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GRA0472 ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE - UNIDADE 2

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04/05/2021 Ead.br
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ERGONOMIA E ERGONOMIA E ACESSIBILIDADEACESSIBILIDADE
Me. Thaís Kawamoto Amarães
I N I C I A R
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introdução
Introdução
Os dados antropométricos são essenciais para a criação de um projeto de
produto, de mobiliário ou até de um ambiente. Por meio desses parâmetros,
conseguimos criar um produto �nal, que seja adequado ergonomicamente ao
usuário. Porém, para a correta aplicação desses dados é necessária uma
análise cuidadosa. Por esse motivo, nesta unidade discutiremos a aplicação
dos dados antropométricos no projeto. Abordaremos, também, as
considerações indispensáveis para o dimensionamento em projeto,
dimensões ocultas, biomecânica e movimentos, que são informações
imprescindíveis para um projeto bem-sucedido.
Finalizaremos apresentando a aplicação direta dos conceitos teóricos,
explanando a antropometria em assentos e a ergonomia em salas de estar.
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A antropometria é um campo de estudo que não atua de modo isolado. Com
o objetivo de criarmos espaços e produtos baseados nas condições dos seres
humanos, trabalharemos os dados antropométricos aplicados ao projeto. As
dimensões corpóreas são dados de extrema relevância, quando tratamos do
projeto de ambientes e de mobiliário. Mas como aplicaremos tais
informações durante o processo de projeto? É essa a questão que
buscaremos responder!
Dados Antropométricos Estáticos e
Dinâmicos
Os dados antropométricos dividem-se em três principais categorias: estáticos,
dinâmicos e funcionais. Em nossos estudos, destacaremos a análise apenas
dos dois primeiros: estáticos e dinâmicos. Não nos aprofundaremos na
discussão dos dados antropométricos funcionais, uma vez que consideram
medidas que impactam a execução de tarefas. Os dados funcionais, portanto,
analisam atividades com movimentos de mais de uma parte do corpo
Aplicação de DadosAplicação de Dados
Antropométricos nos ProjetosAntropométricos nos Projetos
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Highlight
MarcosD
Highlight
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humano, de forma síncrona. Os dados antropométricos funcionais são
utilizados para projetar máquinas e equipamentos, e por esse motivo, neste
momento, não serão relevantes para nossos estudos.
Segundo Iida e Buarque (2016), os dados antropométricos estáticos são
aqueles aferidos com o indivíduo em repouso, ou seja, parado. A prática de
identi�car dimensões básicas do corpo humano é bastante antiga, mas foi
apenas por volta da década de 1950 que essas informações alcançaram maior
signi�cado econômico. Por meio da criação de tabelas com dados
antropométricos foi possível, para as indústrias, otimizar a criação de
produtos. Com base nas dimensões do “homem médio”, os produtos
passaram a atender a maior número de pessoas.
E para qual �nalidade utilizamos os dados antropométricos estáticos? Essas
informações nos ajudarão a projetar objetos nos quais o usuário terá pouco
ou nenhum movimento, como uma mesa, uma cadeira, en�m, um mobiliário,
de modo geral. É importante ressaltarmos que os dados antropométricos
estáticos não signi�cam a não existência de movimentação do usuário, mas,
sim, que a mobilidade requerida na tarefa não é impactada pelo objeto. Por
exemplo, durante a atividade de realizar uma refeição, estaremos
movimentando os braços e a cabeça. No entanto, essa movimentação não é
in�uenciada pela cadeira na qual estamos sentados. Por isso utilizamos dados
antropométricos estáticos para o projeto desse objeto.
Já a antropometria dinâmica atua na situação oposta. Nela, são consideradas
medidas de alcance do corpo em movimento (IIDA; BUARQUE, 2016). Isso
signi�ca que partes do corpo são medidas em movimento, enquanto o
restante �ca em repouso. As informações obtidas nos auxiliam no projeto de
postos de trabalho e mobiliários nos quais o usuário deslocará parte do seu
corpo, como braços ou pernas.
Imagine o seguinte exemplo: para projetarmos o armário suspenso de uma
cozinha, qual tipo de dados antropométricos utilizaremos? Para essa situação,
empregaremos tanto dados estáticos quanto dinâmicos, dentro de sua
�nalidade, respectivamente. Para de�nir, por exemplo, a altura inicial do
armário, precisamos analisar dados estáticos. Dessa forma, asseguramos que
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o usuário não baterá a cabeça nesse móvel suspenso. Ao mesmo tempo,
empregamos dados dinâmicos, considerando a altura máxima de alcance da
pessoa com o braço estendido, para saber até que ponto alcançará os objetos
guardados nesse armário.
A aplicação de dados antropométricos em projetos vai muito além da simples
leitura de tabelas: envolve também a interpretação, pelo projetista!
Percentil
Sabemos que cada indivíduo é único e traz características particulares.
Mesmo entre pessoas de uma mesma família, é possível percebermos que
existem diversas variações no que diz respeito às dimensões corpóreas. Um
irmão é mais alto, outro é mais baixo, o pai é mais magro, e assim por diante.
Falamos sobre o “homem médio”, que ajuda a indústria a padronizar seus
produtos, porém, é importante estarmos cientes de que o conceito de pessoa
média não é uma regra. Como não conseguimos projetar espaços que
atendam a todas as pessoas, buscamos satisfazer às necessidades da maioria,
para isso, empregamos os percentis.
O percentil é um determinado ponto percentual na distribuição de uma
amostra, e representa os extremos superior e inferior a ela. Ou seja,
trabalhamos com uma faixa de projeto descontando os percentis (KROEMER;
GRANDJEAN, 2005). Por convenção, utilizamos o percentil 90%, o que signi�ca
que 10% da amostra não é contemplada; são excluídos os 5% menores e os
5% maiores da população. Porém, ressaltamos que cada dado
antropométrico pode empregar percentis especí�cos, conforme o grau de
variação dessa dimensão e a �nalidade na qual a informação será aplicada.
