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CONTESTAÇÃO ação de anulação de negócio jurídico,

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2 ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG
PROCESSO Nº
ANITA, brasileira, economista, inscrita no CPF sob o nº XXX, RG nº XXX, residente e domiciliado na Rua XXX, Belo Horizonte/MG, Vem a ilustre presença de Vossa Excelência, com o devido respeito e acatamento, por meio da sua advogada que esta subscreve, com endereço profissional na Rua XXX nº inscrita na OAB nº XXX, propor a presente CONSTESTAÇÃO à AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO, proposta por ROSA, brasileira, do lar, inscrito no CPF sob o nº XXX, RG nº XXX, residente e domiciliado na cidade de Luiz de Fora /MG, sem e-mail, com base nos argumentos fáticos e jurídicos a seguir expostos.
I - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Requer que este Douto juízo conceda os benefícios da Gratuidade da Justiça a Promovida, consoante o disposto no artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal e nos termos da Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes, uma vez, que a mesma não possui recursos financeiros para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do próprio sustendo e de sua família. Nesse sentido, juntam-se as declarações de hipossuficiência (Doc. XXX).
II – PRELIMINARMENTE 
Vem a PROMOVIDA arguir preliminarmente que a lide trata da pretensão de anulação de contrato de compra e venda de um automóvel marca Horda, modelo CV-R, ano 2013, celebrado em 10 de agosto de 2013 entre a promovida e o antigo companheiro da promovente, o Sr. João, com quem manteve união estável por 8 anos. Ocorre que consoante disposto no artigo 114 c/c o art. 115 § único todos do Código de Processo Civil, se faz imprescindível incluir no polo passivo da demanda o Sr. JOÃO, sob pena de extinção da lide, como preceitua a Lei, nos artigos transcritos a seguir:
 Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
 Art. 115. (...)
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo.
Desta forma requer com base nos artigos 337, inciso XI, e art. 485, inciso I, ambos do Código de Processo Civil, por faltar-lhe interesse processual, pelo fato de que o negócio jurídico simulado leva a declaração de nulidade e não de anulação, conforme artigo 167 do Código Civil.
Por tais motivos é premente a necessidade da rejeição preliminar da presente ação, uma vez que carecem de lógica as alegações da promovente.
IV – DO DIREITO
Em vista disso, cumprisse-se esclarecer que não procedem as alegações da PROMOVIDA, já que a PROMOVENTE sequer conhecia o Sr. JOÃO até o momento de aquisição do referido veículo, pelo qual foi pago o valor de R$ 75.000,00, ocorrendo em decorrência a tradição do veículo e sua consequente inserção no patrimônio da PROMOVIDA.
Ao que preceitua os artigos 481 e 482, do Código de Processo Civil, o negócio jurídico foi perfeito, afastando desse modo qualquer possibilidade de doação ou simulação de negócio jurídico, conforme forem seguidos os dispositivos dos artigos transcritos abaixo:
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
Diante do já demonstrado acima, não houve doação, nem tampouco simulação, já que a simulação consiste em uma vontade distinta da vontade real, com a concordância de ambas as partes, o que houve foi uma venda lícita e perfeita do veículo, celebrada três meses antes da dissolução da união estável do vendedor e da promovente, quando não havia qualquer relação da promovida com o vendedor. 
Conforme o que já se manifestou o egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais na jurisprudência a seguir: 
EMENTA: AÇÃO ORDINÁRIA - ANULAÇÃO - COMPRA E VENDA - VÍCIO DE CONSENTIMENTO - AUSÊNCIA DE PROVA.- São anuláveis os negócios jurídicos, na hipótese de a vontade se encontrar viciada, por erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores, nos termos do disposto no art. 171, do Código Civil/2002.- O negócio jurídico celebrado entre as partes demandantes, cuja anulação se pretende, não se encontra inquinado de qualquer vício de consentimento e nem tampouco resta caracterizado erro substancial, tal como fazem crer os apelantes, não havendo que se falar que a vontade se encontra viciada e, por conseguinte, em anulação do negócio jurídico. (TJMG - Ap. Cível nº. 1.0071.07.031605-5/001 - 17ª CC - Rel. Lucas Pereira - J. 07/08/2008)
V – DO PEDIDO
Com fundamento nos dispositivos legais e nas interpretações jurisprudenciais acima transcritas, a promovida e reconvinte requer respeitosamente que Vossa Excelência se digne:
a) Que seja deferido o pedido de gratuidade da justiça com fulcro no artigo 98, do Código de processo Civil;
b) O acolhimento das preliminares de Inexistência ou nulidade da citação e ausência de litisconsórcio passivo necessário;
c) Não acolhida as preliminares, que seja acolhida o mérito julgando improcedente o pedido autoral de ANULAÇÃO do NEGÒCIO JURIDICO de COMPRA e VENDA;
d) A improcedência de honorários sucumbenciais;
e) Requer, com base no artigo 336, do Código de Processo Civil, provar o alegado por todos os meios admitidos em Direito, especialmente, a documental, testemunhal e depoimento pessoal da PROMOVENTE, sob pena de preclusão.
Nestes termos
Pede Deferimento.
Belo Horizonte, XX de outubro de 2020
 Advogada
OAB/MG XXX

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