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Aula 2Projeto de pesquisa 35Metodologia da pesquisa e do trabalho científico Objetivos – pretensões do pesquisador, descrição dos prováveis resultados, delimitando-os. Os objetivos dividem-se em gerais e específicos. No objetivo usam-se verbos no infinitivo. Exemplos (gerais): analisar, explicar, saber, entender, identificar, descrever, aprender, jul- gar, compreender, conhecer etc. Objetivos específicos – mostra aspectos e ações detalhadamente. Assim como o objetivo geral, usa verbos no infinitivo também. Exemplos (específicos): numerar, investigar, relacionar, traduzir, listar, exemplificar, distin- guir, aplicar, selecionar, classificar etc. Metodologia – é o método e técnica utilizados para acontecer a coleta de dados. Vão existir diversos tipos de pesquisas, entre elas: exploratória, descritiva, explicativa, bibliográfica, documental, experimental, levantamento, estudo de campo, estudo de caso, pesquisa-ação. Cronograma – delimita cada ação feita no projeto de pesquisa em termos de tempo. Pode ser em meses e de acordo com cada atividade realizada. Referências – são as fontes consultadas, parte teórica da pesquisa. Exemplo: ASTIVERA, Armando. Metodologia da pesquisa científica. 7. ed. Porto Alegre: Globo, 1983. Fontes ASTIVERA, Armando. Metodologia da pesquisa científica. Fonte: www.infoescola.com/educacao/projeto-de-pesquisa/. Atividade 1. Escreva um tema de pesquisa e em seguida escreva o problema para o qual essa pes- quisa pretende buscar respostas (procure escrever em forma de pergunta bem clara e objetiva) e também um parágrafo descrevendo a justificativa (a importância de se pesquisar sobre o assunto). 2. Acesse o site <http://metodologiadapesquisa.blogspot.com.br/2008/11/objetivos-ge- rais-e-especficos.html> e leia as orientações disponibilizadas pelo professor Gonçalves sobre elaboração de objetivos em pesquisas científicas. Na sequência, escreva o objetivo geral e dois objetivos específicos para a pesquisa proposta na atividade 1. Lembre--se: os objetivos devem ir de encontro ao tema e ao problema proposto. 3. Reflita sobre o tema que você sugeriu como pesquisa na atividade anterior. Descreva qual o tipo de pesquisa (Metodologia) você poderia adotar realizar sua pesquisa? Lembre-se de que a descrição da metodologia adota na pesquisa é que dará credibili- dade a sua pesquisa, portanto, procure escrever com detalhes e de forma clara. Referências BELLO, José Luis. Metodologia Científica. Disponível em: <www.pedagogiaemfoco.pro.br/met05.htm>. Acesso em: 18 mar. 2015. BELLO, José Luiz de Paiva. Manual para elaboração de Trabalhos de Conclusão de Curso, Monografias, Dissertações e Teses. São Paulo: Clube de Autores, 2012. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Altas. 1991.158 p. GONÇALVES, José Artur Teixeira. Objetivos Gerais e Específicos. Metodologia da Pesquisa. Disponível em: <http://metodologiadapesquisa.blogspot.com.br/2008/11/objetivos-gerais-e-especficos.html>. Acesso em: 18 mar. 2015. MARCONI, Marna de Andrade. LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. SOUZA, Roberta. Projeto de Pesquisa. Disponível em: <www.infoescola.com/educacao/projeto-de-pesquisa/>. Acesso em: 18 mar. 2015. Resolução 1. A resposta esperada é um texto único no qual o aluno deve descrever um tema específico dentro de um mais abrangente, apontando as pessoas envolvidas (população), uma delimi- tação no tempo e no espaço (quando e onde será realizada a pesquisa). 2. O texto produzido pelo aluno deve aprontar os objetivos que se pretendem alcançar com a realização da pesquisa. 3. Espera-se a descrição de um método de pesquisa científica (bibliográfico, estudo de caso, pesquisa participante, pesquisa-ação, por exemplo) apontando detalhes sobre como será realizada. Aula 3 TEÓRICA FUNDAMENTAÇÃO A fundamentação teórica é a etapa essencial para realização da pesquisa, pois descreve os principais conceitos sob a ótica de diferentes autores, mostrando a relação com o tema pesquisado. Neste capítulo estudaremos as formas de levantamento, análise e seleção das principais fontes de informações que constituirão a base teórica do texto. Na sequência, abordaremos o papel da fundamentação teórica e as características da redação 37Metodologia da pesquisa e do trabalho científico Aula 