A seguir, apresentamos um resumo de análise metrológica, adaptado de
Panero e Zelnik (2002):
MarcosD
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Dado
antropométrico
Aplicação
Seleção do
percentil
Estatura
Estabelecer alturas mínimas
de vãos, como portas.
O mais
próximo de
100%.
Altura do cotovelo
Estabelecer altura de
bancadas para trabalho em
pé.
90%
Largura do ombro
Estabelecer espaço para
cadeiras.
95%
Largura do quadril
Estabelecer dimensão interna
de cadeiras.
95%
Espaço livre para
as coxas
Estabelecer altura de
superfícies de trabalho em
que o usuário se encontra
sentado.
95%
Comprimento
nádega-joelho
Estabelecer dimensão livre
entre �leiras de cadeiras em
auditórios.
95%
Alcance vertical
sentado
Estabelecer o posicionamento
de controles acima da cabeça.
5% (atende
tanto ao
usuário mais
baixo quanto
ao mais alto)
Alcance lateral do
braço
Estabelecer o posicionamento
de mecanismos de controle.
5% (atende
tanto ao
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Tabela 2.1 - Análise metrológicaFonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002).
Segundo Panero e Zelnik (2002), enquanto projetistas precisamos estar
atentos a alguns aspectos relacionados aos percentis. O primeiro deles é o
fato de um percentil antropométrico referir-se a apenas uma dimensão
corporal. Não existe uma pessoa percentil 70, por exemplo. Um indivíduo
pode, sim, ter estatura no percentil 70, mas isso não signi�ca que todas suas
outras dimensões corpóreas estarão nessa faixa.
Outro ponto a destacarmos é o mito do homem médio. Um erro que
devemos evitar ao concebermos um projeto é imaginar que, ao aplicarmos o
percentil 50, estaremos acomodando o homem mediano (PANERO; ZELNIK,
2002). Como mencionamos, um indivíduo pode apresentar estatura em um
percentil, e outras dimensões, em outros percentis. Referirmos a homem
médio é uma falácia: ao acomodarmos as dimensões de um projeto aos
dados do percentil 50, corremos o risco de criar um ambiente ou produto
inadequado para 50% da população.
Tabelas Antropométricas
As tabelas antropométricas são produtos de pesquisas que levantaram dados
antropométricos estáticos e dinâmicos de uma população. É importante
ressaltarmos que muitas dessas tabelas não foram compiladas tendo, como
�nalidade, o projeto de objetos ou ambientes, embora atualmente seu uso
mais signi�cativo esteja voltado ao design e à arquitetura (PANERO; ZELNIK,
2002). Por esse motivo, precisamos buscar, de modo crítico, diversas fontes
para a construção de nossos projetos.
usuário mais
baixo quanto
ao mais alto)
Largura corporal
máxima
Planejamento de espaços de
uso público.
95%
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Segundo Panero e Zelnik (2002), uma das tabelas antropométricas mais
abrangentes foi elaborada por Dr. Howard Stoudt, Dr. Abert Damon e Dr. Ross
McFarland, em 1962. São, no total, 12 diferentes medidas corporais
sistematizadas em categorias de idade e por percentis.
A seguir, apresentamos um resumo dessa tabela antropométrica, adaptado
de Panero e Zelnik (2002):
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Dado
antropométrico
(Adulto entre
35 e 44 anos)
Percentil 5 Percentil 95
Homens Mulheres Homens Mulheres
Peso (kg) 60,8 49,4 99,3 92,5
Estatura (cm) 163,1 151,4 184,2 170,7
Altura, sentado
ereto (cm)
85,6 80,0 96,5 90,9
Altura, sentado
normalmente
(cm)
81,3 76,7 93,2 88,6
Largura cotovelo
a cotovelo (cm)
35,8 31,8 50,8 49,0
Largura do
quadril (cm)
31,5 31,5 40,4 43,9
Altura de
descanso do
cotovelo (cm)
19,8 19,1 30,0 28,7
Espaço livre para
coxas (cm)
11,2 10,7 17,8 17,8
Altura do joelho
(cm)
49,3 45,7 59,4 54,6
Altura do sulco
poplíteo (cm)
39,6 35,6 48,5 44,5
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Tabela 2.2 – Tabela antropométrica 
Fonte: Adaptado de Panero e Zelnik (2002).
A seguir, as de�nições de alguns desses dados antropométricos
(considerando o indivíduo na posição sentada):
altura sulco poplíteo: distância vertical do chão até o lado inferior
da parte da coxa, logo atrás do joelho;
comprimento nádega sulco poplíteo: distância horizontal da parte
de trás da nádega até a parte de trás da parte inferior da perna;
comprimento nádega joelho: distância horizontal entre a parte
posterior das nádegas até a parte da frente das rótulas;
Essas e outras tabelas podem ser facilmente encontradas em bibliogra�as,
como em Panero e Zelnik (2002), Neufert (2013) ou até em sites disponíveis na
internet. Com a grande disseminação de informações em nossos dias, o
trabalho mais complexo não é localizar tais tabelas, mas, sim, ler, interpretar e
aplicar os dados nelas contidos.
Comprimento
nádega-sulco
poplíteo (cm)
44,2 43,4 55,4 53,6
Comprimento
nádega-
joelho(cm)
54,1 52,1 63,8 62,7
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Para o correto emprego dos dados antropométricos, precisamos,
primeiramente, compreender a natureza das medidas que analisaremos. Por
exemplo, para a leitura correta da tabela anteriormente apresentada,
precisamos saber o que é altura de descanso do cotovelo, o que é espaço livre
para coxas, e assim sucessivamente.
Outra análise necessária além da de�nição dos termos, é a compreensão de
onde tais dados serão aplicados. Não podemos, arbitrariamente, selecionar
um dado antropométrico para a criação de um projeto. É necessária uma
análise de quais dados serão úteis e relevantes ao objeto ou ambiente
projetado.
