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Fundamentos da Farmacia

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Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
1
Fundamentos da Farmácia
Clínica e Atenção Farmacêutica:
identificação, resolução e prevenção 
de erros de medicação
Professor Ms. Vandré Mateus Lima
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
2
SUMÁRIO
1 FUNDAMENTOS DA FARMÁCIA CLÍNICA E ATENÇÃO FARMACÊUTICA 3
1.1 Introdução da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica 3
1.2 Princípios de Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica 4
1.3 Atenção Farmacêutica Como Prática Clínica 8
1.4 Atenção Farmacêutica 10
1.4.1 Dispensação de Medicamentos e Produtos para a Saúde 11
1.4.2 Indicação Farmacêutica 13
1.4.3 Acompanhamento / Seguimento Farmacoterapêutico (SFT) 17
1.4.4 Educação Sanitária: Princípios de Prevenção de Doenças 19
2 ERROS DE MEDICAÇÃO 22
2.1 Conceitos importantes para estudarmos Erros de Medicação 22
2.2 Trabalhos relevantes sobre erros de medicação 24
2.3 FARMACÊUTICO HOSPITALAR 25
2.4 FUNDAMENTOS DA PREVENÇÃO DOS ERROS DE MEDICAÇÃO 25
2.5 Estratégias de Prevenção 26
2.6 ANÁLISE DE ERROS DE MEDICAÇÃO: Gerenciamento de Risco - Segurança ao 
Paciente no Circuito do Medicamento 27
2.6.1 Cadeia de origem de EM 27
2.6.2 Gravidade dos EM 27
2.6.3 Tipos de EM 28
2.6.4 Causas dos EM 30
2.7 Prevenção de Erros de Medicação em Hospitais 31
2.8 Recomendações para prevenção de erros de medicação 33
2.9 Sugestão de Implantação de Gestão de Erros de Medicação 34
2.9.1 Comitê multidisciplinar para uso correto de medicamentos 34
2.9.2 Medidas de prevenção dos erros 34
2.10 PROGRAMA DE NOTIFICAÇÃO 35
2.11 Monitorando e Gerenciando os Erros de Medicação 36
2.12 Recomendações aos Profissionais de Saúde 36
2.12.1 Recomendações aos Médicos 36
2.12.2 Recomendações aos Enfermeiros 37
2.12.3 Recomendações aos Farmacêuticos 37
3 REFERÊNCIAS 38
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
3
1 FUNDAMENTOS DA FARMÁCIA 
CLÍNICA E ATENÇÃO FARMACÊUTICA
1.1 Introdução da Farmácia Clínica e 
Atenção Farmacêutica
Atenção farmacêutica é uma nova prática profissional 
baseada em ações pró-ativas recomendadas pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS), Associações 
Médicas Internacionais e pelo Conselho Nacional de Saúde 
do Brasil. Sua implementação pode contribuir para a 
resolução de problemas de saúde pública.
O conceito brasileiro, assim como o espanhol, tem 
uma abrangência maior, comparado com o americano. 
Considera a promoção da saúde, a educação em saúde 
e o Seguimento Farmacoterapêutico (SFT), como 
componentes da atenção farmacêutica.
O SFT tem como objetivo a detecção de Problemas 
Relacionados aos Medicamentos (PRM), para prevenção 
e resolução dos Resultados Negativos Associados aos 
Medicamentos (RNM). Esta atividade implica na assunção 
de um compromisso, que deve ocorrer de forma continuada, 
sistematizada e documentada, com a colaboração do 
paciente e demais profissionais de saúde, com o propósito 
de atingir resultados concretos que melhorem a qualidade 
de vida do paciente.
Um PRM é a situação que, no processo de uso do 
medicamento, causa ou que pode causar um RNM, que é 
um resultado não adequado ao objetivo da farmacoterapia 
e associado ao uso ou a falha no uso do medicamento.
Os PRMs são as principais causas de efeitos indesejados 
relacionados a medicamentos. Os principais são: prescrição 
inadequada; reações adversas; não adesão ao tratamento; 
superdosagem ou subdosagem; falta da farmacoterapia 
necessária; inadequado seguimento de sinais e sintomas e 
erros de medicação. 
Na equipe multiprofissional de saúde, o farmacêutico 
é o profissional mais habilitado para realizar o SFT, 
devido à sua formação específica e a motivação pelo 
reconhecimento de seu trabalho assistencial. Ao prestar 
atenção farmacêutica o profissional se responsabiliza pelo 
cumprimento do planejamento farmacoterapêutico, de 
forma a alcançar resultados positivos.
Na literatura científica de saúde é comum encontrarmos 
a definição de paciente polimendicado como aqueles que 
utilizam mais de cinco medicamentos. São pacientes mais 
propensos a apresentar problemas na farmacoterapia.
Assim o farmacêutico poderá realizar uma intervenção 
planejada e documentada e em conjunto com os demais 
profissionais de saúde, resolver ou prevenir problemas 
que interferem ou podem vir a interferir no processo 
terapêutico ou mesmo no aparecimento de co-morbidades 
decorrentes do uso inadequado dos medicamentos. Esta 
atividade é parte integrante do processo de SFT.
Durante a realização do SFT, a integração entre 
profissionais que prescrevem os medicamentos e 
o farmacêutico permite, através da combinação de 
conhecimentos especializados e complementares, o 
alcance de resultados eficientes, beneficiando o paciente. 
A atuação do farmacêutico em atividades clínicas levou 
ao estreitamento de relações com os médicos e outros 
profissionais de saúde, tendo como objetivo comum 
aumentar a efetividade dos tratamentos.
A “Canadian Pharmacists Association” e a “Canadian 
Medical Association” fornecem exemplo de atuação 
conjunta. Do mesmo modo, a American College of 
Physicians e a American Society of Internal Medicine, 
apóiam a transição para um modelo de ações conjuntas 
entre médicos e farmacêuticos, além de incentivar a 
pesquisa na área.
Uma ferramenta de atenção farmacêutica, para realizar 
SFT, é a Medodologia Dáder, que foi desenvolvida pelo 
Grupo de Investigação em Atenção Farmacêutica da 
Universidade de Granada em 1999. Utilizada por centenas 
de farmacêuticos de diversos países com milhares de 
pacientes, atualmente a Metodologia Dáder está em sua 
terceira edição, publicada em 2007. Fundamenta-se na 
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
4
obtenção de informações sobre os problemas de saúde 
e sobre a farmacoterapia do paciente, elaborando uma 
história farmacoterapêutica.
Através da história é possível estabelecer uma análise 
situacional que permite visualizar o panorama sobre a 
saúde e o tratamento do paciente em distintos momentos. 
Assimconsegue-se avaliar os resultados da farmacoterapia 
através da elaboração de um plano de atuação dentro 
do qual são determinadas todas as intervenções que se 
consideram oportunas para melhorar ou preservar seu 
estado de saúde.
1.2 Princípios de Farmácia Clínica e 
Atenção Farmacêutica 
Definição de Farmácia Clínica
Toda atividade executada pelo farmacêutico voltada 
diretamente ao paciente através do contato direto com 
este ou através da orientação a outros profissionais 
clínicos, como o médico e o dentista”. Engloba as ações de 
atenção farmacêutica.
Declaração de Tóquio
Em 1993 a Organização Mundial da Saúde (OMS) 
publicou o documento conhecido como “Declaração de 
Tóquio” (OMS, 1993) coloca o paciente como foco das 
ações do farmacêutico.
Perspectivas da Farmácia Clínica no Brasil
É uma das áreas de maior crescimento da profissão 
farmacêutica, principalmente com a ampliação de 
Farmácias Hospitalares, e contratação de farmacêuticos 
clínicos.
A atuação clínica na Farmácia Pública, na Indústria 
Farmacêutica na área de SAC e farmacovigilância, também 
é uma realidade.
Aspectos Importantes do Farmacêutico Clínico
O farmacêutico que deseja trabalhar em contato com 
pacientes deve possuir, uma série de conhecimentos e 
habilidades:
 » Conhecimento de doenças
 » Conhecimentos de farmacoterapia
 » Conhecimentos de terapia não medicamentosa
 » Conhecimento de análises clínicas
 » Habilidades de comunicação
 » Habilidades em monitoração de pacientes
 » Habilidades em avaliação física
 » Habilidades em informação sobre medicamentos
 » Habilidades em planejamento terapêutico
 
Precisa mudar o paradigma:
 » Paradigma antigo: “farmacêutico é o profissional do 
medicamento”.
 » Paradigma novo: “farmacêutico é o profissional 
voltado ao usuário do medicamento” – Paciente 
como foco.
Dificuldades para atuação clínica do Farmacêutico
A execução de ações de farmácia clínica tem sido o 
grande desafio do farmacêutico nos últimos anos, muitas 
vezes pela ausência desta disciplina na currículo de muitos 
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
5
cursos de graduação pelo Brasil, ou mesmo pela falta de 
referencial para aplicação da mesma. 
Qual modelo seguir?
A grande dúvida que paira no ar, é qual seria o melhor 
modelo a ser aplicado no Brasil, porém atualmente com 
a introdução da globalização em todas as áreas inclusive 
farmacêutica, caminhamos para um “modelo universal”. 
Modelo Universal
Este modelo universal é baseado nas recomendações 
de órgãos governamentais como a Organização Mundial 
de Saúde (OMS), Organização Panamericana de Saúde 
(OPAS), e de ONGs importantes como a Sociedade 
Americana de Farmacêuticos em Sistemas de Saúde 
(ASHP). 
Desafios para o Farmacêutico Clínico
 » Transportar os conceitos e ferramentas teóricas 
para o dia-a-dia do profissional, 
 » Passar pela mudança cultural dos próprios 
farmacêuticos, 
 » Pela valorização da profissão perante a sociedade, 
pelos demais profissionais de saúde, e principalmente 
pelos administradores de sistemas de saúde e 
órgãos governamentais. 
Como o Farmacêutico desenvolve o raciocínio clínico?
 » Colocando em prática o aprendizado teórico
 » Perdendo o medo de orientar o paciente e de 
discutir casos clínicos concretos com os médicos e 
outros profissionais de saúde
 » A prática traz a “perfeição”!
O Farmacêutico deve sempre colocar o usuário de 
medicamento como alvo principal do farmacêutico, independente 
do segmento (o medicamento é o meio, o paciente o fim).
Benefícios de cuidados farmacêuticos
 » Os pacientes recebem atendimento mais adequado 
no que diz respeito ao medicamento, a partir de um 
profissional da saúde mais capacitado.
 » A eficiência do atendimento médico direcionado é 
reforçada pelo deslocamento apropriado para as 
funções farmacêutico.
 » Mais pacientes recebem os serviços médicos 
necessários, aumentando o tempo disponível para 
o atendimento médico.
Resultados obtidos com as ações clínicas do 
farmacêutico
 » Melhora na adesão aos t ra tamentos 
farmacoterapêut icos;
 » Diminuição na incidência de reações adversas e 
interações medicamentosas;
 » Diminuição no tempo de internação;
 » Diminuição de morbidade e mortalidade dos 
pacientes;
 » Melhora na qualidade de vida dos pacientes;
 » Diminuição de custos.
Conhecendo o Paciente
 
