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Tecidos Moles o Pele ✓ Epiderme ✓ Derme / folículo piloso o Subcutânea (gordura) o Fáscia muscular o Músculo Barreiras da epiderme o Pele íntegra (barreira física) o Epitélio estratificado queratinizado, estrato córneo (descamação) o Umidade limitada o pH ácido (barreira química). Ácidos graxos e ácido propiônico produzidos por bactérias o Lisozima o Defensina (peptídeo antimicrobiano secretado pelos queratinócitos) o Salinidade (suor) o Microbiota residente (barreira biológica) / Antagonismo microbiano. Staphylococcus, Propionibacterium acnes, Acinetobacter, Malassezia furfur (fungo), etc.) Maioria Gram+ o Excreções: sebo, ureia etc. • Tecido linfoide associado à pele (SALT) • Epiderme ✓ Queratinócitos - secretam defensivas e citocinas inflamatórias; formam barreira física - ✓ Células de Langerhans epidérmicas -APC/DC- Capturam o antígeno e migram para a derme e posteriormente para linfonodos, através de vasos linfáticos, ATIVANDO a resposta imune adaptativa ✓ LTCD8 • Derme ✓ Mastócitos ✓ Macrófagos ✓ LTCD4/LTCD8 – efetivos e/ou memória ✓ Célula dendrítica dérmica ✓ Plasmócitos • Vesículas Vesículas são lesões pequenas e cheias de fluidos • Bolhas Bolhas são lesões maiores e cheias de fluidos • Máculas Máculas são lesões planas e frequentemente avermelhadas • Pápulas Pápulas são lesões elevadas; quando contém pus, como mostrado, são chamadas de pústulas Caso Clínico Nome da patologia: Síndrome da Pele Escaldada Produz toxinas? Sim • Paciente do sexo masculino, com 45 dias de vida, internado no hospital devido lesões de pele com 48 horas de evolução. Lesões surgiram como bolhas, acometendo região perioral e disseminaram-se pela face, tronco e membros, com posterior descamação e eritema (ilustração abaixo). • Sinal de Nikolsky positivo. Evoluiu com picos febris de até 38 °C. Foi coletado o líquido da bolha, com resultado negativo para patógenos. Realizou-se também biópsia e o histopatológico, que demonstrou lesão ao nível da camada intraepidérmica e a cultura da lesão e microscopia (ilustração abaixo). • Após diagnóstico confirmado, foi iniciado tratamento endovenoso com oxacilina e gentamicina, mantidos por 7 dias. Evoluiu com melhora clínica progressiva, com regressão das lesões Características Gerais • Existem várias espécies do gênero Staphylococcus • Morfologia: ESTAFILOCOCO (cocos em arranjos irregulares como “cachos de uvas”, aos pares, isoladas) GRAM POSITIVO Encontrada na MICROBIOTA NORMAL HUMANA: MUCOSA NASAL, principalmente (20% população – microbiota residente / 60% população: microbiota transitória/ 20% restante: não possui). Pode ser encontrado em pele, intestino, faringe, vagina etc. Encontrada no meio ambiente (água, poeira, alimentos etc.) • Fatores de crescimento Mesófilos, anaeróbios facultativos • Características bioquímicas Objetiva identificar o patógeno • Principal bactéria de feridas cirúrgicas • Bactéria mais frequente de bacteremia, podendo evoluir para SEPSE • Cepas resistentes a antibióticos Ex: MRSA (S. aureus resistentes à meticilina): comum em infecções hospitalares Provas bioquímicas • Prova da Coagulase: Presença ou não da enzima Coagulase o Coagulase: enzima que coagula a fibrina no sangue Resultados: o Coagulase positiva (possui a enzima) – presença de coágulo o Coagulase negativa (não possui a enzima) – ausência de coágulo • Prova da Catalase: Presença ou não da enzima catalase o Catalase: enzima que catalisa peróxido de hidrogênio em água e oxigênio Resultados: o Catalase positiva (possui a enzima): presença de bolhas o Catalase negativa (não possui a enzima): ausência de bolhas Fatores de Virulência • Esfoliatina: “Epidermolítica” (protease) cliva as moléculas que participam da junção célula-célula na epiderme (desmogleína/componente do desmossomo), resultando no despregamento do estrato granuloso da epiderme • Cápsula (composição polissacarídica) Adesão e evasão da fagocitose • Proteína A (parede celular) Se liga à fração constante (Fc) do IgG, impedindo que esses anticorpos interajam com os fagócitos • Ácidos teicóicos (parede celular): Adesão do patógeno às células epiteliais da mucosa nasal • Coagulase: Enzimas que converte fibrinogênio em fibrina, provocando a deposição de fibrina em torno do micro- organismo e dificultando a fagocitose. Essencial para a formação de abscesso • Catalase: Enzima que converte peróxido de hidrogênio (tóxico para a bactéria) em água e oxigênio, neutralizando essa substância tóxica para a bactéria • Hialuronidase: Enzima que destrói o ácido hialurônico do tecido conjuntivo e permite invasão bacteriana • Toxina Esfoliativa /Esfoliatina: Toxinas esfoliativas A e B. Atua nos desmossomos, descamando a pele • TSST-1 (Toxina da Síndrome do Choque Tóxico 1). Toxina que funciona como SUPERANTÍGENO Foliculite • Infecção piogênica do FOLÍCULO PILOSO • Hordéolo (infecção no cílio), conhecido como terçol • Lesão: Pústula / eritema • Ocorrência: Pelos encravados Penetram na pele por aberturas cutâneas Ex: folículo piloso Furúnculo (tipo de abscesso) • Pode se desenvolver a partir de uma foliculite (FOLÍCULO PILOSO INFLAMADO) • Lesão: Nódulo grande, duro, elevado, eritematoso, dolorido, com pus • Drenagem espontânea ou cirúrgica. Importância da drenagem de pus? Antibióticos não penetram bem no abscesso. • Comum em áreas de atrito (axilas, nádegas e virilha) Carbúnculo • Furúnculos coalescem e se estendem ao TECIDO SUBCUTÂNEO. Quando o organismo falha em isolar o furúnculo, o tecido adjacente pode ser progressivamente invadido • Lesão: Inflamação endurecida, profunda e eritematosa • Calafrio e febre / Pode ocorrer bacteremia Impetigo não bolhoso • Infecção altamente contagiosa na EPIDERME MAIS SUPERFICIAL, principalmente face e membros • Evolução da lesão: Mácula / pústula sobre a base eritematosa / rompimento da pústula / formação de crosta de coloração castanha • Impetigo não bolhoso é a forma mais comum da doença • Também causada por Streptococcus pyogenes • Comum em crianças (2-5 anos) e jovens (acúmulo de pessoa/falta higiene) Impetigo bolhoso • Bolhas localizadas e superficiais na pele EPIDERME MAIS PROFUNDA (INTRAEPIDÉRMICA), causada pela TOXINA ESFOLIATIVA PRODUZIDA NO LOCAL • Forma localizada da síndrome da pele escaldada • Eritema não se estende para o exterior da bolha • Sinais de Nikolsky negativo • Comum em bebês e crianças • Contagiosa Secreção colhida da bola tem cultura positiva Síndrome da pele escaldada • Causado pela TOXINA ESFOLIATIVA, que se dissemina via hematogênica • Disseminação de bolha e descamação da pele. • Toxina cliva a desmogleína-1, proteína presente no desmossomo responsável pela adesão entre células epiteliais, ocorrendo a separação das camadas epiteliais (EPIDERME/INTRAEPIDÉRMICA) • Sinal de Nikolsky positivo (leve pressão desloca a pele) • Bolhas com ausência de bactérias e leucócitos. • Aparecimento abrupto de um eritema que espalha pelo corpo • Epitélio intacto de 7-10 dias (anticorpos contra a toxina) • Comum em crianças, neonatos e imunocomprometidos Síndrome do Choque Tóxico Estafilocócico • AÇÃO SISTÊMICA provocada por linhagens de S. aureus produtoras de TOXINAS TSST-1 (SUPERANTÍGENO), liberadas na corrente sanguínea Faz com que as citocinas produzem pro inflamatórias • Caracterização da doença: Febre, hipotensão, erupção cutânea (difusa, macular