Por �m, é importante, ainda, termos conhecimento de qual é o público-alvo
do projeto. Estamos criando um espaço para crianças ou para adultos? O
grupo de usuários é formado, em sua maioria, por homens ou mulheres? Ter
a resposta para essas perguntas ajuda a “�ltrar” a análise de quais dados
utilizaremos.
saiba mais
Saiba mais
Ernest Neufert foi um arquiteto alemão, nascido em 1900. Apesar desse
distanciamento temporal, sua obra Arte de projetar em arquitetura, de 1936, é um
dos importantes guias para dimensionamento de ambientes. Atualmente, esse
livro está na sua 18ª edição, e o conteúdo é constantemente revisado e
atualizado, de forma a atender às demandas de projetos atuais.
ACESSAR
https://www.archdaily.com.br/br/776750/arte-de-projetar-em-arquitetura-enrst-neufert
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atividade
Atividade
Os dados antropométricos são essenciais para o correto projeto de mobiliário. Por
meio desses parâmetros, é possível assegurar o conforto e ergonomia ao usuário.
Assim, com base no que foi abordado até o momento, assinale a alternativa que
apresente os dados antropométricos relevantes para o projeto de uma cadeira de
jantar.
a) Altura, sentado normalmente; largura do quadril.
b) Peso; largura cotovelo a cotovelo.
c) Largura cotovelo a cotovelo; altura de descanso do cotovelo.
d) Largura do quadril; altura de descanso do cotovelo.
e) Estatura, largura cotovelo a cotovelo.
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Os dados antropométricos que apresentamos anteriormente são o nosso
ponto de partida para o estudo e análise de dimensões que estão envolvidas
no processo de projeto, seja de um produto, de um móvel ou de um
ambiente. Por meio desses primeiros parâmetros, conseguimos determinar
condições básicas para o projeto.
Dando continuidade ao nosso estudo, abordaremos, agora, novos conceitos
que também estão diretamente ligados ao dimensionamento em projetos. As
dimensões ocultas, a biomecânica e os movimentos são tópicos que merecem
a nossa análise cuidadosa. Embora não sejam tão explícitos como os dados
antropométricos de que tratamos até o momento, tais aspectos serão tão
relevantes quanto esses para a determinação de um espaço.
Dimensões Ocultas
Talvez em um primeiro momento o termo “dimensões ocultas” pareça um
pouco estranho ou até sem sentido, não é mesmo? Como aplicaremos uma
dimensão no projeto se ela está oculta, ou seja, não é visível?
Dimensões Ocultas, BiomecânicaDimensões Ocultas, Biomecânica
e Movimentose Movimentos
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Segundo Panero e Zelnik (2002), quando projetamos um ambiente
precisamos nos lembrar das dimensões que não vemos. Mas o que seriam?
Imagine, por exemplo, uma sala de estar. Para projetarmos o interior desse
local, consideraremos medidas como o tamanho total do ambiente,
localização e largura de portas, e tamanho dos móveis que serão utilizados.
Porém, além dessas dimensões “visíveis”, temostambém as dimensões
ocultas no local.
Quando criamos espaços para acomodar seres humanos e suas atividades, é
necessário considerarmos a dimensão para acomodar o corpo ao ambiente.
Em nosso exemplo, na sala de estar, não podemos presumir que os usuários
se acomodarão lado a lado, com ombros encostados, e, ainda assim,
manterem-se confortáveis.
Dimensionar ambientes para guardar objetos, como caixas, é totalmente
diferente de dimensionar ambientes para relações humanas. Quando
projetamos locais para o homem, consideramos que existem “zonas de
distância”, que não terão �nalidade utilitária, mas, sim, contribuirão para o
sentimento espacial do indivíduo (PANERO; ZELNIK, 2002).
As zonas de distância são áreas livres, classi�cadas conforme o tipo de relação
estabelecida entre os usuários. Provavelmente, você se sente mais à vontade
para �car próximo a um familiar do que de um completo estranho na rua, por
exemplo.
A natureza da atividade ou da interação social estabelecida re�etirá em qual
dos quatro grupos de zona de distância se encaixa em cada situação. É
importante destacar que, além do tipo de atividade, fatores individuais e
culturais também in�uenciam o valor dessa distância.
Cada um dos quatro grupos de zona de distância é dividido em fase próxima
e fase distante: a primeira consiste no valor mínimo de distância entre os
indivíduos para que a proximidade excessiva não seja desconfortável, já a
segunda corresponde ao valor máximo entre as pessoas, para que ainda
assim seja estabelecida uma relação entre elas.
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A seguir, um resumo de zonas de distância, adaptado de Panero e Zelnik
(2002): 
Tabela 2.3 - Zona de distância 
Fonte: Adaptado de Panero e Zelnik (2002).
Biomecânica e Movimentos
Quando escutamos o termo “mecânica”, logo o associamos à indústria, a
carros, ao comportamento de sistemas e forças relacionadas a máquinas. Ao
tratarmos da biomecânica, estaremos trabalhando uma área da biologia que
analisa as leis da mecânica do sistema locomotor do corpo humano.
Segundo Iida e Buarque (2006), o corpo humano pode ser comparado a uma
máquina. Por meio de sistemas de alavancas conseguimos realizar diversas
operações e movimentos e, ainda em repouso, o nosso organismo continua
trabalhando, porém, com menor consumo energético. Assim como uma
máquina, o nosso corpo demanda equilíbrio de todos os componentes para
que trabalhe em harmonia.
Na biomecânica, os trabalhos se dividem em estático e dinâmico. Como o
próprio nome indica, o trabalho estático consiste nas atividades em que não
Natureza da
interação
Fase próxima (cm) Fase distante (cm)
Íntimo 0 15,2 – 45,7
Pessoal 45,7 – 76,2 76,2 – 121,9
Social 121,9 – 213,4 213,4 – 365,7
Público 365,7 762
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há movimento. No entanto, essa ausência de deslocamento não implica falta
de trabalho. O trabalho estático exige a contração contínua de determinados
músculos, para que aquela região especí�ca �que na posição desejada.
