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GABY ALFARO PEADIATRIA ITU: INFECÇAO DO TRATO URINÁRIO • Crescimento significativo de bactérias no trato urinário; • Bactérias: gram negativas; • Pode ser: 1. Cistite: restrita a bexiga; 2. Pielonefrite: quando há uma infecção ate a pelve renal; • Uma das infecções mais comuns da infância; • Mais comum em meninas. Exceto nos primeiros 3 meses de vida que é mais comum em meninos (principalmente os não circuncidados); • Pico: entre 3-5 e na adolescência; Etiologia • Causada por bactérias; • Infecção ascendente: colonização das enterobactérias na região peri retal que vem da flora intestinal, ascendendo pelo trato urinário. Com isso desencadeiam uma cistite ou pielonefrite; • via hematogênica: sepse e mais comum no período neonatal (anomalia do trato urinário obstrutiva); • infecção ascendente + comum por enterobactérias (flora intestinal); 1. mais comum: Escherichia coli uropatogênica; se aderem em células urogenitais 2. Proteus mirabilis: prepúcio (coloniza prepúcio em meninos com faixa de 5 anos e não- circuncidados); 3. Pseudômonas: imunodeprimidos ou sondagem de trato urinário; 4. Staphylococcus saprophyticus: meninas adolescentes; Etiopatogenia • Depende da virulência bacteriana (pacientes que não apresentam anomalias no trato urinário apresentam ITU); e fatores predisponentes do hospedeiros; Virulência bacteriana: E. Coli • As bactérias enterobacterias apresentam maior facilidade pra se aderir a parede dos tecidos urogenitais . • Apresentam fimbrias que servem pra se aderir na parede e que conforme haja a eliminação da urina, • Com as fimbrias, elas se aderem a parede e resistem a essa condição da urina eliminar as bactérias; A bactéria é eliminada junto; • Apresentam fimbrias P que se ligam a proteína da membrana das células urogenitais , possibilitando que essas bactérias sejam internalizadas por essas células , formando colônias intracelulares; • O flagelo confere mobilidade, ou seja, movimentação; • E os antígenos polissacarídeo capsular que invadem as células de defesa do hospedeiro; • A bactéria E.coli secreta o fator 1 neutralizante citotóxico que destrói células de defesa; • Além disso, a bactéria produz os siderófilos que são proteínas de alta afinidade de ferro; • As hemolisinas fazem poros na membrana pra entrada da bactérias; Proteus mirabilis • Produzem a uréase que aumenta a produção de amônia a partir da ureia; • Com a maior frequência de amônia, há uma alcalinização da urina. Com isso há a precipitação de fosfato, carbonato e magnésio, levando a formação de critais e pedras de estruvita (bactérias no seu interior e promove estase, maior colonização e persiste a bactéria na urina , favorecendo a infecção); Fatores predisponentes hospedeiro • Idade < 1 ano (menores de 3 meses) • Sexo feminino (comprimento da uretra é menor e tem maior proximidade do orifício uretral com o anal); • Raça branca; • Ausência de circuncisão em menino (por causa do proteus que coloniza o prepúcio nos menores de 5 anos ) GABY ALFARO PEADIATRIA ITU: INFECÇAO DO TRATO URINÁRIO • Constipação intestinal; (dificulta o esvaziamento da bexiga, restanto um conteúdo miccional que desencadeia a proliferação de bacterias e inflamação); • Atividade sexual; • Anormalidades funcionais do trato urinário (bexiga neurogênica e disfunção miccional); • Malformações do trato urinário: 1. Obstrutivas: obstrução junção pielouretral e obstrução junção uretrovesical e válvula uretra posterior; acumulam mais urina e causam uma ITU; 2. Refluxo vesico-uretral: retorno da urina de baixo pra cima (bexiga até ureter ou até a pelve); principalmente pielonefrite; Quadro clínico • Varia conforme a faixa etária : 1. RN: baixo ganho ponderal, irritabilidade, febre, anorexia; inespecífico; pode apresentar vômitos e icterícia; 2. Lactantes: febre sem sinais localiza tórios; (não sei de onde vem, sem sintoma, sem tosse); baixo ganho ponderal; chora ao fazer xixi; alteração de urina. Não é capaz de diferenciar uma cistite de uma pielonefrite; • Em lactantes: sempre abordar ITU