Buscar

Direito Civil III - Atividade parcial

Prévia do material em texto

UNIFACEX - DIREITO 
Atividade Avaliativa II Unidade 
 
Acadêmico(a): Mellanie Kalianny Paiva Martins 
Disciplina: Direito Civil III (Contratos) 
Período: 4° (DIR4MA) 
 
QUESTÕES: 
 
1) Fale sobre o contrato de compra e venda. Informe quais os requisitos do referido 
contrato e quais as exigências para comprar um bem imóvel. Informe ainda como se dá 
a compra e venda de bens móveis. 
 
2) Discorra sobre o contrato de alienação fiduciária e quais seus requisitos. Informe 
também se bens móveis poderão ser alvo do referido contrato, com a base legal. 
Também diferencie alienação fiduciária de Hipoteca. 
 
3) Discorra sobre contrato de leasing e seus requisitos, aplicabilidade e eficácia, dando 
exemplos. Compare leasing com Hipoteca e penhor. 
 
 
RESOLUÇÕES: 
 
Questão 1 – 
A ideia da função dos contratos, se materializa através do nosso Código Civil, mais 
precisamente em seu artigo 421, que atesta: “A liberdade contratual será exercida nos limites 
da função social do contrato.”. Tal princípio é também reconhecido como sendo o “Princípio da 
Supremacia da Ordem Pública”, que traz em seu âmago o entendimento de que a liberdade 
contratual é limitada no tocante ao que se tem por interesse público, ou seja, o interesse social 
ou da sociedade se sobrepõe a ponto de prevalecer sobre os interesses individuais. De forma 
que isto, não implica de forma alguma em diminuições de garantias ou interferência no “pacta 
sunt servanda”, posto que o princípio supracitado, não contesta o Princípio da Autonomia 
Contratual, apenas trata de atenuar e até delimitar o campo de sua atuação em casos em que 
haja oposição a interesses coletivos ou metaindividuais. O princípio atinge seu escopo de função 
social, na altura em que o contrato não transgride o interesse coletivo e respeita a dignidade da 
outra parte. Na prática, a omissão do valor social do contrato, conforme salienta Reale (2003): 
“[...] implicaria o esquecimento do papel da boa-fé na origem e execução dos negócios jurídicos, 
impedindo que o juiz, ao analisá-los, indague se neles não houve o propósito de contornar ou 
fraudar a aplicação de obrigações previstas na Constituição e na Lei Civil.”; de forma que, tal 
princípio não colide com a liberdade e autonomia de avençar contratos, apenas este assegura 
que seja válido e consequentemente eficaz. 
Para a existência de um contrato válido, são requisitados no artigo 104 CC os seguintes 
pontos: I – agente capaz; II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III – forma 
prescrita ou não defesa em lei. Por ser necessariamente um negócio jurídico bilateral (posto que 
não é possível ser credor e devedor, simultaneamente, de si – admitindo-se apenas o 
autocontrato) , é necessária a capacidade das partes (capacidade e legitimidade), o acordo de 
vontades (ou consentimento entre as partes), idoneidade do objeto (lícito, possível, 
determinado ou determinável), causa (representada por controvérsias; pelo resultado objetivo 
pleiteado por ambas as partes ao estipular tal avença; e razão que determina a ação que impele 
as partes para a celebração contratual), forma (trata de seguir as definições conforme proposto 
em lei, acerca de satisfazer todos os requisitos, exemplo: escrito e prazo de cinco anos), 
transitoriedade (posto que todo contrato nasce com a finalidade de satisfazer-se em si mesmo, 
de forma que é efêmero, podem até ser duradouro, mas nunca permanente como os direitos 
reais) e valor econômico (para que em caso de descumprimento contratual, possa o 
inadimplente ser responsabilizado patrimonialmente por sua dívida). 
Foi regulamentado no Art. 481 do CC: “Pelo contrato de compra e venda, um dos 
contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço 
em dinheiro”. Possui natureza corpórea (móveis, imóveis) e incorpóreos, de caráter obrigacional 
mútuo (que não haja vícios também); a transferência do domínio depende de outro ato: a 
tradição, para os móveis. O contrato de compra e venda é caracterizado como sinalagmático, 
onde possui duas partes no contrato; consensual pois, quando puro, considerar-se-á obrigatório 
e perfeito, desde que as partes acordarem no objeto e no preço, comutativo e oneroso. Com 
isto, houve a exploração e delimitação em relação aos contratos de compra e venda. Conforme 
o Código Civil, foi limitada a venda de ascendente a descendente, como posto no Art. 496: “A 
compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes 
acordarem no objeto e no preço”. É patente e positivada a proibição de aquisição de bens por 
pessoas nas quais estejam sobre o encargo de zelar pelos interesses do vendedor, segundo art. 
497, onde diz que não podem ser comprados por tutores, curadores, testamenteiros e 
administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração, etc. É, também, limitada a 
proibição da venda da parte indivisa de condomínio, conforme art. 504, e proibida a venda de 
bens comuns de cônjuges, conforme art. 499. E, por fim, para a aquisição de um bem imóvel, é 
necessário o contrato de compra e venda, mas este não gera direito real, para que o haja, é 
necessária a escritura pública ou registro da propriedade. Já para propriedade móvel, o contrato 
de compra e venda de bens móveis é necessário para que haja a tradição do bem. 
 
