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DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS | Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 1 OS: 0029/4/18-Gil CONCURSO: CARREIRAS POLICIAIS ÍNDICE: PARTE ESPECIAL 1 – Crimes em Espécie............................................................................................................01 2 – Título I – Dos Crimes contra a Pessoa..............................................................................01 3 – Título II – Dos Crimes contra o Patrimônio......................................................................15 4 – Título VI – Dos Crimes contra a Dignidade Sexual...........................................................26 5 – Título X – Dos Crimes contra a Fé Pública........................................................................31 6 – Título XI – Dos Crimes contra a Administração Pública...................................................35 PARTE ESPECIAL Capítulo 1 Crimes em Espécie 1. Legislação e Comentários: PARTE ESPECIAL TÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A PESSOA CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A VIDA Homicídio simples Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Caso de diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) Pena - reclusão, de doze a trinta anos. § 2º - A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) Homicídio culposo § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) Pena - detenção, de um a três anos. Aumento de pena § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13142.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13142.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4611.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art121§4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art121§4 DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS | Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 2 OS: 0029/4/18-Gil § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) § 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012) § 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) Conceito e objeto jurídico: homicídio é a eliminação da vida de alguém levada a efeito por outrem (Cezar Roberto Bitencourt). O objeto jurídico é a vida humana extra-uterina. Para que haja o crime, não é necessário que se trate de vida viável (mesmo que a vítima tenha pouco tempo de existência, tem direito à vida). Formas de conduta: ação/omissão. No caso de omissão, só responde por homicídio se tinha o dever jurídico de impedir a morte da vítima (art. 13, § 2º, CP). Se não tem o dever jurídico e não impede responde por omissão de socorro qualificada pela morte (art. 135, parágrafo único, CP). Pode ser praticado por violência física ou psíquica (moral). A violenta emoção, provocada dolosamente por outrem e que ocasiona a morte, é meio de homicídio (Edgard Magalhães Noronha). É crime plurissubsistente (a conduta pode ser fracionada em vários atos). Exemplo: efetua dez disparos (há uma conduta e dez atos). Sujeitos do crime: sujeito ativo do homicídio é qualquer pessoa (crime comum). Sujeito passivo pode ser qualquer ser vivo, nascido de mulher, isto é, o ser humano nascido com vida. A vida começa com o início do parto, com o rompimento do saco amniótico. Antes do início do parto, o crime será de aborto. É suficiente a vida, sendo indiferente a capacidade de viver (Cezar Roberto Bitencourt). Consumação e tentativa: o crime se consuma com a morte real da vítima (crime material), que ocorre com a morte encefálica (ou cerebral), ainda que as funções circulatória e respiratória continuem funcionando (art. 3º, Lei nº 9.434/97). Haverá tentativa quando o agente não conseguir matar a vítima por circunstâncias alheias a sua vontade. Tentar matar cadáver é crime impossível por absoluta impropriedade do objeto (art. 17, CP). Vale ressaltar que a desistência voluntária e o arrependimento eficaz afastam a tentativa (art. 15, CP). Homicídio doloso simples: em regra,não é crime hediondo. Entretanto, será hediondo quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que executado por apenas um dos integrantes do grupo (art. 1º, I, Lei nº 8.072/90). Registre-se que homicídio condicionado é o homicídio doloso simples praticado em atividade típica de grupo de extermínio. Homicídio doloso privilegiado (nome dado pela doutrina): ocorre em três situações: (a) relevante valor social (valor que pertence a toda sociedade e não apenas ao autor do crime); (2) relevante valor moral (é um valor individual, pessoal, como no caso da eutanásia); (3) sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação. Na última situação o agente deve estar sob o domínio e não sob a influência (a mera influência é homicídio doloso simples com atenuante de pena do art. 65, III, “c”, CP). Também são requisitos a imediatidade entre provocação e reação e a injusta provocação (se houver injusta agressão pode configurar legítima defesa). Sendo reconhecida a causa de diminuição de pena, é direito subjetivo do acusado (o juiz é obrigado a reduzir de um sexto a um terço). O privilégio não se comunica entre os agentes no caso de concurso de pessoas porque é uma circunstância pessoal (pai e amigo matam o traficante que vendia droga para o filho = apenas o pai responde pelo art. 121, § 1º, enquanto o amigo responde pelo art. 121, caput). Homicídio doloso qualificado: em qualquer de suas formas é crime hediondo. No chamado homicídio mercenário (121, § 2º, I, CP) não é necessário que haja o recebimento da recompensa, basta a mera promessa. Respondem pelo crime qualificado o que praticou a conduta e o que pagou ou prometeu a recompensa (STJ, HC 99.144-RJ). Motivo torpe é aquele nojento, repugnante, abjeto. A vingança por si só não é motivo torpe. É preciso verificar o motivo que originou a vingança. Na verdade, é o motivo http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6416.htm#art121§5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6416.htm#art121§5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12720.