Buscar

Trabalho: Modalidades De Educação - Educação Especial - Entrevista e Produção Textual

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ENTREVISTA E PRODUÇÃO TEXTUAL 
MODALIDADES DE EDUCAÇÃO: EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
ENTREVISTA 
Nome: Vanessa da Silva Carvalho 
Modalidade de Educação: Educação Especial 
Tempo de Experiência: 7 anos Instituição: ( ) Privada ou ( X ) Pública 
Etapa de Ensino: Educação Infantil, Fundamental I, II e EJA (vários anos/séries) 
Questão: Comente sobre sua experiência de atuação nessa modalidade de educação. Tem sido mais positiva 
ou negativa? 
Atuei como professora de Atendimento Educacional (AEE) por sete anos no município de Juiz de Fora, Minas 
Gerais (JF/MG). Considero que a experiência foi muito positiva. Ingressei nessa modalidade logo após a 
implementação da Política da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEE – PEI), em 
um momento que os holofotes estavam todos voltados para os alunos da EE, inseridos em escolas inclusivas. 
O município de JF se enquadrou rapidamente ao que era proposto pela Política. Dessa forma, os professores 
participavam de formações e grupos de discussões, com o intuito de se pensar em estratégias para se eliminar 
as barreiras que impediam o desenvolvimento da aprendizagem desses alunos no ensino regular. Tive a 
oportunidade de atender alunos que apresentavam espectro autista, alunos com deficiência intelectual, visual, 
múltipla e Síndrome de Down, além de alunos surdos. Apesar dos desafios, a formação continuada oferecida 
por esta rede de ensino oportunizou-me muitos aprendizados. 
Questão: Quais são os principais desafios enfrentados na organização do processo de ensino e aprendizagem? 
E no cotidiano escolar? 
Acredito que o principal desafio para os professores do ensino regular seja o de enxergar as muitas 
potencialidades dos alunos da EE, pensando em formas de adaptar as atividades pedagógicas, sem reduzi-las 
a atividades infantilizadas e diferenciadas. Dificuldade esta, que também pode ser percebida nas etapas de 
avaliação. Existe um pensamento comum que os alunos “de inclusão” não podem ser reprovados, logo não 
há uma preocupação em avaliá-los conscientemente. Isso porque não existem objetivos delimitados sobre o 
que esperar desses alunos. Contudo, a avalição deve ser baseada a partir dos objetivos estabelecidos para 
cada aluno e não seguindo os critérios avaliativos dos demais. Esses desafios interferem no planejamento 
organizacional do ensino e se deslocam para dentro das salas de aulas, já que não existe um entendimento 
claro para os professores, sobretudo nos anos finais, sobre quais critérios devam ser seguidos, na tentativa de 
promover atividades curriculares adaptadas e não, diferenciadas, tampouco quais objetivos serão traçados 
nos processos avaliativos para esses alunos. 
Questão: Em sua opinião, quais são as principais vantagens e desvantagens que essa modalidade de educação 
apresenta para a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos? E para o seu trabalho? 
A meu ver a principal vantagem é o fim da segregação desse grupo populacional em escolas especiais. 
Considero um avanço os alunos da EE estarem juntos com os alunos de escola regulares, vivenciando novos 
desafios de aprendizagem. Também, acredito que a implantação das salas de AEE trouxe uma perspectiva 
positiva e um novo olhar para as muitas potencialidades desses alunos, já que nas salas multifuncionais de 
atendimento, por meio de um plano de desenvolvimento educacional individual, podem ser traçados objetivos 
específicos a serem alcançados nos processos de aprendizagem. No entanto, ainda há um grande 
desconhecimento dos professores do ensino regular em relação as estratégias de aprendizagem destinadas 
aos alunos com deficiência. Muitas vezes a responsabilidade de ensino recai inteiramente sobre o professor 
da sala de recursos. Além disso, os atendimentos no AEE devem ser realizados no turno inverso do ensino 
regular. De modo que há pouca, ou nenhuma, articulação entre os professores da sala de aula e o professor 
 
 
da sala de recursos, dificultando a elaboração de um planejamento direcionado especificamente para a 
eliminação das barreiras que impedem o desenvolvimento escolar dos alunos da EE inseridos em escolas 
inclusivas, inviabilizando por completo a idealização da Política, que funciona em teoria, e não, na prática. 
 
Desde a antiguidade, as pessoas consideradas “deficientes” foram excluídas e/ou perseguidas, o que 
mesmo na atualidade fundamenta, erroneamente, muitos preconceitos e discriminações, afetando diretamente o 
direito dessas pessoas ao acesso à uma educação de qualidade. No Brasil, não foi diferente dado que, 
historicamente, a escola se caracterizou pela exclusão de uma grande parcela da população, o que incluiu também 
as pessoas com deficiências (visual, auditiva e/ou intelectual), transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades ou superdotação. Apenas por meio do processo de reconhecimento da deficiência como um processo 
natural, iniciado no século XVII e repercutido de forma gradativa, que foi reconhecida a necessidade de 
confrontar as práticas discriminatórias e criar alternativas para superá-las, o que fez com que a educação inclusiva 
assumisse um espaço central na superação da lógica da exclusão. Nesse sentindo, o Brasil tem tentado reparar os 
diversos anos de violações dos direitos desse público por meio de programas e incentivos de políticas públicas 
de inclusão e reparo às violações dos direitos humanos. Um exemplo de grande repercussão dessas políticas é a 
Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Sua implementação trouxe os 
holofotes para os alunos da Educação Especial inseridos em escolas inclusivas, gerando oportunidade para que 
diversos professores tivessem contato com formações continuadas que pudessem contribuir em sua atuação 
docente como foi o caso da professora entrevistada. 
Considerando que a diversidade é um fator inerente a todos os seres vivos e todos devem ter seus direitos 
humanos respeitados, no que diz respeito a educação, a Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva 
da Educação Inclusiva defende: 
 