3 Fundamentação teórica 38 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico Parte 1 Levantamento e análise de documentos e de dados Análise de conteúdo A etapa seguinte à elaboração e aprovação do projeto de pesquisa é a fundamentação teórica. No projeto se faz um apontamento dos autores e seus pontos de vista sobre o tema pesquisado. Já na ela- boração do trabalho final, esse texto deve ser aprofundado e organizado de tal forma que possibilite o entendimento do assunto tratado até por pessoas que têm pouco conhecimento da área. De posse de todo material bibliográfico necessário para elaboração da fundamentação teórica, parte-se para análise do conteúdo com a finalidade de verificar se o texto pré-selecionado vem de encontro aos objetivos da pesquisa ou não, e para qual seção no texto será mais adequado. Os documentos podem ser classificados como fonte de dados primários ou secundários. Quando um documento é considerado como base para geração de análises, podemos classificá-lo como fonte de dado primária, como decretos oficiais, artigos, cartas e fotografias. E quando o documento é uma obra, na qual as informações já foram elaboradas, classificamos como fonte de dados secundária. Como exemplo podemos citar: livros, teses, monografias, apostilas etc. O processo de análise de documentos envolve: • Determinação dos locais em que a pesquisa documental será realizada, como bibliotecas, instituições e acervos. Os autores indicados na fase do projeto como referenciais teóricos podem não ser suficientes para embasar a pesquisa. Conforme a pesquisa vai avançando é comum fazer alguns ajustes no seu direcionamento, incluindo novos livros e documentos. • Preparação para obter cópias dos documentos, seja com a compra ou empréstimo de li- vros, xerox de fotografias etc. Fazer cópias dos documentos originais e trechos de livros pode ser bastante útil na redação do texto, pois permite que façamos anotações, relacionando com outros documentos. É importante que cada documento selecionado tenha sua referência completa (autor, título, edição, editora e ano), pois todos os documentos mencionados no referencial teórico deverão estar listados nas referências. • Organizar e separar os documentos obtidos, com os critérios da pesquisa realizada. A or- ganização do material traz maior agilidade na redação do texto. Quando o material é digital, podemos usar recursos dos editores (como anotações, grifos etc.) ou ainda usar softwares es- pecíficos que auxiliam na organização do texto. Quando o material é impresso, pode-se usar diversas formas de organização, sendo a mais comum a técnica de fichamento. Aula 3Fundamentação teórica 39Metodologia da pesquisa e do trabalho científico Pesquisando na internet A popularização e o desenvolvimento da internet trouxeram maior agilidade e facilidade em ob- ter informações sobre os mais variados temas. A internet pode melhorar ou prejudicar a realização de pesquisas. Ajudar no sentido de obter informação em poucos segundos nos diversos mecanismos de procura, inclusive verificar sua veracidade em diversas fontes. E pode prejudicar devido à facilidade do “copiar e colar”, ocasionando a elaboração de textos muito superficiais, desconexos e ainda, cada vez mais comum, favorecendo a prática do plágio acadêmico. Quando usada de forma adequada, a internet enriquece a pesquisa, pois por meio da rede de computadores podemos buscar informações atualizadas sobre o assunto de nossa pesquisa. Para tanto devemos fazer uma seleção criteriosa sobre a credibilidade da fonte e da informação que vamos usar em nossapesquisa. Onde buscar informações confiáveis na internet? Podemos buscar informações em diversos sites de trabalhos científicos (teses, dissertações, arti- gos etc.), como o Portal de Periódicos CAPES/MEC1, a Scientific Electronic Library Online – SCIELO2 e também o Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo – USP3. O Google Acadêmico4 também auxilia na busca de autores e trabalhos diversos. Além dele, há vá- rias universidades que possuem bibliotecas virtuais e disponibilizam livros, artigos, teses e dissertações. Como exemplo do que não deve ser utilizado – ou usado com muita cautela – são as informações que estão em sites de autores “desconhecidos”. Hoje qualquer pessoa pode construir um blog e escrever o que quiser, inclusive informações não verídicas, sensacionalistas e tendenciosas. Portanto, há que se ter muito cuidado com o uso de informações presentes em sites e blogs, pois nem sempre elas são confiáveis, podendo ser consideradas informações científicas não válidas. 