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Julia Paris Malaco – ambulatório infectologia HIV – infectologia HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Esse vírus é o causador da AIDS, que é a sigla em inglês da síndrome da imunodeficiência adquirida, uma doença que enfraquece o sistema imunológico humano. É um retrovírus de RNA O HIV pertence ao gênero Lentivirus e à família Retroviridae, que apresenta em seu núcleo duas cópias de RNA de cadeia simples, encapsuladas por uma camada proteica ou nucleocapsídeo, um capsídeo e um envelope externo composto por uma bicamada fosfolipídica. O genoma do HIV inclui três principais genes que codificam as proteínas estruturais e enzimas virais: gag, pol e env. Os principais componentes virais com utilidade diagnóstica incluem as proteínas do envelope viral (gp160, gp120 e gp41), as proteínas codificadas pelo gene gag (p55, p24 e p17) e as proteínas codificadas pelo gene pol (p66, p51, p31). Enzimas: Transcriptase reversa, protease e integrase Transmissão: Independente de desenvolver ou não a AIDS, todos os pacientes soropositivos para o HIV podem transmitir o vírus a outras pessoas. A transmissão do HIV se dá através do contato de fluidos corporais, através de sexo sem proteção, seja oral anal, ou vaginal, compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas, transfusão de sangue contaminado, via vertical (transmissão da mãe para o filho durante a gestação, parto ou amamentação) ou instrumentos perfurocortantes não esterilizados. O vírus da imunodeficiência humana é classificado em 2 tipos principais: HIV-1 e HIV-2. O HIV-1 foi descoberto primeiro e é o mais predominante no mundo. Pode ser classificado basicamente em 3 grupos: M (o principal e que predomina no mundo), O e N. O grupo M pode ser dividido em diversos subgrupos, que atualmente vão de A à H. O subgrupo que predomina no mundo é o C. O HIV-2 é menos patogênico e agressivo e é limitado à África ocidental. As diferenças entre as infecções HIV-1 e HIV-2 encontram-se no mecanismo da patogênese retroviral, que não é bem clara ainda. Estudos epidemiológicos nos Estados Unidos identificaram cinco grupos de adultos com risco elevado de desenvolver AIDS. A distribuição de casos nesses grupos é a seguinte: Homens homossexuais ou bissexuais constituem o maior grupo, sendo responsáveis por mais de 50% dos casos relatados. Isso inclui cerca de 5% que também eram usuários de drogas intravenosas. Usuários de drogas intravenosas sem antecedentes de homossexualidade são o segundo maior grupo. Hemofílicos Receptores de sangue e componentes do sangue que não sejam hemofílicos, mas que receberam transfusões de sangue total ou componentes. Infecção pelo HIV em recém-nascidos. Carga viral: Pacientes com infecção recente pelo HIV são altamente contagiosos para outras pessoas, dadas as cargas virais transitoriamente altas típicas observadas no início da infecção pelo HIV. A carga viral do HIV no sangue se correlaciona com o risco de transmissão do HIV. Em homens com infecção aguda por HIV, a carga viral no sêmen parece seguir um padrão semelhante ao observado no sangue, com os níveis mais altos ocorrendo em aproximadamente 20 dias após a infecção ou 6 dias após o início dos sintomas para aqueles com síndrome retroviral aguda. Fisiopatologia O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns – Período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune. O HIV apresenta tropismo por diversas células, principalmente macrófagos ativados e células com receptores CD4 em sua membrana, como os linfócitos T CD4. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O HIV geralmente entra no hospedeiro pela mucosa anogenital. A proteína do envelope viral, a glicoproteína 120 (GP 120), liga-se à molécula CD4 nas células dendríticas. Julia Paris Malaco – ambulatório infectologia As células dendríticas intersticiais são encontradas no epitélio cervicovaginal, bem como no tecido tonsilar e adenoidal, que podem servir como células-alvo iniciais em infecções transmitidas por sexo genital-oral. A infecção por HIV recém-adquirida é mais comumente devido à transmissão de vírus com tropismo para macrófagos do que com tropismo para células T CD4 +. O genoma do HIV é, então, transcrito de RNA para DNA por meio da enzima transcriptase reversa. Após, o DNA viral é carregado para o núcleo e inserido junto ao DNA do hospedeiro pela enzima integrase. Por diversos estímulos, tais como multiplicação celular ou infecções associadas, produz proteínas virais que saem do genoma humano. A seguir, ao serem clivadas pela enzima protease, tais proteínas virais organizam-se e amadurecem, podendo infectar novas células. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção, levando à disseminação do vírus. Fase Eclípsia - O HIV é detectável em linfonodos regionais dentro de 2 dias da exposição da mucosa e no plasma dentro de outros 3 dias. Assim que o vírus entra no sangue, ocorre uma disseminação generalizada para órgãos como o cérebro, o baço e os gânglios linfáticos. Linfócitos T CD4+: O sistema imune do hospedeiro é afetado pelo HIV, e há uma significativa queda no número dos linfócitos periféricos em virtude da queda das células T CD4+, cujo nível mais baixo é atingido em torno de 9 dias depois do início da doença clínica aguda. Esse evento é seguido por uma expansão das células T CD8+, resultando na inversão da relação CD4+/CD8+. A inversão da relação CD4+/CD8+ atinge valores menores que 0,5 em decorrência do aumento absoluto das células CD8+, a qual está associada a queda da viremia. Acredita-se que esta queda da viremia plasmática é em parte devida à ação dos linfócitos T citotóxicos CD8. Quadro clínico A infecção pelo vírus HIV cursa com um amplo espectro de apresentações clínicas, desde a fase aguda até a fase avançada da doença. Em indivíduos não tratados, estima-se que o tempo médio entre o contágio e o aparecimento da doença esteja em torno de 10 anos. Infecção aguda (primária) Tempo entre o contágio e o aparecimento de anticorpos anti-HIV → soroconversão. Durante a soroconversão → desenvolve-se a Síndrome Retroviral Aguda (SRA), caracterizada como conjunto de sinais e sintomas semelhantes a diversos quadros de virose: Febre. Mialgia Cefaléia Faringite Dor ocular Rash cutâneo Astenia Linfadenopatia Náuseas Vômitos Letargia Refletindo a resposta imune contra a viremia inicial, porém essa fase também pode ser assintomática. Nesse momento, bilhões de cópias do vírus circulam pelo hospedeiro, e assim, o poder transmissivo é muito alto. Esse quadro dura de 3 a 4 semanas e é autolimitado. A sorologia anti-HIV nesse momento costuma ser negativa, sendo importante a pesquisa por RNA viral circulante. Ocorre aumento na contagem de células TCD4 + e resposta imune celular e humoral contra o HIV. A infecção aguda pelo HIV pode ser assintomática ou evoluir com sintomas a partir de 1 a 6 semanas após o contato, caracterizando-se por um quadro gripal ou uma síndrome mono-like. A infecção aguda é definida como as primeiras semanas da infecção pelo HIV, até o aparecimento dos anticorpos anti-HIV (soroconversão), que costuma ocorrer em torno da 4ª semana após a infecção. Nessa fase, bilhões de partículas virais são produzidas diariamente, a viremia plasmática alcança níveis elevados e o indivíduo torna-se altamente infectante. As manifestações clínicas podem variar desdequadro gripal até uma síndrome, que se assemelha à mononucleose. Julia Paris Malaco – ambulatório infectologia Período de incubação do HIV – Varia de 3 a 6 semanas. O organismo leva de 8 a 12 semanas após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. A Síndrome da infecção retroviral aguda (SRA) é um conjunto de manifestações clínicas, que se apresenta geralmente entre a 1ª e a 3ª semana após a infecção, e ocorre em cerca de 50% a 90% dos pacientes. Principais achados clínicos da SRA – Febre, adenopatia, faringite, exantema, mialgia e cefaleia. A SRA é autolimitada e a maior parte dos sinais e sintomas desaparecem em 3 a 4 semanas. A presença de manifestações clínicas mais intensas e prolongadas (superior a 14 dias) pode estar associada à progressão mais rápida da doença. Fase de latência clínica ou assintomática Resolvida a SRA, o paciente entra na latência clínica, que dura cerca de 10 anos quando não é realizada a terapia. O exame físico pode ser normal. Podendo ser percebida linfadenopatia, algumas pessoas podem desenvolver Linfadenopatia Generalizada Progressiva (LGP). Outros possíveis achados dessa fase são plaquetopenia isolada ou anemia normocrômica e normocítica e/ou discreta leucopenia. Nesse momento, os linfócitos TCD4 + continuam a aumentar, enquanto ocorre redução da carga viral plasmática. Mesmo com ausência