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TCC FINAL - Papel do gestor educacional como líder a transformar o espaço escolar em espaço educativo

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PAPEL DO GESTOR EDUCACIONAL COMO LIDAR NA TRANSFORMAÇÃO DO ESPAÇO ESCOLAR EM ESPAÇO EDUCATIVO
JULIANE DA SILVA SILVEIRA
O presente estudo teve por objetivo elucidar como pode o gestor educacional, sob a forma de líder, transformar o espaço escolar em espaço educativo. Conclui-se que o gestor educacional, como líder, pode transformar o espaço escolar em espaço educativo, ao estar esse capacitado a lidar com questões que exijam conhecimento extracurricular voltado, basicamente, a liderança junto a recursos humanos, tecnológicos e inovações administrativas e psicossociais, as quais são vitais a promover qualidade, tanto ao ensino como a educação, e formar cidadãos mais e melhor preparados para a vida/ mundo. É interessante ainda ressaltar que o papel do gestor educacional em tal vertente vai além do ato simplista de promover o ensino, estando esse também incumbido de promover educação, bem-estar e clima propício para o aprendizado, viabilizando que suas ações permitam transformar os espaços escolares em espaços educativos democráticos e integrativos a diversos grupos étnicos, sociais e culturais.
Palavras-chave: Gestor educacional; Líder; Espaço Educacional; Espaço Educativo.
INTRODUÇÃO
A metáfora dos gansos cede uma lição valiosa sobre trabalho de equipe e liderança, tendo visto que quando esses voam, sempre existe um deles que fica à frente, liderando a formação em V do bando, sendo que quando o líder se cansa outro ganso assume sua posição, mantendo o grupo unido e progredindo constantemente. É interessante ressaltar que todos os gansos, intuitivamente, sabem a onde ir, porém compreendem a importância de deterem de um líder a manter ativa sua direção em prol da socialização na busca pelo objetivo comum (SCHEIN, 2009; VIEIRA, 2019). 
No que tange a esfera educacional deve ser destacado que é a escola tida como sendo a detentora do papel fundamental de socializar os alunos, uma vez que é em seu “espaço[footnoteRef:1]” que os alunos, enquanto indivíduos, são direcionados a progredir, com base em sua cultura e direitos, no processo de maturação psíquica, física e intelectual, o que os viabiliza, dentre entre outros atos, criar definição de personalidade, círculos de amizades e sonhos positivos, individuais ou coletivos, de futuro junto à comunidade (LUCK, 2014; OLIVEIRA; CARVALHO, 2018). [1: Baseadas no geógrafo Y-Fu Tuan (1980), consideramos que o termo ESPAÇO remete à ideia de algo indefinido estando sempre disponível a transformar-se em AMBIENTE na relação com o homem. Portanto, na realidade, o espaço abstrato não existe, ele é sempre qualificado como ambiente.] 
Parte-se da tese de que a educação, como direito social de oferta obrigatória – e muito recentemente considerada como direito universal, constitui elemento componente de um projeto político de coletividade, mais do que o atendimento de interesses individuais; por isso, deve ser considerada um direito de natureza social, ou seja: [...] embora a educação, para aquele que a ela se submete, represente uma forma de inserção no mundo da cultura e mesmo um bem individual, para a sociedade que a concretiza, ela se caracteriza como um bem comum, já que representa a busca pela continuidade de um modo de vida que, deliberadamente, se escolhe preservar (DUARTE, 2007, p. 697 apud SANTOS, 2019, p. 3).
Cabe destacar que, segundo Aragão e colaboradores (2015) e Moreira e Souza (2016), para que o supradescrito aconteçam plenamente, deve o espaço escolar ser estimulante, afim de, basicamente, proporcionar diálogo sobre valores, éticos e morais, e o despertar do protagonismo infanto – juvenil nos alunos.
Sob tal foco deve ser lembrado que em um espaço escolar que segue inserido em uma comunidade onde a prostituição infantil ameaça a dignidade das crianças e adolescentes, as drogas começam a ser atrativas para os que vivem no ócio e a falta de núcleo familiar gera baixa autoestima, nulidade de sonhos e de estímulos positivos de caráter, não se pode dispor preocupações apenas com o repasse de conteúdos pedagógicos curriculares, sendo preciso deter uma reflexão mais profunda sobre o processo educativo aplicado em tal ambiente, de modo a viabilizar uma transformação plena do espaço escolar em espaço educativo, onde se possa imperar atos positivos e verdadeiramente significativos a vida das crianças e adolescentes ali alocados na figura de alunos (ARAGÃO et al., 2015; SANTOS, 2019).
