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Apostila de Geografia do Brasil - Unipré_corrigida

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SUMÁRIO 
GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO 	 5 
GEO 02 MEIO AMBIENTE E TERRITÓRIO 	 52 
GEO 03 EIXO 3: ESPAÇO URBANO BRASILEIRO 	 84 
GEO 04 EIXO 4: REGIÃO E REGIONALIZAÇÃO 	 97 
GEO 05 EIXO 5: DINÂMICA POPULACIONAL BRASILEIRA 	 129 
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GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO 
GEO 01 
 
chegada da família real, que seria o marco inicial do 
período das maquinofaturas. 
Não se deixe levar por esse argumento, pois 
existiam máquinas no Brasil colônia, porém eram todas 
consideradas rudimentares, ou seja, não apresentavam 
fontes energéticas. 
Abertura dos Portos — 1808 — tarifas muito 
baixas facilitaram a importação, logo foram uma 
medida restritiva a industrialização local. 
Com a abertura dos Portos ficaram assim as 
tarifas cobradas pela importação: 
Taxa geral — 24% - válida para todos os países. 
Taxa para Portugal (metrópole) — 16% 
Taxa para Inglaterra (país amigo) — 15% (a 
partir de 1910). Em 1928, essa taxa passou a ser 
empregada para todos os países. 
Dificuldades econômicas brasileiras levaram o 
país a elevar as tarifas de importação — foi uma 
medida basicamente fiscal — e foi implementada 
pelo Ministro da Fazenda Manoel Alves Branco —
Lei Alves Branco. As taxas foram ampliadas para 
30 a 60%, contudo a influência inglesa no império 
levou a concessão de vantagens tarifárias para os 
comerciantes desse país. 
Peço sua atenção a esse período histórico 
(Abertura dos Portos), bastante abordado em 
provas, a banca costuma relacionar o aumento das 
tarifas de importação, como sendo um estímulo a 
produção industrial nacional. Porém, tratou-se de 
uma medida basicamente fiscal diretamente ligada 
ao aumento de arrecadação. Podemos observar 
que após 1808, apesar de liberação da atividade 
industrial que até então havia sido impedida pela 
metrópole, o desenvolvimento industrial não 
tomava impulso devido à falta de infraestrutura 
interna e à concorrência dos produtos externos, 
sobretudo ingleses. 
Nessa fase destaca-se o papel de IRINEU 
EVANGELISTA DE SOUSA, o BARÃO DE 
MAUÁ. Esse brasileiro foi um idealista, sonhava 
com uma nação industrial e realizou grandes 
empreendimentos no país como: estaleiros, 
bancos (com agências no exterior), transporte com 
bondes de tração animal, canalização de gás para 
iluminação da cidade do Rio de Janeiro, 
lançamento do cabo submarino que ligou, por 
telégrafo, o Brasil e a Europa, criou a Companhia 
de Navegação do Amazonas e ainda lançou a 
primeira estrada de ferro no país — 1854. 
Uma história ficou famosa nesse período — D 
Pedro II foi convidado a abrir as obras da ferrovia, 
e teve que colocar uma pá de terra na construção. 
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais 
Organização do espaço 
industrial brasileiro: evolução 
e tendências 
Caro 	estudante, 	neste 	capítulo 
contemplaremos a parte do seu edital relativa a 
evolução industrial do Brasil, da sua fase colonial 
até a república. 
Na fase colonial o Brasil estava voltado para o 
consumo de materiais manufaturados e 
industrializados. Portugal era um comerciante, 
importava produtos primários e exportava 
produtos manufaturados, logo não era interesse da 
metrópole o desenvolvimento da manufatura em 
sua principal colônia. 
Ainda no período colonial desenvolveu no 
Brasil a produção de calçados, vasilhames e a 
fiação. Esses produtos eram importados da Europa 
e a Inglaterra, berço da indústria moderna, 
incentivará Portugal a impedir o desenvolvimento 
da manufatura nas colônias. Como medida 
restritiva a esse desenvolvimento foi assinado pela 
o ALVARA de 1785 que proibia a manufatura no 
Brasil colônia. Essa medida restringe a produção 
de tecidos — principal produto inglês — deixando 
livre a produção de panos grossos que eram 
utilizados para sacarias e para os escravos. 
O período de desenvolvimento mais acelerado, 
fomentado pela produção de ouro, estimulou o 
consumo de ferramentas, e em 1795 foram feitas 
concessões para o setor da indústria de ferro. As 
distâncias encareciam os produtos no mercado 
interno o que levou a necessidade de permitir a 
manufatura na colônia. 
O Tratado de Methuen, em 1703, conhecido 
como tratado de PANO X VINHO, garantiu aos 
ingleses o acesso ao mercado colonial português, 
via Portugal. 
Até 1808, pode-se dizer que não havia 
propriamente indústrias no País, resumindo a 
atividade industrial à produção de tecidos 
grosseiros e de uns poucos artigos de natureza 
artesanal. 
Com a chegada da coroa portuguesa ao Brasil 
uma nova fase se inicia. 
Normalmente as bancas examinadoras induzem o 
candidato ao erro, argumentando que no Brasil colônia 
devido ao ALVARÁ de 1785 da rainha D Maria 1, ou 
seja, período das manufaturas não havia produção 
industrial com a utilização de máquinas, tendo em vista 
que a utilização só teria começado a ocorrer com a 
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Esse fato foi utilizado pela imprensa como uma 
humilhação do Barão ao Imperador — muito bem 
explorado pelos ingleses o que gerou novas 
medidas de concessões aos importados e impediu 
o desenvolvimento industrial tão sonhado pelo 
Barão. Pena que o nosso Imperador fosse um 
intelectual e não um homem de Estado para ver a 
importância da industrialização naquele momento. 
Outros fatores contribuíram para uma 
mudança na realidade do Brasil, mesmo sem o 
apoio do Estado, e fomentaram o 
desenvolvimento da indústria. Entre eles 
destacam-se: 
• Introdução do café em SP; 
• Com a chegada dos imigrantes houve 
certa expansão do mercado interno 
consumidor; 
• Disponibilidade de capitais e melhores 
transportes. 
• Abolição do tráfico de escravos — Lei 
Euzébio de Queirós, 1850. 
(esse fato deixou o capital que era investido no 
tráfico disponível para ser investido em outros 
setores) 
Começam a surgir alguns setores industriais 
voltados a atender as necessidades mais imediatas 
e que exigiam menor investimento e menor 
tecnologia como: alimentos, têxtil, de material de 
construção, etc. 
Em 1850 havia no país: 
- 02 fábricas de tecidos; 
- 10 indústrias de alimentos; 
- 02 indústrias de caixas e caixões; 
- 05 indústrias metalúrgicas; 
- 07 indústrias químicas. 
Como você pode observar na leitura dos 
tópicos acima, no final do século XIX, o 
desenvolvimento industrial foi pequeno, apesar 
das tarifas de importação adotadas pelo governo 
que serviam também para proteger a indústria 
nacional da concorrência externa. 
Iniciando o século XX a realidade brasileira 
não era diferente, isto é, até deflagrar a I GM. À 
partir da Primeira Guerra Mundial, a atividade 
industrial apresentou certa expansão em nosso 
país, pois já que não podia contar com os produtos 
importados da Europa, procurava desenvolver 
aqui alguns setores industriais. 
A crise 1929/1930 e a Segunda Guerra 
Mundial marcaram outra fase de crescimento 
industrial, sobretudo em SP, RS e MG. Após 
1940, surgem outros tipos de atividades 
industriais, já que antes dominavam indústrias de 
bens de consumo. 
Em 1942, ocorre a construção da Cia. 
Siderúrgica Nacional. Inicia-se a produção de aço 
em grande escala, o que abre novas perspectivas 
para a expansão industrial brasileira. 
Caro estudante, faz-se necessário destacar que 
a Cia. Siderúrgica Nacional foi implementada 
com o capital (financiamento) e tecnologia dos 
EUA, em troca de apoio brasileiro na Segunda 
Guerra Mundial. 
Lembre-se que o Brasil (Rio Grande do Norte) 
abrigou a maior base militar estadunidense fora do 
seu território. 
Na década de 1950 ainda enfrentamos 
problemas e obstáculos, como falta de energia e 
deficiente rede de transportes e comunicações, 
que vão ser tratados por Juscelino Kubitschek em 
seu plano de Metas (50 anos em 5) - além disso, o 
desenvolvimento industrial passa a ser dependente 
do capital externo. Nessa fase o governooptou 
pela indústria de bens de consumo duráveis bem 
como pelas indústrias automobilísticas e de 
eletrodomésticos, além realizar investimentos nos 
setores básicos de energia elétrica através da 
criação de várias empresas Cemig - Furnas, etc.). 
Caro estudante, é importantíssimo frisar que 
no governo Vargas foi lançado às bases para a 
ação do Estado no sentido de estabelecer o 
controle de setores estratégicos para o 
desenvolvimento industrial. O modelo já pensado 
foi implementado nos governos seguintes. 
A década de 60 é representada por um período 
de crise e estagnação da atividade industrial. Essa 
fase é marcada por uma economia associada e 
dependente do capital externo e um Estado forte, 
centralizador e controlador dos setores 
econômicos básicos. 
A década de 70 caracterizou-se por apresentar 
uma maior diversificação da produção industrial 
e, consequentemente, das exportações chegando a 
atingir mais de 50% da pauta de exportações 
nacionais e que, até hoje, têm nos manufaturados 
o seu maior peso. 
O Brasil, bem como a maior parte dos países 
de industrialização recente, apresenta uma grande 
participação do Estado na economia. Durante as 
décadas de maior industrialização o Estado teve 
que criar a infraestrutura básica necessária e isto 
incluiu estradas, hidrelétricas e outras e ainda 
assumir o investimento nos setores de base como 
a siderurgia, mineração, refmo, etc. Essa 
necessidade gerou uma estatização dos setores de 
base da indústria nacional. 6 
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pui. 
O conceito moderno de economia e 
Administração Pública vê este sistema como 
obsoleto e o Estado, que já foi visto como tábua 
de apoio para a economia do país passou a ser 
visto como um grande estorvo. Era a necessidade 
de desestatizar a economia ( privatização ). 
