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Pena privativa de liberdade III

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Pena privativa de liberdade
(Parte III)
 Pontos importantes 
→ Em situações que prejudicam a situação
do agente, os novos percentuais só podem
ser aplicados para os fatos praticados após
a lei 13.964/2019.
→ Irretroatividade da lei penal.
→ O STJ já decidiu que, quanto ao regime
de execução, por constar do Código Penal,
a natureza da lei é material.
→ Embora o máximo de tempo que uma
pessoa pode ficar na prisão seja de 40
anos, o percentual de cumprimento da
pena deve ser calculado sobre o total da
pena imposta.
→ Se forem aplicadas ao condenado,
cumulativamente, penas privativas de
liberdade e de multa, o inadimplemento
voluntário da multa impede a progressão
de regime prisional, em face da ausência
do requisito subjetivo legalmente exigido
(mérito).
→ O sistema de progressão de regime no
Brasil não é compatível com a progressão
por saltos.
→ Se cumpriu 1/6 da pena no regime
fechado. Conseguiu progredir para o
semiaberto, mas não havia vagas. Se o
condenado cumpre mais 1/6 da pena
novamente no regime fechado, quando
deveria ir para o semiaberto, poderá passar
direto para o aberto. Problema foi de
insuficiência do Estado.
 Regressão 
É a transferência do condenado para
regime prisional mais severo do que aquele
em que se encontra.
Ex: Preso estrava no semiaberto e é
removido para o regime fechado.
Art. 118 – A execução da pena privativa de
liberdade ficará sujeita à forma regressiva,
com a transferência para qualquer dos
regimes mais rigorosos, quando o
condenado:
I – Praticar fato definido como crime doloso
ou falta grave;
II – Sofrer condenação, por crime anterior,
cuja pena, somada ao restante da pena em
execução, torne incabível o regime (artigo
111);
§1° O condenado será transferido do
regime aberto se, além das hipóteses
referidas nos incisos anteriores, frustrar os
fins da execução ou não pagar, podendo, a
multa cumulativamente imposta.
§2° Nas hipóteses do inciso I e do
parágrafo anterior, deverá ser ouvido
previamente o condenado.
Lei de execuções penais (7.210/1984)
Art. 50 – Comete falta grave o condenado à
pena privativa de liberdade que:
I – Incitar ou participar de movimento para
subverter a ordem ou a disciplina;
II – Fugir;
III – Possuir, indevidamente, instrumento
capaz de ofender a integridade física de
outrem;
IV – Provocar acidente de trabalho;
V – Descumprir, no regime aberto, as
condições impostas;
VI – Inobservar os deveres previstos nos
incisos II e V, do artigo 39, desta lei.
VII – Tiver em sua posse, utilizar ou
fornecer aparelho telefônico, de rádio ou
similar, que permita a comunicação com
outros presos ou com o ambiente externo.
VIII – Recusar submeter-se ao
procedimento de identificação do perfil
genético. 
 Regressão por saltos 
→ É possível a regressão por saltos, ou
seja, a passagem direta de um regime
aberto para o fechado
→ Art. 118, caput, lei de execuções penais
traz a seguinte expressão: “Transferência
para qualquer dos regimes mais rigorosos.”
 Regime especial 
→ Art. 5° XLVIII, CF/88 – A pena será
cumprida em estabelecimentos distintos, de
acordo com a natureza do delito, a idade e
o sexo do apenado;
→ Art. 5° L, CF/88 – Ás presidiárias serão
asseguradas condições para que possam
permanecer com seus filhos durante o
período de amamentação;
→ Art. 82. §1°, LEP – A mulher e o maior
de sessenta anos, separadamente, serão
recolhidos a estabelecimento próprio e
adequado à sua condição pessoal.
→ Art. 89 LEP – Além dos requisitos
referidos no art. 88, a penitenciária de
mulheres será dotada de seção para
gestante e parturiente e de creche para
abrigar crianças maiores de 6 meses e
menores de 7 anos, com a finalidade de
assistir a criança desamparada cuja
responsável estiver presa.
