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Faculdade Santa Terezinha – Cest Logística Gestão Da Cadeia De Suprimentos e Logística Reversa Docentes: Dayane Arruda E Weslley Rabelo Discentes: Ademia Correia Silva, Andreia Coelho Diniz, Barbara Suely Fonseca Serra, Ismael Martins França e Pedro Gabriel Silva Viegas. CADEIA DE SUPRIMENTOS DE PRODUÇÃO DO PNEU A cadeia de suprimentos de produção do pneu em sua maioria é composta pelos seguintes materiais: -Borrachas/Elastômeros correspondendo a 48% do produto, sendo 30% sintética e 18% natural; -Negro de fumo, também conhecido como negro de carbono corresponde a 22%; -Aço corresponde a 15%; -Aditivos corresponde a 9%; -Tecido de Nylon corresponde a 5%; -Enxofre corresponde a 1%. BORRACHA NATURAL: A principal matéria prima da borracha é o látex, produzido por algumas plantas como a papoula, a seringueira, o mamoeiro e o Caucho. Para fazer a extração do látex é feito um corte cuidadoso no tronco da árvore por onde a seiva branca e leitosa flui. Após ser extraído o látex é transportado até o local onde receberá substancias químicas que fazem com que as partículas de borracha se separem das demais. Sabendo que a borracha pode se deteriorar rapidamente em contato com o ar, é feito o processo da vulcanização onde é feito a mistura do enxofre com a borracha e de acordo com o grau e o tempo de aquecimento do composto a borracha ganha elasticidade e resistência, tornando-se então, invariável as mudanças de temperatura. Após o processo de produção a borracha é vendida e transportada para indústria de fabricação do pneu. BORRACHA SINTÉTICA: Os compostos de borracha geralmente são formulados a partir da mistura da matéria-prima base (borrachas natural ou sintética) e aditivos químicos, como agentes de vulcanização (geralmente enxofre), aceleradores de reação de vulcanização (catalisadores), plastificantes, cargas minerais, pigmentos e outros produtos auxiliares. Depois é feito o processo onde é dada a forma necessária para aplicação por meio de extrusão, injeção ou prensagem e logo após será feito o processo de vulcanização, normalmente esse processo ocorre a uma temperatura entre 150ºC e 180ºC e o material passa do estado plástico para o elástico, adquirindo suas características de dureza, resistência mecânica e elasticidade. O acabamento varia de acordo com cada fabricante. NEGRO DE FUMO: O negro de fumo, também conhecido como negro de carbono é constituído por partículas finamente divididas, que são obtidas por decomposição térmica (pirólise) ou combustão parcial de hidrocarbonetos gasosos ou líquidos. O negro de fumo possui duas propriedades que definem a maioria absoluta das suas aplicações: elevado poder de pigmentação e capacidade de, em mistura com as borrachas, elevar substancialmente a resistência mecânica desses materiais. Um exemplo que ilustra o efeito reforçante em borrachas é o aumento da vida útil, de 8.000 km para 129.000 km, de alguns tipos de pneus, devido à adição de negro de fumo, ou seja, uma elevação de 16 vezes. Para pneus, há em sua constituição até oito tipos de negro de fumo. AÇO: O aço é uma liga metálica formada essencialmente por ferro e carbono, com percentagens deste último variando entre 0, 008 e 2,11%. Os talões do pneu são feitos de fios de aço de alta resistência, que mantêm o pneu fixado ao aro da roda. Uma solução simples, mas muito importante para a segurança dos pneus e do veículo. NYLON: O nylon é uma fibra sintética obtida através de combinações químicas, o nylon consiste, também, no mais conhecido representante de uma categoria de materiais chamados poliamidas, que apresentam ótima resistência ao desgaste e ao tracionamento. ENXOFRE: Trata-se de um elemento químico presente na natureza utilizado na vulcanização da borracha, podendo ser encontrados em minerais à base de sulfatos e sulfetos. Em temperatura ambiente, o enxofre é um sólido de coloração amarela, leve, quebradiço e inodoro (sem odor). PROCESSO DE PRODUÇÃO DO PNEU A produção do pneu dá-se em sete principais processos, são eles: Mistura – Onde são mesclados cerca de 30 tipos diferentes de borracha juntamente com alguns pigmentos e componentes químicos. Para que ocorra a fusão de forma correta são utilizados equipamentos que aumentam a temperatura e a pressão para formar uma massa pegajosa. A etapa seguinte é Processamento e corte, esta etapa é onde são formadas placas de borracha, após resfriadas estas são cortadas e passa para a próxima etapa que é o Talão, este é responsável por dar o formato redondo ao pneu para que seja possível sua utilização como roda. Em seguida inicia-se o processo de Revestimento onde são acrescentadas duas camadas de lona e tecido para impedir o desgaste do pneu que ocorre durante a fricção, no próximo processo, Formação do Piso, são postos cintas de aço que resistem aos furos e, mantém o piso na estrada; ao fim deste processo são utilizados cilindros automáticos para manter as partes bem juntas como uma prensa. O próximo passo é a Vulcanização, esta etapa faz a fusão entre todos os componentes do pneu e dá o seu formato final através de prensas, também são adicionadas as marcas do piso, do fabricante e as