de controle do BSC3 A Figura 4 representa essa estrutura: VISÃO ESTRATÉGICA Perspectiva Financeira Objetivos Medidas Metas Iniciativas Perspectiva Financeira Objetivos Medidas Metas Iniciativas Perspectiva Financeira Objetivos Medidas Metas Iniciativas Perspectiva Financeira Objetivos Medidas Metas Iniciativas Figura 4 – Painel de controle do BSC. Fonte: SILVA (2017). Conforme observa-se na Figura 4, cada perspectiva apresenta as suas próprias etapas, mesmo que estejam interligadas umas às outras em prol do sucesso da empresa como um todo. Isso demonstra que o BSC se constitui uma das ferramentas mais completas, por abranger aspectos tangíveis e intangíveis, dos ambientes interno e externo, e por envolver tanto a etapa de elaboração do planejamento estratégico como a de implementação e acompanhamento dos resultados. ■ OBJETIVOS ESTRATÉGICOS A primeira etapa refere-se à constituição dos objetivos estratégicos de cada perspectiva, baseada na visão, missão e valores da empresa. É esse componente que representa onde a empresa quer chegar com relação a cada esfera — seja financeira, de clientes, de processos internos ou de aprendizado e crescimento. ■ MEDIDAS Com relação às medidas, elas referem-se às variáveis que serão selecionadas para acompanhar o desempenho e andamento de cada estratégia até o alcance dos objetivos almejados. Desse modo, constitui-se uma importante ferramenta de avaliação do desempenho do que está sendo executado, o que permite a adaptação das estratégias sempre que necessário durante o processo de execução, de modo a atingir os objetivos traçados. ■ METAS Quanto às metas, elas especificam mais detalhadamente aonde se quer chegar, em cada objetivo estratégico. Assim, torna-se um norte para o desenvolvimento das ações estratégicas e uma ferramenta de auxílio ao acompanhamento do que está sendo executado. O indicador deve ser bem selecionado para que represente, o mais claro possível, a posição futura da organização, orientando as ações no sentido de alcançar os objetivos gerais da empresa. ■ INICIATIVAS Já, as iniciativas, ou planos de ação, referem-se às ações e atividades que deverão ser realizadas por todos dentro da organização, para o alcance das metas e objetivos. Portanto, essa etapa permite que os indivíduos sejam orientados em suas responsabilidades, na busca do bem geral da empresa. As ações devem ser bem estudadas e delineadas para que os resultados desejados sejam atingidos, levando ao sucesso da organização. Licensed to Luiz Henrique Martins <db1017205> Assim, você chegou ao final desta aula, na qual aprofundou o conhecimento a respeito de mais uma importante ferramenta de planejamento estratégico — o Balanced Scorecard. Também, tornou-se capaz de identificar a importância deste instrumento no processo de gestão estratégica, desde a formulação até a execução e acompanhamento do planejamento estratégico. Portanto, ficou mais clara a importância desse recurso, considerado uma dos mais completos na literatura da Administração, na busca de crescimento e sucesso dos negócios de uma empresa. Referências OLIVEIRA, Djalma de Pinheiro Rebouças. Planejamento Estratégico. São Paulo: Atlas, 1999. Seja bem-vindo à Aula de Aprendizagem 5 – “Estratégia Empresarial”. A informação é um critério fundamental para tomadas de decisões adequadas pela alta administração das empresas, pois proporciona as condições necessárias para a identificação da situação atual da empresa diante do mercado e de seus concorrentes, bem como para a elaboração de um adequado planejamento estratégico. Deste modo, a informação permite que os objetivos empresariais sejam alcançados. Porém, é preciso considerar que a qualidade das tomadas de decisões vai depender da disponibilidade correta de dados, propiciando prosperidade e continuidade dos negócios. Dada a relevância da informação no processo de gestão e planejamento estratégico de uma organização, foram desenvolvidos sistemas que facilitam a veracidade e disponibilidade de informações necessárias para os responsáveis pelas tomadas de decisões organizacionais. Esta seção apresentará os principais modelos de informação utilizados atualmente, bem como a sua importância para o sucesso das empresas. Bons estudos! Gestão Estratégica Introdução Gestão Estratégica A informação é um elemento fundamental para as tomadas de decisão dentro de uma organização. É preciso valorizar todos os tipos de informação, pois cada uma servirá de apoio a tomadas de decisões diferentes. Assim, qualquer dado que puder ser manipulado e registrado deve ser realizado de forma adequada, assegurando veracidade e proporcionando confiabilidade a quem o utilizar. Deste modo, existem sistemas próprios que permitem isso acontecer, garantindo tomadas de decisões assertivas. Sistemas deinformações1 Definição de sistemas de informação Segundo Oliveira (1999), um sistema é um conjunto de partes integrantes que dependem umas das outras, formando um todo unitário, apresentando determinado objetivo e efetuando determinada função. Trazendo essa definição para um sistema tecnológico de informação, trata-se de um conjunto de meios com as funções de coleta, processamento, armazenamento, transmissão e disseminação de dados que representam informações importantes para todos os usuários desse sistema, conforme ilustra a Figura 1. Figura 1: Sistema de informação. Fonte: SILVA (2017). Os dados que são introduzidos no sistema são de grande utilidade para todos os usuários, ou seja, para todos os colaboradores da empresa, a partir do momento em que se transformam em informações. Para Oliveira (1999), dado é um elemento bruto que não leva à compreensão de algum fato ou situação, ou seja, um dado bruto pode ser transformado em uma informação útil ao ser processado por um sistema de informação adequado. Deste modo, os dados, transformados em informações úteis, permitem melhores e mais ágeis tomadas de decisão por parte da alta administração e de qualquer usuário. As atividades podem ser mais bem gerenciadas, auxiliando também o processo de gestão e planejamento estratégico. Sistema de informação estratégica Em uma organização, é preciso valorizar todos os tipos de informações que possam ser manipuladas, seja através de softwares próprios para cada segmento de atividade, seja através de sistemas informatizados, pois a informação é utilizada em todas as fases do processo decisório, desde o planejamento, passando pela execução das ações e finalizando no controle das atividades. Portanto, a gestão adequada deste recurso pelos membros da alta administração pode ser uma ferramenta poderosa para o alcance dos resultados almejados e para obter vantagens competitivas no mercado. Quanto mais informações uma organização obtiver, melhores serão as bases para tomadas de decisões assertivas. Deste modo, é necessário que as informações sejam as mais verídicas possíveis, permitindo que os usuários realizem as suas tarefas com base em situações reais. Neste caso, é fundamental a utilização de sistemas de informações adequados que permitam a manipulação dos dados sempre que necessário − por exemplo, o SIG (Sistema de Informações Gerenciais), que será apresentado ao longo desta aula. O sucesso das ações estará diretamente relacionado às informações utilizadas. Deste modo, sistemas de informação permitem maior agilidade na operação dos dados e informações, adequações sempre que a situação exige, assim como a minimização de erros, que ocorrem frequentemente quando é feito manualmente. Outro fator importante que está presente nos sistemas de informação é a possibilidade de a organização ser vista de uma forma sistêmica, permitindo uma maior interatividade entre as diversas atividades e os diversos setores. O resultado disso é uma melhor comunicação entre os colaboradores e uma maior eficácia das atividades desenvolvidas, em prol do crescimento da empresa. Referências OLIVEIRA, Djalma de Pinheiro Rebouças. Planejamento Estratégico. São Paulo: Atlas, 1999. TAVARES, Mauro Calixta. Gestão Estratégica. São Paulo: Atlas, 2000. Gestão Estratégica Segundo Tavares (2000), “um Sistema de Informações Gerenciais resulta da combinação de pessoas, equipamentos, processos e recursos que, interativamente, segundo uma política informacional, tem a função de rastrear, coletar, classificar, analisar, congregar, avaliar e distribuir a informação oportuna, relevante e adequada para orientar o processo decisório”. Com relação à combinação de pessoas, o SIG permite que haja um envolvimento entre os diversos usuários dos diferentes setores e atividades em uma organização. O resultado disso é uma melhora na comunicação interna, que é um dos grandes desafios dos gestores, favorecendo o alcance dos objetivos estabelecidos no processo estratégico. Quanto aos equipamentos, processos e recursos, o SIG é uma combinação de todos os recursos disponíveis e necessários para que o sistema se torne útil a cada tipo de usuário, ou seja, a cada tipo de atividade. SIG – Sistema de Informações Gerenciais2 A política informacional é um elemento relevante no sentido de proporcionar uma maior intimidade entre as pessoas e o uso dos recursos disponíveis. Há a necessidade de orientar os usuários com relação ao modo de utilização do sistema no que diz respeito a cada tipo de atividade. Esta interação entre recursos e pessoas possibilita maior esclarecimento a respeito dos objetivos de cada função, resultando em maior: ■ Eficiência no manuseamento das informações. ■ Agilidade. ■ Alcance dos resultados almejados. O rastreamento relaciona-se a mecanismos que permitem a identificação de várias fontes e origens das informações. A coleta refere-se aos meios que levarão as informações até o SIG. A classificação é a categorização das informações. Analisar está relacionado à: ■ Identificação da veracidade. ■ Autenticidade. ■ Pertinência das informações. A congregação corresponde à integração das informações de um modo lógico e coerente para as tomadas de decisões. A distribuição está relacionada a como as informações serão disponibilizadas para cada usuário, conforme as reais necessidades da empresa no processo decisório. Assim, o oportuno relaciona-se ao tempo em que as informações são disponibilizadas aos usuários, ou seja, a agilidade na disponibilidade das informações também contribui para tomadas de decisão mais eficientes. Quanto ao relevante, refere-se à importância da informação para determinado momento e necessidade. E o adequado corresponde à quantidade ou ao volume de informações relacionadas às reais necessidades daquele momento. Observando esses conceitos, é possível compreender que o termo “gerencial” da sigla SIG remete à essencialidade desse sistema para o processo gerencial das estratégias. empresariais. Trata-se se um sistema fundamental para a execução das tarefas da organização e para o seu monitoramento, podendo ser adequado sempre que necessário para o alcance dos objetivos empresariais. A Figura 1 representa o funcionamento do SIG: Usuários Gerentes Dados SIG Informações Relatórios Tomada de decisão Figura 1: SIG. Fonte: SILVA (2017). Licensed to Luiz Henrique Martins <db1017205> Uma boa relação entre os gestores e os sistemas informacionais possibilita uma maior organização de: ■ Ideias. ■ Ações ■ Controle em todas as etapas do processo de planejamento estratégico. O futuro da organização depende desse relacionamento. Um adequado sistema informacional torna-se fundamental para o sucesso das ações planejadas pelos gestores. O desempenho dos colaboradores, em geral, torna-se melhor, e a qualidade das atividades executadas aumenta. Outras duas ferramentas de grande importância na gestão estratégica que podem ser citadas e que complementam o SIG, para o caso da relação de mecanismos de transmissão de dados do ambiente interno e externo, são: ■ CRM. ■ ECR. ■ CRM CRM representa as iniciais de Customer Relationship Management, e significa Gestão de Relacionamento com o Cliente. Refere-se à transmissão de dados do ambiente interno e externo, captando informações ambientais relacionadas a clientes atuais e potenciais, o que permite à organização uma melhor gestão e interação com seus clientes, antecipação de suas necessidades e desejos, otimização da rentabilidade e aumento das vendas, além de assertividade de suas campanhas de captação de novos clientes. ■ ECR ECR representa as iniciais de Efficient Consumer Response, e significa Resposta Eficiente ao Consumidor. Promove, no ambiente interno, uma resposta rápida e eficiente, por parte da empresa, às demandas de relacionamento com o objetivo de geração de valor no curtíssimo prazo, oferecendodados valiosos para monitoramento e controle da gestão estratégica. Além da maior qualidade e agilidade nos processos da cadeia de distribuição e de um atendimento mais eficiente às demandas dos consumidores, a utilização do ECR resulta em redução de custos e em maior satisfação do cliente/ consumidor final. Referências TAVARES, Mauro Calixta. Gestão Estratégica. São Paulo: Atlas, 2000. Gestão Estratégica O SIG é elaborado conforme a demanda e as necessidades dos usuários, permitindo que o sistema se adeque a cada tipo de atividade e ramo de negócio para o alcance dos objetivos da organização. Contudo, de forma genérica, pode abranger: ■ O macroambiente. ■ Os relacionamentos. ■ O ambiente competitivo. ■ O ambiente interno. Abrangência e estruturação do SIG3 Macroambiente Com relação ao macroambiente, são variáveis sobre as quais a organização possui pouco ou nenhum controle e que podem influenciar o andamento dos negócios de forma positiva ou negativa. Estas variáveis podem ser economia, tecnologia, cultura do local em que a empresa está inserida, demografia, política econômica, política interna e externa ao país. Então, a importância desta análise é maior quando se trata de planejamento estratégico. É preciso considerar as variáveis apresentadas ao estabelecer as ações futuras em busca de melhores resultados para a organização. Podem-se identificar perspectivas de mudanças, adequando a organização a elas. Também há um maior estreitamento das ações planejadas com as ocorrências do macroambiente, assim como entre as demandas externas e a capacidade organizacional. Relacionamentos Quanto aos relacionamentos, estão relacionados ao público que possui algum interesse ou que influencia de alguma forma os negócios da empresa. Diferente do nível anterior, aqui existe uma maior proximidade entre a empresa e os mesmos. Portanto, a influência é mais direta, e o controle da organização sobre os mesmos é relativamente maior. Pode-se citar como parte desses relacionamentos: ■ Fornecedores. ■ Intermediários. ■ Imprensa. ■ Comunidade. ■ Instituições governamentais. ■ ONGs. ■ Outros. Quanto melhor for o relacionamento da organização com esse público, melhor será o relacionamento com o cliente, pois a empresa estará preparada para qualquer acontecimento referente ao seu público e que pode influenciar a satisfação da clientela. Ambiente competitivo Com relação ao ambiente competitivo, salienta-se que as empresas concorrentes não representam apenas pontos negativos e ameaças. Há empresas que preferem um ambiente competitivo para que haja um parâmetro em busca da excelência e aperfeiçoamento constante. Entre esses concorrentes existem os diretos, que são aquelas organizações pertencentes ao mesmo ramo de atividade, produzindo os mesmos bens ou serviços, e os concorrentes indiretos, que são os produtores de bens substitutos, cujo comportamento impacta sobre o desempenho dos negócios da organização. Além disso, existe a concorrência atual, representada pelas empresas já atuantes no mercado, e a concorrência potencial, que são as possíveis entrantes. Também é preciso considerar a concorrência contingencial, que se refere a oportunidades que podem surgir no mercado, mas que não se destinam apenas ao ramo de atividade próprio da organização, ou seja, é quando a oferta de crédito é limitada no mercado e é necessário concorrer tanto com as demais empresas do mesmo segmento quanto com as de outros segmentos, incluindo os próprios consumidores. Outra questão referente ao ambiente competitivo é quando determinada empresa concorre com outros segmentos de mercado, dada a condição financeira da sociedade naquele momento, tendo que optar por alguns gastos que caibam no orçamento, como a compra de um automóvel ou de uma viagem internacional, por exemplo. Ambiente interno Por fim, com relação ao ambiente interno, a qualidade das informações vai depender de como são realizados os registros, tanto os internos (de recursos humanos, tecnologia, operações, etc.) quanto os externos (dados de clientes, fornecedores, etc.), que são fundamentais na elaboração de planejamentos estratégicos no sentido de estreitar o relacionamento com o cliente, ou de otimizar os custos das matérias-primas, por exemplo. Por meio dessas informações será possível elaborar a estruturação do SIG conforme as características e necessidades da empresa. O envolvimento dos usuários na construção do SIG é de fundamental importância, pois tornará o sistema adequado, pertinente e útil para o processo decisório da alta administração. E assim você chegou ao final desta aula, na qual aprofundou o conhecimento a respeito de um importante sistema de informação para o processo de planejamento e gestão estratégica, o SIG. Você também se tornou capaz de identificar a abrangência das informações necessárias para a construção desse sistema. Portanto, ficou mais clara a importância deste recurso para o processo decisório, no alcance dos objetivos da empresa. Referências TAVARES, Mauro Calixta. Gestão Estratégica. São Paulo: Atlas, 2000. Seja bem-vindo à Aula de Aprendizagem 6 – “Planejamento da Estratégia”! O planejamento estratégico tem uma natureza qualitativa na escolha dos objetivos e rumos a serem seguidos pela organização. Porém, após a sua definição, é preciso considerar os recursos físicos e monetários necessários para que o planejamento estratégico tenha o sucesso desejado. É nesse momento que surge a etapa do orçamento, uma das mais importantes na formalização quantitativa do plano estratégico da empresa, conduzindo a mesma ao alcance dos objetivos almejados. Além disso, é a fase em que os processos, pessoas e recursos são contabilizados e se interagem em prol dos objetivos da organização. Sendo assim, a presente unidade aborda a combinação entre estratégia e gestão de recursos, bem como a importância do orçamento no processo de planejamento estratégico. Também, apresenta a importância entre a combinação de processos, pessoas e recursos, para o bom desempenho do planejamento estratégico e o alcance dos resultados almejados. Bons estudos! Gestão Estratégica Introdução Gestão Estratégica O orçamento é uma das principais formas de ver a estratégia e, portanto, se constitui uma ferramenta fundamental no processo de planejamento estratégico, pois a sua natureza quantitativa permite que os recursos necessários para o alcance dos objetivos e metas sejam identificados. Tais recursos podem ser os econômicos — de capacidade organizacional — os tecnológicos, a mão de obra, ou a combinação dos mesmos. Além do levantamento dos recursos que serão necessários, tanto para os planos de curto como de médio e longo prazos, é determinado quando e por quem serão utilizados. Conceito de Orçamento1 Definição O planejamento orçamentário é uma importante ferramenta de auxílio no processo estratégico e controle das operações da organização. Geralmente, compreende o período mínimo de um ano e reflete as estimativas da empresa, proporcionando uma visão aproximada do que ocorrerá no futuro. Para Tavares (2000), “o orçamento corresponde à contrapartida financeira das atividades previstas nos planos de ação, desenvolvidos para concretizar-se a gestão estratégica”. Segundo Frezatti (2009,p. 46), “o orçamento é o plano financeiro para implementar a estratégia da empresa para determinado exercício. É mais do que uma simples estimativa, pois deve estar baseado no compromisso dos gestores em termos de metas a serem alcançadas”. De acordo com Brookson (2000), os seis objetivos principais do orçamento são: ■ planejamento; ■ coordenação; ■ comunicação; ■ motivação; ■ controle; ■ avaliação. Com relação ao planejamento, este auxilia na programação das atividades de maneira lógica e sistemática, sempre norteada pela estratégia de longo prazo da empresa. Assim, Tavares (2000) destaca que a elaboraçãodo orçamento respeita os objetivos definidos no plano de ação, detalhando os recursos necessários por ação e prazos, e considera a previsão dos resultados, de onde comportar, das receitas ou do retorno sobre o capital investido. Nota-se que o orçamento está relacionado à habilidade no manuseio dos ativos e passivos da organização, resultando em custos, despesas e receitas que a empresa deseja realizar. Portanto, para o planejamento orçamentário, é importante a avaliação das demonstrações financeiras (balanço patrimonial, fluxo de caixa e demonstração de resultados, plano de investimentos) e de onde se extrairão indicadores que deverão nortear a gestão da empresa em busca dos resultados esperados. É preciso considerar que os planos podem ser de curto, médio e longo prazos. Quanto mais curtos forem os planos, mais detalhados devem ser os cursos de ação — assim como as demonstrações financeiras. Salienta-se que, em um ambiente de grande turbulência e instabilidade, não vale a pena fazer planos para um prazo muito longo, devido à incerteza do que ocorrerá no ambiente. Nesse caso, são preferíveis os planos mais curtos. Segundo Tavares (2000), “essa flexibilidade pode contribuir para o melhor aproveitamento das oportunidades e a neutralização de ameaças”. Além disso, “aumenta a efetividade do orçamento, mas exige revisões com maior periodicidade e rigor”. Devido ao nível de detalhamento que exige o planejamento orçamentário, este permite uma disciplina quanto ao nível de gastos da organização, de modo que os mesmos sejam compatíveis com o resultado econômico esperado. Além disso, possibilita o acompanhamento das atividades operacionais e a vigilância sobre o volume das receitas, custos, despesas, investimentos — em suma, o fluxo de caixa da empresa. Assim, também permite prever e identificar desvios nesses registros, atuando sempre que necessário sobre o ocorrido. Desse modo, o orçamento serve como uma bússola, ao orientar o que deve ser feito para alcançar o resultado esperado. Outra vantagem do orçamento para o sucesso do planejamento estratégico é a criação de um passo a passo para a otimização do consumo de recursos, no sentido de obter um determinado nível de receitas e de resultados. Acima de tudo, o orçamento possibilita a manutenção do foco das atividades desenvolvidas e tomadas de decisões antecipadas (ao detectarem desvios e necessidades), mantendo um equilíbrio entre as necessidades apontadas e a disponibilidade de recursos para sua alocação. Referências BROOKSON, Stephen. Como elaborar orçamentos. São Paulo: Ed.Publifolha, 2000. FREZATTI, Fábio. Orçamento Empresarial: Planejamento e Controle Gerencial. 