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TCC ESTUDO DO SOLO DA JAZIDA DE IPIÚNA , DISTRITO DE JAGUAQUARA BAHIA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTC
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
UNIDADE DE ENSINO: VITÓRIA DA CONQUISTA/BA
EDINALDO MESQUITA DE ANDRADE JÚNIOR
LEONARDO SANTOS CHAVES
ESTUDO DO POTENCIAL GEOTÉCNICO DO SOLO DE JAZIDA
EM IPIÚNA, DISTRITO DE JAGUAQUARA(BA)
VITÓRIA DA CONQUISTA/BA
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTC
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
UNIDADE DE ENSINO: VITÓRIA DA CONQUISTA/BA
EDINALDO MESQUITA DE ANDRADE JÚNIOR
LEONARDO SANTOS CHAVES
ESTUDO DO POTENCIAL GEOTÉCNICO DO SOLO DE JAZIDA
EM IPIÚNA, DISTRITO DE JAGUAQUARA(BA)
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
Centro Universitário UniFTC, da Unidade Vitó-
ria da Conquista/BA, como requisito para obten-
ção do título de bacharel do curso de graduação
em Engenharia Civil.
Orientador: Diego Queiroz de Sousa
Mestre em Engenharia Agrícola — UFRB
VITÓRIA DA CONQUISTA/BA
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTC
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
UNIDADE DE ENSINO: VITÓRIA DA CONQUISTA/BA
FOLHA DE APROVAÇÃO
EDINALDO MESQUITA DE ANDRADE JÚNIOR
LEONARDO SANTOS CHAVES
ESTUDO DO POTENCIAL GEOTÉCNICO DO SOLO DE JAZIDA
EM IPIÚNA, DISTRITO DE JAGUAQUARA(BA)
Trabalho de conclusão de curso apresentado
como requisito parcial para obtenção do título
de bacharel em Engenharia Civil, pelo Centro
Universitário UniFTC.
Aprovado em 28 de maio de 2021.
Banca Examinadora
Diego Queiroz de Sousa
Orientador
Henrique Correia Santos
Membro da banca
Neuraci Dias Amaral
Membro da banca
VITÓRIA DA CONQUISTA/BA
2021
ESTUDO DO POTENCIAL GEOTÉCNICO DO SOLO DE JAZIDA EM IPIÚNA,
DISTRITO DE JAGUAQUARA(BA)
Edinaldo Mesquita de Andrade Júnior1
Leonardo Santos Chaves2.
Diego Queiroz de Sousa3
RESUMO
O objetivo deste artigo é avaliar o potencial geotécnico do solo de jazida em Ipiúna, dis-
trito de Jaguaquara/BA, para utilização em camadas de pavimentação por meio das sistemáticas
de classificação USCS (Unified Soil Classification System) e TRB (Transportation Research
Board) e com a consideração do critério do Índice de Suporte Califórnia (ISC). A amostra
de solo foi submetida aos ensaios de análise granulométrica conjunta, limites de consistência,
equivalente de areia, compactação e ISC. Verificou-se que o material é um silte de baixíssima
plasticidade, expansão reduzida, 1,76 e 1,26% nas energias Normal e Intermediária, respec-
tivamente, e capacidade de suporte baixa, 2,6 e 10,7% nas energias Normal e Intermediária,
respectivamente. O material enquadra-se no grupo A-4 da TRB e no grupo SM da USCS e é
considerado adequado para uso apenas como reforço de subleito, desde que a proteção deste seja
garantida. A literatura aponta estratégias para melhoria do solo analisado, como a adição de
ligante de escória granulada moída, material possuidor de características pozolânicas resultante
de processo siderúrgico.
Palavras-chave: Solos. Ensaios. Pavimentação
STUDY OF THE GEOTECHNICAL POTENTIAL OF THE DEPOSIT SOIL IN
IPIÚNA, DISTRICT OF JAGUAQUARA (BA)
ABSTRACT
The objective of this article is to evaluate the geotechnical potential of the deposit soil in
Ipiúna, district of Jaguaquara/BA, for use in pavement layers using the classification systems
USCS and TRB and considering the criterion of the California Bearing Ratio (CBR). The soil
sample was subjected to joint granulometric analysis tests, consistency limits, sand equivalent,
compaction and CBR. It was found that the material is a silt of very low plasticity, reduced
expansion, 1,76 and 1,26% in Normal and Intermediate energies, respectively, and low support
capacity, 2,6 and 10,7% in Normal and Intermediate energies, respectively. The material falls
within the group A-4 of the TRB and the group SM of the USCS and is considered suitable for
1 Discente do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário UniFTC de Vitória da Conquista, email:
edinaldin22@hotmail.com.
