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1 – PATOLOGIAS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 1 - ATEROSCLEROSE • É o ENRIJECIMENTO DA PAREDE ARTERIAL POR ACÚMULO DE LIPÍDEOS. Inicia-se com a deposição de lipídeos na camada íntima da artéria, posteriormente, ocorre a invasão da camada sub-íntima e diminuição da luz do arterial. A invasão da camada sub-íntima causa o enfraquecimento da resistência vascular com predisposição à formação de aneurismas, a diminuição da luz arterial compromete também o fluxo sanguíneo (lamelar para turbulento, predisposição à trombose) • Ocorre a deposição de colágeno na camada sub-íntima (fibrose) feita pelas fibras musculares lisas que se encontram na camada adventícia pela diminuição do lúmen. A aterosclerose acomete principalmente as artérias coronárias e cerebrais CAUSAS: • Dieta rica em lipídeos e obesidade • ↑ do colesterol LDL • Hipertensão arterial • Doenças metabólicas e idade COMPLICAÇÕES: • Calcificações distróficas • Trombose e embolização • Causa fibrose no coração por aumento do DC e pela hipertensão 1.2 – VERMES QUE AFETAM O SISTEMA CARDIOVASCULAR 1 – SPIROCERCA LUPI (ESPIROCERCOSE) HOSPEDEIRO DIFINITIVO: Cão e outros carnívoros HOSPEDEIRO PARENTÊMICO: Besouro HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Vertebrados infectados • Os carnívoros se infectam ao ingerir besouros coprófagos ou algum vertebrado infectado (galinhas, roedores e répteis). No estômago, as larvas infectantes são liberadas penetrando na mucosa gástrica, migrando pela parede das artérias gástricas e celíacas. As lesões causadas pelo parasito se devem pela sua migração e persistência das larvas adultas nos tecidos. Os vermes adultos são encontrados em nódulos na parede do esôfago, aorta, estômago e outros órgãos • No esôfago o parasita estimula a formação de tecido de granulação, culminando em esofagite granulomatosa. Na aorta torácica, os achados mais frequentes são os aneurismas aórticos pelas suas migrações erráticas ou paradas aleatórias DISFUNÇÃO II 2 – STRONGYLUS VULGARIS (STRONGLOISADE) HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Equino • A infecção ocorre por alimentação da L3 em pastos contaminados. Quando ocorre a ingestão da L3 as mesmas penetram na mucosa intestinal e se transformam em L4 na submucosa, estas penetram em pequenas artérias e migram no endotélio para a artéria mesentérica (cranial, caudal e ileocecólica), após um período de vários meses as larvas transformam-se em L5 e retornam à parede intestinal via luzes arteriais COMPLICAÇÕES: • A patogenia desse verme é feita pela sua migração até seu momento de parada, quando os vermes param na circulação da artéria mesentérica ocorre a alteração do fluxo sanguíneo normal (lamelar para turbulento) causando o acúmulo de plaquetas e tenho predisposição a formação de trombo na parede da artéria, a formação de trombo ainda pode causar aneurisma e assim isquemia nas alças intestinais 1.3 – ANOMALIAS NO DESENVOLVIMENTO CARDÍACO E DE GRANDES VASOS 1 – PERSISTÊNCIA DO DUCTO ARTERIOSO • Após o nascimento do animal ocorre o FECHAMENTO FUNCIONAL da parede do ducto arterioso pela interrupção do fluxo sanguíneo da placenta, fazendo com que a pressão da aorta aumente. Nos próximos meses do recém-nascido, o ducto arterioso torna-se anatomicamente ocluído devido a proliferação de tecido conjuntivo fibroso, chamado de LIGAMENTO ARTERIOSO. A causa do fechamento total está relacionada ao aumento da oxigenação do sangue que flui por ele • A persistência do ducto arterioso é um defeito que ocasiona a PERMANÊNCIA DA COMUNIÇÃO ENTRE A AORTA E A. PULMONAR, ocasionando um desvio de sangue do lado esquerdo para o direito. As sequelas irão depender do diâmetro do ducto persistente. CONSEQUÊNCIAS: VENTRÍCULO ESQUERDO • Hipertrofia excêntrica pela sobrecarga do volume sanguíneo • Congestão pulmonar pela grande parte de sangue lançada para a artéria pulmonar ao invés de ir para a grande circulação (a. aorta) VENTRÍCULO DIREITO • Hipertrofia concêntrica pelo aumento da pressão • Dilatação do átrio esquerdo devido ao aumento do fluxo sanguíneo oriundo dos pulmões • Predisposição à trombose pela alteração do fluxo sanguíneo 2 – DEFEITO DO SEPTO INTERVENTRICULAR • O septo interventricular é constituído por uma porção membranosa e uma porção muscular, a formação dos ventrículos direito e esquerdo ocorre em razão do crescimento do septo interventricular para que ocorra a oclusão da comunicação entre os dois ventrículos • A não oclusão dos ventrículos é quando ainda HÁ A COMUNICAÇÃO ENTRE OS VENTRÍCULOS que decorre geralmente de ALTERAÇÕES DE CRESCIMENTO DA PARTE MEMBRANOSA DO SEPTO. O grau das consequências está relacionado com o tamanho da comunicação ainda existente, os sinais clínicos aparecem só após o nascimento do animal em razão das alterações de pressão nas câmaras cardíacas CONSEQUÊNCIAS: VENTRÍCULO ESQUERDO-DIREITO • Grande desvio de sangue do ventrículo esquerdo para o direito VENTRÍCULO ESQUERDO • Hipertrofia excêntrica devido ao aumento do volume sanguíneo que chega aos pulmões VENTRÍCULO DIREITO • Hipertrofia concêntrica devido à sobrecarga de pressão 3 – PERSISTÊNCIA DO FORAME OVAL • O forame oval é um canal entre os dois átrios que possibilita, na vida fetal, que o sangue oxigenado flua através do forame oval, do átrio direito para o átrio esquerdo pela maior pressão existente no átrio direito. • O FECHAMENTO DO FORAME OVAL ocorre após o nascimento fetal pela INVERSÃO DE PRESSÕES DOS ÁTRIOS (a pressão do átrio esquerdo torna-se maior que a do átrio direito). O não fechamento do forame atrial trás consequências ao septo atrial