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS | Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 3 OS: 0029/4/18-Gil anterior que pode ser torpe. Se o pai mata o estuprador da filha por vingança não é motivo torpe. Fútil é o motivo insignificante, banal; corresponde a uma reação desproporcional do agente a uma ação ou omissão da vítima. No mais, prevalece que a ausência de motivo não qualifica o crime. Homicídio motivado é qualificado; homicídio sem motivo é simples (Cezar Roberto Bitencourt). Veneno, para fins penais é qualquer substância capaz de causar um perigo real a vida da vítima. Uma substância teoricamente inócua pode assumir a condição de venenosa, segundo as condições especiais da vítima. Só se aplica se o veneno foi introduzido na vítima sem o seu conhecimento. Se for ministrado à força poderá caracterizar o meio cruel. Asfixia é o impedimento direto (quando são obstruídas as vias respiratórias, com um travesseiro no rosto, por exemplo) ou indireto (quando a vítima fica impedida de exercer o movimento do tórax, através de estrangulamento, por exemplo) da função respiratória da vítima. No caso do homicídio qualificado pela tortura, é preciso ressaltar que é um crime doloso qualificado dolosamente, diferente da tortura qualificada pela morte (art. 1º, § 3º, Lei nº 9455/97), que é um crime doloso qualificado culposamente (crime preterdoloso). Meio insidioso é um meio dissimulado e o meio cruel é aquele que causa sofrimento desnecessário à vítima, mas que não chega a configurar uma tortura. O perigo comum ocorre quando o agente, além de matar, causa perigo a um número indeterminado de pessoas. A traição que qualifica o homicídio pode ser física (disparo pelas costas, sem que a vítima tenha conhecimento que vai ser atacada) ou moral (esganadura durante o ato sexual). Na emboscada, o agente se esconde e pega a vítima de surpresa, ao passo que na dissimulação o agente esconde ou disfarça o seu propósito para apanhar a vítima desprotegida. Registre-se que a superioridade física não qualifica o homicídio porque é condição natural e não recurso criado pelo homicida. O “outro crime” mencionado no 121, § 2º, inciso V, do CP pode ser do próprio homicida ou de terceira pessoa (o agente mata o segurança do cartório para que o irmão possa executar o incêndio no cartório). Não se aplica no caso de contravenção penal. Feminicídio é o homicídio doloso praticado contra a mulher por “razões da condição de sexo feminino”, ou seja, desprezando, menosprezando, desconsiderando a dignidade da vítima enquanto mulher, como se as pessoas do sexo feminino tivessem menos direitos do que as do sexo masculino (121, § 2º, inciso VI, CP). O homicídio cometido contra integrantes dos órgãos de segurança pública (ou contra seus familiares) será considerado como homicídio qualificado se o delito tiver relação com a função exercida (121, § 2º, inciso VII, CP). Homicídio qualificado-privilegiado: é possível que o homicídio seja, ao mesmo tempo, privilegiado e qualificado, desde que as qualificadoras sejam de natureza objetiva, como as previstas nos incisos III e IV do § 2º do dispositivo em tela. À guisa de exemplo, veja o caso do agente, motivado por violenta emoção, mata a vítima com emprego de asfixia, como na hipótese do agente que mata por asfixia o estuprador da sua filha. Ressalte-se que o homicídio qualificado-privilegiado não é considerado crime hediondo. Homicídio culposo: ocorre por imprudência (agir descuidado), por negligência (deixar de adotar as cautelas necessárias) ou imperícia (falta de habilidade ou conhecimento para a prática de ofício, arte ou profissão). No homicídio culposo o agente não quer matar a vítima (dolo direto) nem assume o risco de matá-la (dolo eventual). Se o crime for praticado na direção de veículo automotor configura o homicídio culposo estabelecido no CTB (art. 302, Lei nº 9.503/97). É importante destacar que o sujeito ativo precisa conduzir veículo automotor (não basta que esteja no trânsito). Assim, se o agente estiver na condução de veículo de tração humana (bicicleta), tração animal (carroça) ou ciclomotor (anexo I do CTB) e matar alguém, responde pelo crime do art. 121, § 3º, CP. Destaque-se que não existe a compensação de culpas no direito penal, mas na culpa concorrente o juiz pode atenuar a pena do agente (a vítima atravessa fora da faixa de pedestre e o agente mata porque está em alta velocidade). Ademais, é sempre bom lembrar que na culpa exclusiva (total) da vítima não há crime (a vítima se joga por cima do carro, por exemplo). Homicídio culposo majorado (aumento de pena do 121, § 4º, primeira parte, CP): o dispositivo aponta quatro causas de aumento de pena para o homicídio culposo, quais sejam: (1) inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício que ocorre quando o agente conhece a regra, mas DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS | Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.22204 OS: 0029/4/18-Gil acaba por provocar a morte de alguém em razão do seu deixa descaso, diferente da imperícia (modalidade de culpa), em que o agente desconhece a regra; (2) o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima (não se aplica no caso do homicídio culposo do CTB, pois já tem previsão própria); (3) o agente não procura diminuir as consequências do seu ato; (4) foge para evitar prisão em flagrante (se foge para fugir de linchamento não incide a causa de aumento de pena). Homicídio doloso majorado (aumento de pena do 121, § 4º, segunda parte, CP): duas são as causas de aumento de pena previstas para o delito de homicídio doloso: (1) vítima menor de 14 anos; (2) vítima