5.ed.São Paulo: Atlas, 2009. TAVARES, Mauro Calixta. Gestão Estratégica. São Paulo: Atlas, 2000. PADOVEZE, Clovis Luis. Controladoria estratégica e operacional: conceitos, estrutura, aplicação.3. ed. Ver. E atual. - São Paulo: Cengage Learning, 2012. Gestão Estratégica Existe uma forte relação entre a escolha da estratégia e a questão orçamentária. Isso porque o orçamento impõe condicionantes e limitações para a execução daquela. Assim, não há como formular objetivos e metas sem considerar a disponibilidade de recursos da empresa. Não adianta elaborar estratégias ambiciosas se, no decorrer da execução, os recursos não forem o suficiente. Isso, inclusive, pode comprometer o desenvolvimento dos negócios, assim como o alcance dos objetivos e metas definidos, inicialmente, no planejamento estratégico. O Processo Orçamentário2 O processo orçamentário constitui uma importante etapa dentro da empresa, visto que envolve a análise de diversos setores. Se organizar para essa etapa, e entender os grandes desafios que a permeiam, significa aumentar significativamente a chance de sucesso de todo o planejamento. A lógica orçamentária Segundo Tavares (2000), a determinação da lógica orçamentária é o primeiro passo para o sucesso da estratégia. A mesma pode ser: ■ ascendente; ■ descendente; ■ mista. ■ ASCENDENTE A formação do orçamento inicia-se em níveis inferiores, passando por uma revisão e aprovação por parte da alta administração. ■ DESCENDENTE Ocorre de modo contrário, iniciando pela alta administração e finalizando nos níveis inferiores. Já, a mista, está relacionada ao grau de conhecimento das atividades a serem desenvolvidas, à estimativa dos custos e às disponibilidades financeiras. ■ MISTA Depende do modelo de gestão adotado por cada organização, podendo ser mais ou menos centralizado. Independentemente da escolha, as pessoas envolvidas na execução orçamentária devem participar em algum grau na sua elaboração. Para Oliveira (1999), o grau de conhecimento das particularidades e os detalhes que envolvem a questão orçamentária podem contribuir para aumentar o grau de precisão. É preciso que cada área respeite a relação entre o tipo de atividade e os respectivos recursos necessários, de acordo com a capacidade financeira de cada um. Deve-se, inclusive, considerar as demais atividades da empresa e a capacidade de geração de receitas. Assim, uma das premissas na elaboração do orçamento é a exequibilidade, ou seja, o orçamento deve ser adequadamente dimensionado ao volume das operações da empresa (nem muito elevado e nem muito baixo). Período e aprovação Normalmente, o orçamento é realizado anualmente, sendo acompanhado em períodos menores: ■ mensalmente; ■ bimestralmente; ■ trimestralmente; ■ semestralmente. Porém, os objetivos definidos na estratégia obedecem a um período maior do que um ano, exigindo recursos por um período mais longo — por exemplo, investimentos em um programa de treinamento, que beneficiará a empresa por muitos anos. Quanto mais flexível for o orçamento, melhores serão as chances de alcance dos resultados almejados — pois é possível que as adaptações sejam realizadas sempre que necessário, adequando-se às reais condições de execução da organização. Antes da execução, o orçamento deve passar por um processo de avaliação, podendo ter que sofrer revisões, até obter a aprovação final. Caso haja uma maior descentralização na elaboração do orçamento, a aprovação pode exigir justificativas para os recursos solicitados por cada área. Esse modo de realização do orçamento pode incentivar um maior comprometimento por parte de cada um dos envolvidos, resultando em maior êxito. Quando finalizado e aprovado, é importante uma comunicação clara, ou seja, que o orçamento seja informado de forma correta a todos os gestores, esclarecendo dúvidas e maus entendidos, assim como conscientizá- los dos resultados que se busca. Isso eleva o grau de comprometimento de cada área da organização, tornando claras as responsabilidades de cada um. Execução A execução orçamentária refere-se ao ato de colocar em prática aquilo que foi planejado no orçamento, por cada área da empresa, desde os níveis mais baixos até a alta administração. São estabelecidos prazos, por meio da criação de cronogramas que detalhem as etapas da realização, assim como a identificação dos participantes do processo. Por mais cuidadoso que tenha sido elaborado o planejamento orçamentário, não é possível prever com exatidão o comportamento das receitas e dos gastos, assim como o próprio desempenho dos envolvidos. O ambiente externo também é um dos responsáveis por essa incerteza. Quanto mais turbulento ele for, maior será a imprecisão dos resultados almejados. Contudo, o planejamento orçamentário não consiste em apenas prever o que acontecerá, mas, sim, coordenar objetivos para todos os setores da empresa, de forma que todos trabalhem sinergicamente em busca dos objetivos traçados (PADOVEZE, 2012). O financiamento da estratégia Existem muitas formas das organizações captarem os recursos necessários para a realização dos seus planejamentos estratégicos. Cada tipo de plano apresenta uma fonte de financiamento que melhor se enquadra aorespectivo propósito. Por exemplo, novos empreendimentos apresentam maior necessidade de aporte de capital de terceiros. Porém, a poupança dos sócios tem apresentado a principal fonte de financiamento para esses casos. Outras formas de financiamento podem se apresentar muito custosas e mais arriscadas. É preciso analisar com atenção todas as possibilidades existentes, escolhendo a que melhor se enquadra a cada tipo de situação. Algumas empresas utilizam os créditos comerciais e cheque especial, efetuam atrasos no pagamento de impostos — de modo a obter mais disponibilidade financeira em caixa —baseiam-se no adiantamento de clientes, créditos comerciais e empréstimos bancários. Além de serem formas menos tradicionais de financiamento, também apresentam altos custos e riscos. O fato da taxa de juros no Brasil ser das mais elevadas do mundo, exige que os empreendedores analisem de forma mais cuidadosa as suas formas de captação de recursos. O capital dos sócios representa a forma menos custosa, porém, dependendo do porte da empresa, outras modalidades podem ser destacadas, antes de se recorrer a um empréstimo bancário, como: ■ emissão de ações, ■ de debêntures, e ■ de commercial papers (notas promissórias). Para que isso seja possível, a empresa deve abrir o seu capital — deixando de ser uma companhia de capital fechado, para ser uma companhia de capital aberto, negociando esses ativos no mercado de capitais. As ações permitem que novas pessoas sejam sócias da organização. Dependendo da quantidade adquirida por cada uma, a sua representatividade pode ser mínima ou significativa, podendo, inclusive, influenciar nas tomadas de decisões importantes da empresa, como no caso daqueles sócios que possuem direito a voto (ações ordinárias). Já, com relação às ações preferenciais, os novos sócios não apresentam essa possibilidade. Com relação às notas promissórias e às debêntures, essas se constituem títulos de dívida da empresa, em que o investidor não se torna sócio, mas, sim, credor da instituição — mediante o pagamento de juros. A principal diferença entre os mesmos é que um representa uma aplicação de curto prazo e o outro de médio e longo prazos, respectivamente. Outra forma de se autofinanciarem é por meio da aplicação dos recursos em ativos mobiliários, no mercado de capitais, seja envolvendo maior ou menor risco de perda do capital. Ativos menos voláteis, que proporcionam baixo risco, podem ser uma forma interessante de capitalizar os recursos financeiros da empresa. Com maior disponibilidade própria desses recursos, menores são as chances de depender de capital de terceiros. Essa independência representa uma característica muito positiva da gestão financeira de uma organização. Referências BROOKSON, Stephen. Como elaborar orçamentos. São Paulo: Ed.Publifolha, 2000. FREZATTI, Fábio. Orçamento Empresarial: Planejamento e Controle Gerencial. 5.ed.São Paulo: Atlas, 2009. TAVARES, Mauro Calixta. Gestão Estratégica. São Paulo: Atlas, 2000. PADOVEZE, Clovis Luis. Controladoria estratégica e operacional: conceitos, estrutura, aplicação.3. ed. Ver. E atual. - São Paulo: Cengage Learning, 2012. Gestão Estratégica FREZZATI (2009) indica que o planejamento orçamentário contribui para a empresa acompanhar se as metas financeiras estão conforme o planejado. Acompanhar o desempenho do que foi planejado permite avaliar a contribuição de cada um dos envolvidos, e o cumprimento daquilo que foi previamente estabelecido no início do período. É necessária uma área que integre os orçamentos de todas as áreas, além de se responsabilizar pelo acompanhamento e controle daquilo que foi planejado e o que será executado, como a Controladoria. Dado que o orçamento tem natureza quantitativa, o controle do que está sendo executado possibilita identificar a origem de possíveis desvios, entender as suas causas e realizar os ajustes necessários para o alcance dos objetivos propostos na estratégia. Várias podem ser as causas desses desvios, como falhas operacionais, erros de execução ou, até mesmo, erros na estratégia adotada, onde os objetivos e as metas podem não estar adequados às reais condições da organização. A importância da avaliação e do controle orçamentário no processo de gestão estratégica3 Caso sejam constatados desvios entre o planejado e o executado, é importante que os gestores realizem um feedback, notificando os responsáveis pelo ocorrido e cobrando justificativas. Isso esclarece se há necessidade de reformulação ou reajustes nos rumos de médio e longo prazos, assim como da postura de alguns gestores para a reorientação do negócio. Subdividindo o orçamento por áreas de responsabilidade, auxilia-se na identificação da origem dos desvios, apontando as causas e as alternativas para correções. Nota-se que o orçamento também pode ser considerado um mecanismo de avaliação dos gestores, pois permite avaliação do desempenho dos mesmos e da própria empresa. Desse modo, podem ser incluídos mecanismos de punição e recompensas que reforcem o comprometimento dos executores. Para que o processo de avaliação e controle seja realizado de modo adequado, é importante a implementação de mecanismos que permitam o acompanhamento do que foi planejado e o que está sendo realizado, identificando, assim, os desvios que podem, eventualmente, ocorrer. Indicadores financeiros e econômicos podem auxiliar nesse processo, pois refletem o desempenho da organização. É necessário, também, mecanismos que permitam a identificação de desvios de causa externa, atuando de forma correta sobre a real origem dos problemas. A tabela 1 apresenta o comportamento da organização perante os acontecimentos identificados na avaliação e controle: Tabela 1: Avaliação e Controle AVALIAÇÃO CONTROLE Nível Externo Nível Interno Não mudou Não mudou Manter o curso da ação Mudou Não mudou Alterar as metas e/ou intervir internamente Não mudou Mudou Alterar as metas Mudou Mudou Alterar as metas e intervir internamente Fonte: Tavares (2000). Caso não tenha havido alterações, nem no cenário externo e nem no cenário interno, a empresa deve manter o curso de ação, e continuar executando o que foi planejado. Se mudar no cenário externo, mas não no interno, as metas devem ser adaptadas, intervindo ou não no ambiente interno. Mudando no externo e no interno, também deve-se alterar as metas, assim como intervir internamente. E, caso apenas o ambiente interno mude, somente as metas devem ser adaptadas. A implantação do orçamento permite a empresa identificar e avaliar as alternativas de como conduzir seus planos e objetivos, facilitando, assim, a tomada de decisão para as mais diversas situações vivenciadas pela empresa. Sendo assim, o orçamento é uma importante ferramenta de planejamento, execução e controle, que contribui positivamente para a empresa, na sua análise de necessidades de receitas e no crescimento econômico. Assim, são alinhados os valores operacionais e os objetivos estratégicos, provendo informações para o acompanhamento dos resultados pelos gestores. Agora é com você: resolva os testes conceituais (concept tests) e estude por meio dos flashcards, para consolidar o seu aprendizado. E, sempre que for necessário, volte a estudar o material da aula. Complemente seus estudos com materiais de outras fontes, além daquelas trabalhadas aqui. Referências BROOKSON, Stephen. Como elaborar orçamentos. São Paulo: Ed.Publifolha, 2000. FREZATTI, Fábio. Orçamento Empresarial: Planejamento e Controle Gerencial. 5.ed.São Paulo: Atlas, 2009. TAVARES, Mauro Calixta. Gestão Estratégica. São Paulo: Atlas, 2000. PADOVEZE, Clovis Luis. Controladoria estratégica e operacional: conceitos, estrutura, aplicação.3. ed. Ver. E atual. - São Paulo: Cengage Learning, 2012. Seja bem-vindo à Aula de Aprendizagem 7 – “Alinhamento Estratégico como Ferramenta em Organizações com Múltiplos Setores”!Planejamento estratégico é a forma de criar um plano para atingir algum objetivo de longo prazo. É uma técnica em que a empresa absorve as incertezas do futuro e permite maior consistência no desempenho das organizações (CHIAVENATO, 2007). Mas isso quer dizer que o planejamento é feito em uma bola de cristal, aonde o futuro será visto? Não, pois novos fatos podem ocorrer e que venham a interferir na dinâmica da empresa. Logo, o propósito é ter a dimensão do que será feito, de modo a se ter bem claro o ponto em que a empresa se encontra atualmente e aonde ela quer chegar. O grande benefício do planejamento é reconhecer que as ações que a empresa toma hoje, no presente, serão altamente impactantes para o futuro da organização. Gestão Estratégica Introdução Declaração de Missãoe Visão do Negócio Formulação de metas e objetivos Formulação de estratégia Implementação Análise do Ambiente Externo (oportunidades e ameaças) Análise do Ambiente Interno (forças e fraquezas) Feedback e Controle Figura 1: Passos do planejamento estratégico. Fonte: Chiavenato (2007). O planejamento empresarial, conforme visto na figura 1, faz uma leitura das linhas entre presente e futuro. Nessas linhas temporais, as fases “onde estamos agora” e “onde queremos chegar” são de suma importância para que se faça algo na empresa: parte-se de um objetivo e chega-se, necessariamente, na avaliação dos resultados. Planejamento é o reconhecimento do atual momento da empresa, como formador do futuro. Logo, pensa-se na empresa como um todo (termo macro) e orienta-se pelas necessidades, desdobrando-se em outros planejamentos dentro dos níveis organizacionais da empresa, como mostra a figura 2: PRESENTE Onde estamos agora Planejamento Onde pretendemos chegar FUTURO Situação atual Planos Objetivos pretendidos Figura 2: Premissas Básicas do Planejamento Estratégico. Fonte: Chiavenato (2007). Posto isso, o alinhamento organizacional torna-se de suma importância. Essa é a forma como fazemos as coisas — o padrão de comportamento — o qual é tão relevante quanto aquilo que, de fato, fazemos (nossas atividades), no que tange aos resultados que a empresa obterá. Assim, estratégias e valores não só definem direções como também contribuem para o sucesso da organização. Nos últimos anos, com o aumento do nível de competição e com a queda nas diferenças entre as organizações quanto à tecnologia, produtos e serviços, o lado mais forte, associado à cultura e aos propósitos das organizações, assumiu um papel importante. Diante dessas perspectivas, o presente capítulo tem como objetivo apresentar de que forma o alinhamento estratégico é necessário, visando alinhar os anseios da empresa a uma finalidade homogênea por todos os colaboradores. É analisado, portanto, a abordagem dos fatores relevantes para o alinhamento estratégico, a importância da estrutura organizacional para a obtenção de resultados almejados, a abordagem de projetos e de programa de projetos e, por fim, a análise da unidade estratégica de negócios. Bons estudos! Gestão Estratégica Para que a organização tenha um alinhamento organizacional de todos os colaboradores da empresa, é necessário que a missão, a visão, os objetivos estratégicos, as metas e práticas, as atividades e os comportamentos estejam alinhados, visando a um objetivo almejado por todos dentro da organização. ■ MISSÃO E VISÃO Ao pensarmos em missão e visão, temos as duas como a representação das intenções da organização. Ambas são essenciais para proporcionar uma orientação acerca dos objetivos da organização, tanto em termos da atividade realizada por ela (missão), quanto em termos do impacto esperado pelo desempenho da organização (visão). Os fatores relevantes para o alinhamento organizacional.1 ■ OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E VALORES Os objetivos estratégicos e os valores permitem ter uma maior noção quanto ao rumo da organização e ao caminho escolhido. São responsáveis por definir a forma como a organização atribui recursos, de modo a possibilitar o cumprimento da missão/visão ao longo do tempo (objetivos estratégicos), além do comportamento que a mesma adotará ao longo do caminho (valores). ■ METAS E PRÁTICAS Ao falarmos de metas e práticas, temos a representação da institucionalização das estratégias e dos valores. Esses dois pontos delineiam as decisões sobre a forma por meio da qual, tanto as estratégias quanto os valores, devem ser implementados. Assim, passamos pelos diversos tipos de objetivos e metas que as pessoas estabelecem para si próprias, além dos resultados que devem ser esperados das unidades às quais pertencem. Passamos, ainda, pelas formas de interação com os mais diversos interlocutores, tanto dentro quanto fora da organização. ■ ATIVIDADES E COMPORTAMENTOS Por fim, temos atividades e comportamentos, que consistem na execução das intenções. Em outras palavras, são os fatores considerados determinantes no desempenho da organização. Tais fatores representam aquilo que se passa no dia a dia da empresa: desde os tipos de atividades nas quais as pessoas alocam o seu tempo, até a forma como as mesmas se comportam durante a realização de tais atividades. Assim, chegamos a um ponto vital: as declarações de missão e visão, valores e estratégias apenas são significativos quando convertidos em ações. Elas servem, portanto, para apresentar a essência das organizações, além de orientar seus membros no que tange à definição de prioridades e à escolha de comportamentos. Chegamos, então, ao ponto em que podemos falar acerca dos resultados. Eles são obtidos pelas organizações em função das atividades e comportamentos evidenciados, e requerem constante avaliação. A forma por meio da qual a organização opta por mensurar seu desempenho está diretamente relacionado à sua capacidade de se manter no caminho, e à sua capacidade de desenvolver tanto sistemas quanto políticas de suporte, que estejam em sintonia com os valores e estratégias estabelecidos. Referências AAKER, David A. Administração estratégica de mercado. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. BARCUI, André. Escritórios de projetos, programas e portfólio na prática. Rio de Janeiro: Brasport, 2012. CHIAVENATO, I. Administração. Rio de Janeiro: Elsiever, 2007. DE SORDI, J.O. Gestão por processos. São Paulo: Saraiva, 2014. KOTLER, Philip. Administração de marketing – Edição do Milênio – São Paulo: Makron, 2001. LACOMBE F.; HEILBORN G. Administração: Princípios e Tendências. São Paulo: Saraiva, 2014. MAXIMIANO, Antonio Cesar A. Introdução à administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. NADLER, David. Et al. Estrutura Organizacional.1 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1994. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias, prática. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. RIBEIRO, A.L. Teorias da administração. São Paulo: Saraiva, 2010. Gestão Estratégica Na arquitetura organizacional, é́ de fundamental importância a finalidade da organização. Se um edifício é projetado para abrigar escritórios, não poderá abrigar satisfatoriamente moradias. Assim, a arquitetura de uma empresa consiste em um modelo que pode ser usado para representar seu completo ciclo de vida. Tal modelo pode auxiliar no processo de planejamento e análise da organização. Sem a arquitetura organizacional, executivos de uma empresa andam às cegas no tocante das decisões de caráter fundamental. O projeto final deve ter utilidade; precisa proporcionar uma espécie de moldura em que o dia a dia da empresa se realize. Posto isso, a arquitetura organizacional deve ter uma finalidade, ou seja, a forma deve sempre seguir a função previamente elaborada. Deve ter uma adequação arquitetônica, isto é, um estilo arquitetônico capaz de realizar a “visão do arquiteto”, assim como satisfazer às exigências da situação e às necessidades daqueles que vivem esse contexto. Por fim, deve deter os materiais estruturais,em que os arquitetos apenas usam materiais capazes de implementar a arquitetura desejada (NADLER, 1994). Estrutura Organizacional para a obtenção de resultados2 Assim, chegamos aos dois binômios: ■ binômio arquitetura-estratégia; ■ binômio arquitetura-cultura. ■ BINÔMIO DA ARQUITETURA-ESTRATÉGICA Versa sobre como a arquitetura adotada permitirá que a organização realize sua estratégia. ■ BINÔMIO ARQUITETURA-CULTURA Versa sobre como a arquitetura se harmonizará com os indivíduos que trabalham na organização. Em sentido restrito, a estrutura organizacional pode ser considerada o elemento estrutural da empresa, isto é, a estrutura dentro da qual ocorrem as relações funcionais e pessoais da organização. As organizações, por sua vez, podem ser simples, quando apresentam um número limitado de níveis hierárquicos, pouca especialização e a possibilidade de contatos imediatos entre os membros que a compõem. Outras podem ter uma estrutura mais complexa, onde há um elevado nível hierárquico, grande especialidade em uma dificuldade maior de interação entre os membros. Em qualquer um dos casos, existe a necessidade de uma organização racional e lógica, e de uma representação gráfica dessa estrutura. A literatura aponta para três estruturas distintas para o modo como as atividades de uma empresa são divididas, descritas, subordinadas e coordenadas. São divididas, basicamente, em linear, funcional e linha-staff — como apresentado na figura abaixo: ESTRUTURA LINEAR ESTRUTURA FUNCIONAL Diretor Gerência A Gerência B Execução A Execução B Diretor Gerência A Gerência B Execução A Execução B Diretor STAFF Gerência B Acessoria Execução B ESTRUTURA LINHA- STAFF Figura 3: Tipos de estruturas organizacionais. Fonte: Elaborado pelo autor (2017). ■ LINEAR Na estrutura linear existe uma dependência total do subordinado à chefia imediata. Dessa forma, temos uma autoridade linear única (ou seja, uma unidade de comando), com canais formais de comunicação e total centralização das decisões (normalmente, apresenta um desenho piramidal). ■ FUNCIONAL Na estrutura funcional, observa-se que a mesma pessoa pode ter diversos superiores para quem ela responde, pede conselhos, e presta conta dos seus atos. A estrutura funcional apareceu conforme os trabalhadores (inclusive aqueles que ocupavam cargos de chefia) foram se tornando cada vez mais especializados em algumas tarefas. Dessa forma, como os supervisores foram se especializando em áreas específicas, eles começaram a deter mais conhecimento sobre assuntos específicos, sendo procurados apenas quando tais assuntos eram apresentados. Isso abriu a possibilidade para os supervisores assessorarem diversos funcionários, sempre que uma pessoa tinha dúvidas sobre aquele conteúdo em que era especialista. Ou seja, com essa especialização da chefia, o tomador de decisão não dá a palavra final sobre todas as situações da empresa, mas orienta e aconselha os envolvidos apenas nas atividades em que tem bastante conhecimento. ■ LINHA-STAFF Na estrutura linha-staff – muito utilizada no mundo corporativo – é um modo de ter uma combinação de características marcantes da estrutura linear e da estrutura funcional, de forma que os órgãos de linha tenham assessoria de um suporte especializado. A autoridade linear fica focada nos objetivos principais da empresa (órgãos executores), enquanto que há uma delegação de autoridade sobre serviços especializados a atribuições menos fundamentais (órgãos de apoio e de consultoria). Dessa forma, cada órgão se reporta a apenas um órgão (unidade de comando da estrutura linear), mas cada um também recebe assessoria e serviços especializados de diversos órgãos de staff. Projetos e Programa de Projetos Um projeto tem caráter temporário porque deve ter um início e um fim definido, almejando um resultado final. Entretanto, não significa que o produto gerado pelo projeto seja temporário. O final é alcançado quando os objetivos do projeto tiverem sido atingidos, quando se tornar claro que os objetivos do projeto não serão ou não poderão ser atingidos, ou quando não existir mais a necessidade do projeto e, por isso, ele for encerrado. Outro aspecto importante no contexto de temporalidade de um projeto trata da questão da mobilização e desmobilização da equipe. Uma equipe de projeto, criada com o único objetivo de realizar o projeto, realizará esse projeto e, em seguida, será desfeita e seus membros serão realocados quando o projeto for concluído. A