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DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS 
| Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
1 
 
OS: 0029/4/18-Gil 
CONCURSO: CARREIRAS POLICIAIS 
 
ÍNDICE: 
PARTE ESPECIAL 
1 – Crimes em Espécie............................................................................................................01 
2 – Título I – Dos Crimes contra a Pessoa..............................................................................01 
3 – Título II – Dos Crimes contra o Patrimônio......................................................................15 
4 – Título VI – Dos Crimes contra a Dignidade Sexual...........................................................26 
5 – Título X – Dos Crimes contra a Fé Pública........................................................................31 
6 – Título XI – Dos Crimes contra a Administração Pública...................................................35 
 
PARTE ESPECIAL 
 
Capítulo 1 
 
 
Crimes em Espécie 
 
 
 
1. Legislação e Comentários: 
 
PARTE ESPECIAL 
TÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA 
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A VIDA 
 Homicídio simples 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
 Caso de diminuição de pena 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de 
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de 
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da 
vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
 Homicídio qualificado 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro 
motivo torpe; 
II - por motivo fútil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura 
ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar 
perigo comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou 
outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do 
ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou 
vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
 
 Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo 
feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 
144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional 
e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da 
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em 
razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 
2015) 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
§ 2º - A Considera-se que há razões de condição de sexo 
feminino quando o crime envolve: (Incluído pela Lei nº 
13.104, de 2015) 
I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 
13.104, de 2015) 
II - menosprezo ou discriminação à condição de 
mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
 
 Homicídio culposo 
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) 
Pena - detenção, de um a três anos. 
 
 Aumento de pena 
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um 
terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica 
de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar 
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as 
consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em 
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 
1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor 
de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação 
dada pela Lei nº 10.741, de 2003) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13142.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13142.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4611.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art121§4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art121§4
DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS 
| Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
2 
 
OS: 0029/4/18-Gil 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar 
de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem 
o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se 
torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 
24.5.1977) 
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se 
o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de 
prestação de serviço de segurança, ou por grupo de 
extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012) 
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) 
até a metade se o crime for praticado: (Incluído pela Lei 
nº 13.104, de 2015) 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao 
parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 
(sessenta) anos ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº 
13.104, de 2015) 
III - na presença de descendente ou de ascendente da 
vítima. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
 
 Conceito e objeto jurídico: homicídio é a eliminação da 
vida de alguém levada a efeito por outrem (Cezar Roberto 
Bitencourt). O objeto jurídico é a vida humana extra-uterina. 
Para que haja o crime, não é necessário que se trate de vida 
viável (mesmo que a vítima tenha pouco tempo de 
existência, tem direito à vida). 
 
 Formas de conduta: ação/omissão. No caso de omissão, só 
responde por homicídio se tinha o dever jurídico de impedir 
a morte da vítima (art. 13, § 2º, CP). Se não tem o dever 
jurídico e não impede responde por omissão de socorro 
qualificada pela morte (art. 135, parágrafo único, CP). 
Pode ser praticado por violência física ou psíquica (moral). A 
violenta emoção, provocada dolosamente por outrem e que 
ocasiona a morte, é meio de homicídio (Edgard Magalhães 
Noronha). 
É crime plurissubsistente (a conduta pode ser fracionada em 
vários atos). Exemplo: efetua dez disparos (há uma conduta 
e dez atos). 
 
 Sujeitos do crime: sujeito ativo do homicídio é qualquer 
pessoa (crime comum). Sujeito passivo pode ser qualquer 
ser vivo, nascido de mulher, isto é, o ser humano nascido 
com vida. A vida começa com o início do parto, com o 
rompimento do saco amniótico. Antes do início do parto, o 
crime será de aborto. É suficiente a vida, sendo indiferente a 
capacidade de viver (Cezar Roberto Bitencourt). 
 
 Consumação e tentativa: o crime se consuma com a morte 
real da vítima (crime material), que ocorre com a morte 
encefálica (ou cerebral), ainda que as funções circulatória e 
respiratória continuem funcionando (art. 3º, Lei nº 
9.434/97). 
Haverá tentativa quando o agente não conseguir matar a 
vítima por circunstâncias alheias a sua vontade. 
Tentar matar cadáver é crime impossível por absoluta 
impropriedade do objeto (art. 17, CP). 
Vale ressaltar que a desistência voluntária e o 
arrependimento eficaz afastam a tentativa (art. 15, CP). 
 
 Homicídio doloso simples: em regra,não é crime 
hediondo. Entretanto, será hediondo quando praticado em 
atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
executado por apenas um dos integrantes do grupo (art. 1º, 
I, Lei nº 8.072/90). Registre-se que homicídio condicionado é 
o homicídio doloso simples praticado em atividade típica de 
grupo de extermínio. 
 
 Homicídio doloso privilegiado (nome dado pela doutrina): 
ocorre em três situações: (a) relevante valor social (valor 
que pertence a toda sociedade e não apenas ao autor do 
crime); (2) relevante valor moral (é um valor individual, 
pessoal, como no caso da eutanásia); (3) sob o domínio de 
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação. 
Na última situação o agente deve estar sob o domínio e não 
sob a influência (a mera influência é homicídio doloso 
simples com atenuante de pena do art. 65, III, “c”, CP). 
Também são requisitos a imediatidade entre provocação e 
reação e a injusta provocação (se houver injusta agressão 
pode configurar legítima defesa). 
Sendo reconhecida a causa de diminuição de pena, é direito 
subjetivo do acusado (o juiz é obrigado a reduzir de um 
sexto a um terço). 
O privilégio não se comunica entre os agentes no caso de 
concurso de pessoas porque é uma circunstância pessoal 
(pai e amigo matam o traficante que vendia droga para o 
filho = apenas o pai responde pelo art. 121, § 1º, enquanto o 
amigo responde pelo art. 121, caput). 
 
 Homicídio doloso qualificado: em qualquer de suas 
formas é crime hediondo. 
No chamado homicídio mercenário (121, § 2º, I, CP) não é 
necessário que haja o recebimento da recompensa, basta a 
mera promessa. Respondem pelo crime qualificado o que 
praticou a conduta e o que pagou ou prometeu a 
recompensa (STJ, HC 99.144-RJ). 
 