O movimento mundial pela inclusão é uma ação política, cultural, social e pedagógica, 
desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e 
participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma 
educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença 
como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar 
as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola (BRASIL, 2008, pág. 
1). 
 
Desse modo, as instituições de ensino deixam de ser apenas um local que proporciona aos alunos um 
espaço comum, mas agora também deve proporcionar a todos oportunidades para que tenham aprendizagens 
significativas, dado que diferenças não são necessariamente impeditivas no que diz respeito aos processos de 
aprendizagem. Porém, como apresentado na entrevista, um dos maiores desafios para os professores de salas de 
aula regulares tem sido conseguir enxergar as potencialidades geradas pelas diferenças do público da educação 
especial: ainda não existem objetivos bem delimitados sobre o que esperar desses alunos, então os critérios que 
 
 
devem ser visados no planejamento organizacional do ensino não são tão claros e há uma dificuldade constante 
no que diz respeito às etapas de avaliação desses alunos. Nesse sentido, a oferta e disponibilidade de formação 
continuada para os professores que atuam nessa modalidade se mostra fundamental, dado que é a partir dela que 
são realizadas reflexões sobre os desafios enfrentados nessa modalidade e desenvolvidas estratégias visando o 
êxito do desenvolvimento da aprendizagem desses alunos. 
Feitas essas considerações, vale lembrar que uma escola inclusiva, apesar de depender de enquadramento 
legislativo e políticas públicas que lhe dê suporte,só se consolida com a prática dos atores responsáveis por sua 
implementação. Como apresentado na entrevista, muitas vezes a responsabilidade de ensino recai inteiramente 
sobre o professor da sala de recursos (Atendimento Educacional – AEE), que ocorre no turno inverso do ensino 
regular e às vezes sem nenhuma articulação entre os professores da sala de aula e o professor da sala de recursos, 
o que inviabiliza uma implementação efetiva das idealizações das políticas públicas que prezam pela inclusão. 
Nesse sentido, a educação inclusiva não implica apenas novas práticas docentes, mas também que as instituições 
de ensino, como um todo, considerem a inclusão como um direito e também como um benefício, dado que 
contribui para que todos os envolvidos nos processos de ensino e aprendizagem cresçam, no sentido de 
conviverem mais adequadamente com a diferença que caracteriza cada pessoa. 
Por conseguinte, através do estudo dos módulos ao decorrer da disciplina e com a elaboração da 
entrevista, podemos reafirmar o quão importante, como futuros professores, que conheçamos as diferentes 
modalidades de educação e, principalmente, conheçamos as especificidades de cada aluno, para que dessa forma 
possamos, através da metodologia mais adequada, desenvolver e estimular o aprendizado de cada aluno, de forma 
que acolha a todos e que todos “[...] aprendam juntos, independente de quaisquer dificuldades ou diferenças que 
possam ter” (UNESCO, 1994, p. 05). Ademais, as atividades realizadas também contribuíram para a compreensão 
da relevância da formação continuada dos professores, visto o quão essencial é que os professores possam discutir 
e desenvolver estratégias que lhes auxiliem em sua atuação docente de modo que possa atender as necessidades 
de seus alunos, e da colaboração de todos os envolvidos nos processos de ensino e aprendizagem, visto que a 
implementação efetiva das políticas públicas necessita de um trabalho conjunto. Desse modo, cabe a nós, 
professores e futuros professores, junto a toda comunidade escolar, realizarmos nosso trabalho voltado ao direito 
da igualdade e de oportunidade a todos, adaptando o ensino de modo a oferecer o melhor, atendendo as 
necessidades de cada aluno. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Declaração de Salamanca. Brasília, 1994. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf > Acesso em: 15 fev. 2021. 
 
BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Educação em Direitos Humanos: 
Diretrizes Nacionais. Coordenação Geral de Educação em SDH/PR, Direitos Humanos, Secretaria Nacional de 
Promoção e Defesa dos Direitos Humanos –Brasília: 2013. 
 
 
 
BRASIL. Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, 2008. 
Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf >. Acesso em: 15 fev. 2021. 
 
RODRIGUES, Ana Paula Neves; LIMA, Cláudia Araújo de. A história da pessoa com deficiência e da 
educação especial em tempos de inclusão. Interterritórios – Revista de Educação. Universidade Federal de 
Pernambuco, Caruaru, v. 3, n. 5, 2017. 
 
SILVA, Maria Odete Emygdio da. Educação Inclusiva: um novo paradigma de Escola. Revista Lusófona de 
Educação, 19, 2011. pp. 119-134.

Continue navegando