O critério das privatizações foi muito 
contestado, pois muitas estatais foram vendidas 
para outras estatais ou fundos de pensões com 
pagamento em títulos "moedas podres". A 
organização de consórcios para participar dos 
leilões sugeria que nem tudo estava claro nessas 
transações. 
Prezado candidato, na literatura acadêmica não 
faltam argumentos pró-privatizações, bem como 
argumentos contra. No entanto, os custos para a 
manutenção de um sistema evidentemente 
ineficiente, inchado de fimcionários 
desnecessários e uma estrutura de comando 
montada apenas com critérios políticos, parece ter 
se tomado insustentável para um país que procura 
uma nova colocação no cenário mundial. 
Apesar da perda patrimonial do Estado e da 
ampliação da intemacionalização de nossa 
economia houve mudanças significativas e as 
empresas já privatizadas começam a apresentar 
um desempenho melhor, compatível com as 
regras básicas do capitalismo. A Mafersa, 
fabricante de vagões, apresentou lucros após anos 
de prejuízo enquanto estatal. A Usiminas 
aumentou sua produtividade e reduziu um terço 
seu endividamento. Se analisarmos caso a caso 
encontraremos outros exemplos exitosos. 
Classificação da indústria 
A indústria pode ser entendida como ato de 
transformar matérias primas em bens de produção 
e de consumo. De um modo geral, as indústrias 
podem ser divididas em: 
• Extrativas: 
- mineral 
- vegetal 
• Transformação: - bens de produção 
- bens de capital 
- bens de consumo (não duráveis, 
semiduráveis, duráveis ). 
• Construção: - civil 
- naval 
a) Indústrias extrativas: extraem produtos sem 
alterar suas características. A indústria extrativa se 
divide em vegetal, animal e mineral (ex.: indústria 
madeireira, da pesca, de mineração etc.). 
GEO 0 1 
b) Indústrias de transformação: são as que 
convertem as matérias-primas obtidas da natureza 
em objeto útil para o homem. Dividem-se em bens 
de consumo: 
duráveis — produzem bens que são utilizados 
por um período relativamente longo (ex.: móveis, 
automóveis, aparelhos eletrônicos etc.); 
semiduráveis — produzem bens que serão 
utilizados por um período que não é considerado 
longo nem curto, ou seja, apresenta uma vida útil 
"relativamente" longa. (ex.: roupas e calçados) 
não-duráveis — produzem bens que são 
usados apenas uma vez ou por pouco tempo, isto 
é, têm "vida útil" relativamente curta 
(ex.:alimentos, roupas, calçados, remédios etc.). 
c) Indústria de construção: São as que 
produzem 	casas, 	edificios 	residenciais, 
comerciais, industriais. Também compreende a 
indústria de construção pesada (aeroportos, 
rodovias, túneis, pontes, usinas hidrelétricas etc.) 
e a indústria de construção naval. 
Outras Classificações de Indústrias 
Segundo a função: 
a) Indústrias germinativas - são as que geram o 
aparecimento de outras indústrias como, por 
exemplo, a petroquímica. 
b) Indústria de ponta - são as indústrias 
dinâmicas, que comandam a produção industrial 
como, por exemplo, as indústrias químicas e 
automobilísticas. 
Segundo a tecnologia: 
a) Indústrias tradicionais - são as que estão 
ainda ligadas às vantagens oriundas da primeira 
revolução industrial. Podem ser empresas 
clânicas, ou seja, empresas familiares. 
b) Indústrias dinâmicas - são aquelas ligadas 
ao desenvolvimento recente da química, 
eletrônica e petroquímica, principalmente. Utiliza 
muito capital e tecnologia e relativamente pouca 
força de trabalho. 
Possuem uma flexibilidade maior de 
localização. 
Segundo a aplicação de recursos ou fatores: 
a) Indústrias capital-intensivas - as que 
aplicam os maiores recursos nos fatores capital e 
tecnologia. 
b) Indústrias trabalho-intensivas - as que 
empregam os maiores recursos em força de 
trabalho. 
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais 
Distribuição geográfica da 
atividade industrial 
Prezado candidato, nesse capítulo veremos 
tópicos relacionados aos fatores que mais 
influenciaram na distribuição geográfica da 
atividade industrial no Brasil, bem como os 
motivos que conduziram a um aumento da dívida 
externa brasileira. 
A opção de localização considera vários 
elementos. Destaca-se: 
• Infraestrutura — transporte, energia, 
telecomunicações; 
• Capital — terrenos, incentivos fiscais, 
disponibilidade de crédito; 
possui a maior concentração industrial do país e 
da América Latina. 
• Mercado consumidor; 
• Oferta de matéria-prima. 
A grande região industrial do país é a região 
Sudeste, onde se destacam São Paulo, Rio de 
Janeiro e Minas Gerais. O centro econômico do 
Brasil, bastante urbanizado e industrializado, é 
constituído, principalmente, por São Paulo e Rio 
de Janeiro. 
REGIÃO SUDESTE 
É a responsável por mais da metade de toda a 
atividade industrial e, sozinha, consegue cerca de 
3/4 do valor da produção industrial. 
Essa concentração no SE é devida a vários 
fatores, como: 
a) sistemas de transporte e comunicação mais 
desenvolvidos; 
b) maior produção energética; 
c) maior e mais diversificado mercado 
consumidor; 
d) maior concentração de capitais; 
e) maior concentração de mão-de-obra; 
1) melhor nível de vida e poder aquisitivo. 
Destaques do Sudeste 
■ São Paulo 
O Estado de São Paulo é o maior destaque. 
Concentrando cerca de 40% dos estabelecimentos 
industriais do país; 48% do pessoal ocupado em 
indústrias; 53% do valor da produção industrial. 
A grande São Paulo, sobretudo os municípios 
	 do ABC, Diadema, Osasco, Guarulhos e outros, 
8 
Fonte: IBGE. ;L::-.s Zeogrcifo, p.39. 
Ainda no Estado de São Paulo, outros centros 
industriais importantes, situam-se normalmente ao 
longo dos principais eixos rodoviários ou 
rodoferroviários. São eles: 
a) Anhanguera - Campinas, Americana, 
Limeira, Piracicaba, Ribeirão Preto. 
b) Dutra - Jacareí, São José dos Campos, 
Taubaté. 
e) Washington Luís - Rio Claro, São Carlos, 
Araraquara, São José do Rio Preto. 
d) Raposo Tavares - Sorocaba, Itapetininga, 
Presidente Prudente. 
e) Anchieta - Cubatão, Santos, São Bernardo. 
Veja o mapa da desconcentração da indústria 
no estado de São Paulo 
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Fome: IBGE„4:;os geográfr.o, p. 41. 
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais 
Re2i2:2 ,revcpc-una , 
; 	 ã;c: 
&urze: IBGEAtlet geoird&c. p. 39. Com comp!emenação. 
As indústrias do Estado de São Paulo 
caracterizam se pela diversificação: metalurgia, 
química, alimentícia, têxtil, transporte, 
construção, farmacêutica, etc. 
• Minas Gerais 
Vem aumentando a cada ano o valor da 
produção industrial e a área de influência 
industrial da Grande Belo Horizonte. O Centro 
Industrial de Contagem, próximo a Belo 
Horizonte, é diversificado e foi criado em 1970, 
em Betim uma nova área de produção de carros. 
Sua posição é apoiada na abundância de recursos 
minerais, sobretudo no minério de ferro, 
justificando o primeiro lugar na produção de aço 
do país. 
Com a desconcentração industrial, novos 
centros ganham importância como é o caso de 
Juiz de Fora e Uberlândia, ambas fora da região 
metropolitana de Belo Horizonte. 
• Rio de Janeiro 
A maior concentração industrial coincide com 
o Grande Rio conformando uma região 
polindustrial. Destaques na indústria naval e do 
turismo. 
O crescimento da indústria fluminense é mais 
dinâmico do Vale do Paraíba que se expande em 
função da influência ampliada exercida pelo RJ e 
SP. 
Região Sul tem apenas 20% de participação no 
processo industrial. É a segunda região mais 
industrializada. 
As indústrias mais importantes são as de bens 
de consumo: as alimentícias destacam-se no RS, 
como frigoríficos, couros, vinícola, as têxteis em 
SC e madeira no PR. 
No RS, os centros mais industrializados são: 
Grande Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Rio 
Grande, etc. Em SC, por sua vez, destacam-se: 
Joinville, Blumenau (têxtil); Criciúma e Tubarão 
(carvão). Já no PR tem-se Curitiba, polo 
industrial, além de centros no norte do Estado. 
Foi amplamente beneficiada com a 
desconcentração industrial devido apresentar as 
melhores vantagens locacionais. Com o Mercosul 
a região recebeu novos investimentos devido 
apresentar melhor localização geográfica em 
relação ao bloco e por ter melhor infraestrutura 
energética, de estradas, portos e mão de obra 
qualificada. 
REGIÃO NORDESTE 
É a terceira mais industrializada; as maiores 
aglomerações industriais se concentram no Recife 
e Salvador. A industrialização do NE está ligada à 
construção da usina hidrelétrica de Paulo Afonso, 
à criação dos distritos industriais, como Cabo, 
Paulista, Jaboatão, etc., em PE, e Centro Industrial 
de Aratu e do Polo Petroquímico de Camaçari na 
Bahia. Destaca-se, também, a concentração 
industrial em Fortaleza. 
Região Sul 
Apesar da antiguidade da ocupação industrial 
(o início está ligado à colonização europeia), a 
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Nos anos 90 a região passou a ser alvo de 
novos investimentos já em uma nova fase de 
integração. Até os anos 80 a industrialização 
estava subordinada a região SE, nos anos 90 a 
indústria que se instala no NE está subordinada à 
lógica internacional, à globalização. 
Principais Indústrias e sua localização. 
A indústria de transformação é a que mais se 
destaca, conforme os dados a seguir: 
A indústria alimentícia tem a maior 
participação em pessoal ocupado em número de 
estabelecimentos. A indústria metalúrgica é a 
segunda em número de pessoal ocupado e valor 
de produção industrial. 