 Motivo torpe é aquele nojento, repugnante, abjeto. A 
vingança por si só não é motivo torpe. É preciso verificar o 
motivo que originou a vingança. Na verdade, é o motivo 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6416.htm#art121§5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6416.htm#art121§5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12720.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1
DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS 
| Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
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OS: 0029/4/18-Gil 
anterior que pode ser torpe. Se o pai mata o estuprador da 
filha por vingança não é motivo torpe. 
 
 Fútil é o motivo insignificante, banal; corresponde a uma 
reação desproporcional do agente a uma ação ou omissão 
da vítima. 
No mais, prevalece que a ausência de motivo não qualifica o 
crime. Homicídio motivado é qualificado; homicídio sem 
motivo é simples (Cezar Roberto Bitencourt). 
 
 Veneno, para fins penais é qualquer substância capaz de 
causar um perigo real a vida da vítima. Uma substância 
teoricamente inócua pode assumir a condição de venenosa, 
segundo as condições especiais da vítima. Só se aplica se o 
veneno foi introduzido na vítima sem o seu conhecimento. 
Se for ministrado à força poderá caracterizar o meio cruel. 
 
 Asfixia é o impedimento direto (quando são obstruídas as 
vias respiratórias, com um travesseiro no rosto, por exemplo) 
ou indireto (quando a vítima fica impedida de exercer o 
movimento do tórax, através de estrangulamento, por 
exemplo) da função respiratória da vítima. 
No caso do homicídio qualificado pela tortura, é preciso 
ressaltar que é um crime doloso qualificado dolosamente, 
diferente da tortura qualificada pela morte (art. 1º, § 3º, Lei 
nº 9455/97), que é um crime doloso qualificado 
culposamente (crime preterdoloso). 
 
 Meio insidioso é um meio dissimulado e o meio cruel é 
aquele que causa sofrimento desnecessário à vítima, mas 
que não chega a configurar uma tortura. 
 
 O perigo comum ocorre quando o agente, além de matar, 
causa perigo a um número indeterminado de pessoas. 
 
 A traição que qualifica o homicídio pode ser física (disparo 
pelas costas, sem que a vítima tenha conhecimento que vai 
ser atacada) ou moral (esganadura durante o ato sexual). 
 
 Na emboscada, o agente se esconde e pega a vítima de 
surpresa, ao passo que na dissimulação o agente esconde 
ou disfarça o seu propósito para apanhar a vítima 
desprotegida. 
Registre-se que a superioridade física não qualifica o 
homicídio porque é condição natural e não recurso criado 
pelo homicida. 
O “outro crime” mencionado no 121, § 2º, inciso V, do CP 
pode ser do próprio homicida ou de terceira pessoa (o 
agente mata o segurança do cartório para que o irmão possa 
executar o incêndio no cartório). Não se aplica no caso de 
contravenção penal. 
 
 Feminicídio é o homicídio doloso praticado contra a 
mulher por “razões da condição de sexo feminino”, ou seja, 
desprezando, menosprezando, desconsiderando a dignidade 
da vítima enquanto mulher, como se as pessoas do sexo 
feminino tivessem menos direitos do que as do sexo 
masculino (121, § 2º, inciso VI, CP). 
 
 O homicídio cometido contra integrantes dos órgãos de 
segurança pública (ou contra seus familiares) será 
considerado como homicídio qualificado se o delito tiver 
relação com a função exercida (121, § 2º, inciso VII, CP). 
 
 Homicídio qualificado-privilegiado: é possível que o 
homicídio seja, ao mesmo tempo, privilegiado e qualificado, 
desde que as qualificadoras sejam de natureza objetiva, 
como as previstas nos incisos III e IV do § 2º do dispositivo 
em tela. À guisa de exemplo, veja o caso do agente, 
motivado por violenta emoção, mata a vítima com emprego 
de asfixia, como na hipótese do agente que mata por asfixia 
o estuprador da sua filha. Ressalte-se que o homicídio 
qualificado-privilegiado não é considerado crime hediondo. 
 
 Homicídio culposo: ocorre por imprudência (agir 
descuidado), por negligência (deixar de adotar as cautelas 
necessárias) ou imperícia (falta de habilidade ou 
conhecimento para a prática de ofício, arte ou profissão). No 
homicídio culposo o agente não quer matar a vítima (dolo 
direto) nem assume o risco de matá-la (dolo eventual). 
Se o crime for praticado na direção de veículo automotor 
configura o homicídio culposo estabelecido no CTB (art. 302, 
Lei nº 9.503/97). É importante destacar que o sujeito ativo 
precisa conduzir veículo automotor (não basta que esteja no 
trânsito). Assim, se o agente estiver na condução de veículo 
de tração humana (bicicleta), tração animal (carroça) ou 
ciclomotor (anexo I do CTB) e matar alguém, responde pelo 
crime do art. 121, § 3º, CP. 
Destaque-se que não existe a compensação de culpas no 
direito penal, mas na culpa concorrente o juiz pode atenuar 
a pena do agente (a vítima atravessa fora da faixa de 
pedestre e o agente mata porque está em alta velocidade). 
Ademais, é sempre bom lembrar que na culpa exclusiva 
(total) da vítima não há crime (a vítima se joga por cima do 
carro, por exemplo). 
 
 Homicídio culposo majorado (aumento de pena do 121, § 
4º, primeira parte, CP): o dispositivo aponta quatro causas 
de aumento de pena para o homicídio culposo, quais sejam: 
(1) inobservância de regra técnica de profissão, arte ou 
ofício que ocorre quando o agente conhece a regra, mas 
DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS 
| Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.22204 
 
OS: 0029/4/18-Gil 
acaba por provocar a morte de alguém em razão do seu 
deixa descaso, diferente da imperícia (modalidade de culpa), 
em que o agente desconhece a regra; (2) o agente deixa de 
prestar imediato socorro à vítima (não se aplica no caso do 
homicídio culposo do CTB, pois já tem previsão própria); (3) 
o agente não procura diminuir as consequências do seu ato; 
(4) foge para evitar prisão em flagrante (se foge para fugir de 
linchamento não incide a causa de aumento de pena). 
 
 Homicídio doloso majorado (aumento de pena do 121, § 
4º, segunda parte, CP): duas são as causas de aumento de 
pena previstas para o delito de homicídio doloso: (1) vítima 
menor de 14 anos; (2) vítima maior de 60 anos. É 
importante destacar que considera-se a idade da vítima no 
momento da conduta, ainda que outro seja o resultado (art. 
4º, CP). 
 