Quando erguemos o braço e o mantemos nessa posição, por exemplo,
estamos realizando um trabalho estático.
O trabalho dinâmico, por sua vez, acontece quando movimentamos o nosso
corpo, ou, ao menos, parte dele. Nesse caso, há contrações e relaxamentos
alternados dos músculos envolvidos na realização da tarefa (IIDA; BUARQUE,
2006).
A realização desses movimentos corporais só é possível graças aos músculos
esqueléticos, que estão ligados aos ossos e formam o sistema de alavancas. O
nosso corpo é semelhante a uma estrutura articulada: segmentos, como
braços, pernas, dedos, por exemplo, realizam movimentos em torno de uma
articulação (IIDA; BUARQUE, 2006).
Segundo Iida e Buarque (2006), para que os movimentos corporais sejam
realizados é necessária a combinação de contrações musculares com
diferentes características de força. Conforme os autores, diversas variáveis
estão envolvidas na caracterização de cada movimento muscular. A seguir,
listamos os principais aspectos envolvidos: 
1. Força: variam conforme a natureza do movimento e a quantidade de
�bras musculares contraídas para a operação;
2. Velocidade: de modo geral, a velocidade é inversamente
proporcional à força do movimento. Os segmentos menores do
corpo são capazes de proporcionar movimentos mais rápidos;
3. Precisão: as pontas dos dedos são responsáveis pelos movimentos
de maior precisão. Quando aumentamos a força no movimento,
prejudicamos a sua velocidade e precisão;
4. Ritmo: movimentos constantes, harmônicos e rítmicos consomem
menos energia do que movimentos bruscos;
5. Movimentos retos: o sistema de alavancas de nosso organismo
tende a realizar movimentos curvos. Quando executamos
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movimentos retos, a precisão é menor;
6. Terminações: movimentos que demandam acompanhamento visual,
por exemplo, introduzir um parafuso em seu furo, são mais
complexos e demorados do que os movimentos que não exigem tal
precisão.
Segundo Panero e Zelnik (2002), o projeto de espaços deve prever, além dos
dados antropométricos e as dimensões ocultas, a locomoção humana. Nesse
contexto, são analisados os movimentos corporais realizados e o modo como
a dinâmica do espaço afeta a interface das pessoas com o ambiente.
Como mencionamos anteriormente, mesmo quando não há um
deslocamento evidente, o corpo humano nunca está em repouso absoluto.
Apesar disso, a maior parte dos dados antropométricos registrados em
tabelas compreende dimensões aferidas baseadas em medidas estáticas
(PANERO; ZELNIK, 2002). Tais parâmetros podem ser relacionados às posições
do corpo ao início e ao �nal de uma operação, mas desconsideram o �uxo
dos movimentos.
Por exemplo, quando projetamos um armário e analisamos os dados em
tabelas antropométricas referentes ao alcance de uma pessoa com o braço
abaixado e com o braço erguido, estamos considerando dois momentos: o
ponto inicial da ação e o �nal, quando o braço está estendido. No entanto,
essas especi�cações não consideram o �uxo do movimento do braço.
Por esse motivo, a aplicação dos dados antropométricos ao projeto deve
agregar a natureza estática dos dados obtidos em tabelas com a realidade
dinâmica das tarefas executadas pelo corpo humano. O projetista não pode
interpretar as tabelas de dados de uma forma literal. Diversos aspectos
adicionais devem ser evidenciados para que as dimensões aplicadas sejam
compatíveis ergonomicamente com as características do usuário.
Nesse cenário, um dos aspectos imprescindíveis é o nível de articulação
motora do corpo humano. Como mencionamos, o nosso corpo realiza
movimentos por meio das articulações, que apresentam grau de abertura ou
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rotação. Podemos, por exemplo, girar nossa cabeça para a direita ou para
esquerda, da mesma forma que conseguimos movê-la para cima e para baixo.
Para projetar um posto de trabalho, por exemplo, devemos avaliar esse grau
de rotação, pois toda essa movimentação nos permite ampliar a área de
visibilidade e, consequentemente, in�uencia a nossa relação com o entorno
imediato.
O sistema corporal é composto por articulações móveis, que são dividas em
três categorias:
articulação em dobradiça: apresenta um único plano de liberdade
de movimento em uma direção, como cotovelos e joelhos;
articulação em pivô: apresenta movimento em dois planos com
base na posição inicial, como os pulsos e tornozelos;
articulação esferoidal: apresenta movimentos tridimensionais ou
rotações, como o ombro e o quadril.
Ao projetarmos, devemos considerar, então, esse sistema de articulações que
in�uencia a amplitude do movimento.Fatores como sexo, peso e idade do
indivíduo também re�etirão a sua capacidade motora e os movimentos
realizados. 
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atividade
Atividade
A biomecânica é o campo de estudo que contempla a mecânica dos movimentos do
corpo humano. Segundo essa área do conhecimento, o trabalho do corpo pode ser
dividido em estático e dinâmico. Considerando as informações, assinale a
alternativa que relacione, corretamente, essas duas formas de trabalho.
a) No trabalho estático, os músculos são contraídos de forma contínua; no
trabalho dinâmico, alternam entre contração e relaxamento.
b) O trabalho estático é caracterizado por não consumir energia; o trabalho
dinâmico consome energia.
c) O trabalho estático é aquele que gera movimento; o trabalho dinâmico não
proporciona movimentação.
d) No trabalho estático, as articulações em dobradiça são utilizadas; no
trabalho dinâmico, as articulações esferoidais são empregadas.
e) O trabalho estático é aquele em que apenas os membros superiores são
utilizados; no trabalho dinâmico, os membros inferiores são movimentados.
