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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE DOCENTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA - PARFOR MATERIAL DE APOIO DE CÁLCULO IV Aluno(a): ___________________________________________________ Professor(a):________________________________________________ Município:____________________ Turma:_______________ Período: 10/01 à 22/01/2013. http://www.google.com.br/imgres?q=imagens+matem%C3%A1tica&start=128&hl=pt-BR&sa=X&biw=1280&bih=676&tbm=isch&prmd=imvns&tbnid=pakuiNHLRjAd2M:&imgrefurl=http://anaheleao.blogspot.com/2011_01_01_archive.html&docid=jng4uL_LjSuFIM&imgurl=http://1.bp.blogspot.com/_sFiJRE6oAVc/TUc2J3dhn6I/AAAAAAAAABI/Eppq9CrZqQc/s1600/1286236671_25861483_1-Fotos-de--Aulas-Particulares-FisicaQuimicaMatematica-1286236671.jpg&w=351&h=341&ei=txZ7UMa-PJCK9ASF_oHwCQ&zoom=1&iact=hc&vpx=516&vpy=340&dur=9631&hovh=221&hovw=228&tx=108&ty=145&sig=117348200764786418965&page=6&tbnh=142&tbnw=146&ndsp=31&ved=1t:429,r:42,s:100,i:130 PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 1 Unidade I - Integrais Múltiplas 1.1 Integrais de Funções de Várias Variáveis 1.1.1 Integrais Simples Para calcularmos uma integral indefinida simples de uma função de várias variáveis, integramos em relação a uma variável enquanto consideramos temporariamente as variáveis restantes como sendo constantes. Por exemplo, )( 4 )( 3 4 23232 3 32332 xK y xdyyxdyyx yC x ydxxydxyx As integrais acima são justamente os análogos para a integração indefinida das derivadas parciais por diferenciação, e elas poderiam ser chamadas “integrais parciais”. Contudo preferimos chamá-las integrais em relação a x ou a y . Agora suponha que f é uma função de duas variáveis tais que, para cada valor fixo de y , ( , )f x y é uma função integrável de x . Logo, para cada valor fixo de y , podemos formar a integral definida b a dxyxf ),( Além disso, para diferentes valores fixos de y , podemos usar diferentes limites de integração a e b; isto é, a e b podem depender de y . Tal dependência pode ser indicada pela notação usual de função, e a integral torna-se )( )( ),( yb ya dxyxf De modo análogo para integral em y . )( )( ),( xb xa dyyxf Exercício Calcule as integrais abaixo: a) . 2 ln y y xydxye Resp.: 3 .y ye y b) .3 1 :Resp..cos 2 1 0 2 ysenydy 1.1.2 Integrais Duplas Para funções de uma variável, o teorema fundamental do cálculo proporciona um método para calcular uma integral definida encontrando uma antiderivada (ou integral indefinida) do integrando. Temos um método correspondente para calcular uma integral dupla que envolve execução sucessiva de integrais simples. O desenvolvimento rigoroso desse método pertence a um curso de cálculo avançado. Nossa discussão é intuitiva, e usamos a interpretação geométrica da integral dupla como a medida de um volume. Seja f uma função dada, que é integrável numa região fechada R no plano xy limitada pelas retas 211 ,, aybxax e 2by . Consideremos 0),( yxf para todo PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 2 ),( yx em R. Veja a figura abaixo, que mostra um esboço do gráfico da equação ),( yxfz quando ),( yx está em R. 1.1.2.1 Cálculo de Áreas por Integração Dupla em Coordenadas Retangulares O número que representa o valor da integral dupla 2 1 4 3 x x x xR dxdydA é a medida da área da região plana xy , intersecção com o sólido dado. Exercício Use uma integral dupla para calcular a área da região limitada pelos gráficos de ( ) e ( ) , entre e . Resp.: √ 1.1.2.2 Cálculo de Volumes por Integração Dupla em Coordenadas Retangulares O número que representa o valor da integral dupla R dAyxf ),( é a medida do volume do sólido entre a superfície e a região R. Seja y um número em ., 22 ba Consideremos o plano paralelo ao plano xy que passa pelo ponto (0,y,0). Seja A(y) a medida da área da região plana de intersecção deste plano com o sólido. A medida do volume do sólido formado é obtida por 2 2 )( b a dyyA Como o volume do sólido é também determinado pela integral dupla, temos 2 2 )(),( b aR dyyAdAyxf (1) Usando a equação (1) podemos encontrar o valor da integral dupla da função f em , calculando uma integral simples de ( ) Agora, devemos encontrar ( ) PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 3 quando y é dado. Como ( ) é a medida da área de uma região plana, podemos encontrá-la por integração. Na figura dada anteriormente, note que a fronteira superior da região plana é o gráfico de equação ),( yxfz quando x está em ., 11 ba , portanto 1 1 .),()( b a dxyxfyA Substituindo essa equação em (1), obtemos 2 2 1 1 2 2 ),()(),( b a b a b aR dydxyxfdyyAdAyxf (2) A integral do membro direito da equação (2) é chamada integral iterada. Normalmente, quando escrevemos uma integral iterada omitimos os parênteses. Portanto, escrevemos a equação (2) como 2 2 1 1 ),(),( b a b aR dydxyxfdAyxf (3) Ao calcular a “integral interna” na equação (3), lembremos que x é variável de integração e y é considerado uma constante. Isto é o mesmo que considerarmos que y é uma constante quando encontramos a derivada parcial de ( , )f x y em relação a x . Considerando secções planas paralelas ao plano yz , podemos desenvolver uma fórmula que troca à ordem de integração. 1 1 2 2 ),(),( b a b aR dxdyyxfdAyxf (4) Uma condição suficiente para que as fórmulas (3) e (4) sejam válidas é que a função seja contínua na região retangular R. Exercícios 1) Calcule a integral dupla dAyx R )32( 2 se R é a região que consiste de todos os pontos ( , )x y tais que 21 x e .31 y Resp.: 24. 2) Calcule R xydA na região R compreendida entre 2,, 2 1 xxyxy e 4x . Resp.: 11 6 . 