 Perdão judicial no homicídio culposo (121, § 5º, CP): o 
perdão judicial é causa extintiva da punibilidade (art. 107, IX, 
CP) e a sentença que concede o perdão judicial não gera 
reincidência. 
Embora não previsto expressamente, predomina que cabe o 
perdão judicial no homicídio culposo do CTB, por analogia 
“in bona partem”. 
Note, por fim, que a Lei nº 12.720/12, que criou o crime de 
constituição de milícia privada (288-A, CP), aproveitou para 
acrescer duas majorantes (causas de aumento), uma para o 
crime de homicídio (§ 6º), e outra, semelhante, para o crime 
de lesões corporais, alterando a redação do § 7º do art. 129 
deste Código. Assim, na prática do crime de homicídio, a 
partir de agora, a pena será aumenta de um terço (1/3) até 
a metade “se o crime for praticado por milícia privada, sob 
o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por 
grupo de extermínio”. 
 
 Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio 
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-
lhe auxílio para que o faça: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; 
ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio 
resulta lesão corporal de natureza grave. 
Parágrafo único - A pena é duplicada: 
Aumento de pena 
I - se o crime é praticado por motivo egoístico; 
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer 
causa, a capacidade de resistência. 
 
 Considerações iniciais: a pessoa que se suicida ou tenta se 
suicidar não comete crime nenhum. O terceiro que ajuda a 
executar a morte responde por homicídio. Só responde pelo 
delito de participação em suicídio o terceiro que induzir 
(criar a ideia até então inexistente), instigar (reforçar uma 
ideia já existente) ou auxiliar (prestar auxílio material para o 
suicida). 
Se determinada pessoa coage o suicida para impedir o 
suicídio, não comete o crime de constrangimento ilegal (art. 
146, § 3º, II, CP). 
 
 Sujeitos do crime: o sujeito ativo é qualquer pessoa (crime 
comum). O sujeito passivo é qualquer pessoa, desde que 
tenha capacidade mental de entender que está eliminando a 
própria vida. Se a vítima não tem capacidade de entender 
que está se suicidando, o agente responde por homicídio 
(induzir criança de 04 anos a atirar contra si, por exemplo). 
Só há o crime se a conduta foi exercida contra pessoa certa e 
determinada (autor de livro que escreve obra sugerindo às 
pessoas o suicídio não configura o delito). 
 
 Consumação e tentativa: a consumação ocorre se o 
suicida morrer ou sofrer lesão grave. Se não sofre lesão ou 
sofre apenas lesão leve, não há o crime. 
Não há tentativa, porque se o suicida não morre nem sofre 
lesão grave, não há o crime (conclusão extraída da pena do 
art. 122, caput, CP). 
 
 Elemento subjetivo: o crime é punido apenas a título de 
dolo. Se alguém, culposamente, dá uma notícia para a vítima 
que não deveria e a vítima se suicida, não há crime. 
 
 Causas de aumento de pena: incidem se o crime é 
cometido por motivo egoístico (instigou o suicídio para ficar 
com a herança do suicida), se a vítima é menor (menor de 
18 anos e que tenha alguma capacidade de entendimento, 
caso contrário é homicídio) ou se tem diminuída, por 
qualquer causa, a capacidade de resistência (embriaguez, 
doença mental, por exemplo). 
 
 Infanticídio 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o 
próprio filho, durante o parto ou logo após: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
 
 Sujeitos do crime: o sujeito ativo é a mãe da vítima em 
estado puerperal (crime próprio). O sujeito passivo é apenas 
o filho da mãe puérpera, que esteja nascendo ou que já 
nasceu. É crime bipróprio, pois exige uma qualidade especial 
do sujeito ativo e do sujeito passivo. 
A condição pessoal do “estado puerperal” é elementar do 
tipo penal e, portanto, comunica-se ao terceiro coautor ou 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033036/lei-12720-12
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677474/artigo-129-da-constituição-federal-de-1988
DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS 
| Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz 
 
 
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partícipe (art. 30, CP). 
 
 Estado puerperal: são perturbações psíquicas e físicas 
decorrentes do parto, que atingem determinadas mulheres, 
causando-lhes sentimento de ódio, desespero, etc. 
Aplica-se o princípio da especialidade, pois, se mata o 
próprio filho sem o estado puerperal é homicídio. 
Não há um critério seguro para determinar o tempo do 
estado puerperal, circunstância a ser analisada pelos peritos 
no caso concreto. 
 
 Erro sobre a pessoa: se por erro, em vez de matar o 
próprio filho, pensando ser o dela, responde por infanticídio, 
conforme o art. 20, § 3º, CP. 
 
 Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a 
morte da vítima e a tentativa é possível. 
 
 Aborto provocado pela gestante ou com seu 
consentimento 
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que 
outrem lho provoque: (Vide ADPF 54) 
Pena - detenção, de um a três anos. 
 
 Conceito de abortamento: é a interrupção da gravidez 
(natural ou por inseminação artificial), com a destruição do 
resultado da concepção. 
 
 Bem jurídico protegido: tanto no crime em tela (124, CP), 
como nos demais delitos que tratam do abortamento, o bem 
protegido é a vida humana intrauterina em qualquer fase. 
Assim, protege o óvulo fecundado (que dura em média até 
três semanas), o embrião (três semanas a três meses, em 
média) e o feto (a partir do terceiro mês, em média). 
 
 Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a 
destruição do produto da concepção (crime material). A 
morte não precisa ser instantânea, nem precisa haver 
expulsão do feto (mulher pode matar e o próprio organismo 
absolver o produto da concepção). A tentativa é possível. 
Se a mulher ingere substância abortiva, mas não está grávida 
ou o feto já está morto por uma causa natural não é 
tentativa, mas delito putativo ou crime impossível por 
absoluta impropriedade do objeto (art. 17, CP). 
 
 Elemento subjetivo: todas as condutas do aborto só 
admitem o dolo, inclusive o dolo eventual. Não é punido a 
título de culpa. 
 
 Auto-aborto ou consentimento para o aborto: é o delito 
em tela (124, CP). Apenas a gestante é punida por provocar 
ou autorizar o aborto. 
É crime de mão-própria e, portanto, não admite coautoria 
(mas admite a participação). Perceba que a gestante que 
autoriza responde pelo art. 124 e a pessoa que provoca 
responde pelo art. 126, ambos do CP (exceção à teoria 
monista ou unitária). 
 
 Aborto provocado por terceiro 
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da 
gestante: 
Pena - reclusão, de três a dez anos. 
 