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Os dados antropométricos são empregados tanto no projeto de ambientes
quanto em postos de trabalhos e mobiliários. A criação de espaços e objetos
ergonômicos é uma preocupação que deve ser sempre considerada, seja na
caracterização de um projeto complexo ou na de uma estrutura simples.
Inserido nesse contexto, analisaremos a antropometria aplicada ao projeto de
assentos. O uso das superfícies de assentos, como cadeiras, não é uma
prática recente. Desde 2.050 a.C. o banquinho era um mobiliário utilizado
pelas civilizações egípcias (PANERO; ZELNIK, 2002).
O projeto de assentos, como cadeiras, sempre con�gurou um grande desa�o
aos designers. Embora, em um primeiro olhar, o ato de sentar-se pareça uma
tarefa estática, con�gura-se uma atividade dinâmica, que demandará, do
projetista, o uso de diversos dados antropométricos, que devem ser
cuidadosamente analisados.
Dinâmica do Sentar-se
Antropometria dos AssentosAntropometria dos Assentos
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O ato de sentar-se pode parecer muito natural e intuitivo para nós, seres
humanos. Antes mesmo de aprendermos como andar ou falar, ainda bebês
desenvolvemos a capacidade de apoiar o nosso tronco sobre as nádegas.
Talvez por essa tarefa parecer tão simples, analisar a dinâmica do sentar-se
pode soar um pouco estranho para você, caro estudante.
Uma atividade que, em um primeiro momento, não é nada complexa, poderia
oferecer algum tipo de análise? Antes de iniciarmos o projeto de um assento,
como um sofá, uma poltrona ou uma cadeira, precisamos compreender a
biomecânica envolvida no ato de sentar-se. Para isso, exploraremos a
mecânica do sistema de apoio e a estrutura óssea envolvida nesse processo.
Segundo Panero e Zelnik (2002), quando sentado, o indivíduo tem seu eixo de
apoio con�gurado como uma linha, que vai desde o topo da cabeça até a
superfície do assento. Dessa forma, quando estamos sentados, cerca de 75%
de nosso peso total está apoiado sobre uma área de, aproximadamente, 26
cm², que corresponde aos ísquios, os ossos localizados na parte inferior do
quadril.
Essa carga, relativamente pesada, quando distribuída em uma área pequena,
gera uma compressão na parte inferior das nádegas. Por esse motivo, quando
�camos sentados por um longo período sentimos desconforto e nos
“remexemos” no assento, em busca de uma nova posição.
Outra importante análise que devemos fazer é com relação aos pontos de
apoio, no ato de sentar. Os ísquios não são su�cientes para oferecer apoio
adequado e estável a toda a estrutura do corpo. Por esse motivo, apoios para
costas, cabeças, braços e pés devem ser previstos, a �m de complementar as
condições de equilíbrio ao corpo sentado (PANERO; ZELNIK, 2002).
Dimensões Antropométricas
Consideradas em Projeto
Uma vez compreendida a dinâmica do sentar, prosseguimos nosso estudo,
veri�cando quais as dimensões antropométricas serão relevantes para o
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projeto de um assento. É importante lembrarmos que, além da análise dos
dados provenientes de tabelas antropométricas, precisamos compreender as
exigências biodinâmicas envolvidas.
Para o projeto de assentos, de modo geral, são empregadas dimensões
básicas, que orientarão a altura e profundidade do assento, o encosto e o
apoio para braços. Vamos, então, analisar cada um desses componentes!
O assento é uma das peças básicas de cadeiras, sofás, poltronas, en�m, é o
que se con�gura como superfície sobre a qual o usuário se sentará. A altura
do assento é a distância entre o topo de sua superfície até o piso. Esse valor
não pode ser muito alto nem muito baixo. Quando um assento é muito
elevado, o usuário não consegue tocar os pés no chão, o que gera
instabilidade no corpo. Já na situação contrária, quando o assento é muito
baixo, as pernas do usuário �cam estendidas à frente, diminuindo também a
estabilidade. Para a determinação da altura ideal do assento, recomenda-se
considerar, como referência, a altura poplítea, ou seja, a distância vertical
entre o chão e a parte inferior da coxa atrás do joelho (PANERO; ZELNIK,
2002).
Com relação à profundidade do assento, também devemos ter o cuidado de
não errarmos tanto pelo excesso quanto pela falta. Um assento muito grande
pressionará a área atrás dos joelhos, enquanto um assento muito pequeno
não acomoda adequadamente a parte inferior da coxa, e causa a sensação de
que se está “caindo” da cadeira. A dimensão nádega-sulco poplíteo, que é a
distância horizontal da parte posterior da nádega até a parte posterior da
perna, é a medida utilizada para determinar a profundidade de um assento
(PANERO; ZELNIK, 2002).
O encosto não é um componente obrigatório em um objeto que a função de
permitir assentar. As banquetas, por exemplo, normalmente não apresentam
encosto. Porém, como a�rmamos anteriormente, suportes para costas e
braços são bem-vindos no projeto de assentos, pois oferecem maior
estabilidade ao usuário.
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Esse componente é, provavelmente, um dos mais complexos de ser
dimensionado, pois não contamos com dados su�cientes no que diz respeito
à curvatura da coluna e à região lombar. Outra particularidade do
dimensionamento de tal elemento é que ele varia conforme o tipo de
atividade. Uma cadeira de escritório, por exemplo, tem encosto com
dimensões diferentes de uma cadeira de jantar: a função principal do é
oferecer apoio para a região lombar e costas do usuário. O tipo de atividade e
o tempo de uso determinam a con�guração necessária para o encosto.