O espaço é um elemento capaz de fornecer pistas valiosas para conhecermos qual o projeto de educação desenvolvido pela instituição de ensino, qual a concepção de criança e infância que subjaz às práticas educativas, quais concepções de aprendizagem e desenvolvimento orientam as relações pedagógicas e como são as relações estabelecidas entre as crianças e delas com os demais. Isto porque o espaço não se constitui no pano de fundo para a realização do trabalho pedagógico; ao contrário, ele é um elemento constitutivo e transformador desse próprio trabalho (MOREIRA; SOUZA, 2016, p. 230).
Vale enfatizar que para que uma transformação plena no espaço escola aconteça devem ações e atitudes de engajamento e liderança serem postuladas pelo gestor educacional junto aos demais membros da sociedade escolar (colaboradores escolares, alunos e suas famílias/ comunidade). Cabe indicar que referido gestor deve ter o entendimento de que deverá o mesmo, além de gerir os demais colaboradores atuantes na esfera escolar, ceder a esses meios de viabilizar a inserção, positiva, de ações (projetos, serviço, programas, etc.) criativas que os auxiliem na construção de atos educativos inovadores voltados a mitigar eventuais problemas que possam surgir, principalmente junto a sociedade que circunda a escola, no que tange o processo de transformar o espaço escolar em também um espaço educativo (ARAÚJO et al., 2014; SILVA; PEREIRA, 2018).
O direito a educação é garantido por meio da Constituição Federal de 1988, da Lei Nº 8069/90- Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB 9.394/96, que prioriza o acesso e a permanência do aluno na escola, objetivando a formação do usuário para o exercício da cidadania, preparação para o trabalho, e sua participação social. Desta forma, a inclusão de profissionais no quadro de funcionários que trabalham em prol do desenvolvimento pedagógico dos alunos, contribuirá bastante para a elaboração de projetos, serviços, programas e ações que promovam o envolvimento da família na educação, com o intuito de alcançar uma participação maior do responsável legal dos alunos com a escola, e vice-versa (SILVA; FERREIRA, 2014, p. 6 -7).
Por isso, segundo Piza e Terán (2013) as escolas necessitam de gestores escolares que que detenham de entendimentos profundos sobre as mazelas e realidades vividas na sociedade que circunda a escola, uma vez que é a sociedade que forma a base para a criação de escolas educativa, autônomas, abertas, flexíveis, inclusivas, democráticas e participativas, que transmitam, de diversas formas, o conhecimento por meio de uma maior socialização humana.
Assim, o presente estudo teve por objetivo elucidar qual o papel do gestor educacional, sob a forma de líder, na transformação do espaço escolar em espaço educativo; o que tornou o mesmo pertinente a estudantes, pesquisadores, profissionais da área e interessados no tema.
Para realização do presente estudo fez-se usual o emprego do método de revisão bibliográfica qualitativa, o qual incluiu análise crítica, interpretação literária e compreensão de textos relacionados ao tema do estudo. Todo material abordado foi coletado em livros, periódicos e publicações de ordem científica, nacionais e internacionais, publicados entre os anos de 2009 e 2021; sendo esses selecionados de forma a haver separação criteriosa a se obter segurança e qualidade nas informações e dados. Os periódicos de denominação científica foram adquiridos, de modo conciso, em bancos de dados de websites de acesso livre, tais como Scielo, tendo a busca desses se valido das seguintes palavras-chaves:Gestor educacional. Líder. Espaço Educacional. Espaço Educativo.
Aproveitando o ensejo indico que, deste ponto em diante todo e qualquer conteúdo textual apresentado segue ligado, direta ou indiretamente, ao gestor educacional bem como as ações desse a transformar o espaço escolar em espaço educativo, mesmo que isso não siga expressamente indicado no conteúdo.
DESENVOLVIMENTO
Diversos pesquisadores indicam que liderança é um segmento de pesquisa, uma capacidade ou uma habilidade que certos indivíduos detêm a “liderar” ou direcionar pessoas, grupos e organizações (BARRETO et al., 2013).
