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Morte encefálica

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É a perda completa e irreversível das funções encefálicas. É de notificação compulsória. 
 
Pré-requisitos para preencher o diagnóstico de morte encefálica: 
▪ Coma aperceptivo – mesmo com estímulos dolorosos ECG 3 
- Acidente vascular encefálico hemorrágico ou isquêmico, trauma crânio encefálico, tumor de sistema nervoso central, 
encefalopatia hipóxico isquêmica pós-parada cardiorrespiratória. 
▪ Apneia persistente 
▪ Lesão irreversível (AVEh, tumor, encefalopatia isquêmica) 
▪ Ausência de fatores tratáveis → excluir todos esses fatores, são fatores de confusão 
- Distúrbios metabólicos (glicemia, sódio), hipotermia (<32ºC abolição do reflexo fotomotor, <28ºC abolição de outros 
reflexos como palpebral, reflexo de tosse, reflexo calórico, entre outros), drogas sedativas, hipnóticas, analgésicas e 
bloqueadores neuromusculares (manter em observação: meia vida multiplica por 4 ou 5, ex.: 10h x 4 ou 5, vai deixar 
paciente em observação por aproximadamente 48 horas). 
▪ Temperatura acima de 35ºC 
▪ PAS >100mmHg ou PAM >65mmHg 
▪ Mais de 6 horas de observação (PCR com retorno da função cardíaca e sem função encefálica → observação por 24 
horas 
 
Abrindo protocolo 
1. Causa de morte encefálica conhecida 
2. Afastar fatores de confusão 
3. Realizar dois testes clínicos, por dois profissionais diferentes, separados por intervalo adequado a idade do paciente 
- Testes clínicos devem ser realizados por profissional capacitado (neurologista/neurocirurgião, intensivista, 
emergencista, pediatra). 
- Deve constar ECG 3 e ausência de reflexos (fotomotor, córneo-palpebral, oculocefálico, vestibulares, tosse). 
- Intervalo entre testes: 7 dias de vida a 2 meses – 24 horas; 2 meses a 2 anos – 12 horas; maior que 2 anos – 1 hora. 
4. Verificar ausência de movimentos respiratórios (teste de apneia) – realizar uma única vez 
- PAS ≥ 100mmHg, FiO2 100% por 10 minutos, frequência do ventilador mecânico para normocapnia 35 a 45 PaO2 → 
coletar gasometria → desconectar ventilador, introduzir cateter pelo TOT até carina e O2 por 6l/minuto, observar 
movimentos respiratórios por 8 a 10 minutos (paCO2 >55mmHg), interromper o teste se: PAS <90mmHg, SpO2 <85% 
ou se arritmia cardíaca → coletar nova gasometria arterial e reconectar o ventilador mecânico até estabilizar (para 
doação, se for doador). 
5. Avisar CIHDOTT (comissão intra-hospitalar para doação de órgãos e tecidos para transplante) após o 1º teste 
6. Notificar a CET (central estadual de transplantes) e seguir as instruções 
7. Realizar exames complementares para confirmação do diagnóstico de morte encefálica 
- Arteriografia cerebral (fluxo); Doppler transcraniano (fluxo); EEG – silêncio ou <2mcV; Cintilografia cerebral – SPECT 
(fluxo e metabolismo). 
- Tempo entre os testes: 7 dias a 2 meses – 2 EEG em 48h; 2 meses a 1 ano – 2 EEG em 24h; 1 ano a 2 anos – 2 EEG 
em 12h ou qualquer outro exame apenas 1 vez; maior que 2 anos qualquer exame uma única vez. 
 
Termo de declaração de morte encefálica 
Deve constar: 
▪ Causa do coma 
▪ Exame neurológico 
▪ Exames clínicos 
▪ Exame complementar 
 
O horário do óbito se dá quando o último teste foi realizado.

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