de sintomatologia, os vírus continuam a se replicar, principalmente nos CD4 de memória. A imunodeficiência começa então a progredir, com redução na contagem de CD4 e manifestações típicas nos indivíduos imunocompetentes começam a aparecer com maior gravidade e frequência. CD4 < 350: começam a aparecer infecções bacterianas e micobacterianas do trato respiratório (sinusite, pneumonia, tuberculose pulmonar). CD4 entre 200 e 300: as mesmas manifestações supracitadas começam a se manifestar de forma atípica. A Candidíase Orofaríngea é um indicativo de que a AIDS se aproxima, assim como febre persistente, diarréia crônica e leucoplasia pilosa oral. Outras manifestações sistêmicas são: respiratórias (principais causadoras de morbimortalidade em pacientes infectados pelo HIV) – tuberculose, infecção pelo P. jiroveci, pneumonia bacteriana recorrente, sinusite, traqueobronquite, rodococose, pneumocistose pulmonar; dermatológicas – dermatite seborreica, foliculite, psoríase, herpes zoster, Herpes simplex. Na fase de latência clínica, o estado clínico básico é mínimo ou inexistente. A linfadenopatia generalizada persistente, “flutuante” e indolor é frequente e seu diagnóstico diferencial inclui doenças linfoproliferativas e tuberculose ganglionar. Achados laboratoriais: Alguns achados são comuns como a plaquetopenia, embora sem repercussão clínica na maioria dos casos. A anemia (normocrômica e normocítica) e leucopenia leves podem estar presentes. A contagem de linfócitos T-CD4+ permanece acima de 350 células/mm3. Os episódios infecciosos mais frequentes são geralmente bacterianos, como as infecções respiratórias ou mesmo tuberculose. Com a progressão da infecção, apresentações atípicas das infecções, resposta tardia à antibioticoterapia e/ou reativação de infecções antigas começam a ser observadas. AIDS Caracterizada como intensa supressão no sistema imunológico do indivíduo, com o surgimento de infecções oportunistas e neoplasias. Período assintomático da infecção - a taxa média de declínio das células T CD4+ é de cerca de 50/μL. Quando a contagem de células T CD4+ diminui a menos de 200/μL, o estado de imunodeficiência resultante é suficientemente grave para colocar o paciente sob risco alto de infecções oportunistas e neoplasias e, desse modo, de desenvolver doença detectável clinicamente. Diagnóstico Os testes para detecção da infecção pelo HIV podem ser divididos, basicamente, em 4 grupos: Testes de detecção de anticorpos; Testes de detecção de antígenos; Testes de amplificação do genoma do vírus; Técnicas de cultura viral. As técnicas rotineiramente utilizadas para o diagnóstico da infecção pelo HIV são as baseadas na detecção de anticorpos contra o vírus, os chamados testes anti-HIV. Essas técnicas apresentam excelentes resultados. Além de serem menos dispendiosas, são de escolha para toda e qualquer triagem inicial. Detectam a resposta do hospedeiro contra o vírus (os anticorpos) e não o próprio vírus. Julia Paris Malaco – ambulatório infectologia Testes de detecção de anticorpo ELISA (ensaio imunoenzimático): Essa técnica vem sendo amplamente utilizada na triagem de anticorpos contra o vírus, pela sua facilidade de automação, custo relativamente baixo e elevada sensibilidade e especificidade. Imunofluorescência indireta – É um teste utilizado na etapa de confirmação sorológica. Western-blot: Esse teste é considerado “padrão ouro” para confirmação do resultado reagente na etapa de triagem. Tem alta especificidade e sensibilidade, mas, comparado aos demais testes sorológicos, têm um elevado custo. Testes rápidos: Dispensam em geral a utilização de equipamentos para a sua realização, sendo de fácil execução e leitura visual. Sua aplicação é voltada para situações emergenciais que requerem o uso profilático com antirretrovirais, ou seja, em centros obstétricos, e no paciente-fonte após acidente ocupacional. Esse teste tem aplicação, ainda, em locais onde a avaliação de custo-benefício justifica seu uso e para triagem geral da população de risco. Os testes rápidos são executados em tempo inferior a 30 minutos Na infecção primária pelo HIV (fase inicial aguda) os testes convencionais para os anticorpos anti- HIV-1 (ELISA) são caracteristicamente não reagentes ou fracamente reagentes. Desse modo, o diagnóstico da infecção aguda é estabelecido pela presença do antígeno p24, cujos níveis estão