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ITU na Criança

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ITU em crianças: 
 Trato urinário – estéril 
 Queixa muito comum 
 No 1º ano de vida- mais comum em 
meninos (menores de 6 meses 
predominam os meninos) 
 Depois de 1 ano = + em meninas (pico em 3 
-5 anos – treinamento esfincteriano - 
higiene) 
 Predisposição = anomalias da anatomia ou 
função do trato urinário, constipação 
intestinal (porque fazem retenção vesical e 
resíduo pós miccional) 
 Uma ITU pode evoluir com CICATRIZ 
RENAL que causa HAS e perda função renal 
 Outros fatores que aumentam o risco: ITU 
recorrente é um fator de risco para 
formação de cicatrizes renais, <1 ano, 
atraso no tto > 72 h, alto grau de RVU, 
malformações de cráter obstrutivo) 
 Sempre suspeitar em menores de 2 anos 
com febre sem sinais localizatórios. 
Classificação: 
 Alta - nos rins (pielonefrite) 
 Baixa - bexiga (cistite) 
ETIOLOGIA: 
• Bactérias que causam ITU na infância são 
do TGI (flora intestinal) gram: Via 
ascendente (micorganismo atinge através 
da uretra) . 
• A hematogênica é mais comum em 
neonatos (vem da grande vascularização 
dos rins) 
 Principal bactéria - Escherichia Coli 
 RN: Klebsiella sp, Streptococus do grupo 
B • 
 Presença de obstrução trato urinário, 
urolitíase ou bexiga neurogênica – 
Proteus, Pseudomonas, Enterococus... 
As bactérias patogênicas tem fímbrias  
ganham mobilidade  aderem ao uroepitelio 
(adesinas)  proliferam 
 
 
 
Quadro clínico da itu: 
Recém Nascido: manifesta-se em urosepse -
recusa alimentar, irritado, hipoativo, vomita, 
anorexia, convulsão.(grave: distensão 
abdominal, comitos, icterícia) 
Lactentes: Febre pode ser único sintoma 
(+38,5), pode ter vomito e ganho insatisfatório 
de peso (alterações do odor da urina e choro 
Às micções) 
Pré escolar /escolar: FEBRE !! + sinais e 
sintomas sugestivos como dor abdominal, 
urgência miccional, disuria, urina com odor 
fétido (afastar balanopostite e vulvovaginite – 
investigar outros sintomas locais) 
PIELONEFRITE = queda do EG, inapetência, 
febre alta, calafrios, vomito, Giordano +. 
Adolescente - Disúria, Polaciúria, urgência 
miccional, febre, desconforto suprapúbico 
(pico nessa faixa – alterações hormonais -
pensar início vida sexual em meninas) 
Diagnóstico: 
1. Quadro clinico e exame físico: 
• Giordano 
• avaliar genitália (pra afastar 
vulvovaginite e balanopostite ) 
• Ver aumento do volume renal pela 
palpação 
2. Exame de urina: 
• EAS tipo I → não fecha diagnóstico 
sozinho (muito falso + por causa de 
coleta inadequada, demora pra 
processar ou contaminação vaginal ou 
no pênis) 
• Bacterioscopia → análise pelo gram 
com a presenta de bastonetes gram 
negativos. Tem sensibilidade e 
especificidade > 90% 
• PADRÃO OURO → cultura com 
contagem de colônias. + Antibiograma 
(vê a sensibilidade da bactéria ao 
antibiótivo e assim o mais aconselhado 
a ser usado) 
3. Hemograma: presença de leucócitose + PCR 
positivo = sugestão de pielonefrite. 
Pediatria II – Infecção do Trato Urinário 
Orientações para coletar a urina: 
 a urina deve ser recém emitida, após 
higiene do local (lavar com água e 
sabão), 
 essa urina colida deve ter intervalo de 2 
a 4h da ultima micção (por isso usa-se 
urina da manhã – tem mais chances de 
conter as bactérias que proliferaram na 
urina parada da bexiga) 
 precisa ser analisada em no máximo 
até 2h após 
 refrigerar 
 jato médio 
Orientações para a coleta e crianças sem 
controle miccional: 
 Eliminação espontânea reflexa 
 Saco coletor – após a higiene ser 
trocado a cada 30 minutos 
 Cateterismo vesical (possibilidade – 
porém invasivo) 
 Punção supra-púbica – qualquer 
crescimento bacteriano é patogênico 
(procedimento estéril). 
Exame físico da urina –referência: 
• Cor: amarelo citrino (mas pode variar) 
• Aspecto: límpido 
• Depósito: ausente 
 
