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SUMÁRIO GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO 5 GEO 02 MEIO AMBIENTE E TERRITÓRIO 52 GEO 03 EIXO 3: ESPAÇO URBANO BRASILEIRO 84 GEO 04 EIXO 4: REGIÃO E REGIONALIZAÇÃO 97 GEO 05 EIXO 5: DINÂMICA POPULACIONAL BRASILEIRA 129 T ít u lo : G E O 0 1 - PR O D U Ç Ã O E T E R R IT Ó R IO www.unipre.com.br ipré GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO GEO 01 chegada da família real, que seria o marco inicial do período das maquinofaturas. Não se deixe levar por esse argumento, pois existiam máquinas no Brasil colônia, porém eram todas consideradas rudimentares, ou seja, não apresentavam fontes energéticas. Abertura dos Portos — 1808 — tarifas muito baixas facilitaram a importação, logo foram uma medida restritiva a industrialização local. Com a abertura dos Portos ficaram assim as tarifas cobradas pela importação: Taxa geral — 24% - válida para todos os países. Taxa para Portugal (metrópole) — 16% Taxa para Inglaterra (país amigo) — 15% (a partir de 1910). Em 1928, essa taxa passou a ser empregada para todos os países. Dificuldades econômicas brasileiras levaram o país a elevar as tarifas de importação — foi uma medida basicamente fiscal — e foi implementada pelo Ministro da Fazenda Manoel Alves Branco — Lei Alves Branco. As taxas foram ampliadas para 30 a 60%, contudo a influência inglesa no império levou a concessão de vantagens tarifárias para os comerciantes desse país. Peço sua atenção a esse período histórico (Abertura dos Portos), bastante abordado em provas, a banca costuma relacionar o aumento das tarifas de importação, como sendo um estímulo a produção industrial nacional. Porém, tratou-se de uma medida basicamente fiscal diretamente ligada ao aumento de arrecadação. Podemos observar que após 1808, apesar de liberação da atividade industrial que até então havia sido impedida pela metrópole, o desenvolvimento industrial não tomava impulso devido à falta de infraestrutura interna e à concorrência dos produtos externos, sobretudo ingleses. Nessa fase destaca-se o papel de IRINEU EVANGELISTA DE SOUSA, o BARÃO DE MAUÁ. Esse brasileiro foi um idealista, sonhava com uma nação industrial e realizou grandes empreendimentos no país como: estaleiros, bancos (com agências no exterior), transporte com bondes de tração animal, canalização de gás para iluminação da cidade do Rio de Janeiro, lançamento do cabo submarino que ligou, por telégrafo, o Brasil e a Europa, criou a Companhia de Navegação do Amazonas e ainda lançou a primeira estrada de ferro no país — 1854. Uma história ficou famosa nesse período — D Pedro II foi convidado a abrir as obras da ferrovia, e teve que colocar uma pá de terra na construção. www.unipre.com.br Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais Organização do espaço industrial brasileiro: evolução e tendências Caro estudante, neste capítulo contemplaremos a parte do seu edital relativa a evolução industrial do Brasil, da sua fase colonial até a república. Na fase colonial o Brasil estava voltado para o consumo de materiais manufaturados e industrializados. Portugal era um comerciante, importava produtos primários e exportava produtos manufaturados, logo não era interesse da metrópole o desenvolvimento da manufatura em sua principal colônia. Ainda no período colonial desenvolveu no Brasil a produção de calçados, vasilhames e a fiação. Esses produtos eram importados da Europa e a Inglaterra, berço da indústria moderna, incentivará Portugal a impedir o desenvolvimento da manufatura nas colônias. Como medida restritiva a esse desenvolvimento foi assinado pela o ALVARA de 1785 que proibia a manufatura no Brasil colônia. Essa medida restringe a produção de tecidos — principal produto inglês — deixando livre a produção de panos grossos que eram utilizados para sacarias e para os escravos. O período de desenvolvimento mais acelerado, fomentado pela produção de ouro, estimulou o consumo de ferramentas, e em 1795 foram feitas concessões para o setor da indústria de ferro. As distâncias encareciam os produtos no mercado interno o que levou a necessidade de permitir a manufatura na colônia. O Tratado de Methuen, em 1703, conhecido como tratado de PANO X VINHO, garantiu aos ingleses o acesso ao mercado colonial português, via Portugal. Até 1808, pode-se dizer que não havia propriamente indústrias no País, resumindo a atividade industrial à produção de tecidos grosseiros e de uns poucos artigos de natureza artesanal. Com a chegada da coroa portuguesa ao Brasil uma nova fase se inicia. Normalmente as bancas examinadoras induzem o candidato ao erro, argumentando que no Brasil colônia devido ao ALVARÁ de 1785 da rainha D Maria 1, ou seja, período das manufaturas não havia produção industrial com a utilização de máquinas, tendo em vista que a utilização só teria começado a ocorrer com a G E O 0 1 - P R O D U Ç Ã O E T E R R IT Ó R IO é G E O 01 - P R O D U Ç À O E T E R R IT Ó R IO Esse fato foi utilizado pela imprensa como uma humilhação do Barão ao Imperador — muito bem explorado pelos ingleses o que gerou novas medidas de concessões aos importados e impediu o desenvolvimento industrial tão sonhado pelo Barão. Pena que o nosso Imperador fosse um intelectual e não um homem de Estado para ver a importância da industrialização naquele momento. Outros fatores contribuíram para uma mudança na realidade do Brasil, mesmo sem o apoio do Estado, e fomentaram o desenvolvimento da indústria. Entre eles destacam-se: • Introdução do café em SP; • Com a chegada dos imigrantes houve certa expansão do mercado interno consumidor; • Disponibilidade de capitais e melhores transportes. • Abolição do tráfico de escravos — Lei Euzébio de Queirós, 1850. (esse fato deixou o capital que era investido no tráfico disponível para ser investido em outros setores) Começam a surgir alguns setores industriais voltados a atender as necessidades mais imediatas e que exigiam menor investimento e menor tecnologia como: alimentos, têxtil, de material de construção, etc. Em 1850 havia no país: - 02 fábricas de tecidos; - 10 indústrias de alimentos; - 02 indústrias de caixas e caixões; - 05 indústrias metalúrgicas; - 07 indústrias químicas. Como você pode observar na leitura dos tópicos acima, no final do século XIX, o desenvolvimento industrial foi pequeno, apesar das tarifas de importação adotadas pelo governo que serviam também para proteger a indústria nacional da concorrência externa. Iniciando o século XX a realidade brasileira não era diferente, isto é, até deflagrar a I GM. À partir da Primeira Guerra Mundial, a atividade industrial apresentou certa expansão em nosso país, pois já que não podia contar com os produtos importados da Europa, procurava desenvolver aqui alguns setores industriais. A crise 1929/1930 e a Segunda Guerra Mundial marcaram outra fase de crescimento industrial, sobretudo em SP, RS e MG. Após 1940, surgem outros tipos de atividades industriais, já que antes dominavam indústrias de bens de consumo. Em 1942, ocorre a construção da Cia. Siderúrgica Nacional. Inicia-se a produção de aço em grande escala, o que abre novas perspectivas para a expansão industrial brasileira. Caro estudante, faz-se necessário destacar que a Cia. Siderúrgica Nacional foi implementada com o capital (financiamento) e tecnologia dos EUA, em troca de apoio brasileiro na Segunda Guerra Mundial. Lembre-se que o Brasil (Rio Grande do Norte) abrigou a maior base militar estadunidense fora do seu território. Na década de 1950 ainda enfrentamos problemas e obstáculos, como falta de energia e deficiente rede de transportes e comunicações, que vão ser tratados por Juscelino Kubitschek em seu plano de Metas (50 anos em 5) - além disso, o desenvolvimento industrial passa a ser dependente do capital externo. Nessa fase o governooptou pela indústria de bens de consumo duráveis bem como pelas indústrias automobilísticas e de eletrodomésticos, além realizar investimentos nos setores básicos de energia elétrica através da criação de várias empresas Cemig - Furnas, etc.). Caro estudante, é importantíssimo frisar que no governo Vargas foi lançado às bases para a ação do Estado no sentido de estabelecer o controle de setores estratégicos para o desenvolvimento industrial. O modelo já pensado foi implementado nos governos seguintes. A década de 60 é representada por um período de crise e estagnação da atividade industrial. Essa fase é marcada por uma economia associada e dependente do capital externo e um Estado forte, centralizador e controlador dos setores econômicos básicos. A década de 70 caracterizou-se por apresentar uma maior diversificação da produção industrial e, consequentemente, das exportações chegando a atingir mais de 50% da pauta de exportações nacionais e que, até hoje, têm nos manufaturados o seu maior peso. O Brasil, bem como a maior parte dos países de industrialização recente, apresenta uma grande participação do Estado na economia. Durante as décadas de maior industrialização o Estado teve que criar a infraestrutura básica necessária e isto incluiu estradas, hidrelétricas e outras e ainda assumir o investimento nos setores de base como a siderurgia, mineração, refmo, etc. Essa necessidade gerou uma estatização dos setores de base da indústria nacional. 