 Regime disciplinar diferenciado 
→ Com a lei 13.964/2019 (pacote
anticrime) o regime disciplinar diferenciado
sofreu diversas mudanças e impondo
regras mais rigorosas;
→ Disposto no artigo 52 da lei de
execuções penais (lei 7.210/1984)
Art. 52, LEP – Aplicável ao preso
provisório, ao condenado definitivo,
nacional ou estrangeiro, REGRAS:
I – Duração máxima de até 2 anos, sem
prejuízo de repetição da sanção por nova
falta grave de mesma espécie
II – Recolhimento em cela individual;
III – Visitas quinzenais, de 2 pessoas por
vez, a serem realizadas em instalações
equipadas para impedir o contato físico e a
passagem de objetos, por pessoa da
família ou, no caso de terceiro, autorizado
judicialmente, com duração de 2 horas;
IV – Direito do preso à saída da cela por 2
horas diárias para banho de sol, em grupos
de até 4 presos, desde que não haja
contato com presos do mesmo grupo
criminoso;
V – Entrevistas sempre monitoradas,
exceto aquelas com seu defensor, em
instalações equipadas para impedir o
contato físico e a passagem de objetos,
salvo expressa autorização judicial em
contrário;
VI – Fiscalização do conteúdo da
correspondência;
VII – Participação em audiências judiciais
preferencialmente por videoconferência,
garantindo-se a participação do defensor
no mesmo ambiente do preso;
Hipóteses de regime disciplinar
diferenciado:
a) Com a prática de fato previsto como
crime doloso, que constitui falta grave,
desde que ocasione subversão da ordem
ou disciplina internas, sem prejuízo da
sanção penal correspondente ao delito
cometido (LEP, art. 52, caput);
b) Quando o preso apresentar alto risco
para a ordem e a segurança do
estabelecimento penal ou da sociedade
(LEP, art. 52, §1°, I); e
c) Quando recair sobre o preso fundadas
suspeitas de envolvimento ou participação,
a qualquer título, em organização
criminosa, associação criminosa ou milícia
privada, independentemente da prática de
falta grave (LEP, art. 52, §1°, II).
 Trabalho do preso 
→ O trabalho do preso será sempre
remunerado, sendo-lhe garantidos os
benefícios da Previdência social.
→ O trabalho do preso é obrigatório. Sua
negativa injustificada acarreta falta grave e
impede a progressão de regime e liberdade
condicional.
→ O trabalho é uma das principais formas
de ressocialização do condenado,
retirando-lhe do ócio e motivando-o à
reinserção social.
→ Não se trata de trabalho forçado, pois se
envolveria castigos e não seria remunerado
Art. 39, CP – O trabalho do preso será
sempre remunerado, sendo-lhe garantidos
os benefícios da previdência social.
 Remição 
É o benefício, da competência do juízo de
execução, consistente no abatimento de
parte da pena privativa de liberdade pelo
trabalho ou pelo estudo.
Súmula 341, STJ: “A frequência a curso
formal é causa de remição de parte do
tempo de execução de pena sob regime
fechado ou semiaberto”.
 Remição pelo estudo 
→ No que diz respeito ao estudo a remição
representa o abatimento de 1 dia de pena a
cada 12 horas de frequência escolar,
divididas em no mínimo 3 dias em atividade
de ensino fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de
requalificação profissional.
→ Art. 126 LEP – O condenado que
cumpre a pena em regime fechado ou
semiaberto poderá remir, por trabalho ou
por estudo, parte do tempo de execução da
pena.
§1° A contagem de tempo referida no caput
será feita à razão de:
I – 1 dia de pena a cada 12 horas de
frequência escolar – atividade de ensino
fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de
requalificação profissional – divididas, no
mínimo, em 3 dias; 
→ Art. 126 LEP §5° - O tempo a remir em
função das horas de estudo será acrescido
de 1/3 no caso de conclusão do ensino
fundamental, médio ou superior durante o
cumprimento da pena, desde que
certificada pelo órgãocompetente do
sistema de educação.
 Regras comuns à remição 
1) Quanto mais o condenado trabalhar ou
estudar, maior será o desconto da pena.
Não há limite para a remição.
2) É passível de aplicação a todas as
modalidades de crimes inclusive os
hediondos e equiparados, pois não existe
restrição legal.
3) É cabível para os presos provisórios
4) A remição será declarada pelo juiz de
execução.
5) O tempo remido será computado como
pena cumprida
6) É possível a cumulatividade da remição
pelo trabalho e pelo estudo, desde que
compatíveis entre si.
IMPORTANTE!!!
Súmula 533, STJ: “Para o reconhecimento
da prática de falta disciplinar no âmbito da
execução penal, é imprescindível a
instauração de procedimento administrativo
pelo diretor do estabelecimento prisional,
assegurando o direito de defesa, a ser
realizado por advogado constituído ou
defensor público nomeado.