Abrangem diversos ramos, tais como: 
laticínios, conservas, frigoríficos, bebidas, massas, 
moinhos, óleo, etc. Está entre as mais antigas do 
País. Apesar de estar disseminada por quase todo 
o País, é em SP que se verifica a sua maior 
concentração. Destaques: Carnes (frigoríficos): 
Araçatuba e Barretos (SP), Rio Grande e Pelotas 
(RS), Campo Grande (MS). Bebidas: Caxias do 
Sul, Bento Gonçalves (RS), Jundiaí, São Roque 
Ribeirão Preto (SP). Laticínios: Sul de MG, Vale 
do Paraíba (SP e RJ), grandes centros. Açúcar: 
Paraíba (SP), Campos (RJ), Maceió (AL). 
■ Automobilística 
A produção automobilística brasileira sofreu 
um grande crescimento desde 1958, colocando-se, 
atualmente, entre as dez maiores empresas do 
mundo, sendo superada apenas por Japão, EUA, 
Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Canadá e 
Rússia. As principais empresas automobilísticas 
são: 
a) Volkswagen do Brasil - SP; 
b) General Motors do Brasil - SP; 
c) Ford Motores do Brasil - SP; 
d) Mercedes-Benz do Brasil - SP; 
e) Fábrica Nacional de Motores - RJ; 
1) Fiat do Brasil - MG; e 
g) Volvo do Brasil - PR. 
A indústria automobilística foi implantada na 
segunda metade da década de 1950, durante o 
governo de Juscelino Kubitschek. Os principais 
fatores associados à implementação da indústria 
automobilística foram: 
a) desenvolvimento da metalurgia e siderurgia; 
b) as já existentes indústrias de montagem de 
veículos no Brasil; 
c) existência de indústrias de autopeças; 
d) mercado consumidor no SE; 
e) desenvolvimento do setor rodoviário; e 
f) criação do GEIA (Grupo Executivo da 
Indústria Automobilística). 
A primeira indústria — Vemag — foi instalada 
em 1956, e em 1958, a Volkswagen. 
Com isso desenvolvem-se indústrias ligadas 
ao setor automobilístico, como: vidros, artefatos 
de borracha, couro, material elétrico, metalurgia 
leve, etc. 
A maior concentração ocorre em São Paulo 
graças a maior disponibilidade de mão-de-obra, 
indústrias de autopeças, proximidades da Cosipa e 
do Porto de Santos, existência de energia elétrica, 
etc. 
Atualmente, o Brasil está entre os maiores 
produtores mundiais, com uma produção anual de 
cerca de 1 milhão de veículos. 
É comum verificar a produção de novas 
marcas no Brasil. Isso se deve a abertura 
econômica ocorrida na década de 90 e o incentivo 
do governo para atrair novos empreendimentos. 
■ 	Siderurgia 
Foi somente a partir de 1917 que se instalou 
no País, por iniciativa da Cia Siderúrgica Belgo-
Mineira, localizada inicialmente em Sabará (MG) 
e depois em João Monlevade (MG). Aproveitando 
a abundância de minério de ferro existente em 
Minas Gerais, outras siderúrgicas foram se 
instalando na região, e, durante muito tempo, 
Minas Gerais foi o único centro siderúrgico do 
País. As causas que retardaram a implantação da 
siderurgia foram a escassez de carvão mineral, a 
falta de mão-de-obra e de capitais, além da 
ausência de indústrias capazes de consumir a 
produção. 1 0 
% 	s/ 	os 
estabelecimentos 
industriais 
% s/ o 
pessoal 
ocupado 
% s/ o valor 
da produção 
industrial 
a) extração mineral 1,9% 1,7% 1,5% 
b) transformação 98,1% 98,3% 98,5% 
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A partir de 1942, a siderurgia tomou grande 
impulso com a instalação da Cia. Siderúrgica 
Nacional (estatal) em Volta Redonda, no Vale do 
Paraíba fluminense. Sua localização obedecia à 
situação intermediária entre as jazidas de carvão 
(SC) e as áreas produtoras de minério de ferro 
(MG); ao ponto de encontro entre a Central do 
Brasil e a Rede Mineira de Viação; à proximidade 
dos maiores centros industriais e consumidores do 
País; à abundância de energia elétrica; e, por fim, 
à maior disponibilidade de mão-de-obra. 
A elevada taxa de crescimento alcançada por 
este setor deve-se a vários fatores, tais como: 
a) desenvolvimento das atividades industriais 
de base. as quais passaram a consumir a produção 
siderúrgica; 
b) rápido desenvolvimento do setor de 
construção civil; 
c) grande apoio governamental; 
d) aumento do consumo de produtos 
industrializados; 
O principal problema que afeta a indústria 
siderúrgica é o fornecimento de matérias-primas 
(carvão mineral), sendo por isso, muito grande o 
consumo de carvão vegetal. 
O carvão produzido no Brasil não é bom para 
fazer o coque siderúrgico e por isso devemos 
importar carvão mineral. 
Observações: 
- 94% da produção siderúrgica concentra-seno 
SE 
- As maiores produções siderúrgicas são 
obtidas pela Usiminas, CSN e Cosipa. 
É importante frisar que o polo siden'irgico do 
Maranhão, integrado a produção de Serra de 
Carajás, está em franco crescimento. 
Distribuição espacial das usinas 
siderúrgicas 
As siderúrgicas distribuem-se pelo espaço 
independentemente da localização do carvão 
mineral, pois as maiores produções desse produto 
vêm do sul, e é no SE que se encontra a maior 
produção de aço. 
Portanto, outros foram os fatores responsáveis 
por esta localização. E, sobretudo, a presença de 
minério, como o ferro e o manganês e o mercado 
consumidor, que regem tal distribuição. 
A produção atual de aço bruto situa-se perto 
de 2,8 milhões de toneladas, colocando o Brasil 
entre os 10 maiores produtores do mundo. 
Enquanto o consumo per capita de aço dos países 
desenvolvidos, como EUA, Japão, Rússia, 
Alemanha, gira em torno de 400 a 500 
kg/hab/ano, o consumo brasileiro é de cerca de 
100 kg/hab/ano. 
Apesar do franco desenvolvimento industrial 
experimentado pelo País nas últimas décadas, 
vários são os problemas que o afetam, 
destacando-se os seguintes: 
- Quanto à energia: empregamos ainda elevada 
quantidade de lenha como fonte energética, falta 
garantias de investimentos para expansão da 
oferta energética. 
- Quanto ao capital: escasso, não permitindo 
grandes investimentos por parte dos particulares, 
o que beneficia a participação de capitais estatais 
e estrangeiros. 
- Quanto ao equipamento: a produção da 
indústria de máquinas e equipamentos ainda é 
insuficiente, sendo necessária a importação em 
larga escala. 
- Quanto aos transportes: o sistema ferroviário 
e o hidroviário são deficientes. O sistema 
rodoviário está sobrecarregado. 
- Quanto ao mercado consumidor: ainda 
restrito, apesar de estar em crescimento. A alta 
concentração de renda impede, de certa forma, a 
expansão do consumo. 
Desenvolvimento brasileiro e o 
endividamento externo. 
Das correntes teóricas voltadas ao estudo do 
desenvolvimento da América Latina a dominante 
segue a orientação da CEPAL (1948) - órgão da 
ONU. Esse organismo buscou orientar os países 
latino-americanos a adotar políticas de 
desenvolvimento com base na substituição de 
importações. Esta orientação teve êxito no período 
JK e posteriormente durante o governo militar 
(1964 - 1985) - em especial na década de 1970 
(milagre brasileiro). 
As doutrinas cepalinas orientaram o 
desenvolvimento por intensificação das 
poupanças internas mais investimentos 
estrangeiros (multinacionais), para aumentar a 
substituição de importações, com balanças 
comerciais, em geral, deficitárias devido à 
importação de máquinas e equipamentos. 
A aplicação do modelo econômico seguindo as 
orientações da CEPAL se deu no período JK (56- 
61) que é marcado pelo programa de metas. 
Investimento nacional combinados com o capital 
internacional permitiu a criação de hidrelétricas, 
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indústria automobilística, autoestradas e a 
construção de Brasília. 
Após 1950, o avanço das multinacionais 
desencadeou o desenvolvimento dos países 
periféricos. Os países que apresentavam melhores 
condições de infraestrutura tornavam-se destino 
de investimentos diretos, com a instalação de 
multinacionais e de investimentos indiretos, com a 
oferta de empréstimos voltados para a criação e 
ampliação de infraestrutura. Para exemplificar 
bata-nos verificar o ocorrido no Brasil nas 
décadas 60 - 70, quando surgiu no país uma 
milagrosa evolução econômica. Esse modelo 
constituiu, em preparar, facilitar, recepcionar, 
acomodar e favorecer mais e da melhor forma a 
entrada de capital internacional no Brasil. 
Na década de 70 e início dos anos 80, essa 
prosperidade é abalada pela crise do petróleo (73 
e 79), que provoca recessão e inflação nos países 
do primeiro mundo. Também nos anos 70, 
desenvolvem-se novos métodos e técnicas 
voltados para a produção. Nos anos 90 uma nova 
fase na produção industrial se instala com a 
modernização da industrial. O processo de 
automação, robotização e terceirização aumentam 
a produtividade e reduzem a necessidade de mão-
de-obra gerando ainda a necessidade de novas 
qualificações e desaparecendo antigas profissões. 
Assim, a globalização assentou o golpe nas 
teorias de desenvolvimento autônomo sob 
orientação cepalina. 
Endividamento brasileiro 
No período 71/72 a inflação atinge os países 
desenvolvidos, inclusive os EUA. O padrão dólar 
estabelecido em Bretton Woods foi quebrado e as 
principais moedas passaram a oscilar gerando 
uma disponibilidade de dólares que passaram a ser 
aplicados nos países do terceiro mundo. Este 
dinheiro foi usado pelos países em 
desenvolvimento para cobrir déficits das suas 
contas externas. A partir de 1973, verificamos 
uma escalada no preço do petróleo que levou os 
países em crescimento acelerado, como o Brasil, a 
um endividamento crescente. 
Verificando o histórico da dívida brasileira 
observamos que dos 2,5 bilhões devidos em 1964 
saltamos para 96,5 bilhões em 1990, ou seja, uma 
alta de 3860%. E dois anos depois, em 1992, a 
dívida já havia atingido 132,3 bilhões. A dívida 
passou a crescer muito rápido, muito mais rápido 
que a nossa capacidade de crescimento ou de 
pagamento. 