 Aborto praticado sem o consentimento da gestante (125, 
CP): esse delito ocorre em duas hipóteses, quais sejam: (1) 
quando há oposição expressa da gestante; (2) quando o 
consentimento é dado por gestante numa das situações do 
parágrafo único do art. 126,CP. 
É crime de dupla subjetividade passiva (tem duas vítimas: 
gestante e o feto). 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da 
gestante: (Vide ADPF 54) 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a 
gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou 
débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante 
fraude, grave ameaça ou violência. 
 
 Aborto praticado com o consentimento da gestante (126, 
CP): aqui o sujeito passivo é apenas o feto. É possível o 
concurso de pessoas (duas enfermeiras, como coautoras do 
art. 126, praticam aborto na gestante, autora do art. 124). 
 
 Forma qualificada 
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores 
são aumentadas de um terço, se, em consequência do 
aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a 
gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são 
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a 
morte. 
 
 Crime preterdoloso: para que se configure essa espécie de 
crime qualificado pelo resultado, é indispensável que o 
evento lesão grave ou morte decorra, pelo menos, de culpa 
(art. 19, CP). É um misto de dolo (aborto) e culpa (lesão 
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54
DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS 
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grave ou homicídio). O crime preterdoloso não admite 
tentativa. 
Se há dolo nos dois resultados, o agente responde pelos dois 
crimes (aborto + lesão grave ou homicídio). 
Aplica-se apenas aos delitos previstos nos arts. 125 e 126. 
Não incide no caso do art. 124 porque o sujeito ativo do art. 
124 é a própria gestante. 
A majoração da pena pode ocorrer ainda e quando o aborto 
não ocorra, sendo suficiente que o resultado majorador 
decorra das manobras abortivas. 
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide 
ADPF 54) 
 
 Aborto necessário 
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
 
 Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido 
de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu 
representante legal. 
 
 Aborto permitido ou legal: é gênero do qual temos duas 
espécies, o aborto terapêutico ou necessário (art. 128, I = 
perigo de morte da gestante + realização do aborto por 
médico) e o aborto humanitário ou sentimental (art. 128, II 
= gravidez resultante de estupro + realização por médico + 
autorização da gestante ou representante legal). 
Nas duas hipóteses que excepciona, o dispositivo em exame 
estabelece excludentes especiais da ilicitude. Vale ressaltar 
que se a gestante encontra-se em perigo de morte e no local 
onde ela mora não tem médico, sendo o aborto feito por 
enfermeira, esta não responde por ter agido em estado de 
necessidade (art. 24, CP). Lembre-se que o art. 128, I, 
apenas faz referência ao médico. 
CAPÍTULO II 
DAS LESÕES CORPORAIS 
 Lesão corporal 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de 
outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 
 Lesão corporal de natureza grave 
§ 1º Se resulta: 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 
trinta dias; 
II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV - aceleração de parto: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2° Se resulta: 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
II - enfermidade incuravel; 
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V - aborto: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
 Lesão corporal seguida de morte 
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o 
agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de 
produzi-lo: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
 
 Diminuição de pena 
§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de 
relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta 
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o 
juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
 Substituição da pena 
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir 
a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a 
dois contos de réis: 
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; 
II - se as lesões são recíprocas. 
 
 Lesão corporal culposa 
§ 6º Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) 
Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
Aumento de pena 
§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer 
qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste 
Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012) 
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 
121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) 
 
 Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 
2004) 
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4611.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12720.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art129§7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.886.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.886.htm#art1
DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS 
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§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, 
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com 
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-
se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de 
hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação 
dada pela Lei nº 11.340, de 2006) 
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as 
circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, 
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 
10.886, de 2004) 
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será 
aumentada de um terço se o crime for cometido contra 
pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, 
de 2006) 
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente 
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, 
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de 
Segurança Pública, no exercício da função ou em 
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou 
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa 
condição, a pena é aumentada de um a dois 
terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) 
 
 Conceito e objeto jurídico: lesão corporal pode ser o dano 
físico (hematomas, por exemplo), fisiológico (alteração do 
sistema digestivo, por exemplo) ou mental. O objeto jurídico 
é a incolumidade pessoal da vítima. 
A pluralidade de lesões caracteriza crime único (dez lesões = 
um crime). O número de lesões será levado em conta na 
pena-base. 
 
 Sujeitos do crime e formas de conduta: o sujeito ativo é 
qualquer pessoa e o sujeito passivo, exceto nas hipóteses do 
art. 129, § 1º, IV e § 2º, V (apenas mulher grávida), também 
é qualquer pessoa. 
O crime pode ser praticado por ação ou por omissão 
(quando o agente tem o dever de impedir o resultado, nos 
termos do art. 13, § 2º, CP). 
 
 Distinção deinfrações penais: a autolesão não é crime, 
mas se foi praticada para fraudar seguros é delito previsto 
no art. 171, § 2º, V, CP. 
A violência sem ocasionar lesões e sem intenção de lesionar 
é contravenção penal de vias de fato, prevista no art. 21 da 
LCP (tapa nas costas, empurrões, por exemplo). 
Violência ou vias de fato com intenção de humilhar a vítima 
é injúria real, prevista no art. 140, § 2º, CP (tapa no rosto, 
dependendo do contexto, por exemplo). 
 Lesão corporal leve (129, caput, CP): será leve quando não 
ocorrer nenhum dos resultados dos § 1º a 3º do art. 129, CP. 
Eritema (vermelhidão) não é lesão, mas vias de fato. 
O princípio da insignificância é pacificamente admitido nas 
lesões leves (corte quase imperceptível no dedo, por 
exemplo). 
A incapacidade do 129, § 1º, inciso I, CP pode ser causada 
por dolo ou por culpa (assim, pode ou não ser preterdoloso). 
Ocupação habitual não é só o trabalho, mas qualquer 
ocupação diária, por isso crianças e idosos podem ser 
vítimas desse delito. Tem que ser por mais de 30 dias (no 
mínimo 31 dias). 
No caso de perigo de vida (129, § 1º, inciso II, CP), o crime 
preterdoloso, apenas (dolo na lesão e culpa no perigo de 
vida). Se o agente teve a intenção de matar é tentativa de 
homicídio (por isso que é apenas preterdoloso). 
A debilidade prevista no 129, § 1º, inciso III, CP, significa 
diminuição da capacidade. Permanente significa por longo 
tempo, mas não precisa ser definitiva. Membros são os 
braços, as pernas, as mãos, etc. Sentido é a visão, audição 
paladar, etc. Função é a atividade específica de um órgão 
(função renal, por exemplo). 
 
