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TRAUMA RAQUIMEDULAR - TRM ➢ Sempre considerado em pacientes com traumas múltiplos. ➢ 55% das lesões ocorrem na coluna cervical ➢ 15% na região torácica ➢ 15% na transição toracolombar ➢ 15% na região lombossacral ➢ Cuidado com manipulação excessiva e imobilização inadequada ➢ Principal causa: Mergulho em águas rasas ➢ 25% com trauma da coluna apresenta TCE ➢ 5% dos TCE tem TRM ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MEDULA ESPINHAL ➢ Do forame magno à L1 (no adulto) ➢ Dos muitos tratos que integram a medula espinhal, somente 3 podem ser avaliados clinicamente: ❖ Corticoespinhais laterais ❖ Espinotalamicos ❖ Posteriores ➢ Quando não existe qualquer evidência de função motora ou sensorial abaixo de um determinado nível, esse estado é definido como lesão completa. ❖ Não dar esse diagnóstico com precisão nas primeiras semanas após o trauma, pois pode ter tido um choque medular. ➢ Caso um certo grau de função sensorial ou motora permaneça, é incompleta. DIFERENCIAR CHOQUE NEUROGÊNICO E O MEDULAR ➢ Os dois são decorrentes de TRM CHOQUE NEUROGÊNICO ➢ Condição hemodinâmica ❖ Resulta da lesão das vias descendentes do sistema simpático da medula espinhal cervical ou torácica ➢ Perda do tônus vasomotor e a perda da inervação simpática do coração (bradicardico ou deixa de apresentar a taquicardia) ➢ A perda do tônus vasomotor causa: ❖ Vasodilatação dos vasos viscerais e das extremidades inferiores ❖ Represamento se sangue -> Hipotensão. ➢ Quando se tem uma hipotensão, um mecanismo de compensação é a taquicardia, porém tem a perda de inervação simpática do coração, então não tem Taquicardia. ❖ Ou seja: Ele merece droga vasoativa (adrenalina). ➢ O choque neurogênico é raro nas lesões medulares abaixo do nível de T6. ➢ A PA não se normaliza através da infusão de líquidos e se insistir, pode resultar em sobrecarga hídrica e edema pulmonar. ➢ A PA pode ser restaurada pelo uso cauteloso de vasopressores, após a infusão de líquidos moderada. ➢ Atropina pode ser usada para corrigir uma bradicardia que repercute significantemente. CHOQUE MEDULAR ➢ É uma condição neurológica- é um “apagão na medula” ➢ Perda dos estímulos que passam na medula. ❖ Resumindo: é a flacidez e perda aguda de reflexos notada após a lesão medular. ➢ Tem aspecto de que perdeu a função motora e sensitivas abaixo da lesão, mesmo ela não estando necessariamente destruída ➢ A duração deste estado é variável, mas raramente ultrapassa 24 horas ➢ Com o tempo, tem o retorno dos reflexos e evolução para hiper-reflexia ➢ Na fase aguda: Não se delimita dano real ➢ Perda do reflexo bulbocavernoso: Se tem reflexo bulbocavernoso= término da fase de choque medular. ➢ Diagnóstico de TRM mais bem caracterizado no exame secundário COMO AVALIAR O ESTADO NEUROLÓGICO DO DOENTE? ➢ Dermátomos; ❖ Área de pele inervada pelos axônios sensitivos que estão situados dentro de uma determinada raiz nervosa segmentar. ❖ Pode-se definir o nível da lesão como o dermátomo mais baixo com função normal. ❖ O exame sensorial pode ser confundido pela dor ❖ Se o doente observa o exame no seu corpo, pode alterar o resultado. ❖ O nível alterado limita a capacidade de realização do exame neurológico definitivo. ➢ Cada nervo segmentar (raiz nervosa) inerva mais de um músculo e a maioria dos músculos é inervada por mais de uma raiz. Entretanto, para simplificar o exame, certos músculos ou grupos de músculos são agrupados representando somente uma raiz nervosa espinhal. EFEITOS EM OUTROS ÓRGÃOS E SISTEMAS ➢ Cervical baixa ou torácica alta: Hipoventilação por paralisia dos músculos intercostais ➢ C3 a C5: Paralisia do diafragma. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES MEDULARES Pode ser de acordo com: 1) Nível 2) A gravidade do défice neurológico 3) O tipo de síndrome medular 4) A morfologia NÍVEL: ➢ Nível ósseo corresponde à vertebra danificada ➢ Nível neurológico da lesão determinado fundamentalmente pelo exame clínico ➢ Lesões nos 8 primeiros cervicais= quadriplegia ➢ Lesões abaixo de T1= paraplegia GRAVIDADE DO DÉFICE NEUROLÓGICO ➢ Paraplegia incompleta (torácica incompleta) ➢ Paraplegia completa (torácica completa) ➢ Quadriplegia incompleta (lesão cervical incompleta) ➢ Quadriplegia completa (lesão cervical completa) SÍNDROMES MEDULARES (lesões medulares incompletas) ➢ Síndrome central da medula ❖ Desproporção entre a perda de força motora das extremidades superiores comparada com as inferiores ▪ Perda maior em Membros superiores ❖ Perda sensorial variável ❖ Recuperação sequencial: 1° Membros inferiores, 2° Função vesical, 3° Membro superior 4° mãos ❖ Geralmente ocorre por hiperextensão ➢ Síndrome anterior da medula ❖ Paraplegia por dissociação da perda sensorial ❖ Perda de sensibilidade a dor e à temperatura ❖ Sensibilidade da medula posterior é preservada (sensibilidade proprioceptiva, vibração e pressão) ❖ Usualmente, é secundária a infarto da medula no território suprido pela A. espinhal anterior. ❖ Das lesões incompletas, tem o pior prognóstico ➢ Síndrome Brown-Sequard ❖ Hemissecção da medula, geralmente por trauma penetrante ❖ Raramente é encontrada ❖ Comprometimento motor epsilateral ❖ Perda da sensibilidade contralateral, ❖ Perda da sensibilidade térmica e á dor começando um ou dois níveis abaixo do nível da lesão. ❖ Bom prognóstico MORFOLOGIA ➢ Fraturas ➢ Fraturas-luxação ➢ Lesão sem anormalidades radiológicas ➢ Lesões penetrantes MECANISMOS DE LESÃO ESPINHAL ➢ Compressão axial ➢ Flexão ➢ Extensão ➢ Rotação ➢ Flexão lateral ➢ Tração CONCEITO ➢ Lesão medular completa: Ausência de função motora ou sensitiva abaixo de determinado nível ➢ Lesão incompleta: Permanência de certo grau de função sensitiva ou motora NÍVEL SENSITIVO C5 Área sobre o deltoide C6 Dedo polegar C7 Dedo médio C8 Dedo mínimo T4 Mamilo T6 Xifoide T10 Umbigo T12 Sínfise púbica L4 Face medial da coxa L5 Espaço entre 1° e 2° pododáctilos S1 Borda lateral do pé S3 S4 e S5 Área de tuberosidade isquiática Região perianal DIAGNÓSTICO ➢ Alterações de consciência ➢ Mecanismos de trauma sugestivos ➢ Avaliação clínica ➢ Avaliação radiológica ❖ Exame secundário ❖ Manter estabilizado até ter condições de realizar o exame ❖ Melhor exame para confirmação de lesão vertebral: Tomografia ❖ RNM: bom para as partes moles, mas é demorado, então não é utilizado nos momentos iniciais. ❖ RX: PA, perfil e transoral: Pode ter cerca de 15% de falso negativo. CONDUTA TERAPÊUTICA ➢ Imobilização ❖ Colar cervical/ apoio/ lateral/ prancha rígida ➢ Corticosteroide ❖ Usou prednisolona, porém as duas últimas edições do ATLS não recomendam pois não há evidência de benefícios. ❖ Metilprednisolona dentro das 8 horas após a lesão. Dose: 30mg/kg/EV durante 15 minutos, pausa 45 minutos, manutenção da infusão: 5,4 mg/kg/hora, infusão contínua por 48 horas. ➢ Transferência ➢ Tratamento cirúrgico ❖ Fraturas cervicais com déficit neurológico ❖ Luxações com déficit neurológico
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