característica de exclusividade de um projeto significa que o produto ou serviço gerado deve ser diferente dos demais existentes na organização. Dentre outras características de um projeto, destacam-se: ■ Um projeto é composto por entregas parciais (deliverables); ■ O produto final de um projeto deve ser definido de forma clara; ■ Um projeto pode surgir por demanda de mercado, necessidade organizacional e/ou solicitação de um cliente; ■ Projetos frequentemente interagem com outros projetos e com operações rotineiras da organização; ■ Projetos também podem ser elaborados, utilizando-se da elaboração progressiva. Já, o gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto, a fim de atender aos seus requisitos. O gerenciamento de projetos, de acordo com o Project Management Body of Knowledge (PMBOK®), é a aplicação de habilidades, conhecimentos, ferramentas e técnicas nas atividades da iniciativa, com o objetivo de satisfazer seus requisitos. Ele pode ser melhor compreendido por meio dos processos que o compõem, organizados em cinco fases, a saber: ■ iniciação; ■ planejamento; ■ execução; ■ monitoramento e controle; ■ encerramento. Obviamente que, para os projetos terem sucesso, algumas premissas são importantes. Nesse sentido, cabe ressaltar os 7Cs, que devem fazer parte de uma empresa para que ela alcance o resultado planejado previamente e que devem fazer parte do dia a dia dos seus colaboradores. São eles: ■ confiança; ■ comprometimento; ■ co-criação; ■ conexão; ■ comunicação; ■ celebração e correção do curso; ■ clima bom. Por fim, visando a conseguir se encaixar no perfil dos “7Cs”, a organização deve atender a alguns passos necessários. São eles: ■ Introduzir os novos conceitos na organização; ■ Diagnóstico da situação atual; ■ Determinar propósito, valores e visão da organização; ■ Análise das tendências externas que podem afetar no desempenho da empresa; ■ Finalizar o projeto da visão de futuro. Por fim, temos os programas de projetos. De acordo com BARCUI (2010), os programas de projetos são compostos a partir do momento em que um projeto está relacionado a outro projeto, de forma complementar ou íntima, perfazendo um programa. O programa, portanto, é o conjunto de projetos coordenados entre si, de forma articulada e dinâmica, e que visam a objetivos comuns. Essa integração pode ocorrer por 2 formas: ■ Desmembramento de um projeto em diversos outros projetos menores, em função de sua extrema complexidade; ■ Agregação de projetos relacionados e executados de forma paralela. A grosso modo, podemos dizer que o programa se relaciona ao benefício, e os projetos são mensurados com relação ao impacto no benefício. Um projeto representa um esforço único, ou seja, um grupo de pessoas que são reunidas para criar um único produto, serviço ou resultado exclusivo; enquanto, no programa, há uma diversidade de projetos, gerando um pacote coeso de trabalho. Outra distinção está na duração, haja vista que os programas costumam ser mais longos do que os projetos a serem desenvolvidos. Por fim, o portfólio consiste no agrupamento de programas e projetos, com o objetivo de ter sucesso no desenvolvimento de produtos ou serviços e maximização da eficiência na corporação. O gerenciamento de portfólio está intrinsecamente ligado à análise estratégicae gerenciamento financeiro das diversas iniciativas presentes na empresa. É mais amplo que os outros dois conceitos e mais interligado aos tomadores de decisão da organização. Acopla também os projetos relacionados aos objetivos estratégicos da companhia. O objetivo do gerenciamento de portfólios é ter visão estratégica dos projetos e contribuir para a maximização dos resultados com base nos recursos escassos — afinal, ninguém tem todos os recursos para todos os projetos e programas, o que significa que devemos priorizar os que trarão maiores resultados. Referências AAKER, David A. Administração estratégica de mercado. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. BARCUI, André. Escritórios de projetos, programas e portfólio na prática. Rio de Janeiro: Brasport, 2012. CHIAVENATO, I. Administração. Rio de Janeiro: Elsiever, 2007. DE SORDI, J.O. Gestão por processos. São Paulo: Saraiva, 2014. KOTLER, Philip. Administração de marketing – Edição do Milênio – São Paulo: Makron, 2001. LACOMBE F.; HEILBORN G. Administração: Princípios e Tendências. São Paulo: Saraiva, 2014. MAXIMIANO, Antonio Cesar A. Introdução à administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. NADLER, David. Et al. Estrutura Organizacional.1 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1994. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias, prática. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. RIBEIRO, A.L. Teorias da administração. São Paulo: Saraiva, 2010. Gestão Estratégica Unidade Estratégica de Negócio consiste na forma adotada por muitas empresas, que dividem suas atividades em unidades de negócios independentes, com resultados, estratégias e gestores distintos. Nesses casos, o planejamento estratégico é dividido em duas formas de abordagem: estratégia corporativa e estratégia da unidade organizacional. A importância da unidade estratégica de negócios3 portogente.com.br/noticias/opiniao/93069-logistica-empresarial-para-o-bom-planejamento-estrategico portogente.com.br/noticias/opiniao/93069-logistica-empresarial-para-o-bom-planejamento-estrategico A estratégia corporativa é aquela que se preocupa com três importantes questões a serem enfrentadas pelos gerentes da corporação. São elas: ■ O escopo corporativo: de que complexo de negócios a corporação deve participar? ■ O relacionamento entre as suas partes: em que bases as unidades de negócios da corporação devem relacionar-se umas com as outras? ■ Os métodos para a gestão do escopo e dos relacionamentos: que métodos específicos – aquisições, alianças estratégicas, desinvestimentos e outros – serão adotados para efetuar mudanças específicas no escopo corporativo e nos relacionamentos? A estratégia da unidade organizacional, por sua vez, foca no alinhamento interno da organização — entendido como a consistência no que se refere a processos, ações, informações e decisões entre as suas diferentes unidades funcionais; o posicionamento da organização no seu ambiente, condição sine qua non para a sobrevivência em ambientes competitivos, como é a maioria dos ambientes de atuação das organizações de hoje; a visão de longo prazo, que proporciona maiores condições para a manutenção da coerência da organização ao longo do tempo. A focalização de operações, de modo geral, tem sabidamente vantagens que vão além do simples caminhar na curva de experiência, envolvendo aspectos externos de atendimento a clientes, compreensão e mais fácil assimilação das exigências paradigmáticas de competitividade. Com isso, um sistema de operações focalizado fica mais ao alcance do entendimento das pessoas, devido ao escopo mais limitado de análise. Um dos benefícios em adotar uma unidade estratégica de negócios é aumentar as probabilidades de obter unidades operacionais mais focalizadas e eficientes, trazendo ganhos na curva de experiência dos processos envolvidos, agilidade operacional e maior aderência dos controles e decisões gerenciais. O planejamento estratégico pode ser uma condição de vida de uma organização. Tem, como início, o entendimento da missão, visão e valores organizacionais, para, a partir disso, buscar resultados de longo prazo. Para isso, existem níveis que são inerentes aos processos de uma empresa: nível institucional, tático e operacional. Em cada um deles, o planejamento existe, sendo de maior abrangência no caso do nível institucional; abrangência parcial e pontual, no nível tático; e planejamento orientado aos micros processos, no caso do nível operacional. Cada uma dessas partes interage entre si, trazendo as informações necessárias em relação ao planejamento global da organização. Assim, quanto mais profissionalizada a empresa for, em termos administrativos, maior será a necessidade do planejamento empresarial. Referências AAKER, David A. Administração estratégica de mercado. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. BARCUI, André. Escritórios de projetos, programas e portfólio na prática. Rio de Janeiro: Brasport, 2012. CHIAVENATO, I. Administração. Rio de Janeiro: Elsiever, 2007. DE SORDI, J.O. Gestão por processos. São Paulo: Saraiva, 2014. KOTLER, Philip. Administração de marketing – Edição do Milênio – São Paulo: Makron, 2001. LACOMBE F.; HEILBORN G. Administração: Princípios e Tendências. São Paulo: Saraiva, 2014. MAXIMIANO, Antonio Cesar A. Introdução à administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. NADLER, David. Et al. Estrutura Organizacional.1 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1994. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias, prática. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. RIBEIRO, A.L. Teorias da administração. São Paulo: Saraiva, 2010. Seja bem-vindo à Aula de Aprendizagem 8 – “Projeção do Planejamento Estratégico”! A administração, em seu conceito básico, é a aplicação de técnicas com o intuito de estabelecer metas que serão alcançadas com o direcionamento dos colaboradores, a fim de que se obtenham resultados que satisfaçam às necessidades de seus clientes, assim como às suas próprias (CHIAVENATO, 2007). Nesse sentido, a função de planejar é definida como a análise de informações relevantes do presente e do passado, e a avaliação dos prováveis desenvolvimentos futuros, de forma que um curso de ação seja determinado e que a organização seja passiva de atingir os objetivos previamente determinados. Ou seja, é definida como a atividade pela qual os administradores analisam condições presentes, para determinar formas de atingir um futuro desejado. Gestão Estratégica Introdução O planejamento, para ser efetivo, é elaborado por meios diferentes, sendo distribuído nos níveis organizacionais da empresa. Dentro do nível organizacional da empresa, estão os níveis institucional, intermediário e operacional. Em um primeiro momento, para entender como o planejamento se constitui, precisamos nos alinhar em como a empresa está pensando em atingir alguns objetivos. A empresa precisa pensar de forma escalonada e distribuída por tempos. Na administração, também podemos observar a base de processos, que tem como finalidade a garantia da eficácia, eficiência e efetividade de um sistema produtivo, independentemente de sua natureza econômica. Diante de tantas áreas que fazem parte da administração de uma empresa, como um profissional conseguirá dominá-las, para ajudar na gestão de projetos? Simples: o profissional poderá ser de grande relevância na constituição das ações futuras, no que diz respeito à administração e busca de resultados. O mercado de trabalho espera que qualquer profissional consiga fixar objetivos (planejar); analisar (conhecer os problemas); solucionar problemas; organizar e alocar recursos (recursos financeiros, tecnológicos e humanos); comunicar, dirigir e motivar as pessoas (liderar); tomar as decisões (rápidas e precisas); mensurar e avaliar os processos; e os resultados (controlar). Bons estudos! Gestão Estratégica Para melhor entendermos a naturezado planejamento, deve-se conceituar três termos importantes: planejamento, plano e tomada de decisão do processo administrativo. A função de planejar é definida como a análise de informações relevantes do presente e do passado, e a avaliação de prováveis desenvolvimentos futuros, de forma que um curso de ação seja determinado e que torne a organização passiva de atingir seus objetivos já determinados. O plano, por sua vez, é a recomendação de um curso de ação estabelecido no planejamento. É por meio do plano que o planejamento se torna operacional. Por fim, a tomada de decisão é uma atividade inerente ao processo de planejamento como um todo. Tomar uma decisão é fazer uma escolha entre duas ou mais alternativas. Os fatores relevantes do plano estratégico1 O planejamento de uma organização pode ser dividido em três níveis: estratégico, tático e operacional — como apontado na figura 1: Missão Objetivos e Planos Estratégicos (Organizando como um todo) (Cada divisão ou unidade do negócio) Decisões e Planejamento Estratégicos Decisões e Planejamento Táticos Decisões e Planejamento Operacionais(Cada tarefa ou operação) Objetivos e Planos Táticos Objetivos e Planos Operacionais Nível Intermediário Nível Institucional Nível Operacional Figura 1: Planejamento Organizacional. Fonte: O autor (2017). ■ NÍVEL INSTITUCIONAL O planejamento trata as ações de forma ampla e envolve todas as partes da empresa (ele é chamado de planejamento estratégico). Tudo, exatamente tudo, deve ser pensado no longo prazo, podendo ser visto e aplicado durante muitos anos e em muitos casos. Com o tempo e as dificuldades que venham a surgir, o planejamento aparece como uma luz diante dos desafios organizacionais. Ou seja, é de extrema importância que o planejamento esteja de acordo com a missão, visão, e valores da empresa, a fim de manter a organização no rumo previamente planejado. ■ NÍVEL INTERMEDIÁRIO O planejamento aparece novamente, mas pensado em médio prazo (ele é chamado de planejamento tático). As partes que compõem a empresa podem ser analisadas individualmente, e já contam com o planejamento do nível institucional em curso (que é abrangente). No nível intermediário, entram as linhas de gestão, como o gerenciador de áreas, que fazem com que a empresa, como um sistema aberto, trate as relações entre cada aspecto individual, de acordo com o que foi pensado em aspecto global. Também, neste nível, o planejamento é mais detalhado, pois atinge áreas específicas (departamentalizadas) da empresa, de forma mais direta. ■ NÍVEL OPERACIONAL O planejamento é de curto prazo, pois ali estão, efetivamente, acontecendo as ações (ele é chamado de planejamento operacional). A sua característica, como planejamento, é que seja muito detalhado e tenha alto grau de análises, pois deverá abordar cada tarefa a ser executada, de forma individual e pontual. A partir da estrutura do planejamento estratégico e seus níveis de competência, há cinco atividades fundamentais que são básicas ao processo de planejamento e que estão inerentes dentro de toda análise do plano estratégico. São elas: ■ AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES ATUAIS Conhecer as condições atuais que impulsionam mudanças. Por exemplo: a insatisfação com objetivos atuais, programas ou atividades que poderiam ser melhor planejados e implementados. ■ FATOR TEMPO O planejamento pode ser visto tanto em curto como em longo prazos, mesmo que seja contínuo. A importância do planejamento em curto prazo não deve ser subestimada em detrimento do planejamento de longo prazo. ■ OS PROBLEMAS DE PREVISÃO Como os procedimentos passam por uma análise subjetiva, é preciso estar ciente de que a previsão pode não ser verificada na prática. ■ A COLETA E ANÁLISE DE DADOS Leva em consideração a quantidade e a qualidade das informações internas e externas à empresa, que o gestor possui quando da implementação do plano estratégico. ■ A COORDENAÇÃO DOS PLANOS Os planos estratégicos podem ser inter-relacionados entre si, horizontal ou verticalmente, gerando problemas de coordenação. Os planos devem obedecer a uma hierarquia, correspondentes aos níveis organizacionais da empresa, ou seja, planos de longo prazo são de responsabilidade da alta administração; enquanto que planos de curto prazo são orientados em torno de operações do dia a dia e se estendem ao nível operacional. O quadro abaixo sumariza os diferentes tipos de planos em cada nível da organização: Quando 1: Planejamento por nível. Nível Organizacional Nível de Planejamento Alta Administração Objetivos, políticas, plano de longo prazo para toda a organização. Administração de segundo nível Cotas, programas, projetos, objetivos de curto prazo, planilhas, plano operacional. Nível não administrativo Rotina de trabalho e procedimentos. Fonte: O autor (2017). Referências AAKER, David A. Administração estratégica de mercado. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. CHIAVENATO, I. Administração. Rio de Janeiro: Elsiever, 2007. DE SORDI, J.O. Gestão por processos. São Paulo: Saraiva, 2014. KOTLER, Philip. Administração de marketing – Edição do Milênio – São Paulo: Makron, 2001. LACOMBE F.; HEILBORN G. Administração: Princípios e Tendências. São Paulo: Saraiva, 2014. MAXIMIANO, Antonio Cesar A. Introdução à administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias, prática. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. RIBEIRO, A.L. Teorias da administração. São Paulo: Saraiva, 2010. Gestão Estratégica A administração estratégica envolve um processo ou uma série de etapas básicas. Estas etapas são: As etapas do processo administrativo estratégico2 ■ Execução de uma análise do ambiente; ■ Estabelecimento de uma diretriz organizacional; ■ Formulação de uma estratégia organizacional; ■ Implementação da estratégia organizacional; ■ Controle estratégico. Execução de uma análise do ambiente Para que a empresa tenha uma real noção de qual é a sua condição, ela pode fazer uma análise ambiental, utilizando um conceito que traduz essa realidade: a análise SWOT. Essa análise trata da verificação, tanto do ambiente interno da empresa, os seus pontos fortes e fracos em relação aos seus concorrentes, como, por exemplo: ■ utilização de tecnologia de ponta (ponto forte); ■ falta de programa de treinamento dos funcionários (ponto fraco); ■ alto investimento em propaganda (ponto forte); ■ distribuição lenta das mercadorias (ponto fraco). Como o ambiente externo, as oportunidades e ameaças apresentadas pelo mercado podem ser: ■ entrada de um novo concorrente (ameaça); ■ diminuição de tributos aprovada pelo governo (oportunidade); ■ falta de mão-de-obra qualificada no mercado (ameaça); ■ taxas de juros mais baixas, que aumentam o interesse dos consumidores em comprarem mais (oportunidade). Os cruzamentos dessas informações trarão informações importante para a continuidade dos próximos passos do planejamento. Estabelecimento de uma diretriz organizacional É o estabelecimento dos indicadores das empresas, a saber: a missão, os objetivos organizacionais, a visão e os valores que expressam a filosofia que norteiam a empresa, diferenciando-a das demais concorrentes. Formulação de uma Estratégia Organizacional É definida como um curso de ação com vistas a garantir que a organização alcance seus objetivos. Formular estratégias é projetar e selecionar estratégias que levem à realização dos objetivos organizacionais. Assim que o ambiente tenha sido analisado e a diretriz operacional estipulada, a administração é capaz de traçar cursos administrativos de ação, em um esforço conhecido para assegurar o sucesso da organização. Implementação da Estratégia Organizacional Colocam-se em ação as estratégias desenvolvidas, que emergiram das etapas anteriores ao processo de administração estratégica. Sem a implementaçãoefetiva da estratégia, as organizações são incapazes de obter os benefícios da realização de uma análise organizacional, do estabelecimento de uma diretriz organizacional e da formulação da estratégia organizacional. Controle Estratégico Este é um tipo especial de controle organizacional, que se concentra na monitoração e avaliação do processo de administração estratégica, no sentido de melhorá-lo e assegurando um funcionamento adequado. Referências AAKER, David A. Administração estratégica de mercado. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. CHIAVENATO, I. Administração. Rio de Janeiro: Elsiever, 2007. DE SORDI, J.O. Gestão por processos. São Paulo: Saraiva, 2014. KOTLER, Philip. Administração de marketing – Edição do Milênio – São Paulo: Makron, 2001. LACOMBE F.; HEILBORN G. Administração: Princípios e Tendências. São Paulo: Saraiva, 2014. MAXIMIANO, Antonio Cesar A. Introdução à administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias, prática. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. RIBEIRO, A.L. Teorias da administração. São Paulo: Saraiva, 2010. Gestão Estratégica O Ciclo PDCA (que, em inglês, remete a plan, do, check, act) visa a controlar e melhorar os processos e produtos, de uma forma contínua, visto que atua como um processo que não possui intervalos, nem interrupções. Dentre as finalidades, está a celeridade e o aperfeiçoamento dos processos de uma empresa, identificando as causas dos problemas ao mesmo tempo em que busca soluções para os mesmos. O Ciclo PDCA e a Rosácea da Administração3 ■ PLAN A primeira etapa do ciclo é o planejamento (plan). Nesta etapa, evidenciam-se os objetivos e os métodos a serem seguidos pela empresa, visando a um resultado final. ■ DO A segunda etapa do ciclo é colocar o planejamento em prática (do). Nesta etapa, o plano é executado com base no que foi planejado anteriormente. Com a condução do plano, as mudanças no processo e as observações sobre o mesmo, devem ser coletados os dados para a verificação do processo na etapa seguinte do ciclo (check). ■ CHECK Na terceira etapa do ciclo, deve-se avaliar o que foi feito durante a etapa de execução, fazendo comparações e identificando as diferenças entre o planejado e o que foi efetivamente realizado. Deve-se, ainda, verificar o que foi aprendido durante a execução do plano, comparando os resultados com o que havia sido previamente planejado. ■ ACT Por fim, na última etapa do ciclo, chamada de ação (act), são realizadas ações corretivas, que visam à regularização das falhas encontradas durante o processo. Após serem realizada as correções, o ciclo se reinicia, ou seja, há uma continuidade constante visando a uma melhoria contínua. Em outras palavras, o ciclo PDCA não é algo estático, mas sim dinâmico, que deve estar constantemente em funcionamento dentro de uma organização. Mesmo que um plano seja bem-sucedido, novos planejamentos são colocados em prática — sempre visando à melhora da empresa. Por outro lado, se o planejamento inicial não tiver obtido os resultados esperados, o ciclo PDCA também se reinicia, objetivando, em um segundo momento — e por meio de novos métodos de execução — obter os resultados almejados. Foco em Resultados Visão Sistêmica e Holística Convergência Networking Direção Comunição Organização Controle Planejamento Foco em objetivos Estratégicos Visão de Futuro Proatividade e Visão Antecipada Desempenho Eficiência e Eficácia Liderança Missão eValores Figura 2: Rosácea da administração. Fonte: Elaborado pelo autor (2017). Por fim, é importante ressaltar que as mudanças implementadas pelo Ciclo PDCA possuem dois tipos a serem considerados: mudanças reversíveis e mudanças irreversíveis. As alterações reversíveis de um processo são as mudanças as quais podemos retornar ao estágio inicial, ou seja, ou seu estado de origem. São aquelas que, mesmo tendo ocorrido, podem ser revertidas sem deixar nenhum vestígio no processo. Já, as mudanças irreversíveis são as alterações que, uma vez implementadas, nunca mais poderão ser desfeitas (por exemplo: alterações na estrutura organizacional de uma empresa). Assim, você chegou ao final desta aula, na qual aprofundou o conhecimento a respeito do planejamento estratégico, do processo estratégico e do ciclo PDCA. Foi possível verificar que o planejamento e o processo estratégicos são coisas distintas. Enquanto o planejamento foca aonde a empresa quer chegar, o processo estratégico aponta o caminho que se deve trilhar para obter o resultado pretendido no planejamento. Além disso, verificamos que o ciclo planejar-executar-verificar-corrigir é um processo dinâmico e que não pode parar dentro de qualquer organização. Agora é com você: resolva os testes conceituais (concept tests) e estude por meio dos flashcards, para consolidar o seu aprendizado. E, sempre que for necessário, volte a estudar o material da aula. Complemente seus estudos com materiais de outras fontes, além daquelas trabalhadas aqui. Referências AAKER, David A. Administração estratégica de mercado. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. CHIAVENATO, I. Administração. Rio de Janeiro: Elsiever, 2007. DE SORDI, J.O. Gestão por processos. São Paulo: Saraiva, 2014. KOTLER, Philip. Administração de marketing – Edição do Milênio – São Paulo: Makron, 2001. LACOMBE F.; HEILBORN G. Administração: Princípios e Tendências. São Paulo: Saraiva, 2014. MAXIMIANO, Antonio Cesar A. Introdução à administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias, prática. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. RIBEIRO, A.L. Teorias da administração. São Paulo: Saraiva, 2010. Seja bem-vindo à Aula de Aprendizagem 9 – “Desenvolvimento do Planejamento Estratégico”! O plano estratégico, estudado nos capítulos precedentes, vem a ser a formalização daquilo que foi constituído durante o processo de planejamento estratégico. Nesse sentido, o plano estratégico é um documento que reflete e reproduz as informações, os procedimentos e as decisões obtidas no processo de Planejamento Estratégico. O processo de planejamento estratégico, portanto, dá conta dos principais movimentos pelos quais a empresa necessita passar para fazer uso da ferramenta de gestão. Vimos, também, que o ciclo PDCA consiste em uma ação contínua de investigação e busca de resultados traçados no plano estratégico. Gestão Estratégica Introdução Nesta seção, por sua vez, analisaremos como desenvolver o plano estratégico. A maioria dos administradores compartilha a ideia de que o desenvolvimento do plano estratégico é um processo determinante para o sucesso de uma organização. Em contrapartida, infelizmente, poucos conhecem os reais benefícios de uma empresa, ao possuir uma estratégia bem planejada e implementada. Como resultado, poucas possuem objetivos claros e bem definidos, tampouco planos que as encaminhem rumo ao desenvolvimento esperado. De maneira geral, planejar estrategicamente uma organização significa definir um método eficaz de utilização dos recursos disponíveis, visando a atingir um posicionamento cobiçado. Ou seja, com uma estratégia bem estruturada, uma empresa terá objetivos e diretrizes estabelecidos de maneira coerente, além de ações pensadas e projetadas para alcançá-los. Bons estudos! Gestão Estratégica Tendo em pauta onde a empresa encontra-se atualmente e aonde ela quer chegar (planejamento estratégico), os pontos fortes e fracos da empresa à luz do ambiente em que se encontra (averiguado na análise SWOT), precisamos traçar estratégias visando a alcançar os objetivos, ou seja, precisamos desenvolver um plano de ação. Nesse momento, entram questões como a capacidade produtiva, as inter- relações com clientes, assim como a análise da capacidade financeira da empresa. Antes de começar a planejar estratégiasde crescimento para o negócio, é imprescindível que já estejam definidos o mercado que se deseja atingir e a proposta de valor do negócio. Para planejar a estratégia de maneira coerente com o negócio e com a realidade do mercado, é muito importante que se tenha determinado os segmentos de clientes que podem ser atingidos, seus recursos disponíveis e os benefícios, características e diferenciais do produto ou serviço ofertado. Desenvolvimento do planejamento estratégico1 Definidos o segmento de clientes e as propostas de valor, é imprescindível determinar um conjunto de características que represente uma cultura organizacional, identificando e diferenciando o seu negócio frente à concorrência. Para isso, popularizou-se um conjunto de definições que representam os princípios essenciais da organização: ■ A missão representa a razão de existência e o propósito do negócio, possibilitando a compreensão da atuação da empresa. ■ Já, a visão é a descrição do destino esperado para o empreendimento, ou seja, o que se deseja atingir futuramente. ■ Os valores determinam os princípios pelos quais a organização preza e que servem de parâmetro para o comportamento de seus colaboradores. Após a determinação das características que identificam o negócio, deve-se entender o posicionamento atual da organização. Isso é possível a partir da comparação entre as características: ■ Ambiente interno – forças e fraquezas. ■ Ambiente externo – oportunidades e ameaças. Por isso, é imprescindível que se conheça e se valorize as características da empresa. Além disso, pesquisar e atualizar-se sempre sobre a situação do mercado – clientes, concorrentes, fornecedores, etc. – também é essencial para entender o posicionamento estratégico do negócio. Conhecido o posicionamento estratégico atual do negócio, já é possível planejar o desenvolvimento esperado. Dessa forma, é o momento de elaborar objetivos que retratem os resultados que a empresa pretende atingir futuramente. Os objetivos devem sempre ser atingíveis e coerentes com os princípios essenciais do negócio. Além disso, é de extrema importância que sejam acompanhados por indicadores de desempenho, possibilitando seu futuro acompanhamento e controle. Após a definição dos resultados esperados para a empresa, deve-se planejar ações que permitam atingir o desenvolvimento pensado. Nesse momento, será necessário pensar no que deverá ser feito, nos recursos necessários, na ordem cronológica de implementação e nos prazos para cada ação. Dessa forma, terá sido planejado um conjunto de ações que deverá resultar no atingimento do objeto esperado. Depois de refletir sobre a estratégia empresarial e definir toda a parte teórica do plano, chega o momento de mobilizar e alinhar a organização, buscando executar o que foi planejado. Nesse momento, deve-se estar sempre alinhado com os planos de ação, a fim de cumprir com tudo o que foi pensado. Lembre- se de que o mercado está em constante mudança. Contínuas e imprevisíveis alterações nas características dos consumidores, surgimento de novos produtos, concorrentes e fornecedores e a mudança no posicionamento estratégico da organização implicam na necessidade de ininterrupta revisão dos objetivos e ações. Esse replanejamento constante garante que o negócio esteja sempre atualizado e em progresso. http://fluxoconsultoria.poli.ufrj.br/blog/engenharia-gestao/estrategia-empresarial/ Tendo sido eficiente no planejamento e execução da estratégia do negócio, diversos benefícios são esperados, como: ■ maior alinhamento da empresa; ■ melhor conhecimento sobre os clientes e concorrentes; ■ maior comprometimento dos colaboradores a atingir os objetivos traçados; ■ maior eficiência na tomada de decisões. Dessa forma, o maior desafio da gestão estratégica está relacionado à sua efetividade prática no alcance dos objetivos organizacionais, isto é, na sua capacidade de movimentar a organização e alinhá-la no sentido da prescrição proposta pelo plano estratégico, à adaptabilidade que esse processo exige. Como toda a função de gestão, pressupõe-se uma dinâmica permanente de: ■ planejamento; ■ execução; ■ monitoramento; ■ avaliação; ■ ajustes; ■ reajustes. Referências CAMPOS, J. A.Cenário Balanceado: painel de indicadores para a gestão estratégica dos negócios. São Paulo: Aquariana, 1998. DRUCKER, P. F. As informações de que os executivos realmente precisam. In Medindo o desempenho empresarial. São Paulo: Campus, 2000. GALAS, Eduardo Santos e PONTE, Vera M. Rodrigues. O Equilíbrio dos Indicadores do BSC: Um estudo em empresas cearense. XXVIII congresso EnANPAD, Curitiba, 2004. KAPLAN, R. S. e NORTON, D. P. A Estratégia em Ação:Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997. KAPLAN, R. S. e NORTON, D. P. Utilizando o balancedscorecard como sistema gerencial estratégico. Rio de Janeiro: Campus, 2000. LOPES, F. G. Balanced Scorecard e ISO 9001:2000. OLIVEIRA, João Carlos de, et. Al.A Perspectiva Financeira do Balanced Scorecard (BSC) e a Gestão Baseada em Valor (VBM ): Uma aplicação no Planejamento Estratégico. XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006. ROCHA, T., PINTO, M. G. C., GIUNTINI, N. A utilização do Balanced Scorecard como ferramenta de gestão estratégica. In. CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE, 2000, Goiânia. Anais do XVI Congresso Brasileiro de Contabilidade. Goiana: GO, 2000. Gestão Estratégica No ambiente atual, a excelência empresarial é exigida continuamente, onde o grande desafio do administrador é manter um sistema de informação gerencial que forneça informações corretas e oportunas para tomar decisões acertadas. Nesse contexto, o Cenário Balanceado (Balanced Scorecard - BSC) é visto como uma ferramenta organizacional que pode ser utilizada para gerenciar importantes processos, tais como o estabelecimento de metas individuais e de equipe, a remuneração, a alocação de recursos, o planejamento e orçamento, e o feedback e aprendizado estratégico. Podemos definir o BSC como um sistema de gestão que complementa as medidas financeiras do desempenho passado, com as medidas dos fatores que impulsionam o desempenho futuro. Os objetivos e medidas do scorecard derivam da visão e estratégia da empresa. Resumidamente, o BSC é a tradução de estratégia em ação, ou seja, a sua razão de ser é tirar do papel os planos e metas estratégicas das organizações e difundi-los por todos os seus níveis. Balanced Scorecard2 O BSC surgiu da iniciativa de Kaplan e Norton, em 1990, que criaram um modelo de medição de desempenho (acerca de variáveis tangíveis e intangíveis), já que, na opinião dos autores, os modelos de avaliação de desempenho, até então existentes, baseavam-se muito em indicadores contábeis e financeiros. O processo de gestão em relatórios financeiros mostra-se insuficiente, pois está interligado a um modelo contábil inadequado a um ambiente de transações isoladas entre entidades independentes. O grande desafio, hoje, é gerir informações corretas e adequadas para que sejam tomadas as decisões mais apropriadas. O BSC é formado por duas grandes matrizes, em que uma delas apresenta os pontos críticos da estratégia, enquanto a outra, que alguns autores chamam de perspectivas, enumera as áreas ou setores nos quais serão implementadas as ações necessárias para a obtenção de sucesso do plano estratégico. Com isso, facilita para a organização a constante avaliação e controle de seu desempenho vinculado a sua estratégia, com base em quatro perspectivas, como mostra a Figura 1. São elas: ■ financeira; ■ clientes; ■ processos de negócios internos; ■ aprendizado; ■ crescimento. FINANCEIRO Para ter sucesso financeiramente, como nós devemos parecer para os nossos investigadores? CLIENTE Para alcançar nossa visão, como devemos ser vistos pelos clientes? PROCESSOS INTERNOS DO NEGÓCIO Para satisfazer os clientes, em quais processos devemos nos sobressair?APRENDIZADO E CRESCIMENTO VISÃO E ESTRATÉGIA Para alcançar nossa visão, como sustentar a habilidade de mudar e progredir? Figura 1: Balanced Scorecard. Fonte: Silva (2017). Logo, o BSC integra as ações Estratégicas, Operacionais e Organizacionais, estabelecendo um processo estruturado para a criação de medidas adequadas e objetivos em todos os níveis, possibilitando a integração entre os grupos de ações e garantindo o alinhamento de toda a organização. A figura 1 demonstra como o BSC age nesse grupo de ações, criando a interação e permitindo o controle para o melhor entendimento e processamento das informações mais relevantes. A perspectiva do cliente representa o ponto de vista de fonte externa de receitas, identificando os segmentos de mercado visados e as medidas do êxito da empresa. Identificar os fatores que são importantes na concepção dos clientes é uma exigência do BSC, e a preocupação para com eles situa-se em torno de quatro categorias: ■ tempo; ■ qualidade; ■ desempenho; ■ serviço. Em termos de indicadores, constam as participações de mercado, aquisição de clientes, retenção de clientes, a lucratividade dos clientes e o nível de satisfação dos consumidores. Mudanças em processos que ajudem a reduzir custos dos clientes, ou que permitam atingir os objetivos mais rapidamente, têm valor para esse cliente. A perspectiva dos processos internos é elaborada após as perspectivas financeira e dos clientes, sob o ponto de vista das pessoas que executam o trabalho. Os processos internos são as diversas atividades empreendidas dentro da organização, que possibilitam realizar desde a identificação das necessidades até a satisfação dos clientes. Nessa perspectiva, os executivos identificam os processos internos críticos nos quais a empresa deve alcançar a excelência. Esses processos permitem à unidade de negócios: oferecer propostas de valor capazes de atrair e reter clientes em segmentos-alvo de mercado; e satisfazer as expectativas que os acionistas têm de excelentes retornos financeiros. As medidas de processo interno, segundo Kaplan (1997), devem ser voltadas para aqueles que terão maior impacto na satisfação do cliente e na consecução dos objetivos financeiros da empresa, que inclui três processos principais: ■ INOVAÇÃO Devem ser pesquisadas as necessidades reais e futuras dos clientes-alvos. Em seguida, são desenvolvidos os produtos e/ou serviços que deverão satisfazer as necessidades identificadas. ■ OPERAÇÃO As principais medidas operacionais genéricas são: custo, qualidade e tempo de resposta. Esta etapa tem inicio com o recebimento de um pedido e termina com a entrega do produto ou prestação de serviço. ■ SERVIÇO PÓS-VENDA Tem grande influência no processo de criação de imagem e reputação da organização na cadeia de valor do cliente, incluindo treinamentos, garantias, consertos, devoluções e processamento de pagamentos. As perspectivas do aprendizado e crescimento da organização decorrem de três fontes principais, a saber: ■ as pessoas; ■ os sistemas; ■ os procedimentos organizacionais. Em suma, é a base para a obtenção dos objetivos das outras perspectivas, representa o maior interesse do executivo principal e dos arquitetos do plano de negócios de longo prazo. Identifica também as capacidades de que a empresa deve dispor para conseguir processos internos capazes de criar valor para clientes e acionistas. Como indicadores importantes, podem ser considerados: ■ nível de satisfação dos funcionários; ■ rotatividade dos funcionários; ■ lucratividade por funcionário; ■ capacitação e treinamento dos funcionários; ■ participação dos funcionários com sugestões para redução de custos ou aumento de receitas. Essas perspectivas devem ser ligadas entre si, em relações de causa e efeito, que “contam a história” da estratégia da empresa. Por fim, a perspectiva financeira representa o ponto de vista dos gerentes e diretores sobre os acionistas. Avalia a lucratividade da estratégia. Permite medir e avaliar resultados que o negócio proporciona e necessita para seu crescimento e desenvolvimento, assim como para satisfação dos seus acionistas. Demonstra se a execução da estratégia está contribuindo para a melhoria dos resultados financeiros, em especial o lucro líquido, o retorno sobre o investimento, a criação de valor econômico e a geração de caixa. Segundo GALAS et al. (2004, apud KAPLAN e NORTON, 1997), “os indicadores dependem da fase do ciclo da vida em que se encontra a empresa ou unidade de negócios, sendo consideradas três fases: crescimento, onde os níveis de investimento são elevados; sustentação, momento em que se espera o retorno do capital investido; e colheita, caracterizada pela maximização do fluxo de capital”. Entre os indicadores financeiros que podem ser considerados, constam retornos sobre o investimento, o valor econômico agregado, a lucratividade, o aumento de receitas, a redução de custos e outros objetivos de cunho financeiro que estejam alinhados com a estratégia da organização. Na perspectiva financeira, as medidas indicam se a empresa está obtendo êxito com as estratégias definidas, implementadas e executadas. O BSC, portanto, mede, conjuntamente, o desempenho futuro da organização, ao focar, estrategicamente, as perspectivas das Finanças, dos Clientes, dos Processos Internos e do Crescimento da empresa. A definição e integração dos objetivos e das iniciativas dessas quatro perspectivas constituem os pilares do sistema BSC, que devem ser conectados ao pensamento estratégico da organização. Em suma, a inter- relação entre as perspectivas tratadas no BSC é apresentada na figura 2: TSR TBR Financeira Clientes Processos Internos Aprendizagem & Crescimento EVA - CVA CFROI - MVA Serviços Personalizados Liderança de Mercado Preços Competitivos Compreender melhor o Cliente e o Mercado Inovação de Produção Gestão da Cadeira de Suprimentos Compreender melhor o Cliente e o Mercado Inovação de Produção Gestão da Cadeira de Suprimentos Crescimento das Vendas Fusões e Aquisições Elevação da Produtividade Figura 2: Mapa Estratégico do BSC. Fonte: Oliveira et al. (2006). É inegável a contribuição que o método BSC agrega à organização. Dentre os benefícios decorrentes da implementação do BSC na empresa, podemos citar: ■ Traduz a estratégia em objetivos e ações concretas; ■ Promove o alinhamento dos indicadores-chave com os objetivos estratégicos a todos os níveis organizacionais. ■ Proporciona à gestão uma visão sistematizada do desempenho operacional; ■ Constitui um processo de avaliação e atualização da estratégia; ■ Facilita a comunicação dos objetivos estratégicos, focalizando os colaboradores na sua consecução; ■ Permite desenvolver uma cultura de aprendizagem e melhoria continua; ■ Suporta a atribuição de incentivos em função do desempenho individual e da contribuição para os resultados do negócio. ■ O Balanced Scorecard ajuda a reduzir a quantidade de informação utilizada a um conjunto mínimo de indicadores vitais e críticos. Referências CAMPOS, J. A.Cenário Balanceado: painel de indicadores para a gestão estratégica dos negócios. São Paulo: Aquariana, 1998. DRUCKER, P. F. As informações de que os executivos realmente precisam. In Medindo o desempenho empresarial. São Paulo: Campus, 2000. GALAS, Eduardo Santos e PONTE, Vera M. Rodrigues. O Equilíbrio dos Indicadores do BSC: Um estudo em empresas cearense. XXVIII congresso EnANPAD, Curitiba, 2004. KAPLAN, R. S. e NORTON, D. P. A Estratégia em Ação:Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997. KAPLAN, R. S. e NORTON, D. P. Utilizando o balancedscorecard como sistema gerencial estratégico. Rio de Janeiro: Campus, 2000. LOPES, F. G. Balanced Scorecard e ISO 9001:2000. OLIVEIRA, João Carlos de, et. Al.A Perspectiva Financeira do Balanced Scorecard (BSC) e a Gestão Baseada em Valor (VBM ): Uma aplicação no PlanejamentoEstratégico. XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006. ROCHA, T., PINTO, M. G. C., GIUNTINI, N. A utilização do Balanced Scorecard como ferramenta de gestão estratégica. In. CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE, 2000, Goiânia. Anais do XVI Congresso Brasileiro de Contabilidade. Goiana: GO, 2000. Gestão Estratégica A estratégia dos gastos da empresa, ou a falta dela, é, muitas vezes, o principal erro do não êxito na execução da estratégia. Nesse sentido, surge o STRATEX, que é uma sigla em inglês para Strategic Expenditures, ou seja, despesas estratégicas. STRATEXs3 Vamos fazer uma analogia simples para facilitar o entendimento. Suponhamos que você deseja comprar um carro. Então, você procura por uma concessionária, encontra o carro que deseja e, como não tem dinheiro suficiente para adquirir, resolve financiar uma parte do bem. O valor da parcela cabe no seu orçamento e, então, você fecha o negócio. Teria sido esse um bom negócio? Isso depende se você realmente precisa do carro para trabalhar ou é apenas luxo. Se a segunda opção for a razão da compra, acredito que você não tenha feito um bom negócio, visto que não houve o planejamento estratégico correto, pois você não previu, nesse caso, as Stratex. Uma estratégia de despesas correta levaria em conta as despesas que você terá para que a seu luxo aconteça, que são: gasolina, óleo, revisões, manutenções, IPVA, seguros, etc. A partir da compra do seu bem de luxo, além da prestação do carro e mais os juros embutidos, você terá todas essas despesas. Ao voltarmos para a empresa, podemos visualizar três situações financeiras que podem vir a acontecer e as consequências delas dentro da organização (figura 3), a saber: ■ FRACA GERÊNCIA DE COMPRAS Situação em que a empresa possui uma estratégia de compra fraca (ou nem estratégia possui). A empresa, nesta situação, costuma não ter um planejamento de compras. Consequentemente, a relação entre a entrada de recursos (vendas) e a saída de recursos não apresenta conexão. Nesta situação, a empresa necessitará recorrer ao sistema financeiro usual para quitar suas obrigações. ■ PASSIVA Situação em que a empresa fica nas mãos do fornecedor. Mudanças de preços dos insumos pelo fornecedor afetam fortemente a produção da empresa. É o caso em que há um ou poucos fornecedores e que não há margem ou condições de buscar outros novos que melhor poderiam auxiliar a produção da empresa. Nesse caso, a política de preços do fornecedor impacta na produção da empresa. ■ ATIVA Situação em que a empresa atua buscando influenciar o preço da compra dos insumos. Há diversos fornecedores e a empresa escolhe o que melhor lhe atender. http://dinheirama.com/blog/2007/11/20/comprar-um-carro-em-ate-99-prestacoes/ Fraco Os recursos entram e saem da empresa, mas há pouca conexão nessa relação. Passivo Produção e preços definidos por um fornecedor. Ativo Produção e preços definidos pela empresa. Estratégias Produto totalmente especificado: quais produtos, por quem e como serão fornecidos. Preços: incentivos financeiros alinhados com os objectivos da empresa. Relacionamento cooperativo entre compradores e fornecedores. Figura 3: Evolução em Direção à Compra Estratégica. Fonte: Silva (2017). Muitas vezes, as empresas não se dedicam ao planejamento estratégico financeiro. O gestor não faz as previsões das Stratex e, quando chegam ao plano, ou seja, à hora de executar, não há orçamento para colocar tudo aquilo que foi planejado em execução. Nesse momento, começam a buscar soluções à luz das oportunidades que se colocam no momento em que os problemas financeiros ocorrem, acarretando, na maioria dos casos, em custos financeiros elevados. É usual que, nessas horas, os gestores cortem o que era imprescindível, para que a estratégia aconteça e a empresa sobreviva (ao menos, no curto prazo). Nesta aula, vimos que o desenvolvimento do planejamento estratégico é tão importante quanto o plano em si. Ter bem delimitada a essência da empresa (visão, missão e valores), sem que estes não sejam bem executados, de nada adianta. Nesse sentido, é importante ter claros qual é a atual situação da empresa, o público alvo, o ambiente em que atua, o cenário econômico, as características e objetivos da empresa, para que estes sejam o foco de atuação da organização. Tendo claros, por todos os colaborados, o ambiente em que a empresa atua, suas capacidades e essência, a empresa, então, poderá visualizar meios para que os objetivos sejam atingidos. O Balanced Scorecard foi criado para solucionar o problema de comunicação do planejamento da empresa como um todo, visando a utilizar uma visão holística da administração em beneficio do seu planejamento estratégico. É o planejamento em ação e revela-se como uma ferramenta capaz de atender às novas exigências de gerenciamento, dentro dos cenários econômicos em constantes mutações. Por fim, além de superar os problemas de comunicação e planejamento, ainda surgem as limitações financeiras. Aqui, entra em cena a Stratex, que nada mais é do que o planejamento da capacidade de ação da empresa à luz da sua condição financeira. Referências CAMPOS, J. A.Cenário Balanceado: painel de indicadores para a gestão estratégica dos negócios. São Paulo: Aquariana, 1998. DRUCKER, P. F. As informações de que os executivos realmente precisam. In Medindo o desempenho empresarial. São Paulo: Campus, 2000. GALAS, Eduardo Santos e PONTE, Vera M. Rodrigues. O Equilíbrio dos Indicadores do BSC: Um estudo em empresas cearense. XXVIII congresso EnANPAD, Curitiba, 2004. KAPLAN, R. S. e NORTON, D. P. A Estratégia em Ação:Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997. KAPLAN, R. S. e NORTON, D. P. Utilizando o balancedscorecard como sistema gerencial estratégico. Rio de Janeiro: Campus, 2000. LOPES, F. G. Balanced Scorecard e ISO 9001:2000. OLIVEIRA, João Carlos de, et. Al.A Perspectiva Financeira do Balanced Scorecard (BSC) e a Gestão Baseada em Valor (VBM ): Uma aplicação