6 www.unipre.com.br Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais pui. O conceito moderno de economia e Administração Pública vê este sistema como obsoleto e o Estado, que já foi visto como tábua de apoio para a economia do país passou a ser visto como um grande estorvo. Era a necessidade de desestatizar a economia ( privatização ). O critério das privatizações foi muito contestado, pois muitas estatais foram vendidas para outras estatais ou fundos de pensões com pagamento em títulos "moedas podres". A organização de consórcios para participar dos leilões sugeria que nem tudo estava claro nessas transações. Prezado candidato, na literatura acadêmica não faltam argumentos pró-privatizações, bem como argumentos contra. No entanto, os custos para a manutenção de um sistema evidentemente ineficiente, inchado de fimcionários desnecessários e uma estrutura de comando montada apenas com critérios políticos, parece ter se tomado insustentável para um país que procura uma nova colocação no cenário mundial. Apesar da perda patrimonial do Estado e da ampliação da intemacionalização de nossa economia houve mudanças significativas e as empresas já privatizadas começam a apresentar um desempenho melhor, compatível com as regras básicas do capitalismo. A Mafersa, fabricante de vagões, apresentou lucros após anos de prejuízo enquanto estatal. A Usiminas aumentou sua produtividade e reduziu um terço seu endividamento. Se analisarmos caso a caso encontraremos outros exemplos exitosos. Classificação da indústria A indústria pode ser entendida como ato de transformar matérias primas em bens de produção e de consumo. De um modo geral, as indústrias podem ser divididas em: • Extrativas: - mineral - vegetal • Transformação: - bens de produção - bens de capital - bens de consumo (não duráveis, semiduráveis, duráveis ). • Construção: - civil - naval a) Indústrias extrativas: extraem produtos sem alterar suas características. A indústria extrativa se divide em vegetal, animal e mineral (ex.: indústria madeireira, da pesca, de mineração etc.). GEO 0 1 b) Indústrias de transformação: são as que convertem as matérias-primas obtidas da natureza em objeto útil para o homem. Dividem-se em bens de consumo: duráveis — produzem bens que são utilizados por um período relativamente longo (ex.: móveis, automóveis, aparelhos eletrônicos etc.); semiduráveis — produzem bens que serão utilizados por um período que não é considerado longo nem curto, ou seja, apresenta uma vida útil "relativamente" longa. (ex.: roupas e calçados) não-duráveis — produzem bens que são usados apenas uma vez ou por pouco tempo, isto é, têm "vida útil" relativamente curta (ex.:alimentos, roupas, calçados, remédios etc.). c) Indústria de construção: São as que produzem casas, edificios residenciais, comerciais, industriais. Também compreende a indústria de construção pesada (aeroportos, rodovias, túneis, pontes, usinas hidrelétricas etc.) e a indústria de construção naval. Outras Classificações de Indústrias Segundo a função: a) Indústrias germinativas - são as que geram o aparecimento de outras indústrias como, por exemplo, a petroquímica. b) Indústria de ponta - são as indústrias dinâmicas, que comandam a produção industrial como, por exemplo, as indústrias químicas e automobilísticas. Segundo a tecnologia: a) Indústrias tradicionais - são as que estão ainda ligadas às vantagens oriundas da primeira revolução industrial. Podem ser empresas clânicas, ou seja, empresas familiares. b) Indústrias dinâmicas - são aquelas ligadas ao desenvolvimento recente da química, eletrônica e petroquímica, principalmente. Utiliza muito capital e tecnologia e relativamente pouca força de trabalho. Possuem uma flexibilidade maior de localização. Segundo a aplicação de recursos ou fatores: a) Indústrias capital-intensivas - as que aplicam os maiores recursos nos fatores capital e tecnologia. b) Indústrias trabalho-intensivas - as que empregam os maiores recursos em força de trabalho. pi tu lo : G E O 0 1 www.unipre.com.br Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais Distribuição geográfica da atividade industrial Prezado candidato, nesse capítulo veremos tópicos relacionados aos fatores que mais influenciaram na distribuição geográfica da atividade industrial no Brasil, bem como os motivos que conduziram a um aumento da dívida externa brasileira. A opção de localização considera vários elementos. Destaca-se: • Infraestrutura — transporte, energia, telecomunicações; • Capital — terrenos, incentivos fiscais, disponibilidade de crédito; possui a maior concentração industrial do país e da América Latina. • Mercado consumidor; • Oferta de matéria-prima. A grande região industrial do país é a região Sudeste, onde se destacam São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O centro econômico do Brasil, bastante urbanizado e industrializado, é constituído, principalmente, por São Paulo e Rio de Janeiro. REGIÃO SUDESTE É a responsável por mais da metade de toda a atividade industrial e, sozinha, consegue cerca de 3/4 do valor da produção industrial. Essa concentração no SE é devida a vários fatores, como: a) sistemas de transporte e comunicação mais desenvolvidos; b) maior produção energética; c) maior e mais diversificado mercado consumidor; d) maior concentração de capitais; e) maior concentração de mão-de-obra; 1) melhor nível de vida e poder aquisitivo. Destaques do Sudeste ■ São Paulo O Estado de São Paulo é o maior destaque. Concentrando cerca de 40% dos estabelecimentos industriais do país; 48% do pessoal ocupado em indústrias; 53% do valor da produção industrial. A grande São Paulo, sobretudo os municípios do ABC, Diadema, Osasco, Guarulhos e outros, 8 Fonte: IBGE. ;L::-.s Zeogrcifo, p.39. Ainda no Estado de São Paulo, outros centros industriais importantes, situam-se normalmente ao longo dos principais eixos rodoviários ou rodoferroviários. São eles: a) Anhanguera - Campinas, Americana, Limeira, Piracicaba, Ribeirão Preto. b) Dutra - Jacareí, São José dos Campos, Taubaté. e) Washington Luís - Rio Claro, São Carlos, Araraquara, São José do Rio Preto. d) Raposo Tavares - Sorocaba, Itapetininga, Presidente Prudente. e) Anchieta - Cubatão, Santos, São Bernardo. Veja o mapa da desconcentração da indústria no estado de São Paulo G E O 01 -PR O D U Ç Ã O E T E R R IT Ó R IO Fome: IBGE„4:;os geográfr.o, p. 41. WWW.U111p1 . 111 . Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais Re2i2:2 ,revcpc-una , ; ã;c: &urze: IBGEAtlet geoird&c. p. 39. Com comp!emenação. As indústrias do Estado de São Paulo caracterizam se pela diversificação: metalurgia, química, alimentícia, têxtil, transporte, construção, farmacêutica, etc. • Minas Gerais Vem aumentando a cada ano o valor da produção industrial e a área de influência industrial da Grande Belo Horizonte. O Centro Industrial de Contagem, próximo a Belo Horizonte, é diversificado e foi criado em 1970, em Betim uma nova área de produção de carros. Sua posição é apoiada na abundância de recursos minerais, sobretudo no minério de ferro, justificando o primeiro lugar na produção de aço do país. Com a desconcentração industrial, novos centros ganham importância como é o caso de Juiz de Fora e Uberlândia, ambas fora da região metropolitana de Belo Horizonte. • Rio de Janeiro A maior concentração industrial coincide com o Grande Rio conformando uma região polindustrial. Destaques na indústria naval e do turismo. O crescimento da indústria fluminense é mais dinâmico do Vale do Paraíba que se expande em função da influência ampliada exercida pelo RJ e SP. Região Sul tem apenas 20% de participação no processo industrial. É a segunda região mais industrializada. As indústrias mais importantes são as de bens de consumo: as alimentícias destacam-se no RS, como frigoríficos, couros, vinícola, as têxteis em SC e madeira no PR. No RS, os centros mais industrializados são: Grande Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Rio Grande, etc. Em SC, por sua vez, destacam-se: Joinville, Blumenau (têxtil); Criciúma e Tubarão (carvão). Já no PR tem-se Curitiba, polo industrial, além de centros no norte do Estado. Foi amplamente beneficiada com a desconcentração industrial devido apresentar as melhores vantagens locacionais. Com o Mercosul a região recebeu novos investimentos devido apresentar melhor localização geográfica em relação ao bloco e por ter melhor infraestrutura energética, de estradas, portos e mão de obra qualificada. REGIÃO NORDESTE É a terceira mais industrializada; as maiores aglomerações industriais se concentram no Recife e Salvador. A industrialização do NE está ligada à construção da usina hidrelétrica de Paulo Afonso, à criação dos distritos industriais, como Cabo, Paulista, Jaboatão, etc., em PE, e Centro Industrial de Aratu e do Polo Petroquímico de Camaçari na Bahia. Destaca-se, também, a concentração industrial em Fortaleza. Região Sul Apesar da antiguidade da ocupação industrial (o início está ligado à colonização europeia), a www.unipre.com.br Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais O t-TA O o .C5 O G E O 0 1 - PR O D U Ç Ã O E T E R R IT Ó R IO Nos anos 90 a região passou a ser alvo de novos investimentos já em uma nova fase de integração. Até os anos 80 a industrialização estava subordinada a região SE, nos anos 90 a indústria que se instala no NE está subordinada à lógica internacional, à globalização. Principais Indústrias e sua localização. A indústria de transformação é a que mais se destaca, conforme os dados a seguir: A indústria alimentícia tem a maior participação em pessoal ocupado em número de estabelecimentos. A indústria metalúrgica é a segunda em número de pessoal ocupado e valor de produção industrial. Abrangem diversos ramos, tais como: laticínios, conservas, frigoríficos, bebidas, massas, moinhos, óleo, etc. Está entre as mais antigas do País. Apesar de estar disseminada por quase todo o País, é em SP que se verifica a sua maior concentração. Destaques: Carnes (frigoríficos): Araçatuba e Barretos (SP), Rio Grande e Pelotas (RS), Campo Grande (MS). Bebidas: Caxias do Sul, Bento Gonçalves (RS), Jundiaí, São Roque