elevados nesta fase ou do RNA viral por técnicas de PCR, com a concomitante sorologia para anticorpos HIV-1 negativa ou indeterminada. Os anticorpos contra o HIV aparecem, principalmente, no soro ou plasma de indivíduos infectados, numa média de 6 a 12 semanas após a infecção. Em crianças menores de 2 anos, o resultado dos testes sorológicos é de difícil interpretação, em virtude da presença de anticorpos maternos transferidos passivamente através da placenta. Nesses casos, em virtude dos testes imunológicos anti-HIV não permitirem a caracterização da infecção, recomenda-se que a avaliação inicial de diagnóstico seja realizada por testes de biologia molecular para detecção direta do vírus. Testes de detecção de antígenos (PCR): As outras técnicas de biologia molecular detectam diretamente o vírus, ou suas partículas, e são utilizadas em situações específicas, tais como – Esclarecimento de exames sorológicos indeterminados, acompanhamento laboratorial de pacientes e mensuração da carga viral para controle de tratamento. Diagnóstico diferencial: Os sinais e sintomas que caracterizam a SRA, por serem muito semelhantes aos de outras infecções virais, são habitualmente atribuídos a outra etiologia e a infecção pelo HIV comumente deixa de ser diagnosticada. É muito importante que o médico, diante de um quadro viral agudo, considere a infecção pelo HIV entre os diagnósticos possíveis e investigue potenciais fontes de exposição ao vírus. A sorologia para a infecção pelo HIV é geralmente negativa nessa fase, mas o diagnóstico pode ser realizado com a utilização de métodos moleculares para a detecção de RNA do HIV. O diagnóstico diferencial inclui mononucleose, dengue, citomegalovírus, herpes simples, influenza, rubéola, hepatites, faringite estreptocócica, brucelose e toxoplasmose aguda. Em muitas oportunidades a chave para suspeita é a identificaçãode um fator ou comportamento de risco. Tratamento O tratamento com medicamentos antirretrovirais só é iniciado quando os exames indicarem a necessidade. O objetivo da terapia antirretroviral é manter o HIV sob controle o maior tempo possível. A medicação diminui a multiplicação do vírus no corpo, recupera as defesas do organismo e, consequentemente, aumenta a qualidade de vida A indicação de uso de terapia antirretroviral (TARV) é um tema complexo, sujeito a constantes mudanças e incorporação de novos conhecimentos, e por isso definida e revisada anualmente por um grupo técnico assessor de experts, nomeado em portaria do Ministério da Saúde. Por essa razão, a terapia antirretroviral para o HIV deve ser prescrita por infectologista, ou outro médico capacitado, que definirá, baseado nas recomendações do consenso vigente, o momento de início e qual a melhor combinação a ser instituída. Tratamento principal: lamivudina (3C) + tenofir (TDF) + dolutegravir (DTG). Dependendo da situação do paciente podem ser substituídos por efavirenz e raltegravir Julia Paris Malaco – ambulatório infectologia Temos 3 classes de drogas liberadas para o tratamento anti-HIV: Inibidores de Transcriptase Reversa (TR): São drogas que inibem a replicação do HIV, bloqueando a ação da enzima TR, que age convertendo o RNA viral em DNA. Atualmente temos disponíveis – Substâncias nucleosídeas (AZT, 3TC, d4T, ddI e Abacavir) e não- nucleosídeas (Nevirapina, Delavirdina e Efavirenz). Inibidores de Proteases: São drogas que agem no último estágio da formação do HIV, impedindo a ação da enzima protease. Essa enzima é fundamental para a clivagem das cadeias proteicas, produzidas pela célula infectada, em proteínas virais estruturais e enzimas que formarão cada partícula do HIV. Atualmente temos à disposição – Indinavir, Nelfinavir, Ritonavir, Saquinavir, Amprenavir, Lopinavir/Ritonavir. Inibidor de fusão (o T20): As recomendações de TARV no Brasil têm por base evidências científicas de que a associação de drogas, promove a redução da replicação viral e a redução na emergência de cepas multirresistentes. A terapia combinada (coquetel antiAIDS) é o tratamento antirretroviral com associação de pelo menos 3 drogas da mesma classe farmacológica (3 inibidores de TR), ou de classes diferentes (2 inibidores de TR e 1 inibidor de protease). O tratamento dos pacientes durante a fase aguda ou estágios iniciais da infecção pelo HIV-1 é extremamente importante. Nesta fase em que o vírus se replica