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PROVA DE ECONOMIA POLÍTICA INTERNACIONAL GLOBAL
Aluna: Marina de Paula Pires Rocha
02/06/2021
1) Explique detalhadamente os elementos da construção teórica da CEPAL para a análise do subdesenvolvimento e a política macroeconômica defendida pela instituição para a solução. (10p.)
A CEPAL foi criada em 1949 e é uma instituição da ONU criada para analisar as condições econômicas e sociais do continente latino-americano e Caribe. Ele propõe várias políticas que lidem com os problemas do subdesenvolvimento em países subdesenvolvidos, contrariando estudos já existentes que se baseavam somente em países desenvolvidos. As ações em prol do desenvolvimento são tomadas pela via estatal, com um planejamento a longo prazo. Além da intervenção estatal, são fundamentais no pensamento cepalino a inserção das economias periféricas na economia mundial e as limitações internas do subdesenvolvimento. 
De acordo com a bibliografia texto indicada, Bielschowsky (2000, p.18) divide o pensamento da Cepal em cinco fases: 
· As origens e anos 1950: industrialização; 
· Os anos 1960: “reformas para desobstruir a industrialização”;
· Os anos 1970: a reorientação dos “estilos” de desenvolvimento na direção da homogeneização social e na direção da industrialização pró-exportadora. 
· Os anos 1980: a superação do endividamento externo via “ajuste com crescimento”;
· Os anos 1990: a transformação produtiva com equidade.
É importante frisar que a CEPAL defendia a ideia de por em prática o movimento de substituição de importações entre os vizinhos latinos, com intuito de criar base para aprofundar os pensamentos cepalinos. Entretanto, o desequilíbrio da balança de pagamentos é enxergado como a causa estrutural da inflação, fazendo com que os países periféricos permaneçam em um ciclo de altos e baixos da economia. Como recomendação, o FMI aconselha a desvalorização do câmbio, o que aumenta mais ainda a disparidade das realidades econômicas entre o centro e a periferia. Na visão cepalina, a forma de se desprender dessas amarras econômicas seria mudar a estrutura econômica dos países de forma gradual e a longo prazo.
Um pouco mais à frente na consolidação da CEPAL, os países da América Latina passaram por um momento de certa prosperidade econômica, os anos 1960. Apesar de ser um crescimento em números, o crescimento interno ainda se desenvolveu pouco em relação ao desenvolvimento externo, o que fez com que certos países vivenciassem, novamente, um processo inflacionário. O que aconteceu na época foi um forte desenvolvimento industrial, mas sem a capacidade de aproveitar toda a mão de obra, e sem a possibilidade de escoamento dessa mão de obra para outros países. Assim, processos como favelização e aumento da desigualdade social começaram a tomar uma proporção que chamou a atenção da CEPAL para pautas econômicas associadas a questões sociais. Além disso, precisamos lembrar que nessa época foi o momento que as ditaduras latinas tiveram seu lugar na história da região, o que modificou a tomada de decisões dos policy makers.
Para os pensadores da CEPAL, a industrialização na região não era capaz de acompanhar o ritmo econômico mundial, tornando o setor industrial dos países da região em um setor com pouca diversidade e atrasado em relação ao mundo. Apesar desse crescimento econômico da região, a vulnerabilidade externa continuou existindo. A essa altura do desenvolvimento do escopo cepalino, surgiu o termo “insuficiência dinâmica”, que seria o uso da tecnologia desenvolvida pelos países do centro, tornando a região dependente dessa tecnologia exógena. Essa dependência fez surgir dois tons para o discurso cepalino: a) a formulação marxista de que esses movimentos globais seriam propositais e com o intuito de manter a América Latina sob as asas do imperialismo; e b) a formulação liberal de que, no mundo, havia apenas uma economia capitalista, colocando a causa desses problemas estruturais era o desprendimento da mão de obra latina do mundo moderno, ou seja, enquanto os países do centro conseguiam trazer o desenvolvimento para a maioria da sua população, os países latinos não tinham essa capacidade e se tornavam cada vez mais dependentes de importações tecnológicas enquanto a desigualdade do desenvolvimento econômico entre o centro e a periferia aumentava.
Ao longo dos anos, a CEPAL continuou com o argumento da necessidade de valorizar as importações assim como os termos de troca como temas centrais da agenda, sempre frisando a relação entre periferia-centro como causadora da instabilidade econômica que está presente em toda a América Latina. Algumas mudanças aconteceram ao longo dos anos, como por exemplo as variações no cenário mundial, O que mudou ao longo dos anos foram as variações com que a CEPAL se deparou no contexto mundial, o que é uma qualidade do órgão, se adequar a qualquer tipo de mudança que os países do centro submetem os países da periferia.
2) Explique a relação existente entre os três pilares: atendimento às "necesssidades básicas", às "necessidades de capitalização" e os "ajustes estruturais", no esforço de superação da pobreza pelo Banco Mundial. (10p.)