 Detração penal 
É o desconto, na pena privativa de
liberdade, ou na medida de segurança, do
tempo de prisão provisória ou de
internação já cumprido pelo condenado.
Ex: Se alguém foi preso por homicídio e
permaneceu segredado por 2 anos até o
trânsito em julgado da sentença
condenatória, que lhe impôs a pena de 12
anos, restará a ele cumprir 10 anos.
→ Art. 42, CP – Computam-se, na pena
privativa de liberdade e na medida de
segurança, o tempo de prisão provisória,
no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão
administrativa e o de internação em
qualquer dos estabelecimentos referidos no
artigo anterior.
Detração e penas restritivas de direitos
→ É possível a incidência da detração
penal nas penas restritivas de direitos de
prestação de serviços à comunidade ou a
entidades públicas, interdição temporária
de direitos e limitação de fim de semana,
pois são aplicáveis em substituição ás
penas privativas de liberdade pelo mesmo
tempo de sua duração.
→ Art. 55, CP – As penas restritivas de
direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI
do art. 43 terão a mesma duração da pena
privativa de liberdade substituída,
ressalvado o disposto no §4° do art. 46.
 Detração e pena de multa 
→ Não se admite a detração penal no
campo da pena de multa, diante da
vedação legal da conversão desta última
em pena privativa de liberdade. Ademais, o
artigo 42 do CP excluiu a incidência do
instituto para a sanção pecuniária.
Lembrando que: a pena privativa de
liberdade e a pena de multa tem finalidades
diferentes e não há um critério legal capaz
de expressar em dias-multa o tempo de
prisão provisória.
Aplicação da pena
privativa de liberdade 
A atividade de aplicar a pena,
exclusivamente judicial, consiste em fixá-la
na sentença, depois de superadas todas as
etapas do devido processo legal, em
quantidade determinada e respeitando os
requisitos legais, em desfavor do réu a
quem foi imputada a autoria ou participação
em uma infração penal.
Pontos importantes:
→ Trata-se de ato discricionário do juiz.
Porém é vinculado, juiz está preso aos
parâmetros que a lei estabelece.
→ Justa aplicação da pena – atenção as
exigências da espécie concreta:
1) Singularidades;
2) Nuanças objetivas;
3) Pessoa a quem a sanção se destina
Teoria das margens
Pressuposto para a aplicação da pena
Culpabilidade do agente:
– Imputabilidade
– Potencial consciência da ilicitude
– Exigibilidade de conduta diversa
Obs. A culpabilidade é pressuposto de
aplicação da pena e a periculosidade para
aplicação de medida de segurança.
Sistemas ou critérios para aplicação da
pena
Critério trifásico – Nélson Hungria
→ Existem 3 etapas para a dosimetria da
pena:
1) Juiz fixa a pena-base com o apoio das
circunstâncias judiciais;
2) Aplica atenuantes e agravantes
genéricas;
3) Aplicas as causas de diminuição e
aumento da pena;
Aplicação da pena – código penal
Cálculo da pena
Art. 68 – A pena – base será fixada
atendendo-se ao critério do art. 59 deste
código; em seguida serão consideradas as
circunstâncias atenuantes e agravantes;
por último, as causas de diminuição e de
aumento.
Parágrafo único – No concurso de causas
de aumento ou de diminuições previstas na
parte especial, pode o juiz limitar-se a um
só aumento ou a uma só diminuição,
prevalecendo, todavia, a causa que mais
aumente ou diminua.
Elementares e circunstâncias
→ Elementares ou elementos: são os
fatores que compõem a estrutura da figura
típica, integrando o tipo fundamental 
Ex: Art. 121, CP – Matar alguém.
→ Circunstâncias: são os dados que
agregam ao tipo fundamental para o fim de
aumentar ou diminuir a quantidade de
pena.
Ex: “Motivo torpe”, “relevante valor moral”.
ATENÇÃO!!!
A forma mais segura de distinguir se
determinado fator previsto em lei constitui-
se em elementar ou circunstância é pelo
critério da exclusão. Se sua retirada
resultar na atipicidade do fato ou na
desclassificação para outro delito, trata-se
de elementar. Se subsistir o mesmo crime,
alterando-se somente a quantidade de
pena, trata-se de circunstância.
Classificação das circunstâncias
→ Circunstâncias legais: São aquelas
que estão previstas no CP. Espécies:
qualificadoras, atenuantes e agravantes
genéricas e as causas de diminuição e
aumento de pena.