Um profissional da área de saúde, deve entender que 
um paciente “é único”, que cada um possui um estilo 
diferente de vida, que é alguém que possui, vulnerabilidade, 
preferências, preocupações, medos, esperanças, alegrias.
Assim, o paciente é a razão central das ações. O farmacêutico 
oferece serviços e orientações para que o paciente receba o 
cuidado que necessita ou o que procura.
Relação do Paciente
Para auxiliar no tratamento e atendimento ao paciente 
é fundamental que haja o acompanhamento do mesmo 
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
6
por seu cônjuge ou por parentes que, até em algumas 
ocasiões, possam tomar decisões em relação à adesão de 
medicação.
Em relação ao uso de medicação, devem ser 
considerados o conhecimento das opiniões do paciente 
e de sua avaliação de opções de tratamento para 
o desenvolvimento de planos de acompanhamento 
terapêutico e prognóstico do paciente. 
Relação entre Paciente e Farmacêutico
Algumas pesquisas apontam que a partir da perspectiva 
do paciente, a competência dos farmacêuticos, é fator 
necessário para o estabelecimento de relações de confiança 
entre farmacêutico e paciente.
A forte correlação existente entre a confiança pessoal 
e profissional é importante para o paciente selecionar uma 
farmácia e para aceitar orientações pelo farmacêutico. 
Geralmente essa seleção é de livre escolha, mas há 
pacientes que a doença pode progredir necessitando de 
intervenções intervenção médica.
O paciente torna-se mais dependente dos atributos 
do farmacêutico, como um prestador de cuidados que se 
preocupa com as necessidades e saúde do paciente.
Alguns pacientes vêem o farmacêutico como um médico, 
que ocupam um papel como um curador pelo uso de medicações 
e conhecimento de seus efeitos, porém o farmacêutico deve 
atuar dentro das atividades de seu âmbito profissional.
O paciente traz as influências da cultura, etnia, 
educação, socioeconômica, espiritualidade, família e 
amigos, valores, crenças e atitudes. À medida que 
entendemos como dar atenção, é preciso estabelecer um 
conhecimento do paciente como uma pessoa cujo cuidado 
inclui a gestão da doença. 
Como Implantar a Farmácia Clínica
 » Se especializando - Aprendizado (pós-graduação)
 » Desenvolvimento de raciocínio clínico (estudos de 
caso, estágio e atuação na prática)
 » Atuar com perfil clínico (independente do segmento)
Metodologia para implantação da Farmácia Clínica
Proposta de acordo com o Livro Farmácia Clínica & 
Atenção Farmacêutica (Bisson, MP 2007), três etapas são 
necessárias:
 » Conhecer os princípios, conceitos de Farmácia 
Clínica;
 » Conhecer as ferramentas de Farmácia Clínica;
 » Desenvolver projetos estruturados de Farmácia 
Clínica e Atenção Farmacêutica, focando grupos 
específicos de pacientes e medicamentos.
Exemplos de Grupos de pacientes e medicamentos
 » Atenção Farmacêutica em distúrbios menores 
(MIPs).
 » Atenção Farmacêutica ao paciente pediátrico e 
hebiátrico.
 » Atenção Farmacêutica ao paciente geriátrico.
 » Atenção Farmacêutica ao paciente diabético e 
obeso.
 » Atenção Farmacêutica ao paciente hipertenso e 
cardiopata.
 » Atenção Farmacêutica ao paciente oncológico.
 » Atenção Farmacêutica na antibioticoterapia.
 » Atenção Farmacêutica na dor e inflamação.
 » Atenção Farmacêutica na insuficiência renal e 
hepática.
 » Atenção Farmacêutica nos distúrbios do sistema 
digestório.
 » Atenção Farmacêutica nos distúrbiosneurológicos e 
psiquiátricos.
 » Atenção Farmacêutica nos processos alérgicos e da 
asma.
Conhecendo algumas áreas da Farmácia Clínica
 » Atenção Farmacêutica
 » Farmacovilância
 » Farmacoepidemiologia (Estudos de Utilização de 
Medicamentos)
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
7
 » Farmacoeconomia
 » Farmacocinética Clínica (esquemas posológicos)
Atenção Farmacêutica
É a principal atividade do farmacêutico em Farmácia 
Clínica, onde o Farmacêutico Clínico trabalha diretamente 
com o paciente, realizando Anamnese/Análise/Orientação/ 
Seguimento Farmacoterapêutico. Utiliza conhecimentos de 
farmacoterapia, patologia, semiologia, interpretação de 
dados laboratoriais e relações humanas.
Dentro do contexto da Atenção Farmacêutica, a 
pesquisados “Linda Strand”, fez alguns comentários 
no Congresso Brasileiro de Farmacêuticos Clínicos - 
Abril 2011 (SP/Brasil)
 
 » Melhor atender bem um paciente do que 1.000 de 
maneira precária
 » Foco do farmacêutico deve ser a prática clínica
 » Se preocupar com as necessidade dos pacientes
 » Padronizar atendimento (prática médica igual no 
mundo inteiro, e a farmacêutica?)
 » Plano de tratamento racional (apropriado, efetivo, 
seguro e com aderência) 
 » São direitos dos pacientes: Passar suas necessidades; 
passar suas expectativas em relação ao tratamento; 
auxiliar o profissional de saúde no processo de 
tomada de decisão, trocando informações; e 
participação na decisão final do tratamento.
 » É papel do farmacêutico: Identificar, resolver, 
prevenir PRMs; realizar abordagem focada no 
paciente; e compartilhar seu conhecimento com o 
paciente.
Outras informações interessantes da pesquisadora:
 » 10% das doenças representam mais de 50% dos 
PRMs;
 » O Farmacêutico deve ter conhecimento das doenças 
e respectivas farmacoterapias;
 » O ensino através de PBLs (aprendizado baseado em 
problemas), deve ser desenvolvido;
 » Que os médicos reconhecem e aprovam a prática 
integrada, ou seja, a atuação multiprofissional, 
porém eles querem saber quem faz atenção 
farmacêutica, e como levar acesso a esse serviço 
aos seus pacientes.
Farmacovigilância
Farmacovigilância é a ciência e as atividades relativas 
à detecção, avaliação, compreensão e prevenção dos 
efeitos adversos e quaisquer outros problemas associados 
a medicamentos (OMS, 2002). (Será abordado em outro 
módulo)
Farmacoepidemiologia
É a aplicação do raciocínio epidemiológico, métodos 
e conhecimento ao estudo dos usos e efeitos (benéficos 
e adversos) de drogas em populações humanas. (Será 
abordado em outro módulo)
Farmacoeconomia
É um ramo da Economia em Saúde que vem se 
desenvolvendo nestes últimos anos em função dos gastos 
crescentes em saúde. (será abordado em outro módulo)
Farmacocinética Clínica
Estudo da relação quantitativa entre dose, concentração 
plasmática e efeito da droga, dando suporte para análises 
e interpretações das medidas das concentrações da droga 
no plasma ou outros tecidos. (será abordado em outro 
módulo)
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
8
1.3 Atenção Farmacêutica Como Prática 
Clínica
Qual a coisa mais importante para os seres humanos??? 
A VIDA !!!
A esperança de vida tem aumentado de forma 
espetacular, devido à: Melhorias na nutrição e higiene; 
Avanços tecnológicos; Existência de medicamentos e o 
acesso a sua utilização.
O Medicamento é o fator que mais tem contribuído 
para o aumento da expectativa de vida da população, em 
qualidade e quantidade!!!
Objetivo da utilização terapêutica de medicamentos
 
FONTE: FAUS DÁDER, 2008
Porém, temos que tomar cuidado!!!
Nem sempre um medicamento produz um resultado 
ótimo! 
Poderá ocorrem uma falha durante a farmacoterapia!!!
Falhas na farmacoterapia
 
FONTE: FAUS DÁDER, 2008
O medicamento deve ser: Eficaz e seguro
Quando o medicamento não é eficaz?
 » Quando ele não consegue atingir os objetivos 
terapêuticos buscados.
Quando o medicamento não é seguro?
 » Quando ele provoca danos. 
Razões pela qual a farmacoterapia falha !
 
FONTE: FAUS DÁDER, 2008
Por isso, garantir que os medicamentos consigam 
os resultados clínicos desejados (positivos) e evitar 
o aparecimento de resultados clínicos não desejados 
(negativos) representa um ponto crítico do processo 
farmacoterapêutico.
O Farmacêutico Clínico realizando Atenção 
Farmacêutica, irá contribuir para o alcance dos resultados 
esperados da Farmacoterapia.
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
9
Terceiro Consenso de Granada (2007)
 » PRM – Problema relacionado com 
medicamento.
 » Aquelas situações que, no processo de uso de 
medicamentos, causam ou podem causar o 
aparecimento de um RNM.
 » RNM – Resultado negativo associado ao 
medicamento.
 » Resultado em saúde do paciente não adequado 
ao objetivo da farmacoterapia e associados ao 
uso ou falha no uso de medicamentos.
Lista de PRM (FÓRUM de AF, 2006)
 » Administração errônea do medicamento;
 » Características pessoais;
 » Conservação inadequada;
 » Contra-indicação;
 » Dose, pauta, e/ou duração inadequada;
 » Duplicidade;
 » Erros de dispensação;
 » Erros de prescrição;
 » Não adesão;
 » Interações;
 » Outros problemas de saúde que afetam o 
tratamento;
 » Probabilidade de efeitos adversos;
 » Problemas de saúde insuficientemente tratados;
 » Outros.
Classificação dos RNMs (Terceiro Concenso de 
Granada, 2007)
 » NECESSIDADE
 » Problema de saúde não tratado;
 » Efeito de medicamento não necessário.
 » EFETIVIDADE
 » Inefetividade não quantitativa (ATB, Não há 
resp. terapêutica);
 » Inefetividade quantitativa (Sub dose).
 » SEGURANÇA
 » Insegurança não quantitativa (RAM, Alergia, 
Interação);
 » Insegurança quantitativa (Dose tóxica, 
Nefropatia, Hepatopatia).
 