maior de 60 anos. É importante destacar que considera-se a idade da vítima no momento da conduta, ainda que outro seja o resultado (art. 4º, CP). Perdão judicial no homicídio culposo (121, § 5º, CP): o perdão judicial é causa extintiva da punibilidade (art. 107, IX, CP) e a sentença que concede o perdão judicial não gera reincidência. Embora não previsto expressamente, predomina que cabe o perdão judicial no homicídio culposo do CTB, por analogia “in bona partem”. Note, por fim, que a Lei nº 12.720/12, que criou o crime de constituição de milícia privada (288-A, CP), aproveitou para acrescer duas majorantes (causas de aumento), uma para o crime de homicídio (§ 6º), e outra, semelhante, para o crime de lesões corporais, alterando a redação do § 7º do art. 129 deste Código. Assim, na prática do crime de homicídio, a partir de agora, a pena será aumenta de um terço (1/3) até a metade “se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio”. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar- lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Parágrafo único - A pena é duplicada: Aumento de pena I - se o crime é praticado por motivo egoístico; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. Considerações iniciais: a pessoa que se suicida ou tenta se suicidar não comete crime nenhum. O terceiro que ajuda a executar a morte responde por homicídio. Só responde pelo delito de participação em suicídio o terceiro que induzir (criar a ideia até então inexistente), instigar (reforçar uma ideia já existente) ou auxiliar (prestar auxílio material para o suicida). Se determinada pessoa coage o suicida para impedir o suicídio, não comete o crime de constrangimento ilegal (art. 146, § 3º, II, CP). Sujeitos do crime: o sujeito ativo é qualquer pessoa (crime comum). O sujeito passivo é qualquer pessoa, desde que tenha capacidade mental de entender que está eliminando a própria vida. Se a vítima não tem capacidade de entender que está se suicidando, o agente responde por homicídio (induzir criança de 04 anos a atirar contra si, por exemplo). Só há o crime se a conduta foi exercida contra pessoa certa e determinada (autor de livro que escreve obra sugerindo às pessoas o suicídio não configura o delito). Consumação e tentativa: a consumação ocorre se o suicida morrer ou sofrer lesão grave. Se não sofre lesão ou sofre apenas lesão leve, não há o crime. Não há tentativa, porque se o suicida não morre nem sofre lesão grave, não há o crime (conclusão extraída da pena do art. 122, caput, CP). Elemento subjetivo: o crime é punido apenas a título de dolo. Se alguém, culposamente, dá uma notícia para a vítima que não deveria e a vítima se suicida, não há crime. Causas de aumento de pena: incidem se o crime é cometido por motivo egoístico (instigou o suicídio para ficar com a herança do suicida), se a vítima é menor (menor de 18 anos e que tenha alguma capacidade de entendimento, caso contrário é homicídio) ou se tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência (embriaguez, doença mental, por exemplo). Infanticídio Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. Sujeitos do crime: o sujeito ativo é a mãe da vítima em estado puerperal (crime próprio). O sujeito passivo é apenas o filho da mãe puérpera, que esteja nascendo ou que já nasceu. É crime bipróprio, pois exige uma qualidade especial do sujeito ativo e do sujeito passivo. A condição pessoal do “estado puerperal” é elementar do tipo penal e, portanto, comunica-se ao terceiro coautor ou http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033036/lei-12720-12 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677474/artigo-129-da-constituição-federal-de-1988 DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS | Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 5 OS: 0029/4/18-Gil partícipe (art. 30, CP). Estado puerperal: são perturbações psíquicas e físicas decorrentes do parto, que atingem determinadas mulheres, causando-lhes sentimento de ódio, desespero, etc. Aplica-se o princípio da especialidade, pois, se mata o próprio filho sem o estado puerperal é homicídio. Não há um critério seguro para determinar o tempo do estado puerperal, circunstância a ser analisada pelos peritos no caso concreto. Erro sobre a pessoa: se por erro, em vez de matar o próprio filho, pensando ser o dela, responde por infanticídio, conforme o art. 20, § 3º, CP. Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a morte da vítima e a tentativa é possível. Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: (Vide ADPF 54) Pena - detenção, de um a três anos. Conceito de abortamento: é a interrupção da gravidez (natural ou por inseminação artificial), com a destruição do resultado da concepção. Bem jurídico protegido: tanto no crime em tela (124, CP), como nos demais delitos que tratam do abortamento, o bem protegido é a vida humana intrauterina em qualquer fase. Assim, protege o óvulo fecundado (que dura em média até três semanas), o embrião (três semanas a três meses, em média) e o feto (a partir do terceiro mês, em média). Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a destruição do produto da concepção (crime material). A morte não precisa ser instantânea, nem precisa haver expulsão do feto (mulher pode matar e o próprio organismo absolver o produto da concepção). A tentativa é possível. Se a mulher ingere substância abortiva, mas não está grávida ou o feto já está morto por uma causa natural não é tentativa, mas delito putativo ou crime impossível por absoluta impropriedade do objeto (art. 17, CP). Elemento subjetivo: todas as condutas do aborto só admitem o dolo, inclusive o dolo eventual. Não é punido a título de culpa. Auto-aborto ou consentimento para o aborto: é o delito em tela (124, CP). Apenas a gestante é punida por provocar ou autorizar o aborto. É crime de mão-própria e, portanto, não admite coautoria (mas admite a participação). Perceba que a gestante que autoriza responde pelo art. 124 e a pessoa que provoca responde pelo art. 126, ambos do CP (exceção à teoria monista ou unitária). Aborto provocado por terceiro Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos. Aborto praticado sem o consentimento da gestante (125, CP): esse delito ocorre em duas hipóteses, quais sejam: (1) quando há oposição expressa da gestante; (2) quando o consentimento é dado por gestante numa das situações do parágrafo único do art. 126,CP. É crime de dupla subjetividade passiva (tem duas vítimas: gestante e o feto). Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54) Pena - reclusão, de um a quatro anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. Aborto praticado com o consentimento da gestante (126, CP): aqui o sujeito passivo é apenas o feto. É possível o concurso de pessoas (duas enfermeiras, como coautoras do art. 126, praticam aborto na gestante, autora do art. 124). Forma qualificada Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Crime preterdoloso: para que se configure essa espécie de crime qualificado pelo resultado, é indispensável que o evento lesão grave ou morte decorra, pelo menos, de culpa (art. 19, CP). É um misto de dolo (aborto) e culpa (lesão http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54 http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54 http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54 DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS | Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 6 OS: 0029/4/18-Gil grave ou homicídio). O crime preterdoloso não admite tentativa. Se há dolo nos dois resultados, o agente responde pelos dois crimes (aborto + lesão grave ou homicídio). Aplica-se apenas aos delitos previstos nos arts. 125 e 126. Não incide no caso do art. 124 porque o sujeito ativo do art. 124 é a própria gestante. A majoração da pena pode ocorrer ainda e quando o aborto não ocorra, sendo suficiente que o resultado majorador decorra das manobras abortivas. Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54) Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. Aborto permitido ou legal: é gênero do qual temos duas espécies, o aborto terapêutico ou necessário (art. 128, I = perigo de morte da gestante + realização do aborto por médico) e o aborto humanitário ou sentimental (art. 128, II = gravidez resultante de estupro + realização por médico + autorização da gestante ou representante legal). Nas duas hipóteses que excepciona, o dispositivo em exame estabelece excludentes especiais da ilicitude. Vale ressaltar que se a gestante encontra-se em perigo de morte e no local onde ela mora não tem médico, sendo o aborto feito por enfermeira, esta não responde por ter agido em estado de necessidade (art. 24, CP). Lembre-se que o art. 128, I, apenas faz referência ao médico. CAPÍTULO II DAS LESÕES CORPORAIS Lesão corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. Lesão corporal de natureza grave § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incuravel; III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Lesão corporal seguida de morte § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Diminuição de pena § 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Substituição da pena § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; II - se as lesões são recíprocas. Lesão corporal culposa § 6º Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) Pena - detenção, de dois meses a um ano. Aumento de pena § 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012) § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54 http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4611.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12720.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art129§7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.886.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.886.htm#art1 DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS | Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 7 OS: 0029/4/18-Gil § 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo- se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006) § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) Conceito e objeto jurídico: lesão corporal pode ser o dano físico (hematomas, por exemplo), fisiológico (alteração do sistema digestivo, por exemplo) ou mental. O objeto jurídico é a incolumidade pessoal da vítima. A pluralidade de lesões caracteriza crime único (dez lesões = um crime). O número de lesões será levado em conta na pena-base. Sujeitos do crime e formas de conduta: o sujeito ativo é qualquer pessoa e o sujeito passivo, exceto nas hipóteses do art. 129, § 1º, IV e § 2º, V (apenas mulher grávida), também é qualquer pessoa. O crime pode ser praticado por ação ou por omissão (quando o agente tem o dever de impedir o resultado, nos termos do art. 13, § 2º, CP). Distinção deinfrações penais: a autolesão não é crime, mas se foi praticada para fraudar seguros é delito previsto no art. 171, § 2º, V, CP. A violência sem ocasionar lesões e sem intenção de lesionar é contravenção penal de vias de fato, prevista no art. 21 da LCP (tapa nas costas, empurrões, por exemplo). Violência ou vias de fato com intenção de humilhar a vítima é injúria real, prevista no art. 140, § 2º, CP (tapa no rosto, dependendo do contexto, por exemplo). Lesão corporal leve (129, caput, CP): será leve quando não ocorrer nenhum dos resultados dos § 1º a 3º do art. 129, CP. Eritema (vermelhidão) não é lesão, mas vias de fato. O princípio da insignificância é pacificamente admitido nas lesões leves (corte quase imperceptível no dedo, por exemplo). A incapacidade do 129, § 1º, inciso I, CP pode ser causada por dolo ou por culpa (assim, pode ou não ser