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Parasitologi� Veterinári� Famíli�: Taeniida� Classe: Cestoda Tipo de ovo: possui embrião hexacanto, casca espessa, escura e radialmente estriada chamada embrióforo. Ciclo: indireto e com hospedeiro intermediário. Taenia é o gênero mais importante, tanto os adultos como os estágios larvais. Gênero: Taenia Características gerais: Números de proglotes variáveis Aparelho genital simples Proglotes maduras mais largas do que altas Proglotes grávidas mais altas do que largas As formas adultas estão sempre no hospedeiro definitivo e as formas larvares sempre no hospedeiro intermediário Todas as espécies do gênero Taenia apresentam rostelo com ganchos, exceto T. saginata. Cicl� biológic� gera�: 1- No intestino delgado do hospedeiro definitivo ocorre a fecundação das proglotes maduras gerando proglotes grávidas que se destacam e saem nas fezes para o meio ambiente. 2- No meio ambiente ocorre a degradação das proglotes e liberação dos ovos que são dispersos pelo vento, aves, chuvas. 3- O hospedeiro intermediário se contamina ingerindo os ovos em alimentos contaminados, e pela ação da bile libera o embrião hexacanto de dentro do ovo que vai pela corrente sanguínea até a musculatura esquelética ou cardíaca, onde ocorre o desenvolvimento da forma larvar (cysticercus). 4- O hospedeiro definitivo se contamina ingerindo carne crua ou mal cozida (ou vísceras) do hospedeiro intermediário. 5- No tubo digestivo do hospedeiro definitivo ocorre a evaginação do escólex e se fixa à mucosa do intestino delgado. Espécie� d� importânci� Espécie: Taenia saginata Hospedeiro definitivo: ➢ Homem Hospedeiro intermediário: ➢ Bovinos Localização: ➢ Intestino delgado Identificação: O cestoide adulto (encontrado apenas no homem), varia de 5-15 metros de comprimento. Escólex não tem rostelo, nem ganchos (a única sem). O útero do segmento grávido tem 15-30 ramos laterais de cada lado do tronco central, diferindo da T. solium que tem de 7-12 ramos laterais. Embora possa ocorrer em qualquer parte da musculatura estriada, os locais de predileção, pelo ponto de vista de inspeção rotineira da carne são coração, língua e os músculos masseter e intercostais. Modo de infecção: O hospedeiro definitivo (homem) infecta-se ingerindo carne crua ou mal cozida. Estágio larvar: Cysticercus bovis localiza-se no músculo. ➢ O estágio intermediário deste cestoide, encontrado na musculatura de bovinos, representa problemas econômicos para a indústria da carne e constitui um risco para a saúde pública. Importância na veterinária: A presença da forma larvar na musculatura do animal leva ao descarte parcial ou até mesmo total da carcaça, ou seja, importância econômica grande, já que é significativa em certas regiões do Brasil. Controle: Congelamento da carne a -5 C° por 4 dias, cozimento da carne e sistema eficiente de esgotos. Diagnóstico: Inspeção de carcaças, sobretudo do músculo masseter, língua e coração, que têm de ser cortados e examinados, para identificação de cisticercos (cysticercus bovis). Ciclo evolutivo: Um homem infectado pode eliminar milhões de ovos por dia, tanto livres nas fezes como segmentos intactos, cada um contendo cerca de 250 mil ovos, que podem sobreviver na pastagem durante vários meses. Depois da ingestão por um bovino suscetível, a oncosfera segue através do sangue para a musculatura estriada. Essa forma não é infectante para o homem até cerca de 12 semanas depois, quando já terá atingido seu tamanho máximo de 1cm. Nessa ocasião, é envolto pelo hospedeiro numa cápsula fibrosa fina, mas ainda assim, usualmente, o escólex pode ser observado. A longevidade dos cistos varia de semanas a anos. Quando morrem, em geral são substituídos por uma massa caseosa friável, que pode se tornar calcificada. Tanto cistos vivos como mortos estão frequentemente presentes na mesma carcaça. O homem infecta-se ingerindo carne crua ou mal cozida. Espécie: Taenia solium Hospedeiro definitivo: ➢ Homem Hospedeiro intermediário: ➢ Suíno Localização: ➢ Intestino delgado Estágio larvar: ➢ Cysticercus cellulosae: ocorre nos músculos de suínos. Às vezes os cisticercos também se desenvolvem no homem, e a doença cisticercose humana constitui o aspecto mais sério dessa zoonose. Ciclo evolutivo: Semelhante ao T. saginata, com a importante diferença de que o homem, o hospedeiro definitivo, também pode se infectar com cisticercos. Isso ocorre ou pela ingestão acidental de ovos de T. solium ou aparentemente numa pessoa com uma tênia adulta, pode ocorrer a liberação de oncosferas após a digestão de um segmento grávido que entrou no estômago pelo duodeno por peristaltismo inverso; isto é conhecido como autoinfecção. Diagnóstico: Inspeção da carne suína Importância na veterinária: O homem pode se tornar o próprio hospedeiro intermediário se ingerir acidentalmente os ovos. A forma larvar, pela