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Plano de Negócios - Livro-Texto - Unidade II

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Unidade II
Unidade II
Empreendedores são pessoas que ajudam no desenvolvimento do país. É importante que em todos 
os setores existam pessoas dispostas a contribuir com novas ideias e novos negócios, para que o 
crescimento seja facilitado e novas ideias deixem de ser apenas novas ideias guardadas na gaveta. Esses 
empreendedores são imprescindíveis para colocá‑las em prática, inclusive nos órgãos governamentais.
Para isso, nada melhor do que estruturar um plano de negócios capaz de vender uma ideia 
interessante, ajudando no processo de busca de financiamento e liberação de crédito e que auxiliará o 
empreendedor em sua caminhada rumo ao sucesso. Não é da cultura do brasileiro o hábito de planejar, 
e essa atitude dificulta o ato de colocar o planejamento em prática por meio do plano de negócios.
Começaremos com os impostos que devem ser pagos pelos pequenos empresários e sobre os tipos de empresas 
existentes. Nesta unidade, falaremos do processo empreendedor e dos fatores críticos de sucesso. Vamos tratar 
então de aprender a planejar um novo negócio a partir da criação de um plano de negócios. Eles podem ser feitos 
para novas empresas, para empresas já em andamento, para atender a uma nova oportunidade etc.
5 IMPOSTOS
Para entendermos a legislação tributária brasileira, comecemos pela leitura de uma reportagem de 6 
de fevereiro de 2011, que reproduzimos, na íntegra, a seguir.
Legislação tributária vira livro de 6 toneladas
Advogado reúne todas as leis de impostos do País em livro que deve entrar para o Guinness.
De tão ousada e inusitada, a ideia chegou a ser tachada como uma “verdadeira insanidade” 
pelos colegas, mas o advogado mineiro Vinícios Leôncio ignorou os descrentes e iniciou há 
quase duas décadas um projeto para reunir em livro as legislações tributárias do País.
Movido pela inconformidade com o que considera um excesso de normas, o tributarista 
queria, a princípio, apenas mostrar de forma simbólica o peso dessa legislação no custo das 
empresas brasileiras.
Porém, ao agrupar numa publicação toda a legislação nacional, Leôncio acabou por 
credenciar sua obra ao ingresso no Guinness World of Records como a mais volumosa e com 
o maior número de páginas do mundo.
Previsto para ser concluído em junho deste ano [2011], o livro conta atualmente com 
cerca de 27 mil páginas impressas – cada uma delas com 2,2 metros de altura por 1,4 metro 
63
PLANO DE NEGÓCIOS
de largura. Depois de pronta, a obra pesará 6,2 toneladas para um total de 43.216 páginas, 
que, se enfileiradas, alcançariam uma distância de 95 quilômetros.
“A legislação brasileira é muito extensa, mas ela nunca teve visibilidade concreta. Essa 
foi a ideia, mostrar para a sociedade o tamanho dessa legislação, de um país que edita (em 
média) 35 normas tributárias por dia útil”, destaca Leôncio, um estudioso do assunto.
“A questão era justificar o peso que tem a burocracia tributária na economia das 
empresas e procurar saber por que o Brasil é o único país do mundo no qual as empresas 
consomem 2,6 mil horas anuais para liquidar seus impostos, só de burocracia.”
O espírito crítico do advogado em relação ao assunto fica evidente no título que ele 
escolheu para a obra: Pátria Amada. “Tem de amar muito essa pátria para tolerar isso”, 
ironiza. “Até nós, advogados tributaristas, temos dificuldade de acompanhar esse volume 
enorme de legislação.”
Cruzada
Leôncio iniciou seu projeto em 1992. Desde então, o advogado mineiro empreendeu uma 
verdadeira cruzada para viabilizar tecnicamente a empreitada e desembolsou cerca de R$ 1 
milhão (aproximadamente 35% desse total foi gasto com impostos, segundo o advogado).
A primeira dificuldade foi encontrar uma gráfica que aceitasse a encomenda. Todas que 
foram procuradas recusaram. “O Brasil não tem nenhuma impressora com esse padrão.”
Com o auxílio de um gráfico amigo, que topou o desafio, a solução encontrada foi adaptar 
uma impressora de outdoors. Para isso, no entanto, Leôncio precisou enviar emissários à China, 
que adquiriram equipamentos e importaram tecnologia para a manutenção da impressora. Ele 
praticamente montou uma gráfica em Contagem, na região metropolitana da capital mineira.
Após muitos empecilhos, em 2010 os técnicos conseguiram que a máquina imprimisse 
os dois lados da folha imensa. Em fonte Times New Roman, as letras têm corpo tamanho 
18, impressas com tinta de vida útil de 500 anos. O advogado pretende também que a obra 
possa ser consultada e pediu que um engenheiro aeronáutico desenvolvesse amortecedores 
para regular a virada das páginas.
Leôncio, contudo, considera que a maior dificuldade enfrentada foi mesmo a de agrupar as 
27 diferentes legislações dos Estados e do Distrito Federal e os mais de 5 mil códigos tributários 
dos municípios brasileiros. “Em vários municípios, o código ainda está escrito à mão.”
Parte do levantamento precisou ser feito in loco. “No auge dessa pesquisa cheguei a 
ter 45 pessoas trabalhando para mim. Nem todos os municípios têm sites e a legislação 
disponibilizada eletronicamente. Aí é com correspondência... Mas, mesmo assim, muitas 
prefeituras não se dispõem a colaborar, fornecer a legislação, embora seja pública.”
64
Unidade II
“Susto”
Para mostrar a dimensão de seu projeto, Leôncio afixou algumas páginas na parede da 
biblioteca de seu confortável e amplo escritório, na região centro‑sul de Belo Horizonte. O 
advogado garante que sua aspiração nunca foi o Guinness Book, mas sim chamar a atenção 
para a necessidade de uma reforma tributária.
“Não me passava pela cabeça essa coisa de recorde, mas com o passar dos anos eu fui 
percebendo que o livro será o maior do mundo”, diz, salientando que o atual título pertence 
a um livro sueco de 2,7 toneladas.
Leôncio assegura também que não espera nenhum retorno financeiro com o projeto. 
Enquanto apresenta à reportagem gráficos comparativos – que mostram que o tempo 
anual gasto para o pagamento de impostos no Brasil é muito superior ao de outros 
países (sejam os dez mais ricos, os dez mais pobres ou mesmo os 15 mais burocráticos 
do mundo) –, ele observa que espera mesmo é que sua obra leve o próprio Estado a fazer 
uma reflexão.
“Acho que a sociedade vai levar um susto com isso. A própria classe política, o Fisco, eles 
não têm noção, em todas as esferas estatais, do tamanho da legislação tributária brasileira.”
Fonte: Kattah (2011).
 Observação
Guinness World Records (Guinness Recordes Mundiais) é uma referência 
oficial para recordes mundiais. É distribuído em mais de cem países e uma 
obra traduzida em vinte línguas.
Vamos abordar agora a legislação tributária brasileira, os tributos, impostos, contribuições e taxas. 
Não vamos nos ater aos percentuais incidentes, porque a legislação brasileira, assim como as alíquotas, 
pode ser alterada de um dia para o outro.
Então, vamos entender primeiro a diferença de conceitos entre tributos, impostos, contribuições e 
taxas, bem como a definição de carga tributária:
• Carga tributária: entendemos a carga tributária como a relação percentual obtida pela divisão do 
total geral da arrecadação de tributos do país em todas as suas esferas (federal, estadual e municipal), 
em um ano, pelo valor do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, a riqueza gerada durante o mesmo 
período de mensuração do valor dos tributos arrecadados. Sua fórmula de cálculo é:
Carga tributária = Arrecadação tributária
 PIB
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PLANO DE NEGÓCIOS
• Tributos: são todos os impostos, taxas, contribuições e empréstimos compulsórios que constituem 
a receita da União, dos Estados e dos Municípios. Exemplos de tributos: Imposto de Renda da 
Pessoa Jurídica (IRPJ), a taxa de iluminação ou a taxa do lixo cobrada por uma prefeitura e a 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Quando são os contribuintes que devem arcar 
com o pagamento dos tributos, estes são chamados de diretos, como acontece no caso do 
Imposto de Renda; já quando a cobrança incide sobre o preço de mercadoriase serviços, os 
tributos são denominados indiretos. Excluídas do conceito de tributo estão todas as obrigações 
que resultem de aplicação de pena ou sanção (por exemplo, multa de trânsito); os tributos sempre 
são obrigações que resultam de um fato regular ocorrido.
• Impostos: são um tipo de tributo cujos recursos obtidos pelo recolhimento não têm destinação 
específica. Geralmente são empregados no financiamento de serviços públicos, como educação, 
saúde e segurança. Os impostos podem incidir sobre:
— o patrimônio: como o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto sobre a Propriedade 
de Veículos Automotores (IPVA);
— a renda: a exemplo do Imposto de Renda (IR);
— o consumo: como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que é cobrado dos 
produtores, e o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação 
de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), que é pago 
pelo consumidor.
• Taxas: valores cobrados do contribuinte por um serviço prestado pelo poder público, por exemplo, 
a taxa do lixo urbano ou a taxa para a confecção do passaporte.
• Contribuições: podem ser classificadas em dois tipos: de melhoria ou especiais. O primeiro tipo 
abrange as contribuições cobradas em uma situação geradora de benefício para o contribuinte, 
por exemplo, uma obra pública que valorizou seu imóvel. O segundo tipo engloba contribuições 
cobradas com destinação específica a determinado grupo, como o Programa de Integração Social 
(PIS) e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), direcionados a um 
fundo dos trabalhadores do setor privado e do público.
