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Resumo para TRI-1 (p2) Wysner Crispim Norman Angell é um liberal que defende a cooperação entre os estados, para ele a guerra é um mau negócio e só traz prejuízos para os envolvidos, ambos os lados são lesados com a guerra, quem vence e quem perde. É racional que haja a cooperação e a harmonia de interesses, além de gerar benefícios mútuos há também a aproximação dessas nações, superando a singularidade e unidade de cada uma e interligando-se umas às outras criando um sistema complexo que não pode ser desestabilizado facilmente. O poderio militar e a capacidade de agressão não geram riqueza e prosperidade, a riqueza vem da divisão internacional do trabalho, relação financeira, da facilidade das comunicações, população capaz e recursos naturais. Para ele, quanto mais houver o comercio, as finanças e interconexões econômicas, menos haverá a guerra. Em um mundo cada vez mais conectado, interligado e interdependente existem cadeias produtivas mais complexas e as guerras desestabilizam esse sistema, os países ficam estagnados e não produzem. O medo e a cobiça saíram da teoria realista, a ânsia de acumular mais poder par garantir a sobrevivência. Para os liberalistas a cooperação é o remédio para isso, dá para evitar as guerras através desse meio, que não provoca esses sentimentos nos estados. Para Angell a paz é alcançada através das ligações econômicas de intercambio e dependência mutua, através da interdependência econômica e livre comercio. Para Norman Angell, enquanto mais interligados estiver o mundo, com relações econômicas e acordos que aproximam os estados, haverá menos guerra e conflitos. Levaria naturalmente a paz. Keynes parte para uma vertente mais institucional, para ele é necessário um conjunto de regras, normas e instituições internacionais para regular as relações econômicas e também as políticas. Ele opõe-se a Angell contestando que apenas a interdependência entre os estados é suficiente para gerar a paz. O mercado e a política internacional funcionam melhor quando há boas regras, normas e organizações. O ponto de concordância entre Keynes e Angell é ideia de que a guerra é um mau negócio, ninguém lucra com ela. Mas Keynes não vê harmonia natural de interesses entre os estados, esses podem ter interesses econômicos competitivos. A possível solução de paz para Keynes seria a criação de instituições, organismos com regras e normas que mantenha de forma organizada a relação entre os países. Doyle tem uma visão sobre a paz democrática e liberal, remete a segunda imagem de Waltz sobre a organização interna dos Estados. As democracias são mais pacificas entre si por compartilharem dos mesmos preceitos. Estados democráticos não fazem guerra com outras democracias, mas podem fazer com estados não liberais. Ele atualizou os três pilares da Paz Perpetua de Kant em um conjunto para estruturar a paz democrática liberal (direito constitucional, direito internacional e direito cosmopolita). O direito constitucional sugere que a democracia será liberal, haverá igualdade entre os cidadãos perante a lei e economia orientada para o mercado e propriedade privada. O direito internacional traz a não agressão entre as democracias, uma união pacifica entre elas por não apresentarem ameaças umas às outras e compartilharem os mesmos valores. Direito cosmopolita é o direito de um estrangeiro circular livremente e ser recebido em outros países de uma maneira hospitaleira, fazendo a difusão de bens e ideias. Doyle acredita que a paz democrática se baseia em três pilares: o primeiro é a resolução pacifica de conflitos entre os Estados democráticos; o segundo são os valores comuns entre Estados democráticos – uma fundação moral comum; e o pilar final é a resolução pacifica de conflitos entre democracias. Concorda que a interdependência econômica é eficiente para aproximar os países, já que um necessita do outro em termos de intercambio de produtos, garantindo maior grau possível de bem-estar e sobrevivência entre eles. As instituições internacionais importam, o livre comércio também, mas Doyle traz um novo elemento para isso, democracias geram paz. A teoria da dependência trata das economias como ligações que necessitam umas das outras, países periféricos estão atrelados ao desenvolvimento dos países centrais e o subdesenvolvimento dos países periféricos é decorrente da expansão capitalista e do estabelecimento de uma divisão internacional do trabalho que formou as economias periféricas de acordo com as demandas dos países centrais. É uma estrutura de dominação e exploração dos países ricos e pobres, como no Sistema Mundo de Wallerstein. Não enxerga uma convivência harmoniosa entre os estados, possuem interesses diferentes e sempre haverá exploração. Nessa teoria o ganhador sempre farpa parte do centro, provando as assimetrias e desigualdades e não há países ricos sem países pobres. A economia não é benéfica para todos, apenas para países desenvolvidos, é um jogo de soma zero. A política também é manipulada pelos detentores do capital, a burguesia que controla os meios de