circulação vai se encaminhar para os olhos, cérebro e tecido subcutâneo podendo levar à cegueira, nódulos nos olhos, transtornos neurológicos. Nos suínos infectados com cisticercos os sinais clínicos são inaparentes. Importância higiênica e saúde pública: A defecação de seres humanos fora do vaso sanitário leva à disseminação dos ovos. Tenías� e� cãe� � gat� Espécie: Taenia hydatigena Hospedeiro definitivo: ➢ Cão Localização: ➢ Intestino delgado Hospedeiro intermediário: ➢ Ruminantes, suínos e ovinos Localização: ➢ Cavidade abdominal e fígado Forma larval: ➢ Cysticercus tenuicollis Importância na veterinária: Nos hospedeiros intermediários leva ao descarte de vísceras com as formas infectantes. Ciclo: Grande cestoide de até 500cm, as oncosferas infectantes para ovinos, bovinos e suínos são transportadas pelo sangue até o fígado, onde migram até a superfície deste órgão e fixam-se ao peritônio; em 4 semanas cada oncosfera se desenvolve para cysticercus tenuicollis, que é caracteristicamente grande, medindo até 8cm de diâmetro. A infecção é prevalente sobretudo em ovinos, mas em geral é detectada somente à inspeção da carne. Raramente, grandes quantidades de cisticercos em desenvolvimento migram simultaneamente para o fígado de ovinos e suínos e causam “hepatite cisticercosa” Cães e canídeos silvestres são infectados consumindo o cisticerco (Cysticercus tenuicollis) no hospedeiro intermediário. Espécie: Taenia multiceps Hospedeiro definitivo: ➢ Cão e canídeos selvagens Hospedeiro intermediário: ➢ Ruminantes, principalmente ovinos Importância veterinária: O verme adulto de quase 100cm é encontrado no cão onde coloca seus ovos que vão ao meio ambiente com as fezes. O ovino ingere com a pastagem os ovos contendo a oncosfera (embrião hexacanto) que é liberada e transportada pelo sangue ao cérebro ou medula espinhal onde desenvolve o estágio larval Coenurus cerebralis. Este é um grande cisto (5cm) cheio de líquido que apresenta vários escólex na sua parede; conforme vai se desenvolvendo apresentam-se sintomas clínicos nos ovinos, tais como andar em círculos, alterações na postura, defeitos visuais e paraplegias. As oncosferas quando ingeridas por ovinos, ou outros ruminantes, são transportadas pelo sangue até o cérebro ou medula espinhal, onde cada uma delas se desenvolve no estágio larval Coenurus cerebralis, este, quando maduro, é facilmente identificado como um grande cisto cheio de líquido, que apresenta grumos de escólices na sua parede interna. A remoção cirúrgica é possível se o cisto estiver situado na superfície do cérebro. Pode ser detectado por exame neurológico detalhado. Espécie: Taenia ovis Cestoide comum a cães e carnívoros silvestres, mede até 200cm. Estágio larval: ➢ Cysticercus ovis, encontrado nos músculos de ovinos. Importância: principalmente pelas objeções estéticas ao aspecto dos cistos na carne de ovinos, e como consequência isso pode gerar perda econômica devido a condenação da carcaça na inspeção. Controle: ➢ Proibição de carne ovina não-cozida à cães. Espécie: Taenia pisiformis Cães e carnívoros Estágio larval: ➢ Cysticercus pisiformis, encontrado no peritônio de coelhos e lebresEspécie: Taenia serialis Cestoide de cães Estágio larval (intermediário): Coenurus serialis, encontrado em coelhos, geralmente subcutaneamente ou no tecido conjuntivo intermuscular. Espécie: Taenia taeniaeformis Hospedeiro definitivo: ➢ Felinos Hospedeiro intermediário: ➢ Roedores Estágio larval (intermediário): ➢ Cysticercus fasciolaris, encontrado no fígado de camundongos e outros roedores. Importância na veterinária: A forma larvar determina achados clínicos e patológicos no fígado de roedores. Famíli�: Taeniidae Gênero: Echinococcus Espécie: Echinococcus granulosus Hospedeiro definitivo: ➢ Cão Hospedeiro intermediário: ➢ Homem, suínos, ruminantes silvestres, ruminantes domésticos. Localização: ➢ Forma larvar: cérebro, pulmão e fígado (Cisto hidatico) ➢ Forma adulta: intestino delgado Ciclo biológico: O hospedeiro definitivo se infecta ao ingerir vísceras do hospedeiro intermediário contendo a forma larvar (cisto hidatico). As larvas originam adultos no tubo digestivo do cão. As proglotes grávidas cheias de ovos se destacam e vão ao meio ambiente por meio das vezes. No ambiente os ovos se disseminam e o hospedeiro intermediário infecta-se ingerindo os ovos nas pastagens ou em alimentos contaminados que dão origem às larvas hexacanto, que pelo sistema porta vão ao fígado ou pela circulação vão ao pulmão e cérebro. Importância na veterinária: A forma larvar no hospedeiro intermediário pode levar a obstrução de canais respiratórios, distúrbios no fígado (cirrose), cérebro e pulmão. E se o cisto hidatico se romper, há risco de morte por anafilaxia. Referência bibliográfica: M. A. Taylor. Parasitologia veterinária – 4. ed. – 2017.
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