De acordo com a visão do Banco Central, os ajustes estruturais seriam pautados em um conjunto de políticas e propostas focadas na promoção de taxas de crescimento estáveis e estruturais, ou seja, que visem projetos de equilíbrio a longo prazo, com o foco em gerar renda e desenvolvimento econômico, ajustes estes que seriam similares aos propostos pelo FMI, mas o foco de resultado seria diferente. Primeiramente, esses ajustes seriam pautados pela elaboração de políticas públicas em diferentes setores, incluindo uma participação complementar do estado, através de investimentos públicos, a utilização de políticas monetárias responsáveis, buscando taxas de juros positivas e o monitoramento das políticas orçamentarias em busca do equilíbrio fiscal. Por fim, podemos mencionar a alocação e mobilização de recursos para uma melhor distribuição na sociedade. Os ajustes estruturais propostos pelo Banco Mundial são instrumentos importantíssimos no processo de combate à pobreza, pois eles seriam capazes de satisfazer as necessidades básicas, as necessidades de capitais e de capitalização. Essas necessidades, incentivariam que setores urbanos e rurais tivessem um melhor desenvolvimento produtivo, para que aconteça um aumento do nível de emprego, uma melhor prestação de serviços e outros.
Em todo o relatório do Banco Mundial de 2018 é explícito a grande desigualdade social que o Brasil enfrenta. É um país onde o dinheiro está todo concentrado na parte mais rica da população, que paga poucos impostos mesmo tendo mais dinheiro, enquanto a parte mais pobre da população paga a mesma quantidade de impostos tendo menos dinheiro. Neste contexto, o Banco Mundial se compromete a investir em programas sociais eficientes para a população mais pobre para a superação do subdesenvolvimento. O sistema de proteção social no Brasil não é realmente um sistema, porque não são coordenados entre si em termos de população alvo e níveis de benefícios. Um dos programas sociais citados nos relatórios é o Bolsa Família, que é considerado o único programa de assistência social bem direcionado e eficaz em termos de custo. Para melhorar a situação do subdesenvolvimento, os programas de proteção social e de emprego devem passar por reformas que alinhassem melhor os incentivos, fossem mais dirigidas às populações vulneráveis e integrassem os sistemas de prestação dos serviços. A análise feita pelo Banco Mundial evidencia que é preciso melhorar a concepção dos programas sociais em três principais áreas: consolidação dos programas de assistência social, melhoria do apoio aos desempregados e através da reformulação dos suplementos salariais. Outra medida de curto prazo compatível com o objetivo de reforma mais ampla poderia incluir a transformação do Salário-Família em um benefício condicionado à renda em nível de domicílio a fim de incentivar os beneficiários do Bolsa Família a migrarem para empregos formais. Ou seja,é necessário consolidar a assistência social no país, investir na unificação e centralização de projetos sociais para que sejam mais eficientes e com menos custos, o que geraria uma economia sem aumentar a pobreza.
3) Demonstre a relação entre as recomendações do FMI para o reequilíbrio do Balanço de Pagamentos e seus respectivos fundamentos teóricos. (10p.)
Inicialmente, em meados da década de 1950, o FMI assumia posições e recomendações baseadas nos valores utilizados em Bretton Woods, valores estes marcados principalmente pela abertura de mercado e a livre circulação de mercadorias e capital. O foco principal dos programas de estabilização e do contexto internacional econômico era na manutenção do sistema internacional do comércio, a defesa das paridades fixas, e práticas que mantenham o intercâmbio entre os países, focando na divisão do trabalho e nas capacidades produtivas como elemento essencial para o desenvolvimento dos países. Nesse contexto, o FMI defendia as vantagens comparativas entre os países e acreditava na auto regulação de desequilíbrios internacionais. Os diagnósticos eram feitos com foco nas variáveis externas, e havia um caráter centralizado na defesa da abertura completa de mercado e nos ideais liberais norte-americanos. Após a década de 1950, surgiram diversos desequilíbrios no Balanço de pagamentos dos países e o FMI desenvolve uma percepção baseada em políticas relacionadas a variáveis quantitativas de curto prazo. A partir disso, os desajustes externos seriam originados principalmente por causa de erros nas políticas cambiais e as variáveis de renda e preço internas, associadas à inflação. O FMI, então, passa a desenvolver recomendações e programas de estabilização. Por fim, é possível notar uma reconfiguração mais atual da posição do FMI, principalmente a partir da década de 70, que consideraria políticas de longo prazo e variáveis qualitativas. A partir disso, houve um crescimento ainda maior da posição monetária da organização e a consideração dos efeitos da relação entre o equilíbrio monetário e o equilíbrio da balança de pagamentos. Dessa forma, o excesso de moeda seria central nos desequilíbrios do Balanço de Pagamentos. Além disso, o conceito dos ajustes estruturais ganha força a partir da ótica da oferta e dos agregados macroeconômicos. É importante ressaltar que algumas crises capitalistas, com destaque na crise de 1990, fizeram com que o FMI de certa forma atenuasse os incentivos para as aberturas dos mercados e passasse a considerar que aconteça um amadurecimento dos instrumentos econômicos internos, incentivando mais a abertura na esfera financeira.

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