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Teoria do Conhecimento - AVD3 1 - Leia o que Einstein fala sobre o método científico no seguinte excerto: A relação entre epistemologia e ciência é digna de atenção. Elas são dependentes uma da outra. A epistemologia sem contato com a ciência torna-se um esquema vazio. A ciência sem epistemologia é – tanto quanto isso é possível – primitiva e confusa. No entanto, tão logo o epistemólogo, que está buscando um sistema claro, encontra um tal sistema, tende a interpretar o conteúdo da ciência no sentido do seu sistema e a rejeitar tudo que não se encaixa nele. O cientista, no entanto, não pode se permitir a levar a busca por sistematização epistemológica tão longe. Ele aceita de bom grado a análise conceitual epistemológica; mas condições externas que são postas diante dele pelos fatos da experiência não permitem que ele se restrinja estritamente, na construção de seu mundo conceitual, a um sistema epistemológico. Ele, portanto, deve assemelhar-se, para o epistemologista sistemático, a um tipo de oportunista inescrupuloso: ele parece-se com um realista quando busca descrever um mundo independente dos atos de percepção; com um idealista quando vê os conceitos e teorias como invenções livres do espírito humano (logicamente não deriváveis do que é empiricamente dado); como um positivista quando considera seus conceitos e teorias justificados somente na medida em que eles fornecem uma representação lógica de relações entre experiências sensoriais. Ele pode mesmo parecer-se a um platonista ou pitagórico quando considera o ponto de vista da simplicidade lógica como ferramenta indispensável e efetiva de sua pesquisa. (Einstein, 'Reply to criticisms', 683-4, in SCHILPP, PAUL ARTHUR (ed.) (1949), Albert Einstein: Philosopher-Scientist (La Salle,IU.: Open Court).) Podemos afirmar que as afirmações de Einstein, nesta passagem, estão mais próximas à tese de qual pensador? a) À de Kuhn, pois Einstein defende que cada cientista usará os métodos conforme o momento histórico em que vive, isto é, segundo o paradigma vigente. b) À de Kant, pois Einstein defende que o cientista deve ter uma atitude crítica tendo em vista que a epistemologia sem contato com a ciência é vazia e a ciência sem epistemologia é cega (primitiva e confusa). c) À de Feyerabend, pois Einstein defende uma pluralidade metodológica segundo a qual o cientista deve usar os métodos e conceitos que melhor lhe aprouverem para explicar os fatos da experiência. d) À de Popper, pois Einstein defende que, apesar de as aplicações científicas serem plurais, a representação lógica que mobiliza a investigação científica implica no contínuo teste de suas hipóteses a fim de falsificá-las. e) À do Positivismo, pois Einstein defende que o cientista considera seus conceitos e teorias verdadeiras somente na medida em que eles fornecem uma representação lógica de relações entre experiências sensoriais. 2 - Leia atentamente o texto abaixo. Acompanhemos como [Chalmers, 1999] retrata o progresso da ciência. A ciência começa com problemas associados à explicação do comportamento de certos aspectos do universo. Hipóteses falsificáveis são propostas pelos cientistas como soluções para o problema. Essas hipóteses são criticadas e testadas. Algumas podem ser eliminadas rapidamente, enquanto outras podem se mostrar mais sólidas. Estas últimas devem ser submetidas a críticas e testes ainda mais rigorosos. Se uma hipótese que passou por várias etapas de teste vem a ser falsificada, surge um problema interessante já distante do problema original. O novo problema exigirá suas próprias hipóteses e o ciclo se repetirá. É importante dizer que nunca se pode afirmar que uma teoria seja verdadeira, por mais que ela tenha superado testes e mais testes rigorosos. Mas uma teoria pode ter maior status que outra caso tenha superado testes que falsificaram a teoria oponente. Por fim, cabe destacar que o fato de o ciclo começar com problemas não significa que a posição do indutivista ingênuo, de que a ciência começa pela observação, seja válida. Algo é problemático apenas à luz de alguma teoria. (Adaptado do texto de ATTUX, s. d.) Assinale a alternativa que identifica a perspectiva epistemológica indicada na passagem supracitada: a) Anarquismo