1 <www.periodicos.capes.gov.br> 2 <www.scielo.br/?lng=pt> 3 <www.sibi.usp.br> 4 <https://scholar.google.com.br> Aula 3 Fundamentação teórica 40 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico Parte 2 Elaboração da fundamentação teórica A fundamentação teórica é a etapa em que o pesquisador busca embasar sua pesquisa por meio de conceitos e definições de autores que publicaram sobre o assunto. É uma fase que ocupa muito tempo, pois envolve seleção de livros e documentos, leitura, interpretação e análise do material de pesquisa. De acordo com Mello, [...] a fundamentação teórica apresentada deve servir de base para a análise e interpretação dos da- dos coletados na fase de elaboração do relatório final. Dessa forma, os dados apresentados devem ser interpretados à luz das teorias existentes (MELLO et al., 2006, p. 86). Ao redigir um texto devemos considerar que o leitor pode ter pouco conhecimento sobre o assunto de nossa pesquisa. Nesse sentido, a fundamentação teórica assume o papel de contextualizar ao leitor os conceitos principais, necessários para o entendimento da pesquisa. Outro papel – e o mais importante – é servir como base para comparar os resultados da pesquisa com o que foi proposto. Não há limite rígido de páginas para sua elaboração (esse limite pode ser estabelecido a critério de cada instituição), mas é necessário ter ao menos dois autores em cada conteúdo apresentado, possi- bilitando a comparação de seus diferentes pontos de vista, cuidando para respeitar o limite de páginas (quando houver) para a totalidade do trabalho. Podemos buscar nas referências de trabalhos atuais, quais autores foram utilizados para embasar a pesquisa. Se um determinado livro é mencionado em diversos trabalhos, provavelmente possui con- teúdo de grande relevância sobre o tema. Quando há dúvidas sobre a relevância de um livro ou documento e há pouco tempo disponível, a leitura do resumo e/ou da introdução e considerações finais fornece uma visão geral sobre a obra e auxilia na decisão entre estudá-lo ou descartá-lo. Leitura, interpretação e análise são fundamentais para a escrita de qualquer texto, em especial de textos científicos, em que cada afirmação elaborada pelo pesquisador deve ser pautada em estudos já realizados. Lembre-se de que toda informação apresentada deve estar relacionada ao autor pesquisado (citação) e listada nas referências do trabalho. Como provavelmente teremos um número grande de livros e documentos que poderão servir para embasamento de nossa pesquisa, será necessário adotar algum método para organizar e dar maior efi- ciência a esse processo. Aula 3Fundamentação teórica 41Metodologia da pesquisa e do trabalho científico Se já conhecemos os assuntos que deverão ser discutidos na fundamentação teórica, podemos elaborar um pré-sumário, que ajudará a identificar em qual seção o documento estudado poderá ser incluído. O pesquisador deve sempre anotar o texto (conteúdo literal ou paráfrase) e as referências de cada informação. Para essa tarefa, podemos utilizar a técnica de fichamento. Fichamento Fichamento é a organização mais detalhada das informações contidas nos documentos seleciona- dos. Podemos fazê-lo pela transcrição de trechos, com indicação do autor e página ou então a síntese de alguns capítulos. A citação das principais conclusões a que outros autores chegaram permite salientar a contri- buição da pesquisa realizada, demonstrar contradições ou reafirmar comportamentos e atitudes. Tanto a confirmação, em dada comunidade, de resultados obtidos em outra sociedade quanto a enumeração das discrepâncias são de grande importância (MARCONI e LAKATOS, 2003, p. 48). Por meio do fichamento temos acesso rápido e fácil às informações necessárias para elaboração do texto. Independente da forma, o importante é que as informações estejam bem organizadas e com acesso fácil para que os dados não se percam. Como o material bibliográfico usado numa pesquisa na maioria das vezes não pertence ao pesqui- sador, o fichamento permite: a. identificar as obras; b. conhecer