• Empréstimos compulsórios: segundo o artigo 148 da Constituição Federal, tais empréstimos 
poderão ser instituídos pela União, mediante Lei Complementar, em casos de emergência ou 
para determinados fins, por exemplo, com a finalidade de cobrir despesas extraordinárias 
decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência ou ainda no caso 
de investimento público urgente e de relevante interesse nacional. No Brasil, só podem ser 
instituídos pela União e consistem na tomada compulsória de certa quantidade de dinheiro do 
contribuinte a título de “empréstimo”, para que este o resgate em determinado prazo, conforme 
as determinações estabelecidas por lei. A rigor, não são tributos, por não representarem 
incremento à receita do Estado, uma vez que sua contabilização no ativo também gera 
lançamentos em contrapartida no passivo que representam o endividamento. No País, ficou 
66
Unidade II
muito conhecido o empréstimo compulsório sobre combustíveis e veículos, instituído em 23 de 
julho de 1986, por meio do Decreto‑Lei nº 2.288/1986, do então presidente da República José 
Sarney, como parte de um conjunto de medidas complementares ao Plano de Estabilização 
Monetária ou Plano Cruzado. Foi feita a instituição de um empréstimo compulsório para 
absorção temporária do excesso de poder aquisitivo, exigido dos consumidores de gasolina 
ou álcool para veículos automotores, bem como dos adquirentes de automóveis de passeio 
e utilitários. Em 1994, o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, enviou 
ao Congresso projeto de lei regulamentando a devolução. De acordo com a proposta, o 
pagamento seria em 24 parcelas, começando em janeiro de 1999. O valor tem sido atualizado 
pelos índices de remuneração da caderneta de poupança. O projeto está parado no Congresso, 
e o governo não tem o menor interesse em vê‑lo andando. Uma das formas de devolução 
seria pela média estimada de consumo para quem tinha carro na ocasião, já que a maioria 
não tem os recibos para comprovar o recolhimento. Em 30 de dezembro de 1999, a dívida do 
empréstimo compulsório já era de R$ 10 bilhões.
Entendidos os conceitos, vamos verificar quais são os impostos brasileiros.
5.1 Impostos federais
São aqueles que somente a União tem competência para instituir, conforme o artigo 153 da 
Constituição Federal.
Os impostos federais brasileiros estão descritos a seguir.
5.1.1 Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros (II)
O Imposto de Importação (II) é uma tarifa alfandegária brasileira. O fato gerador do II ocorre quando 
da entrada de produtos estrangeiros no território nacional, exceto se um produto estrangeiro ingressar 
no país com a finalidade de retornar para o exterior dentro de um prazo determinado, caso em que o 
lançamento do tributo fica suspenso até ser dispensado, desde que cumpridas as condições estipuladas 
para o retorno do produto ao exterior dentro do prazo, ou até que sejam descumpridas as condições, 
ocasião em que o imposto deve ser lançado com a alíquota que estava em vigor na data do registro da 
Declaração de Importação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex).
5.1.2 Imposto sobre a Exportação de Produtos Nacionais ou Nacionalizados (IE)
O Imposto de Exportação (ou IE) é um imposto brasileiro cujo fato gerador é a saída de produtos 
nacionais (ou nacionalizados) para o exterior. A alíquota utilizada dependerá da lei que o instituir e do 
produto exportado. Dessa alíquota dependerá a base de cálculo a ser adotada.
5.1.3 Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR)
Mais conhecido como Imposto de Renda ou IR, este é um imposto brasileiro, com similares na maior 
parte do mundo. O Imposto de Renda é cobrado por homologação, ou seja, o contribuinte preenche 
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PLANO DE NEGÓCIOS
uma declaração anual de quanto deve do imposto, e esses valores deverão ser homologados pelas 
autoridades tributárias.
O fato gerador do IR, conforme o Código Tributário Nacional (CTN), é a aquisição da disponibilidade 
econômica ou jurídica de renda, isto é, o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; 
e de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais. O contribuinte do 
imposto pode ser a pessoa física (IRPF), a pessoa jurídica (IRPJ) ou um grupo particular de contribuintes, 
chamados de equiparados a pessoas jurídicas, ou seja, para outros direitos, principalmente os 
privados, esses contribuintes seriam definidos como pessoas físicas, mas, para o direito tributário, 
eles são tributados como pessoas jurídicas. Como exemplo, temos as firmas individuais, atualmente 
chamadas pelo Código Civil brasileiro de empresários individuais.
5.1.4 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
As disposições do IPI estão descritas no Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010, que regulamenta 
sua cobrança, fiscalização, arrecadação e administração. O fato gerador do IPI ocorre em um dos 
seguintes momentos:
• com o desembaraço aduaneiro do produto importado;
• na saída do produto industrializado do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial;
• com a arrematação do produto apreendido ou abandonado, quando este é levado a leilão.
Os contribuintes do imposto podem ser o importador, o industrial, o comerciante ou o arrematador, 
ou aquele que a lei equiparar a estes, a depender do caso. Conforme o Decreto nº 7.212/10, de 15 de junho 
de 2010, expedido pelo Presidente da República brasileiro, que regulamenta a cobrança, fiscalização, 
arrecadação e administração do IPI, equiparam‑se a estabelecimento industrial, dentre outros:
• importadores de produtos de procedência estrangeira que derem saída a esses produtos;
• atacadistas ou varejistas que receberem diretamente da repartição aduaneira que efetuou o 
desembaraço dos produtos importados por outro estabelecimento da mesma firma;
• filiais atacadistas que comercializem produtos importados ou industrializados por outro 
estabelecimento da mesma firma.
5.1.5 Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou 
Valores Mobiliários (IOF)
Incidente sobre operações de crédito, de câmbio e seguro e operações relativas a títulos e valores 
mobiliários. O fato gerador do IOF ocorre nas seguintes situações:
• emissão, transmissão, pagamento ou resgate de títulos mobiliários;
68
Unidade II
• operaçõesde câmbio, na efetivação do pagamento ou quando colocado à disposição do interessado;
• emissão de apólice de seguro ou recebimento do prêmio;
• operações de crédito (entrega parcial ou total do valor que constitui o débito, ou quando colocado 
à disposição do interessado. Aqui se inclui o IOF cobrado no ato do saque de recursos colocados 
em aplicação financeira, quando resgatados em menos de 30 dias).
Os contribuintes do imposto são as partes envolvidas na operação, e desta depende a base de cálculo, 
conforme descrito a seguir:
• nas operações de crédito, é o montante da obrigação;
• nas operações de seguro, é o montante do prêmio;
• nas operações de câmbio, é o montante em moeda nacional;
• nas operações relativas a títulos e valores mobiliários, é o preço ou o valor nominal ou o valor de 
cotação na Bolsa de Valores.
5.1.6 Imposto Territorial Rural (ITR)
O fato gerador do ITR é o domínio útil ou a posse do imóvel, localizado fora do perímetro urbano do município.
Os contribuintes podem ser o proprietário do imóvel (pessoa física ou pessoa jurídica), o titular do 
seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. A alíquota utilizada varia conforme a área da 
propriedade e seu grau de utilização.
A base de cálculo é o valor da terra nua, isto é, sem benfeitoria nem beneficiamento, nem mesmo plantações.
5.1.7 Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF)
O IGF está previsto na Constituição Federal de 1988, artigo 153, inciso VII. O aludido imposto é de 
competência da União, porém, até o presente momento, não existe Lei Complementar que o regulamente, 
sendo o único, dentre os previstos na Carta Magna, que permanece nessa condição. Uma das grandes 
discussões que surgem a respeito do IGF é qualificar a expressão grandes fortunas, tarefa árdua que 
será enfrentada nos projetos de Lei Complementar que tramitam no Congresso nacional.
5.2 Impostos estaduais
São aqueles que somente os governos dos Estados e do Distrito Federal têm competência para 
instituir, conforme o artigo 155 da Constituição de 1988.
Seguem os principais impostos estaduais brasileiros.
69
PLANO DE NEGÓCIOS
5.2.1 Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de 
Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS)
A Constituição atribuiu competência tributária à União para que fosse criada a Lei Geral sobre o 
ICMS, concretizado mediante a Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996 (Lei Kandir). A partir 
dessa Lei Geral, cada Estado determina o tributo por alíquota, regulamentada via Decreto, chamado 
Regulamento do ICMS ou RICMS, que constitui uma consolidação de todas as leis sobre o ICMS 
vigentes no Estado, aprovada por Decreto do Governador.
O principal fato gerador do ICMS é a circulação de mercadorias, mesmo que esta se tenha iniciado 
no exterior. Esse imposto também incide sobre prestações onerosas de serviços de comunicação, 
de transporte intermunicipal e interestadual, e desembaraço aduaneiro de mercadoria ou bem 
importados do exterior.
Apenas a saída ou o deslocamento da mercadoria do mesmo estabelecimento comercial não são 
suficientes para caracterizar o fato gerador. Circulação é uma situação jurídica que, para se concretizar, 
exige a transferência de titularidade. O ICMS também é cobrado na energia elétrica, além dos chamados 
Encargos Setoriais – Conta de Consumo de Combustíveis (CCC); Encargo de Capacidade de Emergência 
(ECE); Reserva Global de Reversão (RGR); Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica (TFSEE); 
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE); Encargos de Serviços do Sistema (ESS); Pesquisa e 
Desenvolvimento e Eficiência Energética (P&D); Operador Nacional do Sistema (ONS); Compensação 
Financeira pelo Uso de Recursos Hídricos (CFURH).
5.2.2 Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)
O IPVA é um imposto brasileiro que incide sobre a propriedade de veículos automotores. Seu fato 
gerador é a propriedade do veículo automotor, e seus contribuintes são os proprietários de tais veículos.
 Observação
O IPVA não incide sobre a propriedade de embarcações e aeronaves.
A alíquota de referência é determinada por cada governo estadual, conforme os critérios de cada 
um. Já a base de cálculo é o valor venal do veículo, estabelecido pelo Estado que cobra o imposto. A 
função do IPVA é exclusivamente fiscal.