que irão depender do tamanho do forame CONSEQUÊNCIAS: VENTRÍCULO DIREITO • Hipertrofia excêntrica e hipertensão pulmonar pelo grande desvio de sangue do átrio esquerdo para o átrio direito 4 – TRANSPOSIÇÃO DE GRANDES VASOS (TGV) • É quando a aorta se origina diretamente do ventrículo direito e a. pulmonar do ventrículo esquerdo, resultando em circulações pulmonares e sistêmicas paralelas independentes • A TGV pode ou não estar associada a outros defeitos congênitos cardiovasculares. Quando associado a PERSISTÊNCIA DO FORAME OVAL ou ao DEFEITO DO SEPTO INTERVENTRICULAR pode possibilitar a MISTURA DE SANGUE ARTERIAL E VENOSO, o que pode propiciar a sobrevida do animal, causando IC 5 – TETRALOGIA DE FALLOT CAUSAS: • Acontece devido ao desenvolvimento inadequado do septo atrial, ocasionando a superposição da aorta e obstrução do fluxo sanguíneo direito • A intensidade de cada lesão que compõe a tetralogia vai determinar a sua gravidade. É um defeito quase sempre letal nas espécies domésticas FISIOPATOLÓGIA: • Em função da DEXTRAPOSIÇÃO DA AORTA, ou seja, por sua ORIGEM BIVENTRICULAR, a aorta recebe sangue de ambos os ventrículos. Por meio do DEFEITO DO SEPTO INTERVENTRICULAR, o sangue do ventrículo esquerdo flui para o ventrículo direito, consequentemente, para a aorta. Pela ESTENOSE DA ARTÉRIA PULMONAR, pouca quantidade de sangue do ventrículo direito passa para os pulmões. Como o lado direito do coração está submetido a uma sobrecarga de pressão, secundariamente, desenvolve-se uma HIPERTROFIA CONCÊNTRICA DO MIOCÁRDIO VENTRICULAR DIREITO 1.4 – PROCESSOS INFLAMATÓRIOS E DEGENERATIVOS DO ENDOCÁRDIO 1 – ENDOCARDITE • Processo inflamatório do endocárdio. A inflamação pode ser localizada nas válvulas (endocardite valvular) ou na parede de átrios e ventrículos (endocardite mural) ENDOCARDITE VALVULAR BACTERIANA: • Suas causas são geralmente bacterianas de processos inflamatórios em outros locais, como abscessos pulmonares, hepáticos por estafilococos e streptcocos. As válvulas são estruturas do coração que apresentam movimento contínuo, com aposição de suas margens, e por essa razão, são predispostas a um maior DESGASTE FISIOLÓGICO.Esse desgaste favorece a ADERÊNCIA e PROLIFERAÇÃO BACTERIANA lesionado pelo trauma da oposição. Com a LESÃO ENDOTELIAL, ocorre a exposição de proteínas da matriz extracelular que ativam fatores de coagulação, formando coágulos no endotélio e danificando a infiltração leucocitária • Bactérias se ligam avidamente a integrinas expressas em células endoteliais, como fibrinogênio, fibrina e plaquetas, podendo desencadear a produção de FATOR TECIDUAL e AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA, causando o TROMBO DE ENDOCARDITE BACTERIANO 2 – ENDOCARDIOSE VALVULAR • Processo degenerativo da válvula cardíaca. Ocorre o depósito de glicosaminoglicanos e degeneração do colágeno da válvula pela formação de nódulos fibrosos no folheto da superfície livre da válvula • É mais frequente em cães idosos e cardiopatas com metabolismo alterado CONSEQUÊNCIAS: • Alterações funcionais da válvula em quadros intensos • Insuficiência valvular que possibilita o refluxo de sangue para dentro do ventrículo ou átrio • Hipertrofia excêntrica do ventrículo esquerdo (MITRAL) por sobrecarga sanguínea • Hipertrofia excêntrica do ventrículo direito (TRICÚSPIDE) por sobrecarga sanguínea 2 – PATOLOGIAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 2.1 – DOENÇAS DE ORIGEM INFLAMATÓRIA 1 – RINITE • Processo inflamatório da mucosa nasal por desequilíbrio do sistema imunológico que favorece a proliferação de microrganismo patógenos. A rinite também é causada por gases nocivos e alérgenos • A rinite é classificada em AGUDA por seu EXSUDATO e CRÔNICA por suas ALTERAÇÕES PROLIFERATIVAS CLASSIFICAÇÃO: RINITE SEROSA RINITE CATARRAL RINITE CATARRAL-PURULENTA RINITE PURULENTA • Exsudado translúcido e líquido • Número reduzido de células inflamatórias • Mucosa nasal edemaciada e hiperêmica • Exsudato mais viscoso (rico em muco) • Maior concentração de leucócitos no exsudato • Acúmulo de grande quantidade de neutrófilos e células epiteliais de descamação • Aspecto de pus (geralmente bacteriana) RINITE FIBRINOSA RINITE FIBRINONECRÓTICA RINITE GRANULOMATOSA • Acúmulo de uma camada ou placa de fibrina • Contém restos celulares • Placa de fibrina aderida à mucosa ulcerada • Associada a alterações proliferativas (fibrose) DOENÇAS ESPECÍFICAS ASSOCIADAS À RINITE: RINOTRAQUEÍTE INFECIOSA BOVINA (RIB) • Causada pelo HERPES-VÍRUS BOVINO TIPO I (HVB-1) muito comum nos confinamentos com alta densidade • As lesões localizam-se no TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR e na TRAQUEIA, provocando lesões nas células ciliadas e nas células produtoras de muco, essas lesões causam o DESTACAMENTO DO EPITÉLIO com a formação de VESÍCULAS-ULCERATIVAS. Podendo causar ainda lesões inflamatórias e necróticas e estando ainda associada à conjuntivite, o exsudato se mantém seromucoso • Em lesões mais graves, é comum INFECÇÕES BACTERIANAS SECUNDÁRIAS por Pasteurella, F. necrophorum ou Mycoplasma. O exsudato se mantém mucopurulento ou fibrinopurulento RINOTRAQUEÍTE INFECIOSA FELINA (RIF) • Doença causada pelo HERPES-VÍRUS FELINO (HVF-1) • As lesões acometem o TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR, MUCOSA OCULAR E AMIGDALAS. O agente penetra por via nasal, oral ou conjutival causando INFECÇÕES PRIMÁRIAS NO EPITÉLIO NASAL com subsequente proliferação para o saco conjutival, faringe, traqueia, brônquio e bronquíolos com exsudato seroso a fibrinopurulento • As lesões são caracterizadas por NECROSE MULTIFOCAL DO EPITÉLIO COM FORMAÇÃO DE