3) Use uma integral dupla para calcular o volume do tetraedro limitado pelos planos coordenados e o plano 4 4 2z x y . Resp.: 4 3 . 4) Calcule o volume do sólido R limitado pela superfície ( ) e os planos . Resp.: . Observação: Podemos calcular o valor numérico das integrais duplas que serão propostas à frente, sempre que convenientemente for, usando coordenadas cilíndricas. PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 4 1.3 Coordenadas Cilíndricas e Esféricas O sistema de coordenadas cilíndricas e esféricas são frequentemente mais úteis que o sistema de coordenadas retangulares no estudo de superfícies com simetrias. Esses novos sistemas de coordenadas têm também importantes aplicações na navegação, na astronomia e no estudo do movimento rotacional em torno de um eixo. 1.3.1 Sistema de Coordenadas Cilíndricas e Esféricas São necessárias três coordenadas para estabelecer uma localização de um ponto no espaço tridimensional. Já havíamos visto isso em coordenadas retangulares. Contudo, a figura à frente mostra duas outras possibilidades: a parte ( ) da figura mostra as coordenadas retangulares ( ) de um ponto , a parte ( ) mostra as coordenadas cilíndricas ( ) de e a parte ( ) mostra as coordenadas esféricas ( ) de . Em um sistema de coordenadas retangulares as coordenadas podem ser quaisquer números reais, mas no sistema de coordenadas cilíndricas e esféricas há restrições sobre os valores admissíveisdas coordenadas (como indica na figura). Coordenadas esféricas Coordenadas retangulares Coordenadas Cilíndricas ( ) ( ) ( ) (( ) ( ) e ) ( ) (c) (a) (b) 1.3.2 Convertendo Coordenadas Sistema de Coordenadas Cilíndricas PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 5 Para converter de coordenadas cilíndricas para coordenadas retangulares, usamos as equações: Enquanto que para converter de coordenadas retangulares para coordenadas cilíndricas, utilizamos as equações: Sistema de Coordenadas Esféricas Conversão de Coordenadas (Esféricas – Retangulares) Do triângulo retângulo , temos: ( ) ( ) PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 6 Do triângulo retângulo , obtemos: ( ) ( ) Para converter de coordenadas esféricas para coordenadas retangulares, substituímos ( ) em ( ) para encontrar a coordenada e substituímos ( ) em ( ) para encontrar a coordenada , daí Também, a distância entre dois nos mostra que | ⃗⃗⃗⃗ ⃗| Usamos este resultado para converter de coordenadas retangulares para coordenadas esféricas. A tabela abaixo nos mostra de forma resumida as fórmulas para fazer as conversões de coordenadas cilíndricas para retangulares e vice-versa, esféricas para cilíndricas e vice-versa e esféricas para retangulares e vice-versa . Conversão Fórmulas Restrições Cilíndricas para retangulares ),,(),,( zyxzr Retangulares para cilíndricas ),,(),,( zrzyx zzryrx ,sen,cos zz x y tgyxr ,,22 Esféricas para cilíndricas ),,(),,( zr Cilíndricas para esféricas ),,(),,( zr cos,,sen zr z rtgzr ,,22 0 20 0,0r Esféricas para retangulares ),,(),,( zyx Retangulares para esféricas ),,(),,( zyx cos,sensen,cossen zyx 222 222 cos,, zyx z x y tgzyx PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 7 Exercícios 1) Determine as coordenadas retangulares do ponto com coordenadas cilíndricas 3, 3 ,4,, zr Resp.: ( ) ( √ ) 2) Determine as coordenadas retangulares do ponto com coordenadas esféricas 4 , 3 ,4,, Resp.: ( ) (√ √ √ ) 3) Determine as coordenadas esféricas do ponto que tenha coordenadas retangulares, 64,4,4,, zyx Resp.: ( ) ( √ ⁄ ⁄ ) 4) Determine uma equação em coordenadas esféricas para o hiperbolóide . Resp.: ( ) 5) Determine a equação em coordenadas retangulares da superfície cuja equação esférica é . Resp.: A Integral Dupla em Coordenadas Cilíndricas: 1 1 2 1 2 1 2 2 )( )( ),(),( b a r r b a rdrdrfdxdyyxfV , onde 2,0 21 e 0, 21 rr . Exercícios 1) Calcule o volume do sólido limitado pelo cilindro 422 yx e os planos 4y z e 0z . Resp.: 16 . 2) Use coordenadas cilíndricas para calcular o volume da região sólida limitada acima pelo hemisfério √ e abaixo pela região circular R dada por . Resp.: ( √ ) . PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 8 1.4 Integrais Triplas As integrais triplas, aplicadas sobre sólidos no espaço xyz , são definidas segundo uma analogia com a definição de integrais duplas aplicadas em regiões de plano xy . Dada uma região sólida R no espaço tridimensional, como um paralelepípedo, um cubo, uma pirâmide, uma esfera, um elipsóide, e assim por diante, e dada um função vetorial f de três variáveis, definida em cada ponto ( , , )x y z em R, definimos a integral tripla (se existir) como sendo dxdydzzyxf R ),,( . Primeiramente escrevemos o sólido R em um paralelepípedo B, com as arestas paralelas aos eixos coordenados (Fig.1). O paralelepípedo é agora dividido em inúmeros pequenos paralelepípedos, pela sua interseção com planos paralelos aos planos coordenados (Fig.2). Esses pequenos paralelepípedos são chamados de células da partição. Todas as células da partição que não tocam a região R são desprezadas. As células restantes, as quais tomamos juntamente contêm o sólido R e aproximam-se de sua forma, são numeradas de um modo conveniente e chamadas de mRRR ,...,, 21 . O valor da máxima diagonal de todas essas células é chamado de norma da partição e é conhecido por (letra grega,”eta”). São escolhidos pontos, um de cada célula mRRR ,...,, 21 , de modo que cada ponto escolhido pertença a R, onde o ponto escolhido da k-ésima célula é denotado por ( *** ,, kkk zyx ), k = 1,2,...,m. A partição, juntamente com os pontos escolhidos, é chamada de partição estendida. Correspondendo a cada partição estendida podemos formar uma soma de Riemann m k kkkk Vzyxf 1 *** ),,( , onde kV é o volume da k-ésima célula kR .Podemos agora definir a integral tripla como sendo o limite (se existir) de cada soma de Riemann, quando o número de células PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 9 cresce indefinidamente e, conseqüentemente, a norma tende para zero; simbolicamente, 0 lim),,( dxdydzzyxf R m k kkkk Vzyxf 1 *** ),,( . Exercício Calcule a integral iterada tripla à frente: ∫ ∫ ∫ ( ) Resp.: ( ) . 