Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446_… 1/43 ERGONOMIA E ERGONOMIA E ACESSIBILIDADEACESSIBILIDADE Me. Thaís Kawamoto Amarães I N I C I A R 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446_… 2/43 introdução Introdução Os dados antropométricos são essenciais para a criação de um projeto de produto, de mobiliário ou até de um ambiente. Por meio desses parâmetros, conseguimos criar um produto �nal, que seja adequado ergonomicamente ao usuário. Porém, para a correta aplicação desses dados é necessária uma análise cuidadosa. Por esse motivo, nesta unidade discutiremos a aplicação dos dados antropométricos no projeto. Abordaremos, também, as considerações indispensáveis para o dimensionamento em projeto, dimensões ocultas, biomecânica e movimentos, que são informações imprescindíveis para um projeto bem-sucedido. Finalizaremos apresentando a aplicação direta dos conceitos teóricos, explanando a antropometria em assentos e a ergonomia em salas de estar. 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446_… 3/43 A antropometria é um campo de estudo que não atua de modo isolado. Com o objetivo de criarmos espaços e produtos baseados nas condições dos seres humanos, trabalharemos os dados antropométricos aplicados ao projeto. As dimensões corpóreas são dados de extrema relevância, quando tratamos do projeto de ambientes e de mobiliário. Mas como aplicaremos tais informações durante o processo de projeto? É essa a questão que buscaremos responder! Dados Antropométricos Estáticos e Dinâmicos Os dados antropométricos dividem-se em três principais categorias: estáticos, dinâmicos e funcionais. Em nossos estudos, destacaremos a análise apenas dos dois primeiros: estáticos e dinâmicos. Não nos aprofundaremos na discussão dos dados antropométricos funcionais, uma vez que consideram medidas que impactam a execução de tarefas. Os dados funcionais, portanto, analisam atividades com movimentos de mais de uma parte do corpo Aplicação de DadosAplicação de Dados Antropométricos nos ProjetosAntropométricos nos Projetos MarcosD Highlight MarcosD Highlight MarcosD Highlight 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446_… 4/43 humano, de forma síncrona. Os dados antropométricos funcionais são utilizados para projetar máquinas e equipamentos, e por esse motivo, neste momento, não serão relevantes para nossos estudos. Segundo Iida e Buarque (2016), os dados antropométricos estáticos são aqueles aferidos com o indivíduo em repouso, ou seja, parado. A prática de identi�car dimensões básicas do corpo humano é bastante antiga, mas foi apenas por volta da década de 1950 que essas informações alcançaram maior signi�cado econômico. Por meio da criação de tabelas com dados antropométricos foi possível, para as indústrias, otimizar a criação de produtos. Com base nas dimensões do “homem médio”, os produtos passaram a atender a maior número de pessoas. E para qual �nalidade utilizamos os dados antropométricos estáticos? Essas informações nos ajudarão a projetar objetos nos quais o usuário terá pouco ou nenhum movimento, como uma mesa, uma cadeira, en�m, um mobiliário, de modo geral. É importante ressaltarmos que os dados antropométricos estáticos não signi�cam a não existência de movimentação do usuário, mas, sim, que a mobilidade requerida na tarefa não é impactada pelo objeto. Por exemplo, durante a atividade de realizar uma refeição, estaremos movimentando os braços e a cabeça. No entanto, essa movimentação não é in�uenciada pela cadeira na qual estamos sentados. Por isso utilizamos dados antropométricos estáticos para o projeto desse objeto. Já a antropometria dinâmica atua na situação oposta. Nela, são consideradas medidas de alcance do corpo em movimento (IIDA; BUARQUE, 2016). Isso signi�ca que partes do corpo são medidas em movimento, enquanto o restante �ca em repouso. As informações obtidas nos auxiliam no projeto de postos de trabalho e mobiliários nos quais o usuário deslocará parte do seu corpo, como braços ou pernas. Imagine o seguinte exemplo: para projetarmos o armário suspenso de uma cozinha, qual tipo de dados antropométricos utilizaremos? Para essa situação, empregaremos tanto dados estáticos quanto dinâmicos, dentro de sua �nalidade, respectivamente. Para de�nir, por exemplo, a altura inicial do armário, precisamos analisar dados estáticos. Dessa forma, asseguramos que MarcosD