VESÍCULAS, INFILTRAÇÃO NEUTROFILÍCA E INFLAMAÇÃO • Em lesões mais graves, é comum INFECÇÕES BACTERIANAS SECUNDÁRIAS COM ASSOCIAÇÃO AO COMPLEXO RESPIRATÓRIO por Calicivírus, Clamidia psittaci e Mycoplasma felis. RINITE ATRÓFICA NOS SUÍNOS (RAS) • Doença causada pelas bactérias Bordatella bronchyseptica e/ou Pasteurella multocida • A patogenia da doença acontece pelas toxinas liberadas pelas bactérias, essas toxinas atuam diretamente na REABSORÇÃO ÓSSEA DOS OSTEOCLASTOS DESTRUINDO AS CONCHAS NASAIS DO SUÍNO. Morfologicamente o focinho torna-se ATROFIADO • Acomete geralmente animais entre 4 a 6 semanas de vida causando também pneumonias RINITE FÚNGICA • Aspecto granulomatoso Cryptococcus neoformans Aspergillus flavus Rhinosporidium seeberi • Afeta cães, gatos e equinos esporadicamente • GRANULOMAS FRIÁVEIS na pele, boca, seios nasais, narinas e vísceras • Afeta cães • GRANULOMAS FRIÁVEIS de necrose do septo e conchas nasais • Afeta equinos e bovinos • Pólipos sésseis e pedunculados • GRANULOMAS COM RUPTURA DE ESPORÂNFIOS RINITE PARASITÁRIA • Acomete ovinos, doença causada pelo verme Oestrus ovis • É acompanhado de exsudato catarral a mucopurulento junto à necrose e úlceras. Acomete as duas ecdises nas narinas, podendo ser solo ou as conchas nasais RINITE ALÉRGICA • Acomete o cão, gato e bovinos (febre do feno) • Ocorre a persistência do GRANULOMA NASAL acometendo áreas do vestíbulo e septo nasal com hiperplasia da mucosa e tecido de granulação interno com presença de eosinófilos em lesões ativas 2 – BRONQUITES • Processo inflamatório de extensão respiratória superior e inferior por agentes infecciosos, químicos e físicos CLASSIFICAÇÃO: TRAQUEOBRONQUITE INFECCIOSA CANINA (TIC) • Causada pelos Adenovírus canino tipo II, Vírus da Parainfluenza tipo II, Vírus da Cinomose e Bordatella bronchyseptica. Sinal clínico essencial é de TOSSE IMPRODUTIVA PERSISTENTE (até 3 semanas) • O exsudato é catarral a mucopurulento BRONQUITE CRÔNICA EM BOVINOS • Causada pelos agentes Actinomyces pyogenes e Pasteurella spp • São geralmente sequelas de broncopneumonias purulentas, causa bronquiectasia 3 – PNEUMONIAS • Série de processos inflamatórios no parênquima pulmonar, afetando principalmente os alvéolos. O processo inflamatório alveolar fica em forma de exsudato inflamatório no interior ou no septo alveolar CLASSIFICAÇÃO: • As pneumonias são classificadas pelo tempo de duração e característica inflamatória e são divididas em agudas e crônicas com variedade no padrão morfológico BRONCOPNEUMONIA AGENTE INFECCIOSO VIA DE ENTRADA ASPECTO MACRO ASPECTO MICRO • Bactérias • Aerógena • As lesões encontram- se numa disposição CRÂNIO-VENTRAL • Exsudato • Infiltrado inflamatório no interior dos alvéolos PNEUMONIA INTERTICIAL AGENTE INFECCIOSO VIA DE ENTRADA ASPECTO MACRO ASPECTO MICRO • Víral • Hematógena • As lesões são DIFUSAS e encontram-se DORSO-CRANIAL • Congestão e hiperemia • Espessamento do septo alveolar pelo infiltrado inflamatório 2.3 – DISTÚRBIOS HIDROAÉROS 1 – EDEMA PULMONAR • Em condições normais, o líquido que extravasa dos capilares alveolares não alcança a luz alveolar porque as junções do epitélio alveolar são mais oclusivas do que as junções do endotélio vascular. O excesso de líquido é drenado por via linfática. Se a quantidade de líquido no interstício ultrapassa a capacidade de drenagem linfática, ocorre o extravasamento para o interior do alvéolo • Edema pulmonar é o ACÚMULO DE LÍQUIDO NOS ALVÉOLOS PULMONARES provenientes de vasos sanguíneos. O fluído de edema que se acumula no alvéolo se mistura ao surfactante alveolar, e em consequência dos movimentos respiratórios, ocorre a formação de espuma, comprometendo ainda mais as trocas gasosas 2 – ENFISEMA PULMONAR • É a DISTENSÃO EXCESSIVA E ANORMAL das vias aéreas distais aos bronquíolos terminais. Está associada à destruição das paredes alveolares, causando excesso de ar nos pulmões (é uma condição contrária à atelectasia) 3 – ATELECTASIA PULMONAR • É a EXPANSÃO INCOMPLETA DO PULMÃO, podendo ser localizada ou generalizada. O resultado dá expansãoincompleta do pulmão causa o COLAPSO ALVEOLAR previamente preenchidos de ar • É uma condição pela qual os alvéolos pulmonares encontram-se sem ar e sem nenhum outro conteúdo em seu interior ATELECTASIA CONGÊNITA • É difusa, caracterizado por atelectasia pulmonar total que ocorre muito em animais natimortos que não tiveram nenhum movimento respiratório 3 – PATOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 3.1 – MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS EMBRIOLOGIA RENAL: PRONEFRO MESONEFRO METANEFRO • No início da 4° semana surge um grupo de sete a dez células na região cervical, que formam unidade excretoras (NEFRÓTOMOS), rudimentares e não funcionais que logo se degeneram • Região torácica e lombar superior, surge no fim da 4° semana, caudal ao pronefro • Consiste em glomérulos e túbulos mesonéfricos que se abrem nos DUCTOS MESONÉFRICOS, é funcional num período de 6 a 10 semanas, se degenera no fim do 1° trimestre • FEMININO: o mesonefro regride totalmente • MASCULINO: dá origem ao epidídimo e ducto deferente • Região sacral, surge no início da 4° semana, torna- se funcional após 4 semanas, é o primórdio dos rins permanentes RIM POLICÍSTICO CONGÊNITO (DRP) • Doença genética que afeta os rins de caráter progressivo, é caracterizada pela presença de vários cistos em ambos os rins, a doença é distinguida pela sua forma genética DOMINANTE RECESSIVA • Doença de início tardio e caracterizada pelo desenvolvimento progressivo de cistos renais e alargamento dos rins bilateralmente • Manifesta-se com alterações na função renal, hipertensão, dor