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O corpo humano possui sistemas naturais de defesa que o ajudam a se proteger contra muitos riscos ambientais e ocupacionais. Esses sistemas de defesa ajudam também o organismo a curar-se quando sofre dano e/ou fica doente. Os riscos ocupacionais podem ser representados pelas bactérias, vírus, substâncias químicas (material particulado, líquidos, gases, vapores), ruído, temperatura, procedimentos de trabalho (fatores anti-ergonômicos). Fonte: http://arquivoadventista.blogspot.com.br Podemos destacar a relação dose-resposta do agente toxicológico, os fatores que influenciam na toxicidade, a toxicocinética, a toxicologia dos metais (Pb, Hg, Cd, As), a toxicidade dos solventes, dos gases e dos vapores irritantes e asfixiantes, além dos agrotóxicos. A pele constitui-se numa importante camada protetora do organismo, mas não protege sempre contra os riscos presentes no ambiente de trabalho, porque as substância químicas podem ser absorvidas diretamente pelo organismo através da pele saudável. Uma vez absorvidas, as substâncias químicas, através da circulação, são transportadas para os órgão-alvo, produzindo efeitos nocivos. O trabalho mecânico onde se realizam fricção, pressão e outras formas de força, como os trabalhadores que utilizam rebitadeiras, retiram lascas, verrumas e martelos, podem produzir calos, bolhas, lesões dos nervos, cortes etc. Mão de um trabalhador com calos Fonte: http://angelorigon.com.br Algumas substâncias, tais como ácidos e álcalis fortes, provocarão lesões quase instantaneamente, enquanto outras, como ácidos, ,álcalis diluídos e solventes em geral, provocarão efeitos na pele apenas se houver contato desta com a substância química com certa frequêcia. Dermatite Fonte: http://peleinfoco.blogspot.com.br Petróleo e derivados Diesel Lubrificantes Combustíveis Solventes Diluentes e Desengraxantes Produtos do alcatrão da hulha Fenóis Cresóis Habitualmente, os sintomas somente aparecem quando a substância química entra em contato com a pele e desaparecem quando o trabalhador deixa de estar em contato com a substância. O sistema respiratório possui um mecanismo muito eficaz para filtrar os poluentes normais que ocorrem no ar. Os sistemas de filtração do nariz (pêlos) e do trato respiratórios superior (mucosas e cílios vibráteis) impedem que grandes partículas penetrem no organismo e atinjam os pulmões, produzindo efeitos adversos à saúde. Anatomia nasal Fonte: http://www.medicinageriatrica.com.br Em geral, o sistema respiratório filtra as partículas de pó de diâmetro grande, entre as quais as fibras, sendo muito difícil eliminar as partículas de diâmetros pequenos, que podem atingir partes mais profundas dos pulmões e ocasionar graves problemas respiratórios locais. Trabalhador com risco por inalação de poeiras Fonte: http://naraneves.com Tarefas em locais com pó em demasia, como: • Minas de bauxita e carvão; • Engenhos de açúcar, • Amianto; • Indústria Química; • Indústria Farmacêutica. Ilustração de um trabalhador de amianto Fonte: http://terraetrabalho.blogspot.com.br Efeitos dérmicos locais Efeito Depressor do Sistema Nervoso Central Efeitos Neurotóxicos Efeitos Hepatotóxicos (fígado) Efeitos Nefrotóxicos (rins) • Efeitos hepatotóxicos – Hepatite Química, com o aumento das transaminases indicando dano hepatocelular esteatose, que ocasionalmente progride para necrose hepática; possível cirrose (na recuperação); metabolismo reduzido de outros xenobióticos. • Efeitos Nefrotóxicos – podem variar desde uma necrose tubular aguda, devido à exposição aguda severa a hidrocarbonetos halogenados, glicóis, tolueno e destilados do petróleo, até mesmo a uma glomerulonefrite crônica, devido a uma exposição contínua, com a qual a gasolina está bastante relacionada. • Efeitos no Sistema Nervoso Central (SNC) – de forma aguda pode ter sua atividade como um anestésico geral ou, por uma inibição seletiva, acarretando narcose, euforia, agitação (desinibição), descoordenação motora, ataxia, disartria. De forma crônica, torna-se mais complexa a atribuição, mas pode estar relacionada com a “Síndrome dos Pintores” que, por sua vez, pode estar ligada à ocorrência de um conjunto de fatores como depressão, desempenho psicomotor retardado, alteração da personalidade, bem como déficit de memória recente. Esses solventes tem como algumas de suas principais características o potencial de causar severa hepatotoxicidade, nefrotoxicidade, arritmias cardíacas e alto potencial carcinogênico, ou seja, podem desenvolver câncer. Bloqueadores de cálcio – hepatotoxicidade Fonte: www.fosjc.unesp.br A gasolina pode estar relacionada aos casos de glomerulonefrite. Quando aspirada, pode levar à pneumonite, e sua alta toxicidade pode estar relacionada, também, aos altos teores de chumbo em sua composição. Imagem ilustrativa de um rim inflamado. Fonte: gabyzynha.arteblog.com.br É muito importante lembra que o organismo dispõe de vários mecanismos que podem emitir sinais de alarme quando ocorrem riscos, tais como odor, tosse e irritação no nariz. Esses sinais de advertência apenas indicarão um provável risco. Muitas substâncias químicas, no entanto, não apresentam odor quando se apresentam odor e, assim, não as podemos identificar. Outras substâncias químicas só apresentam odor quando estão em concentrações muito acima dos níveis de segurança e já podem estar provocando danos à saúde. Ilustração da inalação de certas substâncias Fonte: http://www.reidaverdade.com Etanol Metanol Glicol • Pode apresentar diversos efeitos adversos. • Pode provocar intoxicação aguda(embriaguez ou abuso crônico do álcool); • Pode causar