FONTE: FAUS DÁDER, 2008
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
10
Exemplo de utilização das classificações de PRM 
e RNM, na prática clínica
Caso Clínico:
Criança com problema cardíaco, edemaciada, peso 
seco 3,0Kg, em uso de furosemida.
 » Prescrição: 2,5 mg de furosemida a cada 6 horas.
 » transcrição (prescrição) do dia seguinte: Furosemida 
2,5 ml a cada 6 horas.
Obs.: Apresentação do medicamento: Furosemida 
solução 10 mg/ml frasco de 100 ml.
Resumo do caso: Foi prescrito erroneamente em ml 
o que deveria ser prescrito sempre em mg, e com isso 
ocorreu um erro de medicação; a criança tomou 2,5 ml 
que significa 25 mg e não 2,5 mg como já vinha tomando. 
Criança apresentou diarréia e vômitos.
1- PRM: - Administração errônea do medicamento;
 - Dose errada do medicamento; 
 - Erro de prescrição (transcrição);
2- RNM: - Segurança: Insegurança quantitativa: 
dose maior do que a necessária, causando efeito adverso.
1.4 Atenção Farmacêutica
O termo “Atenção Farmacêutica” esta ligado ao 
Farmacêutico Clínico.
Engloba todas as atividades realizadas pelo farmacêutico 
orientadas ao paciente, com o objetivo de conseguir o 
máximo benefício possível em termos de saúde (FAUS 
DÁDER, 2008).
Atenção Farmacêutica no Brasil - Consenso 
Brasileiro de Atenção Farmacêutica (Brasília - 
DF/2002 - proposta)
Objetivo: Estabelecer estratégia de Atenção 
Farmacêutica, apropriadas à realidade sanitária do país, 
possibilitando ainda, diferenciar e integrar os conceitos de 
Assistência Farmacêutica e de Atenção Farmacêutica.
Atenção Farmacêutica em outros Países
Minnesota – USA
O conceito de “Atenção Farmacêutica” estabelecido 
por Hepler & Strand em 1990, é: “A missão principal 
do farmacêutico é prover a atenção farmacêutica, que 
é a provisão responsável de cuidados relacionados a 
medicamentos com o propósito de conseguir resultados 
definitivos que melhorem a qualidade de vida dos 
pacientes”.Espanha (Consenso de Granada - 2001)
Atenção Farmacêutica é a participação ativa do 
farmacêutico para a assistência ao paciente na dispensação 
e seguimento de um tratamento farmacoterapêutico, 
cooperando assim com o médico e outros profissionais 
de saúde a fim de conseguir resultados que melhorem a 
qualidade de vida do paciente.
Também envolve a implicação do farmacêutico em 
atividades que proporcionem boa saúde e previnam as 
doenças.
Implantação da Atenção Farmacêutica
Etapas Prévias para Execução de Ações de 
Atenção Farmacêutica
 » Convencimento de quem tem poder de mando.
 » Secretários de Saúde Estaduais e Municipais, 
diretores clínicos de hospitais, proprietários de 
redes de drogarias e farmácias;
 » Colocar o paciente como foco das ações; 
 » Definição de projetos específicos de atenção 
farmacêutica.
 » por doenças, tipos de paciente, grupos de 
medicamentos.
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
11
Etapas de Execução de Ações de Atenção 
Farmacêutica
 » Serviços Farmacêutico (aferição da PA, temperatura 
corpórea, glicemia capilar – RDC 44/09);
 » Intervenção Farmacêutica; 
 » Acompanhamento/Seguimento Farmacoterapêutico.
Etapas de Pós-Execução de Ações de Atenção 
Farmacêutica
 » Avaliação e monitoração de resultados;
 » Elaboração de relatórios;
 » Publicação científica dos resultados;
 » Reavaliação contínua das rotinas;
 » Propositura constante de novos projetos conforme 
a demanda.
Atividades do Farmacêutico na Atenção 
Farmacêutica que veremos:
 » Dispensação de medicamentos e produtos para a 
saúde;
 » Indicação/Prescrição Farmacêutica;
 » Seguimento Farmacoterapêutico;
 » Educação Sanitária.
1.4.1 Dispensação de Medicamentos e Produtos 
para a Saúde
Atuação clínica do Farmacêutico, afim de proporcionar 
ao paciente ou a seus cuidadores:
 » A entrega de medicamentos e/ou produtos para a 
saúde ;
 » Os serviços clínicos que acompanham a entrega do 
mesmo.
Objetivo da Dispensação
 » Melhorar o processo de uso do medicamento e a 
utilização dos produtos para a saúde ;
 » Proteger o paciente de possíveis RNM, causados por 
PRM.
Como?
Entregando o medicamento e produtos para a saúde em 
condições ótimas e de acordo com as legislações vigentes.
Como?
Garantindo que o paciente possua as informações 
mínimas necessárias em relação o processo de uso do 
medicamento e a utilização dos produtos para a saúde.
Como?
 » Protegendo o paciente frente ao possível 
aparecimento de RNM, detectando e corrigindo os 
PRMs.
Processos clínicos da Dispensação
 » É um processo complexo que deve ser realizado 
pelo Farmacêutico ou sob a sua supervisão;
 » Está focado no paciente;
 » Deve ser realizado de maneira ágil e segura;
 » Deve ser uma prática rotineira do profissional 
farmacêutico;
 » Deve existir troca de informações entre o 
farmacêutico e o paciente;
Procedimento Operacional Padrão (POP) na dispensação 
Importâncias da Dispensação:
 » Favorecem a eficácia e eficiência do processo;
 » Contribui para a agilidade, oportunidade e 
continuidade do serviço.
Aspecto importantes.
 » Na elaboração do POP de dispensação deve-se 
assegurar o cumprimento de três requisitos básicos:
1º - Deve ser realizado por farmacêutico ou sob a sua 
supervisão;
2º - Verificar se o medicamento não é inadequado para 
o paciente;
3º - Assegurar que o paciente, pelo menos, conhece o 
objetivo e a forma de utilização do produto.
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
12
Passos a seguir no POP de Dispensação
 » 1º - Procurar dispensar o medicamento ao usuário 
ou cuidador (falta de informações);
 » 2º - Investigar se está frente a uma primeira 
dispensação ou a uma dispensação repetida (uso 
contínuo).
O POP deve proporcionar o cumprimento dos 
princípios básicos da dispensação!
 » Ausência de critérios farmacoterapêuticos ou clínicos 
que impossibilitem a dispensação:
 » Alergias;
 » Contra-indicações;
 » Teratogenia;
 » Duplicidade;
 » Interações.
 » Conhecimento e aceitação do processo de uso dos 
medicamentos pelo paciente;
 » Percepção do paciente sobre a efetividade e 
segurança do medicamento.
Primeira Dispensação
Objetivos da primeira dispensação
 » Ausência de critérios farmacoterapêuticos ou 
clínicos que sugiram que a entrega do medicamento 
não deva ser realizada;
 » Que o paciente possui e assume o conhecimento do 
processo de uso do medicamento (manipulação e 
utilização terapêutica);
 » Que o paciente conhece a forma de realizar a 
monitorização do tratamento.
Fluxograma de Primeira Dispensação
 
FONTE: FAUS DÁDER, 2008
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
13
Dispensação repetida ou de uso contínuo
Objetivo principal da dispensação repetida é avaliar a percepção do paciente sobre a efetividade e a segurança do 
tratamento.
Fluxograma de Dispensação Repetida
 
FONTE: FAUS DÁDER, 2008.
Ato profissional, pelo qual o farmacêutico se 
responsabiliza pela seleção de um medicamento que não 
necessita prescrição médica (Medicamento Isento de 
Prescrição - MIP).
Objetivos da Indicação Farmacêutica
 » Aliviar ou resolver um problema de saúde “a pedido 
do paciente”;
 » Encaminhamento ao médico ou a outro profissional 
de saúde quando o referido problema necessite.
 » Aliviar ou resolver um problema de saúde “a pedido 
do paciente”;
 » Encaminhamento ao médico ou a outro profissional 
de saúde quando o referido problema necessite.
1.4.2 Indicação Farmacêutica
Serviço que é prestado frente à demanda de um 
paciente ou usuário que chega à farmácia sem saber qual 
medicamento deve adquirir e solicita ao Farmacêutico 
o remédio mais adequado para um problema de saúde 
concreto, ou quando o Farmacêutico após uma anamnese 
do paciente, decide indicar um MIP.
Normalmente a pergunta que o paciente faz ao 
farmacêutico na dragaria é... O que você tem para ...?
Definição de Indicação Farmacêutica
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
14
 » Preconizado pela OMS e legislações sanitárias 
brasileiras;
 » Poderia ser uma oportunidade de alívio para o 
sistema sanitário em atenção primária e serviços de 
urgência;
 » Inibição e/ou diminuição da automedicação.
Aspectos legais da Indicação Farmacêutica no Brasil
 » Resolução - RDC nº 138, de 29 de maio de 2003 
- Dispõe sobre o enquadramento na categoria 
de venda de medicamentos – OTCs. (MIPs – 
Medicamentos Isentos de Prescrição).
 » Resolução RDC nº 87, de 21 de novembro de 2008. 
(Altera o Regulamento Técnico sobre as Boas 
Práticas de Manipulação em Farmácias).
 » Resolução – RDC Nº 44, DE 17 DE AGOSTO DE 
2009 - Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas 
para o controle sanitário do funcionamento, da 
dispensação e da comercialização de produtos e da 
prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e 
drogarias e dá outras providências.
 » Consulta Pública nº 01/10 do CFF – Define, 
regulamenta e estabelece atribuições e competências 
do farmacêutico na prescrição farmacêutica e dá 
outras providências.
Indicação de medicamentos manipulados 
segundo a RDC nº 87/2008.
 » A prescrição ou indicação, quando realizada pelo 
farmacêutico responsável, também deve obedecer 
aos critérios éticos e legais previstos.
RDC nº 138 - Lista de Grupos e Indicações 
Terapêuticas Especificadas (GITE) 
 