• Densidade: 1015-1025 
(vemos a capacidade do rim em concentrar 
urina) 
• pH: ácido 
(se alcalino = cálculo renal, infecção) 
• Nitrito: geralmente negativo 
(se positivo = bactérias que convertem nitrato 
urinário em nitrito) 
• Glicose: ausente 
(se presente = diabetes ou falha de absorção 
pelos tubos) 
• Cetonas: ausente 
(se presente = cetoacidose, jejum prolongado, 
anorexia, exercícios extremos, vit C) 
• Proteínas: normal 
(se presente = febre, exercício físico, 
desidratação, infecção urinária, lesão 
glomerular renal ou reabsorção deficiente) 
• Urobilinogenio: <1mg/dL 
(se presente = hepatopatias, anemias 
hemolíticas) 
• Bilirrubina: ausente 
(se presente = doenças hepáticas, biliares, 
hemólise) 
SEDIMENTOSCOPIA: 
• Leucócitos: normal até 5 leucócitos/ 
campo ou <10.000/ml 
• Hemácias : normal até 5 
hemácias/campo ou < 10.000/ml 
• Células : em geral da descamação 
normal. 
• Cilindros: ausentes (se presente mostra 
destruição dos túbulos renais, 
toxicidade por medicamentos) – 
CILINDROS PIOCITÁRIOS = sugestão de 
PIELONEFRITE. 
• Cristais: ausentes (s/ significado clínico 
poquê varia com dieta) 
• Muco- poucos filamentos de muco são 
normal – pode indicar contaminação 
• Flora bacteriana : ausente ou discreta é 
normal 
O QUE ENCONTRA DE ALTERAÇÃO NA ITU? 
EAS: piócitos (leucócitos ) aumentados mais 
que 5 por campo 
Bacterioscopia – análise pelo gram com a 
presenta de bastonetes gram negativos. Tem 
sensibilidade e especificidade > 90% 
Cultura com antibiograma: 100.000 col/UFC 
 Se < 10.000 = negativo 
 Se entre 10 e 100.000 = ou presença de 
2 tipos de bactéria – sugestivo de 
contaminação – deve ser repetido 
 
 
BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA: 
 Presença de 3 culturas positivas em 3 
exames consecutivos sem sintomas. 
 Mais frequente em crianças com 
meningomielocele, bexiga neurogênica que 
necessitam de cateterismo vesical de 
repetição. 
 Não devem ser tratadas pelo risco de torná-
las sintomáticas e com germes mais 
agressivos 
 A AAP não recomenda a realização de 
triagem urinária rotineira em crianças 
assintomáticas e sadias. 
Tratamento da ITU: 
1. Alivio dos sintomas: 
• Dor e febre → analgésicos 
• Disúria intensa → antiespasmódico 
• Cuidados com hidratação 
• Acompanhar outras manifestações 
sistêmicas 
2- Erradicar a bactéria: 
 Em geral é iniciado após a coleta da urina 
de forma empírica 
TRATAMENTO EMPÍRICO: amoxacilina-
clavulanato e cefuroxina até o resultado da 
urocultura, utilizar o antibiograma para o 
escalonamento. 
 Tratamento imediato e adequado pois 
quanto menor a criança maior o risco de 
choque séptico (<3meses) 
Crianças <3 meses: internação + medicação 
EV, (principalmente se toxêmicos.) 
 Se não toxêmicos, com BEG, boa sucção, sem 
vômito pode tratar ambulatorial sob 
vigilância. 
 Se não aceitação oral: pode exigir 
medicação intramuscular como opção 
ceftriaxone e aminoglicosídeos (gentamicina e 
amicacina) 
Tempo médio de tratamento 10 dias ( 7 a 14 
dias) 
Observações: Crianças portadoras de 
constipação crônica habitualmente fazem 
retenção vesical e resido pós miccional – deve 
ser tratado. Recomendar intervalo miccional 
3h e observar esvaziamento completo. 
Aumentar a ingesta hídrica. 
Em RN e lactentes não conseguimos 
diferenciar a pielonefrite da cistite, portanto 
tratamos como pielonefrite. 
Droga Dose 
mg/kg/dia 
Administração 
Sulfametoxazol+ 
Trimetropim 
40mg/8mg VO 12/12h 
Cefadroxil 30 a 50mg VO 12/12h 
Cefalexina 50-100mg VO 6/6h 
Ácido Nalidíxico 60mg VO 6/6h 
Ceftriaxone 50-100mg IM ou EV 24/12/12h 
Gentamicina 7,5mg IM ou EV 8/8h 
Amicacina 15mg IM ou EV 24/12/12h 
 