5.2.3 Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e Doações de Qualquer Bem ou Direito (ITCMD)
Incide quando da transmissão não onerosa de bens ou direitos, tal como ocorre na herança (causa 
mortis) ou na doação (inter vivos).
Esse imposto possui função fiscal e extrafiscal: tem a finalidade de arrecadar recursos 
financeiros para os Estados e o Distrito Federal, mas também de ordenar a economia e as relações 
70
Unidade II
sociais. O lançamento do crédito tributário é feito por declaração. Ocorre o fato gerador nas 
seguintes situações:
• transmissão de bem ou direito havido por sucessão legítima ou testamentária, inclusive a sucessão 
provisória;
• transmissão por doação, a qualquer título, de quaisquer bens ou direitos;
• aquisição de bem ou direito em excesso pelo herdeiro ou cônjuge meeiro, na partilha, em sucessão 
causa mortis ou em dissolução de sociedade conjugal.
5.3 Impostos municipais
São aqueles que somente os municípios têm competência para aplicar, conforme define o artigo 156 
da Constituição de 1988.
A seguir estão listados alguns impostos brasileiros municipais.
5.3.1 Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)
Imposto brasileiro cuja incidência se dá sobre a propriedade urbana, ou seja, cujo fato gerador é a 
propriedade, o domínio útil ou a posse de propriedade imóvel localizada em zona urbana ou extensão 
urbana. A base de cálculo é o valor venal do imóvel sobre o qual o imposto incide. Os contribuintes do 
imposto são as pessoas físicas ou jurídicas que mantêm a posse do imóvel, por justo título. A função 
do IPTU é tipicamente fiscal, embora este também possua função social. Sua finalidade principal é 
a obtenção de recursos financeiros para os municípios, embora também possa ser utilizado como 
instrumento urbanístico de controle do preço da terra, e costuma ter papel de destaque entre as fontes 
arrecadatórias municipais.
5.3.2 Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens e Imóveis e de Direitos Reais a Eles 
Relativos (ITBI)
O fato gerador do ITBI ocorre nas seguintes situações:
• transmissão inter vivos, a qualquer título, de propriedade ou domínio útil de bens imóveis;
• transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia;
• quando há a cessão de direitos relativos às transmissões anteriormente mencionadas.
O contribuinte do imposto, segundo o disposto no artigo 42 do CTN (Lei nº 5.172, de 25 de outubro 
de 1966), pode ser qualquer das partes envolvidas na operação tributada, conforme disposto por lei 
municipal. Caso a transmissão seja por herança (causa mortis), sobre ela não incidirá o ITBI, e sim o 
ITCMD, que é um imposto estadual.
71
PLANO DE NEGÓCIOS
A alíquota utilizada é fixada em Lei Ordinária do município competente. A base de cálculo é o valor 
venal dos bens ou direitos transmitidos à época da operação. A função do ITBI é predominantemente 
fiscal, e seu objetivo é angariar recursos financeiros para os municípios.
5.3.3 Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS ou ISSQN)
O ISS ou ISSQN, com exceção dos impostos compreendidos em circulação de mercadorias (ICMS), 
conforme o artigo 155, inciso II da Constituição de 1988, é um imposto brasileiro municipal, ou seja, 
somente os municípios têm competência para instituí‑lo (artigo 156, inciso III da Constituição Federal). 
A única exceção é o Distrito Federal, que tem as mesmas atribuições dos Estados e dos Municípios.
Esse imposto tem como fato gerador a prestação, por empresa ou profissional autônomo, de serviços 
descritos na Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.
Geralmente, esse imposto é recolhidoao município em que se encontra o estabelecimento do prestador. 
O recolhimento somente é feito ao município no qual o serviço foi prestado se o serviço for realizado no 
estabelecimento do cliente (tomador), por exemplo: limpeza de imóveis, segurança, construção civil e 
fornecimento de mão de obra. Assim, o ISS ou ISSQN é devido ao município em que o serviço é prestado, 
mesmo que o estabelecimento prestador seja de outro município. A base de cálculo é o preço do serviço 
prestado. Os contribuintes do imposto são as empresas ou profissionais autônomos que prestam o serviço 
tributável, mas os municípios e o Distrito Federal podem atribuir às empresas ou indivíduos que tomam os 
serviços a responsabilidade pelo recolhimento do imposto. A alíquota varia conforme o município.
5.4 Taxas
As taxas podem ser aplicadas tanto pelo governo federal como pelos estaduais, municipais e 
autarquias. São tantas essas taxas que sequer teríamos espaço para detalhar todas elas, mas podemos 
citar as mais conhecidas:
• Taxa de Autorização do Trabalho Estrangeiro – Federal;
• Taxa de Avaliação in loco das Instituições de Educação e Cursos de Graduação (Lei nº 10.870, de 
19 de maio de 2004) – Federal;
• Taxa de Classificação, Inspeção e Fiscalização de produtos animais e vegetais ou de consumo nas 
atividades agropecuárias (Decreto‑Lei nº 1.899, de 21 de dezembro de 1981) – Federal;
• Taxa de Coleta de Lixo – Municipal;
• Taxa de Combate a Incêndios – Municipal;
• Taxa de Conservação e Limpeza Pública – Municipal;
• Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA) – Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000 – Municipal;
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Unidade II
• Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos (Lei nº 10.357, de 27 de dezembro de 2001, artigo 16);
• Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipal, estadual e federal);
• Taxa de Fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – Lei nº 7.940, de 20 de dezembro 
de 1989 – Federal;
• Taxa de Fiscalização de Funcionamento (TFF) e Taxa de Fiscalização de Instalações (TFI) da Agência 
Nacional de Telecomunicações (Anatel) – Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel) – 
Leis nº 5.070, de 7 de julho de 1966 e nº 9.742, de 16 de julho de 1997, e Resolução n° 255, de 29 
de março de 2001, da Anatel – Federais;
• Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária (Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, art. 23);
• Taxa de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro (TFPC) – Lei nº 10.834, de 29 
de dezembro de 2003;
• Taxa de Licenciamento Anual de Veículo;
• Taxa de Licenciamento para Funcionamento e Alvará Municipal;
• Taxa de Marinha – Laudêmio: trata‑se de um tributo federal obrigatório, cobrado nas transações 
imobiliárias de compra e venda com escritura definitiva, que envolvam imóveis localizados em 
terrenos de Marinha ou em área dita “aforada”;
• Taxa de Pesquisa Mineral ou Taxa Anual por Hectare (TAH) – Departamento Nacional de Produção 
Mineral (DNPM) – artigo 20, inciso II, Decreto‑Lei n° 227, de 28 de fevereiro de 1967 (Código de 
Mineração), Portaria Ministerial nº 503, de 28 de dezembro de 1999;
• Taxa de Serviços Administrativos (TSA) – Zona Franca de Manaus (Lei nº 9.960, de 28 de janeiro de 
2000);
• Taxa de Serviços Metrológicos (Lei nº 9.933, de 20 de dezembro de 1999, art. 11);
• Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP);
• Taxas de Outorgas (radiodifusão, telecomunicações, transporte rodoviário e ferroviário etc.);
• Taxas de Saúde Suplementar (ANS) – Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000, art. 18;
• Taxa de Utilização do Siscomex;
• Taxa Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM): instituída pelo artigo 
1º do Decreto‑Lei nº 2.404, de 23 de dezembro de 1987, destina‑se a atender aos encargos da 
73
PLANO DE NEGÓCIOS
intervenção da União no apoio ao desenvolvimento da marinha mercante e da indústria de 
construção e reparação naval brasileiras, e constitui fonte básica do Fundo de Marinha Mercante 
(FMM), incidindo sobre o frete, que é a remuneração do transporte aquaviário da carga de qualquer 
natureza descarregada em porto brasileiro;
• Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais);
• Taxa Processual – Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) – Lei nº 9.781, de 19 de 
janeiro de 1999.
5.5 Contribuições
Há muitas contribuições, de todas as esferas de governo. Citemos algumas a seguir.
5.5.1 Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
O INSS é uma autarquia do Governo Federal do Brasil vinculada ao Ministério da Previdência 
Social que recebe as contribuições para a manutenção do Regime Geral da Previdência Social, sendo 
responsável pelo pagamento de aposentadoria, pensão por morte, auxílio‑doença, auxílio‑acidente e 
outros benefícios para aqueles que adquirirem o direito a estes, segundo o previsto em lei. Partes das 
contribuições são efetivadas por desconto na folha de pagamento, antes de o funcionário da empresa 
receber o valor total de seu salário. Existe, porém, um limite máximo para o desconto do INSS. Quando 
o empregado tiver como salário um valor superior ao limite máximo de contribuição, só será admissível 
descontar do salário um valor estabelecido, chamado de teto. Mesmo ganhando mais, não poderá 
contribuir com mais dinheiro. Além do valor deduzido na fonte (pagamento do funcionário), a empresa 
deve recolher, a título de INSS, um percentual do valor da folha, independentemente de os colaboradores 
terem salários acima do teto máximo definido. Em outras palavras, existem o desconto do patrão e o do 
empregado (Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991; Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999; e Instrução 
Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009).
5.5.2 PIS/Pasep
O PIS e o Pasep, mais conhecidos pela sigla PIS/Pasep, são contribuições sociais de natureza 
tributária, a serem pagas pelas pessoas jurídicas, cuja arrecadação é destinada ao pagamento de 
seguro‑desemprego, abono e participação na receita dos órgãos e entidades para os funcionários 
públicos e privados.
O PIS é destinado aos funcionários de empresas privadas regidos pela Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT), sendo administrado pela Caixa Econômica Federal. Já o Pasep é destinado aos servidores 
públicos sob o Regime Jurídico Estatutário Federal, sendo administrado pelo Banco do Brasil. A base 
de cálculo é o faturamento do mês, assim entendida a receita bruta total, como definida pelo artigo 
3º e seus parágrafos 1º, 3º e 4º, da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, deduzidos os valores 
correspondentes às exclusões e isenções.
