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O fluxo sanguíneo do encéfalo deve ser intenso e contínuo, já que sua atividade funcional depende da oxidação de carboidratos e em hipótese nenhuma pode ser sustentada por uma metabolismo anaeróbico. Por conta da atividade metabólica alta, o fluxo sanguíneo corresponde à 15% do total, além de consumir 20% do oxigênio disponível. O fluxo sanguíneo cerebral é diretamente proporcional à pressão arterial e inversamente proporcional à resistência cerebrovascular, essa última depende dos seguintes fatores: Pressão intracraniana Condição da parede vascular Viscosidade do sangue Calibre dos vasos cerebrais Vale ressaltar que o consumo de oxigênio varia entre diversas áreas, sendo proporcional à riqueza de sinapses, além de variar com seu estado funcional no momento. A suspensão do fluxo não é tolerado por muito tempo, visto isso uma parada da circulação de 10 segundos já é capaz de causar a perda da consciência do indivíduo. Além disso, áreas diferentes são lesadas em tempos diferentes, sendo o centro respiratório o último local. O encéfalo é irrigado pelas artérias carótidas internas e vertebrais, essas, na base do crânio formam o polígono de Willis, de onde saem as principais artérias para a vascularização cerebral. Do ponto estrutural, as artérias cerebrais apresentam paredes finas, tornando propensas a hemorragias. A túnica média tem menos fibras musculares, já a túnica elástica interna é mais espessa e tortuosa, esse espessamento amortece o sistema nervoso do choque da onda sistólica. As artérias carótidas internas e vertebrais, junto com as artérias basilares, formam os sistema de irrigação encefálica: carotídeo interno e vertebro-basilar. Artéria carótida interna – ramo da carótida comum, penetra na cavidade craniana pelo canal carotídeo, atravessa o seio cavernoso, no interior, em um plano vertical, forma um S, o sifão carotídeo No início do sulco lateral, a artéria carótida interna perfura a dura-máter e a aracnoide, dividindo-se em: artérias cerebrais médias e anterior. Além disso, apresenta 4 segmentos, sendo eles • Cervical – localizado entre a bifurcação da artéria carótida comum até sua entrada no crânio, trajeto ascendente • Petroso – dentro do osso temporal, inicialmente um trajeto ascendente vertical, segue horizontal e retorna ascendente vertical • Cavernoso – ao entrar na fossa média intracraniana, penetra no seio cavernoso • Intracraniana – passa lateralmente ao nervo óptico, medialmente ao nervo oculomoto. É no segmento intracraniano que a artéria emite os seguintes ramos: • Artéria oftálmica – emerge quando carótida interna atravessa a dura-máter, irriga o bulbo ocular. ! Um dos ramos da artéria oftálmica faz anastomose direita com ramos da artéria facial, representando importante comunicação com a artéria carótida externa, podendo, em certos casos de obliteração da carótida interna, permitir que a irrigação cerebral seja mantida pelo fluxo sanguíneo no sentido inverso. • Artéria comunicante posterior – anastomoses com a artéria cerebral posterior, contribuindo para a formação do polígono de Willis Vascularização do Encéfalo FLUXO SANGUÍNEO CEREBRAL Vascularização arterial • Artéria coróidea anterior – penetra no corno inferior do ventrículo lateral, irrigando os plexo corioides e parte da cápsula interna, os núcleos da base e o diencéfalo.. Artéria Vertebral – destaca da artéria subclávias, sobo no pescoço dentro dos forames transversos das vértebras cervicais, perfuram a membrana atlantoccipital, a dura-máter e a aracnoide, penetrando no crânio pelo forame magno. Na altura do sulco bulbo-pontino, fundem-se para e surge a artéria basilar, além dessa da origem ás artérias espinhais posteriores e a artéria cerebelares inferiores posteriores (PAICA) Artéria Basilar – bifurca-se para formar as artérias cerebrais posterior, cerebelar superior, cerebelar inferior anterior (AICA) O polígono de Willis é uma anastomose arterial de forma poligonal, na base do cérebro, onde circunda o quiasma óptico e túber