Evolução da dívida externa brasileira (em 
bilhões de dólares) 
O comprometimento de um percentual cada 
vez maior do PNB (produto nacional bruto), de 
10,5% em 1968 para 27% em 1980, deixa o Brasil 
impedido de fazer novos investimentos. Este 
comprometimento interfere no crescimento 
econômico devido à necessidade do país em 
cumprir o serviço da dívida. 
O processo de endividamento tornou-se ainda 
mais grave quando, no final dos anos 1970, as 
taxas de juros internacionais (a libor - taxa 
interbancária de Londres - e a prime rate - taxa 
básica cobrada pelos bancos dos EUA) oscilaram 
para cima, chegando a 15,18% a primeira e 15% a 
segunda. A taxa do FED, banco central 
americano, chegou a 13%. 
Toda esta oscilação fez com que o capital 
retomasse aos EUA e Europa e fizesse disparar a 
dívida dos países periféricos que tinham a sua 
dívida corrigida com base nas taxas 
internacionais. Caro estudante, peço sua atenção 
ao seguinte fato, estando o Brasil inserido nesse 
contexto de alta de juros, o país foi duramente 
atingido devido ter mais de 60% de sua dívida 
baseada em juros flutuantes, ou seja, com o 
aumento das taxas prime rate e libor a dívida teve 
seus juros reajustados. 
Vejamos um exemplo: o Brasil fez um 
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pré 
empréstimo de 1 bilhão de dólares para 
desenvolver o programa Proálcool e 
comprometeu-se a pagar, apenas nos 5 primeiros 
anos, 800 milhões de dólares de juros e 
comissões, ou seja, quase a quantia contratada 
mas, com o aumento dos juros, esse montante 
cresceu ainda mais. 
Assim, na iminência de não ter a capacidade 
de honrar seus compromissos em dia, a saída para 
o Brasil foi suspender unilateralmente (moratória 
parcial) durante o governo Sarney, o pagamento 
das prestações e dos juros da divida e exigir a 
renegociação das condições e prazos de 
pagamento. Contudo, o Brasil voltou atrás e 
passou a adotar o receituário econômico do FMI. 
O padrão da dívida que tinha vencimento a 
curto prazo - 5 anos - passa a ter novo perfil, 60% 
da dívida consegue prazos maiores que 10 anos. 
Tudo isto se deve ao fato de tentar evitar a 
insolvência dos países devedores, caso que levaria 
as finanças internacionais a um caos. 
Ter crédito internacional é uma garantia para 
que o país continue a ser viável para receber 
investimentos. Assim, para que qualquer país 
assegure o serviço da divida externa é necessário 
que elegaranta a cada ano um fluxo de novos 
empréstimos, financiamentos e obtenha, acima de 
tudo, saldos expressivos em sua balança de 
comércio exterior. EXPORTAR é o que 
IMPORTA. 
É da receita da exportação que dependem, em 
última instância, o pagamento efetivo da dívida e 
a própria garantia para a contratação de novos 
empréstimos e financiamentos internacionais. Por 
isso é que o governo brasileiro tem se esforçado 
em incentivar as exportações e a manter um 
superávit primário alto para, desta forma, 
demonstrar ao mundo que o país tem condições de 
honrar seus compromissos e que é viável 
economicamente. 
Outro modo de manter a dívida sob controle é 
através de acordos. Neste caso, a garantia para o 
pagamento é conseguida através de apoio 
financeiro do FMI. Negociações neste sentido 
foram realizadas no governo Figueiredo e outra no 
governo Collor / Itamar Franco. Ainda nos 
últimos anos do governo FHC e no atual foram 
feitos acordos com o FMI para garantir o 
cumprimento dos serviços da dívida e proteger a 
economia interna. O governo Lula conseguiu 
zerar a divida do Brasil com o FMI, desse modo o 
pais fica livre da obrigação de adotar as diretrizes 
econômicas preconizadas pelo FMI. 
Assim, verificamos que todo quadro criado 
devido às modificações das taxas de juros 
internacionais afetou o crescimento brasileiro na 
GEO 01 
década de 1980 levando esta a ser conhecida 
como a DÉCADA PERDIDA e ainda reflete nos 
dias atilais. 
Tecnopolos 
Os polos tecnológicos correspondem à 
concentração espacial de empresas e instituições 
de ensino e pesquisa envolvidas no estudo e na 
aplicação de tecnologia avançada (como, por 
exemplo, robótica, microeletrônica, cerâmica 
avançada, tecnologia espacial, biotecnologia, 
nanotecnologia entre outras) permitindo que as 
empresas assumam um perfil moderno e 
competitivo por meio da aplicação dessas 
tecnologias desenvolvidas nos centros de 
pesquisa. 
Como possuem uma organização menos 
burocratizada, os polos tecnológicos facilitam a 
transferência de tecnologia para o setor produtivo 
industrial e, ao mesmo tempo, estimulam o 
desenvolvimento científico e tecnológico. Os 
principais polos tecnológicos brasileiros 
encontram-se concentrados sobretudo no Sudeste 
e Sul do Brasil, podendo-se destacar: 
• o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) 
e o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas 
Espaciais), situados no município de São José dos 
Campos (SP), ambos de iniciativa governamental, 
que desenvolvem projetos na área aeronáutica, 
espacial, de fabricação de radares, antenas, entre 
outros; 
• as Universidades Federal e Estadual de São 
Carlos (SP), que têm dirigido suas pesquisas 
científicas à obtenção de novos materiais, como é 
o caso de cerâmicas resistentes ao calor; 
• os poios tecnológicos de informática, 
localizados nas cidades de São Paulo, Campinas 
(SP), Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis e 
Campina Grande (PB); 
• as áreas de pesquisa de química fina e de 
biotecnologia, no Rio de Janeiro, em Porto 
Alegre, em Fortaleza e em Campinas, além de 
centros de pesquisa em biologia molecular, fisica, 
bioquímica, matemática e outras pelo Brasil. 
Prezado candidato, ressalta-se que o Estado 
brasileiro exerceu uma grande influência no 
alargamento dos mercados nacionais, que, aos 
poucos, foram-se tornando cativos do poder 
hegemônico de São Paulo e do Sudeste. Segundo 
José Serra: " uma das características marcantes do 
desenvolvimento do capitalismo no Brasil diz 
respeito ao significativo papel do Estado como 
fator de impulso à industrialização. Esse papel foi 
exercido não apenas através de suas funções 
fiscais de monitoria e de controle do mercado de 
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trabalho ou de sua função de provedor dos 
chamados bens públicos, criação de infraestrutura 
e produção direta de insumos indispensáveis à 
industrialização pesada". 
Desconcentração industrial 
A desconcentração industrial no estado de São 
Paulo é bastante nítida. Ela se processou (e se 
processa), principalmente, ao longo dos quatro 
principais eixos rodoviários, que de certa forma 
acompanharam os eixos ferroviários construídos 
na época da expansão da cafeicultura: a Via 
Presidente Dutra (a Rio — São Paulo) 
atravessando o histórico Vale do Paraíba; o 
sistema Anchieta — Imigrantes (São Paulo —
Baixada Santista); o sistema Bandeirantes-
Anhanguera—Washington Luís (ligando a cidade 
de São Paulo ao norte e noroeste do estado); e a 
Via Presidente Castelo Branco, ligando a cidade 
de São Paulo a várias cidades do sudoeste do 
estado até Presidente Epitácio, no Vale do Rio 
Paraná, divisa com o Mato Grosso do Sul. 
No Nordeste – incentivos fiscais e mão-de-
obra farta e barata. A produção estava voltada 
para o mercado do SE e, ultimamente, com os 
investimentos externos também se integra na 
produção para o mercado globalizado. 
No Centro -Oeste, a partir da década de 90, 
observa-se a ação dos governos estaduais em 
atrair investimentos industriais. As vantagens 
fiscais oferecidas permitiram a instalação de 
indústrias de beneficiamento, para estarem 
próximas as fontes de matéria prima ou ainda 
novas plantas industriais como é o caso da 
indústria farmacêutica em Anápolis e a 
automobilística em Catalão, ambas em GO. 
O governo criou as condições de infraestrutura 
necessárias ao processo de instalação industrial 
através da aquisição de empréstimos 
internacionais para a construção de obras de 
engenharia para garantir a realização dos 
investimentos. 
Só alguns exemplos: Itaipu, Balbina, Tucuruí, 
transamazônica, estrada de ferro Carajás, BR 364. 
Esse processo de desconcentração acontece 
em todo território nacional e foi fomentado pelo 
governo federal pelo incentivo fiscal desenvolvido 
pelas superintendências de desenvolvimento – 
SUDENDE, SUDECO, SUDESUL e SUDAM. A 
desconcentração visava aproveitar as 
VANTAGENS COMPARATIVAS para produção 
industrial. 
No Sul – infraestrutura e mercado consumidor, 
mão-de-obra qualificada, proximidade de mercado 
consumidor – Argentina e Sudeste do país. A 
região mais beneficiada com a desconcentração 
foi a região Sul. 
No Norte – incentivos fiscais que facilitavam 
o acesso e concorrência no mercado nacional e 
internacional. 
Dinâmica do Mercado de 
Trabalho 
Nas últimas décadas houve uma mudança 
significativa do mercado de trabalho no Brasil e 
no mundo. Vamos fazer algumas recordações: 
Crise da Polônia na década de 1980 - o 
presidente do Sindicato Solidariedade, Lech 
Walesa - comandou os trabalhadores, parou o país 
e enfrentou o regime socialista. 
Microinformática e a automação das linhas de 
montagem - com as constantes greves de 
trabalhadores em todo mundo, com greves 
constantes, as multinacionais substituem os 
trabalhadores por máquinas - sistemas 
automatizados que reduzia a quantidade de 
trabalhadores e exigia novas qualificações. 
Grandes avanços científicos e tecnológicos -
os grandes avanços alcançados nos laboratórios da 
indústria da guerra passa a estar disponível para o 
setor produtivo. A transferência de tecnologia 
para os países periféricos fazem mudar a lógica 
produtiva mundial. 
Globalização da produção - não se pensa mais 
em uma produção centralizada, regionalmente 
constituída, esta deve ser descentralizada em 
busca das vantagens comparativas. 
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Instabilidade social e econômica - se há 
instabilidade política e social, mão-de-obra 
organizada, sindicatos fortes, governos 
nacionalistas, as empresas fogem para outras 
localidades que lhes garantam segurança do 
investimento e garantias de rentabilidade e 
exportação dos lucros. 