74
Unidade II
5.6 Contribuições sobre o faturamento ou sobre o lucro
A seguir, serão abordadas as contribuições sobre o faturamento ou sobre o lucro.
5.6.1 Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins)
A Cofins é uma contribuição federal brasileira, de natureza tributária, incidente sobre a receita bruta 
das empresas em geral, destinada a financiar a seguridade social, a qual abrange a previdência social, 
a saúde e a assistência social. Foi instituída pela Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991, 
sendo regulamentada pela Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998.
Os contribuintes da Cofins são as pessoas jurídicas de direito privado em geral e as pessoas a elas 
equiparadas pela legislação do Imposto de Renda. As microempresas e as empresas de pequeno porte 
optantes pelo regime do Simples Nacional (Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006) 
também pagam o tributo por dentro do Simples Nacional.
5.6.2 PIS/Pasep
Vista anteriormente, no subtópico 5.5.2.
5.6.3 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
A CSLL é um tributo federal que incide sobre o lucro líquido do período‑base, antes da provisão para 
o Imposto de Renda. É devida pelas pessoas jurídicas e pelos entes equiparados pela legislação do IR, 
destinando‑se ao financiamento da Seguridade Social, disciplinado pela Lei nº 7.689, de 15 de dezembro 
de 1988. Sua alíquota é variável, e a base de cálculo é o valor do resultadodo exercício, antes da 
provisão para o Imposto de Renda. A CSLL devida pelas pessoas jurídicas tem várias formas de cálculo, 
dependendo da opção de tributação da empresa:
• simples;
• lucro real;
• lucro presumido;
• lucro arbitrado;
• lucro da atividade econômica, como as receitas das atividades comerciais, industriais, imobiliárias 
e hospitalares, e as receitas de serviços em geral, exceto serviços hospitalares.
5.6.4 Contribuições para o Sistema S
As empresas pagam contribuições às instituições do Sistema S com base em várias alíquotas, 
dependendo do destinatário. As contribuições compulsórias dos empregadores incidem sobre a folha de 
75
PLANO DE NEGÓCIOS
pagamento e são destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional ligadas 
aos sindicatos.
O assim denominado Sistema S define o conjunto de organizações das entidades corporativas 
voltadas para treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica 
que, além de terem seu nome iniciado com a letra S, têm raízes comuns e características organizacionais 
similares. São elas:
• Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) – Lei nº 8.029, de 12 de abril de 
1990. O Sebrae é um serviço social autônomo, parte integrante do Sistema S que objetiva auxiliar 
o desenvolvimento de micro e pequenas empresas, estimulando o empreendedorismo no País.
• Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) – Decreto‑Lei nº 8.621, de 10 de janeiro de 
1946. Desde sua criação, em 1946, é o principal agente da educação profissional voltado para o 
Setor do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.
• Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) e Serviço Social do Transporte (Sest) – Lei 
nº 8.706, de 14 de setembro de 1993. Voltados para a valorização de transportadores autônomos 
e trabalhadores do setor de transporte.
• Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) – Decreto‑Lei nº 4.048, de 22 de janeiro de 
1942. Instituição privada brasileira de interesse público, sem fins lucrativos, com personalidade 
jurídica de direito privado; está fora da Administração Pública.
• Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) – Lei nº 8.315, de 23 de dezembro de 1991. 
Entidade vinculada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que tem como 
objetivo organizar, administrar e executar, em todo o território nacional, a Formação Profissional 
Rural e a Promoção Social de jovens e adultos que exerçam atividades no meio rural.
• Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop). Integrante do Sistema Cooperativista 
Nacional, foi criado pela Medida Provisória nº 1.715, de 3 de setembro de 1998, e suas reedições, e 
regulamentado pelo Decreto nº 3.017, de 6 de abril de 1999. Tem como objetivo organizar, administrar 
e executar o ensino de formação profissional, a promoção social dos empregados de cooperativas, 
cooperados e de seus familiares, e o monitoramento das cooperativas no Brasil.
• Serviço Social da Indústria (Sesi) – Decreto‑Lei nº 9.403, de 25 de junho de 1946. Trata‑se de 
uma rede de instituições privadas brasileiras e de atuação em âmbito nacional. Foi criado em 1º 
de julho de 1946 com a finalidade de promover o bem‑estar social, o desenvolvimento cultural 
e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador que atua nas indústrias, de sua família e da 
comunidade na qual estão inseridos, em geral.
• Serviço Social do Comércio (Sesc) – Lei nº 9.853, de 13 de setembro de 1946. Instituição brasileira 
privada, sem fins lucrativos, mantida pelos empresários do comércio de bens, serviços e turismo, 
com atuação em âmbito nacional.
76
Unidade II
5.7 Outras contribuições
Há ainda outras contribuições, descritas a seguir:
• Contribuições aos Órgãos de Fiscalização Profissional – Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), 
Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), 
Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Conselho Regional dos Representantes 
Comerciais (Core), Conselho Regional de Química (CRQ) etc.
• Contribuição à Direção de Portos e Costas (DPC) – Lei nº 5.461, de 1968, que, em seu artigo 3º, menciona:
O Instituto Nacional de Previdência Social fará entrega à Diretoria de 
Portos e Costas do Ministério da Marinha do produto das contribuições 
efetivamente arrecadadas, para aplicação nas atividades ligadas ao ensino 
profissional marítimo (BRASIL, 1968).
• Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) – Lei nº 
10.168, de 29 de dezembro de 2000. Também conhecida como Contribuição de Intervenção no 
Domínio Econômico (Cide) Tecnologia, devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso 
ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que 
impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior.
• Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) – Decreto nº 6.003, de 28 
de dezembro de 2006. Também chamada salário‑educação. Seus contribuintes são as empresas em 
geral e as entidades públicas e privadas vinculadas ao Regime Geral da Previdência Social, ou seja, 
qualquer firma individual ou sociedade que assuma o risco de atividade econômica, urbana ou rural, 
com fins lucrativos ou não, sociedade de economia mista, empresa pública e demais sociedades 
instituídas e mantidas pelo poder público, nos termos do parágrafo 2º, artigo 173 da Constituição.
• Contribuição ao Funrural. De acordo com a Lei Complementar nº 11, de 25 de maio de 1971, em 
seu artigo 15:
Os recursos para o custeio do Programa de Assistência ao Trabalhador Rural 
provirão das seguintes fontes:
I – da contribuição devida pelo produtor sobre o valor comercial dos 
produtos rurais, e recolhida:
a) pelo adquirente, consignatário ou cooperativa que ficam sub‑rogados, 
para esse fim, em todas as obrigações do produtor;
b) pelo produtor, quando ele próprio industrializar seus produtos 
vendê‑los ao consumidor, no varejo, ou a adquirente domiciliado no 
exterior (BRASIL, 1971).
77
PLANO DE NEGÓCIOS
 Observação
Não mencionamos a alíquota para evitarmos que essa informação se 
desatualize rapidamente.
• Contribuição ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) – Lei nº 2.613, de 
23 de setembro de 1955. Devida sobre a soma da folha mensal dos salários de contribuição 
previdenciária dos seus empregados pelas pessoas naturais e jurídicas, inclusive cooperativas, 
que exerçam alguma das atividades mencionadas no Decreto‑Lei nº 1.146, de 31 de dezembro de 
1970, como: indústria de cana‑de‑açúcar; indústria de laticínios; indústria de beneficiamento de 
chá e de mate; indústria da uva; matadouros ou abatedouros de animais de quaisquer espécies; e 
charqueadas.
• Contribuição ao Seguro de Acidente do Trabalho (SAT), agora denominado Contribuição do Grau de 
Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho (GIIL‑RAT), 
em que o enquadramento nos correspondentes graus de risco é de responsabilidade da empresa, 
que deverá fazê‑lo mensalmente, com base na atividade econômica preponderante.
• Contribuição Confederativa Laboral (dos empregados). Caso um empregado venha a estar filiado a 
uma determinada entidade sindical laboral, que o represente na convenção coletiva de trabalho, a 
contribuição (confederativa ou assistencial) aprovada em assembleia‑geral da respectiva entidade 
é obrigatória para ele. No entanto, a chamada Contribuição Sindical dos empregados é devida 
e obrigatória apenas uma vez ao ano por trabalhadores de todas as categorias econômicas ou 
profissionais, ou das profissões liberais, mesmo os não associados a um sindicato (artigo 149 da 
Constituição Federal de 1988 e artigos 578 e 579 da CLT).
• Contribuição Confederativa Patronal (das empresas). A Contribuição Sindical dos empregadores 
é calculada e paga, proporcionalmente, ao capital social da firma ou empresa, registrado nas 
respectivasJuntas Comerciais ou nos órgãos equivalentes.
• Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública – Emenda Constitucional nº 39, de 
19 de dezembro de 2002. A empresa concessionária do serviço público de distribuição de energia 
elétrica, como responsável tributária, deverá cobrar a Contribuição para Custeio do Serviço de 
Iluminação Pública (Cosip) dos contribuintes com faturamento ativo, juntamente com a fatura 
mensal de consumo, nos mesmos prazos e sistemáticas por ela utilizados.
• Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine) – Medida 
Provisória nº 2.228‑1, de 6 de setembro de 2001, art. 32 e Lei nº 10.454, de 13 de maio de 2002, 
que se aplica a todas as hipóteses de exploração de obras cinematográficas e videofonográficas, 
alcançando as decorrentes de aquisição ou relativas a remuneração, a qualquer título, de qualquer 
forma de direito, inclusive a transmissão de filmes.
78
Unidade II
• Contribuição Sindical Laboral, em que, no mês de março, os trabalhadores têm descontado um 
dia do seu salário (não se confunde com a Contribuição Confederativa Laboral; vide comentários 
sobre a Contribuição Sindical Patronal).
• Repartição do imposto sindical, devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria 
econômica ou profissional. O fato de não se filiar a sindicato não isenta as empresas de recolherem 
contribuições de natureza tributária e decorrentes de lei, como é o caso da contribuição sindical.
