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Avaliação pancreatica

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O PÂNCREAS 
 	O pâncreas é uma glândula que faz parte do sistema digestivo e do sistema endócrino, dessa forma é dividido em pâncreas endócrino e exócrino. O pâncreas exógeno é responsável pela liberação de amilases, proteases e lipases, já o endócrino é responsável pela liberação da insulina e do glucagon, os quais influenciam na regulação da glicemia.
· Na hiperglicemia: Ocorre ↑ insulina e ↓ do glucagon.
· Na hipoglicemia: Ocorre ↓ insulina e ↑ do glucagon.
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA DO PÂNCREAS ENDÓCRINO
 	A avaliação do pâncreas endócrino é feita por meio dos seguintes parâmetros: Insulina e glucagon, glicose plasmática, frutosamina sérica e hemoglobina glicada.
	Glicemia: A sua elevação pode ser indicativa de Diabetes Mellitus, pancreatite crônica ou realização de fluidoterapia glicosada, já a sua diminuição pode nos indicar um insulinoma, insuficiência hepática ou síndrome paraneoplásica. No diagnóstico da Diabetes Mellitus, deve ser avaliada juntamente com a urinálise (hiperglicemia + glicosúria). É importante ter em mente que felinos internados sob estresse pela espera e/ou coleta podem apresentar um quadro de hiperglicemia + glicosúria por estresse.
	Frutosamina sérica: É o resultado da ligação irreversível entre a glicose e as proteínas plasmáticas. Esse exame reflete o estado hiperglicêmico de cerca de 15 dias antes da coleta logo é de boa aplicabilidade para confirmar se a hiperglicemia foi causada por estresse e para acompanhar o protocolo terapêutico com insulina.
	Hemoglobina glicada: Ligação que ocorre de forma lenta entre a glicose e a hemoglobina que reflete o status glicêmico de 2 a 3 meses antes. Possui boa correlação com a glicemia plasmática. Tem boa aplicabilidade para auxiliar o diagnóstico de insulinomas e para acompanhar o protocolo terapêutico com insulina.
AVALIAÇÃO BIOQUIMICA DO PÂNCREAS EXÓCRINO
	Células acinares produzem um fluido rico em enzimas digestivas que degradam proteínas, lipídeos e polissacarídeos. A partir dessa avaliação é possível obter o diagnóstico de distúrbios como pancreatite, insuficiência pancreática exócrina (IPE) e neoplasias pancreáticas. Para avaliação das enzimas pancreáticas (amilase, lipase, tripsina e quimiotripsina) usamos o soro sanguíneo.
AMILASE – SIGNIFICADO CLINICO
· Pancreatite aguda: ↑ 4 a 5x em 6 a 24h do início do quadro, permanecendo elevada por alguns dias, retornando ao normal em 3 a 7 dias, podendo apresentar amilasúria. Esse aumento ocorre devido ao fibrosamento tecidual. Em casos de pancreatite crônica, as atividades no soro são subnormais. Tem baixa sensibilidade pois também é sintetizada pelos hepatócitos e pelo intestino delgado.
· Lesão renal aguda ou crônica: ↑ 2x, não há excreção.
· Hiperamilasemia neoplásica: ↑ 50x, podendo ser causada por tumores de pulmão e de ovário.
LIPASE
	O local de maior síntese é o pâncreas sendo essa enzima mais sensível para avaliar a suspeita de pancreatite aguda, pois na pancreatite aguda teremos um quadro no qual Lipase>Amilase.
	O aumento da lipase pode nos indicar pancreatite aguda, distúrbios renais, obstruções intestinais e carcinoma pancreático. Esse aumento ocorre de 4 a 8 horas após o início do quadro, permanecendo elevada por aproximadamente duas semanas.
TRIPSINA
	Possui duas pró-enzimas inativas: o tripsinogênio I e II. É um indicador altamente sensível e relativamente especifico de doença pancreática.
· Pancreatite aguda: ↑ tripsina com ↑ de tripsinogênio.
· Pancreatite crônica: níveis normais ou baixos.
· Doença renal: ↑ tripsina – excretada pelos rins.
OBS: Tripsina fecal livre – detecta a atividade da tripsina livre nas fezes através da digestão da emulsão do filme de raio-X. Quando não há digestão, ou seja baixa atividade ou ausência, sugere-se IPE.

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