Neoliberalismo - a década de 1980 foi um 
marco para todas os itenslistados anteriorrnente. 
Iniciou na Europa com Margareth Tacher e nos 
EUA com Ronald Regan a política neoliberal. 
Ainda nessa década verificamos a queda dos 
regimes militares, com a instauração de novas 
democracias que buscavam estar alinhadas com o 
novo pensamento mundial. 
O socialismo em crise - e a URSS se desfaz e 
nasce a Comunidade dos Estados Independentes - 
CEI. Mikhail Gorbatchev, levou a União 
Soviética a mudanças políticas, econômicas e 
sociais. Ciente dos problemas que o país passava, 
Gorbatchev propôs dois planos: a perestroika 
(reestruturação) e a glasnost (transparência). Era o 
inicio de um mundo sem bipolaridade ideológica. 
Paralelamente a isso o capitalismo se reinventava, 
com a redução do estado na economia. 
O Brasil estava nesse período passando pela 
redemocratização com a eleição indireta de 
Tancredo Neves e a promulgação de uma nova 
constituição. 
A economia brasileira marcada por uma 
estrutura arcaica e falida. No campo observamos a 
concentração fundiária, injusta e antidemocrática, 
sujeitando milhares de trabalhadores a condições 
de trabalho sem garantias sociais. O setor 
industrial não consegue absorver a mão-de-obra 
que o campo não libera e os trabalhadores livres 
que já estão nas cidades. O setor de comércio e 
serviços passa a ser a tábua de salvação da 
economia para absorver essa mão-de-obra. 
Esse processo de organização do mercado de 
trabalho, com a concentração dos trabalhadores 
no setor terciário é um fenômeno comum aos 
países em desenvolvimento. O setor industrial se 
desenvolve com uma tecnologia poupadora de 
mão-de-obra. A agricultura, do mesmo modo, 
passa por um processo contínuo de modernização 
e também reduz a necessidade de trabalhadores. O 
setor de serviços e comércio absorve esses 
trabalhadores, em postos formais e informais. 
Gera-se com isso uma economia paralela, a 
economia informal, gerando subempregos, sem 
garantias trabalhistas e sociais. Outra 
característica desse setor e que tem uma média de 
salário baixa que o setor secundário. 
As Transformações no conteúdo do 
trabalho e nas formas de emprego 
Os impactos são sentidos nas transformações 
que se colocam ao conteúdo do trabalho e no uso 
das qualificações e nas formas de emprego. 
Aos trabalhadores ativos exigem-se novas 
habilidades, até então pouco exigidas no mercado 
de trabalho. O perfil desse novo trabalhador exige 
a capacidade de adaptar-se continuamente, a 
novas tecnologias de informação e comunicação 
que são empregadas na produção. Competências, 
como raciocínio lógico-abstrato, habilidades 
sociocomunicativas, responsabilidade, disposição 
para correr riscos e espírito de liderança, passaram 
a ser demandadas. A destreza em outras línguas 
(como inglês) e linguagens (como informática) 
está se tornando pré-requisito para o ingresso e 
manutenção em um mercado de trabalho 
estruturado. 
Há uma mudança setorial significativa no 
mercado de trabalho. Alguns setores têm 
crescimento mais significativo e apresenta mais 
promissor para a absorção de novos trabalhadores. 
Os setores de serviços que mais tendem a 
crescer nos próximos anos são: 
- Telecomunicações e Informática: neste 
setor, a tendência é o aumento da exigência 
quanto à qualificação formal. Na atualidade já tem 
falta de trabalhadores qualificados. O setor se 
reorganizou e se viu a redução de postos de 
trabalho em empresas de grande porte (mil 
empregados) para gerar novos postos em 
empresas de menor porte, geralmente nas 
categorias micro, pequena e média empresas. 
Com a reorganização do setor o trabalho 
individual em rede, sem ter que sair de casa, 
passou a ser uma realidade até então impensada 
para o modelo de trabalho anterior. 
- Comércio: as três categorias do setor 
(comércio de veículos, motocicletas e 
combustíveis; atacadista e varejista) empregaram 
em 1998 um total de 4,5 milhões de pessoas. A 
expansão deste setor é fortemente ligada à 
atividade econômica do país. Novos postos de 
trabalho e a formalização de negócios até então na 
informalidade fez o comércio expandir a oferta de 
empregos. Veja a variação no período 2003-2009. 
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cembusuvels por pcs:00 no t) ,:upnao 
- Setor Financeiro: o setor apresentou 
recuperação em 2000 após ser fortemente atingido 
pela crise de 1999. A presença de investimentos 
internacionais e a concentração do setor o 
potencial de emprego voltou a subir. Há 
incentivos para a expansão do setor. 
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- Turismo: é um dos campos mais 
promissores para a geração de empregos e 
crescimento econômico do país. O potencial 
econômico tem crescido, pois ampliou o turismo 
interno com a retomada do crescimento da 
economia e a inserção de u grande números de 
famílias na classe média e ainda o Brasil tem 
divulgado mais o nosso potencial turístico no 
exterior visando à atração de turistas. Grandes 
eventos como a realização do Pan-americano, da 
candidatura para a Copa 2014 e olimpíada 2016. 
Esses eventos faz com que haja investimentos no 
setor e a geração de empregos. O turismo 
conforma uma ampla cadeia produtiva, o turismo 
repercute em 52 segmentos diferentes da 
economia e mantém cerca de 5 milhões de 
empregos, formais e informais. 
Observe a distribuição da PEA pelos setores 
da economia em alguns países. 
Distribuição da PEA por setores 
Países Primário Secundário Terciário. 
EUA 3% 25% 72% 
Brasil 23,2% 23,8% 53,0% 
Índia 62% 11% 27% 
Etiópia 88% 2% 10% 
O Trabalhador Industrial e a Fábrica 
do Futuro 
Com a reorganização do setor produtivo no 
mundo com a globalização o Brasil necessitou 
realizar a abertura da economia, iniciado em 1990, 
o que levou a reestruturação da indústria. A 
reorganização teve impactos negativos, como a 
elevação do desemprego e também consequências 
positivas para a competitividade do país, 
incluindo a elevação da qualificação dos 
trabalhadores industriais. 
Essa nova realidade exige um trabalhador mais 
qualificado. A exigência de qualificação atinge 
principalmente os trabalhadores mais jovens. Para 
acessar o primeiro emprego o trabalhador tem que 
demonstrar que tem possibilidade de adaptação / 
aprendizagem das funções em pouco tempo. 
Para o futuro, as principais tendências para o 
mercado de trabalho são: 
- deslocamento das atividades e da mão-de-
obra da indústria para os serviços, especialmente 
para os serviços de apoio às atividades industriais 
em função das terceirizações; 
- declínio do emprego industrial tradicional; 
- crescente interdependência da força de 
trabalho em escala global; 
- movimento contínuo em direção à elevação 
do perfil de escolaridade do trabalhador. 
Características do mercado de trabalho atual -
2003 a 2009. 
Segundo o IBGE o contingente da população 
ocupada diminuiu em 1,8%. Em 2008 era 21,7 
milhões de pessoas ocupadas já em 2009 caiu para 
21,3 milhões, ou seja, uma redução de 398 mil 
pessoas. 
Desse modo, 	a proporção de pessoas 
ocupadas com 10 anos ou mais de idade passou 
de 52,5% em 2008, para 52,1% em 2009 (em 
2003 era 50,1%). 
A mudança também foi sentida quando 
observamos o percentual de trabalhadores com 
carteira de trabalho assinada no setor privado. 
Esse item passou de 44,1% em 2008 para 44,7% 
em 2009 (em 2003 era 39,7%). A formalização da 
mão-de-obra apresentou um novo recorde na série 
histórica da pesquisa do IBGE. Isso reflete o 
momento vivido pela economia nacional, mesmo 
que a economia global se encontre em crise. O 
que o governo comemora é que o contingente de 
trabalhadores que contribuíam para a previdência 
social também aumentou diminuindo, desse 
modo, a escalada do déficit da previdência. 16 
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Veja as evoluções das taxas de desemprego no 
período 2002-2011. 
Gralico 11 Evolução da taxa de desocupação da tolal das seis regsi5es 
metropolitanas (em %) 
GEO 01 
um aumento na ocupação das mulheres. A 
presença feminina também era majoritária na 
população desocupada (PD) e na população não 
economicamente ativa (PNEA) 
Distribuição das populuções. segundo o sexo 	— t2003 201.1)- 
2003 
2011 
Observe agora a média de salário dos 
trabalhadores do setor privado. 
Rendimento médio real habitual dos 
empregados com carteira no setor privado, para o 
total das seis regiões metropolitanas de 2003 a 
2011, em reais - a preços de dez/11 
A Mulher no Mercado de Trabalho 
A inserção da mulher no mercado de trabalho 
no Brasil é tardia. O reconhecimento dos direitos 
da mulher como cidadã plena ainda é lento 
necessitando a intervenção do Estado para 
garantir os direitos da mulher. Em relação a luta 
contra a visão social de que a mulher não tem os 
mesmos direitos estão: 
- Lei N° 7.353, DE 29 DE AGOSTO DE 1985 
que criou o Conselho Nacional dos Direitos da 
Mulher - CNDM 
- Lei N° 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. 
Cria mecanismos para coibir a violência 
doméstica e familiar contra a mulher. 
Nas últimas décadas, a inserção das mulheres 
no mercado de trabalho tornou-se uma realidade. 
A participação feminina aumentou 
expressivamente. Em 2011 eram 45,4% na 
população ocupada (PO). Para as mulheres, esse 
indicador foi de 40,5% em 2003 passando para 
45,3% em 2011. Entre os homens, esse percentual 
era de 60,8%, passando para 63,4%. Percebe-se 
Zr; 7,20 
••• ...ta I 
O ingresso da mulher no mercado de trabalho 
veio associado a transformações nas relações 
familiares e conjugais. Houve uma redução no 
número de filhos, o aumento das famílias 
chefiadas por mulheres — em 1989 representavam 
20,1%, em 1999 chegou a 26%. 
As mulheres representam mais de 40% da 
força de trabalho no país, contudo a média de 
rendimentos é menor que os percebido pelos 
homens na mesma função. Apesar de estudarem 
por um período mais longo, obtendo no setor 
industrial, por exemplo, um ano a mais de 
escolaridade do que os homens, o diferencial de 
remuneração persiste elevado. 