• Contribuição Sindical Patronal (não se confunde com a Contribuição Confederativa Patronal, já 
que a Contribuição Sindical Patronal é obrigatória, pelo artigo 578 da CLT, e a Confederativa foi 
instituída pelo art. 8º, inciso IV da CF e será obrigatória em função da assembleia do sindicato que 
a instituir para seus associados, independentemente da contribuição prevista na CLT).
• Contribuição Social Adicional para Reposição das Perdas Inflacionárias do Fundo de Garantia do 
Tempo de Serviço (FGTS) – Lei Complementar nº 110, de 29 de junho de 2001.
• Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide – Combustíveis) – Lei nº 10.336, de 19 
de dezembro de 2001.
De acordo com Maciel (2011):
A Emenda Constitucional 33/2001 incluiu o § 4º ao art. 177 da Constituição 
Federal de 1988, definindo as regras básicas que regulam a Cide‑combustíveis, 
uma contribuição de intervenção no domínio econômico, de competência 
da União, incidente sobre as atividades de importação ou comercialização 
de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool 
combustível. O regramento constitucional determina que sua alíquota possa 
ser diferenciada por produto ou uso e reduzida e restabelecida por ato do 
Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150, III, b (princípio 
da anterioridade) (MACIEL, 2011, p. 5).
Maciel (2011) também afirma que a Constituição Federal estabelece a destinação para os recursos 
arrecadados pela cide‑combustíveis como transferências para os Estados e o Distrito Federal, os quais devem 
repassar parte desses recursos aos seus municípios, que os aplicarão no financiamento de programas de 
infraestrutura de transportes; a outra parte que permanece sob a competência da União e deve ser destinada a:
• pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados 
e derivados de petróleo (regulamentado pela Lei nº 10.453/01);
• financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás 
(regulamentado pela Lei nº 10.636/02);
• financiamento de programas de infraestrutura de transportes (regulamentado pela Lei 
nº 10.636/02) (MACIEL, 2011, p. 6).
79
PLANO DE NEGÓCIOS
• Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos 
de Natureza Financeira (CPMF). Extinta desde 1º de janeiro de 2008, sempre volta à discussão 
quando o governo precisa “melhorar seu caixa”.
5.8 Contribuições de melhoria
Trata‑se de uma espécie tributária autônoma, conforme define a Constituição Federal. Podem ser 
criadas por todas as entidades da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
Contribuição de melhoria é um tributo vinculado à valorização de imóvel do contribuinte, em virtude 
de execução de obra pública. O fato gerador é a valorização do imóvel localizado nas áreas beneficiadas 
direta ou indiretamente por obras públicas, por exemplo, pavimentação, iluminação, arborização, esgotos 
pluviais, pontes e túneis, viadutos, construção e ampliação de sistemas de trânsito rápido etc.
A função da contribuição de melhoria é tipicamente fiscal, e a arrecadação de recursos financeiros 
destina‑se a cobrir os custos da obra.
5.9 Royalties
Royalty é uma palavra de origem inglesa que se refere a uma importância cobrada pelo proprietário 
de uma patente de produto, processo de produção, marca, dentre outros, ou pelo autor de uma obra, 
para permitir seu uso ou sua comercialização.
No caso do petróleo, os royalties são cobrados das concessionárias que exploram a matéria‑prima, 
de acordo com a quantidade. O valor arrecadado fica com o poder público. Segundo a atual legislação 
brasileira, Estados e Municípios produtores – além da União – têm direito à maioria absoluta dos royalties 
do petróleo.
Os royalties também incidem sobre a utilização do potencial hidráulico do Rio Paraná para a produção 
de energia elétrica na Usina Itaipu Binacional, empresa controlada pelos governos brasileiro e paraguaio, 
que já atingiu a marca de mais de US$ 10 bilhões pagos sob a forma de royalties (MAGNABOSCO, 2014).
Há também a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) – parágrafo 1º, artigo 20 
da CF; artigo 8º da Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989; Decreto nº 1, de 11 de janeiro de 1991 
(entendimento do STF como não sendo de natureza tributária), conhecida no jargão do setor como os 
royalties da mineração. Os cofres públicos registraram entrada de R$ 2,376 bilhões em 2013, de acordo 
com dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) (GUIMARÃES, 2014).
Depois dessa explanação, você deve estar se perguntando: como foi que surgiu a obra Pátria 
Amada – “Tem de amar muito essa pátria para tolerar isso” –, com mais de 6 toneladas, se até aqui não 
passamos de uma dezena de páginas? Surgiu porque o autor não apenas menciona a existência de tais 
contribuições, taxas, tributos e afins, como fizemos, mas também inclui todos os decretos e leis que os 
instituíram e os seus regulamentos. De qualquer forma, é preocupante.
80
Unidade II
Segundo Amaral, Olenike e Amaral (2013b):
Desde 5 de outubro de 1988 (data da promulgação da atual Constituição 
Federal), até 31 de agosto de 2013 (ano de seu 25º aniversário), foram 
editadas 4.785.194 (quatro milhões, setecentos e oitenta e cinco mil, cento 
e noventa e quatro) normas que regem a vida dos cidadãos brasileiros. Isto 
representa, em média, 524 normas editadas todos os dias ou 784 normas 
editadas por dia útil (AMARAL; OLENIKE; AMARAL, 2013b).
Ainda de acordo com esses autores, outras 30.322 são de âmbito federal; 96.664, estadual; e 193.357, 
municipal.
Essa complexidade tributária é que permite a existência da chamada economia informal, que, no 
Brasil equivale a uma Argentina, ou a R$ 578,4 bilhões por ano, o correspondente a 18,4% do PIB. 
Também conhecida como economia subterrânea, a informalidade compreende toda a produção de 
bens e serviços não informada aos governos. A perda de arrecadação anual chega a R$ 200 bilhões. 
Segundo o Plano Nacional de Combate à Informalidade dos Trabalhadores Empregados, o Brasil possui 
atualmente 17,1 milhões de pessoas vivendo no trabalho informal.
Vide a tabela a seguir, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) como 
anda a carga tributária brasileira nos últimos anos e seus respectivos governos:
Tabela 1 – Evolução da carga tributária no Brasil
Ano Carga tributária sobre o PIB Governo
1986 22,39% Sarney
1987 20,28% Sarney
1988 20,01% Sarney
198922,16% Sarney
1990 29,91% Collor
1991 24,61% Collor
1992 25,38% Collor
1993 25,09% Itamar
1994 28,61% Itamar
1995 28,92% FHC
1996 25,19% FHC
1997 25,47% FHC
1998 27,38% FHC
1999 28,63% FHC
2000 30,03% FHC
2001 30,81% FHC
2002 32,64% FHC
81
PLANO DE NEGÓCIOS
2003 32,53% Lula
2004 33,49% Lula
2005 34,13% Lula
2006 34,52% Lula
2007 34,69% Lula
2008 34,85% Lula
2009 33,83% Lula
2010 34,22% Lula
2011 36,02% Dilma
2012 36,37% Dilma
2013 36,42% Dilma
Fonte: Amaral; Olenike; Amaral, (2013b).
Somos os campeões da tributação dentre os Brics (Rússia, 23%; China, 20%, Índia, 13%; e África do 
Sul, agora integrada ao grupo, com 18%). Se contarmos com o Brasil, a média da tributação no bloco 
ficará em 22,08%. Se subtrairmos o Brasil do ranking, a média cairá para 18,50%.
Comparando o Brasil com outros países, elencados em um ranking com os países de maior carga 
tributária do mundo, temos a seguinte tabela:
Tabela 2 – Ranking dos trinta países com maior tributação (2011)
Posição País Tributação
1 Dinamarca 45,00%
2 França 44,20%
3 Suécia 44,05%
4 Bélgica 44,00%
5 Finlândia 43,40%
6 Noruega 43,20%
7 Itália 42,90%
8 Áustria 42,10%
9 Alemanha 37,10%
10 Luxemburgo 37,10%
11 Eslovênia 36,80%
12 Brasil 36,02%
13 Islândia 36,00%
14 Hungria 35,70%
15 Reino Unido 35,50%
16 República Tcheca 35,30%
17 Argentina 33,50%
18 Israel 32,60%
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Unidade II
19 Nova Zelândia 31,70%
20 Espanha 31,60%
21 Grécia 31,20%
22 Canadá 31,00%
23 Eslováquia 28,80%
24 Suíça 28,50%
25 Irlanda 28,20%
26 Japão 27,60%
27 Uruguai 27,18%
28 Coreia do Sul 25,90%
29 Austrália 25,60%
30 Estados Unidos 25,10%
Fonte: Amaral; Olenike; Amaral, (2013a).
Diante da carga tributária vigente no Brasil, mediante a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro 
de 2006, foi criado o Simples Nacional. Conforme a Secretaria da Fazenda (BRASIL, s.d.b), trata‑se de 
um regime tributário elaborado especificamente para as microempresas e as empresas de pequeno 
porte, vigorando desde 1º de julho de 2007.
Segundo o artigo 12 dessa Lei Complementar, o Simples Nacional é um “Regime Especial Unificado 
de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno 
Porte” (BRASIL, 2006b). Contando com a participação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, é administrado por um Comitê Gestor formado oito integrantes, dos quais quatro são da 
Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dois são oriundos dos Estados e do Distrito Federal e dois 
representam os Municípios.
Ainda de acordo com a Secretaria da Fazenda (BRASIL, s.d.b), os requisitos para aderir ao Simples 
Nacional são os seguintes:
• possuir empreendimento definido como microempresa ou empresa de pequeno porte;
• cumprir os requisitos previstos em lei;
• optar formalmente pelo Simples Nacional.
