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Terapia gênica

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4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC GENÉTICA 
JULIANA OLIVEIRA 
TERAPIA GÊNICA 
CONCEITO 
É uma intervenção médica baseada na modificação do 
material genético de células vivas, resultando em benefício 
terapêutico, segundo o FDA, 1993. 
De maneira mais específica é um procedimento onde se 
introduz o DNA de uma espécie em outra espécie, modifica 
genes mutados, tornando-os sadios, substituindo-os por 
meio de manipulação por técnicas suplementares que vão 
fazer com que o material genético seja modificado. 
Em suma a terapia gênica é a introdução de um gene 
biologicamente ativo em uma célula para alcançar um 
benefício terapêutico. 
ESTUDOS CLÍNICOS 
São aqueles em que se testa uma terapia, a nível mundial os 
Estados Unidos lideram esses estudos conduzidos por 
terapia gênica. 
A discrepância chama atenção entre o 1º e 2º lugar, mas é 
importante ressaltar que a questão da terapia gênica é 
proibida por legislação em alguns países, ainda que a sua 
tecnologia seja de ponta. 
DOENÇAS QUE ENVOLVEM A TERAPIA GÊNICA 
▪ Câncer; 
▪ Doenças infecciosas; 
▪ Doenças monogênicas; 
▪ Marcação de gene; 
▪ Outros; 
A maior parte dos protocolos envolvendo terapia gênica 
envolvem o tratamento de câncer. É uma doença grave, de 
importância médica a nível internacional, mas em muitas 
situações os pacientes não respondem ao tratamento aos 
quimioterápicos p.ex., nesse sentido, é possível trabalhar 
com vacinas ou tratamentos que sejam direcionados para o 
material genético, uma vez que se sabe que o câncer é uma 
doença de base genética, assim, tem-se mutações em 
oncogenes, genes supressores tumorais e é possível tentar 
modificar aquela mutação naquela célula fazendo com que 
entre em apoptose, que deixe de se proliferar, vivam 
menos. É uma doença que tem um índice de mortalidade 
alto e é por isso que os protocolos com terapia gênica são 
voltados para essa doença. 
ESTRATÉGIAS DE TERAPIA GÊNICA 
Pode-se fazer estratégias de modificação do genoma de 
terapia gênica ex vivo ou in vivo. No método ex vivo as 
modificações são feitas fora do indivíduo, dentro de um 
tubo de ensaio, p.ex, já no método in vivo as modificações 
são feitas dentro do indivíduo vivo e espera que aquilo 
tenha alguma resposta. 
COMO INTRODUZIR GENES EM UM ORGANISMO? 
➔ Injeção de DNA: 
É muito útil para imunizações como p.ex. agora na 
pandemia com as vacinas. Contra alguns vírus pode-se fazer 
de RNA e diante disso tem-se a “receita” necessária para a 
síntese das proteínas que se quer formar, nesse caso os 
anticorpos ou imunoglobulinas, visto que já se tem todo o 
resto. 
Dessa forma, quando houver o contato com aquele vírus, já 
se tem células de memória que irão produzir anticorpos e 
que vão conter a infecção e inviabilizar o adoecimento. 
 
➔ Uso de lipossomos: 
Lipossomos são nanopartículas que demonstram 
possibilidades. Uma das coisas mais difícil de se fazer é levar 
o que a gente quer para o núcleo da célula, visto que o 
citosol é um ambiente hostil para material genético devido 
a quantidade de enzimas que degradam DNA e RNA, nesse 
sentido, a melhor alternativa é encapsular esse material 
genético dentro de lipossomos, nanopartículas, que são 
moléculas bem pequenas, mas que são marcadas 
externamente com alguma substância específica que fazem 
esse endereçamento, fazem com que essas moléculas 
cheguem ao ambiente nuclear. 
 
➔ Vetores virais: 
São os mais usados atualmente para a disseminação de 
determinadas partículas, moléculas, substâncias e a entrega 
disso para uma célula, principalmente porquê possui um 
potencial de infecção e ele precisa infectar. O vírus para se 
replicar ele precisa entrar, de algum jeito, na célula. A 
escolha do vetor viral depende da condição e para isso é 
 
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necessário conhecer os mecanismos e ver qual o mais 
adequado para determinada situação. 
 
 
Uso de retrovírus (RNAss) como vetor para 
terapia gênica. 
Vantagens: 
▪ Tempo maior de expressão do transgene. 
▪ Alta eficiência de transdução ex vivo. 
▪ Experiência clínica ex vivo. 
▪ Baixa imunogenicidade. 
 
Desvantagens: 
▪ Baixa eficácia de transdução in vivo. 
▪ Tamanho do inserto limitado a 8kb. 
▪ Infecta apenas células proliferativas. 
▪ Integração aleatória podendo causar alterações gênicas. 
▪ Manipulação e armazenamento extremamente difíceis. 
 
Uso de adenovírus (DNAds) como vetor para a 
terapia gênica. 
Vantagens: 
▪ Alta eficiência de infecção e transdução in vivo e ex 
vivo. 
▪ Infecta células proliferativas e não proliferativas. 
▪ Clinicamente testado. 
▪ Capacidade de infectar vários tipos celulares. 
 
Desvantagens: 
▪ Forte resposta imune. 
▪ Tamanho do inserto limitado a 7,5kb. 
▪ Condições de armazenamento e manipulação 
moderadamente difíceis. 
▪ Permite apenas uma aplicação 
▪ Expressão transiente (epissomo), podendo ser 
translocado de uma célula para a outra. 
TERAPIA GÊNICA PARA A SÍNDROME X-SCID 
➔ Problemas: 
Até 2005 apareceram 3 casos de leucemia entre pacientes 
tratados com retrovírus: Inserção do retrovírus próximo a 
um oncogene. 
 
➔ Resultados: 
As crianças começaram a recuperar o sistema imunológico. 
Não precisam mais de injeção de imunoglobulinas. 
CONSTRUÇÃO DE UM VETOR ADENOVIRAL 
Utiliza-se o plasmídeo, que é o material genético da 
bactéria, esses plasmídeos parecem estar relacionados com 
a resistência bacteriana à antibióticos, condições adversas 
do meio e esses plasmídeos são muito interessantes e 
utilizados para clonagem. 
Deve-se pegar um plasmídeo bacteriano e inserir dentro 
dele o nosso material de interesse, misturando uma 
coisa com a outra e depois disso deve-se inserir esse 
material dentro das células, as quais passam a fazer a 
transcrição e a tradução desse plasmídeo gerando, ao final, 
as proteínas que a gente quer. Normalmente essas 
moléculas são marcadas com alguma proteína 
fluorescente para saber se elas estão sendo amplificadas. 
Ver as células fluorescentes quer dizer que o vírus está 
dentro delas e que o processo de infecção foi bem 
sucedido, desse modo, se esse vírus tem o gene que se 
quer, ele vai o levar para dentro da célula que deseja tratar. 
p.ex. produção de adenoGFP em células HEK 293: 
 
REPARO POR EXCISÃO DE NUCLEOTÍDEOS 
▪ Remove lesões que distorcem DNA. 
▪ Envolve múltiplas proteínas. 
▪ Subdividido em 2 vias: GGR e TCR. 
- GGR: Reparo do genoma global. 
- TCR: Reparo das fitas transcritas. 
 
É um sistema que inicialmente foi visto em bactérias e que 
hoje se utiliza bastante para a terapia gênica. 
 
 
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