no Planejamento Estratégico. XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006. ROCHA, T., PINTO, M. G. C., GIUNTINI, N. A utilização do Balanced Scorecard como ferramenta de gestão estratégica. In. CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE, 2000, Goiânia. Anais do XVI Congresso Brasileiro de Contabilidade. Goiana: GO, 2000. Seja bem-vindo à Aula de Aprendizagem 10 – “Operacionalização das Ações Definidas no Plano Estratégico”! O planejamento estratégico é uma metodologia gerencial, que permite estabelecer a direção a ser seguida pela organização, visando ao maior grau de interação com o ambiente. Quando a empresa opta por uma estratégica, ela decide tomar um rumo em detrimento de outro(s), cuja escolha é influenciada por oportunidades e ameaças no ambiente externo da empresa, e pela natureza e qualidade de seus recursos internos, capacitações e competências essenciais. Logo, o objetivo fundamental de se utilizar qualquer estratégia é adquirir competitividade e retornos acima da média (que podem ser lucros, mas também um objetivo diferente, como o aumento de marketshare de mercado, aumento de vendas ou melhora da imagem da empresa, por exemplo). Gestão Estratégica Introdução Posto isso, é necessário um detalhamento das decisões, tornando-as compreensíveis e executáveis aos demais participantes da organização, leia-se: nível tático e operacional. Torna-se necessário, portanto, após definido aonde a empresa quer chegar (qual é o objetivo da organização), definir e avaliar como a empresa alcançará as metas, o que e por quem as serão executadas, quais as rotinas que a empresa empregará visando atingir as metas, como avaliar os resultados, dentre outras políticas internas da organização. Bons estudos! Gestão Estratégica Para implementar um plano estratégico na empresa, precisamos detalhar as decisões, o que engloba algumas premissas na empresa: ■ decidir sobre oconjunto de políticas administrativas ou diretrizes; ■ elaboração de programas; ■ sistemas administrativos operacionais; ■ planejamento de recursos; ■ estrutura organizacional. Implementação do Planejamento Estratégico1 Decidir sobre o conjunto de políticas administrativas ou diretrizes É o conjunto de políticas que a empresa adotará nas áreas de: ■ marketing; ■ produção; ■ pessoal; ■ finanças. Políticas, de forma geral, dizem respeito a como a empresa atingirá os seus objetivos e metas. O conjunto de políticas revela o comportamento que a empresa conscientemente adotará face, principalmente, ao ambiente a que pertence, para a consecução de seus objetivos. Elaboração de programas O próximo passo é o estabelecimento e/ou elaboração de programas nas áreas de vendas, produção, compras, treinamento, etc. Os programas já descem a nível de detalhes bem maior (tático e operacional), e serão elaborados como guias às políticas já estabelecidas. Ao se realizar a atividade de programação, tomar-se-ão decisões sobre o que será executado (em termos de atividades), em que sequência, quando, quem executará (pessoas e equipamentos) e quanto. Sistemas administrativos operacionais As atividades programadas para a execução são, na maior parte das vezes, executadas por sistemas operacionais. Desse modo, o programa de vendas é executado por um sistema operacional de vendas, o programa de compras é executado por um sistema operacional de compras, etc. Esses sistemas precisam ter a forma de operar planejada, pois é a nível de sistemas operacionais, em que se mexe com questões de produtividade e de custos; quando não há planejamento nesse nível, geralmente esses aspectos ficam longe do previsto. Assim, planejar a forma operacional desses sistemas significa, principalmente, decidir sobre um procedimento ou rotina segundo o qual o sistema funcionará. Como um procedimento engloba um conjunto de operações ou atividades, planejam-se também métodos de trabalho para a execução das operações. Portanto, ao planejar um sistema operacional, estaremos decidindo sobre como as atividades programadas serão executadas a um nível de detalhe maior. Planejamento de recursos A necessidade de recursos humanos, materiais, instalações e equipamentos financeiros, para a consecução dos objetivos, é basicamente estabelecida pela atividade de programação. O tipo, a qualidade e a quantidade de recursos necessários são funções do que será executado, quando, quanto e quem executará. Ao realizarmos a atividade de programação, estabelecemos as necessidades de recursos, a partir do que se decidirá sobre a forma de obtê-los e alocá-los. Estrutura organizacional A estrutura organizacional é também um meio para se alcançar objetivos e metas — por isso, necessita ser planejada. Para mesmos objetivos haverá alternativas de estrutura com diferentes graus de deficiência, e é preciso decidir sobre o tipo de estrutura a ser realizado. Ao planejar a estrutura, estaremos decidindo sobre a divisão de trabalho e, principalmente, sobre a alocação de responsabilidade e autoridade para a tomada de decisão entre os participantes da organização. Referências HITT, Michael A.; HOSKISSON, Robert E.; IRELAND, E. Duane. Administração estratégica. São Paulo: Cengage, 2008. Gestão Estratégica A avaliação dos resultados depende do relacionamento entre as alternativas e os resultados. O conhecimento pode ser dividido em três estágios possíveis: ■ conhecimento perfeito; ■ conhecimento parcial; ■ ignorância completa. Avaliação dos resultados2 Se existe o conhecimento perfeito, a avaliação degenera para um problema de computador. A avaliação pode, com a ajuda de softwares específicos, ser completada com bastante rapidez. O outro extremo é a ignorância completa, o qual pode ser separado em dois subcasos: ■ situação em que não se pode conseguir informações adicionais; ■ situação em que um conhecimento parcial pode ser obtido, e chega-se à categoria de informação parcial. No caso da informação parcial, pode-se desenvolver uma caracterização do relacionamento entre as alternativas e resultados. Esta caracterização – chamada de modelo – inclui somente o que é considerado perfeito (desconsiderando-se o que não está de acordo com os resultados). Já, na ignorância completa, obter informações é considerado improvável, e a grande maioria dos problemas de decisão cai na categoria de informação parcial. Pelo uso de um modelo, o tomador de decisão avalia os resultados de cada alternativa que melhor contribui para o objetivo proposto. Esse processo tem sido designado como a medida de efetividade da racionalidade de critérios. Porém, não há critérios racionais separados das regras de decisão. Como há muitas famílias de regras de decisão, também há muitos critérios de efetividade. Além disso, um método para medir a racionalidade é comparar os resultados das decisões com os objetivos do tomador de decisões. A racionalidade pode, assim, ser medida pelo que se entende como princípio pragmático: se um conjunto de regras é bom, isto é, se produz resultados que vão de encontro aos objetivos do tomador de decisões, então, a racionalidade está estabelecida por definição. Posto que os objetivos são relativos, como pode alguém dizer que um objetivo é mais racional do que outro? O princípio pragmático, do mesmo modo que o positivismo, está orientado, em sua essência, para o conservadorismo. É o mais compatível com o que é, do que com o que deve ser. Um processo de planejamento deve ser avaliado sob dois aspectos: ■ sob o aspecto de procedimento ou processual; ■ sob o aspecto econômico. A análise do procedimento do planejamento é a análise e revisão dos procedimentos seguidos e as características resultantes que diferenciam os planos com sucesso, e as características resultantes que diferenciam os planos com sucesso dos planos com fracasso. Os critérios utilizados são descritivos e as dimensões utilizadas para essa análise são: ■ complexidade do plano; ■ grau de compreensão; ■ tempo de duração; ■ grau de especificidade; ■ flexibilidade; ■ frequência; ■ natureza confidencial; ■ formalidade; ■ facilidade de implantação; ■ facilidade de controle. O segundo aspecto da avaliação do planejamento é a determinação do grau de economicidade do plano. Para determinar o valor do planejamento, é necessário utilizar uma técnica que permita descrever qualquer plano em termos econômicos. Cada planejamento tem suas próprias características, em função do tipo de empresa para a qual o plano está sendo executado. Entretanto, é possível um planejamento ser executado com grande sucesso, mas não ser o mais apropriado para aquela situação específica. Há um conceito amplamente utilizado no campo da economia, que pode ser usado para determinar se um planejamento dá a máxima contribuição aos objetivos empresariais: a eficácia econômica resulta em planos que maximizam o atendimento dos objetivos organizacionais, por meio da utilização mais eficiente dos recursos disponíveis. Referências HITT, Michael A.; HOSKISSON, Robert E.; IRELAND, E. Duane. Administração estratégica. São Paulo: Cengage, 2008. Gestão Estratégica Uma das dimensões consideradas significantes no planejamento é até que ponto o ato de planejar mais ou menos contribui par a eficácia organizacional. É possível mostrar alguns fatores que tornam o planejamento eficaz: Eficácia e limites do planejamento3 ■ Quando o planejamento é bem elaborado, contribui para reduzir ambiguidades e conflitos de posições dentro da estrutura organizacional. ■ Planejamento visando a limitar ações arbitrárias. ■ Reduz o grau de incerteza dentro da organização. ■ Permite à organização ter maior capacidade de tratar as incertezas do ambiente externo e interno. ■ Força o administrador a considerar fatores – para efeito de tomada de decisão – que dificilmente seriamconsiderados sem um planejamento. ■ Contribui para o desempenho das demais funções do processo administrativo. Sem a definição de um caminho como referência, todas as funções administrativas teriam dificuldades para dirigir suas atividades em torno de um objetivo. Existem vários fatores que limitam a execução e implementação do planejamento. Uma das limitações é inerente ao processo de previsão. Estabelecer um modelo para a definição de políticas e premissas básicas baseadas em previsão não traz muitos benefícios à empresa, uma vez que essa previsão é limitada pela ação do tempo, isto é, o que foi previsto pode não ocorrer ou pode modificar-se com o tempo. Por outro lado, as mudanças podem ocorrer de forma tão rápida que mesmo uma previsão certa perde o valor, como base para um planejamento. No limite, as mudanças de ambiente são tão rápidas que tornam o planejamento de longo prazo um instrumento inútil. Outra limitação do planejamento é a sua implementação. O planejamento e a sua implementação devem sempre trabalhar em paralelo. Se o planejamento não tem condições de ser implementado, por resistência ou por falta de recursos, não terá nenhum uso prático para a empresa em questão. Finalmente, o planejamento é custoso em termos de tempo, recursos financeiros e outros recursos que, muitas vezes, são difíceis de prever e mensurar. Isso provoca um planejamento pobre e limitado, causando limitações no desempenho das demais funções do processo administrativo. Fatores humanos no planejamento O planejamento poderia ser um processo simples, se o elemento-chave (o indivíduo) nele envolvido tivesse um comportamento sempre previsível. Porém, distorções e conflitos no processo de planejamento sempre aparecem como um resultado de conflitos interpessoais e diferenças individuais em percepção, comunicação, necessidades e interesses. ■ DIFERENÇAS EM PERCEPÇÃO Há diferenças na maneira das pessoas perceberem os objetivos, de forma que, mesmo se o planejamento pudesse ser restrito ao nível superior, não haveria um acordo comum no objetivo organizacional. E tais diferenças vão se ampliando à medida que o planejamento vai descendo na escala hierárquica da organização (nível tático e operacional). A um nível inferior, as diferenças em percepção sobre os objetivos e a forma de atingi-los são grandes, em virtude da falta de informações ou de informações corretas, além dos conflitos de interesse. ■ CANAIS DE COMUNICAÇÃO Quanto maior for a organização, mais frequente será o uso do canal informal de comunicação, provocando distorções nas mensagens. Informações incompletas ou incorretas ocorrem em todos os níveis do processo de planejamento e prejudicam a retroalimentação do processo, para o reajustamento dos objetivos. A mudança no sentido da mensagem dentro do canal de comunicação é uma das causas da distorção da comunicação. Distorção também ocorre como resultado da imperfeição em transmitir a mensagem. Um dos problemas é a semântica, uma vez que algumas palavras têm significados diferentes para diferentes colaboradores e, raramente, a comunicação atinge a perfeição. Resistência à mudança é comum. O frequente planejamento depende do reconhecimento das necessidades de mudança e, muitas vezes, as mudanças criam ansiedades. Planejadores deveriam reconhecer que qualquer mudança afeta o relacionamento entre grupos e líderes de grupos. Como tornar um planejamento eficaz Para que o processo de planejamento tenha sucesso, duas grandes barreiras devem ser ultrapassadas: ■ A resistência interna ao estabelecimento de objetivos. ■ A relutância em aceitar os planos em virtude das mudanças que traz. Muitas vezes, essas duas resistências devem-se ao fato de se desconhecer o processo como um todo e ao medo de não corresponder ao que se julga esperado do indivíduo envolvido no processo. Para vencer todas essas barreiras, deve-se envolver ao máximo as pessoas responsáveis pelo cumprimento dos planos definidos e, principalmente, solicitar a participação delas na definição dos objetivos do setor e todos os aspectos relativos ao cumprimento desses objetivos. Um sistema de comunicação bem definido também é outro fator que auxilia no sucesso do planejamento. Assim, você chegou ao final desta aula, na qual aprofundou o conhecimento a respeito de mais uma importante ferramenta de planejamento estratégico: a operacionalização do planejamento estratégico. Por meio desse estudo, aprendemos sobre a importância das informações disponíveis pelos planejadores da empresa, quais são os procedimentos para um planejamento tornar-se eficaz, qual a eficácia e os limites do planejamento estratégico, além de refletir sobre os obstáculos que os fatores humanos que muitas vezes surgem, para que um planejamento seja bem executado. Agora é com você: resolva os testes conceituais (concept tests) e estude por meio dos flashcards, para consolidar o seu aprendizado. E, sempre que for necessário, volte a estudar o material da aula. Complemente seus estudos com materiais de outras fontes, além daquelas trabalhadas aqui. Referências HITT, Michael A.; HOSKISSON, Robert E.; IRELAND, E. Duane. Administração estratégica. São Paulo: Cengage, 2008. Seja bem-vindo à Aula de Aprendizagem 11 – “Desenvolvimento do Plano Operacional”! O presente capítulo tem como objetivo geral discutir o conceito e as ferramentas úteis ao planejamento operacional, no enfoque de um plano de ação. O Plano de Ação é uma ferramenta para acompanhamento de atividades, amplamente utilizada no mundo inteiro e, portanto, aplicada em organizações. Auxilia na coordenação das equipes, pois explicita quem é o responsável por cada atividade, as datas de entrega e anotações comentários sobre o progresso. Ou seja, descreve como uma empresa é estruturada. Para esse objetivo, são observadas questões tanto do ponto de vista físico (as instalações da empresa, e os equipamentos que possui) quanto as questões referentes aos recursos humanos da empresa (quantos funcionários a empresa emprega, se existe uma hierarquia entre esses funcionários, e qual é essa hierarquia). Gestão Estratégica Introdução Com um Plano de Ação em mãos, é possível apresentar fácil e rapidamente o andamento das atividades, as táticas utilizadas, quem executou, quando — enfim, todo o histórico das ações executadas ou previstas no âmbito aplicado. Este determina os elementos necessários para a realização do plano tático e deve ser seguido pelas áreas operacionais da empresa. Dentre as várias formas de se classificar os elementos do plano operacional, temos a ferramenta 5W2H. Bons estudos! Gestão Estratégica A estrutura das empresas, que se dividem em dois grupos: ■ recursos físicos; ■ recursos humanos. A estrutura física da empresa refere-se a demonstrar onde está localizado o maquinário responsável por cada etapa do processo produtivo da empresa, onde fica o depósito, onde está localizada a área administrativa e assim por diante. A estrutura da organização1 Ou seja, é importante ter claro onde fica cada setor da empresa, independentemente da área de atuação desta. É interessante que a empresa tenha uma planta que descreva, de modo textual, o arranjo físico, já que esta disposição física pode ser bastante complexa e confusa. Obviamente que o gestor não precisa entrar nos mínimos detalhes desse arranjo físico — o que se espera é que a pessoa que for avaliá-lo entenda o funcionamento da empresa, mesmo que não saiba onde está localizada cada máquina individualmente. Quanto aos recursos humanos, trata-se, basicamente, de uma lista dos funcionários da empresa, os cargos, as funções e as qualificações. Se a empresa ainda não foi estruturada e, portanto, os funcionários ainda não estão completamente definidos, o gestor pode descrever quais os cargos que serão futuramente ocupados por funcionários e quais as qualificações que um candidato precisa para ocuparaquele cargo. Além da função no plano de negócios, essa descrição pode auxiliá-lo muito durante a etapa de seleção de pessoal para sua empresa. Por outro lado, se a empresa tem vários funcionários do mesmo cargo, não é necessário descrevê-los individualmente — basta descrever quantas pessoas ocupam aquele cargo e quais as funções e qualificações desse grupo de pessoas no cargo. Após a descrição dos cargos encontrados na empresa, é necessário elencar a disposição hierárquica desses cargos. hierarquicamente. Nesse ponto, vale lembrar que não existe apenas um modelo de hierarquia — apenas que o mais comum dos modelos é a departamentalização por funções. Nesta, os funcionários são divididos em departamentos, de acordo com seu cargo ou função. Essa hierarquia tem como vantagem a especialização dos funcionários e pode servir para uma empresa mais conservadora — todavia, além desses, existe também os modelos de departamentalização: ■ por cliente; ■ por processo; ■ por produto; ■ por projeto; ■ além dos modelos mistos entre mais de um desses modelos. Referências AAKER, David A. Administração estratégica de mercado. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. CHIAVENATO, I. Administração. Rio de Janeiro: Elsiever, 2007. DE SORDI, J.O. Gestão por processos. São Paulo: Saraiva, 2014. KOTLER, Philip. Administração de marketing – Edição do Milênio – São Paulo: Makron, 2001. LACOMBE F.; HEILBORN G. Administração: Princípios e Tendências. São Paulo: Saraiva, 2014. MAXIMIANO, Antonio Cesar A. Introdução à administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias, prática. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. RIBEIRO, A.L. Teorias da administração.São Paulo: Saraiva, 2010. Gestão Estratégica Nesse ponto, o gestor deve descrever como as principais atividades dos negócios serão realizadas, desde a chegada da matéria-prima necessária para o desenvolvimento de seu produto ou serviço até a entrega desse produto ou serviço ao seu cliente final. Uma ferramenta que auxilia nesse entendimento de funções operacionais é o 5W2H. Este modelo analisa os seguintes fatores referentes a uma organização: ■ WHAT (O QUE) Detalha o que deve ser feito, como objetivos principais e secundários. Fundamenta todo o projeto e as atividades que devem atender ao planejamento tático. Se os objetivos não são detalhados, qualquer outra prática prevista no plano operacional pode ser inócua e sem sentido. Cada um pode ser forte e muito eficiente no desempenho do seu papel, mas, no final das contas, o barco não sai do lugar. O processo operacional e o modelo 5W2H2 https://www.santandernegocioseempresas.com.br/detalhe-noticia/video-planejamento-execucao-duas-faces-da-mesma-moeda.html ■ WHY (POR QUE) Explica as causas e os pressupostos do plano, dá o sentido e o significado do trabalho dentro de um processo maior. Com um propósito bem claro, os funcionários ficam motivados de forma intrínseca e se dedicam mais ao seu trabalho, pois passam a compreender melhor o seu valor para o todo. ■ WHO (QUEM) Designa nomes, responsáveis e envolvidos em cada etapa do processo — de preferência, justificando os motivos pelos quais é necessário o envolvimento de cada pessoa. Uma boa equipe é formada por talentos específicos para cada etapa do projeto ou atividade. A maior parte do sucesso de um projeto é a formação da equipe. Não é necessário reunir apenas talentos, mas, sim, pessoas comprometidas e que se complementam. ■ WHEN (QUANDO) Estabelece datas, prazos e períodos de tempo. Nenhum plano operacional faz sentido se não forem definidas datas para as metas e objetivos. Se cada meta for posicionada no tempo, é possível estabelecer controles intermediários para saber quais são as chances de se atingir os objetivos com sucesso. ■ WHERE (ONDE) Especifica não apenas onde as atividades serão realizadas, mas também quais recursos serão necessários, incluindo máquinas, equipamentos e outros utilitários. Esses dados são fundamentais para estabelecer o cronograma (quando) e o orçamento (quanto), pois envolve quantos recursos serão necessários e seu uso. ■ HOW (COMO) É o detalhamento das tarefas. Cada atividade é segmentada em níveis cada vez mais básicos, de acordo com o grau de compreensão do nível operacional que a realizará. A partir dos objetivos operacionais, definem- se as ações para atingi-los. Esta deve ser desmembrada em ações menores, até chegar ao nível mínimo de compreensão por todos os envolvidos na execução do plano. ■ HOW MUCH (QUANTO) É o orçamento do projeto, que reúne, na forma de valores, todos os números envolvidos no projeto: custos, despesas, investimentos, entre outros. Nesta etapa, consolidam-se os custos gerais, como recursos, equipamentos, pessoas, terceiros e materiais. Um bom plano operacional conta também com um levantamento dos possíveis riscos do projeto, incluindo as atividades que podem dar errado por algum motivo. Nesse levantamento dos riscos, listamos as possíveis ameaças às chances de elas acontecerem: ■ o impacto que gerarão; ■ as medidas de redução do risco; ■ as contingenciais. Por fim, o plano operacional deve estabelecer os mecanismos de controle de sua execução, os itens que devem ser medidos para saber se foi executado com sucesso, assim como os pontos de controle intermediários. Sem os mecanismos de controle, não se pode mensurar o sucesso. Melhorar o desempenho da expedição, por exemplo, é muito subjetivo, mas melhorar em 30% o desempenho da expedição fica bem mais claro. Referências AAKER, David A. Administração estratégica de mercado. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. CHIAVENATO, I. Administração. Rio de Janeiro: Elsiever, 2007. DE SORDI, J.O. Gestão por processos. São Paulo: Saraiva, 2014. KOTLER, Philip. Administração de marketing – Edição do Milênio – São Paulo: Makron, 2001. LACOMBE F.; HEILBORN G. Administração: Princípios e Tendências. São Paulo: Saraiva, 2014. MAXIMIANO, Antonio Cesar A. Introdução à administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias, prática. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. RIBEIRO, A.L. Teorias da administração.São Paulo: Saraiva, 2010. Gestão Estratégica Toda empresa depende de insumos provenientes do mercado para que ela possa funcionar. Os insumos ou entradas são processados pelos diversos subsistemas e transformados em saídas ou resultados (produtos ou serviços), que retornam ao mercado. A eficiência do sistema consiste em manter uma relação viável de entradas e saídas. O sistema perde eficiência quando seus insumos ou entradas tardam a chegar, por qualquer motivo, acarretando paradas ou esperas dos subsistemas. Por outro lado, o sistema que tem mais entradas e saídas — isto é, o sistema que acumula insumos por receio de retardar suas operações por falta deles — também perde eficiência, pois tem excesso de recursos não utilizados. Mecanismos de controle do plano operacional3 Assim, a escassez ou excesso de insumos ou entradas constituem extremos ou desvios que devem ser evitados em qualquer sistema produtivo. Da mesma maneira, o sistema cujas saídas não atendem às necessidades do mercado perde eficácia. E, quando as saídas são maiores do que a demanda do mercado, o produto em questão produzido pela organização tende a ficar retido dentro do sistema, aguardando o momento de ser liberado. Como sistemas abertos, as empresas procuram continuamente controlar suas atividades, mantendo-as sempre dentro dos parâmetros ou balizamentos adequados. É aí que surge a noção de controle. O controle estratégico, por sua vez, visa a duas finalidades principais: ■ CORREÇÃO DE FALHAS OU ERROS EXISTENTES O controle serve para detectar falhas ou erros – seja no planejamento ou na execução – para apontar as medidas corretivas adequadas para saná-las.■ PREVENÇÃO DE NOVAS FALHAS OU ERROS Ao corrigir as falhas ou erros existentes, o controle aponta os meios necessários para evita-los no futuro. O controle é algo universal: consiste, fundamentalmente, em um processo que guia a atividade exercida para um fim previamente determinado. A essência do controle reside em verificar se a unidade controlada está ou não alcançando os resultados desejados. Desse modo, os controles organizacionais servem para: ■ Padronizar o desempenho, por meio de inspeções, supervisão, procedimentos escritos ou programas de produção. ■ Padronizar a qualidade de produtos e serviços oferecidos pela empresa, mediante treinamento de pessoal, inspeções, controle estatístico de qualidade e sistemas de incentivos. ■ Proteger os bens organizacionais de abusos, desperdícios ou roubos, por meio de exigência de registros escritos, procedimentos de auditoria e divisão de responsabilidades. ■ Limitar a quantidade de autoridade que está sendo exercida pelas várias posições ou níveis organizacionais, mediante descrições de cargos, diretrizes e políticas, regras e regulamentos e sistemas de auditoria. ■ Avaliar e dirigir o desempenho das pessoas, por meio de sistemas de avaliação do desempenho pessoal, supervisão direta, vigilância e registros — incluindo informação sobre produção por empregado ou perdas com refugo por empregado, etc. ■ Meios preventivos para o atingimento dos objetivos da empresa, pela articulação de objetivos em um planejamento — uma vez que os objetivos ajudam a definir o escopo apropriado e a direção do comportamento dos indivíduos para o alcance dos resultados desejados. Fases do controle operacional A primeira fase do controle é definir os padrões de desempenho. Os padrões representam o desempenho desejado. Podem ser tangíveis ou intangíveis, vagos ou específicos, mas sempre relacionados com o resultado que se deseja alcançar. Os padrões são normas que proporcionam a compreensão daquilo que deverá ser feito. A Escola da administração Científica de Taylor deu exagerada ênfase ao desempenho de técnicas e métodos capazes de proporcionar padrões de desempenho. O estudo de tempos e movimentos constitui uma técnica desenvolvida para determinar o tempo padrão, isto é, o tempo médio que um operário deverá levar para executar uma determinada tarefa. O custo padrão é outro exemplo de técnica que fixa padrões para analisar e controlar os custos empresariais. Existem vários tipos de padrões utilizados para avaliar e controlar os diferentes recursos da empresa, a saber: ■ PADRÕES DE QUANTIDADE Como número de empregados, volume de produção, volume de vendas, percentagem de rotação do estoque, índice de acidentes, etc. ■ PADRÕES DE QUALIDADE Como padrões de qualidade para a produção, funcionamento de máquinas e equipamentos, qualidade dos produtos e serviços oferecidos pela empresa, assistência técnica, etc. ■ PADRÕES DE TEMPO Como permanência média do empregado na empresa, tempos padrões de produção, tempo de processamento dos pedidos dos clientes, etc. ■ PADRÕES DE CUSTO Como custo de estocagem das matérias-primas, custo do processamento de um pedido, custo de uma requisição de material, custo de uma ordem de serviço, relação custo-benefício de um novo equipamento, custos diretos e indiretos da produção, etc. Para se controlar o desempenho deve-se, pelo menos, conhecer algo a respeito dele e do seu passado, ou seja, é necessário avaliar o desempenho – esta é a segunda fase para uma correta avaliação de desempenho. Pode parecer simples, porém, se a base da mediação ou mensuração não for bem definida, o processo cairá em erros e confusões. Um sistema de controle depende da informação imediata a respeito do desempenho, e a unidade de mensuração deverá estar de acordo com o padrão predeterminado e deverá ser expressa de forma que facilite uma comparação entre o desempenho e o padrão de desempenho desejado. A comparação do desempenho com o que foi planejado – terceira fase – não busca apenas localizar os erros ou desvios, mas também permitir a predição de outros resultados futuros. Um bom sistema de controle, além de proporcionar rápidas comparações, permite localizar possíveis dificuldades ou mostrar tendências significativas para o futuro. Não é possível modificar o passado, mas a sua compreensão pode propiciar auxilio para, a partir do presente, criar condições para que as operações futuras obtenham melhores resultados. A comparação pode ser feita por meio de: ■ RESULTADOS Quando a comparação entre o padrão e a variável é feita depois de terminada a operação. A mensuração realiza- se em termos de algo pronto e acabado, no fim da linha, e apresenta o inconveniente de mostrar os acertos e faltas de uma operação já terminada — uma espécie de atestado de óbito de algo que já aconteceu. ■ DESEMPENHO Quando a comparação entre o padrão e a variável é feita paralelamente à operação, ou seja, quando a comparação acompanha a execução da operação. Embora feita paralelamente ao tempo — portando, atual — a mensuração é feita sobre uma operação em processamento e ainda não terminada. É correspondente a uma espécie de monitoração do desempenho, sem interferir no seu resultado ou na sua consecução. A comparação do resultado ou do desempenho em relação ao padrão pode resultar em três possibilidades: ■ CONFORMIDADE OU ACEITAÇÃO O resultado ou desempenho está de acordo com o padrão e, portanto, aceito. ■ DENTRO DA TOLERÂNCIA PERMITIDA Os resultados, ou desempenho, apresentam leve desvio quanto ao padrão, mas dentro da tolerância permitida — portanto, aceito — embora a conformidade não seja a ideal. ■ REJEIÇÃO O resultado ou desempenho apresenta desvio, afastamento ou discrepância para mais ou para menos em relação ao padrão, além da tolerância permitida — portanto, rejeitando e sujeito à ação corretiva. A comparação dos resultados obtidos com os resultados planejados geralmente é feita por meios de apresentação, como gráficos, relatórios, índices, percentagens, medidas, estatísticas, etc. Esses meios de apresentação impõem técnicas à disposição do controle, para que este tenha maior informação sobre aquilo que deve ser controlado. Por fim, chega-se à fase da ação corretiva. O controle organizacional deve indicar quando o desempenho não está de acordo com o padrão estabelecido e qual a medida a ser adotada. O objetivo do controle é exatamente indicar quando, quanto, onde e como se deve executar a correção. A ação corretiva é tomada a partir dos dados quantitativos gerados nas três fases anteriores do processo de controle. As decisões quanto às correções a serem feitas representam a culminação do processo de controle. Qualquer que seja o nível, a área de atividade ou o problema envolvido, o processo de controle é basicamente o mesmo e segue aproximadamente essas quatro fases. Pode mudar o mecanismo, mas o processo é sempre o mesmo. O controle depende e contribui para as outras funções administrativas, guardando estreito inter-relacionamento com todas elas. Sem o planejamento para fixar os objetivos e especificar as atividades, o controle não teria qualquer propósito. Sem a organização, a orientação sobre quem deve fazer as avaliações e quem deve tomar as ações corretivas, não existiria. Sem a direção, todos os relatórios de avaliação não teriam nenhuma influência sobre o desempenho atual da empresa. O desenvolvimento deste capítulo, além de servir para mostrar para o aluno como é o funcionamento de uma empresa, também serve para que se analise melhor como é ou será esse funcionamento, assim como colabora para que se reveja e se corrija os pontos que podem ser melhorados, fazendo modificações no modo como a empresa opera. Agora é com você: resolva os testes conceituais (concept tests) e estude por meio dos flashcards, para consolidar o seu aprendizado. E, sempre que for necessário, volte a estudar o materialda aula. Complemente seus estudos com materiais de outras fontes, além daquelas trabalhadas aqui. Referências AAKER, David A. Administração estratégica de mercado. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. CHIAVENATO, I. Administração. Rio de Janeiro: Elsiever, 2007. DE SORDI, J.O. Gestão por processos. São Paulo: Saraiva, 2014. KOTLER, Philip. Administração de marketing – Edição do Milênio – São Paulo: Makron, 2001. LACOMBE F.; HEILBORN G. Administração: Princípios e Tendências. São Paulo: Saraiva, 2014. MAXIMIANO, Antonio Cesar A. Introdução à administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias, prática. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. RIBEIRO, A.L. Teorias da administração.São Paulo: Saraiva, 2010. Seja bem-vindo à Aula de Aprendizagem 12 – “Desenvolvimento do Plano Operacional”! O controle exerce papel fundamental na empresa, apoiado em ferramentas que permitam integrar as várias atividades dentro de uma organização. O planejamento estratégico é um dos principais instrumentos de orientação e de controle de todas as atividades da empresa. Sua elaboração compreende a determinação da missão, que diz respeito ao propósito final perseguido pela organização. Paralelamente, o contínuo desenvolvimento das empresas e o aumento da competitividade exigem dos gestores o conhecimento de novas ferramentas de trabalho, que propiciem implantar mudanças e possibilitem obter resultados positivos (previamente definidos no planejamento estratégico). A evolução, aliada ao constante crescimento, altera as atividades internas da empresa, tornando as atividades e tarefas mais complexas, sendo necessário implantar um sistema de controle interno, que assegure e auxilie os administradores na gestão empresarial. O sistema de controle interno, por meio de suas ferramentas, permite que as operações sejam padronizadas, objetivando maior segurança e eficiência para obtenção dos resultados. Bons estudos! Gestão Estratégica Introdução Gestão Estratégica Controles podem ser classificados como organizacionais ou operacionais. Os métodos de controle organizacionais avaliam o desempenho geral da organização. Padrões de medidas, tais como lucratividade, crescimento das vendas, retorno sobre os investimentos, representam aspectos do desempenho organizacional. Formas de corrigir falhas para atingir esses padrões podem ser: redefinição de objetivos, replanejamento, mudança em organização formal, melhora da comunicação e motivação dos empregados. Formas de controle operacional1 Os controles operacionais envolvem desempenhos diários e podem ser corrigidos imediatamente para poder atingir os padrões esperados. Tipos de medidas são: volume de produção diária, qualidade de produção, problemas com abastecimento de matéria-prima. As correções devem ser rápidas para não diminuir o volume de produção esperado. O controle organizacional também é necessário para a eficácia do controle. Formas de Controle As formas de controle são bastante úteis para o gestor avaliar a organização. Parte do momento de controlar, que nada mais é do que a melhor época para a aplicação do controle, que vem a ser um fator significante do sistema. Os controles devem identificar os problemas antes de ocorrerem, porém, em algumas ocasiões, isso não é possível. Podemos classificar o controle em três momentos, a saber: ■ PRÉ-CONTROLE OU PREVENTIVO Qualquer técnica que possibilite identificar o problema antes dele ocorrer é considerada preventiva. O orçamento de caixa e a previsão de vendas são exemplos. ■ CONTROLE CONTÍNUO Mede os desvios à medida que eles ocorrem. Apesar de não ser tão ideal como o pré-controle, pode evitar grandes danos. Com o controle contínuo, a correção poderá ser efetuada antes que mais unidades fora do planejado sejam produzidas, evitando, assim, o desperdício de matéria-prima. ■ CONTROLE HISTÓRICO A grande maioria dos valores avalia os resultados após a ocorrência do fato. Se alguma ação corretiva necessita ser tomada, ela será em função de evitar que erros ocorram novamente. Estas três formas de controle, quando utilizadas juntas, podem permitir uma visão clara da situação da empresa e aumentar a eficácia. Quadro 1: Resumo das três formas de controle. MOMENTO DO CONTROLE Quando ocorre Características Exemplos Pré-controle Prevê variação do plano antes de ocorrer. Previsão de caixa e previsão de compra. Controle Contínuo Mede a variação de um padrão no momento que ocorre. Controle de qualidade. Controle Histórico Localiza a variação no plano após sua ocorrência. Relatórios financeiros e controles orçamentários. Fonte: SILVA (2017). Quando se fala em controle, a primeira ideia que vem à mente é a de alguém que verifica ou vigia a tarefa em questão. Porém, o controle que abordamos nesse capítulo não se restringe a essa visão, mas, sim, a um processo mais amplo que envolve uma comparação com padrões previamente estabelecidos e uma ação corretiva quando ocorrer diferença do planejado. Na figura abaixo, é mostrado como esse processo se desenvolve: Planejamento Tomara ação corretiva Definições de Padrões Medida Desempenho Compra Se existe desvio Figura 1: Modelo de Função Controle. Fonte: SILVA (2017). Referências AAKER, David A. Administração estratégica de mercado. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. CHIAVENATO, I. Administração. Rio de Janeiro: Elsiever, 2007. DE SORDI, J.O. Gestão por processos. São Paulo: Saraiva, 2014. KOTLER, Philip. Administração de marketing – Edição do Milênio – São Paulo: Makron, 2001. LACOMBE F.; HEILBORN G. Administração: Princípios e Tendências. São Paulo: Saraiva, 2014. MAXIMIANO, Antonio Cesar A. Introdução à administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias, prática. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. RIBEIRO, A.L. Teorias da administração.São Paulo: Saraiva, 2010. Gestão Estratégica A implementação de novas metodologias e tecnologias que se enquadram nos subsistemas das organizações, no modelo de gestão, no sistema de informação e nos processos operacionais, tem como objetivo, acima de tudo, estimular a competência das pessoas dentro das organizações, buscando o envolvimento e o comprometimento com os objetivos da empresa. O grande volume de operações realizado no dia a dia das empresas faz com que os seus gestores necessitem de um sistema de Controle Interno, que possibilite que todas as operações sejam realizadas de acordo com as políticas estabelecidas, para atingirem o objetivo esperado. Tipos de controle2 O controle interno é um instrumento que, por meio de suas ferramentas, auxilia a administração em todas suas atividades de caráter administrativo e operacional. No entanto, deve variar de acordo com a natureza do negócio, estrutura e tamanho da empresa, diversidade e complexidade das operações, métodos utilizados para processamento dos dados e requisitos legais e regulamentares aplicáveis. Deve ser implantado abrangendo os aspectos administrativos e operacionais em consonância com os valores e políticas estabelecidas pelos proprietários ou diretores, e seguido na íntegra por todos os funcionários da empresa. Deve, ainda, ser constantemente revisto e adaptado pelos auditores internos e apoiado pelos executivos e gestores. O controle interno é importante nas atividades organizacionais, porque contribui para a salvaguarda dos seus ativos, para o desenvolvimento do seu negócio e, consequentemente, para o resultado de suas operações, adicionando valor à entidade. Para que a empresa tenha certeza de estar correta no seu curso de ação, há a necessidade de uma avaliação em períodos curtos e regulares. Alguns autores ainda vão além, apontando que a avaliação deve ser feita tanto olhando para o passado como olhando para o futuro, como princípio de avaliaçãofuturológica. Há dois tipos básicos de controle, que podem ajustar tanto a ação como os padrões: ■ O SISTEMA ABERTO Utilizado para modificar os padrões, esse sistema é usado para ajustar padrões de inventários, volume de produção, cronogramas de compras, etc. ■ O SISTEMA FECHADO DE SEQUÊNCIA E AÇÃO Neste sistema, o processo de correção é automático e é chamado de feedback ou retroalimentação. Esse tipo de sistema é usualmente utilizado em computadores. É chamado de sistema fechado porque as informações partem de uma origem e, após o ciclo completo, voltam para a mesma. Se o sistema é uma sequência aberta, o processo termina na tomada de ação corretiva. Se a sequência é fechada, segue até o planejamento, conforme mostra a figura 12. O processo de avaliação, portanto, é feito em quatro passos distintos: ■ estabelecer padrões e métodos de medidas de desempenho; ■ medir o desempenho atual; ■ comparar com os padrões para determinar se há alguma diferença; ■ correção de qualquer desvio mediante uma ação corretiva. A simples definição do controle administrativo, como sendo o processo pelo qual administradores garantem que as atividades estão de acordo com o planejado, tem a vantagem de ligar planejamento com controle, porém, é uma definição muito simplista. Na realidade, o processo de controlar é mais complexo. Podemos defini-lo como sendo o esforço sistemático de estabelecer padrões de desempenho, estabelecer sistema de informação, comparar o atual desempenho com os padrões determinados e medir o grau de significância dos desvios apresentados, tomando ações corretivas para assegurar que a empresa possa atingir seu grau de eficiência quanto aos objetivos definidos no planejamento. Apesar do planejamento e estabelecimento de padrões fazerem parte da figura que representa o modelo do processo de controle, na realidade, o processo inicia-se na medição, e supõe-se que as atividades anteriores já estejam definidas. É muito difícil pensar em controle sem planejamento ou vice- versa. Muitos autores tratam da dicotomia planejamento- controle em um mesmo capítulo, considerando que um é complemento do outro. Tipos de medidas Para determinar o desempenho atual, é necessário colher informações. Existem várias formas de colher informações para o efeito de controle, e existem vários tipos de informações. Atualmente, a tendência de colher dados estatísticos é utilizar medidas mais objetivas para o controle das atividades da empresa. Porém, o uso de observações pessoais, relatórios escritos e orais é, também, muito frequente. Cada uma dessas técnicas de colher dados tem seus pontos fortes e fracos, e a combinação desses métodos permite obter informações mais confiáveis, bem como ter um maior número de dados. Um problema que o administrador enfrenta é definir um modelo de controle e a especificação do que deverá ser medido. A seleção de critérios errados pode resultar em uma consequência muito séria e um descrédito no processo. O controle é executado em função dos objetivos da empresa, e é ele que determinará o que é mais importante ser medido. Se a ênfase do controle deve ser dada na área financeira, de produção ou de marketing, dependerá do que a empresa pretende como produto final. Tipo de comparação A comparação é a determinação entre o desempenho atual e o desejável. Essa comparação depende, basicamente, dos padrões. Onde os padrões de desempenho estão abaixo dos níveis aceitáveis, a atenção deve ser maior. A fase de comparação no processo de controle exige que os padrões sejam conhecidos, que o desempenho atual tenha sido medido e que sejam definidos os níveis de tolerância. Tipo de ação corretiva O tipo de ação corretiva a ser tomado para restabelecer o desempenho aceitável dependerá do fator medido e da decisão feita sobre as causas e a definição dos métodos de correção. Há dois tipos distintos de ação corretiva: ■ CORREÇÃO IMEDIATA É a colocação das coisas nos devidos lugares imediatamente. ■ CORREÇÃO BÁSICA Primeiro, se pergunta como e por que houve desvio, e depois se procura fazer os ajustes necessários de maneira permanente. Bons administradores reconhecem que devem preocupar- se mais com a correção básica. Qualidades de um bom sistema de controle Existem certas qualidades que tornam um sistema de controle mais eficiente. Algumas dessas qualidades são: ■ TEMPO Os controladores devem chamar a atenção do desvio, a tempo de efetivar uma correção, antes que haja um prejuízo muito grande para o desempenho da organização. ■ FLEXIBILIADE O sistema deve ter flexibilidade para ajustar a mudança, tanto das operações internas como do ambiente externo. O reconhecimento dessa mudança é uma constante que toda organização deve enfrentar. ■ ECONOMIA Apesar de ser um sistema de controle desejável, deve ser econômico mantê-lo em operação. Não é aconselhável instalar um sistema de controle cujos custos são maiores do que os desvios esperados. Os custos normalmente aumentam com a precisão da medida. ■ SER APROPRIADO Para serem apropriados à natureza da empresa, tanto os padrões como os controles devem ser realísticos, aceitáveis, objetivos e bem elaborados. Essas condições são inter-relacionadas. ■ GRAU DE COMPREENSÃO O sistema deve ser legível, tanto para o administrador que o coordena como para os indivíduos e grupos que o interpretam e o influenciam. Na medida do possível, a simplicidade é um fator-chave para se ter um bom grau de compreensão do sistema. ■ DAR ÊNFASE ÀS EXCEÇÕES O administrador não tem tempo para se dedicar a rotinas, de forma que deve ser comunicado das exceções somente quando elas são realmente diferentes dos reais. ■ RELAÇÃO CONTROLE-TEMPO Existem várias fases em que pode ocorrer o controle sobre uma atividade. As fases mais fáceis de serem identificadas são: ■ Pré-controle: antes das atividades serem executadas, cujo objetivo é diminuir o efeito erro na execução de uma dada tarefa. ■ Corrente: durante a execução das atividades, procurando manter sempre as atividades no curso da ação. ■ Pós-controle: após a execução das atividades, que é a avaliação dos resultados, segundo um padrão preestabelecido. A ação corretiva dos desvios detectados pode e deve ser tomada em qualquer uma das fases do controle. Além dessas fases, a ação de controlar pode ocorrer a qualquer momento ou fase da tarefa, desde que uma necessidade for identificada. Por exemplo, quando a tarefa é complexa ou é um projeto de grande importância, há a necessidade de um controle contínuo e sistemático, pois os riscos de sucesso ou insucesso são grandes e um erro pode ser bastante prejudicial para a empresa. Referências AAKER, David A. Administração estratégica de mercado. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. CHIAVENATO, I. Administração. Rio de Janeiro: Elsiever, 2007. DE SORDI, J.O. Gestão por processos. São Paulo: Saraiva, 2014. KOTLER, Philip. Administração de marketing – Edição do Milênio – São Paulo: Makron, 2001. LACOMBE F.; HEILBORN G. Administração: Princípios e Tendências. São Paulo: Saraiva, 2014. MAXIMIANO, Antonio Cesar A. Introdução à administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias, prática. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. RIBEIRO, A.L. Teorias da administração.São Paulo: Saraiva, 2010. Gestão Estratégica Um sistema de controle eficiente é baseado em um sistema de informação gerencial eficiente (SIG). Um SIG pode ser definido como um método formal de dar aos gerentes informações necessárias para a tomada de decisões, ou seja, é um método formal (e também informal) de tornar disponíveis para a administração as informações precisas, necessárias para facilitar o processo de tomada de decisão e para dar condições para que as funções de planejamento, controle e operacionais da organização sejam executadas eficazmente. O sistema fornece informaçõessobre o passado, o presente, e o futuro projetado sobre efeitos relevantes dentro e fora da organização. Como tornar um sistema de controle eficiente – dashboard3 O valor das informações vindas do SIG depende da qualidade, tempo e relevância para a ação administrativa. Quando o sistema apresenta um bom equilíbrio na combinação desses fatores, será considerado eficiente. Outro aspecto importante é o custo/benefício dessas informações, pois devem ser bem equilibrados. O tipo de informação difere de acordo com o nível hierárquico que o indivíduo ocupa na organização. A alta administração necessita de informações de fontes externas, pois trabalha com planejamento estratégico. Para os administradores do meio, necessita de informações de fontes internas, pois trabalha com planejamento operacional, o que demanda detalhes e maior volume de dados. Podemos dizer, portanto, que um SIG tem a finalidade criar canais de comunicação dentro de uma organização, de modo que transcende os canais formais de comunicação. De fato, muitas vezes, os administradores detectam problemas antes que apareçam nos relatórios formais de controle, porque estão sintonizados nos boatos. A capacidade dos administradores de manter canais eficazes de comunicação informal, de perceber as implicações das informações que esses canais transmitem, e de avaliar, decidir e agir rapidamente sobre essas informações, ampliam enormemente a utilidade da SIG. É possível afirmar que os sistemas de informações gerenciais podem, sob determinadas condições, trazer os seguintes benefícios para as empresas: ■ Redução dos custos das operações. ■ Melhoria no acesso às informações, propiciando relatórios mais precisos e rápidos, com menor esforço. ■ Melhoria de produtividade, tanto setorial quanto global. ■ Melhoria nos serviços realizados e oferecidos. ■ Melhoria na tomada de decisões, por meio de fornecimento de informações mais rápidas e precisas. ■ Melhoria na estrutura organizacional, por facilitar o fluxo de informações. ■ Melhoria na adaptação da empresa para enfrentar os acontecimentos não previstos, a partir das constantes mutações nos fatores ambientais. ■ Otimização na prestação dos seus serviços aos clientes. ■ Melhor interação com seus fornecedores. ■ Aumento do nível de motivação das pessoas envolvidas. Para que a empresa possa usufruir das vantagens básicas do sistema de informações gerenciais, é necessário que alguns aspectos sejam observados, entre os quais podem ser citados: ■ O envolvimento adequado da alta e média administração com o SIG. ■ A competência por parte das pessoas envolvidas no SIG. ■ O uso de um plano-mestre. ■ A atenção específica ao fator humano da empresa. ■ A habilidade dos executivos da empresa para tomarem decisões com base em informações. ■ O apoio catalisador de um sistema de controladoria (contabilidade, custos e orçamentos). ■ O conhecimento e a confiança no SIG. ■ A adequada relação custo X benefício. Dashboards O dashboard é um quadro que resume as informações mais importantes que um gestor e sua equipe precisam conhecer para poderem tomar decisões. Mas, quais são as informações que devem fazer parte do dashboard? Deve-se analisar a cadeia de processos e identificar aqueles que agregam valor ao negócio, isto é: entregam mais valor percebido ao cliente final. Definir indicadores de desempenhos (KPIs) para processos pouco relevantes para a empresa só deixará seu dashboard amplo, de difícil leitura e com informações que, muitas vezes, podem ser inúteis. Além disso, os indicadores de desempenho devem ser fáceis de medir e não apresentar possibilidade de erros de aferição nesse processo. Caso isso ocorra, por mais que o dado seja relevante, não será confiável. Um medidor de desempenhos deve ser representado por números – chamados de índices – simples de serem interpretados por toda a equipe. Os Dashboards fornecem uma representação ilustrada do desempenho dos negócios em toda a organização. Os Scorecards fornecem uma representação visual dos indicadores-chave de desempenho (KPIs) – indicadores cuidadosamente selecionados, que ajudam as empresas a medir e gerenciar o desempenho. É possível definir indicadores de desempenhos que mostrem resultados e indicadores de tendência que mostrem se o gestor está no caminho certo. Por exemplo, o valor das vendas mensais mede o resultado e pode definir se a performance foi boa, ao final do período. Já, o número de orçamentos solicitados é um indicador que pode ajudar a prever se as vendas serão boas antes do final do período. Lembre-se: o dashboard mostra um retrato da situação da empresa naquele momento, sendo preciso interpretá-lo adequadamente, comparando os dois tipos de indicadores de desempenhos para se ter ideia dos resultados futuros. Os dashboards, portanto, devem conter um número suficiente de informações, mas não em excesso, de forma a não impedir uma visualização ágil. É muito importante saber escolher o gráfico certo para a representação visual adequada de cada indicador, da maneira mais intuitiva possível. As cores são outro elemento que pode auxiliar muito, mas deve-se tomar cuidado para que o contraste não seja excessivo. Alguns dashboards, com informações estratégicas e confidenciais, têm acesso restrito aos níveis de gestão mais elevados. Outros, com informações táticas, podem ser compartilhados com equipes e seus membros, o que ocorre usualmente com softwares de gestão, automação de marketing e gerenciamento de equipes. Por fim, dashboards com índices de performance operacional, em muitas organizações, ficam expostos para toda a equipe em grandes monitores — hábito muito comum com times de suporte ao cliente e telemarketing, por exemplo. https://www.heflo.com/pt-br/definicoes/indicador/ https://www.heflo.com/pt-br/definicoes/indicador/ http://blog.lahar.com.br/software-de-automacao-de-marketing/ Em suma, O dashboard organizará e apresentará melhor os conteúdos informativos, dando a eles um design mais profissional e interativo. Todo resultado apresentado será mais facilmente analisado, possibilitando uma melhor tomada de decisões. Dentre as inúmeras possibilidades, pode-se criar um dashboard gerencial em que são utilizados gráficos de barras, de linhas ou de pizza, assim como tabelas que apresentam os resultados de uma empresa, como mostra a Figura 2: % Lucros Region-wise e Quarter-wise Lucro total% Pipeline de vendas Qtr 1 Qtr 2 Qtr 3 Qtr 4 Leste Norte Sul Oeste Prospecções Qualificações Propostas Negociações Vendas Receita Despesas 67% 92% 71% 55% 85% 94% 85% 67% 79% 65% 90% 71% 96% 60% 80% 88% 929 605 450 384 341 76901 56325 Figura 2: Dashboard gerencial. Fonte: SILVA (2017). Obviamente que um dashboard não se resume à análise gerencial de uma empresa. Pode-se construir um painel de informações para analisar o andamento de um projeto, o gerenciamento de vendas e para uma infinidade de outras situações. O propósito de um painel de gerenciamento de projeto é fornecer o status de execução do projeto e as características do projeto salientes para estar disponível em um instante. Um gerente de projeto deve usar esse retratado de dados não apenas para acompanhamento dos projetos, mas também para relatar à gestão de topo e cliente. No caso de um dashboard para o gerenciamento de vendas, ele englobaria analise da região e/ou a análise temporal das vendas, de modo a obter insights sobre a tendência de vendas (e, assim, poder estabelecer uma previsão futura). Isso ajudaria na comparação do desempenho de vendas com os concorrentes, avaliando a equipe de vendas, identificando potenciais pontos fortes e fracos e planejamento para o futuro. Esses exemplos são retratados nas figuras a seguir: Planejamento de projeto 5 de Maio 15 de Maio 25 de Maio 4 de Junho 14 de Junho 24 de Junho 4 de Julho 14 de Julho 24 de Julho 3 de Agosto Começo PlanejamentoRequisitos projeto Análise de requisitos Design Reviews Desenvolvimento Entrega alfa Teste alfa Entrega beta Teste beta Lançamento Baixo Completo Em atraso Em desenvolvimento Não iniciado 0 5 10 15 Riscos abertosStatus da tarefa Médio Alto 13 8 4 42% 33% 17% 8% Figura 3: Dashboard para análise de projetos. Fonte: SILVA (2017). Vendas Region-wise para abril - junho 2016 AbrilRegião Maio Junho Tendência Tendência de vendas Previsão de vendas - região oeste Leste Norte Sul Oeste Leste Norte Sul Leste Abril Maio Oeste Linear (Oeste) Junho Abril Maio Junho 1500000 1000000 500000 0 1400000 1300000 1200000 1100000 1000000 90000 80000 70000 60000 50000 40000 950225 874207 1216288 760180 599385 719262 599385 1318647 1108674 1026550 1149736 1313984 1600000 1100000 600000 Figura 4: Dashboard para análise de vendas. Fonte: SILVA (2017). Neste capítulo, vimos como deve ser implementado o controle dos processos dentro de uma organização. Vimos que as formas e tipos de controles, os tipos de medidas, tipo de comparação, tipos de ação corretiva e as qualidades de um bom sistema de controle. Por fim, foram apresentadas formas de tornar um sistema de controle eficiente, dentre os quais, o dashboard é uma ferramenta relevante. Referências AAKER, David A. Administração estratégica de mercado. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. CHIAVENATO, I. Administração. Rio de Janeiro: Elsiever, 2007. DE SORDI, J.O. Gestão por processos. São Paulo: Saraiva, 2014. KOTLER, Philip. Administração de marketing – Edição do Milênio – São Paulo: Makron, 2001. LACOMBE F.; HEILBORN G. Administração: Princípios e Tendências. São Paulo: Saraiva, 2014. MAXIMIANO, Antonio Cesar A. Introdução à administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias, prática. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. RIBEIRO, A.L. Teorias da administração.São Paulo: Saraiva, 2010. Seja bem-vindo à Aula de Aprendizagem 13 – “Elaboração de mecanismos de monitoramento e aprendizado da estratégia”! Cada vez mais, as empresas estão se especializando e melhorando seus produtos, o que, consequentemente, eleva o nível de exigência dos consumidores. Isso implica um processo mais complexo dentro das organizações, para que a demanda seja atendida da melhor forma possível, a fim de garantir uma estabilidade dentro dos moldes do mercado. Para que esse alinhamento seja eficaz, é necessário um plano sobre como todo o processo produtivo deve acontecer, além de um plano de contenção, para solucionar possíveis eventualidades durante esse processo. É a partir dessa ideia que surge o controle da produção. Gestão Estratégica Introdução Toda empresa possui, implícita ou explicitamente, visão, valores, missão, propósitos, macroestratégias, macropolíticas, objetivos, desafios, metas, estratégias, políticas e projetos. Para alcançar os resultados desejados, entretanto, é necessário que a empresa decomponha seus objetivos, até que sejam transformados em ações e resultados. Os primeiros a reconhecerem que a melhoria da qualidade não é privilégio ou responsabilidade apenas do setor de produção foram os japoneses. Vários estudos e resultados de pesquisas foram publicados sobre a forma como os japoneses conduzem seus negócios e qual o modelo de sucesso para chegar ao ponto de derrubarem concorrentes que, antes, eram absolutos no mercado. O interesse e a iniciativa pela melhoria da qualidade – o que muito se discute na área da produção – são elementos diretamente ligados ao resultado final do produto e à satisfação do cliente. Entretanto, experiências mostram que toda a organização deve estar envolvida no processo de busca pela melhora da qualidade. No decorrer desta aula, será possível ao aluno verificar que muitos aspectos dos processos administrativos e todas as áreas devem ter uma parcela de tarefas a cumprir para que esse objetivo seja atingido. Bons estudos! Gestão Estratégica O controle é a função do processo administrativo que, mediante a comparação com padrões previamente estabelecidos, procura medir e avaliar o desempenho e o resultado das ações, com a finalidade de realimentar aqueles que tomam as decisões. Assim, podem corrigir ou reforçar esse desempenho ou interferir em outras funções do processo administrativo, para assegurar que os resultados satisfaçam às metas, aos desafios e aos objetivos estabelecidos. A Figura 1 apresenta o esquema do fluxo de controle e avaliação do sistema administrativo. O controle de Produção1 Gerar informações Ação Alimenta o tomador de decisões Há desvios SIM NÃO NÃO É de desempenho Início do processo de controle e avaliação Compara e avalia Reformula sistema administrativo SIM Alcance dos objetivos e desafios Acerta e reformula desempenho Padrões estabelecidos Figura 1: Fluxo de controle e avaliação do sistema administrativo. Fonte: SILVA (2017). O resultado final do processo de controle é a informação acerca do andamento da empresa. Assim, cabe ao gestor estabelecer um sistema de informações que possibilite uma contínua e efetiva avaliação de objetivos, desafios, metas, estratégias e projetos. Antes de iniciar o controle e a avaliação dos itens do planejamento estratégico, deve-se estar atento a determinados aspectos de motivação, capacitação, informação e tempo acerca do que ocorre dentro da organização. Com relação à motivação, deve-se verificar se o nível está adequado para o desenvolvimento do processo produtivo. Para essa finalidade, verificam-se diversos aspectos, por exemplo: ■ se objetivos, desafios e metas foram entendidos e aceitos; ■ se os sistemas de premiação e de punição estão estipulados nos desempenhos individual e de grupo, devidamente analisados e avaliados. Quanto à capacitação, deve-se verificar se a empresa e os funcionários estão habilitados para a realização do processo de controle e avaliação. Em relação à informação, deve-se verificar se há todos os dados necessários ao controle e se estes foram devidamente comunicados a todos os interessados dentro da organização. Quanto ao tempo, é necessário verificar se todos os executivos da empresa, em seus níveis, têm o tempo adequado para se dedicarem à função de controle e avaliação do planejamento estratégico. Finalidades da função controle e avaliação A função controle e avaliação, em um processo de planejamento estratégico, tem algumas finalidades. São elas: ■ identificar problemas, falhas e erros que se transformam em desvios do planejado, com a finalidade de corrigi-los e evitar a reincidência; ■ fazer com que os resultados obtidos com a realização das operações estejam, tanto quanto possível, próximos dos resultados esperados e possibilitem o alcance dos desafios e a consecução dos objetivos; ■ verificar se as estratégias e políticas estão proporcionando os resultados esperados, dentro das situações existentes e previstas; ■ proporcionar informações gerenciais periódicas, para que seja rápida a intervenção no desempenho do processo. A partir das finalidades, a função controle e avaliação pode ser utilizada como instrumento administrativo para: ■ corrigir ou reforçar o desempenho apresentado; ■ informar sobre a necessidade de alterações nas funções administrativas de planejamento, organização e direção; ■ proteger os ativos da empresa (financeiros, tecnológicos, humanos e outros) contra furtos, roubos e desperdícios; ■ garantir a manutenção ou o aumento da eficiência, eficácia e efetividade na consecução de objetivos, desafios e metas da empresa; ■ informar se os programas, projetos e planos de ação estão sendo desenvolvidos de acordo com o estabelecido e apresentando os resultados desejados; ■ informar se os recursos estão sendo utilizados da melhor maneira possível. Verifica-se, portanto, que a função controle e avaliação está no mesmo nível de importância das demaisfases do planejamento estratégico: ■ identificar missão, visão, valores, objetivos e metas; ■ análise do ambiente externo e interno; ■ formulação de estratégias e plano de ação; ■ monitoramento e controle. A função controle e avaliação representa a atividade básica para retroalimentação do processo de planejamento estratégico. Um aspecto que pode reforçar a importância dessa etapa é o nível de interação da função controle e avaliação com a eficiência, eficácia e efetividade da empresa. A eficiência costuma ser de difícil avaliação, visto que podem ocorrer diferentes opiniões a respeito da eficiência com que os recursos foram utilizados. Existem alguns aspectos que podem prejudicar a eficiência, eficácia e efetividade do processo de controle e avaliação. São eles: ■ lentidão e deficiência nas informações; ■ insuficiência de informações; ■ sistemas de controle de difícil entendimento; ■ planos mal elaborados e implementados; ■ estrutura organizacional inadequada; ■ incapacitação dos profissionais da empresa. Referências AAKER, D. A. Administração estratégica de mercado. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. CHIAVENATO, I. Administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. DE SORDI, J.O. Gestão por processos. São Paulo: Saraiva, 2014. KOTLER, Philip. Administração de marketing – Edição do Milênio – São Paulo: Makron, 2001. LACOMBE F.; HEILBORN G. Administração: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2014. MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias, prática. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. RIBEIRO, A. L. Teorias da administração. São Paulo: Saraiva, 2010. Gestão Estratégica Os níveis de controle e avaliação são consequências dos níveis ou tipos de planejamento de uma empresa. O executivo pode efetuar o controle em relação ao desempenho de toda a empresa, em relação ao desempenho de cada uma das áreas funcionais e em aplicações bem mais específicas, dentro de cada área funcional da empresa em análise. Essa situação pode ser visualizada na Figura 2. Os níveis de controle e avaliação2 NÍVEL INSTITUCIONAL NÍVEL INTERMEDIÁRIO NÍVEL OPERACIOANAL Controle estratégico Controle operacional Controle tático Direcionamento ao longo prazo Preocupação com o futuro Aborda toda a organização Focaliza o ambiente externo Ênfase na eficácia Direcionado ao curto prazo Aborda cada tarefa ou operação Focaliza cada processo Ênfase na eficiência Direcionado ao médio prazo Aborda cada departamento ou unidade organizacional Focaliza a articulação Interna Figura 2: Os três níveis de controle. Fonte: SILVA (2017). O controle estratégico decorre do processo de planejamento estratégico e envolve, essencialmente, as relações da empresa com o ambiente, além de controlar o ambiente como um todo. Normalmente, esse controle envolve decisões como: ■ alteração dos objetivos estabelecidos em função de alterações ambientais, com reflexos em oportunidades ou ameaças para a empresa; ■ alteração de estratégias e políticas estabelecidas, em função de determinadas ações serem mal conduzidas; ■ revisão do diagnóstico estratégico para melhor adequação da empresa ao ambiente no qual está inserido. No controle tático, os padrões de controle e avaliação são estabelecidos a partir dos objetivos setoriais (departamentos), visando a avaliar os resultados de cada área além dos sistemas administrativos. O foco do controle está no resultado global da área, mediante uma visão integrada de todas as operações. O controle tático pode envolver algumas decisões, tais como: ■ alteração da alocação de recursos em uma área funcional da empresa para melhor alcançar os objetivos; ■ revisão dos sistemas de informações entre as grandes áreas para melhorar a eficácia da empresa. A última etapa de controle é o controle operacional. Nele, o controle e a avaliação são realizados pela execução das operações, isto é, sobre a própria execução das tarefas do dia a dia da empresa. As decisões dessa etapa podem ser: ■ revisão do quadro de pessoal; ■ alteração do sistema de controle de vendedores; ■ alteração dos relatórios de análises de custos; ■ determinação do processo de controle de qualidade da produção. Referências AAKER, D. A. Administração estratégica de mercado. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. CHIAVENATO, I. Administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. DE SORDI, J.O. Gestão por processos. São Paulo: Saraiva, 2014. KOTLER, Philip. Administração de marketing – Edição do Milênio. São Paulo: Makron, 2001. LACOMBE F.; HEILBORN G. Administração: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2014. MAXIMIANO, Antônio Cesar A. Introdução à administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias, prática. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. RIBEIRO, A.L. Teorias da administração. São Paulo: Saraiva, 2010. Gestão Estratégica O controle é uma consequência do processo de planejamento e de alguns aspectos instrumentais e comportamentais da etapa do processo administrativo. Visando à Qualidade Total da Organização, verifica-se que é necessário utilizar muito do aspecto acerca da avaliação do processo produtivo da empresa. A avaliação de uma organização é tratada de modo secundário pela maioria dos administradores, o que decorre do não compromisso com conceitos sólidos de avaliação. Administrando a excelência e a qualidade3 Quando se fala em avaliação, a recorrência imediata é a de que está se falando em valor e, portanto, um ato de valorizar. No entanto, a avaliação é um processo que envolve uma apreciação qualitativa e quantitativa acerca de uma: ■ pessoa; ■ ação; ■ área de atuação; ■ instituição. Os procedimentos de avaliação podem envolver fatores objetivos baseados em conceitos e modelos matemáticos, ou conceitos subjetivos baseados em objetivos ideais. A avaliação não pode ser considerada pragmática. Não está fundamentada em etapas a cumprir, mas associada a posições favoráveis que a organização espera encontrar no momento de sua ação. O importante não é o quanto faz melhor, e sim se está fazendo melhor do que o período último de sua avaliação, tomando-se por padrões o interno e o externo tanto quanto possível. Isso significa que a avaliação, quando existente, é feita utilizando-se padrões de comportamento não necessariamente ligados a planejamento, mas a modelos existentes dentro do seu universo enquanto organização. A avaliação, ao contrário do controle, pode ser desvinculada do planejamento. Sendo necessária para conhecer o desempenho de uma área de atuação, atividade, programa ou instituição, a avaliação pode estar ligada a objetivos diferentes de liderança daqueles definidos no planejamento. A avaliação só ocorre quando há uma filosofia administrativa que a adote, e depende muito do estilo de liderança que for adotado. A avaliação, contudo, deve permitir: ■ medir a eficácia dos programas e das atividades desenvolvidas nas áreas organizacionais; ■ estabelecer um inventário dos recursos humanos disponíveis nesses programas de atuação; ■ dar condições políticas de estabelecer novo curso de ação para atingir os objetivos. Os resultados desse processo dependem, basicamente, das informações geradas por um sistema. Uma avaliação baseada em informações incorretas não tem qualquer significado. O desafio de enfrentar mudanças futuras e implementar um programa de Qualidade Total na Organização é muito grande. Deve- se ter sempre em mente que a melhoria da qualidade é uma tarefa sem fim e de todos os colaboradores da empresa. Atualmente, os empresários, altos executivos e gestores estão muito mais preocupados em despender seu tempo na busca pelos “grandes vilões da história”, ou seja, os culpados pelo fracasso na economia, recessão e falta de competitividade internacional. O temposempre deveria ser utilizado, primeiro, para buscar soluções para os problemas e, então, para buscar seus culpados. O tempo e a energia são escassos e, enquanto forem utilizados para um fim, não será possível utilizá-los para outro objetivo ainda mais necessário. Os japoneses introduziram a filosofia de que quanto mais informações reunirem sobre como as coisas acontecem dentro da empresa, mais bem preparados estarão para enfrentar os problemas. A partir daí, geraram formas de obtenção de dados que o sistema formal falha em fornecer. Com isso, surgiu o Círculo de Controle de Qualidade (CCQ), que provocou grande agitação entre os administradores de Recursos Humanos e Desenvolvimento Organizacional, pois seria a maior descoberta para a área. Na realidade, o CCQ já tinha como objetivo principal a obtenção da melhoria da qualidade da produção. Apesar de ter características participativas, isto é, fazer com que os membros de vários níveis da organização participassem na solução de alguns problemas, a sua criação está condicionada a um reflexo nos resultados finais da empresa. O CCQ está, portanto, a serviço do Programa de Qualidade Total da Organização. No entanto, não é, necessariamente, dependente. As diferenças entre um e outro são muitas, como a formalidade para a operacionalidade. O CCQ é formado por operários voluntários que definem projetos simples e de curto prazo com vistas a soluções de problemas de fábrica ou administrativos, que refletem em resultados imediatos de melhoria de relações de trabalho, qualidade de vida do trabalhador, clima organizacional e segurança no trabalho. O resultado colabora para a produtividade e a qualidade do produto final. A Qualidade Total da Organização é definida como um processo formal com pessoas designadas para tal, com objetivos claramente definidos e projetos de ação a curto, médio e longo prazos para que o programa tenha sucesso. Alguns programas do CCQ não dependem de despesas adicionais, mas da vontade pessoal de mudar ou de pequenos investimentos. O programa de qualidade total pode demandar investimentos adicionais de considerável monta que a empresa deverá estar disposta a investir. Como esse processo deve ser visto e desenvolvido como um sistema integrativo entre as várias áreas da organização, é aqui analisado do ponto de vista sistêmico, cuja configuração pode ser definida como apresentado no Quadro 1. Quadro 1: Sistema de qualidade total na organização. ENTRADA NÚCLEO SAÍDA Informações sobre padrões e medidas de Qualidade Planos e política Produto desenvolvido Ser o primeiro em qualidade total organizacional Informações de mercado/ consumidor concorrente Sistema de produção Recursos humanos Políticas de qualidade Sistemas de marketing e serviços Sistemas computacionais Informações sobre produtividade Auditoria organizacional Fonte: SILVA (2017). Para analisar o sistema de qualidade total na organização, é preciso introduzir o conceito de processo administrativo hierarquizado, isto é, o mesmo processo deve ocorrer em todos os níveis da organização, como ilustra o Quadro 2. Quadro 2: Processo hierarquizado de qualidade total na organização. AMBIENTE 3ª chamada de decisão Cliente/mercado ÁREAS 2ª chamada de decisão Processos INDIVÍDUOS 1ª chamada de decisão FEEDBACK Produtos Fonte: SILVA (2017). Ao nível da organização, deve-se sempre buscar informações do ambiente externo que servirão para manter a organização atualizada, assim como alimentar os níveis inferiores com dados para redefinir programas de ação. Como resultado dessa linha de atuação, os clientes ficarão satisfeitos e haverá uma organização competitiva no mercado. As informações do ambiente externo relevantes podem ser: ■ políticas econômicas; ■ exportações; ■ novas tecnologias; ■ novos padrões de qualidade e produtividade da indústria. Nas áreas operacionais da organização, a partir de estratégias e políticas de atuação definidas após o ambiente ser rastreado, será possível reestudar os sistemas e redefinir os planos de ação. Como resultado, haverá sempre os sistemas administrativos atualizados e adequados para os objetivos de Qualidade Total. As estratégias de Qualidade Total da Organização deverão estar sempre presentes nesse nível de decisão. Os indivíduos envolvidos nos processos administrativos dentro de cada área estarão preparados e motivados para produzir o melhor resultado, o qual será representado por melhores produtos e serviços. O executor está envolvido diretamente com a tarefa, aplicando as táticas operacionais de qualidade total. Uma organização realmente interessada em melhorar a qualidade deve ter uma política claramente definida, entendida, aceita, absorvida e vivida por todos dentro da empresa. A clara definição pelo programa faz com que as pessoas envolvidas consigam preparar-se melhor para atingir seus objetivos. Um projeto dessa natureza não deverá, sob qualquer hipótese, ser restrito a alguns níveis hierárquicos. Visto que não há um dado sigiloso ou que possa gerar poder para que detém a informação, o projeto não deve “morrer” na mesa de chefes que utilizam tal estilo de comandar. O sucesso do programa está baseado na vontade dos executores e gestores. As pessoas com vontade e dedicação serão as grandes responsáveis pelos resultados positivos. Isso gera uma demanda na área de Recursos Humanos, com ênfase nas atividades de treinamento e relações de trabalho. O treinamento deve ser visto como uma ação contínua, envolvendo tanto os aspectos técnicos do sistema de produção e computacionais quanto os aspectos humanos do trabalho. Uma das fontes para aferição das necessidades de treinamento utilizadas pelos japoneses é o Círculo do Controle da Qualidade (CCQ). Esse sistema gera um conjunto de informações suficientes para determinar pontos fortes e fracos nos vários sistemas que compõem a empresa e, a partir dele, é possível definir programas de treinamento contínuos. O funcionamento do CCQ é demonstrado na Figura 3. Membros detectam problemas Problemas são analisados pelo grupo Grupo gera as soluções e as desenvolve Grupo formaliza a melhor opção para dado problema Administração analisa, aprova e acompanha resultados Média gerência implementada Figura 3: Funcionamento de um CCQ. Fonte: SILVA (2017). As relações de trabalho são importantes no CCQ, pois, caso as soluções não tenham boa receptividade ou sejam esquecidas nas gavetas das hierarquias superiores, podem provocar uma piora nos resultados produtivos e qualitativos. A existência de um CCQ não condiciona a existência de um programa de melhoria da qualidade total da organização. Existem outras formas de participação nos problemas organizacionais. O importante é a filosofia envolvida em todos nos processos, cuja forma ficará por conta e determinação de cada empresa. Neste aula, foi possível estudar o tema do controle e da avaliação dos processos de planejamento dentro da empresa. O controle é um processo longo e abrange todos os níveis de planejamento dentro da organização. Além disso, foi apresentada a forma de buscar a excelência e a qualidade total dentro da empresa. Vários são os fatores que contribuem nesse sentido: ambiente, processos e produto. Agora, o aluno pode resolver os testes conceituais (concept tests) e estudar através dos flashcards para consolidar seu aprendizado. Sempre que for necessário, pode estudar o material da aula. É importante o estudante complementar seus estudos com materiais de outras fontes, além das que foram trabalhadas aqui. Referências AAKER, D. A. Administração estratégica de mercado. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. CHIAVENATO, I. Administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. DE SORDI, J.O. Gestão por processos. São Paulo: Saraiva, 2014. KOTLER, Philip. Administração de marketing – Edição do Milênio. São Paulo: Makron, 2001. LACOMBE F.; HEILBORN G. Administração: princípiose tendências. São Paulo: Saraiva, 2014. MAXIMIANO, Antônio Cesar A. Introdução à administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias, prática. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. RIBEIRO, A. L. Teorias da administração. São Paulo: Saraiva, 2010 Seja bem-vindo à Aula de Aprendizagem 14 – “Unidade Estratégica de Negócios”! Toda empresa é criada visando a ter sucesso. Entretanto, não são todas que o alcançam. De acordo com Zuck e Allen (apud Castro e Santos, 2006), sete dentre oito empresas falham para alcançar as estratégias determinadas no planejamento estratégico. Um dos fatores que contribuem para esse resultado é a grande parte dos colaboradores das grandes empresas que não têm conhecimento sobre as estratégias definidas pela direção (Kaplan e Norton apud Castro e Santos, 2006). Esse cenário mostra que, usualmente, não há uma divulgação dentro das organizações do que vem sendo traçado pelos diretores e gestores das empresas para os demais colaboradores das organizações. Gestão Estratégica Introdução Na contramão dessas análises, algumas empresas conseguem atingir o que é previamente traçado pelo planejamento, apresentando crescimento sustentado e melhorias de longo prazo. Em muitas dessas empresas, há uma unidade corporativa que gera a estratégia e todas as questões relacionadas a ela, em um escritório centralizado que traça a gestão estratégica. A essa iniciativa de criar uma unidade corporativa estratégica se dá o nome de Unidade Estratégica de Negócios (Office of Strategic Management – OSM). Bons estudos! Gestão Estratégica A implementação da estratégia nas empresas tem levantado questões quanto ao modelo de interação com outros modelos de gestão (por exemplo, a gestão pela qualidade total apresentada na aula 13, a qual agrega várias frentes de atuação dentro da organização). Quanto maior for a necessidade de orientação estratégica de uma organização, maior será a demanda e a intensidade dessas demandas por iniciativas estratégicas. Unidades Estratégicas de Negócios1 À luz dessas necessidades de iniciativas estratégicas, quaisquer modelos de gestão que sejam implementados devem ser sincronizados e unidos de forma a permitir o maior benefício possível para a organização. Porém, o que se observa na prática não é uma implementação prática tão simples. Se, por um lado, o acesso à literatura dos métodos de gestão é de fácil acesso, por outro, as organizações, usualmente se defrontam com dificuldades na implementação dos modelos na prática. Como apontado por Kaplan e Norton na introdução desta aula, as empresas não implementam inter-relações e conexões entre os modelos de gestão e os setores operacionais e departamentais das empresas. Contudo, quando as conexões são realizadas de forma focada e criteriosa, gera-se um ativo organizacional diferenciado da concorrência, que só vem a agregar dentro da organização. Nesse sentido, a criação de um escritório central de gestão da estratégica pode parecer uma decisão impositiva e arriscada, além de inibidora de iniciativas localizadas, mas que, na prática, só tem a contribuir. A Unidade Estratégica de Negócios (UEN) é conceituada como o agrupamento de atividades que tenham a amplitude de um negócio e atuem em perfeita interação com o ambiente. Uma UEN responsável pela implementação da gestão estratégica torna-se um ponto de encontro das ideias que surgem da efetiva implementação dos projetos estratégicos, que possibilitem torná-las corporativas. Tal modelo de gestão é indicado a grandes empresas que possuem muitas operações. Assim, a administração dessas operações torna-se mais fácil, visto que as decisões são tomadas por um núcleo que, portanto, será responsável pelo controle do negócio e suas atividades, tal como mostra a Figura 1: Administração UEN A UEN B UEN C Divisão 1 Divisão 2 Divisão 3 Divisão 4 Divisão 5 Divisão 6 Figura 1: Estrutura por Unidade Estratégica de Negócio. Fonte: SILVA (2017). Além da estrutura apresentada, uma UEN pode ter uma estrutura do tipo matricial ou rede. O importante é frisar que a criação de uma UEN resulta em vantagens para a empresa, tais como: ■ a possibilidade de controlar uma grande variedade de negócios; ■ cria condições para a atribuição de responsabilidades e desenvolvimento de funções; ■ facilita atingir metas; ■ facilita a partilha de informações; ■ é facilmente adaptável; ■ combina a descentralização da empresa com a eficiência da organização funcional. ADMINISTRAÇÃO PRODUÇÃO PRODUTO A PRODUTO B PRODUTO C Fábrica A Fábrica B Fábrica C Equipa A Equipa B Equipa C Fundos A Fundos B Fundos C Grupo A Grupo B Grupo C COMERCIAL FINANÇAS PESSOAL Figura 2: Unidade Matricial de uma Unidade Estratégica de Negócios. Fonte: SILVA (2017). Publicidade Distribuição Design SEDE Fornecedores ... Produção Figura 3: Estrutura em rede uma Unidade Estratégica de Negócios. Fonte: SILVA (2017). Referências CASTRO, L. R. K., SANTOS, A. B. A. OSM e PMO – uma questão estratégica. Revista Mundo Project Management. Ed. 006, dez./ jan. 2006. GONÇALVES, Denise et al. Estudo da organização, sistemas e métodos (OSM) em uma empresa do setor sucroalcooleiro. Temas em Administração. Vol. 5, n. 1, p. 39-47. Jan./Dez. 2012. KAPLAN, R. S. e NORTON, D. P. A Estratégia em Ação: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997. KAPLAN, R. S. e NORTON, D. P. Utilizando o balancedscorecard como sistema gerencial estratégico. Rio de Janeiro: Campus, 2000. LOPES, F. G. Balanced Scorecard e ISO 9001:2000. DRUCKER, P. F. As informações de que os executivos realmente precisam. In Medindo o desempenho empresarial. São Paulo: Campus, 2000. ROCHA, T., PINTO, M. G. C., GIUNTINI, N. A utilização do Balanced Scorecard como ferramenta de gestão estratégica. In. CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE, 2000, Goiânia. Anais do XVI Congresso Brasileiro de Contabilidade. Goiana: GO, 2000. Gestão Estratégica As ideias que emergem dentro da organização tornam- se, muitas vezes, a agenda das reuniões estratégicas. Nestas reuniões de planejamento estratégico da empresa, recomenda-se que sejam convidados a participar: o presidente e seus principais executivos (diretores), em especial, os diretores financeiro, comercial, marketing, RH e produção (desenvolvimento ou serviços) – essas são as pessoas que enxergam o mercado do ponto de vista dos clientes, parceiros, concorrentes, fornecedores, governo e bancos. Participar das reuniões do planejamento estratégico significa estar envolvido e comprometido com as ideias e decisões. Na primeira das reuniões, devem ser decididas a visão, a missão, a estratégia, os principais objetivos, o “time- line” e as responsabilidades de cada colaborar (o planejamento estratégico). O desenvolvimento de uma Unidade Estratégica de Negócios2 Mas as reuniões não se resumem a isso, pois o planejamento estratégico é um exercício intenso e contínuo de raciocínio. Tais reuniões devem ocorrer com frequência, a fim de averiguar se os rumos da organização estão condizentes com os previamente estabelecidos e corrigi-los, se necessário for. Dentro do ciclo PDCA, as reuniões ocorrem visando ao planejamento, à checagem dos resultados e a atuação- corretiva. O sistema de reuniões deve ser um ponto – dentro do ciclo PDCA – de uma dessas etapas. Em muitas empresas, há o agendamento programado das reuniões: pessoas se reúnem sempre em determinadas datas para apresentar e discutir temas de interesse comum. Quando alguém convoca uma reunião, é importante que chame seus pares (mesmo nível hierárquico) ou seus subordinados. Nela, todos devem ser chamados a colaborar sobre os temas em pauta, e as decisões tomadas devem partir de um consenso (e não da maioria dos votos), visando ao melhor para a empresa. Para o desenvolvimento de uma estrutura organizacional por UEN, pode-se considerarum modelo básico com um nível de abrangência, os níveis de influência (estratégico, tático e operacional), bem como os componentes (responsabilidade, autoridades, decisões e comunicações) e condicionantes (fator humano, tecnologia, ambiente e objetivos/estratégias). Consequentemente, a prática da gestão da estratégica (a qual deve ser elaborada por meio de um Balanced Scorecard) passa por meio de um resumo de informações relevantes, as quais apresentam algumas características intrínsecas e que contribuem para a gestão da organização ao longo de toda a vida da empresa. Dentre as contribuições de uma UEN, temos: ■ envolvimento direto na criação e gestão do BSC; ■ alinhamento da estratégia com a organização; ■ preparação da agenda estratégica ao longo das reuniões de análise e aprendizado estratégico; ■ gestão de projetos estratégicos; ■ comunicação da estratégia; ■ integração das prioridades estratégicas da organização em conjunto com outras áreas de suporte (RH, controle e gestão, gestão de conhecimento, financeiro, etc.). A maior parte dessas atividades envolve a gestão da mudança dentro da organização, de tal forma que o envolvimento da liderança torna-se uma função precípua nesse contexto. Logo, o escritório deve estar diretamente associado ao mais alto grau hierárquico da corporação. Em alguns casos, tal unidade é posicionada ao lado da função financeira ou comercial, respondendo diretamente à presidência. A Figura 4 sintetiza a dinâmica do sistema: Plano EstratégicoRevisão da Estratégia Balanced Scorecard - BSC Gestão de Projetos Estratégicos Análise Ambiental Externa (Cenários) Análise do Desempenho Estratégico Identificação de projetos pelas metas Figura 4: Dinâmica do sistema OSM. Fonte: CASTRO e SANTOS (2006). Referências CASTRO, L. R. K., SANTOS, A. B. A. OSM e PMO – uma questão estratégica. Revista Mundo Project Management. Ed. 006, dez./ jan. 2006. GONÇALVES, Denise et al. Estudo da organização, sistemas e métodos (OSM) em uma empresa do setor sucroalcooleiro. Temas em Administração. Vol. 5, n. 1, p. 39-47. Jan./Dez. 2012. KAPLAN, R. S. e NORTON, D. P. A Estratégia em Ação: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997. KAPLAN, R. S. e NORTON, D. P. Utilizando o balancedscorecard como sistema gerencial estratégico. Rio de Janeiro: Campus, 2000. LOPES, F. G. Balanced Scorecard e ISO 9001:2000. DRUCKER, P. F. As informações de que os executivos realmente precisam. In Medindo o desempenho empresarial. São Paulo: Campus, 2000. ROCHA, T., PINTO, M. G. C., GIUNTINI, N. A utilização do Balanced Scorecard como ferramenta de gestão estratégica. In. CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE, 2000, Goiânia. Anais do XVI Congresso Brasileiro de Contabilidade. Goiana: GO, 2000. Gestão Estratégica Um ciclo de gestão por meio de uma UEN contempla um conjunto de fases que caracterizam um ciclo de gerência estratégica de projetos. O objetivo desse processo contínuo tem como foco a melhora da eficiência e resultados da empresa. O ciclo pode ser dividido nas seguintes fases: Controle, monitoramento e a melhora contínua da estratégia empresarial3 ■ IDENTIFICAÇÃO DA DEMANDA No início tem-se a fase da identificação da demanda e a tradução em uma ideia para solucionar um ou mais problemas, ou seja, é um diagnóstico formal das alterações ocorridas no ambiente de atuação, que justifique uma intervenção a partir de um novo paradigma de atuação. ■ PLANEJAMENTO A seguir, tem-se o planejamento, o qual contempla a apresentação das especificações técnicas de proposta do projeto, cujo preenchimento é realizado por um gestor. A proposta de projeto é detalhada por objetivos, justificativa, alinhamento estratégico, equipe, cronograma de execução, metas, indicadores de desempenho, indicadores de impactos e análise de viabilidade econômico-social. ■ EXECUÇÃO Em seguida, chega-se à fase de execução. Trata-se do fazer acontecer o planejamento do projeto, executando as atividades programadas, visando ao alcance das metas no prazo e nos custos estabelecidos. Caso seja necessário, isto é, desvios entre o cronograma previsto e o realizado, o gestor deverá proceder com alterações no cronograma (físico e/ou financeiro), visando a atingir os resultados predeterminados. Se for identificada a necessidade de mudança na data de conclusão ou no valor total do projeto, deve ser feita uma avaliação por parte da comissão de planejamento que compõe a unidade de gestão estratégica. ■ CONTROLE Por fim, chega-se à etapa do controle. Nessa fase, é necessário monitorar o progresso, sistematizar a liberação de recursos e prestar assessoria e contas dos resultados aos gestores. Caso o resultado tenha sido o planejado, encerra-se o projeto e elege-se um novo item como foco. Por outro lado, caso o projeto não tenha apresentado os resultados esperados, deve-se refazer o planejamento e iniciar todo o processo novamente. A Figura 5 ilustra essa sistemática de melhor contínua. Iniciação Controle Execução Encerramento Planejemento Figura 5: Ciclo de vida de um projeto. Fonte: CASTRO e SANTOS (2006). A estrutura de cada UEN deve ser muito bem debatida com a administração corporativa1, de tal maneira que se consolide uma situação confortável para os principais executivos da UEN, quanto à concretização dos resultados esperados. Essa amplitude não deve ser muito elevada, para não se jogar recursos escassos fora; nem muito restrita, a fim de evitar uma situação em que os executivos não se sintam responsáveis pelos resultados do negócio. Alguns dos fatores a serem considerados pelos executivos das empresas, para se otimizar o desempenho e a operacionalização das UEN, são: 1 Administração corporativa é uma filosofia de atuação e de estruturação da empresa que consolida o processo de diversificação de negócios e facilita a análise por resultados globais e setoriais. Muito mais do que uma estruturação organizacional, representa um estilo de interação da empresa com vários públicos no ambiente empresarial (clientes, fornecedores, etc.), bem como o público interno (produtos, funcionários e UEN). ■ ter análise profunda e completa; ■ ter interação com a administração corporativa; ■ ter estruturação interativa com os fatores ambientais; ■ ter separação entre as atividades corporativas e tático-operacionais; ■ ter objetivos e estratégias estruturados, adequados e consistentes; ■ ter otimizado e respeitado o conjunto de políticas; ■ ter um sistema de projetos interagindo com as estratégias e respeitando as políticas; ■ ter adequação à realidade e à cultura da empresa; ■ ter amplitude adequada; ■ ter equipe eficiente, eficaz e efetiva; ■ ter perfil de atuação dos responsáveis, bem como ter aprendizagem, participação e comprometimento com os resultados; ■ ter atenção aos aspectos comportamentais. A melhora da qualidade do processo da organização parte da agilidade e da rapidez nas decisões, as quais são consequências da integração entre os modelos de gestão introduzidos na UEN. Ir ao mercado, na intenção de implementar modelos de gestão de forma estanque e independente, não traz necessariamente benefícios. Algumas empresas têm ajustado os processos de gestão das organizações ao avanço intrínseco do mercado atual, de forma que integre os processos de gestão. A gestão integrada de projetos à luz do contexto estratégico é uma tendência crescente nas organizações comprometidas com a estratégia. A incorporação dessa função empresarial no escritório de projetos e a demanda pela criação UEN já são uma realidade, principalmente nas empresas de sucesso. Nesta aula, foi apresentado o conceito de organizações, sistemas e métodos. A partir desses, foram elucidados os benefícios de uma unidade estratégica de controle nas empresas, o que se dá a partir de um modelo de gestão centralizado que tem como objetivo a melhora do processo produtivos das empresas, sejam elas do ramo que forem.Em suma, a sinergia e a troca de informações entre os diferentes setores de uma organização contribuem para que um diagnóstico preciso seja elaborado e, a partir da Unidade Estratégica de Negócios, busque-se uma melhora contínua no processo produtivo. Referências CASTRO, L. R. K., SANTOS, A. B. A. OSM e PMO – uma questão estratégica. Revista Mundo Project Management. Ed. 006, dez./ jan. 2006. GONÇALVES, Denise et al. Estudo da organização, sistemas e métodos (OSM) em uma empresa do setor sucroalcooleiro. Temas em Administração. Vol. 5, n. 1, p. 39-47. Jan./Dez. 2012. KAPLAN, R. S. e NORTON, D. P. A Estratégia em Ação: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997. KAPLAN, R. S. e NORTON, D. P. Utilizando o balancedscorecard como sistema gerencial estratégico. Rio de Janeiro: Campus, 2000. LOPES, F. G. Balanced Scorecard e ISO 9001:2000. DRUCKER, P. F. As informações de que os executivos realmente precisam. In Medindo o desempenho empresarial. São Paulo: Campus, 2000. ROCHA, T., PINTO, M. G. C., GIUNTINI, N. A utilização do Balanced Scorecard como ferramenta de gestão estratégica. In. CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE, 2000, Goiânia. Anais do XVI Congresso Brasileiro de Contabilidade. Goiana: GO, 2000. to TODOS OS DIREITOS RESERVADOS