As características mais importantes do Simples Nacional são:
• ser facultativo;
• ser irretratável para todo o ano‑calendário;
• abranger os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição para 
a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (CPP);
83
PLANO DE NEGÓCIOS
• permitir que o recolhimento dos tributos seja feito mediante documento único de arrecadação 
(DAS);
• colocar à disposição das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (ME/EPP) um sistema 
eletrônico para a realização do cálculo do valor mensal devido, bem como para a geração do 
Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) e, desde janeiro de 2012, para a constituição 
do crédito tributário;
• possibilitar a apresentação de declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e 
fiscais;
• conceder prazo para recolhimento do DAS até o dia 20 do mês subsequente àquele em que 
houver sido auferida a receita bruta;
• possibilitar aos Estados adotarem sublimites para EPP, conforme a participação no PIB; os 
estabelecimentos localizados nesses Estados cuja receita bruta total extrapolar o respectivo 
sublimite deverão recolher o ICMS e o ISS diretamente ao Estado ou ao Município.
Conforme a Secretaria da Fazenda (BRASIL, s.d.b), desde janeiro de 2012 considera‑se microempresa, 
para efeito da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, “a sociedade empresária, a 
sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário que aufiram, em 
cada ano‑calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais)”.
Considera‑se empresa de pequeno porte (EPP), para efeito da mesma Lei,
[...] a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual 
de responsabilidade limitada e o empresário que aufiram, em cada 
ano‑calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta 
mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil 
reais) (BRASIL, s.d.b).
A base legal para essas definições está no artigo 3º, incisos I e II da Lei Complementar nº 123, de 14 
de dezembro de 2006, e na Lei Complementar nº 147, de 7 de agosto de 2014.
Segue um texto que esclarece mais detalhes sobre o Simples Nacional.
O Simples abrange o recolhimento unificado de quais tributos e contribuições?
A inscrição no Simples implica pagamento mensal unificado dos seguintes impostos e 
contribuições (Lei nº 9.317, de 1996, art. 3º, § 1º ; e IN SRF nº 355, de 2003, art. 5º , § 1º)4:
1) Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);
4 Tais impostos e contribuições podem ser recolhidos mediante documento único de arrecadação.
84
Unidade II
2) Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do 
Servidor Público – PIS/Pasep;
3) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
4) Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins);
5) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
6) Contribuições para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que tratam o art. 
22 da Lei nº 8.212, de 1991, e o art. 25 da Lei nº 8.870, de 1994.
[...]
Quais os benefícios concedidos à pessoa jurídica que optar por se inscrever no 
Simples?
A pessoa jurídica que optar por se inscrever no Simples terá os seguintes benefícios:
1) tributação com alíquotas mais favorecidas e progressivas, de acordo com a receita bruta 
auferida;
2) recolhimento unificado e centralizado de impostos e contribuições federais, com a 
utilização de um único Darf (Darf‑Simples), podendo [...] incluir impostos estaduais e 
municipais, quando existirem convênios firmados com essa finalidade;
3) cálculo simplificado do valor a ser recolhido, apurado com base na aplicação de alíquotas 
unificadas e progressivas, fixadas em lei, incidentes sobre uma única base, a receita bruta 
mensal;
4) dispensa da obrigatoriedade de escrituração comercial para fins fiscais, desde que 
mantenha em boa ordem e guarda, enquanto não decorrido o prazo decadencial e 
não prescritas eventuais ações, os Livros‑Caixa e [o] Registro de Inventário, e todos os 
documentos que serviram de base para a escrituração;
5) dispensa a pessoa jurídica do pagamento das contribuições instituídas pela União, 
destinadas ao Sesc, ao Sesi, ao Senai, ao Senac, ao Sebrae e seus congêneres, bem assim 
as relativas ao salário‑educação e à Contribuição Sindical Patronal (IN SRF nº 355, de 
2003, art. 5º, § 7º);
6) dispensa a pessoa jurídica da sujeição à retenção, na fonte, de tributos e contribuições, 
por parte dos órgãos da administração federal direta, das autarquias e das fundações 
federais (Lei nº 9.430, de 1996, art. 60; e IN SRF nº 306, de 2003, art. 25, [inciso] XI);
85
PLANO DE NEGÓCIOS
7) isenção dos rendimentos distribuídos aos sócios e ao titular, na fonte e na declaração de 
ajuste do beneficiário, exceto os que corresponderem a pró‑labore, aluguéis e serviços 
prestados, limitado[s] ao saldo do livro‑caixa, desde que não ultrapasse[m] a Receita 
Bruta.
[...]
8) para opções pelo Simples exercidas até 31/03/1997, parcelamento dos débitos existentes, 
de responsabilidadeda ME ou da EPP e de seu titular ou sócio, para com a Fazenda 
Nacional e [a] Seguridade Social, contraídos anteriormente ao ingresso no Simples, 
relativos a fatos geradores ocorridos até 31/10/1996, em até 72 prestações mensais.
Fonte: Brasil (s.d.a).
 Observação
Pró‑labore: conta de despesa em que se registram os valores retirados 
pelos sócios de uma empresa em pagamento de serviços, eventuais ou 
extraordinários, por eles prestados à firma.
Segundo o site da Receita Federal (BRASIL, s.d.b), em novembro de 2014, eram 4.565.747 empresas 
optantes pelo Simples devidamente cadastradas no sistema, que arrecadaram aos cofres nacionais 
aproximadamente R$ 48,2 bilhões em impostos.
 Lembrete
A partir de 1º de janeiro de 2015, novas atividades passaram a ser 
enquadradas no Simples, como carpinteiros, jornalistas etc.
 Saiba mais
Para conhecer as novas atividades enquadradas no Simples acesse:
___. Lei Complementar nº 147, de 7 de agosto de 2014. Altera a Lei 
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, e as Leis nos 5.889, 
de 8 de junho de 1973, 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, 9.099, de 26 
de setembro de 1995, 11.598, de 3 de dezembro de 2007, 8.934, de 18 de 
novembro de 1994, 10.406, de 10 de janeiro de 2002, e 8.666, de 21 de 
junho de 1993; e dá outras providências. Brasília, 2014. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp147.htm>. Acesso em: 
9 jan. 2015.
86
Unidade II
Segundo o jornal Valor Econômico (FOLHAPRESS, 2013), quando o assunto é evasão de tributos, o 
Brasil é “medalha de prata” no ranking mundial, só perdendo para a Rússia. Em terceiro lugar, está a 
Itália, segundo levantamento feito pelo grupo internacional Tax Justice Network, com base em dados 
de 2011, do Banco Mundial.
O cálculo é simples: a partir do PIB e das alíquotas tributárias estabelecidas, estima‑se quanto deveria 
ser arrecadado. A partir disso, é possível saber o tamanho da evasão fiscal em cada país. No Brasil, o valor 
encontrado corresponde a 13,4% do PIB.
No ano de 2012, por exemplo, a Receita Federal anunciou um plano de cobrança de R$ 86 bilhões 
em tributos vencidos. Metade do total se referia a 317 grandes empresas, com dívida média de 135 
milhões de reais, o que contraria a imagem de que a evasão brasileira se refira somente ao camelô ou 
ao contrabandista que busca mercadoria no Paraguai. Os 86 bilhões de reais são pouco menos do que o 
orçamento anual do Ministério da Saúde e mais de quatro vezes o gasto com o Bolsa Família.
Como a carga tributária brasileira – calculada em cerca de 36,42% – é uma das mais altas do mundo, 
muitos empresários permanecem na informalidade para não pagar os impostos. Segundo Amaral et al. (2009):
• [a] sonegação das empresas brasileiras vem diminuindo, mas ainda 
corresponde a 25% do seu faturamento;
• no ano 2000, o índice de sonegação era de 32% e em 2004 era de 39%;
• [o] faturamento não declarado é de R$ 1,32 trilhão;
• [os] tributos sonegados pelas empresas somam R$ 200 bilhões por 
ano (AMARAL et al., 2009).
Por si só, esses dados são alarmantes. As empresas brasileiras devem compreender a importância do 
pagamento de impostos e evitar esse tipo de comportamento, que só denigre ainda mais a imagem do 
empresário, que é tachado como aquele que quer apenas lucrar.
Para melhorar essa situação, o cruzamento de informações, a retenção de tributos e a fiscalização 
mais efetiva são os principais caminhos para conter a sonegação. A contribuição previdenciária (INSS) é 
o tributo mais sonegado, seguida do ICMS (estadual) e do IR.
Segundo o mesmo estudo, há indícios de sonegação “em 65% das empresas de pequeno porte, 49% das 
empresas de médio porte e 27% das grandes empresas. Em valores, a sonegação é maior no setor industrial, 
seguido das empresas do comércio e das prestadoras de serviços” (AMARAL et al., 2009). Os autores acreditam 
que os novos sistemas de controle fiscal permitirão ao Brasil alcançar, em cinco anos, o menor índice de 
sonegação empresarial da América Latina e, em 10 anos, atingir índice comparável ao de países desenvolvidos.
Os analistas apontam a alta carga tributária como fator fundamental para a sonegação de impostos 
e para a informalidade das empresas brasileiras.
87
PLANO DE NEGÓCIOS
 Observação
A economia informal é compreendida como atividades legais 
(socialmente aceitas), por exemplo: omissão de renda, permuta de produtos, 
recebimento de salário desemprego (quando não teria este direito), e as 
atividades ilegais envolvem de produtos roubados, contrabandeados etc.
No caso brasileiro, desde 2003, a punibilidade dos crimes contra a ordem tributária passou a ser 
extinta caso o acusado, a qualquer momento, pague o seu débito.
Embora a lei preveja até cinco anos de reclusão para tais crimes, o réu pode escapar. A pendência 
pode, ainda, ser parcelada no âmbito do Refis, programa para facilitar o pagamento de dívidas tributárias 
criado em 2000 e reeditado várias vezes – e aberto agora à adesão.
Veja a porcentagem de impostos embutida em alguns produtos. Eles também fazem parte do preço 
dos serviços.