na lombar e IR • DRPD é uma doença sistêmica , pode acometer o fígado (cirrose) • Muito mais rara e muitas vezes leva à morte do feto ainda no útero ou durante os primeiros meses de vida CAUSAS • CAUSA 1: não-fusão do mesonefro ao metanefro “dedo de luva”, a partir disso a urina não entra no túbulo coletor e acaba se acumulando e distendendo o TCD, formando cistos • CAUSA 2: não fusão do TCD com o túbulo coletor, ocorrendo a formação de cistos 3.2 – DOENÇAS DE ORIGEM INFLAMATÓRIA 1 – GLOMÉRULONEFRITE (GN) • São lesões que acometem o GLÓMÉRULO RENAL estrutura essa que é responsável pela filtração do sangue IMUNOLÓGICA NÃO-IMUNOLÓGICA • Envolve a deposição de COMPLEXOS IMUNES SOLÚVEIS no interior dos glomérulos ou pela presença de ANTICORPOS ANTIMEMBRANA BASAL GLOMERULAR • Durante os estágios iniciais da doença, os NEUTRÓFILOS, ao fagocitarem os complexos imunes, liberam enzimas que lesionam a membrana basal, mais tarde os MONÓCITOS infiltram-se nos glomérulos e daí, são os responsáveis pela continuidade das lesões TIPOS: • MEMBRANOSA: espessamento evidente da membrana basal glomerular • PROLIFERATIVA: ↑ da mitose de células endoteliais e mesângeais dos podócitos • MEMBRANO-PROLIFERATIVA: ambas EXAME COMPLEMENTAR (IMUNOFLUORESCÊNCIA): • LINEAR: GN autoimune, feitas por ligações de anticorpo por anti-membrana basal • GRANULAR: deposição de imunocomplexos na membrana basal glomerular • Nesse caso, a glomerulonefrite é a manifestação de uma doença sistêmica • VIRAL (ex: hepatite infeciosa canina) • ENDOCARDITE BACTERIANA • Lupus e diabetes mellitus EXAMES COMPLEMENTARES (HEMOGRAMA): • Proteinúria (albumina) • ↑ do colesterol na urina • ↑ de lipídeos na urina SINTOMAS: • Hipertensão 2 – PIELONEFRITE • É a inflamação da PELVE e do PARÊNQUIMA RENAL (túbulos e interstício) resultante da ascensão de infecções do trato urinário inferior • Pode também ser causada por parasitas (Dioctophyme renale) ou por bactérias (Escheria coli, Staphylococcus, Streptococcus, Enterobacter, Proteus mirabillis e Pseudomonas) • Uma das defesas do trato urinário a esses tipos de infecções é a DESCAMAÇÃO DAS CÉLULAS EPITELIAIS • Entre outros fatores que predispõem a pielonefrite é a obstrução urinária causada por anomalias uretrais, urolitiases e hiperplasias prostáticas. As fêmeas têm maior predisposição que os machos AGUDA CRÔNICA • Infecção suporativa (presença de pus) e quase sempre causada por bactérias • Acomete o sistema pielocalicial renal e o tubularintersticial com presença de piuria • É derivada de múltiplos ataques vindos da pielonefrite aguda, que podem ser mais ou menos graves 3 – HIDRONEFROSE • É a DILATAÇÃO da PELVE e dos CÁLICES RENAIS decorrente da obstrução do fluxo urinário associado à progressiva atrofia do parênquima renal. A obstrução urinária aumenta a suscetibilidade a infecções OBSTRUÇÃO URINÁRIA: • Ocorre de forma rápida ou lenta, completa ou parcial, unilateral ou bilateral, localizando-se desde a uretra até a pelve renal. As causas mais comuns são: cálculos urinários, hiperplasias prostáticas, processos inflamatórios e neoplasias. Qualquer obstrução pode causar hidronefrose, porém a extensão e a duração da obstrução determinarão a gravidade da lesão renal Em seguida à obstrução, há dilatação tubular renal associada ao aumento da pressão intratubular, causando isquemia, atrofia e necrose tubular 4 – NEFRITE INTERSTICIAL • Inflamação renal onde a maior lesão é aos TÚBULOS e ao TECIDO INTERSTICIAL AGUDA CRÔNICA • Ocorre por septicemias bacterianas e infecções virais, em que esses agentes infeciosos penetram nos túbulos renais e incitam uma resposta inflamatória • CARACTERIZAÇÃO: infiltração de linfócitos, plasmóticos e macrófagos no interstício AGUDA FOCAL: • Achados em necropsia em animais de matadouro ou por histopatológico • BACTÉRIAS HEMATOGÊNICAS: E coli, Salmonela e Brucella MULTIFOCAL ou DIFUSA: • Causado por infecções de leptospiroses • Os rins apresentam-se pálidos, com a superfície cortical rugosa ou irregular, recoberta por pontos esbranquiçados e às vezes com cistos • CARACTERIZAÇÃO: fibrose intersticial 3.3 – ALTERAÇÕES DEGENERATIVAS 1 – UROLITÍASE (CÁLCULO RENAL) • É a presença de cálculos nas vias urinárias (urólitos). Cálculos são concentrações formadas pela precipitação de sais de ácidos orgânicos e inorgânicos ou por outros elementos (cistina, xantina, fosfato, sílica ou urtao) • Os cálculos podem ser encontrados na pelve renal, no ureter, na uretra e na bexiga GÊNESE DA UROLITÍASE • É a interação de vários fatores fisiológicos, nutricionais e associados ao manejo. Células descamadas do epitélio, células inflamatórias, mucoproteínas, microrganismos e parasitos servem como fatores primários PRECIPITAÇÃO DE SOLUTOS • PH URINÁRIO: presença de pH muito ácido ou muito básico • INFECÇÕES BACTERIANAS: colônias bacterianas juntamente ao epitélio descamado e aos leucóticos servem para precipitação dos constituintes minerais de cálculos • FATORES NUTRICIONAIS: alimentos ricos em fosfato, ingestão de plantas tendo pxalatos, deficiência da vitamina A e dietas comerciais ricas em magnésio • CONSUMO DE ÁGUA: ingestão reduzida de água favorece a eliminação de urina mais concentrada, predispondo à precipitação de constituintes de cálculo 2 – NEFROSE (NECROSE TUBULAR AGUDA) • Processo degenerativo das células tubulares que pode causar subsequente necrose tubular, causando IR aguda. A nefrose é o resultado de um INSULTO TÓXICO ou ISQUEMICO ao rim, ambos podem alterar a célula tubular, por afetar a respiração celular, o sistema de transporte tubular e pela danificação de suas organelas • As células dos TCP são mais suscetíveis à