Ribeirão Preto (SP). Laticínios: Sul de MG, Vale do Paraíba (SP e RJ), grandes centros. Açúcar: Paraíba (SP), Campos (RJ), Maceió (AL). ■ Automobilística A produção automobilística brasileira sofreu um grande crescimento desde 1958, colocando-se, atualmente, entre as dez maiores empresas do mundo, sendo superada apenas por Japão, EUA, Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Canadá e Rússia. As principais empresas automobilísticas são: a) Volkswagen do Brasil - SP; b) General Motors do Brasil - SP; c) Ford Motores do Brasil - SP; d) Mercedes-Benz do Brasil - SP; e) Fábrica Nacional de Motores - RJ; 1) Fiat do Brasil - MG; e g) Volvo do Brasil - PR. A indústria automobilística foi implantada na segunda metade da década de 1950, durante o governo de Juscelino Kubitschek. Os principais fatores associados à implementação da indústria automobilística foram: a) desenvolvimento da metalurgia e siderurgia; b) as já existentes indústrias de montagem de veículos no Brasil; c) existência de indústrias de autopeças; d) mercado consumidor no SE; e) desenvolvimento do setor rodoviário; e f) criação do GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística). A primeira indústria — Vemag — foi instalada em 1956, e em 1958, a Volkswagen. Com isso desenvolvem-se indústrias ligadas ao setor automobilístico, como: vidros, artefatos de borracha, couro, material elétrico, metalurgia leve, etc. A maior concentração ocorre em São Paulo graças a maior disponibilidade de mão-de-obra, indústrias de autopeças, proximidades da Cosipa e do Porto de Santos, existência de energia elétrica, etc. Atualmente, o Brasil está entre os maiores produtores mundiais, com uma produção anual de cerca de 1 milhão de veículos. É comum verificar a produção de novas marcas no Brasil. Isso se deve a abertura econômica ocorrida na década de 90 e o incentivo do governo para atrair novos empreendimentos. ■ Siderurgia Foi somente a partir de 1917 que se instalou no País, por iniciativa da Cia Siderúrgica Belgo- Mineira, localizada inicialmente em Sabará (MG) e depois em João Monlevade (MG). Aproveitando a abundância de minério de ferro existente em Minas Gerais, outras siderúrgicas foram se instalando na região, e, durante muito tempo, Minas Gerais foi o único centro siderúrgico do País. As causas que retardaram a implantação da siderurgia foram a escassez de carvão mineral, a falta de mão-de-obra e de capitais, além da ausência de indústrias capazes de consumir a produção. 1 0 % s/ os estabelecimentos industriais % s/ o pessoal ocupado % s/ o valor da produção industrial a) extração mineral 1,9% 1,7% 1,5% b) transformação 98,1% 98,3% 98,5% www.uniprc.com.br Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais GEO 01 A partir de 1942, a siderurgia tomou grande impulso com a instalação da Cia. Siderúrgica Nacional (estatal) em Volta Redonda, no Vale do Paraíba fluminense. Sua localização obedecia à situação intermediária entre as jazidas de carvão (SC) e as áreas produtoras de minério de ferro (MG); ao ponto de encontro entre a Central do Brasil e a Rede Mineira de Viação; à proximidade dos maiores centros industriais e consumidores do País; à abundância de energia elétrica; e, por fim, à maior disponibilidade de mão-de-obra. A elevada taxa de crescimento alcançada por este setor deve-se a vários fatores, tais como: a) desenvolvimento das atividades industriais de base. as quais passaram a consumir a produção siderúrgica; b) rápido desenvolvimento do setor de construção civil; c) grande apoio governamental; d) aumento do consumo de produtos industrializados; O principal problema que afeta a indústria siderúrgica é o fornecimento de matérias-primas (carvão mineral), sendo por isso, muito grande o consumo de carvão vegetal. O carvão produzido no Brasil não é bom para fazer o coque siderúrgico e por isso devemos importar carvão mineral. Observações: - 94% da produção siderúrgica concentra-seno SE - As maiores produções siderúrgicas são obtidas pela Usiminas, CSN e Cosipa. É importante frisar que o polo siden'irgico do Maranhão, integrado a produção de Serra de Carajás, está em franco crescimento. Distribuição espacial das usinas siderúrgicas As siderúrgicas distribuem-se pelo espaço independentemente da localização do carvão mineral, pois as maiores produções desse produto vêm do sul, e é no SE que se encontra a maior produção de aço. Portanto, outros foram os fatores responsáveis por esta localização. E, sobretudo, a presença de minério, como o ferro e o manganês e o mercado consumidor, que regem tal distribuição. A produção atual de aço bruto situa-se perto de 2,8 milhões de toneladas, colocando o Brasil entre os 10 maiores produtores do mundo. Enquanto o consumo per capita de aço dos países desenvolvidos, como EUA, Japão, Rússia, Alemanha, gira em torno de 400 a 500 kg/hab/ano, o consumo brasileiro é de cerca de 100 kg/hab/ano. Apesar do franco desenvolvimento industrial experimentado pelo País nas últimas décadas, vários são os problemas que o afetam, destacando-se os seguintes: - Quanto à energia: empregamos ainda elevada quantidade de lenha como fonte energética, falta garantias de investimentos para expansão da oferta energética. - Quanto ao capital: escasso, não permitindo grandes investimentos por parte dos particulares, o que beneficia a participação de capitais estatais e estrangeiros. - Quanto ao equipamento: a produção da indústria de máquinas e equipamentos ainda é insuficiente, sendo necessária a importação em larga escala. - Quanto aos transportes: o sistema ferroviário e o hidroviário são deficientes. O sistema rodoviário está sobrecarregado. - Quanto ao mercado consumidor: ainda restrito, apesar de estar em crescimento. A alta concentração de renda impede, de certa forma, a expansão do consumo. Desenvolvimento brasileiro e o endividamento externo. Das correntes teóricas voltadas ao estudo do desenvolvimento da América Latina a dominante segue a orientação da CEPAL (1948) - órgão da ONU. Esse organismo buscou orientar os países latino-americanos a adotar políticas de desenvolvimento com base na substituição de importações. Esta orientação teve êxito no período JK e posteriormente durante o governo militar (1964 - 1985) - em especial na década de 1970 (milagre brasileiro). As doutrinas cepalinas orientaram o desenvolvimento por intensificação das poupanças internas mais investimentos estrangeiros (multinacionais), para aumentar a substituição de importações, com balanças comerciais, em geral, deficitárias devido à importação de máquinas e equipamentos. A aplicação do modelo econômico seguindo as orientações da CEPAL se deu no período JK (56- 61) que é marcado pelo programa de metas. Investimento nacional combinados com o capital internacional permitiu a criação de hidrelétricas, G E O 0 1 - P R O D U Ç Ã O E T E R R IT Ó R IO 1 1 www.unipre.com.br Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais pré G E O 0 1 - P R O D U Ç Ã O E T E R R IT Ó R IO indústria automobilística, autoestradas e a construção de Brasília. Após 1950, o avanço das multinacionais desencadeou o desenvolvimento dos países periféricos. Os países que apresentavam melhores condições de infraestrutura tornavam-se destino de investimentos diretos, com a instalação de multinacionais e de investimentos indiretos, com a oferta de empréstimos voltados para a criação e ampliação de infraestrutura. Para exemplificar bata-nos verificar o ocorrido no Brasil nas décadas 60 - 70, quando surgiu no país uma milagrosa evolução econômica. Esse modelo constituiu, em preparar, facilitar, recepcionar, acomodar e favorecer mais e da melhor forma a entrada de capital internacional no Brasil. Na década de 70 e início dos anos 80, essa prosperidade é abalada pela crise do petróleo (73 e 79), que provoca recessão e inflação nos países do primeiro mundo. Também nos anos 70, desenvolvem-se novos métodos e técnicas voltados para a produção. Nos anos 90 uma nova fase na produção industrial se instala com a modernização da industrial. O processo de automação, robotização e terceirização aumentam a produtividade e reduzem a necessidade de mão- de-obra gerando ainda a necessidade de novas qualificações e desaparecendo antigas profissões. Assim, a globalização assentou o golpe nas teorias de desenvolvimento autônomo sob orientação cepalina. Endividamento brasileiro No período 71/72 a inflação atinge os países desenvolvidos, inclusive os EUA. O padrão dólar estabelecido em Bretton Woods foi quebrado e as principais moedas passaram a oscilar gerando uma disponibilidade de dólares que passaram a ser aplicados nos países do terceiro mundo. Este dinheiro foi usado pelos países em desenvolvimento para cobrir déficits das suas contas externas. A partir de 1973, verificamos uma escalada no preço do petróleo que levou os países em crescimento acelerado, como o Brasil, a um endividamento crescente. Verificando o histórico da dívida brasileira observamos que dos 2,5 bilhões devidos em 1964 saltamos para 96,5 bilhões em 1990, ou seja, uma alta de 3860%. E dois anos depois, em 1992, a dívida já havia atingido 132,3 bilhões. A dívida passou a crescer muito rápido, muito mais rápido que a nossa capacidade de crescimento ou de pagamento. Evolução da dívida externa brasileira (em bilhões de dólares) O comprometimento de um percentual cada vez maior do PNB (produto nacional bruto), de 10,5% em 1968 para 27% em 1980, deixa o Brasil impedido de fazer novos investimentos. Este comprometimento interfere no crescimento econômico devido à necessidade do país em cumprir o serviço da dívida. O processo de endividamento tornou-se ainda mais grave quando, no final dos anos 1970, as taxas de juros internacionais (a libor - taxa