Grupos 
Terapêuticos Indicações Terapêuticas Observações
Antiacneicos tópicos Acne, acne vulgar, rosácea Restrições: Retinóides
Antiácidos, 
Antieméticos, 
Eupépticos, Enzimas 
digestivas
Acidez estomacal. Azia, Desconforto estomacal, 
Dor de estômago, Dispesia, Enjoo, Náusea, Vômito, 
Epigastralgia, Má digestão, Queimação
Restrições: Metoclopramida, 
Bromoprida, Mebeverina, 
Inibidor da Bomba de Proton
AntidiarreicosDiarréia, Desinteria Restrições: Loperamida infantil, Opiáceos
Antiespasmódicos Cólica, Cólica menstrual, Dismenoréia, Desconforto pré-menstrual, Cólica biliar/renal/intestinal Restrições: Mebeverina
Anti-histamínicos Alergia, Coceira/Prurido, Coriza, Rinite Alérgica, Urticária, Picada de inseto, Ardência, Ardor
Restrições: Adrenérgicos, 
Corticóides que não a 
hidrocortisona de uso tópico
Anti-seborréicos Caspa
Anti-sépticos orais Aftas, Dor de garganta, Profilaxia das cáries
Anti-sépticos ocular Restrições: Adrenérgicos, Corticóides
Anti-sépticos da 
pele e mucosas Assaduras, Dermatite de fraldas
Anti-séptico urinário Disúria, dor/ardor/desconforto para urinar
Anti-séptico 
vaginal tópicos Higiene íntima, desodorizante
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
15
Grupos 
Terapêuticos Indicações Terapêuticas Observações
Aminoácidos, 
Vitaminas, Minerais
Suplemento vitamínico e/ou mineral pós-cirúrgico/cicatrizante, 
suplemento vitamínico e/ou mineral como auxiliar nas anemias 
carenciais, suplemento vitamínico e/ou mineral em dietas restritivas 
e inadequadas, suplemento vitamínico e/ou mineral em doenças 
crônicas/convalescença, suplemento vitamínico e/ou mineral 
em idosos, suplemento vitamínico e/ou mineral em períodos de 
crescimento acelerado, suplemento vitamínico e/ou mineral na 
gestação e aleitamento, suplemento vitamínico e/ou mineral para 
recém-nascidos, lactentes e crianças em fase de crescimento, 
suplemento vitamínico e/ou mineral para prevenção do raquitismo, 
suplemento vitamínico e/ou mineral para a prevenção/tratamento 
auxiliar na desmineralização óssea pré e pós menopausal, suplemento 
vitamínico e minerais antioxidantes, suplemento vitamínico e/
ou mineral para prevenção de cegueira noturna/xeroftalmia, 
suplemento vitamínico como auxiliar do sistema imunológico
Antiinflamatórios Lombalgia, Mialgia, Torcicolo, Dor articular, artralgia, Inflamação da garganta, Dor muscular, Dor na perna, Dor varicosa, Contusão
Permitidos: Naproxeno, 
ibuprofeno, cetoprofeno
Antiflebites Dor nas pernas, Dor varicosa, Sintomas de varizes
Antifisético Eructação, Flatulência, Empachamento, Estufamento
Anti-fúngico Micoses de pele, frieira, micoses de unha, pano branco
Permitidos: Tópicos que 
não contenham princípios 
ativos de uso sistêmico
Anti-hemorroidários Sintomas de hemorróidas Permitidos: Tópicos
Antiparasitários orais Verminoses Permitidos: Mebendazol, levamizol.
Antiparasitários 
tópicos Piolhos, sarna, escabiose, carrapatos
Antitabágicos Alívio dos sintomas decorrente do abandono do hábito de fumar Restrições: Bupropiona
Analgésicos, 
Antitérmicos
Dor, Dor de dente, Dor de cabeça, Dor abdominal e pélvica, 
Enxaqueca, Sintomas da gripe, Sintomas do resfriados, Febre, Cefaléia
Ceratolíticos Descamação, Esfoliação da pele, Calos, Verrugas
Cicatrizantes Feridas, escaras, fissuras de pele e mucosas, rachaduras
Colagogos, 
Coleréticos Distúrbios digestivos, Distúrbios hepáticos
Descongestionantes 
nasais tópicos Congestão nasal, Obstrução nasal Restrições: vasoconstritores
Emolientes cutâneos Hidratante
Emoliente ocular Secura nos olhos, falta de lacrimejamento
Expectorantes, 
Sedativos da tosse Tosse, Tosse seca, Tosse produtiva
Laxantes, Catárticos Prisão de ventre, obstipação/constipação intestinal, intestino preso
Rehidratante oral Hidratação oral
Relaxantes 
musculares Torcicolo, Contratura muscular, Dor muscular
Rubefaciantes Vermelhidão/rubor
Tônico oral Estimulantes do apetite
 FONTE: ANVISA, 2003.
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
16
Ponto da RDC 44/2009 relacionado a Indicação 
Farmacêutica.
Da Declaração de Serviço Farmacêutico
Art. 81. Após a prestação do serviço farmacêutico 
deve ser entregue ao usuário a Declaração de Serviço 
Farmacêutico.
 » I - atenção farmacêutica:
 » a) ......
 » b) indicação de medicamento isento de 
prescrição e a respectiva posologia, quando 
houver;
Definição de Prescrição Farmacêutica - Consulta 
Pública nº01/10 
Ato praticado pelo farmacêutico devidamente inscrito 
no CRF de sua jurisdição, após a constatação de um 
transtorno menor ou nos limites da atenção básica à saúde, 
que consiste em definir e orientar sobre plantas medicinais, 
drogas vegetais nas suas diferentes formas farmacêuticas, 
alimentos, produtos para saúde, cosméticos, produtos 
dermatológicos e medicamentos de venda livre ou isentos 
de prescrição (MIP), a ser consumido pelo paciente, com 
respectiva dosagem e duração do tratamento.
Este ato deve sempre ser expresso mediante a 
elaboração de uma declaração de serviço farmacêutico. 
Contexto sanitário da Indicação Farmacêutica: 
O autocuidado da saúde.
 » A OMS em 1998, em seu documento “O papel do 
farmacêutico no autocuidado e na automedicação”, 
apresenta as seguintes definições:
Autocuidado
 » Tudo aquilo que as pessoas fazem por si mesmas, 
com o propósito de restabelecer e preservar a saúde 
ou prevenir e tratar doenças.
 » Higiene;
 » Nutrição;
 » Estilo de vida; 
 » Fatores ambientais e sócio econômicos;
 » Automedicação.
Automedicação
É o uso dos medicamentos pelos indivíduos para tratar 
sintomas ou doenças auto-identificadas.
Neste momento o farmacêutico deve agir e seguir o que 
a OMS e as legislações sanitárias preconizam e permitem. 
“O farmacêutico deverá ser capaz de ajudar o paciente 
a eleger a automedicação apropriada ou responsável, ou 
quando for necessário, encaminha-lo ao médico”.
E quando temos uma “automedicação 
responsável”?
Quando um indivíduo trata de sua doença com o 
uso de medicamentos autorizados, disponíveis sem 
necessidade de prescrição e que são seguros e eficazes 
quando empregados conforme indicação com o auxílio do 
farmacêutico.
Aspectos importantes da Indicação Farmacêutica
 » Ser realizado por profissional farmacêutico;
 » Ser realizado a pedido do paciente ou após 
anamnese pelo farmacêutico;
 » Ser realizado afim de aliviar ou resolver um problema 
de saúde;
 » Não deve ser utilizado medicamentos que requerem 
prescrição médica;
 » Basear-se suas atuações e protocolos elaborados 
segundo a evidência científica disponível;
 » Deve-se realizar-se o registro documentado das 
atividades efetuadas, incluindo informes por escrito 
de encaminhamento ao médico e informação ao 
paciente também por escrito, caso necessário.
Processo de Indicação/Prescrição Farmacêutica
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
17
 
FONTE: FAUS DÁDER, 2008.
 » Colaborando com o paciente e toda equipe de 
saúde;
 » Para alcançar resultados concretos que melhorem a 
qualidade de vida do paciente.
Metodologia de Acompanhamento / Seguimento 
Farmacoterapêutico (SFT)
Método Dáder de Seguimento Farmacoterapêutico
 » Elaborado por pesquisadores da Universidade de 
Granada 1999 - Espanha;
 » Reconhecido internacionalmente, por isso esta 
sendo utilizado em dezenas de países, por centenas 
de farmacêuticos assistenciais em milhares de 
pacientes;
 » Procedimento operativo simples que permite realizar 
SFT em qualquer paciente, em qualquer âmbito 
assistencial, de forma sistematizada, continuada e 
documentada;
1.4.3 Acompanhamento / Seguimento 
Farmacoterapêutico (SFT)
“O serviço profissional que tem como objetivo a 
detecção de PRM, para a prevenção e resolução de RNM. 
Compromisso que deve prever-se de forma continuada, 
sistematizada e documentada. Com a finalidade de 
alcançar resultados concretos que melhorem a qualidade 
de vida do paciente”.
Sobre o Acompanhamento Farmacoterapêutico
 » Prática profissional do farmacêutico;
 » O farmacêutico responsabiliza-se das necessidades 
do paciente relacionadas com os medicamentos;
 » Detecção de problemas relacionados ao 
medicamento (PRM);
 » Prevenção e resolução de resultados negativos 
associados ao medicamento(RNM);
 » De forma continuada, sistematizada e documentada;
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
18
 » Permite registrar, monitorar e avaliar os efeitos da 
farmacoterapia que utiliza um paciente, através de 
formas simples e claras;
 » Fundamenta-se na obtenção de informações sobre 
os problemas de saúde e da farmacoterapia do 
paciente;
 » Permite elaborar a história farmacoterapêutica.
Fases do Método Dáder
 