→ Circunstâncias judiciais: São aquelas
relacionadas ao crime e ao agente, e
alcançadas pela atividade judicial –
dependem de valoração do magistrado
(segue as regras do artigo 59, CP). E tem
caráter subsidiário ou residual – somente
incidem quando não figuram as
circunstâncias legais.
Compensação entre circunstâncias
É possível a compensação somente
quando dentro da mesma fase, sob pena
de frustras o sistema trifásico estabelecido
em lei.
Ex: Na 1° fase o magistrado pode
compensar maus antecedentes
(circunstância judicial desfavorável ao réu)
com comportamento inadequado da vítima
(circunstância favorável ao réu).
→ É vedada a compensação envolvendo
fases distintas.
Ex: Juiz não pode compensar a
personalidade desajustada do réu
(circunstância desfavorável da 1° fase) com
menoridade relativa (atenuante genérica da
2° fase).
Agravantes genéricas e causas de
aumento de pena
→ Agravantes genéricas:
1) Estão previstas taxativamente nos arts.
61 e 62, CP e são aplicadas aos delitos em
geral.
2) Exasperação da pena respeita o limite
máximo cominado na lei e é definida pelo
juiz.
3) Incidem na 2° fase da aplicação da
pena.
→ Causas de aumento de pena:
1) Encontradas na parte geral (art. 70,
71…), especial (art. 155, parag. 1°) do CP
e legislação especial (lei 11.343/2006, art.
40).
2) Previstas em quantidade fixa (1/3) ou
variável (de 1/6 a 2/3). Podem aumentar a
pena acima do limite máximo legal.
3) Incidem na 3° fase da aplicação da
pena.
Atenuantes genéricas e causas de
diminuição de pena
→ Atenuantes genéricas:
1) Estão previstas exemplificativamente
nos arts. 65 e 66, CP e são aplicadas aos
delitos em geral.
2) Abrandamento da pena respeita o limite
mínimo cominado na lei e é definida pelo
juiz.
3) Incidem na 2° fase da aplicação da pena
→ Causas de diminuição de pena:
1) Encontradas na parte geral (art. 16,
21…), especial (art. 121, parag. 1°) do CO
e legislação especial (lei 11.343/2006, art.
33, parag. 4°).
2) Previstas em quantidade fixa (1/3) ou
variável (de 1/3 a 2/3). Podem reduzir a
pena abaixo do mínimo legal.
3) Incidem na 3° fase da aplicação da
pena.
IMPORTANTE!!!
→ O art. 68, CP adotou o critério trifásico,
impondo a dosimetria da pena em três
fases distintas e sucessivas.
→ Cada etapa de fixação da pena deve ser
suficientemente fundamentada pelo
julgador – individualização da pena e ampla
defesa;
→ A ausência de fundamentação leva à
nulidade da sentença (art. 93, IX, CF/88)
ou, pelo menos, haverá redução da pena
ao mínimo legal pela instância superior.
→ Prevalece oentendimento de que a
aplicação da pena no mínimo legal não
necessita de motivação, em face da
inexistência de prejuízo ao réu.
Regras do sistema trifásico 
1) Na pena-base o juiz deve navegar
dentro dos limites legais cominados à
infração penal, isto é, não pode ultrapassar
o patamar mínimo nem o máximo
correspondente ao crime ou à
contravenção penal pelo qual o réu foi
condenado.
2) Se estiverem presentes agravantes ou
atenuantes genéricas, a pena não pode ser
elevada além do máximo abstratamente
cominado nem reduzida aquém do mínimo
legal.
3) As causas de aumento e de diminuição
de pena são aplicáveis em relação à
reprimenda resultante da 2° fase, e não
sobre a pena-base. E, se existirem causas
de aumento ou de diminuição, a pena pode
ser definitivamente fixada acima ou abaixo
dos limites máximo e mínimo
abstratamente definidos pelo legislador.
4) Na ausência de agravantes e/ou
atenuantes genéricas, e também de causas
de aumento e/ou diminuição da pena, a
pena-base resultará como definitiva.
Etapas posteriores à dosimetria da pena 
→ Após a operação relativa à dosimetria da
pena, a próxima etapa é determinar o
regime inicial de cumprimento da pena:
fechado, semiaberto ou aberto.
→ Depois disso, o magistrado deve
analisar, na própria sentença condenatória,
a possibilidade de substituição de pena
privativa de liberdade por restritiva de
direitos ou multa. 