 Órgãos duplos (rins, olhos, ouvidos, etc.): se um órgão for 
destruído e o outro continua funcionando é debilidade 
permanente, mas se os dois foram destruídos, é lesão 
gravíssima (art. 129, § 2º, III, CP). 
Destaque-se que correndo a aceleração do parto (criança 
nasceu e sobreviveu) é lesão grave (art. 129, § 1º, IV, CP) e 
se ocorre o aborto é lesão gravíssima (art. 129, § 2º, V, CP). 
Ambos são crimes preterdolosos (dolo na lesão e culpa na 
aceleração do parto ou no aborto). 
 
 Lesão corporal gravíssima: essa denominação é 
doutrinária, para o Código Penal é tudo lesão corporal grave. 
A incapacitada tratada no 129, § 2º, inciso I, CP é apenas 
para o trabalho. Incapacidade permanente não quer dizer 
definitiva, mas sim duradoura, sem data para cessar. 
A incapacidade pode ser gerada por dolo ou por culpa do 
agressor, logo, pode ser preterdoloso ou não. 
 
 A enfermidade incurável (129, § 2º, inciso II, CP) é aquela 
que não tem capacidade de cura, de acordo com a medicina 
atual, mesmo que haja previsão de um dia ser curada. Pode 
ser preterdoloso ou não. 
 
 Na perda ou inutilização do membro, sentido ou função 
(129, § 2º, inciso III, CP) o tipo penal prevê a perda 
(amputação ou mutilação) ou inutilização (membro, sentido 
ou função inoperante, ou seja, sem qualquer capacidade de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.886.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.886.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13142.htm#art2
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exercer suas atividades próprias). Se a lesão causa 
impotência sexual para a procriação (impotência generandi) 
ou para o ato (impotência coeundi) configura o delito em 
exame. 
 
 A deformidade permanente (129, § 2º, inciso IV, CP) é o 
dano estético, aparente, relevante e capaz de provocar 
impressão vexatória (desconforto para quem olha e 
humilhação para a vítima). 
A lesão pode ser em qualquer parte do corpo, e não apenas 
no rosto. 
A diferença entre o delito estabelecido no art. 127, CP 
(aborto qualificado pela lesão grave na gestante) e o crime 
previsto no 129, § 2º, inciso V, CP (lesão corporal 
qualificada pelo aborto) é o dolo. No primeiro, o dolo é de 
aborto e culposamente causa lesão, ao passo que no 
segundo, o dolo é de lesão e culposamente causa aborto. Se 
tiver dolo de lesão e de aborto responde por aborto e lesão 
corporal. 
A lesão corporal seguida de morte é delito exclusivamente 
preterdoloso. Lembre-se que os crimes preterdolosos não 
admitem tentativa. 
 
 Lesão corporal privilegiada (129, § 4º, CP): aplicam-se as 
mesmas conclusões referentes ao homicídio privilegiado. 
 
 Substituição de pena nas lesões leves (129, § 5º, CP): a 
substituição é possível apenas na lesão leve (tendo em que o 
texto legal prevê: “não sendo graves as lesões”) e quando 
forem privilegiadas (art. 129, § 4º,CP) ou recíprocas. 
É importante ressaltar que a lesão corporal praticada em 
violência doméstica não é delito imposto apenas para o 
caso de violência doméstica contra a mulher, mas para 
qualquer violência doméstica. 
O § 9º do art. 129 só se aplica às lesões leves, para as 
demais tem o § 10 do mesmo dispositivo. 
Por fim, veja que o § 9º utiliza a expressão “com quem 
conviva” (o que inclui até república de estudantes, por 
exemplo) e “tenha convivido” (o que inclui ex-namorados, 
por exemplo, e desde que a agressão tenha relação com a 
convivência passada. 
CAPÍTULO III 
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE 
 Perigo de contágio venéreo 
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou 
qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de 
que sabe ou deve saber que está contaminado: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 2º - Somente se procede mediante representação. 
 
 Perigo de contágio de moléstia grave 
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem 
moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de 
produzir o contágio: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 
 Perigo para a vida ou saúde de outrem 
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto 
e iminente: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não 
constitui crime mais grave. 
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um 
terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo 
decorre do transporte de pessoas para a prestação de 
serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em 
desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei nº 9.777, 
de 1998) 
 
 Abandono de incapaz 
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, 
guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, 
incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos. 
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza 
grave: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
Aumento de pena 
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um 
terço: 
I - se o abandono ocorre em lugar ermo; 
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, 
irmão, tutor ou curador da vítima. 
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela 
Lei nº 10.741, de 2003) 
 
 Exposição ou abandono de recém-nascido 
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar 
desonra própria: 
Pena - detenção, de seis meses a doisanos. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9777.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9777.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art133§3iii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art133§3iii
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§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
 
 Omissão de socorro 
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível 
fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou 
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou 
em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o 
socorro da autoridade pública: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da 
omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e 
triplicada, se resulta a morte. 
 
 Objeto jurídico: o objeto jurídico tutelado pelo crime de 
omissão de socorro, a exemplo dos antecedentes (arts. 130 
ao 134, CP), é a segurança do indivíduo, protegendo-se a 
vida e a saúde humanas. 
 
 Sujeitos do crime: o art. 135 não exige nenhuma 
qualidade especial do sujeito ativo, nem vínculo entre os 
sujeitos ativo e passivo (crime comum). Aliás, se houver 
vínculo entre o agente e a vítima que caracterize o dever 
jurídico de agir (art. 13, § 2º, CP), o sujeito ativo deixa de ser 
omitente próprio e passa a assumir a posição de garantidor, 
respondendo pelo resultado. 
Destaca Rogério Sanches Cunha que o dever de assistência é 
imposição que recai sobre todos, sem distinção, logo, o 
delito em estudo não admite coautoria (cada omitente é 
autor da sua omissão). Contudo, se várias pessoas estão 
diante de uma situação que requer assistência e apenas uma 
socorre a vítima necessitada, não o fazendo as outras, 
desaparece o delito, sendo a obrigação de natureza solidária. 
Cezar Roberto Bitencourt sustenta que é imprescindível que 
o sujeito ativo esteja no lugar e no momento em que a 
vítima precisa de socorro. 
Quanto ao sujeito passivo, apenas criança abandonada ou 
extraviada, ou pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou 
em grave e iminente perigo, pode figurar como tal. 
 