Os apoios para braços são elementos laterais ao assento e atuam tanto como
suporte para o braço em repouso quanto apoio para que o usuário levante-se
ou sente-se. Para o projeto desse componente, devemos analisar diversos
fatores, que in�uenciarão seu dimensionamento e posicionamento. A altura
dos apoios para braço pode ser determinada por meio da altura de descanso
dos cotovelos, porém, é necessário avaliar o percentil a ser selecionado.
Se analisarmos dois indivíduos com mesma altura de descanso dos cotovelos,
porém um magro e outro gordo, notaremos que a largura corporal in�uencia
na altura do apoio para braço. O usuário com o corpo mais estreito precisa de
descansos mais altos do que o que tem o corpo mais largo. Segundo Panero e
Zelnik (2002), a maior parte da literatura aponta que a altura de apoio para
braço mais recomendadaé entre 17,8 cm e 25, 4 cm.
A seguir, um resumo dos dados antropométricos para o projeto de assentos,
adaptado de Panero e Zelnik (2002): 
MarcosD
Highlight
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Tabela 2.4 – Dados antropométricos para projeto de assento 
Fonte: Adaptado de Panero e Zelnik (2002).
Dado
antropométrico
Percentil 5 Percentil 95
Homens Mulheres Homens Mulheres
Altura poplítea
(cm)
39,4 35,6 49,0 44,5
Comprimento
nádega-sulco
poplítea (cm)
43,9 43,2 54,9 53,3
Altura de
descanso dos
cotovelos (cm)
18,8 18,0 29,5 27,9
Altura dos
ombros (cm)
53,3 45,7 63,5 63,5
Altura, sentado
normalmente
(cm)
80,3 75,2 93,0 88,1
Largura cotovelo
a cotovelo (cm)
34,8 31,2 50,5 49,0
Largura do
quadril (cm)
31,0 31,2 40,4 43,4
Largura do
ombro (cm)
43,2 33,0 48,3 48,3
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Estofamentos
O estofamento de um assento consiste no revestimento, normalmente com
um têxtil e enchimento em algodão ou espuma. Esse processo tem a
�nalidade de ajudar a distribuir a pressão do peso do corpo no ato de sentar-
se.
Um erro bastante comum, ao projetar uma cadeira ou poltrona, é associar
estofado ao conforto, como se quanto mais macio o estofamento, mais
confortável o assento. Nem sempre essa situação é procedente. Em alguns
casos, as poltronas com enchimento mais macio são as mais desconfortáveis,
pois aumentam os esforços compressivos na região de apoio do corpo
(PANERO; ZELNIK, 2002).
Outro problema que devemos evitar ao projetar o estofamento de um
assento é com relação à estabilidade que oferece. Estofamentos confortáveis,
porém mal projetados podem garantir conforto ao usuário, mas a custas da
estabilidade do corpo, que só �ca em equilíbrio quando os pés estão
apoiados sobre o piso.
A situação oposta, de assentos duros e planos, sem estofamentos, também
não é recomendável, na maior parte dos casos. Esse tipo de superfície pode
ser desconfortável para usos prolongados, como uma cadeira de escritório,
por exemplo. Panero e Zelnik (2002) apontam que, segundo pesquisa
realizada por Niels Di�rient, em 1973, o assento médio revestido deve
apresentar 3,8 cm de revestimento de espuma média e 1,3 cm de espuma
�rme, totalizando a altura de 5,1 cm.  
Tipos de Assento
Sofás, poltronas, cadeiras, bancos: existe uma grande variedade quando
falamos a respeito de tipos de assentos. Mesmo quando nos aprofundamos
em uma dessas tipologias, como as cadeiras, encontraremos uma extensa
lista de opções: cadeira de jantar, cadeira de descanso, cadeira de escritório, e
assim por diante.
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Nesse momento, não nos dedicaremos a cada uma dessas tipologias, porém,
ao projetar um assento, é necessário estarmos sempre atentos ao tipo de uso
ao qual estará atrelado. A função que a cadeira ou poltrona exercerá, como
será utilizada e por quanto tempo o usuário �cará sentado sobre ela
determinarão a forma �nal do nosso projeto.
Segundo Gomes Filho (2010), as cadeiras podem ser divididas, basicamente,
em dois tipos: as de uso doméstico e as de uso em escritório. Essa divisão
pode parecer bastante simpli�cada em um primeiro momento, porém, tal
distinção já é um ponto de partida para con�gurarmos o projeto de nosso
assento.
As cadeiras de uso doméstico, normalmente, não apresentam opções de
ajustes, o que signi�ca que o usuário não consegue mudar sua altura, encosto
e inclinação, já que são estruturas rígidas. Conforme Gomes Filho (2010), para
tais cadeiras recomenda-se a reclinação do encosto para trás, entre 5° e 15° e
para o assento, entre 2° e 5°.
Já as cadeiras de uso de escritório possuem amplas possibilidades de
con�guração pelo usuário, que pode modi�car alturas e angulações. Esses
ajustes permitem que a cadeira de escritório seja mais ergonômica ao
trabalhador, que passa uma longa jornada sentado, diariamente. 
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reflitaRe�ita
A ergonomia e a antropometria estiveram, em princípio, muito relacionadas à indústria
e à relação estabelecida entre homem e máquina. Atualmente, a preocupação com
ergonomia ultrapassa o ambiente de trabalho, e se insere na discussão de criação de
espaços para moradia e até para o lazer. A quais fatores você atribui essa difusão do
tema ergonomia? Você acredita que tal temática é relevante fora dos espaços
comerciais e industriais?
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atividade
Atividade
A evolução dos estilos de mobiliário e referências estéticas ao longo dos anos pode
ser percebida quando analisamos as cadeiras criadas por famosos designers. Para
que tal peça seja corretamente projetada, além de costumes da época e uso
esperado, é necessário avaliar os dados antropométricos dos possíveis usuários.