preterdoloso). Ocupação habitual não é só o trabalho, mas qualquer ocupação diária, por isso crianças e idosos podem ser vítimas desse delito. Tem que ser por mais de 30 dias (no mínimo 31 dias). No caso de perigo de vida (129, § 1º, inciso II, CP), o crime preterdoloso, apenas (dolo na lesão e culpa no perigo de vida). Se o agente teve a intenção de matar é tentativa de homicídio (por isso que é apenas preterdoloso). A debilidade prevista no 129, § 1º, inciso III, CP, significa diminuição da capacidade. Permanente significa por longo tempo, mas não precisa ser definitiva. Membros são os braços, as pernas, as mãos, etc. Sentido é a visão, audição paladar, etc. Função é a atividade específica de um órgão (função renal, por exemplo). Órgãos duplos (rins, olhos, ouvidos, etc.): se um órgão for destruído e o outro continua funcionando é debilidade permanente, mas se os dois foram destruídos, é lesão gravíssima (art. 129, § 2º, III, CP). Destaque-se que correndo a aceleração do parto (criança nasceu e sobreviveu) é lesão grave (art. 129, § 1º, IV, CP) e se ocorre o aborto é lesão gravíssima (art. 129, § 2º, V, CP). Ambos são crimes preterdolosos (dolo na lesão e culpa na aceleração do parto ou no aborto). Lesão corporal gravíssima: essa denominação é doutrinária, para o Código Penal é tudo lesão corporal grave. A incapacitada tratada no 129, § 2º, inciso I, CP é apenas para o trabalho. Incapacidade permanente não quer dizer definitiva, mas sim duradoura, sem data para cessar. A incapacidade pode ser gerada por dolo ou por culpa do agressor, logo, pode ser preterdoloso ou não. A enfermidade incurável (129, § 2º, inciso II, CP) é aquela que não tem capacidade de cura, de acordo com a medicina atual, mesmo que haja previsão de um dia ser curada. Pode ser preterdoloso ou não. Na perda ou inutilização do membro, sentido ou função (129, § 2º, inciso III, CP) o tipo penal prevê a perda (amputação ou mutilação) ou inutilização (membro, sentido ou função inoperante, ou seja, sem qualquer capacidade de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.886.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.886.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13142.htm#art2 DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS | Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 8 OS: 0029/4/18-Gil exercer suas atividades próprias). Se a lesão causa impotência sexual para a procriação (impotência generandi) ou para o ato (impotência coeundi) configura o delito em exame. A deformidade permanente (129, § 2º, inciso IV, CP) é o dano estético, aparente, relevante e capaz de provocar impressão vexatória (desconforto para quem olha e humilhação para a vítima). A lesão pode ser em qualquer parte do corpo, e não apenas no rosto. A diferença entre o delito estabelecido no art. 127, CP (aborto qualificado pela lesão grave na gestante) e o crime previsto no 129, § 2º, inciso V, CP (lesão corporal qualificada pelo aborto) é o dolo. No primeiro, o dolo é de aborto e culposamente causa lesão, ao passo que no segundo, o dolo é de lesão e culposamente causa aborto. Se tiver dolo de lesão e de aborto responde por aborto e lesão corporal. A lesão corporal seguida de morte é delito exclusivamente preterdoloso. Lembre-se que os crimes preterdolosos não admitem tentativa. Lesão corporal privilegiada (129, § 4º, CP): aplicam-se as mesmas conclusões referentes ao homicídio privilegiado. Substituição de pena nas lesões leves (129, § 5º, CP): a substituição é possível apenas na lesão leve (tendo em que o texto legal prevê: “não sendo graves as lesões”) e quando forem privilegiadas (art. 129, § 4º,CP) ou recíprocas. É importante ressaltar que a lesão corporal praticada em violência doméstica não é delito imposto apenas para o caso de violência doméstica contra a mulher, mas para qualquer violência doméstica. O § 9º do art. 129 só se aplica às lesões leves, para as demais tem o § 10 do mesmo dispositivo. Por fim, veja que o § 9º utiliza a expressão “com quem conviva” (o que inclui até república de estudantes, por exemplo) e “tenha convivido” (o que inclui ex-namorados, por exemplo, e desde que a agressão tenha relação com a convivência passada. CAPÍTULO III DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE Perigo de contágio venéreo Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 2º - Somente se procede mediante representação. Perigo de contágio de moléstia grave Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Perigo para a vida ou saúde de outrem Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998) Abandono de incapaz Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena - detenção, de seis meses a três anos. § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Aumento de pena § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: I - se o abandono ocorre em lugar ermo; II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) Exposição ou abandono de recém-nascido Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: Pena - detenção, de seis meses a doisanos. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9777.