→ Se não for cabível a substituição, mas a
pena for igual ou inferior a 2 anos, se
presentes os requisitos legais, aplica a
suspensão condicional da pena. (Deve ser
fundamentada se aplicada e também se
não for aplicada).
→ Depois de concretizada a sanção penal,
o juiz fixará valor mínimo para a reparação
dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos sofridos pelo
ofendido. (Art. 387, IV, CPP). STJ entende
ser necessário pedido expresso, que pode
abranger danos materiais e morais.
→ Não havendo substituição nem
suspensão condicional da pena (SURSIS)
o magistrado decidirá, na sentença, sobre a
manutenção da pena privativa de liberdade
ou aplicação de outra medida cautelar. (Art.
387, parág. 1°, CPP).
Primeira fase – fixação da pena base
→ Para o cálculo da pena base, o juiz se
vale das circunstâncias judiciais
(também chamadas de inominadas)
presentes no artigo 59, CP:
→ Art. 59 – O juiz, atendendo à
culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
social, à personalidade do agente, aos
motivos, às circunstâncias e consequências
do crime, bem como ao comportamento da
vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime:
I – As penas aplicáveis dentre as
cominadas;
II – A quantidade de pena aplicável, dentro
dos limites previstos;
III – O regime inicial de cumprimento da
pena privativa de liberdade; 
IV – A substituição da pena privativa da
liberdade aplicada, por outra espécie de
pena, se cabível.
→ Busca-se evitar o excesso de pena;
→ Não justificativa – nulidade (art. 93, IX,
CF/88).
→ No Brasil há uma tendência à “cultura da
pena mínima”.
→ Na fixação da pena base – deve-se
respeitar o princípio da proporcionalidade
ATENÇÃO!!! 
→ O julgador deve ter prudência ao
determinar a quantidade de pena aplicável
a fim de evitar o bis in idem – dupla
punição.
Ex: crime de lesões corporais contra idosa
de 90 anos.
1) 1° fase: exaspera a pena base –
covardia e superioridade de forças;
2) 2° fase: impões agravante genérica –
crime contra pessoa acima de 60 anos (art.
61, II, “h”, CP).
Seria uma dupla punição pelo mesmo fato.
Circunstâncias judiciais
1. Culpabilidade: Diz respeito ao agente.
Deve ser compreendida como o juízo de
reprovabilidade, o juízo de censura que
recai sobre o responsável por um crime ou
contravenção penal, no intuito de
desempenhar o papel de pressuposto de
aplicação da pena. Não tem a ver com a
dosimetria. Atende ao critério constitucional
de individualização da pena. Expressão:
grau de culpabilidade.
2. Antecedentes: Diz respeito ao agente.
São os dados atinentes à vida pregressa
do réu na seara criminal. Fatos e
acontecimentos que envolvem seu passado
criminal, contidos na folha criminal.
→ Inquéritos policiais ou ações penais que
não transitaram em julgado – não podem
ser considerados maus antecedentes.
→ Súmula 444, STJ; “É vedada a utilização
de inquéritos policiais e ações penais em
curso para agravar a pena-base”.
→ Sistema de perpetuidade com relação
aos antecedentes adotados pelo CP: o
decurso do tempo após o cumprimento ou
extinção da pena. Não elimina esta
circunstância judicial desfavorável, ao
contrário do que se verifica na reincidência.
Já ouve decisão contrária pelo STF.
Reincidência é mais grave e é extinta após
5 anos. Sistema de temporariedade. Mas o
julgamento foi suspenso.
3. Conduta social: é também conhecida
como os “antecedentes sociais” do réu.
Estilo de vida perante sociedade, trabalho,
família, círculo de amizades. É diferente
dos maus antecedentes, porque esses
últimos dizem respeito ao passado no
âmbito criminal. Antecedentes sociais x
antecedentes criminais
4. Personalidade do agente: diz respeito
ao perfil subjetivo agente. Analisa os
aspectos moral e psicológico do agente,
buscando compreender se tem ou não
caráter voltado à prática de infrações
penais. Observa-se o seu modo de agir,
instabilidade acentuada, maldade,
desonestidade, perversidade.
Condenações anteriores são
desconsideradas nesse aspecto.
5. Motivos do crime: diz respeito aos
fatores psíquicos que levam a pessoa a
praticar o crime ou a contravenção penal.
São dinâmicos, mutáveis, desvinculados do
tipo penal, revelam desejos. Essa
circunstância judicial só será utilizada
quando a motivação não caracterizar
elementar, nem qualificadora, nem causas
de diminuição ou aumento de pena,
agravante ou atenuante.