cinéreo. É formado pelas artérias cerebrais anterior, média, posterior e pelas artérias comunicantes anterior e posterior. Sua importância está no fato que ele permite a manutenção do fluxo sanguíneo adequado em caso de obstrução. Ao contrário dos ramos profundos, os ramos corticais das artérias cerebrais possuem anastomoses, em seu trajeto na superfície do cérebro, no entanto as anastomoses são insuficientes para a manutenção de circulação colateral adequada em casos de obstrução de uma destas artérias. Artéria cerebral anterior – dirige-se para diante e para cima, curva- se em torno do joelho do corpo caloso e ramifica-se na face medial de cada hemisfério, além de se distribuir na parte mais alta da face dorsolateral. Uma obstrução nessa região pode causar paralisia e diminuição da sensibilidade no membro inferior do lado oposto. Artéria cerebral média – percorre o sulco lateral em toda a sua extensão, distribuindo ramos que vascularizam a maior parte da face dorsolateral. As obstruções, quando não fatais, paralisa e diminui a sensibilidade do lado oposto do corpo, podendo haver ainda graves distúrbios da linguagem. Artéria cerebral posterior – dirigem-se para trás, contornam o pedúnculo cerebral e, percorre a face inferior do lobo temporal e ganha o lobo occipital. Sua obstrução causa cegueira em uma parte do campo visual. As veias do encéfalo, de modo geral, não acompanham as artérias, sendo maiores e mais calibrosas, contudo suas paredes são finas e quase sem musculatura. Drenam para os seios da dura-máter e convergem para as veias jugulares internas. O leito venoso é muito maior que o arterial, logo sua circulação é muito mais lenta. As veias do encéfalo se dispõe em 2 sistemas: Sistema venoso superficial – drenam o córtex e a substância branca subjacente, formado principalmente: • Veia cerebral média superficial (Sylviana) • Veia anastomótica superior (de Trolard) – anastomose do seio sagital superior • Veia anastomótica inferior (de Labbé) – anastomose da veia Syviana com seio transverso ! A veia de Labbé tem grande importância referência anatômica quando os neurocirurgiões abordam o lobo temporal do hemisfério cerebral dominante, determinando o limite posterior de ressecções, para evitar alterações na linguagem. Sistema venoso profundo – drenam o sangue de regiões situadas profundamente no cérebro, as mais importantes são: • Veia basal de Rosenthal – uma anastomose das veias cerebrais médias profunda e veia cerebral anterior Vascularização venosa • Veia cerebral interna – união da veia septal com a veia talomoestriada • Veia cerebral Magna ou veia de Galeno – união da veia basal de Rosenthal com a cerebral interna, por ser uma veia ímpar formada por 4 vasos (duas de cada) ela apresenta calibre maior e situa-se na cisterna ambiens. Quando ela encontrar o seio sagital inferior formará o seio reto. Outro importantes estruturas que devem ser mencionadas sobre a vascularização venosa, são os seios da dura-máter que são formados pelos folhetos interno e externo dessa meninge, são eles: Seio sagital superior – impar e mediano, percorre a margem de inserção da foice de cérebro, termina próximo na confluência dos seios Seio sagital inferior – na margem livre da foice de cérebro, terminando no seio reto Seio reto – ao longo da linha de união entre a foice do cérebro e a tenda do cerebelo, termina na confluência dos seios Seio occipital – muito pequeno e irregular, ao longo da margem de inserção da foice do cerebelo Seios transversos – é par, dispõe de cada lado ao longo da inserção da tenda do cerebelono osso occipital Seios sigmoides – em forma de “S”, uma continuação do seio transverso até forame jugular Seios cavernosos – um dos mais importantes Seios petrosos superiores – par, ao longo da inserção da tenda do cerebelo Seios petrosos inferiores – percorre sulco petroso inferior, termina na veia jugular interna Seios esfenoparietais – percorre a face interior da pequena asa do esfenoide e desemboca no seio cavernoso
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