isquemia e às nefrotoxinas, por serem metabolicamente muito ativas e pelo grandevolume de filtrado glomerular que reabsorvem É caracterizada MORFOLOGICAMENTE pela destruição celular do epitélio tubular e CLINICAMENTE pela supressão da função renal, com oligúria ou anúria e consequentemente azotemia ou até uremia 3.4 – ALTERAÇÕES PROLIFERATIVAS 1 – CARCINOMA RENAL • Se originam das células do epitélio tubular renal 2 – NEFROBLASTOMA • Se origina do blastema metanéfrico, a transformação maligna pode ocorre durante a nefrogênese normal, sendo congênita e se manifestando nos fetos ou em animais com menos de um ano de idade 4 – PATOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO 4.1 – CAVIDADE ORAL ÚLCERA EOSINOFÍLICA DOS FELINOS • São lesões de pele e/ou mucosa com o aumento do número de eosinófilos visto no exame citológico ou em biópsias de tecidos afetados. • GRANUNLOMA EOSINOFÍLICO: as lesões ocorrem no palato, língua, mento e lábio inferior. As úlceras são em forma de PLACA e de ASPECTO IRREGULAR 4.2 – ESTÔMAGO 1 – GASTRITE • É a inflamação do estômago • MECÂNICA: ingestão de corpos estranhos ou pela formação de bolas de pelo • QUÍMICA: AINEs e alergia alimentar • BACTERIANA: Helicobacter pylori (gastrite flegmosa aguda) • MICÓTICA: Rhizopus, Absidia, Mucor e Histoplasma capsulatum AGUDA CRÔNICA • Hiperemia e edema • ↓ hiperemia • Espessamento das bordas gástricas (cor pálida) 2 – ÚLCERAS • Ocorre pelo desequilíbrio entre os EFEITOS LÍTICOS do HCl e da pepsina, além da HABILIDADE DA MUCOSA de se manter íntegra. A hipersecreção de HCL ou a falha na integridade da mucosa são consideradas fatores patogenéticos gerais. As úlceras podem ser circulares, ovais, filiformes e estreladas • ÚLCERAS GASTRODUODENIAS: hipersecreção de HCl • ÚLCERAS DO CORPO: diminuição da resistência gástrica AGUDAS CRÔNICAS • Hemorragia e hiperemia • Tem a sua base e borda revestida de tecido de granulação e sua superfície revestida por uma fina camada de tecido necrótico, além de baixo grau de hiperemia e hemorragia FATORES DE HIPERSECREÇÃO GÁSTRICA: • Secreção basal anormalmente alta, dada a expansão da massa de células parietais, em resposta ao efeito trófico da gastrina • Gastrinomas (neoplasias do pâncreas secretoras de gastrina) • ↑ do nível de histamina, associado a mastocitomas (tumores cutâneos) ou mastocitose (infiltração de mastócitos na pele e nas vísceras) DIMINUIÇÃO DA RESISTÊNCIA DA MUCOSA GÁSTRICA: • AINEs: pelo bloqueio da COX, impedindo a síntese de prostaglandinas. As prostaglandinas E2 tem efeito protetor sobre a mucosa gástrica pela produção de bicarbonato e pela síntese de mucina • REFLUXO DUODENAL: que por conter substâncias lipossolúveis lesiona a membrana lipoproteica da célula, tornando a mucosa permeável ao HCl • AIE e ESTRESSE: apresentam uma combinação sobre a mucosa e a secreção de HCl, os AIE promovem o decréscimo da renovação do epitélio e a diminuição da disponibilidade de ácido araquidônico • ISQUEMIA DE MUCOSA: leva a menor secreção de bicarbonato, favorecendo a difusão ácida, além de lesionar as células superficiais 3 – TORÇÃO GÁSTRICA • Ocorre quase exclusivamente em cães, e entre as raças grandes e gigantes. A torção é uma invariavelmente uma consequência da DILATAÇÃO DO ESTÔMAGO, episódios decorrentes de dilatação gástrica possam predispor à frouxidão ou laceração do LIGAMENTO GASTRO HEPÁTICO, ainda, dilatações decorrentes combinados à uma refeição volumosa em intervalos muitos longos (1x ao dia), seguidas de exercícios pós- prandial (que provocariam movimentos peristálticos violentos), são tidas como prováveis causas de torção • Na torção, ocorre a o giro, em sentido horário do estômago ao redor do esôfago, causando infarto venoso da parede gástrica, podendo sofrer necrose isquêmica e ruptura ou perfuração do estômago 4.3 – INTESTINO FISIOPATOLOGIA DAS DOENÇAS ENTÉRICAS • As doenças gastrointestinais interagem entre si, causando inanibilidade para comer ou inapetência, redução da taxa de crescimento, perda de peso ou caquexia, anemia, desidratação e desequilíbrio -acido-base, interligados à redução do consumo de água, obstrução intestinal, vômito e diarreia 1 – DIARREIA • É o aumento da frequência de dejeções, com fezes líquidas e pastosas com perda íons e água FISIOPATOLOGIA DA DIARREIA • Pode ocorrer devido a uma alteração intraluminal da flora intestinal, osmótica, pelo aumento de secreções, pela redução da fluidez, alterações na motilidade e mal absorção ou mal digestão de gordura e hidratos de carbono • Ocorre também devido a exsudação de sangue, muco e proteínas no intestino devido a uma alteração da integridade da mucosa através de lesões inflamatórias ou ulcerativas AGUDA CRÔNICA • Infecções gastrointestinais e fármacos • Inflamações gastrointestinais TIPOS DE DIARREIA: OSMÓTICA HIPERSECRETÓRIA AUMENTO DE PERMEABILIDADE • Retenção osmótica de água no lúmen pelo sulfato de magnésio, usado como laxante • Atrofia das vilosidades devido a retenção de eletrólitos, nutrientes e água • A secreção excede a absorção, provocada por enterotoxinas de E. coli • A enterotoxina da E. coli age pela mediação do cAMP, estimulando a parado do transporte de NaCl, diminuindo a absorção de água • Há o aumento do movimento de líquidos do espaço intercelular lateral para o lúmen ou pelo aumento da transdução do líquido tissular 4.4 – FÍGADO 1 – CIRROSE • É um processo difuso caracterizado por fibrose e conversão da arquitetura normal do fígado em lóbulos estruturalmente anormais. A cirrose é uma lesão crônica e irreversível e constitui o desenlace de várias afecções hepáticas “fígado em estágio terminal” • A arquitetura do