FONTE: FAUS DÁDER, 2008
Entendendo as fases do Método Dáder
Oferta de Serviço
O Farmacêutico deve, explicar de forma clara, a 
prestação do seviço:
 » O que é, qual o objetivo, e quais são suas principais 
características.
 » Propósito será captar e incorporar o paciente ao 
SFT;
 » Oferecido quando se percebe alguma necessidade 
do paciente relacionada ao medicamento.
Entrevista farmacêutica: primeira entrevista
Consiste em obter a informação inicial do paciente e 
abrir a história farmacoterapêutica. Nesta fase, o paciente 
é quem fornece o maior nº de informações;
São três etapas:
 » Preocupações e problemas de saúde (pergunta 
aberta);
 » Medicamentos (perguntas semi-abertas);
 » Revisão – “desde a cabeça até os pés”.
Análise situacional (Estado de situação)
Mostra, em forma de resumo, a relação dos problemas 
de saúde e dos medicamentos em uma data determinada.
 » “Foto do paciente”, ou seja, como o paciente está 
naquela data, quais são os problemas de saúde, 
tratados e não tratados;
 » Ajuda a ordenar as informações da 1º entrevista e 
continuar adequadamente o processo;
 » Possibilita estabelecer as suspeitas de PRM e RNM.
Fase de Estudo
Permite obter informações sobre os problemas de saúde 
e os medicamentos do paciente. Nela o Farmacêutico irá 
encontrar a melhor evidência científica, a partir de fontes 
relevantes, com rigor e centrada na situação clínica do 
paciente;
Permite:
 » Avaliar a necessidade, a efetividade e a segurança 
do medicamento;
 » Elaborar plano de atuação;
 » Promover tomada de decisões clínicas baseadas na 
evidência científica.
Fase de Avaliação
Nesta fase faz-se a Identificação dos PRMs e RNMs que 
o paciente apresenta (também suspeitas);
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
19
 » Processo sistemático, que começa pelas informações 
da análise situacional.
Fase de intervenção (plano de atuação)
O Farmacêutico irá elaborar e iniciar o plano de atuação 
com o paciente.
 » Finalidade:
 » Resolver ou prevenir os RNM;
 » Preservar ou melhorar os resultados positivos 
alcançados;
 » Assessorar ou instruir o paciente à conseguir um 
melhor cuidado e seguimento de seus problemas 
de saúde e um melhor uso do medicamento;
 » Contato com outros profissionais de saúde.
Entrevistas farmacêuticas sucessivas 
Nesta fase, fecha o processo de SFT, tornado-se cíclico;
 » Informações sobre o resultado da intervenção;
 » Originam-se novas análises situacionais;
 » Pode detectar o aparecimento de novos problemas 
de saúde ou a incorporação de novos medicamentos.
1.4.4 Educação Sanitária: Princípios de Prevenção 
de Doenças 
Uma das principais tarefas da Atenção Farmacêutica 
é a prevenção de doenças que começa desde a primeira 
consulta farmacêutica e é acompanhada pelo farmacêutico 
em todas as fases do acompanhamento farmacoterapêutico 
do paciente. 
Os objetivos primários de prevenção em medicina são:
 » prolongar a vida, 
 » diminuir morbidade, e 
 » melhorar a qualidade de vida com os recursos 
disponíveis. 
Trabalhando em parceria com os pacientes, o 
farmacêuticos e outros profissionais de saúde podem 
desempenhar um papel importantíssimo na educação 
dos seus pacientes, gerenciando o acesso a triagem e 
intervenção, e interpretar as recomendações de promoção 
a saúde.
Embora as evidências demonstrem que os serviços de 
prevenção são capazes de prolongar a vida dos pacientes 
e diminuir os custos médicos-hospitalares, os médicos 
e farmacêuticos freqüentemente não integram estas 
atividades preventivas em suas práticas. 
Definições 
Prevenção Primária 
Quaisquer atos destinados a diminuir a incidência 
de uma doença numa população, reduzindo o risco de 
surgimento de casos novos. Inclui varias formas de 
promoção a saúde e vacinação.
Prevenção Secundária 
Quaisquer atos destinados a diminuir a prevalência 
de uma doença numa população reduzindo sua evolução 
e duração. Tem o objetivo de detectar a doença 
precocemente, por exemplo o uso de mamografias para 
detectar o câncer de mama pré-clínico. 
Prevenção Terciária
Quaisquer atos destinados a diminuir a prevalência das 
incapacidades crônicas numa população, reduzindo ao 
mínimo as deficiências funcionais consecutivas à doença. 
Prevenção de episódios recorrentes de uma doença 
existente, que é definida como o cuidado que tem como 
objetivo melhorar o curso de uma doença estabelecida.
Estratégias de Prevenção
Adotando uma abordagem baseada em evidências 
(medicina baseada em evidências) para o desenvolvimento 
de políticas de práticas preventivas é um passo essencial 
para assegurar o que realmente faz diferença, separando 
as boas intervenções das inócuas. 
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
20
O Farmacêutico Clínico pode definir Estratégias 
de Prevenção Primária
 » Atuação nos riscos modificáveis.
 » Prevenção de doenças;
Prevenção Primária 
Modificação do Risco 
 » Mais de 2 milhões de mortes que ocorrem nos E.U.A 
a cada ano, mais da metade é devida a causas 
previníveis. 
 » Estilo de vida e comportamento são as vias 
principais nas causas de morbidade e mortalidade 
para adultos (P.Ex.: doenças cardíacas coronárias, 
câncer, e seqüelas). 
Principais Riscos Modificáveis que o Farmacêutico 
Pode Atuar
- Tabaco
 » O principal risco modificável. 
 » Responsável por mais de 400.000 mortes a cada ano 
e um custo social anual superior a US$50 bilhões, 
o abuso do tabaco conduz a uma fração substancial 
de morbidade e mortalidade cardiovascular, câncer, 
e pulmonar.
 » Redução do fumo nos E.U.A. de um porcentual 
de 40 para 25 % nos últimos 30 anos, mudando 
efetivamente o comportamento dos pacientes.
 » Por causa das propriedades aditivas da Nicotina, 
prevenir a iniciação ao abuso do tabaco é a 
intervenção de escolha. 
 » Muitos fumantes adultos adquiriram seu hábitos 
como adolescentes.
O aconselhamento sobre os riscos do tabaco e os 
métodos para abandoná-lo são as principais armas para 
o sucesso.
Como cerca de 70% dos fumantes (nos E.U.A) entra 
em contato com profissionais de saúde, o encontro com o 
farmacêutico propicia a oportunidade de ser explicado as 
implicações no hábito do tabaco. 
Os questionamentos que o farmacêutico pode fazer ao 
paciente é o seguinte:
 » “O que você sabe sobre as conseqüências a saúde 
do uso do tabaco?”
 » “Você está pronto para abandonar o hábito”
 » “O que você deve fazer para parar de fumar”
Estas perguntas aproximam o paciente e o 
encorajam a participar do processo. 
 » Estabeleça uma data para a parada,
 » Estabeleça as datas de visita do paciente ou retorno 
telefônico durante o período inicial de parada, 
 » Forneça literatura especializada ao paciente.
Alerta!!!!!!
O acompanhamento médico é fundamental 
neste processo. 
 