Com relação a tal aspecto, assinale a alternativa correta.
a) Para o dimensionamento do assento, são considerados altura poplítea,
comprimento nádega-sulco poplítea e largura do quadril.
b) Para o dimensionamento do assento, são considerados altura poplítea,
altura de descanso dos cotovelos e altura dos ombros.
c) Para o dimensionamento do assento, são considerados altura dos ombros,
altura de descanso dos cotovelos e largura do ombro.
d) Para o dimensionamento do assento, são considerados largura do ombro,
altura poplítea e altura de descanso dos cotovelos.
e) Para o dimensionamento do assento, são considerados altura de descanso
dos cotovelos, largura dos ombros e largura do quadril.
MarcosD
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Nesta etapa, iniciaremos o estudo dos parâmetros ergonômicos discutidos
até o momento, porém de forma prática, analisando a sua aplicação durante
o processo projetual.
Começamos, então, por um dos ambientes mais multifuncionais de uma
residência: a sala de estar. Podemos atribuir diversos usos e sentidos para
uma sala, e tais fatores são determinados pelo cliente em momento anterior
ao projeto. Com base nessas informações, conseguiremos determinar qual a
dinâmica estabelecida no local, assim como quais são os móveis adequados
para o ambiente.
Tipos de Uso e Múltiplas Funções em Salas
de Estar
A sala de estar é um dos ambientes mais versáteis dentro da categoria
residencial. São várias as atividades que podem ser associadas a esse local:
apenas um ambiente de passagem, um espaço para receber vários
Ergonomia em EspaçosErgonomia em Espaços
Residenciais: Salas de EstarResidenciais: Salas de Estar
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convidados ou, ainda, um local mais intimista, que permita, ao usuário,
realizar leituras.
O primeiro passo para determinar o projeto de uma sala de estar é a
elaboração do programa de necessidades. Segundo Ching (2013), o programa
de necessidades engloba uma análise do problema que o projetista resolverá.
Quais são os usuários daquele espaço? O que eles desejam para essa sala? O
que é possível realizar e quais são os limitantes? Decompor o problema por
meio dessas questões ajuda o projetista a traçar diretrizes para o
desenvolvimento de respostas apropriadas.
Devido a essa versatilidade, a sala de estar pode apresentar diversos
desenhos e con�gurações de layout. Apesar dessa multiplicidade, é possível
a�rmar que, de modo geral, a interface entre usuário e os componentes
físicos do espaço será dada, principalmente, pelos assentos desse recinto
(PANERO; ZELNIK,2002).
Circulações e Mobiliários
Para a análise da ergonomia e acessibilidade em salas de estar,
direcionaremos nosso estudo para a criação de circulações e mobiliários. No
entanto, lembre-se de que existem outros condicionantes, que estão
envolvidos no processo de projeto, como qualidade estética, conforto
ambiental, custo etc.
Diante das diversas possibilidades de layout que uma sala de estar admite, é
necessário realizarmos estudos, tanto em planta baixa quanto em corte, para
analisar a viabilidade da distribuição dos móveis. As ferramentas de desenho
assistido por computador (AutoCAD), para modelos bidimensionais, e o
SketchUp, para modelos tridimensionais, facilitam essa etapa do trabalho.
A seguir, aprofundaremos nossa análise de ergonomia e acessibilidade,
explorando assentos e estantes, que são móveis comuns à maioria das salas
de estar. Porém, lembre-se de que uma sala pode ser composta por vários
outros móveis, que também devem ser averiguados quando inseridos no
projeto.
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Assentos
Nas salas de estar, os assentos mais comuns serão sofás e poltronas. Para o
estudo de tais móveis, empregaremos as dimensões corpóreas que indicam o
espaço que o corpo necessita para acomodar-se. Segundo Panero e Zelnik
(2012), usuários masculinos demandam mais espaço do que usuários
femininos. Para locais de uso misto, recomenda-se a adoção das maiores
dimensões.
A seguir, um resumo dos dados antropométricos para o projeto de sofás,
adaptado de Panero e Zelnik (2002):
Figura 2.1 - Projeto de sofá 
Fonte: Panero e Zelnik (2002).
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Tabela 2.5 - Dados antropométricos para projeto de sofá 
Fonte: Adaptado de Panero e Zelnik (2002).
Além das dimensões para a criação de um sofá, precisamos compreender
também os espaços livres e as relações estabelecidas entre eles. A circulação
em volta dos assentos deve comportar a largura corporal máxima, para
assegurar a passagem do usuário. Da mesma forma, quando posicionamos
uma mesa de apoio é necessário veri�car se se encontra em uma região de
passagem. Em caso a�rmativo, a passagem mínima deve atender à largura
corporal máxima. É importante veri�carmos, ainda, se a distância entre sofá e
mesa é compatível com o alcance do usuário.
Observe, no resumo a seguir, conforme Panero e Zelnik (2002), as relações de
espaços livres em uma sala de estar:
Dado
antropométrico
Dimensão em cm
Homens Mulheres
A 106,7 - 121,9 101,6 - 116,8
B 15,2 - 22,9 15,2 - 22,9
C 7,6 - 15,2 7,6 - 15,2
D 71,1 66,0
E 157,5 - 172,7 147,3 - 162,6
F 228,6 - 243,8 213,4 - 228,6
15 Comprimento nádega-sulco poplíteo
24 Largura corporal máxima
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Tabela 2.6 – Relações de espaços livres em uma sala de estar 
Fonte: Adaptado de Panero e Zelnik (2002).
Figura 2.2 - Espaços livres em uma sala de estar 
Fonte: Panero e Zelnik (2002, p. 136).
Dado antropométrico Dimensão em cm
A 2134 – 284,5
B 33,0 – 40,6
C 147,3 – 203,2
D 40,6 – 45,7
E 35,6 – 43,2
F 30,5 – 45,7
6 Altura dos olhos, sentado
14 Altura do sulco-poplíteo
15 Comprimento nádega sulco-poplíteo
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Estantes
Móveis como estantes, armários e bares suspensos também são comuns em
salas de estar. Para análise e posterior projeto de tal mobiliário,
consideraremos o acesso às regiões mais altas e mais baixas do móvel em
questão, além da zona de atividade, que corresponde ao espaço mínimo para
que uma pessoa consiga completar a ação desejada. Segundo Panero e Zelnik
(2002), o alcance de usuários femininos e masculinos é distinto, por esse
motivo, em situações nas quais se desconhece o per�l do usuário recomenda-
se adotar os dados de pessoas com menores dimensões.
