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AP3- Odontologia Legal
 
 Helbia Lorenço Silva - 4006243 
 Rio de Janeiro, RJ. 2021
INTRODUÇÃO 
Ao longo das últimas décadas, a Odontologia Legal determinou território dentre as especialidades odontológicas demonstrando, assim, sua importância em meio às necessidades da lei. 
Assim como a Pierre Fauchard , revolucionou a Odontologia progredindo ao ponto de se fazer independente da Medicina, a Odontologia Legal de Amoedo emergiu como arte até se tornar especialidade odontológica. 
Diversos registros históricos relatam a evolução desta especialidade e retratam sua transformação da experiência à consolidação científica. Como preconizada nos primeiros tempos no território nacional, a Odontologia Legal oferece uma alternativa à prática clínica, extrapolando os limites do consultório e seguindo em direção aos tribunais. O odontolegista, Cirurgião dentista especialista em perícias, aplica seus conhecimentos para a elucidação da verdade no ambiente administrativo, judiciário e legislativo. 
Atualmente, a Odontologia Legal desempenha papel fundamental nos exames cadavéricos e no vivo, sendo aceita mundialmente como uma ferramenta confiável para diversas modalidades periciais, como a identificação humana, a estimativa de idade e a valoração do dano corporal pós-traumático.
HISTÓRICO DA ODONTOLOGIA LEGAL
1. SURGIMENTO DA ODONTOLOGIA LEGAL 
Historicamente, a identificação humana por meio das características odontológicas, como aplicação técnica entre informações e relatos obtidos antes da morte (AM) com os achados odontológicos após a morte (PM), de forma empírica, é relatada desde os episódios em 1897, em Paris, onde irrompeu violento incêndio no Bazar de la Charité, esse local era frequentado pela alta sociedade francesa. Esse evento acabou levando morte de aproximadamente quase 200 pessoas. Todas as vítimas morreram carbonizadas foram identificadas com a colaboração do cirurgiões-dentistas da Cidada. Esse procedimento, possibilitou que 90% dos corpos carbonizados fossem identificado. É inegável que esse resultado, além de animador, fortaleceu bastante a credibilidade e confiabilidade dos métodos da Odontologia Legal como auxiliar na identificação. 
Em 1909, o Consulado da legação alemã em Santiago do Chile foi consumido por um voraz incêndio, de aspecto criminoso, que destruiu boa parte do prédio. Os bombeiros encotraram restos de um corpo que, após as primeiras tentativas de identificação, parecia pertencer a Willy Guillermo Becker, secretário do Consulado, que estava desaparecido. Foi solicitado o auxílio do cirurgião-dentista Germán Valenzuela de Basterrica, que, provou cientificamente que os restos mortais não eram do funcionário do Consulado, e sim do porteiro da Representação Diplomática, Ezequiel Tapia. 
Em 1912, o transatlântico Titanic naufragou, durante a sua viagem inaugural, após chocar-se contra um iceberg. Ao todo, dos 2.200 passageiros que transportava, 1.513 foram a óbito. Ao serem recolhidos diversos corpos, mesmo alguns recuperados algum tempo depois, começou o drama da identificação dos cadáveres, para as devidas implicações de direito. Muitos desses corpos foram reconhecidos por meio do exame das arcadas dentárias. 
Ao longo da década de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, navios brasileiros que transportavam soldados foram torpedeados, ao que se supõe, por quatro submarinos alemães. Mais uma vez, a identificação odontolegal, usando as arcadas dentárias dos cadáveres, foi um subsídio decisivo, de grande utilidade. 
Além disso, a Odontologia Legal auxilia constantemente muitos acidentes como o da Ilha de Sumatra em 26 de dezembro de 2004. No qual um terremoto, causou um grande tsunami, atingindo 6 províncias. Cerca de 5.395 pessoas morreram, sendo então criada a equipe tailandesa de identificação de vítimas de tsunami composta por especialistas de vários países, entre eles uma equipe de odontologia legal. Sete meses após o desastre, a equipe verificou 2.010 vítimas, faltando ainda a identificação de 1.800 cadáveres. Das vítimas identificadas, cerca de 61% foi por exames dentários, 19% pela datiloscopia, 1,3% pelo exame de DNA, 0,3% por evidênciais físicas e, cerca de 18% dos casos por mais de um tipo de evidência. (RAI apud NEGREIROS, 2007).
Dessa forma, podemos verificar a importância da odontologia legal como um meio de identificação. Auxiliando também em acidentes de grandes proporções. 
Acontecimentos dessa espécie, por sua extensão e repercussão internacional, firmaram de forma inquestionável a importância da Odontologia Legal no cenário científico moderno.
No Brasil, a Odontologia Legal, foi consolidada na década de 1930, tendo a sua inserção no Serviço de Identificação da Polícia Civil de São Paulo, por meio do Decreto nº 7.013/193515, cujo fundador foi Luiz Lustosa da Silva, cirurgião dentista brasileiro considerado o “pai” da Odontologia Legal no Brasil. 
O regulamentação da odontologia legal é estabelecida pela resolução CFO-63/2005 – Consolidaçao das normas para procedimentos nos Conselhos de Odontologia (no passado: Resolução CFO 185/93 de 26 de abril de 1993), sendo que na seção VIII, artigo 63, onde seu objetivo consiste na pesquisa de fenômenos psíquicos, físicos, químicos e biológicos que podem atingir ou ter atingido o homem, vivo, morto ou ossada, e mesmo fragmentos, vestígios, resultando lesões parciais, totais, reversíveis e irreversíveis. e artigo 64, é disposta a sua definição e as áreas de competência do especialista.
2. METODOS DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA EM ODONTOLOGIA LEGAL
A identificação dentária comparativo clássico emprega o uso de registros dentários post mortem e ante mortem para determinar semelhanças e excluir discrepâncias. Apesar da natureza da boa avaliação das identificações comparativas, perfis odontológicos post mortem tem sido um pouco negligenciados na literatura forense (Clark, 1992). Perfis odontológicos post mortem são empregados quando a tentativa identidade de um indivíduo não está disponível e, portanto, registros ante mortem não pode ser adquirido.
Pode-se descrever uma variedade de técnicas para obtenção da identificação positiva, dentre elas destacam-se:
- Imagens radiográficas: A técnica de identificação utilizando radiografias comuns baseia-se na comparação entre radiografias ante-mortem, arquivadas em consultórios ou em centros de estudos odontológicos, e as radiografias obtidas post-mortem. Essas radiografias fornecem um grande número de informações do indivíduo.
Assim, podem ser observadas características anatômicas, como tamanho e forma das coroas, anatomia pulpar, posição e forma da crista do osso alveolar, além das características únicas e individuais resultantes de tratamentos dentários.
Figura 1 – Utilização de radiografia para identificaçao humana 
- Antrpologia Forense Comparativa: O trabalho não começa pelo dente individualizado, mas sim de todo o crânio, deste para a mandíbula e maxila, daí para os segmentos e finalmente cada dente individualmente. 
Figura 2 – Avaliação de crânio e mandíbula 
- Rugoscopia : É o estudo baseado nas rugas palatinas (forma, tamanho e posição), levando em conta aspetos como comprimento, orientação e configuração, essas variam de forma significativa em indivíduos diferentes. Por serem imutáveis, em condições normais, por toda a vida, inclusive até certo período após a morte, as rugas palatinas são eficientes na identificação humana em cadáveres recentes. 
Figura 3 – Utilização das pregas palatinas para reconhecimento
- Queiloscopia: É o estudo das impressões labiais com base em características como espessura e disposição das comissuras dos lábios. O lábio possui marcas exclusivas de uma pessoa, permanentes e imutáveis, assim como a impressão digital, por isso a importância desse tipo de estudo.
Figura 4– Utilização das pregas labias para reconhecimento
- Imagens Fotográficas: Uma técnica que tem encontrado grande aceitação em todo o mundo é a aplicação de fotografias do sorriso para a identificação humana de desconhecidos que apresentem imagens que mostram características dentais específicas, por meio da análise comparativa. 
 