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art133§3iii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art133§3iii DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS | Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 9 OS: 0029/4/18-Gil § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de um a três anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - detenção, de dois a seis anos. Omissão de socorro Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. Objeto jurídico: o objeto jurídico tutelado pelo crime de omissão de socorro, a exemplo dos antecedentes (arts. 130 ao 134, CP), é a segurança do indivíduo, protegendo-se a vida e a saúde humanas. Sujeitos do crime: o art. 135 não exige nenhuma qualidade especial do sujeito ativo, nem vínculo entre os sujeitos ativo e passivo (crime comum). Aliás, se houver vínculo entre o agente e a vítima que caracterize o dever jurídico de agir (art. 13, § 2º, CP), o sujeito ativo deixa de ser omitente próprio e passa a assumir a posição de garantidor, respondendo pelo resultado. Destaca Rogério Sanches Cunha que o dever de assistência é imposição que recai sobre todos, sem distinção, logo, o delito em estudo não admite coautoria (cada omitente é autor da sua omissão). Contudo, se várias pessoas estão diante de uma situação que requer assistência e apenas uma socorre a vítima necessitada, não o fazendo as outras, desaparece o delito, sendo a obrigação de natureza solidária. Cezar Roberto Bitencourt sustenta que é imprescindível que o sujeito ativo esteja no lugar e no momento em que a vítima precisa de socorro. Quanto ao sujeito passivo, apenas criança abandonada ou extraviada, ou pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo, pode figurar como tal. Condutas: o delito em estudo pune duas formas de omissão, quais sejam: (1) deixar de prestar assistência (assistência imediata); (2) deixar de pedir socorro da autoridade pública (assistência mediata, quando não for possível a assistência imediata). É importante destacar que o dever de assistência não é absoluto, já que o próprio Código impõe limite ao prescrever “quando possível fazê-lo sem risco pessoal”. Assim, havendo risco pessoal, o omitente fica desobrigado. Consumação e tentativa: o crime consuma-se com a simples omissão (é crime de mera conduta). Não admite tentativa (é crime omissivo próprio e, portanto, unissubsistente). O parágrafo único do 135, CP estabelece uma majorante e trata-se de crime preterdoloso. Logo, também não admite a tentativa. Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). Maus-tratos Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a quatro anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990) CAPÍTULO IV DA RIXA Rixa Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art136§3 DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS | Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 10 OS: 0029/4/18-Gil natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. Conceito e objeto jurídico: para Cezar Roberto Bitencourt rixa “é uma briga entre mais de duas pessoas, acompanhada de vias de fato ou violência recíprocas. Para caracterizá-la é insuficiente a participação de dois contendores, pois aquela se caracteriza exatamente por certa confusão na participação dos contendores, dificultando, em princípio, a identificação da atividade de cada um”. Diante do exposto, não cabe falar em rixa quando há simples troca de palavras (injúrias ou ameaças), mas não se exige que os rixosos lutem fisicamente (podem arremessar pedras uns contra os outros, por exemplo). Também não haverá rixa quando possível definir, no caso concreto, dois grupos contrários lutando entre si. O bem jurídico protegido é a incolumidade da pessoa humana. Sujeitos do crime: a rixa é classificada como crime plurissubjetivo ou de concurso necessário, pois o tipo penal reclama a participação efetiva de ao menos três pessoas na troca de agressões materiais. Basta um imputável (pouco importa sejam os demais menores de idade, doentes mentais ou desconhecidos). É, ainda, crime de condutas contrapostas, pois os rixosos atuam uns contra os outros. Diante disso, cada participante é ao mesmo tempo sujeito ativo e sujeito passivo da rixa (sujeito passivo não da própria ação, mas da ação dos outros). A participação pode ser material (mediante atos violentos) ou moral (por meio de induzimento ou instigação, chamado de partícipe do crime de rixa, que deve ser no mínimo uma quarta pessoa, pois o delito reclama ao menos três indivíduos na luta generalizada). Consumação e tentativa: segundo Cezar Roberto Bitencourt, consuma-se o crime de rixa com a eclosão das agressões recíprocas, isto é, quando os contendores iniciam o conflito. Para o referido autor, na rixa ex improviso (aquela que nasce de improviso) é impossível a tentativa. No entanto, na rixa ex propósito, naquela que é previamente combinada, em tese, até se pode admitir a tentativa, mas, destaque-se, é de difícil configuração. Rixa qualificada (137, parágrafo único,CP): no caso de resultado não individualizado (quando não se sabe o autor da morte ou lesão grave), todos respondem nos termos do parágrafo único em estudo, não havendo responsável pela morte ou lesão grave. Sendo o resultado individualizado (quando é conhecido o autor da morte ou lesão grave), todos respondem pela rixa qualificada, mas só o autor da lesão grave ou morte responde em concurso material com a rixa qualificada. Importante destacar que parte da doutrina sustenta que não pode ser alegada a legítima defesa em relação à rixa (mas pode para os crimes que qualificam a rixa). CAPÍTULO V DOS CRIMES CONTRA A HONRA Considerações gerais sobre os crimes contra a honra: segundo Guilherme de Souza Nucci, na calúnia (fazer uma falsa acusação referente a um fato concreto definido como crime), bem como na difamação (que implica em divulgar fatos infamantes a reputação de uma pessoa, sejam eles verdadeiros ou falsos) o objeto jurídico é a honra objetiva (reputação ou imagem da pessoa diante de terceiros) e o objeto material é a reputação da pessoa. Na injúria (injuriar significa ofender ou insultar), o objeto jurídico é a honra subjetiva (autoimagem da pessoa, isto é, a avaliação que cada um tem de si mesmo) e o objeto material é a autoestima da pessoa. A calúnia se consuma no momento em que a imputação falsa chega ao conhecimento de terceiros, independentemente de resultado naturalístico. Já a difamação se consuma no momento em que a imputação chega ao conhecimento de terceiros, independentemente de resultado naturalístico. E a injúria se consuma no momento