e similar à queimadura de sol, que evolui para descamação) e envolvimento de três ou mais dos seguintes órgãos: fígado, rim, trato gastrintestinal, sistema nervoso central, músculos ou sangue. • Classificação clínica epidemiológica: Casos menstruais (menos comum, atualmente) e não menstruais(ex.: cirurgias nasais, com bandagens absorventes) ✓ Patógeno presente na vagina / patógeno com gene que codifica a toxina TSST-1 / presença de oxigênio para a produção da toxina / vagina (ambiente anaeróbio) / absorvente possui bolsas de ar no emaranhado de fibras, fornecendo oxigênio /Presença de sangue Resumo Staphylococcus Aureus (doenças) Características Gerais • Morfologia: Estreptococo ou diplococo (cocos em cadeia ou pares) gram positivo Encontrado na microbiota normal humana – orofaringe – e no meio ambiente • Fatores de crescimento: Mesófilos e anaeróbios facultativos • Características bioquímicas: Objetiva identificar o patógeno • Grupos sorológicos de Lancefield: A B C D F G → área médica Critério de classificação: carboidratos antigênicos da parede celular Streptococcus do grupo A (Streptococcus pyogenes) – maior importância médica Provas bioquímicas • Prova da Hemólise Presença ou não de substância que lisa hemácias. Streptococcus crescem em ágar enriquecido com sangue (ilustrado na placa de petri abaixo) A hemólise é causada por citotoxina estreptolisina (tipo de hemolisina) em Streptococcus o Resultados Fatores de Virulência • Toxina eritrogênica (manifestação cutânea) • Choque tóxico: Resultante do aumento de citocinas pró inflamatórias (IL-1, IL-6 e TNF), produzidas decorrente da estimulação “excessiva” de linfócitos T e macrófagos • Invasina o Hialuronidase: Degrada ácido Hialurônico do tecido conjuntivo o Estreptolisina O: Formação do halo de hemólise no meio ágar sangue. Capacidade de lisar hemácias e leucócitos o Estreptoquinase (fibrinolisina): Digere fibrina • Evasinas Escape do sistema imunológico Liga-se aos componentes do complemento e à porção Fc dos anticorpos, bloqueando as suas interações com os fagócitos. o DNAases Degrada DNA, leva a desintegração de leucócitos polimorfonucleares • Adesinas Adesão aos tecidos Fasciíte Necrosante (bactéria “comedora de carne”) • Infecção da CAMADA SUBCUTÂNEA e FÁSCIA MUSCULAR. É uma infecção profunda do tecido conjuntivo subcutâneo, que se caracteriza por destruição dos tecidos muscular e gorduroso e se dissemina ao longo do plano fascial. • Rápida progressão de edema para bolhas e necrose. • Transmissão: Ruptura na pele (corte, trauma, queimadura, cirurgia) • Fator de virulência: EXOTOXINA PIROGÊNICA (SUPERANTÍGENO)- SPEB: degrada imunoglobulinas, citocinas e C3b • Falência múltipla de órgãos / alta taxa de mortalidade (> 50%) • Pode ser causado por outras bactérias (menos comum) • Tratamento Antibióticos Desbridamento Câmara hiperbárica Amputação Celulite e Erisipela • Aspectos Clínicos da Erispela Área afetada edemaciada, eritematosa, quente, de limites bem definidos, bordos elevados, com aspecto de casca de laranja, por vezes com vesículas, muito dolorosa. Faixas avermelhadas ao longo do trajeto dos vasos linfáticos. Comum em crianças e idosos (70% EM MEMBROS INFERIORES). Causa mais comum de infecção grave de tecidos moles em indivíduos saudáveis ACTOR, Jeffrey K., Imunologia E Microbiologia 1ED. Elsevier: https://www.evolution.com.br/product/97885352496 44 (CAPÍTULO 12) MURRAY, Patrick R. ; ROSENTHAL, Ken S. ; PFALLER, Michael A., Microbiologia Médica 8ED. Elsevier: https://www.evolution.com.br/product/97885352864 58 Derme superior Derme profunda Linfáticos superficiais Gordura subcutânea
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