produção, controlará também a esfera política. A vertente cepalina critica a lei das vantagens comparativas e defende a industrialização via substituição da importação como uma maneira de superar a exploração dos países centrais sobre os periféricos. Existe 3 características na teoria da dependência, a superexploração que trata da impossibilidade de desenvolvimento dos países periféricos que vivem numa situação que não é propicia ao desenvolvimento; a dependência associada em que os países do centro dependem dos periféricos para se manterem e os periféricos precisam da ajuda financeira e humanitária que os países do topo concedem para sobreviverem; e a contradição nacional-dependente que busca apoio da burguesia industrial para projeto nacional desenvolvimentista. A teoria de Sistema Mundo trata do desenvolvimento e oportunidades desiguais entre os países, possui proximidade com a teoria da dependência por que os países do centro necessitam da periferia para sobreviverem, e assim por diante. Essa teoria não se limita apenas ao Estado, não possui um sistema político comum e múltiplas culturas. O SM é composto pelo centro, semiperiferia e periferia e cada uma possui sua finalidade, o centro explora a semiperiferia e a periferia, a semiperiferia funciona como um amortecedor de exploração do centro sobre a periferia, sem ela poderia ocorrer uma rebelião. Sofre atualmente com alguns problemas: Superexploração dos trabalhadores com a maximização dos lucros; cooptação para conseguir manter o sistema usando maneiras ilegítimas; falta de cooperação entre os estados em um grau mínimo de sobrevivência. Tudo isso mostra que o SM atual está exaurido e pode terminar a qualquer momento. Visão marxista sobre o liberalismo: O marxismo não concorda que apenas questões econômicas definem a agenda internacional e conjuntura política, mas sim a construção histórica materialista, não é apenas a economia que deve ser ator central do estudo, há outras vertentes na sociedade que devem ser levadas em consideração para que haja um entendimento da mesma. Relacionar questões do centro, periferia e semiperiferia e as teorias da dependência: O centro é composto pelos países mais desenvolvidos economicamente e que detém capital e os meios de produção mais sofisticados, a semiperiferia é explorada pelo centro e funciona como um amortecedor político para que não haja rebelião da periferia, e a periferia é a base do sistema que é explorada e gera a riqueza para os dois outros atores. É uma estrutura de dominação e exploração dos países ricos sobre os países pobres e o subdesenvolvimento é uma condição necessária para o desenvolvimento dos países ricos. Existe 3 características que envolvem essa dependência, a superexploração que impossibilitao desenvolvimento autônomo da periferia e um quadro de desvalorização dos trabalhadores; a dependência associada, em que os países periféricos necessitam da ajuda dos centrais para sobreviverem e a contradição nacional-dependente em que a existe o apoio da burguesia industrial para projeto nacional desenvolvimentista. Relacionar os pensamentos liberais, cooperação, positivismo: O liberalismo tem uma visão positivista sobre o mundo e acredita na razão e no progresso da sociedade e dos indivíduos em geral. A cooperação é um dos pontos centrais para entendimento do pensamento liberal, segundo Norman Angell, a cooperação é uma forma de superação da guerra, é racional que cooperem e que tenham harmonia de interesses, não é benéfico que guerreiem, os estados não ganham nada com a guerra e os benefícios da cooperação são mútuos. Além de ser custosa e desestabilizar a economia, traz prejuízos tanto para o perdedor quanto para o ganhador. Angell defende que as interligações econômicas, a aproximação dos países e as interconexões diminuirá a incidência de guerra por existir cadeias produtivas mais complexas, uma cooperação comercial. Pensamentos com viés positivista, acreditando no progresso do indivíduo e da sociedade, refletindo na relação pacifica de todos os grupos e estados buscando uma forma de superar a guerra. Doyle e principais pilares de Kant para elaborar a paz democrática: Doyle fundamenta a paz democrática liberal, para ele as democracias são as formas mais pacificas de governo por apresentarem os mesmos valores e preceitos, democracias não guerreiam entre si, apenas com estados não democráticos. Ele atualiza os três pilares de Kant, a paz perpetua consiste em republicas coligadas por um tratado, aceitando três aditivos definitivos, um artigo envolvendo direito constitucional, outro direito internacional e por último direito cosmopolita, formando os 3 pilares de Doyle. Nenhum pilar sozinho é suficiente, mas juntos promovem a paz democrática liberal. Ele concorda com Angell em que a interdependia econômica é eficiente para aproximar os países, já que um país necessita do outro em termos de produção e intercambio de produtos entre eles. As instituições internacionais importam, o livre comércio também, mas Doyle traz um novo elemento, as democracias geram paz.
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