Em segmentos educacionais liderança pode ainda ser descrita como sendo uma espécie de processo influenciador e motivador social onde um líder pode deter auxilio ou apoio de outros indivíduos, que foram por ele motivados, a realizar uma determinada tarefa que é, ou que será, comum e benéfica a todos. Assim, a liderança é entendida como sendo o ato realizado pelo líder, que, por sua vez, pode motivar o coletivo em prol de realizar uma ação grupal a dispor de um bem maior a todos (GOLEMAN, 2015; OLIVEIRA; CARVALHO, 2018).
Segundo Barreto e colaboradores (2013) uma indivíduo pode se tornar um líder, basicamente, por ser esse detentor de um ou mais dos cinco “pontos focais da liderança”, os quais são (1) altos níveis de força física; (2) altos níveis de energia mental; (3) alta capacidade de gestão geral; (4) Alta capacidade de realizar tarefas especializadas e (5) Alto nível de valores, sabedoria e espiritualidade.
Desse modo, é verdadeiro indicar que o líder é o indivíduo com alto poder influenciador do meio social em que atua, uma vez que esse dispõe de um ou mais pontos focais da liderança, os quais lhe viabilizam meios a dispor “encantamento” sobre os demais indivíduos, facilitando com que esses atuem segundo seus indicativos em prol da realização de ações e tarefas pelo mesmo desejadas e/ ou indicadas. Por isso, é muito comum se verificar a ligação entre preceitos de liderança com os de motivação, seja de pessoas ou de grupos, uma vez que a liderança é o que leva os indivíduos a atuarem juntos a atingir uma meta organizacional comum a todos (GOLEMAN, 2015).
Sob tal foco Camargo (2018) lembra que para ser um bom líder é vital, mesmo que indiretamente, ser esse também um bom gestor, ato que pode ser melhor compreendido com o entendimento da existência de duas dimensões ligadas a liderança, sendo essas: (1) A capacidade de motivar as pessoas para o que precisa ser feito, e (2) A necessidade dos indivíduos de seguirem aqueles que acreditam ter o poder de satisfazer suas aspirações profissionais.
Assim, em ambientes profissionais, deve o líder ser entendido como sendo um “exemplo”, sendo esse o indivíduo que todos seguem pois confiam em seu direcionamento a trilhar melhores caminhos “a todos”. Por isso, diz-se que ser um líder é ter uma posição de força sobre os demais, o que torna a liderança uma posição altamente desejada, a qual é discutida desde os tempos de Platão, que já buscava compreender o que era preciso para ser um líder e quais habilidades e qualidades eram a esse perfil obrigatórias (PÉREZ LOPÉZ, 2012; GIL, 2013; GOLEMAN, 2015).
No segmento educacional, quando segue o gestor educacional atuante no papel do líder, deve esse deter de habilidades e qualidades motivacionais que lhe permitam modular ações e atitudes de atuação a alcançar, de um modo mais efetivo e rápido, o desenvolvimento do que é pelo mesmo ansiado à sociedade escolar. Por isso, é imprescindível que o gestor educacional, no papel do líder, detenha de uma sólida formação, a qual se faz construída com muito trabalho, dedicação e aperfeiçoamento na área, sendo que o perfil desse terá de seguir voltado a organização escolar bem como a suas práticas educacionais, as quais devem transcender as práticas discutidas comumente, vislumbrando crescimento e “visão” de futuro a instituição escolar. Vale enfatizar ainda que o gestor educacional, no papel de líder educacional, deve sempre participar, ativamente, das discussões em torno das práticas pedagógicas vigentes no país, uma vez que essas, além de estarem longe de alcançar o fim, fomentam pensamentos inovadores referentes às práticas no modelo vigente nas instituições de ensino, em prol de elevar os bons resultados (LUCK, 2014; SILVA; PEREIRA, 2018; OLIVEIRA; CARVALHO, 2018).
Cabe lembrar que, com relação às práticas educacionais, o gestor educacional, no papel de líder educacional, será, por diversas vezes, questionado sobre os resultados educacionais obtidos, os quais, em face da burocracia, nem sempre serão bons. Por isso, referido gestor necessitará estabelecer, mesmo que internamente, uma política que permita a adoção, com base no denominado quadro de competências, de novos conceitos e/ ou práticas a melhorar as chances de sucesso nos resultados educacionais, ato esse que só se faz viável se a instituição de ensino detiver de recursos independentes dos cedidos pelas bases Federativas, o que, em especial em instituições públicas, nem sempre é possível (GIANCATERINO, 2010; MARQUES, 2012).