interbancária de Londres - e a prime rate - taxa básica cobrada pelos bancos dos EUA) oscilaram para cima, chegando a 15,18% a primeira e 15% a segunda. A taxa do FED, banco central americano, chegou a 13%. Toda esta oscilação fez com que o capital retomasse aos EUA e Europa e fizesse disparar a dívida dos países periféricos que tinham a sua dívida corrigida com base nas taxas internacionais. Caro estudante, peço sua atenção ao seguinte fato, estando o Brasil inserido nesse contexto de alta de juros, o país foi duramente atingido devido ter mais de 60% de sua dívida baseada em juros flutuantes, ou seja, com o aumento das taxas prime rate e libor a dívida teve seus juros reajustados. Vejamos um exemplo: o Brasil fez um 12 www.unipre.com.br Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais kil o: G E O 0 1 - P R O D U Ç Ã O E T E R R IT Ó R IO 13 pré empréstimo de 1 bilhão de dólares para desenvolver o programa Proálcool e comprometeu-se a pagar, apenas nos 5 primeiros anos, 800 milhões de dólares de juros e comissões, ou seja, quase a quantia contratada mas, com o aumento dos juros, esse montante cresceu ainda mais. Assim, na iminência de não ter a capacidade de honrar seus compromissos em dia, a saída para o Brasil foi suspender unilateralmente (moratória parcial) durante o governo Sarney, o pagamento das prestações e dos juros da divida e exigir a renegociação das condições e prazos de pagamento. Contudo, o Brasil voltou atrás e passou a adotar o receituário econômico do FMI. O padrão da dívida que tinha vencimento a curto prazo - 5 anos - passa a ter novo perfil, 60% da dívida consegue prazos maiores que 10 anos. Tudo isto se deve ao fato de tentar evitar a insolvência dos países devedores, caso que levaria as finanças internacionais a um caos. Ter crédito internacional é uma garantia para que o país continue a ser viável para receber investimentos. Assim, para que qualquer país assegure o serviço da divida externa é necessário que elegaranta a cada ano um fluxo de novos empréstimos, financiamentos e obtenha, acima de tudo, saldos expressivos em sua balança de comércio exterior. EXPORTAR é o que IMPORTA. É da receita da exportação que dependem, em última instância, o pagamento efetivo da dívida e a própria garantia para a contratação de novos empréstimos e financiamentos internacionais. Por isso é que o governo brasileiro tem se esforçado em incentivar as exportações e a manter um superávit primário alto para, desta forma, demonstrar ao mundo que o país tem condições de honrar seus compromissos e que é viável economicamente. Outro modo de manter a dívida sob controle é através de acordos. Neste caso, a garantia para o pagamento é conseguida através de apoio financeiro do FMI. Negociações neste sentido foram realizadas no governo Figueiredo e outra no governo Collor / Itamar Franco. Ainda nos últimos anos do governo FHC e no atual foram feitos acordos com o FMI para garantir o cumprimento dos serviços da dívida e proteger a economia interna. O governo Lula conseguiu zerar a divida do Brasil com o FMI, desse modo o pais fica livre da obrigação de adotar as diretrizes econômicas preconizadas pelo FMI. Assim, verificamos que todo quadro criado devido às modificações das taxas de juros internacionais afetou o crescimento brasileiro na GEO 01 década de 1980 levando esta a ser conhecida como a DÉCADA PERDIDA e ainda reflete nos dias atilais. Tecnopolos Os polos tecnológicos correspondem à concentração espacial de empresas e instituições de ensino e pesquisa envolvidas no estudo e na aplicação de tecnologia avançada (como, por exemplo, robótica, microeletrônica, cerâmica avançada, tecnologia espacial, biotecnologia, nanotecnologia entre outras) permitindo que as empresas assumam um perfil moderno e competitivo por meio da aplicação dessas tecnologias desenvolvidas nos centros de pesquisa. Como possuem uma organização menos burocratizada, os polos tecnológicos facilitam a transferência de tecnologia para o setor produtivo industrial e, ao mesmo tempo, estimulam o desenvolvimento científico e tecnológico. Os principais polos tecnológicos brasileiros encontram-se concentrados sobretudo no Sudeste e Sul do Brasil, podendo-se destacar: • o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), situados no município de São José dos Campos (SP), ambos de iniciativa governamental, que desenvolvem projetos na área aeronáutica, espacial, de fabricação de radares, antenas, entre outros; • as Universidades Federal e Estadual de São Carlos (SP), que têm dirigido suas pesquisas científicas à obtenção de novos materiais, como é o caso de cerâmicas resistentes ao calor; • os poios tecnológicos de informática, localizados nas cidades de São Paulo, Campinas (SP), Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis e Campina Grande (PB); • as áreas de pesquisa de química fina e de biotecnologia, no Rio de Janeiro, em Porto Alegre, em Fortaleza e em Campinas, além de centros de pesquisa em biologia molecular, fisica, bioquímica, matemática e outras pelo Brasil. Prezado candidato, ressalta-se que o Estado brasileiro exerceu uma grande influência no alargamento dos mercados nacionais, que, aos poucos, foram-se tornando cativos do poder hegemônico de São Paulo e do Sudeste. Segundo José Serra: " uma das características marcantes do desenvolvimento do capitalismo no Brasil diz respeito ao significativo papel do Estado como fator de impulso à industrialização. Esse papel foi exercido não apenas através de suas funções fiscais de monitoria e de controle do mercado de www.unipre.com.br Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais MS ia, MG ET,.$‘,0 RJ PR arras nos .•.s - es C" OCEANO ATLÁNT:CC FonteiSecretaria de Economia e Plane amem° do Estado de São Pavio. G E O 01 - P R O D U Ç À O E T E R R I - Te 14 pré trabalho ou de sua função de provedor dos chamados bens públicos, criação de infraestrutura e produção direta de insumos indispensáveis à industrialização pesada". Desconcentração industrial A desconcentração industrial no estado de São Paulo é bastante nítida. Ela se processou (e se processa), principalmente, ao longo dos quatro principais eixos rodoviários, que de certa forma acompanharam os eixos ferroviários construídos na época da expansão da cafeicultura: a Via Presidente Dutra (a Rio — São Paulo) atravessando o histórico Vale do Paraíba; o sistema Anchieta — Imigrantes (São Paulo — Baixada Santista); o sistema Bandeirantes- Anhanguera—Washington Luís (ligando a cidade de São Paulo ao norte e noroeste do estado); e a Via Presidente Castelo Branco, ligando a cidade de São Paulo a várias cidades do sudoeste do estado até Presidente Epitácio, no Vale do Rio Paraná, divisa com o Mato Grosso do Sul. No Nordeste – incentivos fiscais e mão-de- obra farta e barata. A produção estava voltada para o mercado do SE e, ultimamente, com os investimentos externos também se integra na produção para o mercado globalizado. No Centro -Oeste, a partir da década de 90, observa-se a ação dos governos estaduais em atrair investimentos industriais. As vantagens fiscais oferecidas permitiram a instalação de indústrias de beneficiamento, para estarem próximas as fontes de matéria prima ou ainda novas plantas industriais como é o caso da indústria farmacêutica em Anápolis e a automobilística em Catalão, ambas em GO. O governo criou as condições de infraestrutura necessárias ao processo de instalação industrial através da aquisição de empréstimos internacionais para a construção de obras de engenharia para garantir a realização dos investimentos. Só alguns exemplos: Itaipu, Balbina, Tucuruí, transamazônica, estrada de ferro Carajás, BR 364. Esse processo de desconcentração acontece em todo território nacional e foi fomentado pelo governo federal pelo incentivo fiscal desenvolvido pelas superintendências de desenvolvimento – SUDENDE, SUDECO, SUDESUL e SUDAM. A desconcentração visava aproveitar as VANTAGENS COMPARATIVAS para produção industrial. No Sul – infraestrutura e mercado consumidor, mão-de-obra qualificada, proximidade de mercado consumidor – Argentina e Sudeste do país. A região mais beneficiada com a desconcentração foi a região Sul. No Norte – incentivos fiscais que facilitavam o acesso e concorrência no mercado nacional e internacional. Dinâmica do Mercado de Trabalho Nas últimas décadas houve uma mudança significativa do mercado de trabalho no Brasil e no mundo. Vamos fazer algumas recordações: Crise da Polônia na década de 1980 - o presidente do Sindicato Solidariedade, Lech Walesa - comandou os trabalhadores, parou o país e enfrentou o regime socialista. Microinformática e a automação das linhas de montagem - com as constantes greves de trabalhadores em todo mundo, com greves constantes, as multinacionais substituem os trabalhadores por máquinas - sistemas automatizados que reduzia a quantidade de trabalhadores e exigia novas qualificações. Grandes avanços científicos e tecnológicos - os grandes avanços alcançados nos laboratórios da indústria da guerra passa a estar disponível para o setor produtivo. A transferência de tecnologia para os países periféricos fazem mudar a lógica produtiva mundial. Globalização da produção - não se pensa mais em uma produção centralizada, regionalmente constituída, esta deve ser descentralizada em busca das vantagens comparativas. www.unipre.com.br Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais Instabilidade social e econômica - se há instabilidade política e social, mão-de-obra organizada, sindicatos fortes, governos nacionalistas, as empresas fogem para outras localidades que lhes garantam segurança do investimento e garantias de rentabilidade e exportação dos lucros. Neoliberalismo - a década de 1980 