- Álcool e Drogas de Abuso 
O uso do álcool e drogas ocasionam mais de 100.000 
mortes anualmente. 
- Dieta
Muitas evidências sugerem que a modificação da 
ingestão calórica, tanto qualitativa como quantitativa, 
podem resultar em uma redução da morbidade e 
mortalidade para doenças cardiovasculares, câncer, e 
diabetes. 
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
21
O excesso de peso é um fator de risco independente 
para doenças coronarianas, em adiçãoa sua contribuição 
na incidência de diabetes, hiperlipidemia, e hipertensão. 
A recomendação é evitar o excesso de gorduras 
saturadas e sacarose, e passar a consumir carboidratos 
complexos e fibras. Restrição dietética de sódio pode 
apresentar bons resultados em hipertensos sal-sensíveis, 
embora o resultado da restrição na população sadia não 
seja conhecida.
O papel do farmacêutico neste sentido é de fazer o 
aconselhamento dietético, sempre tendo a participação de 
um profissional de nutrição para estabelecer os objetivos e 
formular a dieta adequada para cada um. 
- Atividade Física 
A contrapartida para diminuir a ingesta calórica é 
aumentar o gasto energético do organismo.
A atividade física sozinha não controla a obesidade, 
porém a mudança de hábito de vida sedentário pode 
diminuir a incidência de doenças cardíacas, hipertensão, 
diabetes, e osteoporose. 
É estimado que a atividade física apresenta uma 
redução de até 35% em doenças coronarianas, e mesmo 
exercícios leves são preferidos a não fazer exercícios.
- Comportamento Sexual 
Devido aos riscos substanciais de doenças infecciosas 
e gravidez indesejada, os pacientes devem ser alertados 
sobre os riscos de fazer sexo sem proteção, e sobre os 
métodos contraceptivos existentes juntamente com o 
profissional médico. 
- Riscos Ambientais 
O farmacêutico durante a consulta farmacêutica 
deve elaborar os riscos ambientais ao qual o paciente 
está submetido, considerando o aspecto físico, social e 
ocupacional dos seus pacientes. 
Deve ser tomada uma completa história do paciente 
focando sua residência, trabalho, vizinhança, hobbies.
Os pacientes devem ser orientados sobre a exposição 
solar e os riscos do câncer de pele e encorajados a usar 
filtros solares. 
Os riscos de traumatismos advindos de acidentes de 
trânsito também devem ser informadas aos pacientes 
assim como o aconselhamento sobre hábitos seguros de 
condução de veículos, como o uso de cinto de segurança e 
capacete em motociclistas.
Riscos de incêndio e queimaduras devem ser alertados 
aos pacientes, e medicamentos em casa no caso de ter 
crianças na residência.
Uso de arma de fogo e guarda delas em residências 
também deve ser desestimulada.
- Imunização 
Cerca de 70.000 mortes nos E.U.A anualmente são 
devidas a gripe, infecções pneumococcicas, e hepatite B.
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
22
2 ERROS DE MEDICAÇÃO
2.1 Conceitos importantes para 
estudarmos Erros de Medicação
Reação adversa a medicamento (RAM)
É uma resposta nociva e não intencional ao uso de 
medicamento e que ocorre em doses normalmente 
utilizadas em seres humanos para a profilaxia, diagnóstico 
ou tratamento de doenças. (OMS, 1972)
É definido pela OMS como “todo efeito prejudicial e 
não desejado que se apresenta depois da administração 
de um medicamento com doses normalmente utilizadas no 
ser humano para a profilaxia, diagnóstico ou tratamento 
de uma enfermidade ou com objetivo de modificar uma 
função biológica”.
Eventos adversos relacionados a medicamentos
São considerados como qualquer dano ou injúria 
causado ao paciente pela intervenção médica relacionada 
aos medicamentos.
A American Society of Healthy-System Pharmacists 
define-os como qualquer injúria ou dano, advindo de 
medicamentos, provocados pelo uso ou falta do uso quando 
necessário. A presença do dano é, portanto, condição 
necessária para a caracterização do evento adverso.
O evento pode ser devido a vários fatores relacionados 
com o tratamento: 
 » dose do medicamento incorreta, 
 » dose omitida, 
 » via de administração não especificada, 
 » horário de administração incorreto e outros. 
Deve-se lembrar que uma superdose de medicamento 
não pode ser considerada como uma reação adversa de 
acordo com a definição, mas pode ser considerado um 
evento adverso. 
Desta forma um Erro de Prescrição, apesar de 
não ser uma Reação Adversa pode ser chamado de 
Evento Adverso.
Erro de medicação
Qualquer evento evitável que, de fato ou potencialmente, 
pode levar ao uso inadequado de medicamento. 
Esse conceito implica que o uso inadequado pode ou 
não lesar o paciente, e não importa se o medicamento 
se encontra sob o controle de profissionais de saúde, do 
paciente ou do consumidor. 
O erro pode estar relacionado à:
 » prática profissional, 
 » produtos usados na área de saúde, 
 » procedimentos, 
 » problemas de comunicação, 
 » prescrição, 
 » rótulos, 
 » embalagens, 
 » nomes, 
 » preparação, 
 » dispensação, 
 » distribuição, 
 » administração, 
 » educação, 
 » monitoramento e 
 » uso de medicamentos.
Diferenças entre erros de medicação e reações 
adversas
Os eventos adversos preveníveis e potenciais 
relacionados a medicamentos são produzidos por erros 
de medicação, e a possibilidade de prevenção é uma das 
diferenças marcantes entre as reações adversas e os erros 
de medicação. 
A reação adversa a medicamento é considerada 
como um evento inevitável, ainda que se conheça a sua 
possibilidade de ocorrência, e os erros de medicação são, 
por definição, preveníveis.
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
23
Relação entre acidentes com medicamentos, acontecimentos adversos por medicamentos (AAM), 
reações adversas a medicamentos (RAM) e erros de medicação
 
(Otero MJ, Domínguez-Gil A. Acontecimientos adversos por medicamentos: una patología emergente. Farm Hosp 2000; 24:258-66).
Importante - Um erro pode ocorrer por:
 » Imperícia;
 » Negligência ;
 » Imprudência.
Imperícia
 » Agir com inaptidão;
 » Falta de qualificação técnica, teórica ou prática;
 » Ausência de conhecimentos elementares e básicos 
da profissão.
 
Erro de prescrição
Erro de decisão ou de redação, não intencional, que 
pode reduzir a probabilidade do tratamento ser efetivo ou 
aumentar o risco de lesão no paciente, quando comparado 
com as praticas clínicas estabelecidas e aceitas.
Erro de dispensação
A discrepância entre a ordem escrita na prescrição 
médica e o atendimento dessa ordem. O atendimento de 
uma prescrição incorreta é também considerado erro de 
dispensação.
Ex. Erros cometidos por funcionários da farmácia 
(farmacêuticos, inclusive) quando realizam a dispensação 
de medicamentos para as unidades de internação ou ao 
usuário e/ou cuidador.
Erro de administração
Qualquer desvio no preparo e administração de 
medicamentos mediante prescrição médica, não 
observância das recomendações ou guias do hospital ou 
das instruções técnicas do fabricante do produto. 
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
24
Negligência
 » Falta de cuidado;
 » Falta de atenção;
 » Inércia e passividade;
 
Imprudência
 » Agir perigosamente;
 » Falta de moderação ou precaução;
 » Violação das regras ou leis.
Conceito dos cinco “C”
 » Dose correta
 » Medicamento correto
 » Administrada ao paciente correto
 » Através da via correta
 » No momento correto 
As falhas em um ou mais dos cinco “C”, produzem 
erros!
2.2 Trabalhos relevantes sobre erros de 
medicação
Na década de 90 foram publicados quatro trabalhos 
que demonstraram a importância do tema e incentivaram 
todos os farmacêuticos hospitalares do mundo a se 
preocuparem com o assunto.
1º) Em 1991 Harvard Medical Practice Study, 
primeiro estudo relevante, com 30.195 pacientes 
de hospitais do Estado de Nova York.
 » 3,7% dos pacientes hospitalizados sofreram efeitos 
indesejados derivados das atuações médicas durante 
sua permanência hospitalar, dos quais 19,4% foram 
causados por medicamentos.
 » 45% dos casos detectados foram considerados 
previníveis, ou seja, causados por erros. 
2º Estudo: 1995 o ADE Prevention Study, 
realizado nos hospitais Brigham Women’s e 
Massachusets General Hospital de Boston.
 » 6,5%dos pacientes hospitalizados sofreram um 
acontecimento adverso por medicamentos durante 
sua estadia e que aproximadamente um terço deles 
(28%) eram consequência de erros de medicação.
 » Estes acontecimentos adversos aumentavam o 
custo médio em 4.700 dólares por paciente e 
representavam um custo de 2,8 milhões de dólares 
para um hospital de 700 leitos. 
3º Estudo: 1999 Committee on Quality of Health 
Care in America do Institute of Medicine (IOM)
 » Erros assistenciais ocasionam entre 44.000 e 98.000 
mortes ao ano nos E.U.A.
 » Mortalidade maior que a causada pelos acidentes de 
trânsito, câncer de mama ou AIDS.
 » Neste estudo verificou-se que os erros de medicação 
são os de maior magnitude e os mais conhecidos 
e destaca que ocasionam mais de 7.000 mortes 
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
25
anuais, superando as causadas por acidentes de 
trabalho.
 » São responsáveis por uma em cada 854 mortes 
em pacientes hospitalizados e de uma em cada 131 
mortes em pacientes não hospitalizados.
4º Estudo: Institute for Safe Medication Practices 
(ISMP-Espanha)
 » Erros de medicação podem motivar 4,7% das 
entradas em serviços médicos, com um custo médio 
por leito próximo a 3.000 Euros.
 » Podem causar acontecimentos adversos em 1,4% 
dos pacientes hospitalizados.
 » Outro estudo realizado recentemente em Barcelona 
demonstrou que os erros de medicação são 
responsáveis por 5,3% das entradas hospitalares. 
2.3 FARMACÊUTICO HOSPITALAR
Deve estar preparado para gerenciar os riscos, para 
que os erros, sejam minimizados, beneficiando à todos!
PORTARIA Nº 4.283, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010 
- Aprova as diretrizes e estratégias para organização, 
fortalecimento e aprimoramento das ações e serviços de 
farmácia no âmbito dos hospitais.
 » Gerenciamento de risco: aplicação sistemática de 
políticas de gestão, procedimentos e práticas na 
análise, avaliação, controle e monitoramento de 
risco.
ESTA AÇÃO AUMENTA A SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO 
DOS MEDICAMENTOS EM UMA INSTITUIÇÃO
2.4 FUNDAMENTOS DA PREVENÇÃO 
DOS ERROS DE MEDICAÇÃO 
 » Analisar os erros de medicação como erros do 
sistema e não de pessoas;
 » Criar uma cultura de segurança não punitiva que 
permita o aprendizado com os erros; 
 » Aprender com o problema!
Estar preparado!
 » Para gerenciar os riscos!
 » Cultura de gestão de riscos!
REFLEXÃO: Caso das Enfermeiras de Denver (EUA)
Em Outubro de 1996, um EM ocorrido em um hospital 
de Denver ocasionou a morte de um recém nascido devido 
a administração por via intravenosa de uma dose dez 
vezes superior a prescrita de penicilina-benzatina.
Como consequência, três enfermeiras foram levadas a 
julgamento por “homicídio por negligência”
Verificou-se que ao longo do processo de prescrição, 
dispensação e administração do medicamento, que havia 
conduzido a este trágico acontecimento adverso, foram 
produzidos várias falhas do sistema.
 » As falhas foram às seguintes:
 » medicamento não necessário, 
 » prescrição ilegível, 
 » falta de verificação da prescrição pelo farmacêutico, 
 » falha na rotulagem pelo laboratório farmacêutico,
 » inexperiência do pessoal da farmácia hospitalar e da 
enfermagem.
Resultado do processo: Absolvição das acusadas 
(devido à falha ser do sistema e não de uma única pessoa).
 