 Condutas: o delito em estudo pune duas formas de 
omissão, quais sejam: (1) deixar de prestar assistência 
(assistência imediata); (2) deixar de pedir socorro da 
autoridade pública (assistência mediata, quando não for 
possível a assistência imediata). É importante destacar que o 
dever de assistência não é absoluto, já que o próprio Código 
impõe limite ao prescrever “quando possível fazê-lo sem 
risco pessoal”. Assim, havendo risco pessoal, o omitente fica 
desobrigado. 
 
 Consumação e tentativa: o crime consuma-se com a 
simples omissão (é crime de mera conduta). Não admite 
tentativa (é crime omissivo próprio e, portanto, 
unissubsistente). 
O parágrafo único do 135, CP estabelece uma majorante e 
trata-se de crime preterdoloso. Logo, também não admite a 
tentativa. 
 
 Condicionamento de atendimento médico-hospitalar 
emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). 
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou 
qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de 
formulários administrativos, como condição para o 
atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela 
Lei nº 12.653, de 2012). 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e 
multa. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). 
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da 
negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza 
grave, e até o triplo se resulta a morte. (Incluído pela Lei nº 
12.653, de 2012). 
 
 Maus-tratos 
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob 
sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, 
ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de 
alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a 
trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios 
de correção ou disciplina: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. 
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é 
praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. 
(Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990) 
CAPÍTULO IV 
DA RIXA 
 Rixa 
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os 
contendores: 
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. 
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1
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OS: 0029/4/18-Gil 
natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a 
pena de detenção, de seis meses a dois anos. 
 
 Conceito e objeto jurídico: para Cezar Roberto Bitencourt 
rixa “é uma briga entre mais de duas pessoas, acompanhada 
de vias de fato ou violência recíprocas. Para caracterizá-la é 
insuficiente a participação de dois contendores, pois aquela 
se caracteriza exatamente por certa confusão na 
participação dos contendores, dificultando, em princípio, a 
identificação da atividade de cada um”. 
Diante do exposto, não cabe falar em rixa quando há simples 
troca de palavras (injúrias ou ameaças), mas não se exige 
que os rixosos lutem fisicamente (podem arremessar pedras 
uns contra os outros, por exemplo). 
Também não haverá rixa quando possível definir, no caso 
concreto, dois grupos contrários lutando entre si. 
O bem jurídico protegido é a incolumidade da pessoa 
humana. 
 
 Sujeitos do crime: a rixa é classificada como crime 
plurissubjetivo ou de concurso necessário, pois o tipo penal 
reclama a participação efetiva de ao menos três pessoas na 
troca de agressões materiais. Basta um imputável (pouco 
importa sejam os demais menores de idade, doentes 
mentais ou desconhecidos). É, ainda, crime de condutas 
contrapostas, pois os rixosos atuam uns contra os outros. 
Diante disso, cada participante é ao mesmo tempo sujeito 
ativo e sujeito passivo da rixa (sujeito passivo não da própria 
ação, mas da ação dos outros). 
A participação pode ser material (mediante atos violentos) 
ou moral (por meio de induzimento ou instigação, chamado 
de partícipe do crime de rixa, que deve ser no mínimo uma 
quarta pessoa, pois o delito reclama ao menos três 
indivíduos na luta generalizada). 
 
 Consumação e tentativa: segundo Cezar Roberto 
Bitencourt, consuma-se o crime de rixa com a eclosão das 
agressões recíprocas, isto é, quando os contendores iniciam 
o conflito. 
Para o referido autor, na rixa ex improviso (aquela que nasce 
de improviso) é impossível a tentativa. No entanto, na rixa ex 
propósito, naquela que é previamente combinada, em tese, 
até se pode admitir a tentativa, mas, destaque-se, é de difícil 
configuração. 
 
 Rixa qualificada (137, parágrafo único,CP): no caso de 
resultado não individualizado (quando não se sabe o autor 
da morte ou lesão grave), todos respondem nos termos do 
parágrafo único em estudo, não havendo responsável pela 
morte ou lesão grave. Sendo o resultado individualizado 
(quando é conhecido o autor da morte ou lesão grave), 
todos respondem pela rixa qualificada, mas só o autor da 
lesão grave ou morte responde em concurso material com a 
rixa qualificada. 
Importante destacar que parte da doutrina sustenta que não 
pode ser alegada a legítima defesa em relação à rixa (mas 
pode para os crimes que qualificam a rixa). 
CAPÍTULO V 
DOS CRIMES CONTRA A HONRA 
 Considerações gerais sobre os crimes contra a honra: 
segundo Guilherme de Souza Nucci, na calúnia (fazer uma 
falsa acusação referente a um fato concreto definido como 
crime), bem como na difamação (que implica em divulgar 
fatos infamantes a reputação de uma pessoa, sejam eles 
verdadeiros ou falsos) o objeto jurídico é a honra objetiva 
(reputação ou imagem da pessoa diante de terceiros) e o 
objeto material é a reputação da pessoa. 
Na injúria (injuriar significa ofender ou insultar), o objeto 
jurídico é a honra subjetiva (autoimagem da pessoa, isto é, 
a avaliação que cada um tem de si mesmo) e o objeto 
material é a autoestima da pessoa. 
A calúnia se consuma no momento em que a imputação 
falsa chega ao conhecimento de terceiros, 
independentemente de resultado naturalístico. 
Já a difamação se consuma no momento em que a 
imputação chega ao conhecimento de terceiros, 
independentemente de resultado naturalístico. 
E a injúria se consuma no momento em que a imputação 
chega ao conhecimento do ofendido, independentemente 
de resultado naturalístico e da ciência de terceiros. 
A tentativa é possível nos três delitos na forma escrita. 
 
 Calúnia 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato 
definido como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a 
imputação, a propala ou divulga. 
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
 
 Exceção da verdade 
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o 
ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; 
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no 
nº I do art. 141; 
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o 
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 
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OS: 0029/4/18-Gil 
 Difamação 
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à 
sua reputação: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
 Exceção da verdade 
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite 
se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao 
exercício de suas funções. 
 
