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Equipamento de Proteção Individual e Coletiva

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Riscos Ambientais
José Glaucenir Silva Santos
RISCOS
AMBIENTAIS
José Glaucenir Silva Santos
Equipamentos de 
proteção individual 
e equipamentos de 
proteção coletiva
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E 
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA 
O que são os equipamentos de proteção individual?
Segundo a NR6, equipamento de proteção individual é todo 
equipamento ou produto, de uso essencialmente individual utilizado 
pelo trabalhador com a finalidade de protegê-lo dos riscos inerentes 
à sua atividade de trabalho. 
Os EPI serão sempre utilizados quando se esgotarem as ten-
tativas de eliminação dos riscos no ambiente em que o trabalhador 
desenvolve suas atividades.
Principais Equipamentos de Proteção Individual
O SESMT tem como atribuições, entre outras, indicar e especificar 
os equipamentos de proteção individual mais adequados, observando 
os riscos aos quais os trabalhadores estão expostos, e o que preconiza 
a NR-6, atentando-se para a qualidade, a ergonomia e o C.A. – Certifi-
cado de Aprovação – do Ministério do trabalho e Emprego – MTE, para 
cada equipamento de proteção individual.
 Cada processo de trabalho exigirá um tipo específico de EPI de 
acordo com os riscos presentes em cada etapa do processo, quando 
o Equipamento de Proteção Coletiva não atenuar os riscos completa-
mente ou se oferecer proteção parcial.
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Portanto é importante conhecermos o que diz a norma a esse 
respeito. Assim, segundo a NR6.3, toda empresa ou estabelecimento 
deve obrigatoriamente fornecer aos seus empregados, de forma gratui-
ta, todos os EPI que sejam adequados ao risco da atividade, em perfeito 
estado de uso e conservação, bem como, nas circunstâncias a seguir:
 D Todas as vezes que as medidas administrativas não apre-
sentarem proteção plena contra os riscos potenciais da 
atividade;
 D Durante a implantação de medidas de proteção coletiva; 
 D E em casos emergenciais.
Estando claras as situações e as normativas acerca do uso dos 
EPI, fica faltando sabermos por que usá-las. Essa questão pode ser 
facilmente respondida se observarmos o corpo humano. A anatomia 
humana constitui, do ponto de vista mecânico e funcional, uma má-
quina perfeita e pronta para se adaptar a quaisquer tipos de situações. 
Por exemplo, as mãos são capazes de operar qualquer tipo de máqui-
na ou equipamento. Com elas um profissional pode manusear um bis-
turi e fazer uma incisão cirúrgica no cérebro, acionar os comandos de 
uma aeronave de grande porte, tocar qualquer instrumento musical, 
bater palmas, afagar uma criança ou dar golpes como um habilidoso 
pugilista. Tudo isso é apenas uma pequena parte do que as mãos são 
capazes de fazer ao comando do cérebro.
Porém, nossas mãos não são capazes de mergulhar em um 
ácido ou substância abrasiva sem nenhum tipo de proteção. Nossos 
olhos não suportam o impacto de partículas por menores que sejam. 
Nossa cabeça, nossos membros não resistiriam ao impacto da proje-
ção de um objeto em movimento sem sofrer lesões. Enfim, é exata-
mente por estes motivos que precisamos nos proteger de elementos 
agressores externos.
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Observe a natureza e veja que alguns animais são dotados de 
algumas proteções contra predadores como, por exemplo, a tartaruga 
que tem casco, o tatu que possui uma carcaça, o porco espinho que 
conta com espinhos que se prendem a qualquer agressor provocan-
do-lhe dor e ferimentos graves, a ostra que possui uma concha que a 
envolve protegendo-a de predadores, entre tantos outros.
Contudo, nós não somos dotados destas proteções especiais e 
é exatamente aí que entram os Equipamentos de Proteção Individual, 
cada qual protegendo uma parte específica de nosso corpo, de acordo 
com a exposição aos riscos da atividade e do ambiente de trabalho no 
qual exercemos nossas tarefas.
Conforme as partes do nosso corpo mais expostas existe um 
EPI específico para cada parte como veremos em seguida.