2 Discente do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário UniFTC de Vitória da Conquista, email:
leochaves66@hotmail.com
3 Engenheiro Civil pelo Centro Universitário UniFTC, Engenheiro Agrônomo pela Universidade Estadual do
Sudostes da Bahia – UESB, Mestre em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia –
UFRB, Docente do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário UniFTC, email: diego.agron@gmail.com.
5
use only as reinforcement of subgrade, as long as its protection is guaranteed. The literature
points out strategies for improving the analyzed soil, such as the addition of ground granulated
slag binder, a material with pozzolanic characteristics resulting from the steelmaking process.
Keywords: Soils. Essay. Paving
1 INTRODUÇÃO
As rodovias desempenham um papel importante e estratégico no desenvolvimento econô-
mico e social do Brasil. O modal rodoviário é considerado a principal via de integração,
fundamental no escoamento da produção industrial e agrícola nacional. Em virtude dessa ca-
racterística, a construção de rodovias para fazer a interligação das cidades e escoar a produção
tornou-se uma prioridade. Todavia, uma fase preliminar e de alta importância na construção de
uma rodovia é a investigação das características geotécnicas do solo (CNT, 2017).
Os solos são resultado da ação do intemperismo, “conjunto de modificações de ordem
física (desagregação) e química (decomposição) que as rochas sofrem ao aflorar na superfície
da Terra” (TOLEDO; OLIVEIRA; MELPHI, 2000). São fatores que controlam a ação do
intemperismo a rocha parental4, o relevo, o clima, os organismos vivos (fauna e flora) e o tempo
de exposição da rocha aos agentes intempéricos (SILVA et al., 2010).
As rodovias possuem extensos traçados longitudinais, ou seja, desenvolvem-se ao longo
de grandes distâncias, atravessando regiões que apresentam distintos horizontes geotécnicos
(SANTOS, 2006). É necessário, portanto, conhecer as propriedades exibidas pelo subsolo
de fundação e os materiais de empréstimo que serão utilizados em aterros e nas camadas de
pavimento (PINTO, 2006).
Os solos são comumente analisados em relação à resistência, deformabilidade e permea-
bilidade, tanto no estado natural quanto no estado compactado. A variabilidade dos perfis de
solos, no entanto, dificulta a utilização de ensaios laboratoriais para a determinação de suas
propriedades. Foi a partir dessa dificuldade que surgiram as primeiras iniciativas para a identifi-
cação do solo e de seu comportamento geotécnico por intermédio de ensaios mais simples que
os convencionalmente utilizados (SANTOS, 2006).
Para Pinto (2006), do encontro entre a diversidade de comportamentos dos solos e as
finalidades da engenharia, surgiram iniciativas para agrupá-los. Aos solos de um mesmo grupo
podem ser atribuídas algumas propriedades comuns. Os sistemas de classificação geotécnicos
foram criados a partir desta tendência racional de organização da experiência acumulada.
Do ponto de vista da engenharia, um sistema de classificação pode ser baseado no
potencial de determinado solo para uso em camadas de um pavimento, fundações ou como outro
material de construção (SILVA et al., 2010). Classifica-se um solo, portanto, na tentativa de
4 É a rocha que será intemperizada. Segundo sua natureza e composição mineralógica, apresenta resistência
diferenciada aos processos de alteração intempérica.
6
estimar o seu provável comportamento quando utilizado em uma dada aplicação de engenharia
ou, pelo menos, para que se tenha diretrizes orientadoras na investigação de um determinado
problema (PINTO, 2006).
A classificação de um solo em um determinado grupo pode gerar uma certa confusão
na análise do comportamento deste, visto que um sistema de classificação “cria grupos defi-
nidos por limites numéricos descontínuos, enquanto solos naturais apresentam características
progressivamente variáveis” (PINTO, 2006, p. 55). O problema se amplia quando considera-se
os solos que apresentam índices próximos aos limites e que se classifiquem em grupos distintos,
mesmo podendo apresentar comportamento mais parecido do que solos de um mesmo grupo de
classificação (SILVAet al., 2010).