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
26
Morte absurda e evitável de menina de 12 anos 
Em São Paulo, uma menina de 12 anos, Stephanie, 
morreu porque aplicaram na sua veia 50 ml de vaselina 
líquida. Ela estava recebendo hidratação venosa em um 
hospital da Santa Casa e o frasco de vaselina líquida foi 
confundido por uma auxiliar de enfermagem com o frasco 
de soro fisiológico. Os frascos, pelas fotografias publicadas 
nos jornais, são em tudo idênticos.
*Foto: Reprodução / TV Globo 
2.5 Estratégias de Prevenção
As estratégias de prevenção dos EM se baseiam 
fundamentalmente no desenvolvimento de sistemas de 
utilização de medicamentos seguros, a prova de erros. 
É necessário revisar o sistema, envolver a equipe e 
implantar processos como os sugeridos a seguir.
PROCESSO PESSOAS IMPLICADAS
1. Seleção e gestão
1.1. Estabelecer um Guia Farmacoterapêutico
1.2. Estabelecer um procedimento para a provisão de 
medicamentos não incluidos no Guia Farmacoterapêutico
Comitê interdisciplinar (incluindo clínicos e gestores)
2. Prescrição
2.1. Avaliar a necessidade e selecionar 
o medicamento correto
2.2. Individualizar o regime terapêutico
2.3. Estabelecer a resposta terapêutica desejada
Médico
3. Validação
3.1. Revisar e validar a prescrição Farmacêutico
4. Preparação e dispensação
4.1. Adquirir e armazenar os medicamentos
4.2. Processar a prescrição
4.3. Elaborar/preparar os medicamentos
4.4. Dispensar os medicamentos com regularidade
Farmacêutico
5. Administração
5.1. Administrar o medicamento correto ao paciente correto 
5.2. Administrar a medicação no momento indicado
5.3. Informar o paciente sobre a medicação
Enfermeira
6. Seguimento
6.1. Monitorar e documentar a resposta do paciente
6.2. Identificar e notificar as reações adversas e os erros 
de medicação6.3. Reavaliar a seleção do medicamento, 
dose, frequência e duração do tratamento
Todos os profissionaisde saúde e o pacienteou seus familiares
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
27
2.6 ANÁLISE DE ERROS DE MEDICAÇÃO: 
Gerenciamento de Risco - Segurança ao 
Paciente no Circuito do Medicamento
ANÁLISE DE ERROS DE MEDICAÇÃO
 » Cadeia de origem dos EM
 » Gravidade dos EM
 » Tipos de EM
 » Causa dos EM
2.6.1 Cadeia de origem de EM
Importância: Conhecer a cadeia terapêutica facilita a 
localização dos processos onde ocorre o maior número de 
EM, facilitando a implantação de medidas preventivas. 
 
Segundo levantamento da Farmacopéia Americana 
(USP) de 1999:
 » administração – 40%
 » transcrição – 21%
 » dispensação – 17%
(United States Pharmacopeia. Summary of the 1999 information 
submitted to MedMARxsm, a national database for hospital medication 
error reporting.) 
Quando se analisa os EM que causam efeitos adversos, 
os erros de prescrição são mais frequentes.
Processo da cadeia terapêutica onde se originam 
os EM causadores de efeitos adversos em pacientes 
hospitalizados
 
2.6.2 Gravidade dos EM
Importância: A determinação da gravidade do EM, tem 
a intensão de facilitar o estabelecimento das prioridades 
de ação.
Gravidade dos EM: Sistema proposto por Hartwig et al:
Classificação
 » 9 categorias de A a I
 » 4 níveis
 » erro potencial ou não erro
 » erro sem danos
 » erro com danos 
 » erro mortal
Gravidade dos EM: Versão mais atual de 
classificação - 2001:
A classificação continua parecida
O que mudou?
 » Algumas definições
 » As nove categorias de gravidade têm o mesmo peso, 
sendo igualmente importante a notificação de erros 
que provocam danos, daqueles que não provocam
 
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
28
Categoría Definición
Error potencial 
o no error Categoría A Circunstancias o incidentes con capacidad de causar error
Error sin daño1
Categoría B El error se produjo, pero no alcanzó al paciente2
Categoría C El error alcanzó al paciente, pero no le causó daño
Categoría D El error alcanzó al paciente y no le causó daño, pero precisó monitoración
3 
y/o intervención para comprobar que no había sufrido daño
Error con daño
Categoría E El error contribuyó o causó daño temporal al paciente y precisó intervención4
Categoría F El error contribuyó o causó daño temporal al paciente y precisó o prolongó la hospitalización
Categoría G El error contribuyó o causó daño permanente al paciente
Categoría H El error comprometió la vida del paciente y se precisó intervención paramantener su vida5
Error mortal Categoría I El error contribuyó o causó la muerte del paciente
1 Daño: alteración temporal o permanente de estructuras o funciones físicas, emocionales 
o psicológicas y/o el dolor resultante de ellas que precise intervención.
2 Un “error por omisión” alcanza al paciente.
3 Monitorización: observación o registro de datos relevantes fisiológicos o psicológicos.
4 Intervención: cualquer cambio realizado en la terapia o tratamiento médico o quirúrgico.
5 Intervención necesaria para mantener la vida del paciente: Incluye el suporte 
vital cardiovascular y respiratorio (desfibrilación, intubación, etc).
Quadro 1: Tipos de erros de medicação
1. Medicamento errado
1.1 Prescrição inadequada do medicamento
1.1.1 medicamento não indicado/não apropriado 
para o diagnóstico que se pretende tratar
1.1.2 história prévia de alergia ou 
reação adversa similar
1.1.3 medicamento inadequado para o paciente 
por causa da idade, situação clínica, etc.
1.1.4 medicamento contra-indicado
1.1.5 interação medicamento-medicamento
1.1.6 interação medicamento-alimento
1.1.7 duplicidade terapêutica
1.1.8 medicamento desnecessário
1.2 Transcrição/dispensação/administração de 
um medicamento diferente do prescrito
2. Omissão de dose ou medicamento
2.1 falta de prescrição de um medicamento necessário
2.2 omissão na transcrição
2.3 omissão na dispensação
2.4 omissão na administração
3. Dose errada
3.1 dose maior
3.2 dose menor
3.3 dose extra
4. Frequência de administração errada
5. Forma farmacêutica errada
6. Erro de preparo, manipulação e/ou acondicionamento
7. Técnica e administração errada
8. Via de administração errada
Categorias de gravidade dos erros de prescrição 
registrados pelo programa MedMARxSM durante o 
ano de 1999 (n= 6.224) - USP
 
2.6.3 Tipos de EM
Classificação: segue a natureza dos EM: definida na 
Espanha – 2000
 » Classificação: 15 tipos
 
 
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
29
Quadro 1: Tipos de erros de medicação
9. Velocidade de administração errada
10. Horário errado de administração
11. Paciente errado
12. Duração do tratamento errada
12.1 duração maior
12.2 duração menor
13. Monitorização insuficiente do tratamento
13.1 falta de revisão clínica
13.2 falta de controles analíticos
14. Medicamento deteriorado
15. Falta de adesão do paciente
16. Outros tipos
17. Não se aplica
fonte: OTERO et al., 2008. 
É importante lembrar que em qualquer classificação 
mencionada os diferentes tipos de erros são mutuamente 
excludentes, devido a complexidade. Isto implica que o 
número de tipos pode ser maior que os erros analisados.
Tipos de erros de medicação registrados no 
MedMARxSM (sistema de notificação de erros 
composta de mais de 600 hospitais americanos) 
durante o ano de 1999 (n=6.188)
 
Tipos de erros de medicação registrados pelo grupo de trabalho Ruiz-Jarabo em 2000 - Espanha 
(n=453)
 
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
30
Falhas do Sistema x Falhas profissionais???
Estudo de Leape et al.: 3 perguntas:
 » Qual foi o erro? – permite conhecer o tipo do EM
 » Por que ocorreu o erro? – permite identificar a causa 
mais próxima
 » Por que se produziu a causa do erro? – permite 
encontrar as falhas no sistema que geraram o EM
Principais causas:
 » falta de conhecimento sobre o medicamento – 22%
 » falta de informação sobre o paciente – 14%
Principais falhas:
 » incorreta difusão de informação sobre medicamentos 
(principalmente para médicos) – 29%
 » inadequada disponibilidade de informação sobre o 
paciente – 18%
Em resumo, os principais EM são:
 » Medicamento errado
 » Doses incorretas
 » Omissão de medicamentos
 » Isto mostra que os problemas nos distintos países 
são similares
2.6.4 Causas dos EM
A determinação das causas dos erros ajudam na 
prevenção dos mesmos. As causas dos erros são muito 
complexas, pois na maioria dos casos são multifatoriais e 
multidisciplinares.
A relação entre o tipo de EM x causas de EM, 
também é complexa
 » um tipo de erro pode atribuir várias causas
 » uma causa pode estar vinculada a vários tipos de 
EM
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
31
Causas dos EM – Segundo National Coordinating 
Council for Medication Error Reporting and 
Prevention – NCCMERP
Causas mais freqüentes observadas são:
 » Falta de informação sobre o paciente
 » Falta de informação sobre os medicamentos
 » Problemas de interpretação da prescrição médica
 » Problemas de etiquetamento, envase e denominação 
dos medicamentos
 » Sistema de armazenamento, preparação e 
dispensação de medicamentos deficiente
 » Problemas com os sistemas de administração de 
medicamentos
 » Falta de medidas de segurança de uso dos 
medicamentos
 » Falta de informação aos pacientes sobre os 
medicamentos
Causas de erros de medicação registrados pelo grupo de trabalho Ruiz-Jarabo 2000 (n=502)
 
2.7 Prevenção de Erros de Medicação em Hospitais
Os erros de medicação podem ser cometidos por pessoal experiente ou não, incluindo farmacêuticos, médicos, 
residentes e enfermeiros. A incidência de ocorrência é indeterminada tendo em vista as variáveis e dificuldades de 
padronização de metodologias.
Muitos erros de medicação são indetectáveis. Os resultados podem muitas vezes ser mínimas ou inexistentes, porém 
muitas situações podem causar séria morbidade e mortalidade de pacientes.
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
32
Erro de administração
Situação: O enfermeiro não acompanha a administração 
de uma quimioterapia, e o medicamento que pode ser um 
líquido vesicante, pode extravasar.
 
 
Extravasamento
 » Consiste na saída do fármaco do vaso sanguíneo, 
para os tecidos próximos ao local da punção.
 » Os principais sinais são: Inchaço, edema e dor.
 » Principais causas:
 » Inexperiência do pessoal que administra;
 » Fragilidade capilar (pacientes idosos);
 » Radioterapia prévia na região de punção
Erro de Prescrição
Situação: o médico prescreveu um medicamento 
teratogênico, mesmo sabendo do risco para mulheres em 
idade fértil, sem fazer maiores investigações e orientações. 
Dano permanente!
 