1.5 Cálculo de Volume Se a integral tripla dxdydzzyxf R ),,( existe, então a função vetorial f é dita Riemann- integrável no Sólido R. Seu volume em particular é calculado por: R dxdydzV Observação: Podemos calcular o valor numérico das integrais triplas que serão propostas à frente, sempre que convenientemente for, usando coordenadas cilíndricas ou esféricas, ou seja: 1) Em Coordenadas Cilíndricas: sapropriadolimites ),,( ),,(),,(),,( 2 1 4 3 6 5 rdzdrdzrf dxdydzzyxfdxdydzzyxfdxdydzzyxf x x x x x xSR 2 1 4 3 6 5 sapropriado limites x x x x x xR rdzdrddxdydzdxdydzV 2) Em Coordenadas Esféricas: sapropriado limites 2),,( ),,(),,(),,( 2 1 4 3 6 5 dddsenf dxdydzzyxfdxdydzzyxfdxdydzzyxf x x x x x xSR dddsendxdydzdxdydzv x x x x x xR 2 2 1 4 3 6 5 sapropriadolimites PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 10 Exercícios 1) Calcule o volume do sólido R limitado por 0,4,92 yzyxz e .4y Resp.: 2) Determine o volume da região delimitada por e pelo plano . Resp.: 3) Calcule o valor da integral ∫ ∫ ∫ ⁄ ⁄Resp.: √ 1.6 Mudança de Variáveis nas Integrais Dupla e Tripla Considere A um conjunto. O conjunto dos pontos interiores de A será indicado por 0 A. Teorema (de mudança de variáveis na integral dupla). Seja 2 2: ,IR IR aberto, de classe 1C , sendo dada por ( , ) ( , ),x y u v com ( , )x x u v e ( , )y y u v . Seja ,uv uvB B compacto e com fronteira de conteúdo nulo. Seja B a imagem de uvB , isto é, .uvB B Suponhamos que 0 0 B B.uv Suponhamos, ainda, que seja inversível no interior de uvB e que, para todo 0 ( , ) ( , ) B , 0. ( , ) uv x y u v u v Nestas condições, se ( , )f x y for integrável em B , então ( , ) ( , ) ( ( , )) ( , )uvB B x y f x y dxdy f u v dudv u v Observação: ( ) ( ) | ) | Logo queremos determinar ( , ) . B f x y dxdy Para isso usamos: ( , ) ( , ), ( , ); ( , ) Determina-se (no plano ) tal que ( ).uv uv x y x x u v y y u v dxdy dudv u v B uv B B Assim: ( , ) ( , ) ( ( , ), ( , )) . ( , )uvB B x y f x y dxdy f x u v y u v dudv u v PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 11 Exercício Calcule cos( ) , ( )B x y dxdy sen x y onde B é o trapézio 1 2, 0 e 0x y x y . Resp.: 1. O teorema de mudança de variável na integral dupla estende-se sem nenhuma modificação para integrais triplas. Teorema (de mudança de variáveis na integral tripla). Seja 3 3: ,IR IR aberto, de classe 1C , sendo dada por ( , , ) ( , , ),x y z u v w com ( , , )x x u v w e ( , , )y y u v w . Seja ,uvw uvwB B compacto e com fronteira de conteúdo nulo. Seja B a imagem de uvwB , isto é, .uvwB B Suponhamos que 0 0 B B.uvw Suponhamos, ainda, que seja inversível no interior de uvwB e que, para todo 0 ( , , ) ( , , ) B , 0. ( , , ) uvw x y z u v w u v w Nestas condições, se ( , , )f x y z for integrável em B , então ∭ ( ) ∭ ( ( )) | ( ) ( ) | Observação: ( ) ( ) | | | | Exercício Calcule ∭ ( ) , onde B é o paralelepípedo abaixo: 1 2 2,0 e 0 z 1. 4 x y z x y z Resp.: 2 1 ln 2 2 . PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 12 Unidade II – Reparametrização de Curvas por Comprimento de Arco 2.1 Comprimento de Arco Seja C uma curva dada pela equação vetorial ktzjtyitxtr )()()()( , .,bat Seu comprimento de um arco AB, com bat , , é dada por: b a dttr )(' Exemplos: 1) Encontrar o comprimento do arco da curva cuja equação vetorial é jtittr 3 2 )( , para 41 t . Solução: Temos que, jtitr 3 1 3 2 )( e 2 32 2 11 3 3 32 2 2 3 3 4 4 9 4 1 ( ) 1 1 (9 4) . 9 39 9 t r t t t t t t Aplicando ∫ | ( )| , obtemos: 4 1 3 1 2 1 3 2 .)49( 3 1 dttt . Esta integral pode ser resolvida por substituição, fazendo u 49 3 2 t . Temos, 2 34 3 22 11 3 32 1 1 1 1 (9 4) (9 4) . 33 3 6 2 t t t dt 3 3 32 22 2 233 3 1 1 9 4 4 9 1 4 18 2 4 13 13 . 27 27 2) Encontrar o comprimento da hélice circular ),sen,(cos)( ttttr do ponto )0,0,1(A a ),0,1( B . Solução: )1,cos,sen()( tttr 2 2( ) sen cos 1 2.r t t t Para )0,0,1(A temos e para ),0,1( B temos . Usando b a dttr )(' , obtemos 0 2 2.dt PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 13 Exercícios Determine o comprimento de arco das seguintes curvas: (a) 10),,sen,cos()( tetetetr ttt (b) 20,cos1sen)( tktjtittr (c) 0,2 3 zxy de )0,0,0(0P a )0,8,4(1P (d) 31,, 23 ttytx (e) Hélice circular )sen2,4,cos2()( ttttr de )0,0,2(0P a )2,2,0(1 P . (f) um arco da ciclóide jtitttr )cos1(2)sen(2)( (g) )2,cos,sen()( tttr para 2,0t (h) ( ) ( ) para ,0t (i) jtittr )2()13()( para 2,0t Respostas: a) √ ( ) b) √ ) ( √ ) ) ( √ √ ) e) √ f) g) ) (√ ) ( √ ) i) √ 2.2 Equações Paramétricas da Reta Tangente e Reta Normal a uma Curva Plana ⃗ ( ) ( ( ) ( )) ⃗ ( ) ( ( ) ( )) ( ) ( ( ) ( )) ( ) ⃗ ( ) ( ( ) ( )) ( ) [ ] [ ] [ ], onde . ⃗⃗ { Equações paramétricas da reta tangente ⃗ ( ) ( ) ⃗⃗⃗ ( ) ( ) ( ) ( ) ⃗ ⃗⃗ ( ) ( ) PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 14 [ ] [ ] [ ], onde . ⃗⃗⃗ { Equações paramétricas da reta normal Exercícios 1) Obter as equações da reta tangente e da reta normal à curva 12 xy no ponto )0,1(P . Resp.: ⃗⃗ { e ⃗⃗⃗ { 2) Obter as equações da reta tangente e da reta normal à circunferência 122 yx