PROTEÇÃO PARA A CABEÇA
Se no ambiente de trabalho o operário está num local em que 
há probabilidade de queda de objetos de um nível acima do qual se 
encontra, ele deve usar um capacete de segurança com jugular.
 A jugular garante a estabilidade do capacete sobe a cabeça não 
permitindo que o mesmo caia e assim evitando que o trabalhador seja 
atingido por algum objeto projetado contra sua cabeça. A jugular dá 
uma volta por baixo do maxilar inferior prendendo o capacete, propor-
cionando liberdade, movimento, segurança e conforto.
PROTEÇÃO AUDITIVA
Caso haja ruído no ambiente de trabalho devem ser usados pro-
tetores auriculares que podem ser tipo plug ou tipo concha, a depen-
der do tipo de atividade. O protetor tipo plug não é indicado em áreas 
com muita poeira e graxas porque seria mais difícil mantê-los limpos 
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em meio a tantos contaminantes, neste caso o mais recomendado 
seria o abafador tipo concha. 
Ficará a critério dos especialistas da segurança indicar o mais 
adequado.
PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
As máscaras e filtros podem ser de poeira ou vapores químicos 
e orgânicos.
PROTEÇÃO FACIAL
Óculos, viseiras e protetores faciais para trabalhos com solda ou 
trabalhos abrasivos ou mecânicos no qual haja projeção de partículas 
na face.
PROTEÇÃO DAS MÃOS
As luvas de acordo com os elementos agressores podem ser de 
vários tipos de materiais. Existem as luvas de borracha para eletricis-
tas de acordo com a voltagem a qual ele estiver exposto, as luvas de 
PVC para trabalhos com exposição a substâncias químicas de vários 
tipos, luvas cirúrgicas, luvas de tecido e luvas de raspa de couro. 
PROTEÇÃO PARA OS PÉS
Sapatos, botas e botinas de segurança que podem ser de couro 
ou de borracha.
PROTEÇÃO PARA OS MEMBROS SUPERIORES
Mangotes de raspa de couro para os braços.
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PROTEÇÃO PARA OS MEMBROS INFERIORES 
Caneleiras para proteção das pernas contra projeção de objetos 
e picadas de animais peçonhentos.
PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS EM ALTURAS
Cintos de segurança tipo paraquedista 
com dois talabartes1 e cinturões.
PROTEÇÃO DO TRONCO
Cintas para o tronco e abdômen para evitar 
lesões no tronco, em serviços que exigem maio-
res esforços físicos como levantamento de peso.
Especificados os EPI é importante sabermos ainda que, de 
acordo com a NR6.6, são obrigações dos empregadores:
 D Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
 D Exigir seu uso;
 D Fornecer ao trabalhador somente o equipamento aprovado 
pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e 
saúde no trabalho;
 D Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda 
e conservação;
 D Substituir imediatamente o EPI quando danificado ou extra-
viado;
 D Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; 
 D Comunicar o MTE qualquer irregularidade observada.
TALABARTE
É uma correia ou tira de 
couro ou nylon que tem 
um gancho com trava 
em uma extremidade 
para prender instru-
mentos musicais como 
surdo ou repinique. 
No caso do cinto de 
segurança o talabarte 
é fixado à estrutura do 
cinto e o gancho serve 
para prender o trabalha-
dor a uma estrutura fixa 
e segura.
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Já com relação ao empregado são observadas as seguintes 
obrigações, de acordo com a NR-6.7:
 D Utilizar o EPI apenas para a finalidade a que se destina;
 D Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
 D Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne 
impróprio ao uso; 
 D Cumprir as determinações do empregador sob o uso pessoal.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
O EPI não evita o acidente, mas, caso ocorra ele estará atenu-
ando ou eliminando os agravos e danos que os riscos podem causar à 
saúde do trabalhador.
Além disso, com o uso do EPI os empregados não estarão su-
jeitos a receber insalubridade, por exemplo, caso o protetor auricular 
elimine ou neutralize o nível de ruído a patamares seguros. De acordo 
com as normas, a empresa estará isenta depagar insalubridade de 
acordo com a NR15.4.1, alínea b (norma regulamentadora Nº 15).