seu conteúdo; c. fazer citações; d. analisar o material; e. elaborar críticas. Há diversas formas de se fazer o fichamento e depende basicamente da capacidade de organização de cada pessoa. Tradicionalmente, o documento pode ser elaborado com pequenas folhas pautadas. Também podemos usar um caderno ou ainda o computador, com uso de um editor de textos ou de soft- wares específicos para essa finalidade. A seguir são listados alguns exemplos de fichamento, que podem ser feitos no papel ou no computador: Aula 3 Fundamentação teórica 42 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico Quadro 1: Ficha bibliográfica Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ocupações Marginais na Área Rural Setor de Mineração 5.3 MARCONI, Marina de Andrade. Garimpos e garimpeiros em Patrocínio Paulista. São Paulo: Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas, 1978, 152 p. Insere-se no campo da Antropologia Cultural. Utiliza documentação indireta de fontes secundárias e diretas, colhidos os dados através de formulário. Emprega o método de abordagem indutivo e o de procedimento monográfico e estatístico. A modalidade é específica, intensiva, descritiva e analítica. Apresenta a caracterização física do Planalto Nordeste Paulista. Analisa a organização econômica do planalto, descrevendo o aspecto legal do sistema de trabalho e das formas de contrato, assim como a atividade exercida e as ferramentas empregadas em cada fase do trabalho. Registra os tipos de equipamen- tos das habitações e examina o nível de vida das famílias. Descreve o tipo de família, sua composição, os laços de parentesco e compadrio e a educação dos filhos. Examina a escolaridade e a mobilidade profissional entre gerações. Apresenta as práticas religiosas com especial destaque das superstições, principal- mente as ligadas ao garimpo. Discrimina as formas de lazer, os hábitos alimentares, de higiene e de vestuário. Levando em consideração o uso de uma linguagem específica, inclui um Glossário. Conclui que o garimpeiro ainda conserva a cultura rurícola, embora em processo de aculturação. Exerce o nomadismo. É solidário. O traço de irresponsabilidade é mais atenuado do que se esperava. Apresenta quadros, gráficos, mapas e desenhos. Esclarece aspectos econômicos e socioculturais da atividade de mineração de dia- mantes na região rural de maior número de garimpeiros no Nordeste Paulista. • Indicado para estudantes de Ciências Sociais e para as disciplinas de Antropologia Cultural e Social. • Biblioteca Pública Municipal Mário de Andrade. Fonte: Marconi e Lakatos, 2003, p. 60. Aula 3Fundamentação teórica 43Metodologia da pesquisa e do trabalho científico Quadro 2: Ficha de citações Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ocupações Marginais na Área Rural Setor de Mineração 5.3 MARCONI, Marina de Andrade. Garimpos e garimpeiros em PatrocínioPaulista. São Paulo: Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas, 1978, 152 p. MARCONI, Marina de Andrade. Garimpos e garimpeiros em Patrocínio Paulista. São Paulo: Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas, 1978, 152 p. “Entre os diversos tipos humanos característicos existentes no Brasil, o garimpeiro apresenta-se, desde os tempos coloniais, como um elemento pioneiro, desbravador e, sob certa forma, como agente de integração nacional.” (p. 7) “Os trabalhos no garimpo são feitos, em geral, por homens, aparecendo a mulher muito raramente e apenas no serviço de lavação ou escolha de cascalho, por serem mais suaves do que o de desmonte.” (p. 26) “ ... indivíduos [os garimpeiros) que reunidos mais ou menos acidentalmente conti- nuam a viver e trabalhar juntos. Normalmente abrangem indivíduos de um só sexo ( ... ) e sua organização é mais ou menos influenciada pelos padrões que já existem em nossa cultura para agrupamentos dessa natureza”. (p. 47) (LlNTON, Ralph. O homem: uma introdução à antropologia. 