epistemológico. b) Empirismo. c) Positivismo. d) Falsificabilismo. e) Teoria dos paradigmas 3 - O Positivismo alega que o desenvolvimento científico evolui gradualmente e de forma linear. Assinale APENAS a alternativa na qual Kuhn se OPÕE explicitamente à ideia positivista defendida acima: a) O desenvolvimento da ciência move-se em mudanças de paradigmas que levam a novos sistemas para o desenvolvimento científico. b) O paradigma direciona as pesquisas em uma determinada área, indicando sua perspectiva de desenvolvimento e limites. c) O desenvolvimento da ciência progride por meio de saltos qualitativos provocados pelas modificações de paradigmas. d) No decorrer das investigações podem ocorrer incongruências na investigação, assim inicia-se um período de crise. e) Em sua teoria sobre a ciência, Kunh destaca as fases pelas quais passa a ciência: pré-paradigmática, normal e revolucionária. 4 - Segundo Thomas Kuhn (1922-1996), as mudanças de paradigma ocorrem durante o período da ciência extraordinária (ou revolucionária). Acompanhe essa passagem: As mudanças revolucionárias são diferentes e bem mais problemáticas. Elas envolvem descobertas que não podem ser acomodadas nos limites dos conceitos que estavam em uso antes de elas terem sido feitas. A fim de fazer ou assimilar uma tal descoberta, deve-se alterar o modo como se pensa e se descreve, um conjunto de fenômenos naturais [...]. Quando mudanças referenciais desse tipo acompanham mudanças de lei ou teoria, o desenvolvimento científico não pode ser inteiramente cumulativo. Não se pode passar do velho ao novo simplesmente por um acréscimo ao que já era conhecido. Nem se pode descrever inteiramente o novo no vocabulário do velho ou vice-versa. (KUHN, 2006, p. 25). A partir desta passagem, é possível concluir que Thomas Kuhn defende a seguinte tese: a) As novas teorias surgem por um acréscimo ao que já existia na teoria antiga. b) O conhecimento científico evolui de forma linear e acumulativa. c) A linguagem utilizada para descrever os fenômenos na teoria antiga deve ser aproveitada inteiramente na teoria nova. d) As grandes transformações científicas ocorrem por meio de rupturas epistemológicas, ou seja, rupturas com as bases conceituais e metodológicas das teorias previamente existentes. e) As mudanças revolucionárias devem ser acomodadas nos limites dos conceitos que estavam em uso antes de elas terem sido feitas. 5 - Leia com atenção a citação a seguir: O trabalho de Popper recebeu muitas críticas. Alguns alegam que ele apresentou uma visão idealista de como os cientistas empreendem seu trabalho, e que a ciência é praticada de maneira diferente do que sugere Popper. Contudo, sua ideia de falsificabilidade, ainda é usada para distinguir entre alegações científicas e não científicas. [...]. (BUCKINGHAM, Will et al., 2011, p. 265). Sobre a teoria defendida por Popper, assinale a opção INCORRETA: a) Segundo o falsificabilismo, se uma teoria é declarada falsa, ela não necessariamente é descartada, mas pode ser melhorada. b) “Falsificabilidade” diz respeito à possibilidade de submeter a teoria a testes. c) “Falsificabilidade” significa dizer que a ciência entra em crise quando um paradigma não consegue mais sustentar a investigação científica em determinada área de conhecimento. d) Para Popper, o objetivo dos testes a que submetemos uma teoria é falsificá-las e não verificá-la. e) Testes e experimentos são tentativas de refutação de uma teoria 6 - Para Thomas Kuhn (1922-1996), a fase da ciência extraordinária (ou revolucionária) é marcada por algumas características que não aparecem nas outras fases da ciência. Dentre as afirmações abaixo, são definições da ciência extraordinária: Fase na qual se pratica a ciência na ausência de um paradigma que unifique e coordeneos trabalhos dos vários cientistas. Fase marcada pela disputa entre duas ou mais concepções teóricas acerca das reformas que devem ser operadas no antigo paradigma a fim de dissipar as anomalias. Fase que nasce da crise de quando a comunidade científica falha repetidas vezes em resolver os problemas insolúveis dentro do paradigma anterior. Fase na qual a ciência retorna à fase pré-paradigmática. Fase marcada pela insistência dos cientistas em encontrar a solução de “quebra-cabeças” para evitar a crise.
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