Highlight MarcosD Highlight MarcosD Highlight MarcosD Highlight MarcosD Highlight MarcosD Highlight MarcosD Highlight MarcosD Highlight MarcosD Highlight MarcosD Highlight MarcosD Highlight MarcosD Highlight MarcosD Highlight MarcosD Highlight MarcosD Highlight MarcosD Highlight 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446_… 5/43 o usuário não baterá a cabeça nesse móvel suspenso. Ao mesmo tempo, empregamos dados dinâmicos, considerando a altura máxima de alcance da pessoa com o braço estendido, para saber até que ponto alcançará os objetos guardados nesse armário. A aplicação de dados antropométricos em projetos vai muito além da simples leitura de tabelas: envolve também a interpretação, pelo projetista! Percentil Sabemos que cada indivíduo é único e traz características particulares. Mesmo entre pessoas de uma mesma família, é possível percebermos que existem diversas variações no que diz respeito às dimensões corpóreas. Um irmão é mais alto, outro é mais baixo, o pai é mais magro, e assim por diante. Falamos sobre o “homem médio”, que ajuda a indústria a padronizar seus produtos, porém, é importante estarmos cientes de que o conceito de pessoa média não é uma regra. Como não conseguimos projetar espaços que atendam a todas as pessoas, buscamos satisfazer às necessidades da maioria, para isso, empregamos os percentis. O percentil é um determinado ponto percentual na distribuição de uma amostra, e representa os extremos superior e inferior a ela. Ou seja, trabalhamos com uma faixa de projeto descontando os percentis (KROEMER; GRANDJEAN, 2005). Por convenção, utilizamos o percentil 90%, o que signi�ca que 10% da amostra não é contemplada; são excluídos os 5% menores e os 5% maiores da população. Porém, ressaltamos que cada dado antropométrico pode empregar percentis especí�cos, conforme o grau de variação dessa dimensão e a �nalidade na qual a informação será aplicada. A seguir, apresentamos um resumo de análise metrológica, adaptado de Panero e Zelnik (2002): MarcosD Highlight MarcosD Highlight MarcosD Highlight 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446_… 6/43 Dado antropométrico Aplicação Seleção do percentil Estatura Estabelecer alturas mínimas de vãos, como portas. O mais próximo de 100%. Altura do cotovelo Estabelecer altura de bancadas para trabalho em pé. 90% Largura do ombro Estabelecer espaço para cadeiras. 95% Largura do quadril Estabelecer dimensão interna de cadeiras. 95% Espaço livre para as coxas Estabelecer altura de superfícies de trabalho em que o usuário se encontra sentado. 95% Comprimento nádega-joelho Estabelecer dimensão livre entre �leiras de cadeiras em auditórios. 95% Alcance vertical sentado Estabelecer o posicionamento de controles acima da cabeça. 5% (atende tanto ao usuário mais baixo quanto ao mais alto) Alcance lateral do braço Estabelecer o posicionamento de mecanismos de controle. 5% (atende tanto ao 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446_… 7/43 Tabela 2.1 - Análise metrológicaFonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002). Segundo Panero e Zelnik (2002), enquanto projetistas precisamos estar atentos a alguns aspectos relacionados aos percentis. O primeiro deles é o fato de um percentil antropométrico referir-se a apenas uma dimensão corporal. Não existe uma pessoa percentil 70, por exemplo. Um indivíduo pode, sim, ter estatura no percentil 70, mas isso não signi�ca que todas suas outras dimensões corpóreas estarão nessa faixa. Outro ponto a destacarmos é o mito do homem médio. Um erro que devemos evitar ao concebermos um projeto é imaginar que, ao aplicarmos o percentil 50, estaremos acomodando o homem mediano (PANERO; ZELNIK, 2002). Como mencionamos, um indivíduo pode apresentar estatura em um percentil, e outras dimensões, em outros percentis. Referirmos a homem médio é uma falácia: ao acomodarmos as dimensões de um projeto aos dados do percentil 50, corremos o risco de criar um ambiente ou produto inadequado para 50% da população. Tabelas Antropométricas As tabelas antropométricas são produtos de pesquisas que levantaram dados antropométricos estáticos e dinâmicos de uma população. É importante ressaltarmos que muitas dessas tabelas não foram compiladas tendo, como �nalidade, o projeto de objetos ou ambientes, embora atualmente seu uso mais signi�cativo esteja voltado ao design e à arquitetura (PANERO; ZELNIK, 2002). Por esse motivo, precisamos buscar, de modo crítico, diversas fontes para a construção de nossos projetos. usuário mais baixo quanto ao mais alto) Largura corporal máxima Planejamento de espaços de uso público. 