 
Exemplo de drogas consideradas 
comprovadamente teratogênicas em humanos:
 » Inibidores da ECA (ex. Captopril); Antineoplasicos; 
Antitireioideanos; Barbituratos; Carbamazepina; 
Etanol (em altas doses); Fenitoina; Iodetos e 
Iodo radioativo; Lítio; Misoprostol; Retinoides; 
Talidomida; Tetraciclina; Valproato de sódio; 
Vitamina A (>18.000 UI/dia) e Warfarina.
 » Medicamentos sem nenhum efeito adverso 
conhecido para a Gravidez - (nenhuma droga é 
absolutamente sem risco durante a gravidez. Estas 
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
33
drogas parecem ter um mínimo risco quando usadas 
conscientemente sob supervisão médica.);
 » Acetaminofeno; Analgésicos narcóticos; 
Cefalosporinas; Corticosteroides; Eritromicina; 
Fenotiazinas; Hormônios tireoidianos; Penicilinas e 
Polivitaminicos.
2.8 Recomendações para prevenção de 
erros de medicação
1) Utilizar padronização de medicamentos de acordo com 
Comissão de Farmácia e Terapêutica;
2) Investimento em seleção, treinamento, supervisão e 
avaliação de pessoal;
3) Evitar acúmulo de tarefas e horas-extras;
4) Ambiente da manipulação agradável, evitando 
interrupções e conversas desnecessárias;
5) Linhas de autoridade e áreas de responsabilidade 
claramente definidas para prescrição, dispensação e 
administração de medicamentos;
6) Facilitar a comunicação técnica entre farmacêuticos, 
médicos e enfermeiros (evitar entraves burocráticos e 
administrativos para comunicar problemas); 
7) Sistema de verificação farmacêutica de 100%das 
prescrições médicas (através de prontuário, cópia 
carbonada ou prescrição eletrônica);
8) Realização de Estudos de Utilização de Medicamentos 
(EUM) que colaborem para reconhecer o perfil de 
prescrição, cumprimento de protocolos clínicos;
9) Programas de seguimento farmacoterapêutico de 
pacientes em uso de fármacos mais comumente 
associados a RAM (antibióticos, antineoplásicos, 
cardiovasculares) e formas injetáveis (K, psicotrópicos, 
lidocaína, procainamida, Mg, insulina, etc.);
10) Elaboração de um programa de notificação e 
monitoração de erros de medicação para identificar e 
eliminar as causas e prevenir sua recorrência;
11) O farmacêutico na hora da dispensação deve ter 
acesso aos dados clínicos do paciente (prescrição, 
alergias, hipersensibilidades, diagnóstico, interações 
potenciais, terapias duplicadas, dados laboratoriais, 
gravidez, dados demográficos, etc.);
12) O farmacêutico deve manter disponíveis o perfil 
farmacoterapêutico dos pacientes internados e 
ambulatoriais que recebem cuidados no hospital; 
13) A farmácia deve ser responsável por todas a etapas 
de dispensação e controle do uso de medicamentos 
no hospital; 
14) Funcionamento da farmácia 24 horas é recomendado, 
e todas as prescrições passarem por triagem 
farmacêutica; 
15) A CFT deve padronizar o maior número possível de 
protocolos farmacoterapêuticos (fármacos X indicação, 
quantidade, dosagem, tempo de tratamento, via) e 
limitar o uso dos medicamentos “se necessário”;
16) O sistema de dispensação que proporciona uma menor 
probabilidade de ocorrência de erros de medicação e a 
dose-unitária e deve ser adotado no maior número de 
unidades de internação possível;
17) Exceto em situações de emergência todos os 
medicamentos estéreis e não estéreis devem ser 
preparados pela farmácia individualmente para cada 
paciente;
18) Os estoques periféricos em poder da enfermagem 
devem ser os menores possíveis (e quando necessários 
armazenado em dispensadores automatizados); 
19) As áreas de estocagem devem ser constantemente 
vistoriadas pela farmácia para verificar integridade das 
embalagens, rotulagem e condições de armazenagem 
dos medicamentos; 
20) O Gerente da farmácia deve assegurar que todos os 
medicamentos adquiridos tenham alta qualidade e 
procedência garantida;
21) Evitar a entrada no hospital de medicamentos trazidos 
pelo paciente;
22) Medicamentos descontinuados ou não usados devem 
retornar imediatamente a farmácia;
23) Utilização de sistemas automatizados e código de 
barras auxiliam a evitar os erros; 
24) A estruturação de um Centro de Informações de 
Medicamentos (CIM) auxilia no processo de tomada 
de decisão;
25) Padronização de horários de medicamentos (12/12, 
8/8, de manhã, etc) deve ser realizada e fornecido 
treinamento a todos;
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
34
26) Evitar a prescrição de medicamentos não padronizados;
27) Formação de um grupo de estudos de análise dos erros 
e com o objetivo de traçar programas de redução dos 
mesmos (este grupo pode estar ligado a CFT); e
28) A farmácia deve organizar eventos educacionais com 
o objetivo de mostrar os dados sobre erros e como 
implantar as ferramentas para evitar sua ocorrência.
2.9 Sugestão de Implantação de Gestão 
de Erros de Medicação
Infraestrutura
 » Comitê multidisciplinar para uso correto de 
medicamentos
 » Medidas de prevenção dos EM
2.9.1 Comitê multidisciplinar para uso correto de 
medicamentos
 » Estebelecer um programa de detecção, notificação 
e análise de erros de medicação e efeitos adversos 
de medicamentos;
 » Implantar no hospital medidas gerais, de eficácia 
provada, dirigida a prevenir dos EM e melhorar a 
segurança dos medicamentos;
 » Promover no hospital uma cultura de segurança não 
punitiva;
 » Formar os profissionais sobre as causas dos erros 
de medicamentos e sobre as medidas gerais de 
prevenção;
 » Estabelecer os procedimentos para casos de EM, 
incluindo procedimentos para informação do 
paciente e para assessorar os profissionais.
2.9.2 Medidas de prevenção dos erros
1) Estratégias gerais dirigidas ao redesenho do 
sistema
 » proporcionar liderança a nível organizacional e 
executivo;
 » considerar as limitações humanas ao desenhar os 
processos;
 » promover o funcionamento de equipes efetivas;
 » antecipar o inesperado;
 » criar um ambiente de apredizagem.
2) Procedimentos, práticas e medidas seguras 
específicas centradas na melhoria do processo
 » Adoção de uma atitude focada na melhoria do 
sistema;
 » Recomendações para aplicar a curto prazo;
 » Recomendações para aplicar a longo prazo.
Recomendación Recomendado por
1. Adoptar una cultura de seguridad enfocada a la mejora del sistema AHA, ASHP, GAO, IHI, IOM, ISMP, JCAHO, MHA, NQF
2. Estandarizar la prescripción médica AHA, IHI, IOM, ISMP, JCAHO, NQF
3. Estandarizar otros procedimientos: horarios de administración, límites 
de dosis, envasado y etiquetado, almacenamiento, etc.
AHA, GAO, IHI, IOM, 
ISMP, JCAHO, NQF
4. Estandarizar los equipos de infusión AHA, IHI, IOM, ISMP, NQF
5. Suministrar los medicamentos intravenosos de alto riesgo 
preparados desde el Servicio de Farmacia AHA, IOM, ISMP, JCAHO, MHA
6. Desarrollar protocolos de uso y procedimientos especiales 
para manejar los medicamentos de alto riesgo
AHA, GAO, IHI, IOM, 
ISMP, JCAHO, MHA, NQF
7. Asegurar la disponibilidad continuada de asistencia farmacéutica AHA, ASHP, IHI, IOM, ISMP, JCAHO, MHA, NQF
8. Incorporar un farmacéutico clínico al equipo asistencial AHA, ASHP, IHI, IOM, ISMP, GAO, NQF
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
35
Recomendación Recomendado por
9. Hacer accesible la información más relevante sobre el 
paciente en todas las unidades asistenciales IHI, IOM, ISMP, JCAHO, MHA
10. Asegurar la disponibilidad de información actualizada sobre medicamentos AHA, ASHP, GAO, IHI, ISMP, JCAHO, MHA
11. Educar a los pacientes sobre su tratamiento AHA, ASHP, IHI, IOM, ISMP, JCAHO, MHA, NQF
12. Establecer un sistema de distribuición de medicamentos en dosis unitarias AHA, ASHP, GAO, IHI, IOM, ISMP, JCAHO, MHA, NQF
13. Estabelecer la prescripción eletrónica y a ser posible la prescripción asistida AHA, ASHP, GAO, IHI, IOM, ISMP, MHA, NQF
14. Implementar nuevas tecnologias que permitan mejorar 
los procesos de dispensación y administración
AHA, ASHP, GAO, 
IOM, ISMP, MHA
 
Etapas de implantação
 » Etapa de sensibilização
 » Criação de um comitê de trabalho
 » Procedimento: Notificação e Avaliação
 » Registro e exportação de dados
 » Medidas de prevenção (planos de melhoria)
 » Informação e seguimento de resultados
Circuito do processo de notificação, avaliação, 
registro e controle de EM
2.10 PROGRAMA DE NOTIFICAÇÃO
Implantação de um programa de notificação
O programa tem que ser identificado como um objetivo 
de qualidade
 » É importante o apoio institucional
 » É importante a conscientização e apoio de todos os 
envolvidos
 
Fundamentos da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: identificação, resolução e prevenção de erros de medicação
36
2.11 Monitorando e Gerenciando os 
Erros de Medicação
A dificuldade em detectar os erros tem sido reconhecido 
como uma das barreiras para estudar o problema 
efetivamente.
Algumas técnicas disponíveis incluem:
a) Notificação por médicos, enfermeiros, farmacêuticos;
b) Notificação anônima; e
c) Auditoria médica, de enfermagem ou farmacêutica
Gerenciando os erros de medicação
A classificação do potencial de risco de morte do 
paciente por erros de medicação devem ser estabelecidas 
pela CFT.
 » Classificações:
– LESAR,R.S. et al (JAMA,1990) e a de HARTWIG, 
S.C. et al (AJHP, 1991) - esta última já vimos.
 » Classificação de LESAR:
1) Clinicamente significante: potencialmente grave 
ou fatal
2) Menor: riscos menores ao

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