em que a imputação chega ao conhecimento do ofendido, independentemente de resultado naturalístico e da ciência de terceiros. A tentativa é possível nos três delitos na forma escrita. Calúnia Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. § 2º - É punível a calúnia contra os mortos. Exceção da verdade § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS | Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 11 OS: 0029/4/18-Gil Difamação Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Exceção da verdade Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. Injúria Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997) Disposições comuns Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; II - contra funcionário público, em razão de suas funções; III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. Exclusão do crime Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício. Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade. Retratação Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. (Incluído pela Lei nº 13.188, de 2015) Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.033. de 2009) CAPÍTULO VI DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL SEÇÃO I DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL Constrangimento ilegal Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Aumento de pena § 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art140§3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art140§3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art140§3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9459.htm#art140§3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9459.htm#art140§3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art141iv http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art141iv http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13188.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12033.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12033.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12033.htm DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS | Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 12 OS: 0029/4/18-Gil quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas. § 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentesà violência. § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; II - a coação exercida para impedir suicídio. Ameaça Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. Seqüestro e cárcere privado Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002) Pena - reclusão, de um a três anos. § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005) V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005) § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Segundo Fernando Capez, no sequestro (gênero), a privação da liberdade de locomoção não implica confinamento (manter uma pessoa em um sítio, por exemplo), já no cárcere privado (que constitui uma espécie do gênero sequestro), a privação da liberdade ocorre em recinto fechado, enclausurado, confinado (manter a vítima em um quarto fechado, por exemplo). Objeto jurídico: o bem jurídico tutelado é a liberdade de locomoção. Tratando-se de bem disponível (liberdade de ir, vir e ficar), o consentimento da vítima exclui o crime, desde que consciente e válido. Sujeitos do crime: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo ou passivo (crime comum). Quando o delito for praticado por autoridade pública, pode configurar o crime de abuso de autoridade (princípio da especialidade). O crime é de execução livre, isto é, pode ser praticado mediante ameaça, violência, fraude, ação ou omissão (médico que não concede alta para paciente já curado, por exemplo). Elemento subjetivo: o crime em estudo é punido apenas na modalidade dolosa e não se exige finalidade especial do agente. Consumação e tentativa: o crime consuma-se com a privação da liberdade da vítima (é crime permanente, já que a consumação se prolonga no tempo). A doutrina admite tentativa. O rol do 148, § 1º, inciso I, CP é taxativo, não podendo ser estendido para parentes colaterais, por afinidade, madrasta ou padrasto do agente. Destaque-se, também, que a qualificadora só abrange o idoso maior de 60 anos (igual a 60 anos, não!). A hipótese do 148, § 1º, inciso II, CP é denominada pela doutrina de “internação simulada ou fraudulenta”. A qualificadora do 148, § 1º, inciso III, CP só incide se for mais de 15 dias. É importante ressaltar que o prazo é penal, ou seja, computa-se o dia do início e exclui-se o dia da libertação (art. 10, CP). Para incidir a qualificadora do 148, § 1º, inciso IV, CP o dolo do agente tem que abranger essa qualidade da vítima (saber que a vítima é menor de 18 anos). No caso do 148, § 1º, inciso V, CP, incluído pela Lei nº 11.106/2005, é importante ressaltar que o Código Penal estabelecia como delitos autônomos o rapto violento (art. 219), que era a privação da liberdade com finalidade libidinosa, e o rapto consensual (art. 220), entretanto, com o advento da lei nº 11.106/05, houve abolitio criminis para o rapto consensual e o rapto violento passou a configurar qualificadora do sequestro. Assim, como bem explica Rogério Sanches Cunha, não houve abolitio criminis para a conduta de privar alguém da sua liberdade de locomoção com finalidade libidinosa. O que ocorreu, na verdade, foi uma revogação formal do tipo do art. 219, permanecendo materialmente típica a conduta, agora deslocado o seu enquadramento para o disposto no art. 148, § 1º, V, do CP (princípio da continuidade normativo-típica). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10446.htm#art1i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10446.htm#art1i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm#art148§1iv http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm#art148§1v http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm#art148§1v DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS | Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 13 OS: 0029/4/18-Gil Para gerar a qualificadora do 148, § 2º, CP o sofrimento físico ou moral tem que ser grave, pois todo sequestrado ou encarcerado tem sofrimento, pelo menos, moral. Redução a condição análoga à de escravo Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência. (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) § 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) § 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) Tráfico de Pessoas (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) IV - adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) V - exploração sexual. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) § 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) III - o agente se prevalecer de relações de parentesco,domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) § 2º A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização criminosa. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) SEÇÃO II DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO Violação de domicílio Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. § 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência. § 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. § 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências: I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência; II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. § 4º - A expressão "casa" compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. § 5º - Não se compreendem na expressão "casa": http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art17 DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS | Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 14 OS: 0029/4/18-Gil I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior; II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. SEÇÃO III DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA Violação de correspondência Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Sonegação ou destruição de correspondência § 1º - Na mesma pena incorre: I - quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói; Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas; III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número anterior; IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem observância de disposição legal. § 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem. § 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico: Pena - detenção, de um a três anos. § 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º. Correspondência comercial Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo: Pena - detenção, de três meses a dois anos. Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. SEÇÃO IV DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS Divulgação de segredo Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº 9.983, de 2000) § 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informaçõesou banco de dados da Administração Pública: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será incondicionada. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Violação do segredo profissional Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. Invasão de dispositivo informático (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência § 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência § 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência § 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art4 DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS | Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 15 OS: 0029/4/18-Gil a conduta não constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência § 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência § 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência I - Presidente da República, governadores e prefeitos; (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência TÍTULO II DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO CAPÍTULO I DO FURTO Furto Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. Furto qualificado § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) § 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016) O art. 155, caput, trata do furto simples e boa parte do estudo desse delito se aplica às demais espécies de furto (e mesmo ao roubo). O sujeito ativo é qualquer pessoa, exceto o próprio proprietário. Se o proprietário subtrai coisa dele, mas que está em poder legítimo de terceiro configura o delito do art. 345, CP. O sujeito passivo é qualquer pessoa física ou jurídica, proprietária, possuidora ou detentora do bem. Tipo objetivo: subtrair, ou seja, retirar a coisa do proprietário, possuidor, detentor, sem o consentimento. Se houver consentimento, exclui o crime. O furto pode ocorrer na presença da vítima, desde que não haja violência ou grave ameaça. A subtração pode ser direta (pelo próprio ladrão) ou indireta (por meio de pessoa inimputável ou animal) Objeto material: coisa alheia móvel. Segundo a doutrina, podem ser objeto de furto: (1) cadáver humano e suas partes, desde que pertençam a alguma entidade (uma universidade, por exemplo) e a subtração tenha finalidade de lucro (subtração sem finalidade de lucro configura o delito previsto no art. 211, CP); (2) os objetos sepultados junto com o cadáver; (3) partes do solo (cal, areis, por exemplo), desde que pertençam a alguém; (4) coisas de uso comum (água, gás natural, por exemplo), desde que pertençam a alguém (se desvia o curso natural de água de uma propriedade para outra configura o crime de usurpação de água,
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