Tabela 3 – Carga tributária sobre produtos e serviços (2014)
Produto Carga tributária
Passagem aérea 22,32%
Bola de futebol 46,49%
Câmera fotográfica 44,75%
Serviço de TV por assinatura 46,12%
Televisor 44,94%
Apontador 43,19%
Borracha escolar 43,19%
Caderno universitário 34,99%
Caneta 47,49%
Lápis 34,99%
Livro escolar 15,52%
Papel sulfite 37,77%
Telefone celular 33,08%
Computador até R$ 3.000,00 24,30%
Perfume nacional 69,13%
Maquiagem nacional 51,04%
Vestido 34,67%
Cosméticos 54,88%
Calça (tecido) 34,67%
Calça jeans 38,53%
Buquê de flores 17,71%
88
Unidade II
Chocolate 38,60%
Peixes 34,48%
Sorvete picolé 37,98%
Vinho 54,73%
Cachaça 81,87%
Cachorro‑quente 15,28%
Caipirinha 76,66%
Carne de frango para 
churrasco 26,80%
Queijos 16,59%
Refrigerante (lata) 46,47%
Refrigerante (garrafa) 44,55%
Cerveja (lata/garrafa) 55,60%
Chope 62,20%
Carne bovina para churrasco 23,99%
Restaurante 32,31%
Adaptado de: Instituto ... (2014).
O valor total de impostos arrecadados no Brasil, em 2014, isto é, quanto o brasileiro pagou de 
tributos de 01/01/2014 até 31/12/2014, foi de R$ 1.851.576.441.965,40. Em 2014, conforme apurou o 
IBPT (RIESEMBERG, 2014), o cidadão teve de trabalhar 151 dias (ou cinco meses e um dia) somente para 
honrar seus compromissos tributários. Segundo Riesemberg (2014), 40,98% da renda do cidadão são 
destinados exclusivamente aos tributos.
Os impostos também tiram a competitividade das empresas nacionais. Um 
estudo do Banco Mundial revela que uma companhia no Brasil precisa 
trabalhar 13 vezes mais para pagar tributos do que uma similar localizada 
em um país desenvolvido. De acordo com o banco, em média 69,2% dos 
lucros das empresas vão diretamente para o pagamento de impostos 
(RIOS, 2011).
De acordo com Klafke et al. (2014, p. 20), num estudo elaborado pelo centro econômico europeu 
Econstor (2013), em que foram analisados cem países entre 2005 e 2009, foi constatado que o Brasil 
está entre os vinte países menos atrativos do mundo, em razão do seu cenário tributário. O Econstor 
desenvolveu um índice de atratividade do cenário tributário de cada país. Esse índice tem 16 componentes 
do sistema de taxas, como o sistema de impostos determinado pelo estatuto e a taxação de dividendos 
e ganhos de capital, dentre outros. Dentre os componentes analisados, o estudo mostra que países mais 
atrativos não cobram imposto de renda das empresas. Regionalmente, o destaque é dos países no Caribe 
(com média 0,6621) e os europeus (0,5127), enquanto o Brasil obteve a nota de 0,3203, ficando na 83ª 
posição. Na Tabela 4 estão os dez países com o cenário tributário mais atrativo, no que se refere aos 
impostos, segundo o estudo da Econstor.
89
PLANO DE NEGÓCIOS
Tabela 4 – Cenário tributário (2013)
Ranking País Nota (0 a 1)
1 Bahamas 0,8125
2 Bermudas 0,8125
3 Ilhas Cayman 0,7813
4 Ilhas Virgens Britânicas 0,7739
5 Emirados Árabes Unidos0,7682
6 Bahrein 0,7554
7 Luxemburgo 0,7219
8 Jérsei 0,7181
9 Chipre 0,7086
10 Holanda 0,7076
 ... ... 
83 Brasil 0,3203
Fonte: Klafke et al. (2014, p. 20).
A tributação e o sistema tributário brasileiro são desanimadores, mas não se deixe influenciar pelo 
que foi dito anteriormente. São informações para alertá‑lo dos problemas fiscais existentes, para que seu 
plano de negócios não naufrague por falta de informações. Afinal, conforme o IBPT (s.d.), as empresas 
ativas no Brasil totalizaram, em 2014, 17.325.681, das quais 9.253.006 são compostas por empresários 
individuais e 433.064 são Sociedades Simples Limitadas.
6 TIPOS DE EMPRESA
Agora que você compreendeu o que precisa para ser um empreendedor, veja as formas de empresas 
que existem (DORNELAS, 2008):
• Empresa de prestação de serviços: é uma empresa cujo objeto de comercialização é um serviço 
prestado ao cliente e não resulta na entrega de mercadorias, como contabilidade, aconselhamento 
jurídico, conserto de algum equipamento, desenvolvimento de um software, consultoria técnica, 
lavanderia, oficina mecânica etc.
• Comércio: são as empresas que vendem mercadorias diretamente ao consumidor, sendo também 
chamadas de varejistas. O fornecedor vende diretamente ao consumidor final em quantidades 
geralmente pequenas, para seu próprio consumo, ou seja, a empresa de varejo procura atender 
a um consumidor que compra para uso próprio. Esse consumidor não repassa a terceiros, como 
forma de negócio, qualquer parcela da quantidade comprada. Exemplos desse tipo de negócios 
são as papelarias, lanchonetes, lojas de roupas etc. Existem ainda, dentro do comércio, as empresas 
atacadistas, que costumam vender quantidades variadas para pequenos varejistas, ou seja, outros 
comerciantes do mesmo ramo.
90
Unidade II
• Distribuidora: é uma empresa comercial responsável por vender um determinado produto ou 
conjunto de produtos normalmente cobrindo uma área geográfica.
• Empresa industrial: geralmente fabrica seus produtos utilizando insumos ou produtos elaborados 
por outros fabricantes para a montagem de seus próprios. São empresas que transformam 
matérias‑primas em produtos acabados, com auxílio de máquinas ou manualmente. Abrange 
desde o artesanato até a moderna produção de instrumentos eletrônicos.
— Exemplos: fábrica de móveis, confecção de roupas, marcenaria.
• Agropecuária: é o negócio cuja atividade principal está ligada à produção de vegetais com o 
cultivo do solo (legumes, hortaliças, sementes, frutos, cereais etc.) e/ou a criação e tratamento de 
animais (bovinos, suínos etc.).
— Exemplos: plantio de pimenta, cultivo de laranja, apicultura, criação de peixes ou cabras.
• Empresa mista: agrega mais de uma das características dos outros tipos de empresa.
6.1 Como abrir uma nova empresa
Você já deve ter ouvido falar que abrir uma empresa no Brasil não é tarefa das mais fáceis. Por 
isso, seria muito bom se você pudesse ter a assistência de profissionais especializados no assunto 
para não perder tempo e dinheiro. Consultar um contador é um bom caminho para a abertura de 
empresas.
A grande dificuldade, segundo os especialistas, é que a carga tributária e uma legislação fiscal 
confusa não ajudam muito quem não conhece o assunto. Essa função exige paciência, informação e 
um bom planejamento. O próprio contador pode fazer simulações para ver qual a melhor forma para o 
enquadramento de sua empresa.
Contrato social5
Para discriminar corretamente o que cada um dos sócios faz e qual a responsabilidade de 
cada um, o contrato social é o instrumento mais adequado, e permite também que sua empresa 
seja registrada. Ele também registra as responsabilidades da sociedade perante terceiros, como 
credores, fornecedores, bancos etc., regendo a empresa desde o seu início. Esse contrato pode 
ser feito pelo contador, mas, dependendo de seu ramo de atuação, um advogado pode fazer‑se 
essencial para redigir claramente as cláusulas. Esse tipo de profissional pode ajudar na definição 
da natureza jurídica e do ramo de atividade que melhor enquadre sua empresa ao tipo de negócio 
que pretende estabelecer.
5 Baseado em: Dagoberto Hajjar, diretor da Advanced Marketing. Disponível em: <http://www.computerworld.com.br/
AdPortalV3‑/adCmsDocument>. Acesso em: 10 out. 2010. 
91
PLANO DE NEGÓCIOS
Registro da empresa
Essa é a parte burocrática em si, e os procedimentos variam conforme a região e o tipo de negócio 
que está sendo aberto. Em alguns estados, é possível que exista alguma entidade responsável pelo 
registro, cadastro e legalização junto aos órgãos federais, estaduais e municipais. Em todo caso, é bom 
consultar o contador para fazer essa parte do trabalho.
Nesse momento, é bom verificar se o nome que você pretende utilizar não está registrado 
junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). Se for um nome que pode ser 
utilizado, providencie o registro, cuja legalização demora em média dois anos. Essa providência 
é importante. Imagine que, depois de sua empresa já estar conhecida no mercado, outra pessoa 
registre o nome antes de você e você seja então impedido de utilizar o nome pelo qual batalhou 
tanto. Trata‑se, portanto, de um investimento necessário e que deve ser contemplado em seu 
planejamento. Contrate uma empresa de assessoria de marcas e patentes para auxiliá‑lo nessa 
tarefa.
Quanto tempo demora
Para tornar o sonho realidade, você levará cerca de dois a três meses. Mas cuidado, se houver 
reformas programadas, elas sempre atrasam e prejudicam seu cronograma. Invista tempo na realização 
de cotações para não perder dinheiro.
 Observação
Dica: faça um cronograma detalhando todos os passos necessários 
para essa abertura, acrescentando atividades, responsáveis, prazos e, 
logicamente, os recursos necessários.
Quanto custará
Para a abertura de uma empresa, desde o seu registro até o início efetivo de sua operação, os 
valores serão compatíveis com o porte, a localização, as necessidades de infraestrutura, o número de 
pessoas envolvidas no processo (contadores, advogados etc.), o tempo entre o início e o funcionamento 
efetivo etc.
92
Unidade II
Dificuldades mais comuns e algumas dicas:
Quadro 7 
Dificuldade Dica
Falta de habilidade gerencial e conhecimentos de gestão, 
marketing e vendas.