Questão 2 – 
A alienação fiduciária é a transferência da propriedade de um bem móvel ou imóvel do 
devedor para o credor no intuito de garantir o cumprimento de uma obrigação. Assim, ocorre 
quando um comprador adquire um bem à crédito. O credor toma o próprio bem em garantia, 
de forma que o comprador, apesar de ficar impedido de negociar o bem com terceiros, pode 
dele usufruir. Essa modalidade é comum na compra de veículos ou de imóveis. No caso de 
veículo, a alienação fica registrada no documento de posse deste; no de imóvel, é comum que 
a propriedade definitiva, atestada pela escritura, só seja transmitida após a liquidação da dívida. 
Em ambos os casos, o comprador fica impedido de negociar o bem antes da quitação da dívida, 
mas pode usufruir dele. Quando o contrato é quitado, a propriedade do bem é passada ao 
consumidor, sendo assim, essa relação contratual tem sua natureza baseada na acessória, posto 
que só existe para garantia de outrem, onde, em um contrato principal para poder ter existência 
e tem sua execução subordinada ao fato do não cumprimento pelo devedor. Subjetivamente, 
os requisitos se trata de capacidade de ser fiador (genérica), de forma que se pode ser fiador 
aqueles que possuem capacidade civil e livre disposição de seus bens. A exceções são existentes, 
como por exemplo os incapazes no geral. Um exemplo disso, seria o pródigo, posto que não 
poderá ser fiador, visto que este ato põe seu patrimônio em risco, ficando assim, inibido de 
praticar ações que não sejam apenas administrativos. Um cônjuge, também não poderá prestar 
fiança, caso não haja o consentimento do outro (apenas no regime de separação absoluta). 
Disto, vemos algumas restrições, assim, não podem prestar fianças alguns indivíduos, em razão 
de função que exerçam ou de ofício: tais como, agentes fiscais, leiloeiros, tesoureiros, afins. As 
restrições de ordem convencional, também podem existir, e acabam por acarretar a falta de 
legitimação. Em relação aos requisitos objetivos, a fiança em si, pode ser acessória a toda 
espécie de obrigação, posto que tem sua natureza contratual como acessório, dependendo 
assim, de uma obrigação específica e principal. 
 No tocante as diferenças entre as modalidades: hipoteca e alienação fiduciária (salienta-
se aqui, a garantia dada através do próprio produto). A hipoteca, se restringe para operações de 
uso do imóvel como garantia; já a alienação fiduciária, se utiliza de bens considerados diversos 
como: joias, carros e até o salário; nesta modalidade, a propriedade é transferida para o nome 
da instituiçãofinanceira constante no contrato, na qual o consumidor firmou o mesmo, no 
intuito de quitação de dívidas, entretanto se resume apenas (durante) ao período de 
pagamento, já que na prática, o devedor poderá continuar a utilização de seu bem 
normalmente. Já no modelo de hipoteca, a propriedade permanece no nome do devedor, 
podendo este der hipotecado por mais de uma instituição, a menos que tal propriedade estiver 
em alienação fiduciária. 
 