foi um marco para todas os itenslistados anteriorrnente. Iniciou na Europa com Margareth Tacher e nos EUA com Ronald Regan a política neoliberal. Ainda nessa década verificamos a queda dos regimes militares, com a instauração de novas democracias que buscavam estar alinhadas com o novo pensamento mundial. O socialismo em crise - e a URSS se desfaz e nasce a Comunidade dos Estados Independentes - CEI. Mikhail Gorbatchev, levou a União Soviética a mudanças políticas, econômicas e sociais. Ciente dos problemas que o país passava, Gorbatchev propôs dois planos: a perestroika (reestruturação) e a glasnost (transparência). Era o inicio de um mundo sem bipolaridade ideológica. Paralelamente a isso o capitalismo se reinventava, com a redução do estado na economia. O Brasil estava nesse período passando pela redemocratização com a eleição indireta de Tancredo Neves e a promulgação de uma nova constituição. A economia brasileira marcada por uma estrutura arcaica e falida. No campo observamos a concentração fundiária, injusta e antidemocrática, sujeitando milhares de trabalhadores a condições de trabalho sem garantias sociais. O setor industrial não consegue absorver a mão-de-obra que o campo não libera e os trabalhadores livres que já estão nas cidades. O setor de comércio e serviços passa a ser a tábua de salvação da economia para absorver essa mão-de-obra. Esse processo de organização do mercado de trabalho, com a concentração dos trabalhadores no setor terciário é um fenômeno comum aos países em desenvolvimento. O setor industrial se desenvolve com uma tecnologia poupadora de mão-de-obra. A agricultura, do mesmo modo, passa por um processo contínuo de modernização e também reduz a necessidade de trabalhadores. O setor de serviços e comércio absorve esses trabalhadores, em postos formais e informais. Gera-se com isso uma economia paralela, a economia informal, gerando subempregos, sem garantias trabalhistas e sociais. Outra característica desse setor e que tem uma média de salário baixa que o setor secundário. As Transformações no conteúdo do trabalho e nas formas de emprego Os impactos são sentidos nas transformações que se colocam ao conteúdo do trabalho e no uso das qualificações e nas formas de emprego. Aos trabalhadores ativos exigem-se novas habilidades, até então pouco exigidas no mercado de trabalho. O perfil desse novo trabalhador exige a capacidade de adaptar-se continuamente, a novas tecnologias de informação e comunicação que são empregadas na produção. Competências, como raciocínio lógico-abstrato, habilidades sociocomunicativas, responsabilidade, disposição para correr riscos e espírito de liderança, passaram a ser demandadas. A destreza em outras línguas (como inglês) e linguagens (como informática) está se tornando pré-requisito para o ingresso e manutenção em um mercado de trabalho estruturado. Há uma mudança setorial significativa no mercado de trabalho. Alguns setores têm crescimento mais significativo e apresenta mais promissor para a absorção de novos trabalhadores. Os setores de serviços que mais tendem a crescer nos próximos anos são: - Telecomunicações e Informática: neste setor, a tendência é o aumento da exigência quanto à qualificação formal. Na atualidade já tem falta de trabalhadores qualificados. O setor se reorganizou e se viu a redução de postos de trabalho em empresas de grande porte (mil empregados) para gerar novos postos em empresas de menor porte, geralmente nas categorias micro, pequena e média empresas. Com a reorganização do setor o trabalho individual em rede, sem ter que sair de casa, passou a ser uma realidade até então impensada para o modelo de trabalho anterior. - Comércio: as três categorias do setor (comércio de veículos, motocicletas e combustíveis; atacadista e varejista) empregaram em 1998 um total de 4,5 milhões de pessoas. A expansão deste setor é fortemente ligada à atividade econômica do país. Novos postos de trabalho e a formalização de negócios até então na informalidade fez o comércio expandir a oferta de empregos. Veja a variação no período 2003-2009. G E O 01 - P R O D U Ç Ã O E T E R R IT Ó R IO 15 www.unipre.com.br Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais Hiato : DIstfieuíodc das pessoas sseupsdas no comércio, rapar:10o do veicuus :1,,Ioniotces o se ot,:o*.os pessoais a ÚOn secos o cocv -v ,. o a varejo de cembusuvels por pcs:00 no t) ,:upnao - Setor Financeiro: o setor apresentou recuperação em 2000 após ser fortemente atingido pela crise de 1999. A presença de investimentos internacionais e a concentração do setor o potencial de emprego voltou a subir. Há incentivos para a expansão do setor. praes ul o: G E O 01 - P R O D U Ç Ã O E T E R R IT Ó R IO - Turismo: é um dos campos mais promissores para a geração de empregos e crescimento econômico do país. O potencial econômico tem crescido, pois ampliou o turismo interno com a retomada do crescimento da economia e a inserção de u grande números de famílias na classe média e ainda o Brasil tem divulgado mais o nosso potencial turístico no exterior visando à atração de turistas. Grandes eventos como a realização do Pan-americano, da candidatura para a Copa 2014 e olimpíada 2016. Esses eventos faz com que haja investimentos no setor e a geração de empregos. O turismo conforma uma ampla cadeia produtiva, o turismo repercute em 52 segmentos diferentes da economia e mantém cerca de 5 milhões de empregos, formais e informais. Observe a distribuição da PEA pelos setores da economia em alguns países. Distribuição da PEA por setores Países Primário Secundário Terciário. EUA 3% 25% 72% Brasil 23,2% 23,8% 53,0% Índia 62% 11% 27% Etiópia 88% 2% 10% O Trabalhador Industrial e a Fábrica do Futuro Com a reorganização do setor produtivo no mundo com a globalização o Brasil necessitou realizar a abertura da economia, iniciado em 1990, o que levou a reestruturação da indústria. A reorganização teve impactos negativos, como a elevação do desemprego e também consequências positivas para a competitividade do país, incluindo a elevação da qualificação dos trabalhadores industriais. Essa nova realidade exige um trabalhador mais qualificado. A exigência de qualificação atinge principalmente os trabalhadores mais jovens. Para acessar o primeiro emprego o trabalhador tem que demonstrar que tem possibilidade de adaptação / aprendizagem das funções em pouco tempo. Para o futuro, as principais tendências para o mercado de trabalho são: - deslocamento das atividades e da mão-de- obra da indústria para os serviços, especialmente para os serviços de apoio às atividades industriais em função das terceirizações; - declínio do emprego industrial tradicional; - crescente interdependência da força de trabalho em escala global; - movimento contínuo em direção à elevação do perfil de escolaridade do trabalhador. Características do mercado de trabalho atual - 2003 a 2009. Segundo o IBGE o contingente da população ocupada diminuiu em 1,8%. Em 2008 era 21,7 milhões de pessoas ocupadas já em 2009 caiu para 21,3 milhões, ou seja, uma redução de 398 mil pessoas. Desse modo, a proporção de pessoas ocupadas com 10 anos ou mais de idade passou de 52,5% em 2008, para 52,1% em 2009 (em 2003 era 50,1%). A mudança também foi sentida quando observamos o percentual de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado. Esse item passou de 44,1% em 2008 para 44,7% em 2009 (em 2003 era 39,7%). A formalização da mão-de-obra apresentou um novo recorde na série histórica da pesquisa do IBGE. Isso reflete o momento vivido pela economia nacional, mesmo que a economia global se encontre em crise. O que o governo comemora é que o contingente de trabalhadores que contribuíam para a previdência social também aumentou diminuindo, desse modo, a escalada do déficit da previdência. 16 www.unipre.com.br Cursode Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais :AN •,6,, 1E7 (Sirr 1,Z.", DEZ h4;,,, ■ • 2011 nvt rut.m, UM: inp Veja as evoluções das taxas de desemprego no período 2002-2011. Gralico 11 Evolução da taxa de desocupação da tolal das seis regsi5es metropolitanas (em %) GEO 01 um aumento na ocupação das mulheres. A presença feminina também era majoritária na população desocupada (PD) e na população não economicamente ativa (PNEA) Distribuição das populuções. segundo o sexo — t2003 201.1)- 2003 2011 Observe agora a média de salário dos trabalhadores do setor privado. Rendimento médio real habitual dos empregados com carteira no setor privado, para o total das seis regiões metropolitanas de 2003 a 2011, em reais - a preços de dez/11 A Mulher no Mercado de Trabalho A inserção da mulher no mercado de trabalho no Brasil é tardia. O reconhecimento dos direitos da mulher como cidadã plena ainda é lento necessitando a intervenção do Estado para garantir os direitos da mulher. Em relação a luta contra a visão social de que a mulher não tem os mesmos direitos estão: - Lei N° 7.353, DE 29 DE AGOSTO DE 1985 que criou o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher - CNDM - Lei N° 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Nas últimas décadas, a inserção das mulheres no mercado de trabalho tornou-se uma realidade. A participação feminina aumentou expressivamente. Em 2011 eram 45,4% na população ocupada (PO). Para as mulheres, esse indicador foi de 40,5% em 2003 passando para 45,3% em 2011. Entre os homens, esse percentual era de 60,8%, passando para 63,4%. Percebe-se Zr; 7,20 ••• ...ta I O ingresso da mulher no mercado de trabalho veio associado a transformações nas relações familiares e conjugais. Houve uma redução no número de filhos, o aumento das famílias chefiadas por mulheres — em 1989 representavam 20,1%, em 1999 chegou a 26%. As mulheres