Analise o gráfico seguinte. 
,C•I`F. CM: 	 Co.r.,11K4.450 >St 	 Nnwsd 
• • 	 e» *N. ,31,23 
Vários fatores contribuem para impedir as 
mulheres de atingirem os mais altos cargos. Essas 
são barreiras, visíveis e invisíveis, que impedem o 
acesso aos postos mais bem remunerados. 
Podemos citar: a feminização de determinadas 
profissões (professoras primárias, enfermagem) e 
O 
Participação da população ocupada com 11 200)5 00 mak de estuai°, por po içào na oropaçào. 
segundo o sexo 	— (2003 e 21/1 ir 
W W W . unipre.com.br 
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais 
17 
pré 
sua subsequente desvalorização, resistências 
sociais, a maternidade e a desigualdade na divisão 
das tarefas domésticas, a falta de massa crítica de 
mulheres nas organizações, etc. 
As empresas estão mudando as suas 
estratégias de forma a recrutar e reter mulheres 
qualificadas no emprego. Algumas das mudanças 
que já são notadas e implementadas: 
- diálogo extenso sobre as mudanças 
necessárias 	na 	cultura 	organizacional 
(workshops e reuniões dirigidas); 
- implementação de políticas para equiparar 
salários e oportunidades; 
- designação 	de 	responsáveis 	pela 
implementação de mudanças; 
- avaliação 	(quantitativamente 	e 
qualitativamente) de progressos em áreas 
específicas. 
A briga que as mulheres precisarão enfrentar 
para conseguir uma maior igualdade envolve 
poder. Apesar de já termos uma presidente, a 
representação no primeiro escalão tem sido 
ampliada, o setor privado tem uma estratégia 
diferenciada. Verifica-se que essa guerra por 
espaço e poder será travada cada vez mais em 
todas as esferas: políticas, dentro de casa e na 
empresa. 
As principais tendências associadas ao avanço 
das mulheres no mercado de trabalho são: 
- presença das mulheres em áreas e ocupações 
antes restritas aos homens 
- maternidade adiada e um menor número de 
filhos; 
- aumento do padrão de consumo familiar e do 
investimento em educação; 
- crescente reivindicação por igualdade cívica 
e política. 
■ Texto Complementar - Informações sobre 
a mulher no mercado de trabalho 
A participação das mulheres no mercado de 
trabalho, seu perfil etário e educacional, o 
contingente feminino no setor público, a jornada 
de trabalho considerada a escolaridade, o 
percentual de mulheres que gostaria de trabalhar 
mais. Esses e outros pontos são levantados pelo 
IBGE no Dia Internacional da Mulher. O 
trabalho especial Mulher no Mercado de 
Trabalho: Perguntas e Respostas tem como 
objetivo apresentar um panorama da mulher no 
 mercado de trabalho. As informações usadas 
18 provém da Pesquisa Mensal de Emprego 
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(PME)2009, realizada nas regiões metropolitanas 
de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de 
Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. 
■ 35,5% das mulheres tinham carteira de 
trabalho assinada 
Em 2009, aproximadamente 35,5% das 
mulheres estavam inseridas no mercado de 
trabalho como empregadas com carteira de 
trabalho assinada, percentual inferior ao 
observado na distribuição masculina (43,9%). As 
mulheres empregadas sem carteira e trabalhando 
por conta própria correspondiam a 30,9%. Entre 
os homens, este percentual era de 40%. Já o 
percentual de mulheres empregadoras era de 
3,6%, pouco mais da metade do percentual 
verificado na população masculina (7,0%). 
■ 61,2% das trabalhadoras tinham 11 anos 
ou mais de estudo 
Enquanto 61,2% das trabalhadoras tinham 11 
anos ou mais de estudo, ou seja, pelo menos o 
ensino médio completo, para os homens este 
percentual era de 53,2%. A parcela de mulheres 
ocupadas com nível superior completo era de 
19,6%, também superior ao dos homens (14,2%). 
Por outro lado, nos grupos de menor escolaridade, 
a participação dos homens era superior a das 
mulheres. 
■ Elas trabalharam 38,9 horas em média 
Apesar de desde 2003 ter ocorrido uma 
redução de aproximadamente 36 minutos na 
diferença entre a média de horas trabalhadas por 
homens e mulheres, em 2009 as mulheres 
continuaram trabalhando, em média, menos que 
os homens. Cabe esclarecer que essa queda foi 
ocasionada pela redução na média de horas 
trabalhadas pelos homens. As mulheres, em 2009, 
trabalharam em média 38,9 horas, 4,6 horas a 
menos que os homens. 
As mulheres trabalhavam menos que os 
homens em todos os grupamentos de atividade. 
Com a exceção das mulheres ocupadas em 
"Outros Serviços", as demais atividades 
apresentaram aumento da média de horas 
grupamento 
mulheres 
trabalhadas para as mulheres. No 
"Administração Pública", as 
trabalharam, em média, 36,4 horas semanais. 
Em 2009, as mulheres com 8 a 10 anos de 
estudo foram as que declararam trabalhar mais 
horas semanais (39,4 horas). No entanto, aquelas 
com 11 anos ou mais de estudo foram as que 
apresentaram a menor diferença na média de 
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ré 
horas trabalhadas em relação aos homens, 3,6 
horas. Em 2003, esta diferença era de 4,4 horas. 
As mulheres com 1 até 3 anos de estudo foram 
as que apresentaram a maior diferença (7,2 horas) 
na média de horas trabalhadas, quando 
comparadas aos homens. Tal realidade é similar à 
verificada em 2003, quando a diferença era de 7,3 
horas. 
O número de horas trabalhadas pelas mulheres 
que possuíam curso superior completo somente 
ultrapassava ao das que tinham até 3 anos de 
estudos. 
Já as mulheres com 11 anos ou mais de estudo 
foram as únicas a aumentar a média de horas 
trabalhadas semanalmente, em todo o mercado de 
trabalho: de 38,8 horas em 2003 para 39,1 horas 
em 2009. 
• O rendimento continua sendo inferior ao 
dos homensO rendimento de trabalho das mulheres, 
estimado em R$ 1.097,93, continua inferior ao 
dos homens (R$ 1.518,31). Em 2009, comparando 
a média anual de rendimentos dos homens e das 
mulheres, verificou-se que as mulheres ganham 
em torno de 72,3% do rendimento recebido pelos 
homens. Em 2003, esse percentual era de 70,8%. 
Considerando um grupo mais homogêneo, 
com a mesma escolaridade e do mesmo 
grupamento de atividade, a diferença entre os 
rendimentos persiste. Tanto para as pessoas que 
possuíam 11 anos ou mais de estudo quanto para 
as que tinham curso superior completo, os 
rendimentos da população masculina eram 
superiores aos da feminina. 
Verificou-se que nos diversos grupamentos de 
atividade econômica, a escolaridade de nível 
superior não aproxima os rendimentos recebidos 
por homens e mulheres. Pelo contrário, a 
diferença acentua-se: no caso do "Comércio", por 
exemplo, a diferença de rendimento para a 
escolaridade de 11 anos ou mais de estudo é de 
R$ 616,80 a mais para os homens. Quando a 
comparação é feita para o nível superior, ela é de 
R$ 1.653,70 para eles. 
No entanto, no grupamento da Construção, as 
mulheres com 11 anos ou mais de estudo têm 
rendimento ligeiramente superior ao dos homens 
com a mesma escolaridade: elas recebem, em 
média, R$ 2.007,80, contra R$ 1.917,20 dos 
homens. 
• Aumentou a escolaridade das mulheres 
que procuram trabalho 
Em 2009, entre o 1,057 milhão de mulheres 
desocupadas e procurando por trabalho, 8,1% 
tinha nível superior. Houve aumento na 
escolaridade dessas mulheres, visto que em 2003, 
em média, 5,0% tinham nivel superior. Esse 
crescimento resulta do aumento da escolaridade 
de uma forma geral. 
O aumento da escolaridade também pode ser 
verificado em outros níveis. Em 2003, em média, 
44,7% das mulheres desocupadas tinham 11 anos 
ou mais de estudo. Em 2009, essa proporção 
ultrapassou significativamente a metade da 
população (59,8%). Verificou-se que a população 
feminina desocupada é proporcionalmente mais 
escolarizada que a população feminina acima de 
10 anos. Enquanto, em média, 81,2% da 
população feminina desocupada tinham oito anos 
ou mais de escolaridade, na população em idade 
ativa este percentual era de 61,1%. 
• Cresceu o percentual de mulheres adultas 
querendo trabalhar 
A população feminina desocupada (1,057 
milhão de mulheres, em 2009) está muito 
concentrada no grupo etário entre 25 e 49 anos de 
idade. Em 2003, as mulheres nesta faixa etária 
correspondiam a 49,3% da população feminina 
desocupada. Em 2009, elas já eram mais da 
metade: 54,2%. Fonte IBGE - 2010 
Dinâmicas territoriais da 
economia agrícola no Brasil 
. 
O setor agrícola tem grande importância 
histórica para o país devido ao próprio processo 
de evolução da nossa economia. Até início do 
século XX a economia nacional era estritamente 
agrária e suas exportações dependiam do setor 
primário. 
O maior problema que se verifica, quando 
estudamos a agricultura e a pecuária no Brasil, é a 
forte concentração dos meios de produção, de 
renda e o uso inadequado das terras agricultáveis, 
muitas vezes usadas como reserva de valor. 
Desse modo, caracterizam problemas no setor 
agropecuário brasileiro a concentração de terras e 
o sistema primitivo de exploração da terra (baixo 
uso de tecnologia na produção). 
Como podemos observar no estudo do Brasil 
até o momento o pais apresenta diferenças 
significativas também no setor avícola e 
podemos observar uma diferença espacial do uso 
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pré 
da terra por setores com forte presença de 
tecnologia — CULTURAS VOLTADAS PARA A 
EXPORTAÇÂO — o outro apresenta baixo 
investimento tecnológico — CULTURA DE 
SUBSISTÊNCIA. 