Dentre as classificações geotécnicas mais difundidas, destacam-se o Sistema Unificado de
Classificação dos Solos (USCS — Unified Soil Classification System) e a classificação para fins
rodoviários TRB (Transportation Research Board). Estas classificações, desenvolvidas em países
de clima temperado e baseadas na distribuição granulométrica e nos limites de Atterberg (limite
de liquidez – LL e limite de plasticidade – LP), são denominadas de classificações tradicionais.
O objetivo deste artigo é avaliar o potencial geotécnico do solo de jazida em Ipiúna (dis-
trito de Jaguaquara/BA) para utilização em camadas de pavimentação por meio das sistemáticas
de classificação USCS e TRB e com o uso do critério do Índice de Suporte Califórnia (ISC), que
consta de Souza (1981).
2 MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no município de Jaguaquara, entre os meses de janeiro e maio de
2021. O município fica localizado no Centro Sul Baiano, no Vale do Jiquiriçá, sob as coordenadas
geográficas 13◦31’50” S e 39◦58’15” W, possui valor médio para altitude de 667 m e apresenta
clima úmido. A tipologia climática na classificação de Köppen é Af. Quando se adota o modelo
de classificação racional de clima de Thornthwaite, a tipologia é B4rB’ 4a’(SEI, 2014).
Para a realização dos ensaios de caracterização e de compactação necessários à classi-
ficação nas sistemáticas TRB e USCS, o material foi recolhido. A amostra deformada de solo
utilizada neste trabalho foi coletada em jazida do distrito de Ipiúna, às margens da BA-545, em
local situado sob as coordenadas geográficas 13◦35’45,022” S e 39◦50’46,468” W (8496807 m
e 408453 m, respectivamente, em coordenadas UTM). O local da coleta está distante 18,6 km da
praça JJ Seabra, em Jaguaquara.
Para a realização da coleta do solo foi necessário fazer uma limpeza no local, com a
escavação e descarte dos primeiros 15 cm da superfície da encosta. O material coletado foi
depositado em baldes, totalizando cerca de 150 kg. A amostra foi preparada e submetida a
secagem prévia, conforme procedimento estabelecido pela NBR 6457 (ABNT, 2016a). Após
a coleta e transporte, o material foi secado à sombra por 4 dias, até próximo da umidade
7
higroscópica. Foi promovida a segregação e extração de todos os materiais de outra natureza
porventura presentes na amostra, como plásticos, raízes, folhas, etc.
Após secagem, a amostra foi destorroada e homogeneizada. Com o auxílio do repartidor
de amostras, a quantidade de material foi reduzida, separando-se uma amostra representativa
em quantidade suficiente para envio ao laboratório da empresa Carlos Campos Consultoria e
Construções LTDA (Goiânia – GO), responsável pela realização das análise do material coletado
na jazida.
Foram realizados os seguintes ensaios de caracterização: limites de liquidez e plasticidade
(limites de Atterberg), análise granulométrica conjunta e ensaio equivalente de areia, seguindo
os procedimentos preconizados nas NBR’s 6459 (ABNT, 2016b), 7180 (ABNT, 2016c), 7181
(ABNT, 2016d) e 12052 (ABNT, 1992). As faixas granulométricas utilizadas para determinar os
percentuais das frações do solo foram tomados da NBR 6502 (ABNT, 1995).
A determinação da umidade correspondente ao LL e LP foi feita por meio da equação (1),
a do índice de plasticidade (faixa de valores em que o solo se apresenta plástico) pela equação
(2) e a do equivalente de areia pela equação (3).
w =
M1 − M2
M2 − M3
× 100 (1)
sendo:
w = teor de umidade (%);
M1 = massa do solo úmido mais a massa do recipiente (g);
M2 = massa do solo seco mais a massa do recipiente (g);
M3 = massa do recipiente (g).
IP = LL − LP (2)
EA =
h
H
· 100 (3)
onde:
h = leitura no topo da areia;
H = leitura no topo da argila.
Também foram realizados ensaios de compactação e determinação dos ISC’s nas energias
Normal e Intermediária de Proctor. Ambos os ensaios foram realizados sem reúso de material,
tendo as amostras sido submetidas à secagem prévia até próximo da umidade higroscópica.
A quantidade de material utilizada no ensaios de compactação e determinação do ISC
foi de aproximadamente 50 kg. Para os ensaios na energia normal, os teores de umidade das
8
amostras foram de 12,8%, 14,8%, 16,8%, 18,8% e 20,8%. Na energia intermediária, os teores
foram de 12,8%, 14,9%, 16,9%, 18,9% e 20,9%.