Investigação da ITU: 
 A taxa de recidiva é elevada, se já teve uma 
vez tem 30 a 40% de chances de ter 
recorrência. Por isso os pais devem ser 
orientados a procurar segmento. 
 A avaliação morfofuncional do trato urinário 
deve ser feito logo após o 1º episódio de ITU 
em qualquer idade e sexo. 
a) Avaliar se tem condições 
predisponentes 
b) Avaliar a presença de lesões renais 
c) Prevenir a aquisição de novas lesões 
ULTRASSONOGRAFIA 
 Primeiro exame de rastreamentopela 
facilidade, não invasivo, boa avaliação 
morfofuncional – (limitado ao observador) - 
Evidencia sinais de obstrução, disfunção 
vesical, hidronefrose, anomalias congênitas. 
Ruim para RVU e cicatrizes renais. Fase aguda 
se evolução clinica desfavorável, e para todos 
menores de 2 anos 1 a 2 semanas depois 
URETROCISTOGRAFIA MICCICIONAL- 
caro, invasivo com radiação (pedir se suspeita 
de RVU ou alterações nos outros exames 
prévios) 
 É o método que melhor define a morfologia 
funcional do trato urinário baixo e o grau de 
Refluxo vesicouretral . (padrão-ouro) 
RVU I e II = leve; 
RVU III = moderado; 
RVU IV e V= graves. 
 
UROGRAFIA EXCRETOR: 
Tem indicação restritra - preparo cirúrgico 
MEDICINA NUCLEAR – cintilografia renal 
– caro e invasivo – baixa radiação 
DMSA: – Cintilografia renal estática 
(dimecarptosuccinio): Avaliação do 
parênquima renal funcionante (função 
tubular- padrão ouro para o diagnóstico de 
pielonefrite); Avaliação da anatomia cortical; 
Avaliação de cicatrizes corticais. 4 a 6 meses 
após a infecção, em todos menores de 2 anos, 
e nos pacientes com RVU 
Quimioprofilaxia: 
Objetiva evitar recidiva da infecção. Consiste 
no uso de doses baixas por tempo prolongado 
de AB para inibir proliferação de bactérias 
uropatogenicas evitando novos suros – 6 a 12 
meses - 
DROGA DOSE POSOLOGIA 
DIARIA 
NITROFURANTOINA 1 a 2 mg/kd/dia Dose única 
SULFA-
TRIMETROPIM 
1 a 2 mg/kg/dia 
trimetropim 
Dose única 
CEFALEXINA ¼ da dose de 
tratamento 
Dose única 
 
INDICAÇÃO: 
A quimioprofilaxia tem baixo-custoefetividade, 
está indicada apenas em situações de maior 
risco de lesão renal. 
Possíveis indicações: 
 durante a investigação após o 
tratamento da infecção, 
 Na presença de alteração obstrutiva do 
trato urinário, até sua correção 
cirúrgica, 
 Na presença de Refluxo Vésico –
Ureteral: RVU grau I e II não usar, 
apenas se manter repetição de ITU ou 
cintilografia estática alterada (DMSA) 
 Na presença de Refluxo Vésico-Ureteral 
de grau III, IV e V 
 Quando os estudos morfofuncionais do 
trato urinário são normais e a criança 
mantém recidivas de ITU 
Considerações finais: 
• RVU grau I e II – leve com baixo risco para 
lesões cicatriciais; 
• RVU grau III a V, presença de uropatia 
obstrutiva, anormalidades renais devem 
ser acompanhadas com especialista; 
• A maioria tem resolução espontânea ; 
• Essas crianças precisam ser 
acompanhadas até idade adulta; 
• Ainda é incerto dizer qual criança com ITU 
vai desenvolver comprometimento renal; 
• A recoleta de urocultura está indicada se 
má evolução clinica do paciente, como 
persistência da febre após 72 h da ABT, 
devendo associar à realização de 
ultrassonografia (USG) de rins e vias 
urinárias para pesquisar 
malformações/complicações renais. 
 
 
	ITU em crianças:
	Quadro clínico da itu:
	Diagnóstico:
	Exame físico da urina –referência:
	Tratamento da ITU:
	Investigação da ITU:
	Quimioprofilaxia:
	Considerações finais:

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