O maior problema é que a modernização 
agrícola levou a uma redução do número de 
trabalhadores no campo — causando o ÊXODO 
RURAL — acelerando o processo de 
EXPROPRIAÇÂO RURAL. Esse processo levou 
ao aumento de trabalhadores despreparados para o 
mercado urbano se concentrando nas periferias 
das grandes cidades e, consequentemente, ao 
aumento da pobreza urbana. (Essa pobreza estava 
distribuída no grande espaço rural e agora se 
concentra nas periferias das cidades) 
Assim, podemos listar algumas características 
do campo no Brasil: 
I. concentração fundiária; 
II. baixo uso de tecnologia; 
III. agricultura modernizada voltada para o 
mercado externo; 
IV. cultura de subsistência com baixo 
investimento em tecnologia. 
• Especialização produtiva do território — 
fronteira agrícola 
A implementação da agricultura no país foi, 
historicamente, concentrada no litoral. Com a 
modernização do ten-itório, com a introdução do 
sistema rodoviário na segunda metade do século 
XX, tornou-se possível romper com as ilhas 
econômicas e criar um mercado nacional. Esses 
fatores levaram também a expansão da agricultura 
para o interior do território. A ocupação de novas 
áreas para a produção agrícola é chamada de 
FRONTEIRAS AGRÍCOLAS. 
Na década de 40 a 60 a fronteira se 
concentrava na região Centro- Oeste, mas, a partir 
da década de 70, a Amazônia apresentou-se como 
a nova e principal área de expansão. 
A ocupação diferencial do espaço, com 
sucessivas fases de modernização gerou um 
espaço heterogêneo quando observamos o espaço 
e consideramos os dados da produção, 
organização, uso de insumos e tecnologias. Esse 
espaço heterogêneo pode ser caracterizado da 
seguinte maneira: 
- Centro-Sul — elevado grau de modernização 
agrícola com uso de insumos e tecnologia na 
produção. Máquinas, fertilizantes, sementes 
 selecionadas, defensivos, empresas de pesquisas e 
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desenvolvimento tecnológico estão presentes no 
cenário produtivo. 
Nordeste — a agricultura apresenta diferenças 
internas significativas. No sertão predomina a 
agricultura de subsistência sem nenhum 
investimento tecnológico, no litoral (cana, cacau), 
em bolsões de irrigação (vale do São Francisco) e 
nas áreas de cerrado (sul Piauí, Sul do Maranhão, 
oeste da Bahia) já apresentam como áreas de 
expansão da agricultura comercial voltada para a 
exportação que conformam sistemas produtivos 
com maior investimento em tecnologia e uso de 
insumos e mecanização. 
Amazônia — aparece como a principal área de 
expansão agrícola do país. Nessa região se 
observa grande expansão sem a preocupação com 
a preservação do meio ambiente. Essa ocupação 
tem gerado muitos conflitos agrários. O uso do 
solo e os sistemas produtivos implantados têm 
aproveitado a fertilidade inicial do solo para 
garantir maior produtividade. 
Modernização da agricultura 
O processo de modernização da agricultura se 
deu a partir da década de 1950 com a expansão, 
para o campo, do emprego e desenvolvimento de 
pesquisas científicas que ajudaram a aumentar a 
produção e a produtividade. 
São exemplos dessa modernização: 
▪ Mecanização; 
• Redução da mão-de-obra; 
• Uso de insumos; 
E Desenvolvimento de pesquisas. 
O emprego progressivo de máquinas e 
insumos industriais (fertilizantes, adubos, 
pesticidas) na produção agrícola originou a 
chamada industrialização da agricultura, principal 
elemento da modernização no setor. 
Da relação ou integração entre os setores 
agropecuário e industrial surgiram os seguintes 
tipos de indústria: 
Segundo, Ariovaldo Umbelino de Oliveira: 
" O estudo da agricultura brasileira deve ser 
feito no bojo da compreensão dos processos de 
desenvolvimento do modo capitalista de produção 
no território brasileiro. Toma-se, portanto, como 
ponto de partida a concepção de que esse 
desenvolvimento é contraditório e combinado. 
Isto significa dizer que, ao mesmo tempo em 
que esse desenvolvimento avança, reproduzindo 
relações especificamente capitalistas (implantando 
o trabalho assalariado através da figura do "bóia- 
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CIDADE CIDADE 
Como produzir O que produzir 
Indústria para a agricultura 
Colheitadeiras, 
fertilizantes, sementes. 
Agroindústria 
Soja, milho. 
CAMPO 
fria"), produz também, contraditoriamente, 
relações camponesas de produção (através do 
trabalho familiar). 
Esse processo deve ser entendido também no 
interior da economia capitalista atualmente 
internacionalizada, que produz c se reproduz em 
diferentes lugares no mundo, criando processos e 
relações de interdependência entre Estados, 
nações e sobretudo empresas. A compreensão 
desses processos é fundamental para o 
entendimento da agricultura brasileira, pois eles 
provocam o movimento de concentração da 
população no país. "Esse movimento migratório 
está direcionado para as regiões metropolitanas, as 
capitais regionais". Enfim, para as cidades de uma 
maneira geral." (Geografia do Brasil 4 ed. São 
Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,2001 
— Didática; 3- Vários autores ) 
Ainda seguindo a visão de Ariovaldo 
Umbelino de Oliveira: 
"No campo, o processo de desenvolvimento 
capitalista está igualmente marcado pela 
industrialização da agricultura, ou seja, o 
desenvolvimento da agricultura tipicamente 
capitalista abriu aos proprietários de terras e aos 
capitalistas/ proprietários de terra a possibilidade 
histórica da apropriação da renda capitalista da 
terra, provocando intensificação na concentração 
da estrutura fundiária brasileira. " 
Prezado candidato, perceba que a lógica do 
desenvolvimento capitalista na agricultura se faz 
no interior do processo de internacionalização da 
economia brasileira. Esse processo se dá no 
âmago do capitalismo mundial e está relacionado, 
portanto, com o mecanismo da dívida externa. 
Através dele os governos dos países endividados 
criam condições para ampliar a sua produção, 
sobretudo a industrial. Para pagar a dívida eles 
têm que exportar, sujeitando-se a vender seus 
produtos pelo preço estipulado mercado 
internacional . 
Indústrias da agricultura ou agroindústrias: 
transformam produtos agropecuários em 
industrializados. Por exemplo, a indústria de óleos 
vegetais (de soja, de milho) e a de laticínios 
(queijo, manteiga). .Indústrias para a agricultura: 
fornecem bens de produção para a agricultura. Por 
exemplo, as indústrias de máquinas e 
equipamentos agrícolas (colheitadeiras, arados) e 
as indústrias químicas (fertilizantes, pesticidas). 
Em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa 
Catarina e Rio Grande do Sul encontra-se um 
complexo econômico agropecuário moderno, 
vinculado às necessidades industriais e altamente 
dependente de fluxos financeiros. 
Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul 
funcionam como espaços de expansão da 
agropecuária moderna, cujo desenvolvimento é 
reflexo do transbordamento da economia rural dos 
estados do Sul e de São Paulo. 
Na Região Nordeste, ainda que predominem 
as práticas agrícolas tradicionais, também existem 
áreas de intensa modernização. No oeste baiano, a 
soja recém-chegada dinamiza atividades como a 
avicultura e a suinocultura, enquanto no vale do 
Rio São Francisco crescem os polos de 
fruticultura irrigada, comandados por Petrolina 
(PE) e Juazeiro (BA). 
Denomina-se complexo agroindustrial a 
articulação ou junção da agropecuária com as 
chamadas indústrias para a agricultura (produtoras 
de máquinas e insumos) e com as agroindústrias 
(indústrias que processam os produtos 
agropecuários). 
Com o avanço da modernização do campo 
verifica-se uma ampliação da subordinação do 
campo à cidade. O campo passa a sofrer pressão 
do meio urbano para produzir no ritmo de 
consumo das cidades estando, desse modo, 
controlado pela cidade. Para caracterizar essa 
subordinação os geógrafos propuseram o esquema 
do processo sanduíche, para tornar possível a 
visualização didática de como se dá a 
subordinação do campo a cidade. 
Ocorre o processo sanduíche. 
Se de um lado a cidade diz como produzir e 
abastece o campo com seus produtos na outra 
ponta a cidade diz o que produzir, pois sua 
indústria necessita de matéria-prima para 
funcionar. A modernização pode ser sentida não 
só no modo de se produzir, mas também na 
organização da força de trabalho no campo. 
A modernização acelerada da agricultura e a 
pobreza nas áreas rurais geraram pressão também 
nas áreas urbanas, ocasionando o êxodo rural 
(abandono das áreas rurais) e um processo caótico 
e acelerado de urbanização. Os problemas dos 
migrantes do meio rural (subemprego, pobreza), 
sem resolução, foram transferidos para as grandes 
metrópoles, agravando o quadro da exclusão 
social urbana. 
Observações sobre a agricultura tradicional 
	
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pré 
Está em decadência devido: 
incapacidade de adquirir equipamentos 
• falta de financiamento 
• maior custo de produção 
• menor produtividade 
Esse fato tem um custo devido a redução da 
área de produtos para subsistência; a redução das 
pequenas propriedades; absorção dos pequenos 
pelos grandes 
Na agricultura tradicional — MDO familiar 
com grande importância para a absorção da MDO 
desempregada. Este setor encontra-se em 
integração ao agronegócio. 
Maiores produções por estado 
SP - laranja, cana e no extremo oeste a 
pecuária de corte Vale do Paraíba (SP — RJ) — 
bacia leiteira 
MG - café, maior rebanho bovino, 60% da 
produção de frangos. 
SUL - conglomerados das indústrias de 
alimentos — soja, milho, trigo, fumo e uvas. 
Norte do Paraná — expansão da agricultura 
paulista, Soja e milho atualmente — a 
modernização levou a concentração de terras e ao 
êxodo rural e a migração inter-regional. 
RS - pecuária na campanha gaúcha sofre com 
a concorrência da pecuária da Argentina. 
Centro-Oeste — soja — pós 1960 — farelo de 
soja para ração. Acidez do solo do cerrado 
equacionado pelo uso de tecnologia. 
Maiores produtores - por produtos 
Arroz RS, MT, MA, MG — cultivado em todo 
paí, irrigado ou de várzea, no RS, e de sequeiro no 
Centro-Oeste. 
Feijão PR, MG, BA, SP — todo país. Grande 
parte da produção é proveniente de pequenos 
produtores. 
Mandioca PA, PR, BA, MA — todo o país, 
principalmente no NE. 
Aumento da cultura comercial. 