Após completa homogeneização das amostras, procedeu-se à compactação de cada uma
delas em seu respectivo molde, utilizando-se soquete grande, 5 camadas de solo, e 12 e 26 golpes
por camada, respectivamente, para as energias normal e intermediária, conforme preconiza a
NBR 7182 (ABNT, 2016e).
O conjunto molde cilíndrico + solo + água foi levado à balança para pesagem e do
material rasado de cada molde, uma porção foi colocada em cápsula metálica, pesada e levada
à estufa para determinação da umidade 5. O teor de umidade das amostras foi determinado
mediante a equação (1) e as massas específicas aparentes secas (ρd), por intermédio da equação
(4):
ρd =
Mu × 100
V (100 + w)
(4)
onde:
ρd = massa específica aparente seca (g/cm3);
Mu = massa úmida do solo compactado (g);
V = volume útil do molde cilíndrico (cm3);
w = teor de umidade do solo compactado (%).
Os corpos de prova moldados para a realização do ensaio de compactação foram utilizados
nos ensaios de expansão e penetração. Ambos os ensaios estão descritos na NBR 9895 (ABNT,
2016f). A expansão de cada corpo de prova foi calculada mediante a equação (5) e o Índice de
Suporte Califórnia (ISC) pela equação (6).
Expansão (%) =
Leitura final − Leitura inicial do deflectômetro
Altura inicial do corpo de prova
× 100 (5)
ISC (%) =
pressão calculada ou pressão corrigida
pressão-padrão
× 100 (6)
Os dados produzidos nos ensaios foram inseridos em planilhas do Microsoft Excel e
os resultados expressos em tabelas e gráficos. De posse dos dados dos ensaios, o solo foi
classificado com a utilização das sistemáticas TRB e USCS (DNIT, 2006) e sua adequação para
uso em camadas de pavimento foi avaliada com os parâmetros estabelecidos por Souza (1981):
a. Materiais para reforço de subleito, os que apresentam: ISC maior que o subleito e expansão
≤ 2%;
5 A NBR 7182 (ABNT, 2016e) recomenda que os teores de umidade estejam distribuídos da seguinte forma na
curva de compactação: dois no ramo seco, um próximo à umidade ótima, preferencialmente no ramo seco e dois
no ramo úmido.
9
b. Materiais para sub-base, os que apresentam: ISC ≥ 20 e expansão ≤ 1%;
c. Materiais para base, os que apresentam: ISC ≥ 80, expansão ≤ 0,5%, LL ≤ 25 e IP ≤ 6.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Do ensaio de análise granulométrica conjunta, temos as seguintes percentagens na
amostra de solo analisada: 19,1% de argila, 25,2% de silte, 13,3% de areia fina, 22% de areia
média, 19,9% de areia grossa e 0,5% de pedregulho (tabela 1). Pela análise visual-tátil, a amostra
assemelha-se a um silte de cor amarela. Com o uso da classificação trilinear dos solos (CAPUTO,
1996), o solo pode ser enquadrado como um lemo 6 arenoso.
Tabela 1 – Distribuição granulométrica de amostra de solo de jazida em Ipiúna, Jaguaquara/BA.
Diâmetro
% passante % retida Diâmetro % suspensa % sedimentada
mm mm
Peneiramento Sedimentação
50,8 100 0 0,0611 44,5 55,5
38,1 100 0 0,0436 43,1 56,9
25,4 100 0 0,031 41,8 58,2
19,1 100 0 0,0206 40,5 59,5
9,5 100 0 0,0147 39,1 60,9
4,76 100 0 0,0109 37,5 62,5
2,00 99,5 0,5 0,0079 34,5 65,5
0,42 77,0 23,0 0,0057 31,9 68,1
0,149 53,1 46,9 0,0043 27,1 72,9
0,075 46,8 53,2 0,0032 22,6 77,4
0,0023 19,1 80,9
Fonte: Dos autores (2021)
Observou-se que a amostra apresentou comportamento mecânico não plástico aos ensaios
de limite de liquidez (LL) e limite de plasticidade (LP), resultado condizente com a distribuição
granulométrica do solo, que possui 25,2% de silte de natureza não plástica. O DNIT (2006)
avalia que os siltes podem possuir baixa ou baixíssima plasticidade, fator limitante na realização
dos ensaios de limites de consistência.