Observe, nos resumos a seguir as distâncias de alcance para projeto de
estante, armário e bar suspenso:
Figura 2.3 - Projeto de estantes e armários 
Fonte: Panero e Zelnik (2002, p. 137).
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Tabela 2.7 - Distâncias de alcance para projeto de estante, armário e bar suspenso 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002).
Dado
antropométrico
Dimensão em cm
Homens Mulheres
A 45,7 – 61,0 45,7 – 61,0
B 121,9 – 147,3 116,8 – 132,08
C 91,4 – 101,6 76,2 – 91,4
F 182,9 175,3
23 Profundidade corporal máxima
Figura 2.4 - Projeto de bar suspenso 
Fonte: Panero e Zelnik (2002, p. 137).
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Tabela 2.8 – Dados antropométricos para projeto de bar suspenso 
Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002).
A utilização dos dados das tabelas apresentadas até aqui deve ser feita com
base em análises e considerações por parte do projetista. Caso você esteja
projetando uma sala de estar e deseje adicionar um elemento diferente de
um sofá ou de um armário, como apresentamos nas tabelas, você mesmo
pode construir esquemas para análise.
Essas situações esquemáticas podem ser semelhantes às elaboradas por
Panero e Zelnik (2002) e ilustradas nesta unidade. Caso pre�ra, você pode
também elaborar estudos com croquis, de modo mais simpli�cado. O
importante, caro estudante, é que você consiga relacionar como será a
interface objeto-usuário, antes de inserir o elemento desejado no projeto.
Dado
antropométrico
Dimensão em cm
Homens Mulheres
F 182,9 175,3
H 106,7 – 127,0 106,7 – 127,0
I 30,5 – 40,6 30,5 – 40,6
J 45,7 45,7
K 61,0 – 81,3 61,0 – 81,3
L 99,1 – 106,7 91,4 – 99,1
2 Altura dos olhos
23 Profundidade corporal máxima
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atividade
Atividade
Espaços de uso coletivo, como a sala de estar, di�cilmente atenderão a um único
per�l de usuário. Ao projetarmos uma estante para esse ambiente precisamos estar
cientes de que, em uma família, nem todos os integrantes terão a mesma altura.
Nesse caso, o projeto desse móvel deve atender:
a) à pessoa com menor estatura;
b) à pessoa com maior estatura;
c) a uma média simples entre os dados antropométricos da pessoa de maior
altura e menor altura;
d) à soma dos dados antropométricos da pessoa com maior e menor
estaturas;
e) à subtração dos dados antropométricos da pessoa com maior estatura
pelos dados da pessoa com menor estatura.
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indicações
Material Complementar
LIVRO
Ergonomia: conceitos e aplicações
Anamaria de Moraes e Claudia Mont’Alvão
Editora: 2AB
ISBN: 978-85-86695-49-0
Comentário: estudamos, até o momento, alguns dos
principais conceitos de ergonomia e antropometria.
Pela leitura indicada, caro estudante, você poderá
aprofundar os seus conhecimentos sobre esses temas.
As autoras nos convidam a re�etir sobre as etapas e
fases da intervenção ergonômica em um projeto, além
de apresentarem um estudo de caso, para que você
possa compreender como tais preceitos são aplicados
na prática.
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FILME
Print the legend
Ano: 2014
Comentário: ao longo das décadas, o design se
deparou com diversasinovações no campo tecnológico.
A Revolução Industrial e, posteriormente, a inclusão de
técnicas digitais no processo criativo mudaram tanto o
modo de produzir quanto o de consumir o design. Uma
das inovações, que vem trazendo várias discussões no
cenário atual, é a impressora 3D. O �lme sugerido
convida a re�etir sobre a maneira que podemos utilizar
esse recurso tecnológico para a criação de projetos
ergonômicos e adaptados aos seres humanos.
T R A I L E R
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conclusão
Conclusão
Para um projeto bem-sucedido, precisamos estar atentos aos aspectos de
antropometria e ergonomia envolvidos. A aplicação de tais conceitos não
consiste na simples transferência de dados obtidos em tabelas
antropométricas: é papel do projetista atribuir signi�cado a essas
informações. A leitura e interpretação dos parâmetros apresentados em tais
tabelas é uma tarefa complexa, que demanda o olhar crítico do engenheiro,
do arquiteto, do designer, en�m, do pro�ssional que criará o projeto. Esse
processo analítico permite que o projetista pondere quem será o usuário do
projeto, como será usado, por qual período, dentre outros fatores que
ajudarão a de�nir a proposta �nal.
referências
Referências Bibliográ�cas
CHING, F. D.K. Arquitetura de interiores ilustrada. 3.ed. Porto Alegre:
Bookman, 2013.
GOMES FILHO, J. Ergonomia do objeto: sistema técnico de leitura
ergonômica. 2.ed. São Paulo: Escrituras, 2012.
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IIDA, I.; BUARQUE, L. Ergonomia: projeto e produção. 3.ed. São Paulo:
Blucher, 2016.
KROEMER, K. H. E; GRANDJEAN, E. Manual de ergonomia: adaptando o
trabalho ao homem. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
NEUFERT, E. Neufert: arte de projetar em arquitetura. 18.ed. São Paulo:
Gustavo Gilli, 2013.
PANERO, J.; ZELNIK, M. Dimensionamento humano para espaços
interiores: um livro de consulta e referência para projetos. São Paulo:
Gustavo Gili, 2002.
IMPRIMIR
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