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Fluidoterapia A fluidoterapia deverá ser individualizada e adaptada para cada paciente e constantemente reavaliada e reformulada de acordo com as mudanças dinâmicas do estado do paciente. ● Atentar-se ao paciente, como o cardiopata que facilmente pode fazer edema pelo uso da fluidoterapia. A seleção do tipo de fluido depende da necessidade do paciente: necessidade aguda x crônica; enfermidade e comorbidade. ● Usada em diversas situações clínicas, em anestesia, emergência, RCP, etc. Existem as soluções cristalóides, que são dissolvidas em água com peso molecular e osmolaridade semelhante ao plasma e soluções colóides, que possuem grande peso molecular e pressão coloidosmótica superior ao plasma. Tipos de soluções: Cristalóides Cristalóide hemodilui, então o percentual de hematócrito cai e se o sangue fica menos concentrado há diminuição da pós-carga. Isso é positivo, pois um paciente desidratado está com o sangue mais viscoso (aumento de hematócrito). Quando não é possível fazer transfusão, administra-se cristalóides para melhorar a microperfusão, fazendo com que aumente a oxigenação tecidual pois o sangue estará hemodiluído e menos viscoso. ● Em muitos casos o cristalóide pode solucionar o problema. Cristalóides isotônicos: Ringer lactato É a verdadeira solução fisiológica por ser uma solução semelhante ao plasma sanguíneo (possui Na, Cl, K e Ca, igual ao plasma, só não têm Mg). Tem sistema tampão, que é o lactato (precursor do bicarbonato). Em pacientes com problemas hepáticos, não há transformação do lactato em bicarbonato, então deve-se procurar por outras alternativas para a geração do sistema tampão. ● Pode ser administrado em um caso de hepatopatia, não piora o quadro do animal. ● Considerada a melhor opção para procedimentos cirúrgicos. NaCl 0,9% ● Não tem sistema tampão. ● Tende a acidificar, então não é indicada para um animal com acidose. ● Solução levemente hipertônica, mas sem significância clínica. Glicose 5% (dextrose 50g) ● Só possui glicose, ou seja, é calórica. ● É uma substância hipertônica, mas não tem nenhum eletrólito. ● Utilizada para infusão de medicações, já que não reage com outras substâncias do organismo. ● Não uso em pacientes diabéticos. Cristalóides hipertônicos: NaCl 7,5% ● Paciente pode apresentar hipernatremia. A pressão osmótica dessa solução é mais alta do que as demais (2567 mOsm/l, sendo que o plasma sanguíneo tem 295 mOsm/l). Aumenta o volume plasmático (por ser hipertônica atrai líquido e o retêm dentro do vaso, mas por não ser um colóide não permanece tanto tempo no leito vascular). Há aumento da contratilidade cardíaca, aumento do débito cardíaco, aumento da pressão arterial, aumento do volume sistólico. Diminui a resistência vascular sistêmica (tira o edema das células endoteliais da microvasculatura, melhorando o fluxo nesses vasos). ● Em um cão de 15kg utiliza-se 4 ml/kg para preparar a solução hipertônica de 7,5%. Então: 4x15= 60 ml, em seguida divide-se em 3 partes (60/3 = 20). ● Coloca-se duas partes de NaCl 0,9% (20 + 20 = 40 ml) e mais uma parte de NaCl 20% (40ml NaCl 0,9%+ 20 ml = 60 ml). Administrar o conteúdo total de 5 a 10 minutos. Colóides Possui alto peso molecular de grande peso molecular, que não atravessam as barreiras que separam os compartimentos hídricos corporais, criam uma força que absorve água. Assim, tende a permanecer no leito vascular pelo aumento da pressão osmótica. ● Se foi administrado 1 litro de colóide, o animal pode absorver 1,2l, sendo que esses 200 ml foram “puxados” para o interior do vaso já que a pressão coloidosmótica do fluido é maior do que a do plasma. Expansor plasmático, sendo que a expansão ocorre às custas do volume do espaço intersticial. Assim, deve ser utilizada com cautela em paciente desidratado, já que ele não possui água em espaço intersticial (associar com outro fluido para hidratar). Soluções colóides podem desidratar o animal, então devo ter cautela e nunca fazer fluído com solução colóide em um animal desidratado – ou então hidratá-lo antes de usar o colóide. ● A reposição é de 1:1, ou seja, se o paciente perdeu 1 litro de sangue reponho 1 litro de colóide. ● Pode gerar edema se ocorrer deslocamento da albumina infundida para o espaço intersticial. ● Causa reações anafiláticas, lesões renais e coagulopatias. Albumina 25% ● Expansão plasmática de 4 a 5 vezes do volume infundido. Em um estudo, a albumina apresentou maiores índices de mortes em pacientes com trauma cranioencefálico do que a solução salina. Albumina 5% ● Efeitos osmóticos de 12 a 18h. Hetastarch (amido hidroxietílico) ● Colóide semisintético. ● Semelhante a albumina 5%. ● Apresenta expansão plasmática de 1 a 1,3. Efeitos oncóticos 24 horas. Possui moléculas de amilopectina, que é um amido pouco solúvel. Portanto, aumenta os níveis de amilase sérica, mas a lípase mantém-se normal – não confundir com pancreatite. Dextranas ● Colóide semisintético. ● Polímeros de glicose produzidos por um bacterium. ● Hiper Oncóticas em relação ao plasma. ● Sangramento dose dependente: inibição da agregação plaquetária. Desidratação ● Ocorre perda de água e eletrólitos. Pode ser isotônica (> 90% dos casos), hipotônica (perde mais eletrólitos do que água – exemplos: hipoadrenocorticismo e síndrome de Addison, caracterizada pela deficiência de glicocorticóide e mineralocorticóide, a aldosterona ) e hipertônica (perde mais água do que eletrólitos – exemplo: diabetes insípidos e deficiência de ADH). ● Hiper ou hipotônico: compara-se com o plasma do animal. Um animal desidratado terá taquicardia e aumento da pressão arterial. Cálculo para verificar a quantidade de fluido que se deve fazer em um paciente desidratado: volume (litro) = % desidratação x kg / 100 O % de desidratação é adquirido por meio do exame clínico. Apenas pela manutenção diária do animal já justifica a realização da fluidoterapia (animal em jejum). Deve-se calcular as perdas, então deve repor a necessidade + a perda. Exemplo: vai realizar 100ml de glicose e para cada 100 ml de glicose nele deve ter 2 ml equivalente de potássio, se for 200ml, deve ser 4 mEq ● Calculando o sódio - se o animal perdeu 600 ml, deve-se calcular a perda + necessidade: perda é 6 mEq/100 a repor. Assim, 600ml/100ml =6; 6x6=36 mEq de sódio. ● Calculando o potássio – animal perdeu 600 ml, devo repor 2mEq. Então: 600/100 =6; 6x2= 12 mEq de potássio. Hipocalemia (<3 mEq/l): animal terá fraqueza muscular, alterações no estado mental,inversão ou achatamento da onda T (alteração no eletro) e prolongação do intervalo Q-T.
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