rapidamente e o hospedeiro mobiliza suas defesas imunológicas, e a instituição precoce da terapia- retroviral pode beneficiar os indivíduos infectados pela redução da quantidade dos vírus disponíveis para infectar e destruir os linfócitos auxiliadores CD4+. Define-se falha terapêutica em pacientes fazendo uso de terapia antirretroviral, analisando-se 3 parâmetros: Clínico – Surgimento de sintomas relacionados com AIDS ou manifestações oportunistas. Imunológico – Queda > 25% da contagem de linfócitos T-CD4+. Virológico – Elevação da carga viral. Além da terapia anti-HIV, para alguns pacientes, o serviço especializado poderá prescrever quimioprofilaxia e imunização para certos processos oportunistas mais prevalentes, cuja relação custo-benefício tem se mostrado amplamente favorável. Para que o tratamento dê certo, o soropositivo deve aderir corretamente ao tratamento. O vírus pode criar resistência e, com isso, as opções de medicamentos diminuem. A adesão ao tratamento é fundamental para a qualidade de vida. Mesmo em tratamento, a pessoa com AIDS pode e deve levar uma vida normal, sem abandonar a sua vida afetiva e social. Prevenção Prevenção primária: A educação é a principal forma de prevenção primaria do HIV (abordando profissionais de saúde, comunidade em geral – crianças, adolescentes, adultos e idosos), como meio de impedir a infecção e propagação da doença; Educação dos profissionais de saúde para que mantenham a prevenção da contaminação pela exposição ocupacional e possam repassar informações relevantes à população em geral; A prevenção da contaminação se dá por meio de uma rigorosa manutenção de biossegurança - Triagens rigorosas nas transfusões sanguíneas, utilização de seringas e agulhas descartáveis e o uso de luvas para manipular feridas e líquidos corporais; Notificação imediata após acidente com material biológico, como meio de prevenir a soroconversão (Quimioprofilaxia); Identificação do risco de contaminação dos profissionais de saúde na comunidade. Educação as gestantes sobre o risco de infecção e de transmissão vertical. As mães infectadas pelo vírus (HIV-positivas) devem usar antirretrovirais durante a gestação para prevenir a transmissão vertical e evitar amamentar seus filhos. Educação nas escolas e comunidade sobre as formas de infecção. Educação aos usuários de drogas sobre os riscos de compartilhamento de seringas e agulhas. E principalmente orientar a população da importância do: Uso de preservativo durante as relações sexuais (sexo oral, vaginal e anal) entre bissexuais, homossexuais e/ou heterossexuais); Prevenção secundária: Incentivo ao portador sobre a importância de adesão ao tratamento como melhora na qualidade de vida; Monitorização dos pacientes soropositivos e educação sobre as formas de transmissão, afim de promover menor risco de infecção as pessoas sadias; O diagnóstico precoce da infecção pelo vírus e aconselhamento do paciente no tratamento evitando, com isso, sequelas e morbidades Julia Paris Malaco – ambulatório infectologia imediatas. Além de um importante benefício de saúde pública a partir da precoce identificação dos transmissores potenciais. Estudos indicam que entre 52 e 92% de todas as infecções pelo HIV podem ser transmitidas durante a fase aguda da infecção por causa da elevada carga viral associada a ignorância do portador quanto a sua condição de disseminador do vírus. Medicamentos - Entricitabina, Fumarato de Tenofovir Desoproxila Observações adicionais a respeito da transmissão do HIV Ter cuidado para que os materiais para realização de tatuagens, piercings, brincos sejam descartáveis; Aparelhos de barbear devem ser descartáveis; Alicates devem ser corretamente esterilizados ou de uso individual; Mesmo sem ejaculação a contaminação pelo vírus HIV é possível diante das substâncias pré- ejaculatórias ou pela secreção vaginal; Práticas como beijar na boca, fumar o mesmo cigarro e tomar água no mesmo copo não oferecem riscos para transmissão do HIV. Mesmo existindo vírus HIV na saliva, as substâncias próprias da saliva podem neutralizá-lo, exceto se o paciente possuir uma lesão grave na gengiva e sangramento na boca; Feridas nos genitais aumentam consideravelmente os riscos de infecção pelo HIV. Julia Paris Malaco – ambulatório infectologia Julia Paris Malaco – ambulatório infectologia
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