dependência; • Pode causar consequências em fetos, durante a gestação e, quando nascem, frequentemente sofrem de Síndrome Alcoólica Fetal, causada pela abstinência, conhecida nos adultos como Delirium tremens. Formula química do etanol • Também conhecido como álcool metílico ou álcool da madeira, líquido inflamável, é obtido através da destilação de madeiras ou pela reação do gás de síntese, vindos de origens fósseis como o gás natural, passando por um catalisador metálico a altas temperaturas e pressões. • É utilizado como solvente na indústria de plásticos, na extração de produtos animal e vegetal, também na indústria farmacêutica, no preparo de hormônios e vitaminas. • Pode ser usado também como combustível e no preparo do biodisel. • Quando inalado provoca leve irritação às mucosas e membranas. • Os sintomas da exposição incluem dor de cabeça, náusea, vômito, e coma, podendo levar à morte. • Devido sua alta toxicidade no nervo óptico, quando afeta a retina pode causar cegueira. Formula química do metanol • O etileno glicol (etanodiol) é bastante nefrotóxico. Pode levar à deficiência de cálcio, levando o doente a se submeter à hemodiálise, além de poder apresentar alta toxicidade no sistema reprodutivo. Formula química do etileno glicol BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno, xileno) – contaminantes comuns do solo e água. O tolueno apresenta potente toxicidade no SNS e desordem cognitiva crônica. O xileno é irritante às membranas e mucosas, especialmente ocular. Esquematização da contaminação da água Fonte: http://www.eb1-albergaria-velha-n1.rcts.pt Aproximadamente 50% do benzeno inalado é absorvido, e sua baixa solubilidade em água provoca expansão dos tecidos adiposos. Com intoxicação aguda, os efeitos são essencialmente devido à ação no sistema nervoso central (SNC). Formula estrutural do Benzeno Fonte: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br • Em concentrações moderadas, os sintomas são desmaios, ou um estado de confusão, excitação e palidez, seguido de fraqueza, dor de cabeça e sensação de morte iminente. • Em concentrações altas os sintomas são de excitação e euforia, seguidode cansaço, fadiga e sonolência. Se a vítima não for atendida nessa fase, problemas respiratórios ocorrem associados a contrações musculares, convulsões e morte. • O maior efeito atribuído à exposição crônica são os efeitos ao sistema nervoso central, que podem levar a vítima à leucemia. • Refinarias de petróleo • Petroquímicas • Distribuidores de combunstíveis • Indústria de couro • Laboratórios químicos e biológicos Ocupacional • Fumaça do cigarro • Poluição do tráfego veicular Não- ocupacional • Na metabolização, o benzeno é distribuído para várias partes do corpo, tais como medula óssea, sangue, tecido adiposo e fígado. É também transportado do sangue para os pulmões e cerca de 1% para a urina. • A meia-vida do benzeno é estimada em 9 horas, mas esses valores podem alcançar também 24horas, porque o benzeno tende a se depositar no tecido adiposo, de onde é lentamente liberado. O tolueno é um hidrocarboneto aromático volátil e incolor, com amplo uso industrial, naturalmente presente no petróleo. É um dos solventes produzidos em maior quantidade. Cerca de 92% do tolueno obtido é utilizado na produção de gasolina. O restante purificado como tolueno comercial, é empregado na elaboração de produtos químicos. Muitas tintas, colas, polidores, diluentes, desengordurantes e removedores contêm essa substância como principal constituinte. É um solvente que atua no SNC em exposições agudas e crônicas. Apresenta ação irritante sobre pele e mucosas e seus efeitos agudos são semelhantes aos decorrentes da intoxicação etanolítica: efeitos estimulantes seguidos de depressão do SNC. Em exposição crônica pode causar hepatotoxicidade, nefrotoxicidade e perda auditiva. Inalação do tolueno existente na cola do sapateiro O controle e a prevenção da exposição a esse solvente é realizado através de medidas de controle ambiental, como uso de roupas impermeáveis, luvas, óculos de segurança e máscaras com filtro químico. Trabalhador com EPIs Adicionalmente tendo em vista seus efeitos tóxicos, todos os trabalhadores com risco de exposição ao tolueno devem realizar monitorização biológica por meio de exames toxicológicos para avaliar seu grau de exposição ao solvente. A norma regulamentadora (NR) 7, da Secretária de Segurança e Medicina do Trabalho do Ministério do Trabalho, indica o ácido hipúrico (AH) urinário como indicador de exposição ocupacional ao tolueno. De acordo com a NR7, o valor de referência (VR) para o AH é 1,5 grama de AH por grama de creatinina, e seu Indice Biológico Máximo Permitido (IBMP) é 2,5 gramas de AH por grama de creatinina. •Usinas petroquímicas • Refinarias de petróleo Ocupacional • Produtos de limpeza • Colas Não- ocupacional Utilização do Xileno: • De maneira ocupacional como solvente; • Frequentemente em combinação com o tolueno, na fabricação de resinas sintéticas e como intermediário na preparação de ácidos empregados industrialmente em matéria plástica, lacas e vernizes; • Na indústria farmacêutica, atráves das preparações de vitaminas; • Em laboratórios de anatomia patológica Sua exposição aguda provoca irritação nos olhos e pele com o aparecimento de dermatites e, de forma crônica, através da exposição prolongada aos vapores, pode provocar conjuntivite, irritação da pele e cavidade nasal, e no SNC pode gerar inicialmente excitação, depois depressão. As principais vias de absorção são o trato respiratório e pele. No organismo as reações são semelhantes ao metabolismo do tolueno.
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