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EXAME DE ORDEM

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA XXXX VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE- MG
Processo nº:
Autor: Ministério Público
Denunciado: Bruno Silva
Bruno Silva, já qualificado nos autos da ação penal nº ___, por seu procurador infra-assinado, mediante procuração anexo, vem, à preclara presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 403 § 3º do Código de Processo Penal, apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS SOB FORMA DE MEMORIAIS
pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.
 I - DOS FATOS
	Ocorre que no dia 10 de janeiro de 2015, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, o réu se encontrava no interior de um ônibus, quando encontrou um relógio caído ao lado do banco em que estava sentado.
	 No momento o ônibus estava vazio, portanto Bruno aproveitou para pegar o relógio e colocá-lo dentro de sua mochila, não informando o ocorrido ao motorista. Mais adiante, porém, 15 minutos após esse fato, o proprietário do relógio, Bernardo, já na companhia de um policial, ingressou no coletivo procurando pelo seu pertence, que havia sido comprado apenas duas semanas antes por R$ 100,00 (cem reais). 
	 Verificando que Bruno estava sentado no banco por ele antes utilizado, revistou sua mochila e encontrou o relógio. Bernardo narrou ao motorista de ônibus o ocorrido, admitindo que Bruno não estava no coletivo quando ele o deixou. 
	Diante de tais fatos, o acusado foi denunciado pelo Ministério Público de MG pela prática do crime de furto simples, na forma do Art. 155, caput, do Código Penal, não sendo aceito a proposta de suspensão condicional do processo.
	No curso da instrução, o policial que efetivou a prisão do acusado, Bernardo, o motorista do ônibus e Bruno foram ouvidos e todos confirmaram os fatos acima narrados. Na denúncia foi pleiteando reconhecimento de maus antecedentes, em razão da medida socioeducativa antes aplicada.
 II - DOS FUNDAMENTOS
 			O acusado foi denunciado pelo crime de furto simples previsto no art. 155, caput, do CP, diante dos fatos narrados pode-se notar que nenhum crime de furto foi cometido, pois, este crime exige que o agente subtraia algo alheio tirando-o da vigilância da vitima.
 			Ainda nesse sentindo, a doutrina defende que a coisa perdida não pode ser objeto de furto já que não está na posse de ninguém, o agente apenas se apropriou de algo que não tinha dono já que estava em lugar de uso público e totalmente sem vigilância do proprietário, portanto, nada foi subtraído.
 			No caso em tela, pelo fato de o acusado ter se apropriado de uma coisa achada configura-se o delito previsto no art. 169, II do CP, mesmo sendo cabível a desclassificação o agente deve ser absolvido por faltar elementos do previstos no tipo, no caso a punição só é prevista se este não devolver a coisa achada em 15 dias não foi o que ocorreu.
 			Caso Vossa Excelência entenda que houve a subtração, com base no principio da eventualidade configura-se atipicidade material com base no principio da insignificância pelo pequeno valor da coisa e da lesão.
 			No caso de condenação do acusado, deve ser aplicada a pena no patamar minimo já que o agente é primário e de bons antecedentes, não tendo como não ser tendo o agente atingido a maioridade a pouco tempo. O fato de o agente ter cumprido medida socioeducativa por ato infracional não se configura maus antecedentes ou qualquer circunstância desfavorável.
 			O acusado no momento da conduta era menor de 21 anos e faz jus a atenuante da menoridade relativa prevista no art. 65, I do CP, assim como da confissão prevista no art. 65, II, d do CP por ter confessado todo o ocorrido. 
 			Na terceira fase da dosimetria da pena deve-se reconhecer o delito de furto previlegiado com fulcro no art. 155, §2º do CP, pelo fato de o réu ser primário e a coisa de pequeno valor, substituindo a pena de reclusão por detenção e aplicando a devida diminuição.
 			Em caso de aplicação de pena privativa de liberdade que seja esta substituída pela pena restritiva de direitos prevista no art. 44 do CP, aplicando em seguida o regime inicial aberto de acordo com o art. 33, §1º, "c" do CP. 
 			Caso Vossa Excelência não entenda pela substituição da pena por faltar requisitos, que seja aplicado a suspensão condicional da pena de acordo com o art. 77 do CP. 
 III – DOS PEDIDOS:
Diante do exposto, requer:
a) Absolvição do crime de furto, na forma do Art. 386, inciso III, do CPP;
b) Aplicação da pena base no mínimo legal;
c) Reconhecimento das atenuantes da confissão espontânea e da menoridade relativa;
d) Aplicação da forma privilegiada do furto, prevista no Art. 155, § 2º, do Código Penal;
e) Substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos;
f) Aplicação do regime aberto;
g) Subsidiariamente, suspensão condicional da pena.
Pugna provar o alegado por todos os meios admitidos em lei.
Termos em que pede deferimento
Belo Horizonte, 30 de Março de 2015
Advogado
OAB

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