representam mais de 40% da força de trabalho no país, contudo a média de rendimentos é menor que os percebido pelos homens na mesma função. Apesar de estudarem por um período mais longo, obtendo no setor industrial, por exemplo, um ano a mais de escolaridade do que os homens, o diferencial de remuneração persiste elevado. Analise o gráfico seguinte. ,C•I`F. CM: Co.r.,11K4.450 >St Nnwsd • • e» *N. ,31,23 Vários fatores contribuem para impedir as mulheres de atingirem os mais altos cargos. Essas são barreiras, visíveis e invisíveis, que impedem o acesso aos postos mais bem remunerados. Podemos citar: a feminização de determinadas profissões (professoras primárias, enfermagem) e O Participação da população ocupada com 11 200)5 00 mak de estuai°, por po içào na oropaçào. segundo o sexo — (2003 e 21/1 ir W W W . unipre.com.br Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais 17 pré sua subsequente desvalorização, resistências sociais, a maternidade e a desigualdade na divisão das tarefas domésticas, a falta de massa crítica de mulheres nas organizações, etc. As empresas estão mudando as suas estratégias de forma a recrutar e reter mulheres qualificadas no emprego. Algumas das mudanças que já são notadas e implementadas: - diálogo extenso sobre as mudanças necessárias na cultura organizacional (workshops e reuniões dirigidas); - implementação de políticas para equiparar salários e oportunidades; - designação de responsáveis pela implementação de mudanças; - avaliação (quantitativamente e qualitativamente) de progressos em áreas específicas. A briga que as mulheres precisarão enfrentar para conseguir uma maior igualdade envolve poder. Apesar de já termos uma presidente, a representação no primeiro escalão tem sido ampliada, o setor privado tem uma estratégia diferenciada. Verifica-se que essa guerra por espaço e poder será travada cada vez mais em todas as esferas: políticas, dentro de casa e na empresa. As principais tendências associadas ao avanço das mulheres no mercado de trabalho são: - presença das mulheres em áreas e ocupações antes restritas aos homens - maternidade adiada e um menor número de filhos; - aumento do padrão de consumo familiar e do investimento em educação; - crescente reivindicação por igualdade cívica e política. ■ Texto Complementar - Informações sobre a mulher no mercado de trabalho A participação das mulheres no mercado de trabalho, seu perfil etário e educacional, o contingente feminino no setor público, a jornada de trabalho considerada a escolaridade, o percentual de mulheres que gostaria de trabalhar mais. Esses e outros pontos são levantados pelo IBGE no Dia Internacional da Mulher. O trabalho especial Mulher no Mercado de Trabalho: Perguntas e Respostas tem como objetivo apresentar um panorama da mulher no mercado de trabalho. As informações usadas 18 provém da Pesquisa Mensal de Emprego G E O 0 1 - P R O D U Ç Ã O E T E R R IT Ó R IO (PME)2009, realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. ■ 35,5% das mulheres tinham carteira de trabalho assinada Em 2009, aproximadamente 35,5% das mulheres estavam inseridas no mercado de trabalho como empregadas com carteira de trabalho assinada, percentual inferior ao observado na distribuição masculina (43,9%). As mulheres empregadas sem carteira e trabalhando por conta própria correspondiam a 30,9%. Entre os homens, este percentual era de 40%. Já o percentual de mulheres empregadoras era de 3,6%, pouco mais da metade do percentual verificado na população masculina (7,0%). ■ 61,2% das trabalhadoras tinham 11 anos ou mais de estudo Enquanto 61,2% das trabalhadoras tinham 11 anos ou mais de estudo, ou seja, pelo menos o ensino médio completo, para os homens este percentual era de 53,2%. A parcela de mulheres ocupadas com nível superior completo era de 19,6%, também superior ao dos homens (14,2%). Por outro lado, nos grupos de menor escolaridade, a participação dos homens era superior a das mulheres. ■ Elas trabalharam 38,9 horas em média Apesar de desde 2003 ter ocorrido uma redução de aproximadamente 36 minutos na diferença entre a média de horas trabalhadas por homens e mulheres, em 2009 as mulheres continuaram trabalhando, em média, menos que os homens. Cabe esclarecer que essa queda foi ocasionada pela redução na média de horas trabalhadas pelos homens. As mulheres, em 2009, trabalharam em média 38,9 horas, 4,6 horas a menos que os homens. As mulheres trabalhavam menos que os homens em todos os grupamentos de atividade. Com a exceção das mulheres ocupadas em "Outros Serviços", as demais atividades apresentaram aumento da média de horas grupamento mulheres trabalhadas para as mulheres. No "Administração Pública", as trabalharam, em média, 36,4 horas semanais. Em 2009, as mulheres com 8 a 10 anos de estudo foram as que declararam trabalhar mais horas semanais (39,4 horas). No entanto, aquelas com 11 anos ou mais de estudo foram as que apresentaram a menor diferença na média de www.unipre.com.br Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais ré horas trabalhadas em relação aos homens, 3,6 horas. Em 2003, esta diferença era de 4,4 horas. As mulheres com 1 até 3 anos de estudo foram as que apresentaram a maior diferença (7,2 horas) na média de horas trabalhadas, quando comparadas aos homens. Tal realidade é similar à verificada em 2003, quando a diferença era de 7,3 horas. O número de horas trabalhadas pelas mulheres que possuíam curso superior completo somente ultrapassava ao das que tinham até 3 anos de estudos. Já as mulheres com 11 anos ou mais de estudo foram as únicas a aumentar a média de horas trabalhadas semanalmente, em todo o mercado de trabalho: de 38,8 horas em 2003 para 39,1 horas em 2009. • O rendimento continua sendo inferior ao dos homensO rendimento de trabalho das mulheres, estimado em R$ 1.097,93, continua inferior ao dos homens (R$ 1.518,31). Em 2009, comparando a média anual de rendimentos dos homens e das mulheres, verificou-se que as mulheres ganham em torno de 72,3% do rendimento recebido pelos homens. Em 2003, esse percentual era de 70,8%. Considerando um grupo mais homogêneo, com a mesma escolaridade e do mesmo grupamento de atividade, a diferença entre os rendimentos persiste. Tanto para as pessoas que possuíam 11 anos ou mais de estudo quanto para as que tinham curso superior completo, os rendimentos da população masculina eram superiores aos da feminina. Verificou-se que nos diversos grupamentos de atividade econômica, a escolaridade de nível superior não aproxima os rendimentos recebidos por homens e mulheres. Pelo contrário, a diferença acentua-se: no caso do "Comércio", por exemplo, a diferença de rendimento para a escolaridade de 11 anos ou mais de estudo é de R$ 616,80 a mais para os homens. Quando a comparação é feita para o nível superior, ela é de R$ 1.653,70 para eles. No entanto, no grupamento da Construção, as mulheres com 11 anos ou mais de estudo têm rendimento ligeiramente superior ao dos homens com a mesma escolaridade: elas recebem, em média, R$ 2.007,80, contra R$ 1.917,20 dos homens. • Aumentou a escolaridade das mulheres que procuram trabalho Em 2009, entre o 1,057 milhão de mulheres desocupadas e procurando por trabalho, 8,1% tinha nível superior. Houve aumento na escolaridade dessas mulheres, visto que em 2003, em média, 5,0% tinham nivel superior. Esse crescimento resulta do aumento da escolaridade de uma forma geral. O aumento da escolaridade também pode ser verificado em outros níveis. Em 2003, em média, 44,7% das mulheres desocupadas tinham 11 anos ou mais de estudo. Em 2009, essa proporção ultrapassou significativamente a metade da população (59,8%). Verificou-se que a população feminina desocupada é proporcionalmente mais escolarizada que a população feminina acima de 10 anos. Enquanto, em média, 81,2% da população feminina desocupada tinham oito anos ou mais de escolaridade, na população em idade ativa este percentual era de 61,1%. • Cresceu o percentual de mulheres adultas querendo trabalhar A população feminina desocupada (1,057 milhão de mulheres, em 2009) está muito concentrada no grupo etário entre 25 e 49 anos de idade. Em 2003, as mulheres nesta faixa etária correspondiam a 49,3% da população feminina desocupada. Em 2009, elas já eram mais da metade: 54,2%. Fonte IBGE - 2010 Dinâmicas territoriais da economia agrícola no Brasil . O setor agrícola tem grande importância histórica para o país devido ao próprio processo de evolução da nossa economia. Até início do século XX a economia nacional era estritamente agrária e suas exportações dependiam do setor primário. O maior problema que se verifica, quando estudamos a agricultura e a pecuária no Brasil, é a forte concentração dos meios de produção, de renda e o uso inadequado das terras agricultáveis, muitas vezes usadas como reserva de valor. Desse modo, caracterizam problemas no setor agropecuário brasileiro a concentração de terras e o sistema primitivo de exploração da terra (baixo uso de tecnologia na produção). Como podemos observar no estudo do Brasil até o momento o pais apresenta diferenças significativas também no setor avícola e podemos observar uma diferença espacial do uso G E O 01 - P R O D U Ç Ã O E T E R R IT Ó R IO 19 www.unipre.com.br Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais pré da terra por setores com forte presença de tecnologia — CULTURAS VOLTADAS PARA A EXPORTAÇÂO — o outro apresenta baixo investimento tecnológico — CULTURA DE SUBSISTÊNCIA. O maior problema é que a modernização agrícola levou a uma redução do número de trabalhadores no campo — causando o ÊXODO RURAL — acelerando o processo de EXPROPRIAÇÂO RURAL. Esse processo levou ao aumento de trabalhadores despreparados para o mercado urbano