fígado é alterada, ocorrendo a perda do seu parênquima hepático, condensação do tecido conjuntivo fibroso preexistente, proliferação de tecido conjuntivo fibroso e regeneração hepatocelular em nódulos entre os feixes fibroso • Esses nódulos de regeneração hepatocelular são característicos da cirrose e resultam de uma tentativa do organismo de reparar a função dos hepatócitos perdidos CAUSAS: • Lesão crônica, hepatotoxinas, obstrução biliar extra-hepática e colestase, hepatites crônicas, congestão crônica e cirrose cardíaca • CIRROSE BILIAR: obstrução biliar • CIRROSE PIGMENTAR: acúmulo de ferro • CIRROSE CARDÍACA: fibrose centrolobular • Aspecto macro (necrose maciça) aspecto micro (necrose zonal) 4.5 – PÂNCREAS 1 – HIPOPLASIA PANCREÁTICA • É o pâncreas curto ou pequeno 5 – PATOLOGIA DO SISTEMA ENDÓCRINO MECANISMO PATOGÊNICO DAS DOENÇAS ENDÓCRINAS HIPOFUNÇÃO ENDÓCRINA (↓ DO HORMÔNIO) HIPERFUNÇÃO ENDÓCRINA (↑ DO HORMÔNIO) • Acontece por doenças primárias nas glândulas secretoras, levando a destruição dessas células • A glândula acaba sendo incapaz de se desenvolver adequadamente pelos DEFEITOS NA VIA DE SÍNTESE HORMONAL. Pode ocorrer também a HIPOFUNÇÃO • Pode ocorrer por doenças primárias na glândula secretora de hormônio (NEOPLASIAS), liberando hormônios em excesso • Ou por DOENÇAS SECUNDÁRIAS, levando a estimulação a longo prazo de um órgão-alvo. Causa a HIPERATIVIDADE ENDÓCRINA 5.1 – HORMÔNIOS DA HIPÓFISE • A ADENO-HIPÓFISE (HIPÓFISE ANTERIOR) precisa do FATOR DE LIBERAÇÃO (RH) originário do HIPOTÁLAMO, cada fator de liberação estimula a liberação rápida de grânulos secretores contendo o hormônio trófico pré-formado, esses mecanismos são controlados através do FEEDBACK (+/-), controlando assim, a sua síntese e liberação. • A NEURO-HIPÓFISE (HIPÓFISE-POSTERIOR) libera apenas os hormônios ADH e OCITOCINA a partir dos NÚCLEOS SUPRA-ÓPTICOS E PARAVENTRICULARES.A neuro-hipófise não possui células secretoras, APENAS AXÔNIOS sem mielina oriundos de neurônios localizados nos NÚCLEOS HIPOTALÂMICOS. Os hormônios são produzidos nos corpos neurais do hipotálamo, chegam a neuro-hipófise pelo fluxo axoplasmático e por exocitose, entram na circulação sanguínea HORMÔNIOS DA ADENO-HIPÓFISE: ACTH (CORTICOTROFINA) • Atua sobre o CÓRTEX DA ADRENAL (ZONA FASCICULADA) , estimulando o seu crescimento e a síntese de secreção de corticóies. As produções de ACTH ficam aumentadas em momentos de estresse, o produto final do ACTH é o CORTISOL. A regulação do ACTH ocorre por feedback (-) do cortisol sérico e pelo HORMÔNIO LIBERADOR DE CORTICOTROFINA (CRH) do hipotálamo HORMÔNIOS DA NEURO-HIPÓFISE: 1 – ADH (VASOPRESSINA) • Hormônio secretado em casos de desidratação e queda da PAM, fazendo com que os rins conservem a água no corpo, concentrando e reduzindo o volume da urina. Ocorre a reabsorção de água nos TCs e coletores • O ADH promove o AUMENTO DA PERMEABILIDADE RENAL À ÁGUA através dos CANAIS DE AQUAPORINAS na membrana apical e, o AUMENTO DA PERMEABILIDADE RENAL À UREIA 2 – OCITOCINA • Promove a CONTRAÇÃO DA M. UTERINA (m. lisa do miométrio) para facilitar a expulsão do produto, promove também o RELAXAMENTO DA SÍNFESE PÚBICA para facilitar o deslocamento na hora do parto (ligamentos do coxal) 5.2 – ALTERAÇÕES DA CÓRTEX DA ADRENAL ALTERAÇÕES PROLIFERATIVAS: 1 – HIPERPLASIA CORTICAL DIFUSA • Alargamento uniforme, geralmente bilateral do córtex. Ocorre em consequência da HIPERSECREÇÃO DO ACTH por neoplasia cortitrófico na adeno-hipófise. O aumento do ACTH forma nódulos na medula cortical SÍNDROMES CLÍNICAS: 1 – HIPERADRENOCORTICISMO (DOENÇA DE CUSHING) • Doença que está associada a ELEVAÇÃO prolongada natural ou iatrogênica do cortisol, é considerada uma doença rara. A secreção excessiva de cortisol pelas células da zona fasciculada são geralmente resultados da HIPERESTIMULAÇÃO DO ACTH liberado por NEOPLASIA FUNCIONAL na adeno-hipófise, com consequente HIPO ou HIPERTROFIA CORTICAL DA ADRENAL • O excesso de cortisol circulante provoca uma série de distúrbios funcionais e lesões, em razão dos efeitos combinados da gliconeogênese, lipólise, catabolismo proteico e AINEs, estando em associação com DIABETES MELIITUS em alguns animais MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • ↑ Apetite e absorção alimentar, poliúria e polidipsia • ↑ Lipólise = ↑ sérico de lipídeos e colesterol • Degeneração e necrose hepática, hepatomegalia • Perda do tônus muscular abdominal e axial (expansão abdominal aguda) • Alterações dermatológicas (90%): alopecia, hiperpigmentação e mineralização cutânea 2 – HIPOADRENOCORTICISMO PRIMÁRIO (SÍNDROME DE ADDISON) SECUNDÁRIO (IDIOPÁTICO) • Causada pela ATROFIA e/ou DESTRUIÇÃO bilateral de TODO O CÓRTEX da adrenal • A doença é atribuída também a PROCESSOS IMUNOMEDIADOS caracterizado pela atrofia e infiltrado linfocitário adrenocortical bilateral • Causada apenas pela ATROFIA BILATERAL das ZONAS FASCICULADAS e RETICULARES • Ocorre também a FALHA NA PRODUÇÃO DE ACTH pela adeno-hipófise em razão de neoplasias MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Hiperpotassemia, hiponatremia, hipocloridemia, azotemia pré-renal, acidose metabólica discreta a moderada e ausência de leucograma de estresse 5.3 – DIABETES 1 – DIABETES MELLITUS TIPO I TIPO II INSULINODEPENDENTE: • Ocorre pela DESTRUIÇÃO AUTOIMUNE das células β produtores de insulina • PROCESSO SECUNDÁRIO: sendo encontrados anticorpos (linfócitos T citotóxicos) contra a célula β (componente imunológico) • CÃES: desenvolvem cetoacidose e precisam de insulina para sobreviver • BOVINOS: pode acontecer pela infecção natural ou experimental do VÍRUS DA AFTOSE e pelo VÍRUS DA