5. ed. São Paulo: Martins, 1965, p. 111). “O garimpeiro (...) é ainda um homem rural em processo lento de urbanização, com métodos de vida pouco diferentes dos habitantes da cidade, deles não se distanciando notavelmente em nenhum aspecto: vestuário, alimentação, vida familiar.” (p. 48) “A característica fundamental no comportamento do garimpeiro (...) é a liberdade”. (p. 130) Fonte: Marconi e Lakatos, 2003, p. 61. Aula 3 Fundamentação teórica 44 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico Quadro 3: Ficha de resumo ou de conteúdo Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ocupações Marginais na Área Rural Setor de Mineração 5.3 MARCONI, Marina de Andrade. Garimpos e garimpeiros em Patrocínio Paulista. São Paulo: Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas, 1978, 152 p. Pesquisa de campo que se propõe a dar uma visão antropológica do garimpo em Patrocínio Paulista. Descreve um tipo humano característico, o garimpeiro, em uma abordagem econômica e sociocultural. Enfoca aspectos geográficos e históricos da região, desde a fundação do povoado até a constituição do município. Enfatiza as atividades econômicas da região em que se insere o garimpo, sua correlação principalmente com as atividades agríco- las, indicando que alguns garimpeiros do local executam o trabalho do garimpo em fins de semana ou no período de entressafra, sendo, portanto, em parte, trabalhado- res agrícolas, apesar da maioria residir na área urbana. Dá especial destaque à descrição das fases da atividade de garimpo, incluindo as ferra- mentas utilizadas. Apresenta a hierarquia de posições existentes e os tipos de contrato de trabalho, que diferem do rural e o respeito do garimpeiro à palavra empenhada. Aponta o sentimento de liberdade de garimpeiro e justifica seu nomadismo, como consequência de sua atividade. A análise econômica abrange ainda o nível de vida como sendo, de modo geral, superior ao do egresso do campo e a descrição das casas e seus equipamentos, indicando as diferenças entre ranchos da zona rural e casas da zona urbana. Sob o aspecto sociocultural demonstra a elevação do nível educacional e a mobili- dade profissional entre as gerações: dificilmente o pai do garimpeiro exerceu essa atividade e as aspirações para os filhos excluem o garimpo. Faz referência ao tipo de família mais comum – a nuclear –, aos laços de parentesco e ao papel rele- vante do compadrio. Considera adequados a alimentação e os hábitos de higiene, tanto dos garimpeiros quanto de suas famílias. No que respeita à saúde, comprova a predominância da consulta aos curandeiros e dos medicamentos caseiros. Faz um levantamento de crendices e superstições, com especial destaque ao que se refere à atividade de trabalho. Aponta a influência dos sonhos nas práticas diárias. Finaliza com um glossário que esclarece a linguagem especial dos garimpeiros. Fonte: Marconi e Lakatos, 2003, p. 62. Aula 3Fundamentação teórica 45Metodologia da pesquisa e do trabalho científico Parte 3 Encadeamento dos conceitos pesquisados A etapa da redação da fundamentação teórica inicia-se após a leitura e a organização das infor- mações coletadas. Todos os assuntos que serão discutidos no texto devem ser organizados de forma lógica, crescente, de modo que permita a compreensão, mesmo de pessoas que não estejam tão fami- liarizadas com o assunto. Geralmente o texto se inicia a partir de conceitos gerais, que permitirão a compreensão de forma mais ampla, até chegar aos tópicos específicos, o foco da pesquisa. Recomenda-se sempre iniciar cada seção com um parágrafo de abertura, contextualizando e/ou apresentando o que será abordado. A partir daí toda informação apresentada deve estar embasada na pesquisa feita na etapa anterior. Porém, se o texto for composto apenas por citações (em especial ci- tações diretas), sua leitura e interpretação serão prejudicados. Por isso, ao redigir um texto científico, é extremamente importante fazer a ligação entre os diversos parágrafos, entre suas considerações e as ideias dos outros autores pesquisados, utilizando algumas expressões-chave para dar mais coesão, como: A fim de… A menos que… A saber… Acerca de… Ainda que… Anteriormente… Antes de mais… Apesar de… À medida que… Assim… Afinal… Atendendo a que… Caso… Com a finalidade de… Com efeito… Com o objetivo de… Certamente… Como… Concluindo… Contudo… Da mesma forma… De fato…. De maneira que… De modo que… De tal forma que… Depois… Do mesmo modo… Em conclusão… Em consequência… Em primeiro lugar… Em relação a… Em resumo… Em seguida… Em segundo lugar… Embora… Este texto trata de… Graças a… Imediatamente… Isto é… Já que… Logo… Sobre… Mais tarde…
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