95% 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446_… 8/43 Segundo Panero e Zelnik (2002), uma das tabelas antropométricas mais abrangentes foi elaborada por Dr. Howard Stoudt, Dr. Abert Damon e Dr. Ross McFarland, em 1962. São, no total, 12 diferentes medidas corporais sistematizadas em categorias de idade e por percentis. A seguir, apresentamos um resumo dessa tabela antropométrica, adaptado de Panero e Zelnik (2002): 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446_… 9/43 Dado antropométrico (Adulto entre 35 e 44 anos) Percentil 5 Percentil 95 Homens Mulheres Homens Mulheres Peso (kg) 60,8 49,4 99,3 92,5 Estatura (cm) 163,1 151,4 184,2 170,7 Altura, sentado ereto (cm) 85,6 80,0 96,5 90,9 Altura, sentado normalmente (cm) 81,3 76,7 93,2 88,6 Largura cotovelo a cotovelo (cm) 35,8 31,8 50,8 49,0 Largura do quadril (cm) 31,5 31,5 40,4 43,9 Altura de descanso do cotovelo (cm) 19,8 19,1 30,0 28,7 Espaço livre para coxas (cm) 11,2 10,7 17,8 17,8 Altura do joelho (cm) 49,3 45,7 59,4 54,6 Altura do sulco poplíteo (cm) 39,6 35,6 48,5 44,5 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 10/43 Tabela 2.2 – Tabela antropométrica Fonte: Adaptado de Panero e Zelnik (2002). A seguir, as de�nições de alguns desses dados antropométricos (considerando o indivíduo na posição sentada): altura sulco poplíteo: distância vertical do chão até o lado inferior da parte da coxa, logo atrás do joelho; comprimento nádega sulco poplíteo: distância horizontal da parte de trás da nádega até a parte de trás da parte inferior da perna; comprimento nádega joelho: distância horizontal entre a parte posterior das nádegas até a parte da frente das rótulas; Essas e outras tabelas podem ser facilmente encontradas em bibliogra�as, como em Panero e Zelnik (2002), Neufert (2013) ou até em sites disponíveis na internet. Com a grande disseminação de informações em nossos dias, o trabalho mais complexo não é localizar tais tabelas, mas, sim, ler, interpretar e aplicar os dados nelas contidos. Comprimento nádega-sulco poplíteo (cm) 44,2 43,4 55,4 53,6 Comprimento nádega- joelho(cm) 54,1 52,1 63,8 62,7 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 11/43 Para o correto emprego dos dados antropométricos, precisamos, primeiramente, compreender a natureza das medidas que analisaremos. Por exemplo, para a leitura correta da tabela anteriormente apresentada, precisamos saber o que é altura de descanso do cotovelo, o que é espaço livre para coxas, e assim sucessivamente. Outra análise necessária além da de�nição dos termos, é a compreensão de onde tais dados serão aplicados. Não podemos, arbitrariamente, selecionar um dado antropométrico para a criação de um projeto. É necessária uma análise de quais dados serão úteis e relevantes ao objeto ou ambiente projetado. Por �m, é importante, ainda, termos conhecimento de qual é o público-alvo do projeto. Estamos criando um espaço para crianças ou para adultos? O grupo de usuários é formado, em sua maioria, por homens ou mulheres? Ter a resposta para essas perguntas ajuda a “�ltrar” a análise de quais dados utilizaremos. saiba mais Saiba mais Ernest Neufert foi um arquiteto alemão, nascido em 1900. Apesar desse distanciamento temporal, sua obra Arte de projetar em arquitetura, de 1936, é um dos importantes guias para dimensionamento de ambientes. Atualmente, esse livro está na sua 18ª edição, e o conteúdo é constantemente revisado e atualizado, de forma a atender às demandas de projetos atuais. ACESSAR https://www.archdaily.com.br/br/776750/arte-de-projetar-em-arquitetura-enrst-neufert 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 12/43 atividade Atividade Os dados antropométricos são essenciais para o correto projeto de mobiliário. Por meio desses parâmetros, é possível assegurar o conforto e ergonomia ao usuário. Assim, com base no que foi abordado até o momento, assinale a alternativa que apresente os dados antropométricos relevantes para o projeto de uma cadeira de jantar. a) Altura, sentado normalmente; largura do quadril. b) Peso; largura cotovelo a cotovelo. c) Largura cotovelo a cotovelo; altura de descanso do cotovelo. d) Largura do