DIARREIA VIRAL BOVINA pela degradação das ilhotas de Langerhans causada pelo vírus • GATOS: raro NÃO-DEPENDENTE DE INSULINA: • Nesse caso, os níveis de insulina no pâncreas são quase normais, porém a liberação de insulina pelas células β em resposta ao aumento do nível plasmático da glicose está diminuída ou a insulina não pode ser utilizada pelos tecidos periféricos. É acompanhada por hiperglicemia e intolerância à glicose, acompanhado de níveis anormais de insulina • RESISTÊNCIA A INSULINA: decorrente da FALTA DE RECPTORES P/ INSULINA ou pela FALTA DE MOLÉCULAS MEDIADORAS INTRACELULARES • ↑ GATOS: redução da função da célula β e secreção de insulina à resposta de glicose anormal 2 – DIABETES INSIPIDUS • Ambos os tipos de diabetes insipidus se resulta na INABILIDADE (parcial ou completa) do organismo de CONSERVAR ÁGUA e CONCENTRAR URINA. Os sinais clínicos são poliúria e polidipsia compensatória DIABETES INSIPIDUS CENTRAL (DIC) DIABETES INSIPIDUS NEFROGÊNICA (DIN) • SÍNTESE/SECREÇÃO INSUFICIENTE DE ADH • Resultante da COMPRESSÃO e DESTRUIÇÃO da neuro-hipófise, pedúnculo infundibular ou do hipotálamo • É mais comum lesões adquiridas pela FALHA na síntese de ADH • FALTA DA RESPOSTA RENAL AO ADH • É caracterizada por NÍVEIS ANORMAIS ou ELEVADOS de ADH e por INCAPACIDADE DA CÉLULA-ALVO nos TCD e nos TC de responder a esse hormônio • PRIMÁRIA: distúrbios congênitos • ADQUIRIDA: doença renal intrínseca, distúrbios metabólicos e diabetes insipidus induzida por medicamentos SECUNDÁRIA • É uma terceira forma de diabetes mellitus, muito observado no cão causada por outras endocrinopatias • Causada pelo ANTAGONISMO entre a insulina e outros hormônios, estando relacionado ao HIPERADRENOCORTICISMO 5.4 – ALTERAÇÕES NA TIREÓIDE SÍNDROMES CLÍNICAS: HIPOTIREOIDISMO • Causado por qualquer alteração ESTRUTURAL ou FUNCIONAL que interfira na produção de níveis adequados de hormônios tireoidianos • SINTOMAS: Diminuição da atividade metabólica, obesidade, letargia, anormalidades cardiovasculares e hematológicas (anemia e hiperglicemia) e muitas alterações dermatológicas (cauda-de-rato, alopecia, hiperpigmentação e hiperqueratose) HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO 1 – CONGÊNITO • Agenesia, hipoplasia ou aplasia da glândula tireoide 2 – DEFICIÊNCIA DE IODO (DDI) • A captação de iodo é essencial para a produção de hormônios tireoidianos (T3 e T4). Causa o BÓCIO 3 – ATROFILA FOLICULAR • Falta de estímulos de TSH na glândula da tireoide pela hipófise, geralmente está associado a DANOS NO HIPOTÁLAMO, acaba interferindo no metabolismo (↓) de CHO, lipídeos e AA. É caracterizada pela perda do parênquima e sua substituição por tecido adiposo 4 – AUTOIMUNE (TIREOIDITE DE HASHIMOTO) • Ocorre a INFLAMAÇÃO DOS FOLÍCULOS da tireoide, causada por um erro no sistema imune. O próprio organismo fabrica anticorpos contra as células da tireoide, provocando a sua destruição da glândula ou a redução da sua atividade HIPOTIREOIDISMO SECUNDÁRIO 1 – DEFEITOS NO EIXO HIPOTALÂMICO-HIPOFISÁRIO TIREOIDIANO PRIMÁRIA SECUNDÁRIA • Resultado de uma anormalidade intrínseca • Resultado de uma disfunção hipofisária 2 – NEOPLASIAS 3 – CISTO DE RATHKE • BOLSA DE RATHKE é uma depressão no topo da cabeça, ela dá origem a adeno-hipófise. CISTO DE BOLSA RATHKE é um cisto não-neoplásico derivado de RESTOS GLANDULARES (PERSISTÊNCIA DA BOLSA) da bolsa de Rathke. A persistência da bolsa acaba por comprimir as células da adeno-hipóise, causando atrofia e assim diminuindo a produção de TSH HIPERTIREOIDISMO • A síndrome clínica ocorre pela concentração excessiva dos hormônios ativos da tireoide (T3 e T4) produzidos por uma glândula tireoide alterada • CAUSAS: bócio difuso tóxico(Doença de Graves, doença autoimune da tireoide), tireoidite, neoplasias (adenoma tireóideo tóxico, teratoma de ovário e carciocarcinome) podem aumentar o nível de hormônios da tireóide no sangue, consumo de tireóide bovina e consumo excessivo de iodo • MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: FC alterada ou irregular, perda de peso, irritabilidade, tremores, olhos saltados, bócio, mudança de padrões menstruais, aumento da sensibilidade ao calor, aumento do apetite, fadiga, astenia, dificuldade para dormir e pele grossa, pelos finos e frágeis 6 – PATOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO EMBRIOLOGIA DO SN (NEUROGÊNESE) • O tecido nervoso é derivado do NEUROECTODERME, é composto por neurônios e glia que estabelecem entre si relações morfológicas e funcionais. O SNC deriva da PLACA NEURAL, uma monocamada de células neuroepiteliais, com o aumento das divisões celulares, a placa neural aumenta em espessura, e o neuroepitélio se transforma na FENDA-NEURAL dentro da placa neural, ocorre os dobramentos das extremidades para que se forme o TUBO NEURAL, que origina o encéfalo e a medula espinal CICATRIZAÇÃO DO SN • É feita pela deposição de CÉLULAS DA GLIA (GLIOSE), em locais de necrose ocorre maior deposição de células da glia (estroma e tecido de sustentação) 6.1 – FATORES DE PROTEÇÃO DO SN • PELE: (BEF) • CRÂNIO e VÉRTEBRAS (BE) • MENINGES e FLÚIDO CEREBROESPINAL: (BFF) • BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA: (BEF), o endotélio vascular, membrana basal e processos astrocíticos (regulam o movimento dos agentes do sangue para o SNC) • BARREIRA DO SANGUE: (BEF), são as células do plexo coroide e aracnpoide • GLIA LIMITANTE: processos astrocíticos subjacentes à pia-máter • MICROGLIA e CIRCULAÇÃO DE MACRÓFAGOS: células residentes e migratórias • RESPOSTA IMUNOLÓGICA: respostas inatas e adaptativas observadas em todo o organismo 6.2 – PORTAS DE ENTRADA DO SNC • EXTENSÃO