marcas exigidas por lei que são aplicadas no flanco, as transformações feitas neste processo são através de máquinas que podem exceder os 300 graus de temperatura e duram entre 12 e 25 minutos. Após isto vem o processo final, a Inspeção, esta etapa é feita manualmente através de pessoas e máquinas especializadas, são observados os pisos e as superfícies do pneu além de seu interior que é inspecionado com máquinas de raios-X, alguns pneus também são escolhidos para serem cortados e estudados com mais detalhes. Após este processo finalmente são encaminhados a distribuição, atacadista ou varejista. Após os pneus serem encaminhados para os varejos e atacados, estes encaminham o produto para o consumidor final, o consumidor final no ato da compra faz a devolução do pneu velho, este pneu fica sob responsabilidade da loja que tem o papel de fazer a devolução para o fabricante, este por sua vez devem fazer destinação adequada do pneu. LOGÍSTICA REVERSA DO PNEU As empresas fabricantes de pneus são responsáveis pela destinação adequada dos pneus, conforme a Resolução 416/2009 do CONAMA. A gestão da cadeia reversa deve viabilizar o processo de reciclagem ou reaproveitamento, de maneira que grande parte dos resíduos seja reintroduzida no ciclo produtivo. A reciclagem dos produtos de pós-consumo consiste na seleção e retirada dos componentes de interesse presentes no produto, sendo necessária a viabilidade técnica e econômica. Além de ganhos financeiros, a reciclagem permite obter ganhos ecológicos (redução dos materiais encaminhados a aterros controlados), legais e econômicos. A reciclagem de pneus requer tecnologias adequadas, visto que os pneus dos automóveis contêm derivados do petróleo e produtos químicos (36%), borracha natural (36%) e material metálico ou aço (18%). Os processos podem ser físico-mecânicos, com o pneu sendo triturado e depois moído, ou separando em seus componentes principais: borracha, aço e fibras. Os processos também podem ser químicos, e nesse caso utiliza-se um dos seguintes: o processo pirolítico, que permite obter óleos e gases utilizados posteriormente como matéria-prima para combustíveis; a mistura com xisto betuminoso, que permite extrair óleos; a regeneração da borracha, passando o pó a ter quase as mesmas propriedades que a borracha virgem, sendo usados para solas de calçados, pisos de quadras e até bandas de rodagem. O pó de borracha pode ser misturado à massa asfáltica, criando o asfalto-borracha, um produto com maior flexibilidade, resistência à deformação e à flexão, etc. De acordo com Goto e Souza (2008), também pode ser misturado com concreto, em substituição da brita, originando o concreto-borracha ou Concreto DI (deformável e isolante). CASE- RECICLAGEM DE PNEU Empresa: Ah_artes_pneu O objeto de estudo é uma empresa local que trabalha com reciclagem, e tem como principal matéria prima o pneu, mas utiliza também a madeira. Atua comvendas por contato direto (encomendas) e redes sociais (encomendas e peças pronta entrega), mas com a atual configuração de consumo do mercado, que tem priorizado compras de produtos considerados essenciais, vem sofrendo ainda mais resistência em suas vendas. Além das questões culturais em relação a reuso e reciclagem, que já são fortes barreiras. “A principal dificuldade é a aceitação das pessoas, que elas vejam que é uma arte, que existe todo um trabalho por traz e entendam o benefício disso” diz Ahilton Garcia, o idealizador e produtor das peças recicladas. Em 2019 influenciado por publicações no Facebook ele produziu sozinho e sem muito conhecimento sua primeira peça “ Eu vi uma publicação de um Puff feito de pneu fiquei interessado e mesmo sem ter muito conhecimento fiz a primeira peça, mas não ficou muito boa” completa o senhor Ahilton Garcia, como já tinha interesse em atividades voltadas para o meio ambiente e em busca de um complemento de renda, fez um curso no bairro de Fatima, e passou a produzir e divulgar no Facebook e posteriormente no Instagram, que hoje é sua principal vitrine. No início seus familiares e vizinhos não davam credito a essa iniciativa, até que surgiram vendas. A partir daí o complemento de renda foi se desenvolvendo e ganhou força. “ Meus interesses estão principalmente voltados para questões ambientais, mas também queria fazer algo que eu goste e que completasse minha renda “ diz o senhor Ahilton, entendendo que existem grandes benefícios ambientais ao se reciclar e estender o tempo de vida útil desse material, que em média levaria 600 anos para se decompor na natureza. Todo o processo começa com a coleta da matéria prima, que é feita de forma gradativa pelo próprio Ahilton, em locais onde estes são descartados incorretamente, pois não há uma parceria que lhe forneça esses insumos. A partir da coleta, os pneus são alocados no quintal de sua residência e cobertos com uma grande lona para prevenir acumulo de água. E então ele vai produzindo sempre que tem uma encomenda ou inspiração, uma ideia. Seu processo criativo é bem dinâmico ele vai montando e moldando suas peças no ato da produção mesmo. A seguir imagens da matéria prima e peças prontas.
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