 Injúria 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o 
decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou 
diretamente a injúria; 
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra 
injúria. 
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, 
por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem 
aviltantes: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da 
pena correspondente à violência. 
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos 
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição 
de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação 
dada pela Lei nº 10.741, de 2003) 
Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela 
Lei nº 9.459, de 1997) 
 
 Disposições comuns 
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se 
de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: 
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de 
governo estrangeiro; 
II - contra funcionário público, em razão de suas funções; 
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a 
divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. 
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora 
de deficiência, exceto no caso de injúria. (Incluído pela 
Lei nº 10.741, de 2003) 
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou 
promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. 
 
 Exclusão do crime 
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: 
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela 
parte ou por seu procurador; 
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou 
científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou 
difamar; 
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, 
em apreciação ou informação que preste no cumprimento 
de dever do ofício. 
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela 
injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade. 
 
 Retratação 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata 
cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. 
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha 
praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de 
comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o 
ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a 
ofensa. (Incluído pela Lei nº 13.188, de 2015) 
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere 
calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode 
pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, 
a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela 
ofensa. 
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se 
procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, 
§ 2º, da violência resulta lesão corporal. 
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do 
Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 
deste Código, e mediante representação do ofendido, no 
caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 
3º do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 
12.033. de 2009) 
CAPÍTULO VI 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL 
SEÇÃO I 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL 
 Constrangimento ilegal 
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer 
outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a 
lei permite, ou a fazer o que ela não manda: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 
 Aumento de pena 
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art140§3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art140§3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art140§3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9459.htm#art140§3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9459.htm#art140§3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art141iv
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art141iv
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13188.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12033.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12033.htm
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quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três 
pessoas, ou há emprego de armas. 
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as 
correspondentesà violência. 
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: 
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento 
do paciente ou de seu representante legal, se justificada por 
iminente perigo de vida; 
II - a coação exercida para impedir suicídio. 
 
 Ameaça 
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou 
qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e 
grave: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante 
representação. 
 
 Seqüestro e cárcere privado 
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante 
seqüestro ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 
2002) 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: 
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou 
companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) 
anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) 
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em 
casa de saúde ou hospital; 
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. 
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) 
anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005) 
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela 
Lei nº 11.106, de 2005) 
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da 
natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Segundo Fernando Capez, no sequestro (gênero), a privação 
da liberdade de locomoção não implica confinamento 
(manter uma pessoa em um sítio, por exemplo), já no 
cárcere privado (que constitui uma espécie do gênero 
sequestro), a privação da liberdade ocorre em recinto 
fechado, enclausurado, confinado (manter a vítima em um 
quarto fechado, por exemplo). 
 
 Objeto jurídico: o bem jurídico tutelado é a liberdade de 
locomoção. Tratando-se de bem disponível (liberdade de ir, 
vir e ficar), o consentimento da vítima exclui o crime, desde 
que consciente e válido. 
 
 Sujeitos do crime: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo 
ou passivo (crime comum). Quando o delito for praticado 
por autoridade pública, pode configurar o crime de abuso de 
autoridade (princípio da especialidade). 
O crime é de execução livre, isto é, pode ser praticado 
mediante ameaça, violência, fraude, ação ou omissão 
(médico que não concede alta para paciente já curado, por 
exemplo). 
 
 Elemento subjetivo: o crime em estudo é punido apenas 
na modalidade dolosa e não se exige finalidade especial do 
agente. 
 
 Consumação e tentativa: o crime consuma-se com a 
privação da liberdade da vítima (é crime permanente, já que 
a consumação se prolonga no tempo). A doutrina admite 
tentativa. 
O rol do 148, § 1º, inciso I, CP é taxativo, não podendo ser 
estendido para parentes colaterais, por afinidade, madrasta 
ou padrasto do agente. Destaque-se, também, que a 
qualificadora só abrange o idoso maior de 60 anos (igual a 
60 anos, não!). 
A hipótese do 148, § 1º, inciso II, CP é denominada pela 
doutrina de “internação simulada ou fraudulenta”. 
A qualificadora do 148, § 1º, inciso III, CP só incide se for 
mais de 15 dias. É importante ressaltar que o prazo é penal, 
ou seja, computa-se o dia do início e exclui-se o dia da 
libertação (art. 10, CP). 
Para incidir a qualificadora do 148, § 1º, inciso IV, CP o dolo 
do agente tem que abranger essa qualidade da vítima (saber 
que a vítima é menor de 18 anos). 
No caso do 148, § 1º, inciso V, CP, incluído pela Lei nº 
11.106/2005, é importante ressaltar que o Código Penal 
estabelecia como delitos autônomos o rapto violento (art. 
219), que era a privação da liberdade com finalidade 
libidinosa, e o rapto consensual (art. 220), entretanto, com o 
advento da lei nº 11.106/05, houve abolitio criminis para o 
rapto consensual e o rapto violento passou a configurar 
qualificadora do sequestro. 
Assim, como bem explica Rogério Sanches Cunha, não houve 
abolitio criminis para a conduta de privar alguém da sua 
liberdade de locomoção com finalidade libidinosa. O que 
ocorreu, na verdade, foi uma revogação formal do tipo do 
art. 219, permanecendo materialmente típica a conduta, 
agora deslocado o seu enquadramento para o disposto no 
art. 148, § 1º, V, do CP (princípio da continuidade 
normativo-típica). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10446.htm#art1i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10446.htm#art1i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm#art148§1iv
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Para gerar a qualificadora do 148, § 2º, CP o sofrimento 
físico ou moral tem que ser grave, pois todo sequestrado ou 
encarcerado tem sofrimento, pelo menos, moral. 
 