febril como pielonefrite; 3. Pré-escolares, escolares e adolescentes: § Cistite: disúria, polaciúria, urgência miccional, incontinência urinaria, dor suprapúbica, febre baixa; § Pielonefrite: queda do estado geral, inapetência, febre alta, dor lombar; Diagnóstico § Diagnostico clínico insuficiente; § Análise urinária: apresentar uma piúria + bacteriúria (bactéria na urina, principalmente na urocultura positiva); § Análise urinaria: jato médio, sondagem vesical de alivio; § Se a criança for continente, desfraldada: jato médio (despreza o primeiro jato e colhe a urina); § Se a criança não e continente: sondagem vesical de alivio e a punção supra púbica (mais agressivo e melhor sensibilidade e mais fácil de obter urina em crianças menores de 1 ano e deve ser feito caso não haja sucesso na sondagem e RN); § Saco coletor: difundido na prática; se cola um saco na região peri ureteral e espera-se pra que o bebe tenha urinado e caído no saco; não é invasivo porém não é considerado bom pelo fato de contaminar a urina pelo contato com a pele (contaminada); § O saco coletor não serva pra urocultura, apenas pra exame de urina do tipo 1; Piúria: § > ou igual 10 leucócitos / mm3 ou > ou igual a 10.000 leucócitos\mL; § > ou igual 5 leucócitos /campo de alto aumento; § Esterase leucocitária positiva; § Bacterioscopia positiva gram: sugere infecção do trato urinário; § Nitrito positivo: o nitrito é uma bactéria produzida pelas bactérias gram negativas em que pode estar presente na urina. Baixa sensibilidade em lactentes pois em geral, urinam em menos de 4 horas, e é necessário pelo menos 4 horas pra surgir nitrito; Bacteriuria: urulcutura (bactéria patogênica) § > ou igual 50.000 UFC\ml de uma única bactéria uropatogênica; § Punção supra púbica? § Qualquer crescimento bacteriano; § > ou igual 10.000 UFC\ml ; § Não vale ter só uma urocultura positiva e urina do tipo 1 sem nitrato ou piúria normal pelo fato de poder ser uma bacteriúria assintomática; GABY ALFARO PEADIATRIA ITU: INFECÇAO DO TRATO URINÁRIO Outros exames § Pielonefrite: 1. Hemograma: leucocitose com desvio; 2. Hemocultura positiva (menores de 1 ano e 2 meses); 3. Elevação PCR e VHS; 4. Elevação discreta ureia e creatinina; Exames de investigação § USG rins e vias urinárias: serve pra pesquisar obstrução ou alteração anatômica; investiga refluxos vesico uretrais grandes (grau 4\5); deve ser realizado em toda criança com quadro febril <2 anos; mal estado geral com uso de antibiótico (12-36 horas) deve ser realizado; fase aguda; após 1-2 semanas com boa evolução do quadro. § Cintilografia renal DMSA: padrão ouro pra diagnostico de pielonefrite aguda; fase aguda: má evolução clinica ou duvida do diagnostico; esperar 4-6 meses após a detecção pra detecção de cicatriz renal; < 2 anos com ITU febril; paciente com refluxo vesico-ureteral; § Todos que tiverem infecção na fase de lactante é tratado como pielonefrite pelo caso de não ser possível diferenciar; § Uretrocistografia miccional: pesquisa de refluxo vesico-ureteral; após 2-3 semanas do tratamento; < 2 anos com ITU febril e alteração USG rins e vias e\ou de cintilografia renal ; ITU febril recorrente; Tratamento § Hospitalização: 1. Comprometimento do estado geral\sepse; 2. Vômitos\desidratação; 3. Baixa aceitação oral; 4. Baixa adesão ao tratamento; § Maior risco de evolução grave: 1. < 3 meses; 2. Imunodeprimidos; 3. Doenças urinárias prévias (litíase); pedras nos rins; § Tratamento com antibiótico: 7-14 (pielonefrite) dias; quando é cistite trata-se de 3-7 dias e na maioria das vezes 5-7 dias;§ Hospitalar: ceftriaxona e amicacina; § Domiciliar: amoxicilina- clavulanato; cefuroxima; nitrofurantoína (se for paciente lactante que eu considero uma pielonefrite, não é indicado a nitrofurantoína por não ter boa penetração no parênquima renal); § Outras orientações: 1. Hidratação adequada; 2. Micções frequentes; 3. Controle da constipação intestinal; 4. Controle da febre e da dor; 5. Urocultura de controle: apenas se má evolução (febre de 2-3 dias);
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