É interessante ressaltar que os quadros de competências são modulados com o intuito de com eles o líder posso melhor entender as “qualidades” de seus colaboradores a melhor as utilizar em prol do alcance dos resultados organizações almejados; no entanto, na prática isso não é fácil, uma vez que nem sempre as qualidades dos colaboradores estão claramente expostas; o que acaba por “forçar” o líder a ter de se utilizar de ferramentas de avaliação a assegurar uma mais plena e assertiva escolha de cargos/ funções a formar a base produtiva de sua “sociedade escolar” operacional rumo a positivação dos denominados “Comportamentos de Cidadania Organizacional (CCO)” (GIL, 2013; LUCK, 2014; OLIVEIRA; CARVALHO, 2018).
Nesse sentido faz-se pertinente dispor entendimento acerca da dinâmica da formação dos CCO na esfera escolar, destacando-se a importância da participação do grupo organizacional dessa, onde as relações intersubjetivas do trabalho geram democratização e uma redemocratização constante e permanente, de forma precípua, a se estabelecer uma rede de informações, com acesso amplo e imediato, a objetivos projetados e conquistados, os quais podem ser, em conjunto, utilizados pelo gestor educacional, sob a forma de líder, como facilitador institucional do processo de promoção seleção funcional a melhor atuar diante de ações importantes a esfera educacional, tais como a transformação do espeço escolar em espaço educativo (ANDRADE et al., 2017; ANDRADE et al., 2018; NARDI, 2018).
Na ambiência organizacional escolar, independente do porte ou segmentação da mesma, para que ocorra o processo de seleção funcional, faz-se necessário o desenvolvimento de ações afirmativas, voltadas a difundir, bem como praticar, a ética nas relações intersubjetivas, visando a implementação da cultura de avaliação como um instrumento capaz de cumprir com a função e a responsabilidade social da organização escolar diante de sua comunidade educacional. Assim, caberá ao gestor educacional, na função de líder, também identificar problemas na comunicação institucional, a qual segue intrinsicamente ligada aos preceitos da dinâmica das relações interpessoais, identificando, catalogando e incentivando o compartilhamento desses junto ao mesmo, afim de que ao conhece-las se possa, mais prontamente, atuar de modo a mitiga-los viabilizando que todos os envolvidos, direta ou indiretamente, à escola tenham uma melhor dinâmica de comunicação em prol de se facilitar, dentre outros atos, a inserção de transformações no espaço escolar (MINIOLI; SILVA, 3013; FRESCHI; FRESCHI, 2013; SILVA; PEREIRA, 2018).
Nesse sentido Aguiar (2012) e Silva e Ferreira (2014) lembram que transformações no espaço escolar, basicamente, devem:
· Ceder meios de preparar os colaboradores da sociedade escolar a executar as novas práticas de ação.
· Implementar/ introduzir práticas de ação ao segmento educacional mediante a inserção de:
· Novos conceitos de atuação, e
· Planos de açãode rotina que vise integrar a implementação de novas ideias as práticas escolares de cunho discursivo pró social.
Araújo e colaboradores (2014) destaca também que o processo de transformação do espaço escolar deve ser estabelecido pelo líder educacional, o qual será o responsável pela elaboração do plano de ação e das etapas de implementação desse, as quais visarão atender as necessidades da escola com relação aos aspectos de maior importância no processo de aprendizagem/ ensino de seus alunos. 
Ainda segundo Araújo e colaboradores (2014) as transformações nos espaços escolares devem ainda seguirem focadas em (1) estimular os profissionais envolvidos nesse processo à buscar melhor capacitação para desempenhar suas funções, e (2) levar a escola a ceder recompensas aos profissionais por meio da oferta de melhores condições de trabalho.
Cabe lembrar que referida transformação gera muitos desafios ao gestor educacional que atua sob a forma de líder, os quais devem ser contornados com planejamento e união da equipe, sendo os desafios atendidos segundo sua ordem de urgência; o que só ocorre com (1) o estabelecimento de melhores modelos para o diálogo e a troca de informações, e (2) a promoção de discussões de ideias inovadoras a melhorar os modelos já adotados/ em uso a esses (ARAGÃO et al., 2015).
Marques (2012) lembra que, independentemente do planejamento e da equipe, cabe ao gestor educacional, sob a forma de líder, entender quais necessidades do capital humano devem ser tratadas com maior urgência (prioridade), uma vez que é esse capital humano parte fundamental para uma transformação bem-sucedida dos espaços escolares em espaços educativos, vide a adoção de modelos eficientes.