no ponto 2 3 , 2 1 P . Resp.: ⃗⃗ { √ ⁄ √ e ⃗⃗⃗ { √ √ 3) Calcular o raio da circunferência tangente ao eixo x no ponto )0,4(P , tangente ainda à reta 2 x y . Resp.: √ 2.3 Função Comprimento de Arco Na integral b a dttrl )(' , se substituirmos o limite superior b por um limite variável t , bat , , a integral se transforma em uma função de t . Escrevemos, t a dttrts ** )(')( . A função )(tss é chamada função comprimento de arco e mede o comprimento de arco de C no intervalo ta, . Exercícios 1) Escrever a função comprimento de arco da circunferência de raio R . Resp.: ( ) 2) Encontre a função comprimento de arco da hélice circular ttttr ,sen2,cos2)( . Resp.: ( ) √ PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 15 2.4 Reparametrização de Curvas por Comprimento de Arco É conveniente parametrizarmos algumas curvas usando como parâmetro o comprimento de arco s . Para reparametrizarmos uma curva C , dada por batktzjtyitxtr ,,)()()()( procedemos como se segue: i) Calculamos )(tss , usando t a dttrts ** )(')( . ii) Encontramos a sua inversa lsstt 0),( . iii) Finalmente, reescrevemos batktzjtyitxtr ,,)()()()( como .0,))(())(())(( )()( lskstzjstyistx strsh Temos então, que )(sh descreve a mesma curva C que era dada por )(tr , mas com uma nova parametrização, onde a variável s , ls 0 , representa o comprimento de arco de C . Exercícios 1) Reparametrizar pelo comprimento de arco a curva )sen,cos()(: tRtRtrC , 20 t . Resp.: ⃗ ( ) ( ( )) ( ( ) ( )) 2) Reparametrizar pelo comprimento de arco a curva dada por )sen,cos()( tetetr tt ,0t . Resp.: ⃗ ( ) (( √ √ ) ( ( √ √ )) ( √ √ ) ( ( √ √ ))) 3) Dada uma curva C representada por )(tr , mostrar que se 1)(' tr então o parâmetro t é parâmetro comprimento de arco de C . 4) Verificar que a curva 5 2 , 5 )(: ss shC , 0s está parametrizada pelo comprimento de arco. 2.5 Vetor Tangente Unitário Seja )(tr uma função vetorial então )(' )(' )( tr tr tu é chamado vetor tangente unitário de )(tr no ponto t. PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 16 Exercícios 1) Encontrar o vetor tangente unitário da parábola semi-cúbica 32 ,)( tttr em 2t . Resp.: ⃗ ( ) ( √ √ ). 2) Encontrar o vetor tangente unitário à circunferência de raio 2, centrada na origem, no ponto 2,2P . Resp.: ⃗ ( ) ( √ √ ). Observação: Quando a curva )(tr é representada por )(),(),()( szsysxsh , onde s é o parâmetro comprimento de arco, .1)(' sh Assim, neste caso, o vetor tangente unitário é dado por )(')( shsu . Exercício Encontrar o vetor tangente unitário à circunferência de raio 2, centrada na origem, no ponto ).2,2(P Resp.: ⃗ ( ) ( √ √ ). PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 17 Unidade III – Funções Vetoriais de Várias Variáveis 3.1 Funções Vetoriais de Várias Variáveis Como no caso das funções vetoriais de uma variável, se f é uma função vetorial das variáveis definida num domínio 3IRD , ela pode ser expressa na forma kzyxfjzyxfizyxfzyxf ),,(),,(),,(),,( 321 , onde 21 , ff e 3f são funções escalares definidas em D. As funções escalares 21 , ff e 3f são chamadas componentes da função vetorial f ou também funções coordenadas. Analogamente, se f é definida num domínio 2IRD , podemos escrever: kyxfjyxfiyxfyxf ),(),(),(),( 321 . Exercício Determine o domínio das funções abaixo e identifique suas funções coordenadas. a) kzjxyixzzyxf 2),,( b) jyxixyxf 221),( Respostas: a) ( ( )) {( ) }, com as funções coordenadas ( ) na direção , ( ) na direção e ( ) √ na direção ⃗ . b) ) ( ( )) {( ) }, com as funções coordenadas ( ) na direção , ( ) √ na direção . 3.2 Derivadas Parciais Seja ),,( zyxff uma função vetorial. A derivada parcial de f em relação à , que denotamos por x f , é definida por: x zyxfzyxxf x f x ),,(),,( lim 0 para todo ( ) , quando esse limite existe. Analogamente, ( ) ( ) e ( ) ( ) Se kzyxfjzyxfizyxfzyxf ),,(),,(),,(),,( 321 , de maneira análoga à derivada de função vetorial de uma variável, temos: PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 18 k x f j x f i x f x f 321 ; k y f j y f i y f y f 321 e k z f j z f i z f z f 321 Exercícios 1) Dada a função vetorial kejxyzixzyxf yz4),,( 2 , determine suas derivadas parciais. Resp.: ( √ ) ( ) e ( ). 2) Dada a função ),(),( 2vuuevuf v , determinar u f no ponto ( ) e v f no ponto ( ). Resp.: ( ) ( ) e ( ) ( ). 3.3 Interpretação Geométrica Seja ),,( zyxff uma função vetorial contínua. Se todas as variáveis, exceto uma, que pode ser tomada como parâmetro, permanecem fixas, então f descreve uma curva no espaço. A derivada parcial de f em relação a x, no ponto ),,( 0000 zyxP , é a derivada da função ),,()( 00 zyxfxg no ponto 0x . Portanto, se no ponto 0P , 0 x f , este vetor é tangente à curva dada por )(xg . Analogamente, no ponto 0P , 0 y f é um vetor tangente à curva dada por ),,()( 00 zyxfyh e z f é um vetor tangente à curva dada por 0 0( ) ( , , ).p z f x y z Na figura à frente ilustraremos a interpretação geométrica das derivadas parciais, para uma função vetorial de duas variáveis ),( yxff . Denotamos por 1C a curva dada por ),()( 0yxfxg e 2C a curva dada por ),()( 0 yxfyh . A derivada PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 19 parcial ),( 00 yx x f é tangente à curva 1C e a derivada parcial ),( 00 yx y f é tangente à curva 2C . Exercícios 1) Seja f uma função vetorial dada por kxzjxziyzyxf sencos),,( 2 . a) Descreva a curva obtida fazendo e . b) Representar nesta curva a derivada parcial x f no ponto 3,0, 6 0 P . Respostas: a) É uma circunferência de raio , centro ( ) no plano . PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 20 b) 2) Seja f uma função vetorial dada por )4,sen,cos(),( 2uvuvuvuf , para 20 u , 20 v . a) Determinar as curvas obtidas fazendo 2u e 4 v , respectivamente. b) Determinar u f 4 ,2 e v f 4 ,2 representando-os geometricamente. Respostas: a) Para √ , temos uma curva que é uma circunferência de centro ( ) e raio √ , localizada no plano . Para , temos uma curva que é uma parábola côncava para baixo no plano , contida no plano . b) ⃗⃗ ( ) ⃗⃗ ( ) PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 21 3.4 Derivadas Parciais Sucessivas As derivadas parciais de uma função vetorial de várias variáveis f são também funções vetoriais de várias variáveis. Se as derivadas parciais destas funções vetoriais existem, elas são chamadas derivadas parciais de 2ª ordem de f . Se ),( yxff , temos quatro derivadas parciais de 2ª ordem, que são dadas por: )( 2 2 x f xx f ; )( 2 x f yxy f ; )( 2 y f xyx f ; )( 2 2 y f yy f . Se ),,( zyxff , cada uma das três derivadas parciais de 1ª ordem origina três derivadas parciais de 2ª ordem. Analogamente, obtêm-se as derivadas parciais de maior ordem. Exercício Dada a função ( , , ) ( ( 2 ), , ln )xf x y z sen xy z e seny x yz , determine: a) 2 f z x ; b) 3 f y z x . Respostas: a) ( ( ) ); b) ( ( ) ( ) ). Observação: Como já vimos às derivadas direcionais de um campo escalar e de um campo vetorial, daqui para frente não falaremos mais sobre o assunto, apenas utilizaremos as fórmulas quando necessário. Teorema (Schwarz): Suponhamos que ( , )f f x y seja definida sobre uma bola aberta 0 0( , );B x y r e que 2 2 , , e f f f f x y y x x y também são definidas em B . Então, se 2 f y x e 2 f x y são contínuas em B , temos 2 2 0 0 0 0( , ) ( , ) f f x y x y y x x y . PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 22 3.5 Rotacional de um Campo Vetorial Seja 1 2 3( , , ) ( , , ) ( , , ) ( , , )f x y z f x y z i f x y z j f x y z k um campo vetorial definido num domínio D , com as derivadas de 1ª ordem contínuas em D . Definimos o rotacional de f , denotado por rot f , como: 3 2 1 3 2 1 1 2 3 i j k f f f f f f rot f f i j k x y z y z z x x y f f f Exercício Determine rot f , sendo 2 3f xzy i xyz j xyk . Resp.: ( ) ( ) ( ) ⃗ . 3.6 Interpretação Física do Rotacional O rotacional de um campo vetorial aparece em diversas situações da física. Por exemplo: i) Na análise de campos de velocidade na mecânica dos fluidos; ii) Na análise de campos de forças eletromagnéticas; iii) Pode ser interpretado com uma medida do movimento angular de um fluido e a condição 0rot v , para um campo de velocidade v , caracteriza os chamados fluxos irrotacionais; iv) A equação 0rot E , onde E é a força elétrica, caracteriza que somente forças eletrostáticas estão presentes no campo elétrico. 3.7 Campos Conservativos Seja f um campo vetorial num domínio U. Se ),,( zyxuu é uma função diferenciável em U tal que gradf u , dizemos que f é um campo conservativo ou um campo gradiente em U, e a função u é chamada de função potencial de f em U. Assim, se f é um campo gradiente, então existe uma função u potencial para 1 2 3, , , , , ,f f x y z i f x y z j f x y z k Integra-se Integra-se Integra-se com relação com relação com relação a x. a y. a z. PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 23 Exercício Seja kxyjxziyzxf 5554 um campo conservativo, determine sua função potencial u . Resp.: Teorema Seja 321 ,, ffff um campo vetorial contínuo num domínio U, com derivadas parciais de 1ª ordem contínuas em U. Se f admite uma função potencial u , então 1 2 1 3 2 30, , , , e . f f f f f f rot f x y z U y x z x z y Dem.: Observação: Basta que apenas um das igualdades falhe que o campo não será conservativo. Exercícios Verifique se os campos vetoriais abaixo são ou não conservativos, em caso afirmativo, determine sua função potencial: 1) kxzjyxiyxf 322 Resp.: Não. 2) kyxjxziyxf 222 52 em D = IR³ Resp.: Não. 3) kxjxizxyf 224 em D = IR³ Resp.: Sim, onde . Observação: O trabalho realizado por uma partícula num campo conservativo entre os pontos A e B, independe da trajetória e é igual à ).()( AuBu . A B PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 24 Exercício Considere o campo vetorial 2 2 2 2 ( , ) . x y f x y i j x y x y a) Verificar se f é um campo gradiente, 0,02 IRD . Resp.: Sim. b) Em caso afirmativo o item (a), calcular o trabalho realizado para ir de A para B como na figura. 1 e B A Resp.: u.t y x PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 25 Unidade IV – Integrais de Linha 4.1 Integrais de Linha São aplicações de integrais sobre uma curva C no n ( ) podendo ser esta curva aberta ou fechada. A curva C é também chamada CAMINHO DE INTEGRAÇÃO. 4.2 Definição: Seja C uma curva aberta no plano com equações paramétricas : ( ) , ( ) x f t y g t com bta . Sendo que e tem primeira derivada contínua e supondo e funções contínuas de duas variáveis. Então a integral de linha c dyyxQdxyxP ),(),( é definida por: c dyyxQdxyxP ),(),( b a dttgtgtfQdttftgtfP ])('))(),(()('))(),(([ . Logo, para calcular a integral de linha c dyyxQdxyxP ),(),( , nós simplesmente fazemos as substituições ( ) ( ) ( ), e ( ) e então integramos de até . Exercício Calcule c dyxydxyx )2()3( 22 , sendo C: 12ty tx , com 10 t . Resp.: 8. 4.3 Notação Vetorial e Trabalho Definindo o vetor jyixr como sendo o vetor posição variável de um ponto ( ) em . Então: jdyidxrd e tomando-se jyxQiyxPf ),(),( , então: PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 26 dyyxQdxyxPrdf ),(),(. , logo: c cc rdf dyyxQdxyxPrdf . ),(),(. Seja ),,(),,,(),,,( 321 zyxfzyxfzyxff um campo de forças definido num domínio 3IRD , seja r o vetor posição de um ponto qualquer do domínio D . O trabalho realizado por uma força f sobre a curva no trecho de A até B é dado por: (t) B A dtttfrdf f i t tAB AB )('.)