se concentrando nas periferias das grandes cidades e, consequentemente, ao aumento da pobreza urbana. (Essa pobreza estava distribuída no grande espaço rural e agora se concentra nas periferias das cidades) Assim, podemos listar algumas características do campo no Brasil: I. concentração fundiária; II. baixo uso de tecnologia; III. agricultura modernizada voltada para o mercado externo; IV. cultura de subsistência com baixo investimento em tecnologia. • Especialização produtiva do território — fronteira agrícola A implementação da agricultura no país foi, historicamente, concentrada no litoral. Com a modernização do ten-itório, com a introdução do sistema rodoviário na segunda metade do século XX, tornou-se possível romper com as ilhas econômicas e criar um mercado nacional. Esses fatores levaram também a expansão da agricultura para o interior do território. A ocupação de novas áreas para a produção agrícola é chamada de FRONTEIRAS AGRÍCOLAS. Na década de 40 a 60 a fronteira se concentrava na região Centro- Oeste, mas, a partir da década de 70, a Amazônia apresentou-se como a nova e principal área de expansão. A ocupação diferencial do espaço, com sucessivas fases de modernização gerou um espaço heterogêneo quando observamos o espaço e consideramos os dados da produção, organização, uso de insumos e tecnologias. Esse espaço heterogêneo pode ser caracterizado da seguinte maneira: - Centro-Sul — elevado grau de modernização agrícola com uso de insumos e tecnologia na produção. Máquinas, fertilizantes, sementes selecionadas, defensivos, empresas de pesquisas e 20 itu lo : G E O 0 1 - P R O D U Ç Ã O E T E R R IT Ó R IO desenvolvimento tecnológico estão presentes no cenário produtivo. Nordeste — a agricultura apresenta diferenças internas significativas. No sertão predomina a agricultura de subsistência sem nenhum investimento tecnológico, no litoral (cana, cacau), em bolsões de irrigação (vale do São Francisco) e nas áreas de cerrado (sul Piauí, Sul do Maranhão, oeste da Bahia) já apresentam como áreas de expansão da agricultura comercial voltada para a exportação que conformam sistemas produtivos com maior investimento em tecnologia e uso de insumos e mecanização. Amazônia — aparece como a principal área de expansão agrícola do país. Nessa região se observa grande expansão sem a preocupação com a preservação do meio ambiente. Essa ocupação tem gerado muitos conflitos agrários. O uso do solo e os sistemas produtivos implantados têm aproveitado a fertilidade inicial do solo para garantir maior produtividade. Modernização da agricultura O processo de modernização da agricultura se deu a partir da década de 1950 com a expansão, para o campo, do emprego e desenvolvimento de pesquisas científicas que ajudaram a aumentar a produção e a produtividade. São exemplos dessa modernização: ▪ Mecanização; • Redução da mão-de-obra; • Uso de insumos; E Desenvolvimento de pesquisas. O emprego progressivo de máquinas e insumos industriais (fertilizantes, adubos, pesticidas) na produção agrícola originou a chamada industrialização da agricultura, principal elemento da modernização no setor. Da relação ou integração entre os setores agropecuário e industrial surgiram os seguintes tipos de indústria: Segundo, Ariovaldo Umbelino de Oliveira: " O estudo da agricultura brasileira deve ser feito no bojo da compreensão dos processos de desenvolvimento do modo capitalista de produção no território brasileiro. Toma-se, portanto, como ponto de partida a concepção de que esse desenvolvimento é contraditório e combinado. Isto significa dizer que, ao mesmo tempo em que esse desenvolvimento avança, reproduzindo relações especificamente capitalistas (implantando o trabalho assalariado através da figura do "bóia- www.unipre.com.br Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliarde Oficiais CIDADE CIDADE Como produzir O que produzir Indústria para a agricultura Colheitadeiras, fertilizantes, sementes. Agroindústria Soja, milho. CAMPO fria"), produz também, contraditoriamente, relações camponesas de produção (através do trabalho familiar). Esse processo deve ser entendido também no interior da economia capitalista atualmente internacionalizada, que produz c se reproduz em diferentes lugares no mundo, criando processos e relações de interdependência entre Estados, nações e sobretudo empresas. A compreensão desses processos é fundamental para o entendimento da agricultura brasileira, pois eles provocam o movimento de concentração da população no país. "Esse movimento migratório está direcionado para as regiões metropolitanas, as capitais regionais". Enfim, para as cidades de uma maneira geral." (Geografia do Brasil 4 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,2001 — Didática; 3- Vários autores ) Ainda seguindo a visão de Ariovaldo Umbelino de Oliveira: "No campo, o processo de desenvolvimento capitalista está igualmente marcado pela industrialização da agricultura, ou seja, o desenvolvimento da agricultura tipicamente capitalista abriu aos proprietários de terras e aos capitalistas/ proprietários de terra a possibilidade histórica da apropriação da renda capitalista da terra, provocando intensificação na concentração da estrutura fundiária brasileira. " Prezado candidato, perceba que a lógica do desenvolvimento capitalista na agricultura se faz no interior do processo de internacionalização da economia brasileira. Esse processo se dá no âmago do capitalismo mundial e está relacionado, portanto, com o mecanismo da dívida externa. Através dele os governos dos países endividados criam condições para ampliar a sua produção, sobretudo a industrial. Para pagar a dívida eles têm que exportar, sujeitando-se a vender seus produtos pelo preço estipulado mercado internacional . Indústrias da agricultura ou agroindústrias: transformam produtos agropecuários em industrializados. Por exemplo, a indústria de óleos vegetais (de soja, de milho) e a de laticínios (queijo, manteiga). .Indústrias para a agricultura: fornecem bens de produção para a agricultura. Por exemplo, as indústrias de máquinas e equipamentos agrícolas (colheitadeiras, arados) e as indústrias químicas (fertilizantes, pesticidas). Em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul encontra-se um complexo econômico agropecuário moderno, vinculado às necessidades industriais e altamente dependente de fluxos financeiros. Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul funcionam como espaços de expansão da agropecuária moderna, cujo desenvolvimento é reflexo do transbordamento da economia rural dos estados do Sul e de São Paulo. Na Região Nordeste, ainda que predominem as práticas agrícolas tradicionais, também existem áreas de intensa modernização. No oeste baiano, a soja recém-chegada dinamiza atividades como a avicultura e a suinocultura, enquanto no vale do Rio São Francisco crescem os polos de fruticultura irrigada, comandados por Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). Denomina-se complexo agroindustrial a articulação ou junção da agropecuária com as chamadas indústrias para a agricultura (produtoras de máquinas e insumos) e com as agroindústrias (indústrias que processam os produtos agropecuários). Com o avanço da modernização do campo verifica-se uma ampliação da subordinação do campo à cidade. O campo passa a sofrer pressão do meio urbano para produzir no ritmo de consumo das cidades estando, desse modo, controlado pela cidade. Para caracterizar essa subordinação os geógrafos propuseram o esquema do processo sanduíche, para tornar possível a visualização didática de como se dá a subordinação do campo a cidade. Ocorre o processo sanduíche. Se de um lado a cidade diz como produzir e abastece o campo com seus produtos na outra ponta a cidade diz o que produzir, pois sua indústria necessita de matéria-prima para funcionar. A modernização pode ser sentida não só no modo de se produzir, mas também na organização da força de trabalho no campo. A modernização acelerada da agricultura e a pobreza nas áreas rurais geraram pressão também nas áreas urbanas, ocasionando o êxodo rural (abandono das áreas rurais) e um processo caótico e acelerado de urbanização. Os problemas dos migrantes do meio rural (subemprego, pobreza), sem resolução, foram transferidos para as grandes metrópoles, agravando o quadro da exclusão social urbana. Observações sobre a agricultura tradicional 21 www.unipre.com.br Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais pré Está em decadência devido: incapacidade de adquirir equipamentos • falta de financiamento • maior custo de produção • menor produtividade Esse fato tem um custo devido a redução da área de produtos para subsistência; a redução das pequenas propriedades; absorção dos pequenos pelos grandes Na agricultura tradicional — MDO familiar com grande importância para a absorção da MDO desempregada. Este setor encontra-se em integração ao agronegócio. Maiores produções por estado SP - laranja, cana e no extremo oeste a pecuária de corte Vale do Paraíba (SP — RJ) — bacia leiteira MG - café, maior rebanho bovino, 60% da produção de frangos. SUL - conglomerados das indústrias de alimentos — soja, milho, trigo, fumo e uvas. Norte do Paraná — expansão da agricultura paulista, Soja e milho atualmente — a modernização levou a concentração de terras e ao êxodo rural e a migração inter-regional. RS - pecuária na campanha gaúcha sofre com a concorrência da pecuária da Argentina. Centro-Oeste — soja — pós 1960 — farelo de soja para ração. Acidez do solo do cerrado equacionado pelo uso de tecnologia. Maiores produtores - por produtos Arroz RS, MT, MA, MG — cultivado em todo paí, irrigado ou de várzea, no RS, e de sequeiro no Centro-Oeste. Feijão