Não se pode nesse contexto abster o fato de que para que a transformação dos espaços escolares seja verdadeiramente bem sucedida se faz vital que os indivíduos envolvidos com tal ação se entreguem/ envolvam totalmente nesse processo, o que só é possível mediante plena atuação do gestor educacional como líder no contexto escolar (ARAÚJO et al., 2014). 
Assim, pode ainda ser dito que para se ter sucesso na transformação do espaço escolar em espaço educativo deve o gestor educacional, sob a forma de líder, deter de preocupações envoltas com questões que fazem parte do processo de gestão, tais como recursos financeiros, infraestrutura, entre outros, devendo esses fazer parte das discussões e reflexões das práticas escolares, de modo a viabilizar que o planejamento seja estabelecido de modo pleno, gerando satisfação e benefícios a todos os envolvidos na base educacional desse (MARQUES, 2012).
Sob tal indicativo deve ser salientado que as transformações dos espaços escolares em espaços educativos devem seguir pareadas as bases organizacionais as quais, por sua vez, devem se seguir elencadas aos princípios e valores morais elaborados pelo gestor educacional, sob a forma de líder, em conjunto a todos os membros da segmentação educacional (LEIVA; SILVEIRA, 2012).
Por isso, é indicado que deve o gestor educacional, sob a forma de líder, ter o entendimento de que a transformação do cenário escolar é um ato que deve se dar de modo contínuo e natural, o qual, em face das diversas transformações do “mundo” que cerca a escola, deverá, de tempos em tempos, buscar conceituar novas práticas e planos educacionais de ação/ uso (GIL, 2013).
Vale enfatizar que no processo de transformação do espaço escolar em espaço educativo a maior responsabilidade é a do líder educacional, uma vez que é o mesmo quem centraliza, em sua figura, as maiores responsabilidades com relação a execução das tarefas e diretrizes educacionais. Assim, é valido indicar que caberá, dentre outras coisas, ao líder (1) promover o bem estar do ambiente escolar entre alunos e colaboradores, (2) escolher colaboradores que desempenhem funções no processo de aprendizagem focadas no zelo pelo bem estar dos indivíduos e na manutenção de um ambiente harmônico para a prática educacional escolar, (3) romper barreiras e desafios que visem melhorar a qualidade do ensino no Brasil e (4) organizar, planejar fiscalizar e ceder meios de executar ações educacionais em espaços educativos plenos para “a vida” em sociedade (GIL, 2013; ARAGÃO et al., 2015).
Nesse contexto Araújo e colaboradores (2014) lembram que o espaço educativo deve ser compreendido como sendo o local onde são fornecidos elementos de aprendizado que contribuem para o crescimento intelectual dos alunos, de modo a viabilizar que a escola forme cidadãos plenos a exercer, positivamente, seu papel junto à sociedade.
Assim, o ambiente educativo da escola é responsável pelo desenvolvimento intelectual e moral dos cidadãos, podendo a prática escolar estimular, através de variadas práticas educacionais, conhecimento, desenvolvimento e crescimento dos indivíduos enquanto “pessoas”.
As práticas educacionais desenvolvidas ao longo dos anos tem sido alvo de discussão com relação ao modelo adotado e aos resultados obtidos, assim a literatura relata, desde 1970 vários projetos de Lei tem visado estimular a prática educacional e principalmente o aprendizado por parte dos alunos por meio da inserção do espaço educativo, devendo as pessoas envolvidas nesse contexto buscarem aliar teoria com a prática, através de modelos educacionais mais adequados, afim de mostrar como as ações podem ser exercidas e o conhecimento pode ser exteriorizado em prol do bem comum educacional (MINIOLI; SILVA, 2013, p. 97).
Dentro de tal temática, cabe salientar ainda que é também papel do gestor educacional, sob a forma de líder, indicar junto aos educadores da base educacional liderada, meios de atuação e formas de transmissão do conhecimento pertinentes a transformar o espeço escolar em espaço educativo, visto que em alguns casos os educadores não estão preparados a lidar com algumas situações e ações educacionais e educativas propostas, o que pode levar todo o processo de aprendizagem a ser comprometido, desvalorizando o modelo educacional, pró-espaço educativo, adotado (FARFUS, 2012).