Componha sua equipe com pessoas que tenham grande 
experiência e conhecimentos.
Conhecimento por parte de todos os sócios é restrito 
a apenas uma área, dificultando a gestão e a visão das 
necessidades do empreendimento.
Contemple em seu planejamento a capacitação de todas 
as pessoas pertencentes às áreas‑chave da empresa, 
ou contrate profissionais que complementem os 
conhecimentos de sua equipe.
Falta de foco por parte do empreendedor. A cada 
oportunidade identificada, há modificação da estratégia, 
em geral sem qualquer planejamento ou estudo de 
viabilidade.
Faça o planejamento por escrito, contemplando os 
objetivos, metas e estratégias da empresa, e acompanhe 
o seu desenvolvimento e cumprimento. O ideal é que a 
empresa faça o seu planejamento estratégico e que esse 
documento seja o mapa norteador da empresa.
Descontrole do fluxo de caixa e/ou subestimação dos 
gastos fixos no início do negócio.
Mais uma vez, reforçamos o planejamento estratégico, 
em que serão contempladas, de maneira realista, as 
necessidades de investimentos e recursos para que a 
empresa possa desenvolver suas atividades.
Falta de informações sobre os clientes, dificultando a 
estruturação das vendas, que poderá ficar sem rumo ou 
trabalhando sobre projeções irrealistas.
Crie um banco de dados no qual todas as informações 
relativas aos clientes possam ser armazenadas e consultas 
e atualizações possam ser realizadas. Faça com que 
o procedimento de atualização dos dados seja uma 
obrigação por parte de todos aqueles que se relacionam 
com o seu público.
7 O PROCESSO EMPREENDEDOR
Os empreendimentos precisam ser observados e analisados de todos os pontos de vista e a partir de 
vários fatores. Conhecer osfatores críticos de sucesso para um novo negócio ou já em andamento é um 
deles, ou seja, o que a empresa tem e faz de central que a leva ou não ao sucesso. Esses são os fatores 
críticos de sucesso. Ao tentar se estabelecer, uma empresa precisa estar preparada para monitorar:
• forças macroambientais (demográficas, econômicas, tecnológicas, político‑legais, sociais e 
culturais);
• fatores microambientais importantes (a própria empresa e todas as suas áreas, consumidores, 
concorrentes, canais de distribuição, fornecedores);
• análises de custos para o gerenciamento dos riscos identificados;
• análise do impacto que os riscos poderão trazer à organização.
Se são necessárias tantas competências para desenvolver um negócio, podemos perceber que 
é preciso aprender bastante antes de se aventurar num novo empreendimento. As quatro fases do 
processo empreendedor proposto por Dornelas (2008) consistem em:
• identificar e avaliar a oportunidade;
93
PLANO DE NEGÓCIOS
• desenvolver o plano de negócios;
• determinar e captar os recursos necessários;
• gerenciar o negócio.
Quadro 8 – O processo empreendedor
Identificar e avaliar a 
oportunidade
Desenvolver o plano de 
negócios
Determinar e captar os 
recursos necessários Gerenciar o negócio
• criação e abrangência da 
oportunidade;
• valores percebidos e reais da 
oportunidade;
• riscos e retornos da 
oportunidade;
• oportunidade versus 
habilidades e metas 
pessoais/corporativas;
• situação dos competidores.
• sumário executivo;
• o conceito do negócio;
• equipe de gestão;
• mercado e 
competidores;
• marketing e vendas;
• estrutura e operação;
• análise estratégica;
• plano financeiro;
• anexos.
• recursos da área;
• recursos extras;
• recursos específicos 
para projetos de 
inovação;
• recursos externos.
• estilo de gestão;
• fatores críticos de sucesso;
• identificar problemas 
atuais e potenciais;
• implementar um sistema 
de controle;
• entrar em novos mercados;
• avaliação de resultados;
• colheita.
Adaptado de: Dornelas (2008).
Segundo as pesquisas, a falta de planejamento prévio, ou seja, da elaboração de um plano de 
negócios, e também a dificuldade em realizar a gestão empresarial pela inexistência dos elementos de 
controles básicos, como o fluxo de caixa, elaboração dos custos, formação do preço de venda etc., são as 
principais causas da mortalidade empresarial em seus primeiros cinco anos de vida.
7.1 Por que as empresas quebram?
No País inteiro, a capacidade de sobreviver das empresas aumentou nos últimos cinco anos. No estado 
de São Paulo, por exemplo, o monitoramento dos índices de sobrevivência e mortalidade das empresas, 
conduzido pelo Sebrae‑SP desde 1998, revelou uma capacidade maior das micro e pequenas empresas de até 
cinco anos de vida driblarem as dificuldades e se manterem abertas. O estudo foi divulgado em maio de 2010 
e apresentou, entre outros dados, a diminuição da taxa de mortalidade desses negócios de 71% para 58%.
A taxa de mortalidade das micro e pequenas empresas no primeiro ano de vida também caiu de 
35% para 27%. A taxa de mortalidade de empresas com um ano no mercado permaneceu estável com 
relação ao levantamento anterior, realizado em 2005 (SEBRAE, 2008, P. 21).
As principais causas dessa mortalidade empresarial apontadas pelos especialistas são:
• a falta de incentivos e subsídios apropriados à exportação de produtos fabricados por MPEs;
94
Unidade II
• a alta taxa de juros (SELIC);
• o difícil acesso ao crédito e a exigência de contrapartidas abusivas para se pleitearem financiamentos 
junto às instituições financeiras;
• a alta concorrência estrangeira, especialmente asiática e americana;
• o peso dos encargos para a contratação, manutenção e dispensa de empregados.
Para o Sebrae, as taxas continuam altas, apesar da redução (348 mil ocupações desaparecem por 
ano com o fechamento de 84 mil empresas). Em entrevista coletiva, o superintendente do Sebrae‑SP, 
Ricardo Tortorella, destacou o custo social do fechamento dessas empresas para o país e apontou duas 
causas principais para a alta taxa de mortalidade que ainda afeta os pequenos negócios no Brasil. “Para 
prosperar como empreendedor, é preciso uma grande dose de planejamento. É preciso planejar muito 
bem o negócio antes de abrir as portas, quais serão as estratégias de atuação, o que muitas vezes não é 
feito”, afirmou (TORTORELLA apud SIXFP ..., s.d.).
Outro fator decisivo para a sobrevivência das pequenas empresas é a capacidade de gestão. “O 
empreendedor deve estar pronto para os desafios da gestão, pronto para inovar, acessar novas 
tecnologias, novos mercados e investir em novos produtos e clientes”, recomenda Tortorella (apud SIXFP 
..., s.d.). Prova disso é outro dado que chama a atenção na pesquisa: as empresas que são clientes do 
Sebrae‑SP têm um desempenho melhor. Apenas 18% das empresas que se utilizaram dos serviços e 
produtos do Sebrae‑SP fecharam no primeiro ano de existência (o número geral do mercado é 27%).
Os empreendimentos com cinco anos de existência que contaram com o auxílio do Sebrae‑SP 
também apresentaram maior competitividade, com a sobrevivência de 63% das empresas contra 42% 
do mercado. Por isso, a capacitação é tão importante para o pequeno empreendedor. Planejar, estudar e 
inovar continuam sendo os alicerces de uma empresa de sucesso.
O fracasso também pode estar ligado à falta de dinheiro no mercado, à escassez de recursos 
próprios, à entrada de novos concorrentes e a mudanças das políticas do governo. Mas uma das 
causas mais frequentes do fracasso está ligada diretamente aos próprios empreendedores, isto é, à 
falta de habilidade administrativa, financeira, tecnológica e mercadológica. Entre as outras possíveis 
causas de falência das empresas brasileiras, está a falta de capacitação técnica. Os empreendedores 
por necessidade, que ficam sem emprego e arriscam suas indenizações num novo negócio sem 
estarem preparados para isso, não tendo aptidão e nem conhecimentos específicos, colocam em risco 
os negócios. Eles não praticam a lição número um do marketing que é estudar e analisar o mercado. 
A maioria das empresas também não obedece aos aspectos legais, o que pode ocasionar multas e seu 
fechamento compulsório.
Uma necessidade de sobrevivência para qualquer empresa hoje é a capacidade de se relacionar com 
seus clientes e fornecedores. Sem essa relação de longo prazo, provavelmente, a quantidade de clientes 
e de negócios não será suficiente para manter um empreendimento funcionando futuramente.
95
PLANO DE NEGÓCIOS
Segundo os especialistas, esses fatores dificultam manter‑se ativo no mercado, pela falta 
única e exclusiva de preparo. Os empreendedores de oportunidades, ao contrário, sabem disso 
e sempre se preparam primeiro, estudam o mercado, conhecem os fatores de risco, fazem as 
análises necessárias e abrem empresas de forma mais consciente do que o empreendedor por 
necessidade.
 Saiba mais
Em setembro de 2011, o Sebrae divulgou a nova pesquisa de índice de 
sobrevivência das pequenas empresas brasileiras. Acompanhe em: <www.
sebrae.com.br>.
7.2 Fatores críticos de sucesso
De acordo com Herrera (2007), fatores críticos de sucesso são os pressupostos cruciais, 
essenciais para que se atinjam os objetivos traçados e se alcance o sucesso do empreendimento. 
Compreender os fatores críticos de sucesso é importante, pois sem eles o empresário pode 
desviar‑se do rumo. Esses fatores‑chave são definidos após as análises globais da empresa para a 
elaboração das estratégias, quando são analisados o macroambiente, a atratividade do mercado, 
as forças estruturais internas (como o capital humano, processos, tecnologias etc.), enfim, os 
cenários construídos.
A partir das análises, o empresário pode discriminar quais são os fatores determinantes para que 
seu negócio seja um sucesso e quais são determinantes para o fracasso, ou seja: quais são os pontos 
de atenção que não podem faltar ou ficar ruim de maneira alguma? Por exemplo, um restaurante

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