PR, MG, BA, SP — todo país. Grande parte da produção é proveniente de pequenos produtores. Mandioca PA, PR, BA, MA — todo o país, principalmente no NE. Aumento da cultura comercial. Laranja SP, BA, SE, RJ — exportação de suco concentrado. Cana SP, AL, PR, PE — grande expansão nos anos 70 — Proálcool. (GANHA EXPRESSÃO DEVIDO A NECESSIDADE DE DESENVOLVER COMBUSTÍVEL ALTERNATIVO) Soja PR, MT, RS, GO — alimentação humana, óleo e ração animal. Tem expandido do Sul para outras regiões (NE e CO). Milho MG, SP, PR, RS — alimentação humana, ração animal e óleo. Café MG, ES, SP, PR — exportação de grãos e café solúvel. Cacau BA, PA, RO, ES — chocolate, manteiga, licores. Banana PA, SP, BA — grande consumo interno e exportação. Coco BA — aproveitamento do tronco, fnito, fibra, folhas .... Trigo PR, RS, MS, SC — rotação com a soja (verão) e trigo (inverno), mecanizada. Algodão CE, PE, PB, GO, MT — indústria têxtil, alimentícia (óleo), farmacêutica e adubo (bagaço). Fumo SUL DO PAÍS — indústria de cigarros. • Problemas para a agricultura no Brasil • Transportes Corredores de exportação — Santos, Paranaguá, EF Carajás Porto de Itaqui, BR 364 — Hidrovia do Madeira — Porto de Porto Velho e Itacoatiara — AM (reduz 20% em relação ao aos portos de Santos e Paranaguá). • Soluções para a produção agrícola Ferronorte — acelerar a construção BR 163 — Cuiabá-Santarém — liberar as obras com atendimento às exigências ambientais e sociais locais. Pecuária A criação de animais tem ganhado expressão nas últimas décadas devido ao tipo de alimentação fornecida aos animais. Com a descoberta do mal da vaca louca os países europeus buscaram importar carne de países que não forneciam na alimentação animal ração com compostos de origem animal (farinha de osso). G E O 0 1 - PR O D U Ç Ã O E T E R R IT Ó R IO Mesmo com a ampliação do mercado devido a esse aumento da demanda o mercado enfrenta www.unipre.com.brCurso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais 22 ré outros problemas sanitários que prejudicam as exportações brasileiras,. Um exemplo é a febre aftosa que fez, nos últimos anos, a Rússia e a União Europeia suspenderem as importações de carnes do Brasil. No entanto a modernização da produção no campo atingiu também a produção de animais e aves. Hoje já se consegue produzir um frango com 28 dias para o abate e um boi com 18 meses (o tempo anterior era de 48 meses). Essas possibilidades só foram possíveis pelo investimento em melhoria genética, pesquisas e investimentos no manejo que, em nosso país, foi capitaneado por agências públicas de pesquisa como é o caso da EMBRAPA. A pecuária que se caracterizava por ser extensiva e de baixa produtividade com uso de pastagens naturais, esse foi um marco na ocupação do cerrado no CO, na ocupação inicial da Amazônia e NE. A pecuária moderna observa uma produção intensiva — como se caracteriza a produção nas regiões Sul e SE. Essa produção tem como base o uso de matrizes selecionadas, pastagens artificiais e uso de ração e silagens na alimentação. Houve um grande crescimento na produção e hoje somos o maior exportador de carne bovina, além de termos excelentes mercado para a carne de porco e de frango. Para termos uma ideia geral da produção pecuária no país pode-se resumir da seguinte forma: Sul — principal região na produção de suínos e ovinos. Sudeste — principal região na produção de equinos; Centro-Oeste — maior produção de bovinos; Nordeste — maior produtor de muares e caprinos; Norte — maior produtor de bufalinos. Devemos nos lembrar de que o MG e RS são importantes estados na produção de bovinos, o primeiro voltado para a produção leiteira e o segundo na produção de gado de corte. Apesar da grande produção o brasileiro apresenta baixo consumo de carne e leite. Isso se deve a preocupação com a exportação e a pobreza devido à má distribuição de renda em nosso país. ■ Problemas ambientais: uso do solo na agricul- tura e pecuária GEO 0 1 Lembrando dos solos de maior fertilidade natural e sua localização. Massapé — NE Terra Roxa — planaltos e chapadas da Bacia do Paraná. O uso inadequado do solo, por empregar manejo impróprio ao tipo de clima — LEMBRANDO QUE IMPLEMENTAMOS O MANEJO SEGUNDO AO QUE HERDAMOS DA EUROPA — muitas áreas estão suscetíveis de desertificação. Pelos estudos realizados pelos centros de pesquisa no pais demonstram que o Brasil tem 900.000 km2 com risco de desertificação localizado nos estados RS (processo de arenização), BA, PE PI, RN, AL e SE. Desse total, 181.000 km2 estão afetados gravemente. Vários problemas ambientais estão associados a produção agropecuária, destacamos aqui: ■ Desmatamento; ■ Queimadas; ■ Uso de agrotóxicos (contamina rios lagos e lençóis freáticos); ■ Erosão (perda de solo e assoreamento e perda de solo); ■ Erosão genética (redução da biodiversidade); ■ Compactação do solo (mecanização e pisoteio); ■ Uso de sementes transgênicas — redução da biodiversidade — Lei de Biossegurança. ■ Agentes sociais no campo A agricultura no país se desenvolveu com o uso da mão-de-obra (MDO) escrava que posteriormente foi substituída pela MDO do imigrante europeu. O café é a agricultura que marca a transição da MDO escrava e para a MDO do imigrante. Pós 1930 a agricultura perde espaço para o urbano e o campo (terra) passa a ser uma RESERVA DE VALOR. Assim que a exportação agrícola voltasse a ter importância o controle da terra retomaria a sua importância. O que se viu após a modernização foi a liberação da MDO. Com a retomada da produção agrícola na década de 60/70 cresce a utilização de MDO assalariada, geralmente com contratação temporária. São novos trabalhadores denominados bóias-frias (corumbas, turmeiros e clandestinos no NE, volantes e peões no Sul e SE). Até 1950 — 70% da PEA na agricultura e em 2000 — 23% da PEA contribuindo com 8% para o PIB G E O 01 - P R O D U Ç Ã O E T E R R IT Ó R IO 23 www.unipre.com.br Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais tu lo : G E O 0 1 - PR O D U Ç Ã O E T E R R IT Ó R IO 24 pré A organização da produção no campo, durante a fase de baixa da agricultura, era realizada pelo desenvolvimento da parceria, arrendamento, ocupação e do trabalho permanente (esse último de menor expressão) Leia o texto complementar : A Revolução Verde A expressão Revolução Verde foi criada em 1966, em uma conferência em Washington. Porém, o processo de modernização agrícola que desencadeou a Revolução Verde ocorreu no final da década de 1940. Esse programa surgiu com o propósito de aumentar a produção agrícola através do desenvolvimento de pesquisas em sementes, fertilização do solo e utilização de máquinas no campo que aumentassem a produtividade. solicitados para a mecanização das atividades agrícolas, tendo como única forma de pagamento da dívida a venda da propriedade para outros produtores. A Revolução Verde proporcionou tecnologias que atingem maior eficiência na produção agrícola, entretanto, vários problemas sociais não foram solucionados, como é o caso da fome mundial, além da expulsão do pequeno produtor de sua propriedade. Por Wagner de Cerqueira e Francisco Graduado em Geografia Equipe Brasil Escola A questão agrária e a expansão do agronegócio Isso se daria através do desenvolvimento de sementes adequadas para tipos específicos de solos e climas, adaptação do solo para o plantio e desenvolvimento de máquinas. As sementes modificadas e desenvolvidas nos laboratórios possuem alta resistência a diferentes tipos de pragas e doenças, seu plantio, aliado à utilização de agrotóxicos, fertilizantes, implementos agrícolas e máquinas, aumenta significativamente a produção agrícola. Esse programa foi financiado pelo grupo Rockefeller, sediado em Nova Iorque. Utilizando um discurso ideológico de aumentar a produção de alimentos para acabar com a fome no mundo, o grupo Rockefeller expandiu seu mercado consumidor, fortalecendo a corporação com vendas de verdadeiros pacotes de insumos agrícolas, principalmente para países em desenvolvimento como índia, Brasil e México. Utilização de máquina e insumos agrícolas De fato, houve um aumento considerável na produção de alimentos. No entanto, o problema da fome no mundo não foi solucionado, pois a produção dos alimentos nos países em desenvolvimento é destinada, principalmente, a países ricos industrializados, como Estados Unidos, Japão e Países da União Europeia. O processo de modernização no campo alterou a estrutura agrária. Pequenos produtores que não conseguiram se adaptar às novas técnicas de produção, não atingiram produtividade suficiente para se manter na atividade, consequentemente, muitos se endividaram devido a empréstimos bancários www.unipre.com.br Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais O acesso a terra no Brasil Período Colonial Era uma responsabilidade do Governo português a gestão do território de sua novíssima colônia. Como Portugal era uma nação de população reduzida era impossível estabelecer uma política de colonização de sua nova colônia que se somava ao seu rico império colonial, uma vez que Portugal já tinha possessões na África e expandia o comércio com o oriente. A solução encontrada pela Coroa foi criar o sistema de colonização privado mediante a doação de terras para nobres portugueses que ficavam responsáveis por empreender a colonização do Brasil. Foram criadas catorze capitanias hereditárias e doadas aos nobres, que receberam o título de Capitão Donatário e uma carta de doação de terras. Esse sistema durou 17 anos, o mesmo dava muita autonomia aos capitães donatários que passaram a ter amplo poder de decisão. O sistema das capitanias foi substituído pela administração direta da colônia pela Coroa que nomeou
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