(. Exercícios 1) Calcular dsyx c 2 onde C é semi- circunferência abaixo. Resp.: 36. 2) Calcular dszyx c 22 , onde C é a hélice circular dada por ktjtittr sencos)( do ponto )0,0,1(P até )2,0,1( Q . Resp.: √ ( ) 3) Calcular dsxy c , onde C é a intersecção das superfícies 4 22 yx e 8 zy . Resp.: 0 4) Calcule dsyI c 2 onde C é a semi-circunferência representada à frente: Resp.: . x y 0 4 y x 3 - 3 PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 27 4.4 Integrais Curvilíneas Independentes do Caminho de Integração Para introduzir as integrais curvilíneas independentes do caminho de integração, vamos analisar os exemplos abaixo. 1) Calcular c zdzyzdyxdx 32 , ao longo da: (a) parábola 2,2 yxz do ponto )0,2,0(A ao ponto );4,2,2(B (b) linha poligonal A 0 B onde 0 é a origem. Respostas: a) 28 rdf c ; b) 3 100 rdf c . 2) Calcular c dzyyzdysenxdx 22 ao longo de C, de )0,2,0(A ao ponto )4,2,2(B onde C: (a) É a parábola 2,2 yxz . (b) É a poligonal AMB, )0,0,1(M . Respostas: a) = b) 2cos152 2 c dzyyzdysenxdx Observando os dois exemplos citados, vemos que, no primeiro, a integral rdf c . , foi calculada de A até B ao longo de dois caminhos distintos e os resultados encontrados foram diferentes. No segundo exemplo, a integral dada foi calculada, de A até B, ao longo de caminhos distintos, no entanto, os resultados encontrados foram iguais. Logo temos a seguinte definição. 4.5 Definição Seja f um campo vetorial contínuo num domínio D do espaço. A integral rdf c . é dita independente do caminho de integração em D se, qualquer par de pontos A e B em D, o valor da integral é o mesmo para todos os caminhos em D, que iniciam em A e terminam em B. Pode nos ocorrer, uma série de perguntas: (i) Como identificar uma integral de linha independentedo caminho de integração? (ii) Podemos calculá-la conhecendo apenas os pontos A e B? (iii) O que acontecerá se o caminho de integração for fechado? Estas perguntas são respondidas com auxílio da definição de campos conservativos, e 0rot f com os teoremas que seguem. PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 28 4.6 Teorema Seja ),,( zyxuu uma função diferenciável em um domínio conexo 3IRU tal que uf é contínuo em U. Então, ),()(. AuBurdf c para qualquer caminho C em U, unindo o ponto A ao ponto B. Exercícios 1) Verificar que o campo vetorial kyjyzixf 22sen do 2º exemplo anterior, é um campo conservativo em IR³. Calcular rdf c . ao longo de qualquer caminho C de )0,2,0(A até )4,2,2(B . 2) Determinar o trabalho realizado pelo campo de forças: 222 ,:,32 RDRIRfjyxixyf sobre à curva 21),2,()( tttt (entre os pontos )2,1(A e )4,2(B ). Resp.: u. t 4.7 Teorema Se 321 ,, ffff é um campo vetorial contínuo em um domínio conexo 3IRU são equivalentes as três afirmações seguintes: (a) f é o gradiente de uma função potencial u em U, ou seja, f é conservativo em U. (b) A integral de linha de f é independente do caminho de integração em U. (c) A integral de linha de f ao redor de todo caminho fechado simples em U é igual a zero. 4.8 Propriedades das Integrais de Linha P.1) Se C é uma curva formada pela união de curvas sucessivas nccc ,...,, 21 , temos: ncccC ...21 rdfrdfrdfrdf ncccc ....... 21 PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 29 P.2) Uma troca na direção da curva sobre a qual a integral de linha é aplicada resulta em uma troca no sinal algébrico da integral, isto é: rdf c . = - rdf c . P.3) As integrais de linha, como integrais ordinárias, são aditivas e homogêneas, logo: ccc rdgrdfrdgf )( Exercício Seja ( ), ( ). Calcule dyyxdxyx c ²)²( , se ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ , isto é, é o perímetro do triângulo tomado na direção anti-horário. (ver figura abaixo) Resp.: 1. ( ) ( ) ( ) ( ) ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 30 Unidade V – Teorema de Green. Teorema de Stokes e Teorema de Gauss. 5.1 Introdução Há um teorema que exprime uma integral dupla sobre uma região plana em termos de uma integral de linha em torno de uma curva que é uma fronteira R. Esse teorema leva o nome do matemático e físico inglês George Green (1793- 1841), que introduziu o teorema numa publicação sobre as aplicações da matemática à eletricidade e ao magnetismo. Antes de expor o teorema precisamos rever e introduzir alguma terminologia relativa à curvas planas. Seja uma curva C definida pelas equações paramétricas : )(tfx )(tgy bta (1) Então é considerada lisa no intervalo fechado ba, se f’ e g’ são contínuas em ba, e )(' tf e 0)(' tg em todos os pontos do intervalo aberto ( ) Se para uma curva C definida pelas equações paramétricas (1) o ponto inicial )(),( agafA e o ponto terminal )(),( bgbfB coincidem, então a curva C é considerada fechada. A curva é considerada simples se não intercepta a si mesma entre os pontos e , isto é, se )(),()(),( 2211 tgtftgtf para todo 1t e 2t no intervalo aberto ( ). a) Simples e fechada. b) simples, mas não fechada. c) Fechada, mas não simples. d) Nem simples nem fechada. A circunferência e a elipse são exemplos de curvas fechadas lisas simples. Uma curva C é considerada seccionalmente lisa num intervalo I se pode ser dividida num número finito de subintervalos em que C é lisa. Na exposição do teorema de Green referimo-nos a uma integral de linha em torno de uma curva fechada c simples, seccionalmente lisa que forma a fronteira de uma região R no plano, e a direção ao longo de C é anti-horária. PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 31 5.2 O Teorema