Ex: motivo fútil (qualificadora ou agravante
genérica, se já tiver sido usada outra).
Motivos do crime não se confundem com
dolo ou culpa.
6. Circunstâncias do crime: São os dados
acidentais, secundários, relativos à infração
penal, mas que não integram a sua
estrutura.
Ex: Modo de execução do crime,
instrumentos empregado em sua prática,
condições de tempo e local,
relacionamento entre agente e ofendido.
Ex²: elevação da pena-base de
estelionatário que detinha a confiança do
ofendido.
7. Consequências do crime: Envolvem o
conjunto de efeitos danosos provocados
pelo crime, em desfavor da vítima de seus
familiares ou da coletividade.
Ex: medo que resulta como consequência
em uma vítima de estupro. Medo que resta
em quem presencia o delito. Não funciona
como fator de exasperação da pena. 
8. Comportamento da vítima: é a atitude da
vítima, que tem o condão de provocar ou
facilitar a prática do crime. Circunstância
judicial ligada à vitimologia.
Ex: manusear dinheiro dentro de ônibus ou
no meio da rua em bairro onde há alta
criminalidade.
Obs.: Trata-se de circunstância judicial
neutra ou favorável ao réu. Jamais vai
prejudicá-lo. 
Segunda fase: agravantes e atenuantes
São circunstâncias legais, de natureza
objetiva ou subjetiva, não integrantes da
estrutura do tipo penal, mas que a ele se
ligam com a finalidade de diminuir ou
aumentar a pena.
→ Atenuantes e agravantes são de
aplicação compulsória, ou seja, o
magistrado não pode deixar de considerá-
las.
→ Agravantes: Arts. 61 e 62 do CP rol
taxativo
→ Atenuantes: Arts. 65 e 66 do CP. rol
exemplificativo.
→ Obs.¹: Agravantes não podem elevar a
pena acima do máximo legal.
→ Obs.²: Atenuantes não podem reduzir a
pena abaixo do mínimo legal. (Súmula 231,
STJ).
→ Obs.³: Na prática forense, consagrou-se
1/6 de aumento ou diminuição sobre a
pena-base.Circunstâncias agravantes
Agravantes no caso de concurso de
pessoas.
→ Art. 62 – A pena será ainda agravada em
relação ao agente que: 
I – Promove, ou organiza a cooperação no
crime ou dirige a atividade dos demais
agentes;
II – Coage ou induz outrem à execução
material do crime;
III – Instiga ou determina a cometer o crime
alguém sujeito à sua autoridade ou não-
punível em virtude de condição ou
qualidade pessoal;
IV – Executa o crime, ou nele participa,
mediante paga ou promessa de
recompensa.
Reincidência
Art. 63, CP – “Verifica-se a reincidência
quando o agente comete novo crime,
depois de transitar em julgado a sentença
que, no País ou no estrangeiro, o tenha
condenado por crime anterior”.
2) Falha na tarefa retributiva – O agente
não se atemorizou o suficiente com o
castigo e decidiu voltar a delinquir,
descumprindo novamente a lei penal.
3) É constitucional a opção do legislador de
incluir a reincidência no rol das agravantes
genéricas.
Requisitos para a reincidência:
1) Um crime, cometido no Brasil, ou em
outro país;
2) Condenação definitiva, isto é, com
trânsito em julgado, por esse crime;
3) Prático de novo crime.
Obs.: Só existe reincidência quando o
novo crime tiver sido praticado depois
do trânsito em julgado da condenação
anterior.
Conclusões:
a) A condenação definitiva no exterior, pela
prática de contravenção penal, não serve
no Brasil, em nenhuma hipótese, como
pressuposto de reincidência;
b) É reincidente o agente que, depois do
trânsito em julgado de uma condenação
por crime ou contravenção penal (no
Brasil), cometer novo crime ( no Brasil ou
no estrangeiro) ou contravenção penal no
Brasil;
c) É reincidente aquele que, após o trânsito
em julgado de uma condenação no Brasil,
pela prática de contravenção penal,
cometer nova contravenção penal;
d) Não é reincidente o sujeito que, depois
do trânsito em julgado da condenação, no
Brasil, por contravenção penal, praticar no
Brasil ou no estrangeiro novo crime.
→ Adotou-se o sistema da temporariedade
no CP, limitando a validade da reincidência
ao período de 5 anos.

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