 Redução a condição análoga à de escravo 
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, 
quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada 
exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de 
trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua 
locomoção em razão de dívida contraída com o empregador 
ou preposto: (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 
11.12.2003) 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena 
correspondente à violência. (Redação dada pela Lei nº 
10.803, de 11.12.2003) 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela 
Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte 
do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de 
trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se 
apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, 
com o fim de retê-lo no local de trabalho. (Incluído pela 
Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é 
cometido: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 
10.803, de 11.12.2003) 
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou 
origem. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
 
 Tráfico de Pessoas (Incluído pela Lei nº 13.344, de 
2016) (Vigência) 
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, 
comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, 
violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade 
de: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; (Incluído 
pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de 
escravo; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Incluído pela 
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
IV - adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) 
(Vigência) 
V - exploração sexual. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 
2016) (Vigência) 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade 
se: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
I - o crime for cometido por funcionário público no exercício 
de suas funções ou a pretexto de exercê-las; (Incluído pela 
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou 
pessoa idosa ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº 
13.344, de 2016) (Vigência) 
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco,domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de 
dependência econômica, de autoridade ou de superioridade 
hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou 
função; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território 
nacional. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
§ 2º A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for 
primário e não integrar organização criminosa. (Incluído pela 
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
SEÇÃO II 
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO 
 Violação de domicílio 
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou 
astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de 
quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar 
ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por 
duas ou mais pessoas: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena 
correspondente à violência. 
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido 
por funcionário público, fora dos casos legais, ou com 
inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou 
com abuso do poder. 
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em 
casa alheia ou em suas dependências: 
I - durante o dia, com observância das formalidades legais, 
para efetuar prisão ou outra diligência; 
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime 
está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. 
§ 4º - A expressão "casa" compreende: 
I - qualquer compartimento habitado; 
II - aposento ocupado de habitação coletiva; 
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém 
exerce profissão ou atividade. 
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa": 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm#art149
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art17
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art17
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DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS 
| Apostila 2018 – Prof. Otoni Queiroz 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
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OS: 0029/4/18-Gil 
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação 
coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do 
parágrafo anterior; 
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. 
SEÇÃO III 
DOS CRIMES CONTRA A 
INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA 
 Violação de correspondência 
Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de 
correspondência fechada, dirigida a outrem: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 
 Sonegação ou destruição de correspondência 
§ 1º - Na mesma pena incorre: 
I - quem se apossa indevidamente de correspondência 
alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a 
sonega ou destrói; 
  Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou 
telefônica 
II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou 
utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou 
radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica 
entre outras pessoas; 
III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas 
no número anterior; 
IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, 
sem observância de disposição legal. 
§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para 
outrem. 
§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em 
serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
§ 4º - Somente se procede mediante representação, salvo 
nos casos do § 1º, IV, e do § 3º. 
 
 Correspondência comercial 
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de 
estabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou 
em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir 
correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante 
representação. 
SEÇÃO IV 
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS 
 Divulgação de segredo 
 Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de 
documento particular ou de correspondência confidencial, 
de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa 
produzir dano a outrem: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
§ 1º Somente se procede mediante representação. 
(Parágrafo único renumerado pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou 
reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos 
sistemas de informaçõesou banco de dados da 
Administração Pública: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§ 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, 
a ação penal será incondicionada. (Incluído pela Lei nº 9.983, 
de 2000) 
 
 Violação do segredo profissional 
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que 
tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou 
profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante 
representação. 
 
 Invasão de dispositivo informático (Incluído pela Lei nº 
12.737, de 2012) Vigência 
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado 
ou não à rede de computadores, mediante violação indevida 
de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar 
ou destruir dados ou informações sem autorização expressa 
ou tácita do titular do dispositivo ou instalar 
vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: (Incluído 
pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e 
multa. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, 
vende ou difunde dispositivo ou programa de computador 
com o intuito de permitir a prática da conduta definida no 
caput. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
§ 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da 
invasão resulta prejuízo econômico. (Incluído pela Lei nº 
12.737, de 2012) Vigência 
§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de 
comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou 
industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou 
o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: 
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art2
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DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) PARA CONCURSOS 
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OS: 0029/4/18-Gil 
a conduta não constitui crime mais grave. (Incluído pela 
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
§ 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a dois 
terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão 
a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações 
obtidos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime 
for praticado contra: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 
2012) Vigência 
I - Presidente da República, governadores e prefeitos; 
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído 
pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado 
Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara 
Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou 
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta 
federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. (Incluído 
pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
 
 Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de 
2012) Vigência 
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se 
procede mediante representação, salvo se o crime é 
cometido contra a administração pública direta ou indireta 
de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal 
ou Municípios ou contra empresas concessionárias de 
serviços públicos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 
2012) Vigência 
TÍTULO II 
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
CAPÍTULO I 
DO FURTO 
 Furto 
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia 
móvel: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é 
praticado durante o repouso noturno. 
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a 
coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela 
de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar 
somente a pena de multa. 
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou 
qualquer outra que tenha valor econômico. 
 
 
 Furto qualificado 
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o 
crime é cometido: 
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração 
da coisa; 
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada 
ou destreza; 
III - com emprego de chave falsa; 
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a 
subtração for de veículo automotor que venha a ser 
transportado para outro Estado ou para o exterior. (Incluído 
pela Lei nº 9.426, de 1996) 
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a 
subtração for de semovente domesticável de produção, 
ainda que abatido ou dividido em partes no local da 
subtração. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016) 
O art. 155, caput, trata do furto simples e boa parte do 
estudo desse delito se aplica às demais espécies de furto (e 
mesmo ao roubo). 
 
 O sujeito ativo é qualquer pessoa, exceto o próprio 
proprietário. Se o proprietário subtrai coisa dele, mas que 
está em poder legítimo de terceiro configura o delito do art. 
345, CP. 
 
 O sujeito passivo é qualquer pessoa física ou jurídica, 
proprietária, possuidora ou detentora do bem. 
 
 Tipo objetivo: subtrair, ou seja, retirar a coisa do 
proprietário, possuidor, detentor, sem o consentimento. Se 
houver consentimento, exclui o crime. 
O furto pode ocorrer na presença da vítima, desde que não 
haja violência ou grave ameaça. 
A subtração pode ser direta (pelo próprio ladrão) ou indireta 
(por meio de pessoa inimputável ou animal) 
 
 Objeto material: coisa alheia móvel. Segundo a doutrina, 
podem ser objeto de furto: (1) cadáver humano e suas 
partes, desde que pertençam a alguma entidade (uma 
universidade, por exemplo) e a subtração tenha finalidade 
de lucro (subtração sem finalidade de lucro configura o 
delito previsto no art. 211, CP); (2) os objetos sepultados 
junto com o cadáver; (3) partes do solo (cal, areis, por 
exemplo), desde que pertençam a alguém; (4) coisas de uso 
comum (água, gás natural, por exemplo), desde que 
pertençam a alguém (se desvia o curso natural de água de 
uma propriedade para outra configura o crime de usurpação 
de água,

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