DIRETA: traumas perfurantes, extensão de infecções em: ouvido médio e interno, cavidade nasal, seio nasal e osteomielites • HEMATÓGENA: interior do leito capilar de meninges e parênquima cerebral e leito capilar dos plexos coroides e FCE • MOVIMENTAÇÃO LEUCOCITÁRIA: macrófagos e linfócitos contendo microrganismos durante a sua migração ao SNC • TRANSPORTE AXONAL RETRÓGRADO: da periferia para o centro do SNC (fluxo axoplasmático retrógrado) 6.3 – ANOMALIAS E MALFORMAÇÕES 1 – CONDIÇÕES DISRÁFICAS • São malformações que ocorrem por FECHAMENTO DEFEITUOSO DO TUBO NEURAL durante o desenvolvimento e podem ocorre em qualquer ponto ao longo do tubo • CRÂNIO BÍFIDO: defeito da linha média do crânio que possibilita a projeção de meninges e/ou cérebro (leva à meningocele), é a abertura do crânio, possibilitando a protrusão do tecido nervoso ou somente das meninges com líquor. Forma-se a herniação da meninge (MENINGOCELE), podendo estar acompanhada de tecido nervoso (MENINGOENCÉFALOCELE) • ESPINHA BÍFIDA: defeito do fechamento dorsal das vértebras (pode estar recoberta ou não pela pele), causa a herniação das meninges, estando acompanhada ou não da medula nervosa (meningocele/meningomielocele). Se não houver herniação (ESPINHA BÍFIDA OCULTA) 2 – HOLOPROSENCEFALIA (CICLOPIA SUÍNA) • Na ciclopia, os olhos se fundem, os placóides olfatórios se consolidam em um tubo único (probóscis) acima do olho, e o etmoide e outras estruturas ósseas da linha média estão ausentes, quando ocorre ciclopia, NÃO OCORRE A CLIVAGEM DO PROSENCÉFALO e, como consequência, há formação incompleta do cérebro anterior • O prosencéfalo é responsável pela formação do lóbulo anterior do cérebro e na holoprosencefalia não ocorre à divisão para a formação dos hemisférios cerebrais bilaterias, assim, os hemisférios cerebrais permanecem fundidos com apenas uma cavidade central (ventrículo único) 3 – HIPOPLASIA CEREBELAR • Está relacionada principalmente com os animais domésticos, as malformações podem ser de origem EMBRIONÁRIO ou a INFECÇÕES VIRAIS PERINATAIS • Os vírus da Panleucopenia felina, BVD, Peste suína, herpes-vírus canino, da língua azul e de Akabane, e em especial os da PARVOVIROSE (suína, canina, felina e bovina) tem predileção por células que se proliferam ativamente, como as células da camada germinativa externa no cerebelo. A proliferação viral nessa localização acaba causando HIPOPLASIA DA CAMADA GRANULAR e DESORGANIZAÇÃO DAS CÉLULAS DE PURKINJE. O vírus e a inflamação resultante também destroem os neurônios de Purkinje já diferenciados e o parênquima cerebelar, resultando em marcada atrofia do cerebelo • Causa necrose das células da camada granular externa, essas células estão em divisão em fases tardias da gestação e iniciais em neonatos 4 – HIDROCEFALIA • No cérebro normal, o LCR é produzido pelo PLEXO CORÓIDE, o LCR circula normalmente através do SISTEMA VENTRICULAR e na CISTERNA MAGNA (ESPAÇO SUBARACNÓIDE). A hidrocefalia é o acúmulo de LCR no interior da cavidade craniana (nos ventrículos e no espaço subaracnóide), que por sua vez, faz aumentar a pressão intracraniana sobre o cérebro, podendo causar lesões no tecido nervoso, havendo o AUMENTO e INCHAÇO DO CRÂNIO • HIDROCEFALIA CONGÊNITA EM CÃES: cães das raças pequenas, braquiocefálicos, tais como, Chihuahua, Lhasa Apso, Maltês, York Shire, Poodle toy e Pug são os mais particularmente afetados, com sinais clínicos antes dos 3m de idade • VIRAL: o animal é infectado na gestação por vírus da caxumba, parainfluenza e influenza e apresenta hidrocefalia ao nascer CLASSIFICAÇÃO: OBSTRUTIVA (NÃO-COMUNICANTE) • Causada por BLOQUEIO NO SISTEMA VENTRICULAR, impedindo que o líquido cérebro-espinhal flua devidamente pelo cérebro e a medula espinhal (espaço subaracnóide). A obstrução pode se apresentar no nascimento ou após o nascimento. Causa mais comum: estenose no aqueduto de Sylvius • Esta relacionada a DILATAÇÃO DOS VENTRÍCULOS e ao AUMENTO DA PRESSÃO INTRACRANIANA (sem a dilatação do crânio) NÃO-OBSTRUTIVA (COMUNINCANTE) • Causada pelo aumento da produção do líquor ou pela diminuição de sua reabsorção. É mais comum nas hemorragias n espaço subaracnóide, podendo estar presente ao nascimento ou após • Esta relacionada a DILATAÇÃO DO CRÂNIO 6.4 – DOENÇAS ESPECÍFICAS 1 – LEUCOENCEFALOMALÁCIA (LEME) DOS EQUINOS • Doença causa pela decorrente ingestão de alimentos, em geral milho, contendo a MICOTOXINA B1 produzida pelo fungo Fusariam verticillioides. O milho é o melhor substrato para o crescimento desse fungo, o aspecto de mofo no milho é a mais forte indicação para suspeita clínica “Doença do milho mofado” • As moléculas de FUMOSINA B1 e B2 são estruturalmente muito semelhantes à molécula de esfimgosina, molécula essa fundamental para a síntese de esfingomielina e de esfingolipídeos. A fumosina B1 participam prejudicando a síntese de esfingolipídeos. A fumosina B1 INIBE A CERAMINA SINTASE, enzima necessária à biossíntese de esfingolipídeos, dessa inibição resulta o acúmulo de ceramina e de outros esfingolipídeos complexos e, consequente acúmulo de esfinganina livre e mais tarde, de esfingosina. Esse processo, se mantido por muito tempo, resultará na DEPLEÇÃO DE ESFINGOLIPÍDEOS COMPLEXOS, proteínas essas que mantêm a função e estrutura do tecido nervoso • CARACTERÍSTICA DAS LESÕES: necrose (liquefação) da substância branca dos hemisférios cerebrais e edema, córtex amolecido, giros achatados e de coloração amarelada e hemorrágica • MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Anorexia, head-preassing, andar em círculos, cegueira, ataxia e hiperestimulação
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