Laranja SP, BA, SE, RJ — exportação de suco 
concentrado. 
Cana SP, AL, PR, PE — grande expansão nos 
anos 70 — Proálcool. 
(GANHA EXPRESSÃO DEVIDO A 
NECESSIDADE DE DESENVOLVER 
COMBUSTÍVEL ALTERNATIVO) 
Soja PR, MT, RS, GO — alimentação humana, 
óleo e ração animal. 
Tem expandido do Sul para outras regiões (NE 
e CO). 
Milho MG, SP, PR, RS — alimentação 
humana, ração animal e óleo. 
Café MG, ES, SP, PR — exportação de grãos e 
café solúvel. 
Cacau BA, PA, RO, ES — chocolate, manteiga, 
licores. 
Banana PA, SP, BA — grande consumo interno 
e exportação. 
Coco BA — aproveitamento do tronco, fnito, 
fibra, folhas .... 
Trigo PR, RS, MS, SC — rotação com a soja 
(verão) e trigo (inverno), mecanizada. 
Algodão CE, PE, PB, GO, MT — indústria 
têxtil, alimentícia (óleo), farmacêutica e adubo 
(bagaço). 
Fumo SUL DO PAÍS — indústria de cigarros. 
• Problemas para a agricultura no Brasil 
• Transportes 
Corredores de exportação — Santos, 
Paranaguá, EF Carajás Porto de Itaqui, BR 364 — 
Hidrovia do Madeira — Porto de Porto Velho e 
Itacoatiara 
— AM (reduz 20% em relação ao aos portos de 
Santos e Paranaguá). 
• Soluções para a produção agrícola 
Ferronorte — acelerar a construção 
BR 163 — Cuiabá-Santarém — liberar as obras 
com atendimento às exigências ambientais e 
sociais locais. 
Pecuária 
A criação de animais tem ganhado expressão 
nas últimas décadas devido ao tipo de alimentação 
fornecida aos animais. Com a descoberta do mal 
da vaca louca os países europeus buscaram 
importar carne de países que não forneciam na 
alimentação animal ração com compostos de 
origem animal (farinha de osso). 
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Mesmo com a ampliação do mercado devido a 
esse aumento da demanda o mercado enfrenta 
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ré 
outros problemas sanitários que prejudicam as 
exportações brasileiras,. Um exemplo é a febre 
aftosa que fez, nos últimos anos, a Rússia e a 
União Europeia suspenderem as importações de 
carnes do Brasil. 
No entanto a modernização da produção no 
campo atingiu também a produção de animais e 
aves. Hoje já se consegue produzir um frango com 
28 dias para o abate e um boi com 18 meses (o 
tempo anterior era de 48 meses). Essas 
possibilidades só foram possíveis pelo 
investimento em melhoria genética, pesquisas e 
investimentos no manejo que, em nosso país, foi 
capitaneado por agências públicas de pesquisa 
como é o caso da EMBRAPA. 
A pecuária que se caracterizava por ser 
extensiva e de baixa produtividade com uso de 
pastagens naturais, esse foi um marco na 
ocupação do cerrado no CO, na ocupação inicial 
da Amazônia e NE. 
A pecuária moderna observa uma produção 
intensiva — como se caracteriza a produção nas 
regiões Sul e SE. Essa produção tem como base o 
uso de matrizes selecionadas, pastagens artificiais 
e uso de ração e silagens na alimentação. Houve 
um grande crescimento na produção e hoje somos 
o maior exportador de carne bovina, além de 
termos excelentes mercado para a carne de porco 
e de frango. 
Para termos uma ideia geral da produção 
pecuária no país pode-se resumir da seguinte 
forma: 
Sul — principal região na produção de suínos e 
ovinos. 
Sudeste — principal região na produção de 
equinos; 
Centro-Oeste — maior produção de bovinos; 
Nordeste — maior produtor de muares e 
caprinos; 
Norte — maior produtor de bufalinos. 
Devemos nos lembrar de que o MG e RS são 
importantes estados na produção de bovinos, o 
primeiro voltado para a produção leiteira e o 
segundo na produção de gado de corte. 
Apesar da grande produção o brasileiro 
apresenta baixo consumo de carne e leite. Isso se 
deve a preocupação com a exportação e a pobreza 
devido à má distribuição de renda em nosso país. 
■ Problemas ambientais: uso do solo na agricul-
tura e pecuária 
GEO 0 1 
Lembrando dos solos de maior fertilidade 
natural e sua localização. 
Massapé — NE 
Terra Roxa — planaltos e chapadas da Bacia do 
Paraná. 
O uso inadequado do solo, por empregar 
manejo impróprio ao tipo de clima —
LEMBRANDO QUE IMPLEMENTAMOS O 
MANEJO SEGUNDO AO QUE HERDAMOS 
DA EUROPA — muitas áreas estão suscetíveis de 
desertificação. Pelos estudos realizados pelos 
centros de pesquisa no pais demonstram que o 
Brasil tem 900.000 km2 com risco de 
desertificação localizado nos estados RS 
(processo de arenização), BA, PE PI, RN, AL e 
SE. Desse total, 181.000 km2 estão afetados 
gravemente. 
Vários problemas ambientais estão associados 
a produção agropecuária, destacamos aqui: 
■ Desmatamento; 
■ Queimadas; 
■ Uso de agrotóxicos (contamina rios lagos e 
lençóis freáticos); 
■ Erosão (perda de solo e assoreamento e 
perda de solo); 
■ Erosão genética (redução da biodiversidade); 
■ Compactação do solo (mecanização e 
pisoteio); 
■ Uso de sementes transgênicas — redução da 
biodiversidade — Lei de Biossegurança. 
■ Agentes sociais no campo 
A agricultura no país se desenvolveu com o 
uso da mão-de-obra (MDO) escrava que 
posteriormente foi substituída pela MDO do 
imigrante europeu. 
O café é a agricultura que marca a transição da 
MDO escrava e para a MDO do imigrante. Pós 
1930 a agricultura perde espaço para o urbano e o 
campo (terra) passa a ser uma RESERVA DE 
VALOR. Assim que a exportação agrícola 
voltasse a ter importância o controle da terra 
retomaria a sua importância. 
O que se viu após a modernização foi a 
liberação da MDO. Com a retomada da produção 
agrícola na década de 60/70 cresce a utilização de 
MDO assalariada, geralmente com contratação 
temporária. São novos trabalhadores denominados 
bóias-frias (corumbas, turmeiros e clandestinos no 
NE, volantes e peões no Sul e SE). 
Até 1950 — 70% da PEA na agricultura e em 
2000 — 23% da PEA contribuindo com 8% para o 
PIB 
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A organização da produção no campo, durante 
a fase de baixa da agricultura, era realizada pelo 
desenvolvimento da parceria, arrendamento, 
ocupação e do trabalho permanente (esse último 
de menor expressão) 
Leia o texto complementar : 
A Revolução Verde 
A expressão Revolução Verde foi criada em 
1966, em uma conferência em Washington. 
Porém, o processo de modernização agrícola que 
desencadeou a Revolução Verde ocorreu no final 
da década de 1940. 
Esse programa surgiu com o propósito de 
aumentar a produção agrícola através do 
desenvolvimento de pesquisas em sementes, 
fertilização do solo e utilização de máquinas no 
campo que aumentassem a produtividade. 
solicitados para a mecanização das atividades 
agrícolas, tendo como única forma de pagamento 
da dívida a venda da propriedade para outros 
produtores. 
A Revolução Verde proporcionou tecnologias 
que atingem maior eficiência na produção 
agrícola, entretanto, vários problemas sociais não 
foram solucionados, como é o caso da fome 
mundial, além da expulsão do pequeno produtor 
de sua propriedade. 
Por Wagner de Cerqueira e Francisco 
Graduado em Geografia 
Equipe Brasil Escola 
A questão agrária e a 
expansão do agronegócio 
Isso se daria através do desenvolvimento de 
sementes adequadas para tipos específicos de 
solos e climas, adaptação do solo para o plantio e 
desenvolvimento de máquinas. 
As sementes modificadas e desenvolvidas nos 
laboratórios possuem alta resistência a diferentes 
tipos de pragas e doenças, seu plantio, aliado à 
utilização de agrotóxicos, fertilizantes, 
implementos agrícolas e máquinas, aumenta 
significativamente a produção agrícola. 
Esse programa foi financiado pelo grupo 
Rockefeller, sediado em Nova Iorque. Utilizando 
um discurso ideológico de aumentar a produção 
de alimentos para acabar com a fome no mundo, o 
grupo Rockefeller expandiu seu mercado 
consumidor, fortalecendo a corporação com 
vendas de verdadeiros pacotes de insumos 
agrícolas, principalmente para países em 
desenvolvimento como índia, Brasil e México. 
Utilização de máquina e insumos agrícolas 
De fato, houve um aumento considerável na 
produção de alimentos. 
No entanto, o problema da fome no mundo 
não foi solucionado, pois a produção dos 
alimentos nos países em desenvolvimento é 
destinada, principalmente, a países ricos 
industrializados, como Estados Unidos, Japão e 
Países da União Europeia. 
O processo de modernização no campo alterou 
a estrutura agrária. 
Pequenos produtores que não conseguiram se 
adaptar às novas técnicas de produção, não 
atingiram produtividade suficiente para se manter 
na atividade, consequentemente, muitos se 
endividaram devido a empréstimos bancários 
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O acesso a terra no Brasil 
Período Colonial 
Era uma responsabilidade do Governo 
português a gestão do território de sua novíssima 
colônia. Como Portugal era uma nação de 
população reduzida era impossível estabelecer 
uma política de colonização de sua nova colônia 
que se somava ao seu rico império colonial, uma 
vez que Portugal já tinha possessões na África e 
expandia o comércio com o oriente. A solução 
encontrada pela Coroa foi criar o sistema de 
colonização privado mediante a doação de terras 
para nobres portugueses que ficavam responsáveis 
por empreender a colonização do Brasil. Foram 
criadas catorze capitanias hereditárias e doadas 
aos nobres, que receberam o título de Capitão 
Donatário e uma carta de doação de terras. Esse 
sistema durou 17 anos, o mesmo dava muita 
autonomia aos capitães donatários que passaram a 
ter amplo poder de decisão. 
O sistema das capitanias foi substituído pela 
administração direta da colônia pela Coroa que 
nomeou

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