de Green Seja C uma linha uniforme, simples, definindo uma curva fechada no plano e suponha que C determina o limite de uma região bidimensional . Considere que C é orientado, sobre no sentido anti-horário. Suponha que P e Q são funções contínuas de duas variáveis, tendo derivadas parciais contínuas x Q e y P em R e C. Então: C R dxdy y P x Q dyyxQdxyxP ),(),( (2) Dem.: Sendo C a soma dos arcos orientados ATB e BSA e também a soma dos arcos orientados SAT + TBS, logo: C = ATB + BSA e C = SAT + TBS , onde: ATB : y = g(x) a x b - (BSA) : y = h(x) a x b - (SAT) : x = G(y) t y s TBS : x = H(y) t y s Então: dyyxQdydx x Q dxdy x Q dxdy x Q yHb yGa s t s t b aR s t b a )( )( ),( = dyyyGQyyHQ s t ),(),( = )( ),(),( SATTBS dyyxQdyyxQ = cSATTBS dyyxQdyyxQ ),(),( c dyyxQdxdy x Q ),( PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 32 De modo análogo: dxyxPdxdy y P dxdy y P dxdy y P xhs xgt b a b a s tR b a s t )( )( ),( = dxxgxPxhxP b a )(,)(, = dxxgxPdxxhxP b a b a )(,)(, = ATBBSA dxyxPdxyxP ),(),( = ATBBSA dxyxPdxyxP ),(),( = cATBBSA dxyxPdxyxP ),(),( ( , ) R c P dxdy P x y dx y Combinando os dois resultados, obtemos: CC C dyyxQdxyxPdyyxQdxyxP ),(),(),(),( = R dxdy y P R dxdy x Q = R dxdy y P x Q Exercícios 1) Use o teorema de Green para calcular a integral de linha sobre a curva fechada simples C. C dyxydxxy )2()3( , onde C é o círculo x² + y ² = 9, com orientação anti-horária. Resp.: 2) Calcular a integral de linha xydydxy c 42 onde C é a curva fechada consistente do arco da parábola 2xy desde a origem até o ponto )4,2( e do segmento de reta desde )4,2( até a origem. Resp.: PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 33 3) Use o teorema de Green para encontrar o trabalho total realizado na movimentação de um objeto na direção anti-horária uma vez em torno de uma superfície 222 ayx se o movimento é causado pelo campo de força .sen),( 2 jxeiyxyxF y Suponha que arco seja medido em metros e a força em newtons. Resp.: O teorema a seguir, que é uma conseqüência do teorema de Green, apresenta um métodoútil para calcular a área de uma região limitada por uma curva simples, fechada, seccionalmente lisa. 5.3 Teorema da Área Se R é uma região que tem por fronteira uma curva fechada, simples, seccionalmente lisa C, e A unidades quadradas é a área de R, então c ydxxdyA 2 1 Exemplos: 1) Calcule a área da região encerrada pela elipse .1 2 2 2 2 b y a x Resp.: 2) Use o teorema de Green para calcular a integral de linha dyxydxyx c 423 34 se C é a elipse .3649 22 yx Resp.: Existem duas formas vetoriais do teorema de Green que passaremos a obter. As duas quantidades escalares dadas na seguinte definição são necessárias para esse desenvolvimento. 5.4 Definição Se jyxQiyxPyxf ),(),(),( , então o rotacional de f é dado por: y P x Q frot e a divergência de f é dada por . P Q div f x y Suponha que uma equação vetorial de uma curva C seja jyixsh )( , sendo )(sfx e )(sgy onde s é o comprimento do arco medido desde um ponto particular 0P sobre C até o ponto P sobre C. Então: j ds dy i ds dx sh )(' Sabendo que )()(' sush , temos: (3) 42 j ds dy i ds dx su )( PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 34 Com a notação (4) Se jyxQiyxPyxf ),(),(),( , então: dyyxQdxyxPhdyxf ),(),().,( (5) Substituindo (4) em (5), obtemos: dyyxNdxyxMdssuyxf ),(),()().,( (6) Assim, a partir de (6) e da definição acima, a equação (2) do teorema de Green pode ser escrita como dAFrotdssuyxF c R )().,( Essa forma vetorial do teorema de Green é enunciada formalmente como o seguinte teorema que recebeu o nome do matemático e físico irlandês George Stokes (1819-1903). 5.5 Teorema de Stokes no Plano Sejam as funções M e N, a curva C e região R como são definidas no teorema de Green. Se jyxQiyxPyxf ),(),(),( e )(su é o vetor tangente unitário de C em P onde s unidades é comprimento do arco medido desde um ponto particular 0P sobre C até P, então dAFrotdsuF c R . Exercício Verifique o teorema de Stokes no plano se jxiyyxF 52),( e R é a região limitada pela circunferência 122 yx . Resp.: Para obter a segunda forma vetorial do teorema de Green, considere a equação (4) que exprime hd em termos de vetor tangente unitário )(su . Escrevendo a equação com jdyidx em lugar de hd , temos: dssujdyidx )( O vetor definido pela equação dssNjdxidy )( é um vetor normal unitário de C em P. Para verificar esse fato, observe que 0.)(.)( jdxidyjdyidxdssNdssu e as magnitudes de dssu )( e dssN )( são iguais. Como jdyidxhd PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 35 dxyxQdyyxPjdxidyjyxQiyxPsNyxF ),(),(.),(),()().,( Então: cc dyyxPdxyxQdssNyxF ),(),()().,( (7) Aplicamos o teorema de Green à integral de linha sobre o membro direito de (7) obtemos: dAFdivdA y Q x P dAQ yx P dssNyxF RRRc )()().,( Portanto, temos o seguinte teorema. 