O material não apresentou condições para determinação do equivalente de areia, de-
vido à grande quantidadede partículas em suspensão, EA muito próximo a 0%, após o período
utilizado para a sedimentação na solução aquosa de cloreto de cálcio (CaCl2). A distribuição
granulométrica mostra que 46,8% das partículas do solo possui diâmetro menor que 0,075 mm,
isto é, possuem granulação fina. Gouveia (2006) relata que solos com baixos valores de equiva-
lente de areia são inadequados para utilização em camadas de pavimento, independentemente do
volume de tráfego da via.
6 Lemo foi o termo proposto para substituir “barro”, que corresponde a “loam”, em inglês, com o qual se designa
uma mistura, em proporções variadas, de partículas de areia, silte e argila.
10
O solo pode ser classificado no grupo A-4 na sistemática TRB. Como aponta o DNIT
(2006), os solos típicos deste grupo incluem os solos siltosos não plásticos ou moderadamente
plásticos e as misturas de solo fino siltoso com até 64% de areia e pedregulho retidos na peneira
de 0,075 mm de diâmetro (peneira de malha #200).
Na classificação USCS, com a análise da granulometria, o material pode ser categorizado
no grupo SM, que abarca as areias siltosas (misturas de areia e silte). Conforme destaca o DNIT
(2006), solos como estes são impróprios para uso em camadas de pavimento e, como subleito,
possuem comportamento esperado variando de sofrível a mau.
O ISC obtido foi de 2,6% e a expansão 1,76% na energia Normal de Proctor (figuras 1 e
3). Nos métodos de projeto que utilizam o ISC como parâmetro, a propriedade expansão entra
como fator limitante na escolha do solo, dado que solos que apresentam valores significativos
de expansão sofrem deformações consideráveis ao serem solicitados (BERNUCCI et al., 2008).
Como a expansão observada encontra-se dentro dos limites estipulados (SOUZA, 1981), o
material pode ser utilizado como reforço de subleito, contanto que a capacidade de suporte do
subleito seja inferior a 2,6%.
Figura 1 – Curva de 5 pontos do ensaio ISC na energia normal para umidade ótima 16,8%.
Fonte: Dos autores (2021)
Figura 2 – Curva de 5 pontos do ensaio ISC na energia intermediária para umidade ótima 16,8%.
Fonte: Dos autores (2021)
Na energia Intermediária de Proctor, o ISC encontrado foi de 10,7% e a expansão de
11
1,27%, conforme as figuras 2 e 4. O valor de expansão encontrado foi baixo, o que possibilita o
uso do solo como reforço de subleito, desde que o subleito possua ISC inferior a 10,7% (SOUZA,
1981).
Figura 3 – Gráfico de expansão do ensaio ISC na energia normal.
Fonte: Dos autores (2021)
Figura 4 – Gráfico de expansão do ensaio ISC na energia intermediária.
Fonte: Dos autores (2021)
As capacidades de suporte encontradas para o solo foram consideradas modestas e limitam
demasiadamente a variedade de usos possíveis em pavimentação. No entanto, a literatura traz
algumas maneiras de melhorar as características de solos inadequados para fins rodoviários,
dentre as quais, destacam-se os métodos de estabilização mecânica e química (BERNUCCI
et al., 2008; KAWAHASHI et al., 2010). Muito embora seja possível o melhoramento das
propriedades mecânicas, não existe uma regra para a utilização dos métodos, sendo necessária
dosagem específica para cada solo a ser estabilizado.
Kawahashi et al. (2010), ao estudarem alternativas de melhoria de solos finos siltosos
residuais, de qualidade medíocre para pavimentação, da Região Metropolitana de São Paulo,
apontaram ser possível o tratamento destes com emprego de ligantes hidráulicos constituídos por
70 a 100% de escória granulada de alto forno moída.
Ao tratarem um solo fino siltoso de baixo expansão (∼ 2%) do tipo NS’ na classificação
MCT (um típico A-4 na sistemática TRB), ao consumo de 0,5% de ligante de escória granulada
moída, aumentaram o ISC de 3% para 9%, com redução da expansão para 0,1%. Tais índices
alcançados justificaram, plenamente, o emprego do material como reforço de subleito, com
muito baixo consumo de ligante hidráulico, o que leva a supor sua viabilidade técnico-econômica
(KAWAHASHI et al., 2010).
12
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise granulométrica indicou que o solo é um silte amarelo. O silte analisado tem
baixíssima plasticidade, demonstrada na impossibilidade de realização dos ensaios de limites de
consistência.