Por isso, diz também que deve a formação dos educadores ser sólida, permitindo que esse profissional possa contornar situações adversas, viabilizando que esse atue de modo a que suas ações não prejudiquem o processo de aprendizagem. Cabendo ao gestor educacional, no papel de líder, a competência de selecionar bem como fiscalizar a atuação dos educadores em sala de aula, em especial, com relação a sua postura no processo de aprendizagem junto ao modelo pró-espaço educativo, onde os alunos devem ser estimulados a pesquisar, raciocinar e exteriorizar, através de seus conhecimentos, a buscarem soluções para as mais diversas questões (sociais, política, financeiras e etc.), ou seja, o modelo educacional pró-espaço educativo deve permitir, em seu processo educacional, que o aluno pense em soluções para os problemas reais de seu cotidiano, em prol de que os indivíduos em sociedade vivam de modo harmônico. 
O direito à educação parte do reconhecimento de que o saber sistemático é mais do que uma importante herança cultural. Como parte da herança cultural, o cidadão torna-se capaz de se apossar de padrões cognitivos e formativos pelos quais tem maiores possibilidades de participar dos destinos de sua sociedade e colaborar na sua transformação. Ter o domínio de conhecimentos sistemáticos é também um patamar sine qua non afim de poder alargar o campo e o horizonte destes e de novos conhecimentos (CURY, 2007, p. 486 apud SANTOS, 2019, p. 3).
Tais atos, explicam por que, mesmo que parcialmente, a educação, quando pautada na transformação do espeço escolar em espeço educativo, pode ser plenamente caracterizada como sendo um direito de natureza social; Partindo dessas projeções políticas em prol de atender os interesses não só dos indivíduos como de toda a sociedade, mantendo viva cultural coletiva de todos (FARFUS, 2012; SANTOS, 2019).
Parte-se da tese de que a educação, como direito social de oferta obrigatória – e muito recentemente considerada como direito universal, constitui elementocomponente de um projeto político de coletividade, mais do que o atendimento de interesses individuais; por isso, deve ser considerada um direito de natureza social, ou seja: [...] embora a educação, para aquele que a ela se submete, represente uma forma de inserção no mundo da cultura e mesmo um bem individual, para a sociedade que a concretiza, ela se caracteriza como um bem comum, já que representa a busca pela continuidade de um modo de vida que, deliberadamente, se escolhe preservar (DUARTE, 2007, p. 697 apud SANTOS, 2019, p. 3).
CONCLUSÃO
Conclui-se que o papel do gestor educacional, sob a forma de líder, na transformação do espaço escolar em espaço educativo vem se transformando ao longo dos anos, onde, atualmente, esse deve estar capacitado a lidar com questões que exijam conhecimento extracurricular voltado, basicamente, a liderança, recursos humanos, recursos tecnológicos, inovações administrativas e inovações psicossociais, as quais serão essenciais a promover qualidade tanto ao ensino como a educação dos indivíduos inseridos na esfera educacional formando assim cidadãos mais e melhor preparados para a vida/ mundo. 
Assim o papel exercido pelo gestor educacional, sob a forma de líder, está muito além das atribuições que são comumente indicadas a um líder, ato esse que explica, mesmo que em parte, o fato de, no segmento educacional, o líder buscar formar cidadãos e não peças/ máquinas/ produtos, fato esse que o leva a transcender os “muros” da escola, ampliando seu campo de atuação, afim de dar início ao desenvolvimento de novos trabalhos/ ações que primem por eficiência e que permitam a extração do que há de melhor em cada colaborador e aluno inserido dentro do processo educacional pelo mesmo gerido. 
É interessante ainda ressaltar que papel do gestor educacional, sob a forma de líder, vai além do ato simplista de promover o ensino, estando esse também incumbido de promover educação e bem-estar e o clima propício para o ensino pedagógico, de modo que sua direção se volte a transformar os espaços escolares em espaços educacionais democráticos e integrativos de diversos grupos étnicos, sociais e culturais.
REFERÊNCIAS
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ANDRADE, T. et al. Comportamento de cidadania organizacional: versão brasileira da escala Comportamentos de Cidadania Organizacional para Trabalhadores do Conhecimento. Cad. EBAPE.BR. 2018; vol. 16: nº 3, Pp. 367-381. (http://www.scielo.br/pdf/cebape/v16n3/1679-3951-cebape-16-03-367.pdf).
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