Questão 3 – 
 O Leasing é uma modalidade de contrato de aluguel, onde há a opção de compra, a isto, 
é dado nome de arrendamento mercantil. Ou seja, trata-se de um aluguel que a instituição ou 
sociedade de arrendamento faz, deixando a opção de compra em aberto, desse mesmo produto, 
no final do prazo estipulado pelo contrato. Assim, é notório que trata-se de uma relação 
contratual, através da qual uma empresa, ao querer utilizar dado produto, equipamento ou até 
um imóvel, consegue que uma instituição ou sociedade, adquira o produto específico de seu 
desejo, e termina por alugar ao interessado por prazo definido, deixando em aberto, ao término 
do prazo locativo, o tal arrendatário/locatário possa optar pela devolução, renovação do 
contrato de locação ou compra pelo preço residual fixado no início do contrato. Por mais que 
possua similitudes da locação, é entendida como intermediária, posto que se localiza entre 
compra, venda e locação. Sua complexidade é admitida, posto que há um misto de promessa de 
compra e venda, financiamento e locação. Assim, no momento em que um indivíduo contrata o 
leasing resolvendo comprar o produto em si, este acaba-se por tornar-se uma técnica especial 
de financiamento. Tal operação de arrendamento mercantil, enseja que mesmo sem ser 
proprietário de um determinado bem, o arrendatário usufrua dele como se fosse. Ou seja, difere 
de propriedade em si, e acaba por se basear na utilidade e uso de um bem/produto. As partes 
neste contrato são: Arrendador, arrendatário e objeto; o produto, pode ser imóvel ou móvel, o 
arrendador é necessariamente pessoa jurídica (ex.: bancos, sociedades de arrendamento 
mercantil), constituída sob a forma de sociedade anônima; pode ser celebrado por instrumento 
público ou particular, que deverão constar primordialmente: descrição do objeto, o valor das 
prestações e prazo de vencimento. Conforme supracitado, é possível visualizar que o 
arrendatário é quem possui o poder de escolha do produto ou objeto a ser arrendado, 
entretanto, é o arrendador quem adquire-o, celebrando assim, cont6rato de compra e venda 
com o vendedor. Trata-se de um contrato consensual, posto que este tende a aperfeiçoar-se 
com a manifestação de vontade das partes, independendo da entrega da coisa. 
Diferencia-se da hipoteca, posto que esta, ao final do contrato o bem é do titular do 
devedor, caso cumpra-se sua obrigação principal; já o leasing, conforme as cláusulas, o bem fica 
a dispor do arrendatário, podendo este ser adquirido ou não no final do prazo contratual. A 
hipoteca é necessariamente, utilizada como garantia, sendo esta modalidade restrita a 
operações que utilizem somente imóveis, e não bens móveis. Assim, a propriedade permanece 
no nome do devedor, de maneira que determinado imóvel pode ser hipotecado por mais de 
uma instituição, a menos que esteja em alienação fiduciária. Já o penhor, trata-se da 
transferência efetiva da posse que, o devedor faz em nome de garantia do débito ao credor, de 
determinado objeto móvel, que possa ser alienado; assim, consiste em direito real, onde tem 
por escopo a transferência completa e efetiva, de um produto móvel, que possa ser alienado 
em favor de terceiro, caracterizado como credor. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BEVILAQUA, Newton. Direito das obrigações: pacta sunt servanda. 2018. Disponível em: 
https://jus.com.br/artigos/65895/direito-das-obrigacoes-pacta-sunt-servanda. Acesso em: 29 
mar. 2020. 
 
BORNHOLDT, Rodrigo Meyer; GLITZ, Frederico Eduardo Zenedin. Novo Código Civil e revisão 
dos contratos. 2018. Disponível em: https://fredericoglitz.adv.br/2018/05/29/novo-codigo-
civil-e-revisao-dos-contratos/. Acesso em: 29 mar. 2020. 
 
BRASIL. Lei n. 10.406, 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm. Acesso em: 29 mar. 2020. 
 
ESCOLA BRASILEIRA DE DIREITO. Contratos: estipulação em favor de terceiro e promessa de 
fato de terceiro: Conheça duas hipóteses de efeito do contrato em relação à terceiros. 2017. 
Disponível em: https://ebradi.jusbrasil.com.br/artigos/495427926/contratos-estipulacao-em-
favor-de-terceiro-e-promessa-de-fato-de-terceiro. Acesso em: 29 mar. 2020. 
 
GLITZ, Frederico Eduardo Zenedin. Novo Código Civil e revisão dos contratos. A Notícia, 
Joinville, p. a3 – a3, 14 ago. 2003. 
 
GOLÇALVES, Carlos Roberto. Contratos e atos unilaterais – Coleção de Direito Civil brasileiro 
volume 3 – 17. Ed – São Paulo: Saraiva Educação, 2020. 
 
MARINHO, Lucas. O que um contrato precisa para ter validade? 2018. Disponível em: 
https://lucasmarinho1991.jusbrasil.com.br/artigos/549065260/o-que-um-contrato-precisa-
para-ter-validade. Acesso em: 29 fev. 2020. 
 
MARTINS, Ivo Fernando Pereira. Contrato – pressupostos e requisitos. 2017. Disponível em: 
https://ivofpmartins.com.br/contrato-pressupostos-e-requisitos/. Acesso em: 29 mar. 2020. 
 
NOGUEIRA, Ledjane. Elementos dos Contratos e seus Requisitos de Validade. 2018. Disponível 
em: https://ledjanenogueira.jusbrasil.com.br/artigos/520405487/elementos-dos-contratos-e-
seus-requisitos-de-validade. Acesso em: 29 mar. 2020. 
 
SANTOS, Ellen Cláudia. O princípio da boa fé: resumo. 2016. Disponível em: 
https://jus.com.br/artigos/45686/o-principio-da-boa-fe-resumo. Acesso em: 29 mar. 2020. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm
 
SANTOS, Thiago Garcia de Menezes. Do momento da formação do contrato. 2007. Disponível 
em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/do-momento-da-formacao-do-
contrato/. Acesso em: 29 mar. 2020.

Continue navegando