O solo foi enquadrado no grupo A-4 da classificação TRB e no grupo SM da sistemática
USCS. Considerando as capacidades de suporte e índices de expansão encontrados nos ensaios
de compactação, a única utilização possível para o solo seria como reforço de subleito, respeitada
a condição de proteção deste, isto é, ISC do reforço maior que ISC do subleito.
Há a possibilidade de aumento da capacidade de suporte do solo analisado e diminuição
de sua expansão até limites toleráveis nos métodos de projeto nacionais por intermédio de
técnicas de estabilização mecânica/química. Neste sentido, estudos com este solo utilizando
ligantes hidráulicos podem esclarecer sobre sua serventia em camadas mais nobres do pavimento.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12052: Solo ou agregado
miúdo — determinação do equivalente de areia. Rio de Janeiro, 1992. 10 p. Citado na página 7.
. NBR 6502: Rochas e solos. Rio de Janeiro, 1995. 18 p. Citado na página 7.
. NBR 6457: Amostras de solo — preparação para ensaios de compactação e ensaios de
caracterização. Rio de Janeiro, 2016. 8 p. Citado na página 6.
. NBR 6459: Solo — determinação do limite de liquidez. Rio de Janeiro, 2016. 5 p. Citado
na página 7.
. NBR 7180: Solo — determinação do limite de plasticidade. Rio de Janeiro, 2016. 3 p.
Citado na página 7.
. NBR 7181: Solo — análise granulométrica. Rio de Janeiro, 2016. 12 p. Citado na página
7.
. NBR 7182: Solo — ensaio de compactação. Rio de Janeiro, 2016. 9 p. Citado na página
8.
. NBR 9895: Solo — Índice de Suporte Califórnia (ISC) — método de ensaio. Rio de
Janeiro, 2016. 14 p. Citado na página 8.
BERNUCCI, L. B. et al. Pavimentação asfáltica: formação básica para engenheiros. 1. ed. Rio
de Janeiro: Petrobrás, ABEDA, 2008. 504 p., il. Citado 2 vezes nas páginas 10 e 11.
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações: fundamentos. 6 ed. rev. e amp. -
[reimpr.]. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1996. 359 p. Citado na página 9.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRANSPORTES. Transporte rodoviário: por que os
pavimentos das rodovias do brasil não duram? 1. ed. Brasília, 2017. 160 p. Citado na página 5.
13
DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Manual de
pavimentação. 3. ed. Rio de Janeiro, 2006. 274 p. Citado 3 vezes nas páginas 8, 9 e 10.
GOUVEIA, L. T. de. Contribuições ao estudo da influência de propriedades de agregados
no comportamento de misturas asfálticas densas. 340 f. Tese (Doutorado em Engenharia
Civil) — Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos/SP, 2006.
Citado na página 9.
KAWAHASHI, J. et al. Estabilização de solos siltosos expansivos de São Paulo com ligantes
com elevado teor de escória para pavimentação. Transportes, São Paulo, v. 18, n. 2, p. 5–16,
2010. Citado na página 11.
NOGAMI, J. S.; VILLIBOR, D. F. Pavimentação de baixo custo com solos lateríticos. 1. ed.
São Paulo: Vilibor, 1995. 240 p. Nenhuma citação no texto.
PINTO, C. de S. Curso básico de mecânica dos solos em 16 aulas. 1. ed. São Paulo: Oficina
de Textos, 2006. 359 p. Citado 2 vezes nas páginas 5 e 6.
SANTOS, E. F. dos. Estudo comparativo de diferentes sistemas de classificações
geotécnicas aplicadas aos solos tropicais. 145 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil)
— Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2006. Citado na
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rodovia não pavimentada VCS 346, Viçosa, MG. Revista Árvore, Viçosa – MG, v. 34, n. 2, p.
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SUPERINTÊNDENCIA DE ESTUDOS ECÔNOMICOS E SOCIAIS DA BAHIA.Estatísticas
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v. 4, n. 2, 386 p. Citado na página 6.
TOLEDO, M. C. M. de; OLIVEIRA, S. M. B. de; MELPHI, A. J. Intemperismo e formação do
solo. In: TEIXEIRA, W. et al. (Org.). Decifrando a Terra. 1. ed. São Paulo: Oficina de Textos,
2000. cap. 8. Citado na página 5.
	Introdução
	Materiais e métodos
	Resultados e discussão
	Considerações finais
	Referências

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