A vida útil dos equipamentos de proteção individual depende 
normalmente dos seguintes fatores: Qualidade do material com o qual 
foi confeccionado, condições de armazenamento, limpeza e conser-
vação, uso adequado para cada tipo de risco específico para o qual foi 
projetado e a garantia da qualidade que é atestada pelo certificado de 
aprovação CA do Ministério do Trabalho.
Por isso é fundamental o treinamento para seu uso e conservação.
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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA - EPC
Equipamento de proteção coletiva é qualquer conjunto ou es-
trutura, fixa ou móvel, ou até mecanizada, que tem o objetivo de obs-
tar os riscos que têm potencial para causar danos ao trabalhador. Os 
equipamentos de proteção coletiva são usados quando os equipa-
mentos individuais não protegem de modo eficiente os trabalhadores 
expostos aos riscos. 
Veremos a seguir alguns exemplos destes equipamentos e sua 
utilização:
PRINCIPAIS TIPOS DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA
ANDAIMES TUBULARES
Os serviços que envolvem trabalhos em altura são extrema-
mente perigosos e têm grande potencial para causar acidentes. Os 
danos que podem resultar da queda de um trabalhador são muito gra-
ves, havendo possibilidade de fraturas, ferimentos e quase sempre, 
nas quedas de grandes alturas, a morte do trabalhador.
Nesses casos, os andaimes tubulares são equipamentos de pro-
teção coletiva bastante eficazes, desde que atendam ao que dispõe a 
NR18, que trata dos serviços da construção e trabalhos em altura. Vale 
salientar que este tipo de equipamento não dispensa o uso do EPI tipo 
cinto de segurança.
Ainda segundo a NR18, que regulamenta também os trabalhos 
na construção civil, nos andaimes as pranchas de madeira não podem 
ser sobrepostas. São utilizados em áreas de montagem industrial que 
envolve trabalhos em altura e plataformas provisórias de maiores 
dimensões.
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GIRAFA
Plataforma mecanizada com dispositivo de comando para ele-
vação de uma gaiola com guarda-corpo, fixada numa lança articulada 
e que se movimenta em todas as direções. 
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GUARDA-CORPO E PERIFERIA DE LAJE
Construção de guarda-corpo na periferia das lajes de edifícios a 
fim de evitar a queda de pessoas, objetos e ferramentas.
CONES DE SINALIZAÇÃO
São equipamentos de PVC ou borracha, na forma cônica, geral-
mente com listas horizontais nas cores preto e amarelo ou laranja e 
branco. São usados para sinalização de áreas interditadas temporaria-
mente ou equipamentos estacionados em vias públicas.
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LAVA-OLHOS/ CHUVEIROS
São estruturas que servem para lavagem de olhos atingidos por 
substâncias abrasivas e chuveiros para banho com água potável do 
corpo quando atingido por substâncias abrasivas.
 
PLACAS DE SINALIZAÇÃO
São placas contendo frases, palavras, gravuras que advertem 
pessoas sobre situações de risco; símbolos, advertências sobre cum-
primento de normas de segurança, comunicação de rotas, identifica-
ção de máquinas e equipamentos. 
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Indicação de Leitura Complementar
Para complementar seus conhecimentos sobre o assunto leia os 
textos indicados abaixo:
 D MARANGON, Carlos. Certificado de aprovação – C.A. [s/d]. 
Disponível em <http://www.areaseg.com/artigos/>. Acesso em 
25/11/2010. 
No texto o autor aborda de forma detalhada a importância do CA no 
controle da fabricação e distribuição e a qualidade dos EPI.
 D BORBA, Heitor. A responsabilidade do empregador quanto ao 
EPI. 2008. Disponível em <http://www.artigos.com/artigos/
sociais/administracao/recursos-humanos/a-responsabilida-
de-do-empregador-quanto-ao-epi-6796/artigo/>. Acesso em 
25/11/2010.
No artigo, o autor descreve sobre o papel do empregador na proteção 
de seus trabalhadores conforme preconiza a NR-6.
 
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Para refletir
Atualmente vivemos um acelerado processo de desenvolvimento 
tecnológico. Reflita em que o avanço tecnológico pode interferir na 
melhoria da qualidade e no surgimento de novas opções de proteção 
coletiva e individual dos trabalhadores. Coloque suas reflexões sobre 
o tema no AVA e compare-as com as dos seus colegas.

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