Figura 5 - Registro fotográfico ante mortem. Figura 6 - Registro fotográfico post mortem. 
6 – Identificação pelo DNA: DNA é classificado como um recurso confiável que dependendo do grau de degradação do corpo ainda pode ser recolhido e comparado. Quando as impressões digitais, exames de arcos dentários e exames antropométricos são inviáveis de serem realizados, utiliza-se a tipagem de DNA. A análise de DNA apresenta bons resultados, pois um fragmento de tecido pode ser potencialmente identificado. 
A polpa dental é um dos poucos materiais orgânicos disponíveis para análise do DNA, pelo fato de o esmalte dentário ser a substância mais dura do corpo humano, não é surpresa que os dentes e estruturas dentais frequentemente resistem a eventos post-mortem que provocam a destruição de outros tecidos. (WILLEMS apud NEGREIROS, 2010) 
RELATO DE CASO
Em março de 2010, na cidade do Recife, foi realizada a exumação de um cadáver, do sexo masculino, não identificado, que fora encontrado na cidade de Goiana-PE, no dia 19/03/2008 e que deu entrada na sede do Instituto de Medicina Legal Antonio Persivo Cunha, IMLAPC-PE, registrado sob no 1503/08, aos 04/06/2008. 
Tal solicitação se fez necessária, tendo em vista a existência de um inquérito policial, o qual apurava o desaparecimento de A.W.S.S., ocorrido em fevereiro de 2008. Foi enviada ao IMLAPC-PE na cidade do Recife a radiografia panorâmica de A.W.S.S., juntamente com o laudo radiográfico emitido pelo Cirurgião-Dentista Radiologista para confronto com os arcos dentários do cadáver exumado e conseqüente esclarecimento de sua identidade. 
O crânio apresentava fratura com perda de substancia óssea dos ossos parietal esquerdo, temporal esquerdo e borda esquerda do occipital, estando o maxilar superior desarticulado da face. Para facilitar a análise das características odontológicas presentes nos arcos dentários, optou-se por tratar o complexo maxilo-mandibular com hipoclorito de sódio. 
 
Após a realização da exumação do cadáver, e posterior condução ao IMLAPC, o esqueleto completo foi montado e as características presentes nos ossos foram anotadas. Os métodos de identificação médico e odonto- legais foram empregados, tendo a comparação dos dados anteriores e posteriores à morte sido estabelecida. 
Bibliografia
Campos MLR, Costa JF, Almeida SM, Delwig F, Furtado FMS, Lima LNC. Análise de lesões orofaciais registradas no instituto médico-legal de São Luís (MA), no período de 2011-2013. Rev.Bras Odontol. Leg RBOL. 2016; 3(2): 21- 31. Acesso em 20/05
NEGREIROS, E.F.F. A importância da odontologia legal na identificação em desastres em massa. João Pessoa: UFPB, 2010. Tese (Graduação em Odontologia). Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Paraíba-PB, João Pessoa. 
Oliveira RN et al. Contribuição da odontologia Legal para a Identificação “Post-mortem”. RBO – Rio de Janeiro. v.55, n. 2, p. 117-122, 1998.
Vanrell JP. Conceitos e Noções Históricas em Odontologia Legal. In: Vanrell JP et al. Odontologia Legal e Antropologia Forense. 1a. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A.; 2002

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