5.6 Teorema da Divergência no Plano Sejam as funções e , a curva C e região como são definidas no teorema de Green. Se jyxQiyxPyxf ),(),(),( e )(sN é um vetor normal unitário de C em P onde s unidades é comprimento do arco medido desde um ponto particular 0P sobre C até P, então: dAFdivdsNF c R . Exercício Verifique o teorema da divergência no plano se jxiyyxF 52),( e é a região limitada pela circunferência 122 yx . Resp.: 0 5.7 O Fluxo de um Campo Vetorial através de uma Superfície Analogamente a um campo escalar, que determina um escalar para cada ponto em uma região tridimensional S, um campo vetorial associa um vetor kzyxPjzyxNizyxMF ),,(),,(),,( para cada ponto ( ) em S ( Fig.1). Como o ponto ( ) desloca-se sobre , o vetor correspondente F pode variar, tanto em módulo quanto em direção. Por exemplo, se um fluído move-se através de uma região tridimensional , o vetor F pode representar a velocidade de uma partícula do fluído no ponto ( ). No que se segue, habitualmente supomos que as funções componentes escalares , e do campo vertical F são continuamente diferenciáveis. PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 36 Fig. 1 Agora, suponha que R é uma superfície no espaço e que N denota um vetor unitário normal a no ponto ( ) (Fig.2). Supomos que, como o ponto ( ) desloca-se sobre a superfície R , o vetor unitário normal N varia de modo contínuo. Suponha que R está contida numa região tridimensional S, na qual o campo vetorial F está definido. Para uma melhor precisão, visualizamos F como campo velocidade de um fluído que se move. Considere uma região infinitesimal de área em um ponto sobre a superfície e seja N o vetor unitário normal à superfície neste ponto (Fig.3). Após uma unidade de tempo, o fluído que passou através de forma um sólido cilíndrico infinitesimal de altura NFh . e com volume .. dANFhdAdV Fig.2 Fig.3 O volume infinitesimal de fluído deslocado através da região infinitesimal dA em unidade de tempo é chamado de fluxo através de . Integrando sobre a superfície total obtemos o volume total do fluído deslocado através de na unidade de tempo; logo, definimos o fluxo do campo vetorial F através da superfície como sendo a integral da superfície. dANFoudANFdV RRR ... j i 0 k ( ) PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 37 O Vetor Normal ao plano também é chamado vetor diretor e é dado por: ⃗⃗ ⃗ Os sinais na sequência – que aparecem na fórmula do vetor diretor são usados quando a orientação da curva C ocorrer no sentido horário, caso contrário utilizaremos os sinais na fórmula do vetor diretor. Exercício Seja a porção do plano 12 yxz que está compreendida acima da região D: 20,10 yx no plano . Calcule o fluxo do campo vetorial kzjxyixF 3 através da superfície R na direção da normal N , que faz um ângulo agudo com o eixo . Resp.: 5.8 Teorema da Divergência para o espaço tridimensional O teorema da divergência, também chamado de teorema de Gauss em homenagem ao renomado matemático alemão Karl Friedrich Gauss (1777-1855), efetua uma profunda conexão entre o divergente i o fluxo de um campo vetorial e representa uma generalização para o espaço tridimensional do teorema de Green no plano. O que se segue é um enunciado um tanto informal do teorema. 5.8.1 O Teorema da divergência de Gauss Seja S uma região fechada e limitada no espaço , cujo limite é uma superfície uniforme R. Suponha que F é um campo vetorial definido em um conjunto aberto U contendo S, e suponha que as funções componentesescalares de F são continuamente diferenciáveis em U. Seja N o vetor normal unitário externo, normal à superfície R. Então SR dxdydzFdANF Em palavras, a integral sobre o sólido S do divergente de um campo vetorial é o fluxo do campo através do limite do sólido. Em particular, se o integrando de uma integral tripla pode ser expresso como divergente de um campo vetorial, então o valor da integral depende somente dos vetores na superfície que compreende o volume! Exercício Seja kxzjyxizxF 22)2( e suponha que S é o cubo limitado pelos planos . Se R representa a superfície de S, use o teorema da divergência para calcular R dANF , onde N é o vetor unitário externo, normal a R. Resp.: PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 38 5.8.2 Teorema de Stokes para o espaço tridimensional 5.8.2.1 Introdução O teorema de Stokes é uma outra generalização do teorema de Green, a qual é atribuída ao físico matemático irlandês Sir George G. Stokes (1819-1903). Intuitivamente falando, o teorema de Stokes diz que o fluxo do rotacional de um campo vetorial F através de uma superfície R é igual à integral de linha da componente tangencial de F aplicada no limite de R. Para sermos mais precisos, suponha que R é uma superfície e que N é um vetor unitário normal a R que varia continuamente como no movimento ao redor da superfície (ver figura). Além disso, supomos que o limite de R é constituído de uma curva singular fechada C no espaço xyz. Imagine-se em pé com a cabeça voltada na direção do vetor normal N e com a superfície R à sua esquerda. Agora, se você caminhar ao longo de C estará por definição se movendo na direção positiva ao redor do contorno. Se desejamos descrever , ou uma parte de , parametricamente, nós escolheremos sempre o parâmetro t tal que, quando t aumenta, nos movemos ao longo de C na direção positiva. Com este entendimento podemos agora dar um, relato informal do teorema de Stokes. 5.8.2.2 Teorema de Stokes Seja F um campo vetorial cujas funções componentes são continuamente diferenciáveis em um conjunto aberto U contendo a superfície R e sua curva de contorno C. Logo, C R dANFRdF A integral de linha sobre a curva fechada C é chamada de circulação do campo vetorial F ao redor de C. Em particular, se F representa um campo de força, então a circulação de F ao redor de C é o trabalho total realizado pela força F no transporte de uma partícula ao redor da curva fechada C. Logo, o teorema de Stokes diz que a circulação de um campo vetorial ao redor do contorno de uma superfície no espaço é igual ao fluxo do rotacional do campo através da superfície. PARFOR – MATEMÁTICA- UFPA CÁLCULO IV Página 39 Exercício Determine o trabalho realizado pelo campo vetorial kxyjxyixzyxF 232 4),,( numa partícula que percorre o retângulo C no plano z = y, mostrado na figura abaixo. Resp.: Bons Estudos! Sucesso! x y
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