quadril; altura de descanso do cotovelo. e) Estatura, largura cotovelo a cotovelo. MarcosD Highlight 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 13/43 Os dados antropométricos que apresentamos anteriormente são o nosso ponto de partida para o estudo e análise de dimensões que estão envolvidas no processo de projeto, seja de um produto, de um móvel ou de um ambiente. Por meio desses primeiros parâmetros, conseguimos determinar condições básicas para o projeto. Dando continuidade ao nosso estudo, abordaremos, agora, novos conceitos que também estão diretamente ligados ao dimensionamento em projetos. As dimensões ocultas, a biomecânica e os movimentos são tópicos que merecem a nossa análise cuidadosa. Embora não sejam tão explícitos como os dados antropométricos de que tratamos até o momento, tais aspectos serão tão relevantes quanto esses para a determinação de um espaço. Dimensões Ocultas Talvez em um primeiro momento o termo “dimensões ocultas” pareça um pouco estranho ou até sem sentido, não é mesmo? Como aplicaremos uma dimensão no projeto se ela está oculta, ou seja, não é visível? Dimensões Ocultas, BiomecânicaDimensões Ocultas, Biomecânica e Movimentose Movimentos 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 14/43 Segundo Panero e Zelnik (2002), quando projetamos um ambiente precisamos nos lembrar das dimensões que não vemos. Mas o que seriam? Imagine, por exemplo, uma sala de estar. Para projetarmos o interior desse local, consideraremos medidas como o tamanho total do ambiente, localização e largura de portas, e tamanho dos móveis que serão utilizados. Porém, além dessas dimensões “visíveis”, temostambém as dimensões ocultas no local. Quando criamos espaços para acomodar seres humanos e suas atividades, é necessário considerarmos a dimensão para acomodar o corpo ao ambiente. Em nosso exemplo, na sala de estar, não podemos presumir que os usuários se acomodarão lado a lado, com ombros encostados, e, ainda assim, manterem-se confortáveis. Dimensionar ambientes para guardar objetos, como caixas, é totalmente diferente de dimensionar ambientes para relações humanas. Quando projetamos locais para o homem, consideramos que existem “zonas de distância”, que não terão �nalidade utilitária, mas, sim, contribuirão para o sentimento espacial do indivíduo (PANERO; ZELNIK, 2002). As zonas de distância são áreas livres, classi�cadas conforme o tipo de relação estabelecida entre os usuários. Provavelmente, você se sente mais à vontade para �car próximo a um familiar do que de um completo estranho na rua, por exemplo. A natureza da atividade ou da interação social estabelecida re�etirá em qual dos quatro grupos de zona de distância se encaixa em cada situação. É importante destacar que, além do tipo de atividade, fatores individuais e culturais também in�uenciam o valor dessa distância. Cada um dos quatro grupos de zona de distância é dividido em fase próxima e fase distante: a primeira consiste no valor mínimo de distância entre os indivíduos para que a proximidade excessiva não seja desconfortável, já a segunda corresponde ao valor máximo entre as pessoas, para que ainda assim seja estabelecida uma relação entre elas. 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 15/43 A seguir, um resumo de zonas de distância, adaptado de Panero e Zelnik (2002): Tabela 2.3 - Zona de distância Fonte: Adaptado de Panero e Zelnik (2002). Biomecânica e Movimentos Quando escutamos o termo “mecânica”, logo o associamos à indústria, a carros, ao comportamento de sistemas e forças relacionadas a máquinas. Ao tratarmos da biomecânica, estaremos trabalhando uma área da biologia que analisa as leis da mecânica do sistema locomotor do corpo humano. Segundo Iida e Buarque (2006), o corpo humano pode ser comparado a uma máquina. Por meio de sistemas de alavancas conseguimos realizar diversas operações e movimentos e, ainda em repouso, o nosso organismo continua trabalhando, porém, com menor consumo energético. Assim como uma máquina, o nosso corpo demanda equilíbrio de todos os componentes para que trabalhe em harmonia. Na biomecânica, os trabalhos se dividem em estático e dinâmico. Como o próprio nome indica, o trabalho estático consiste nas atividades em que não Natureza da interação Fase próxima (cm) Fase distante (cm) Íntimo 0 15,2 – 45,7 Pessoal 45,7 – 76,2 76,2 – 121,9 Social 121,9 – 213,4 213,4 – 365,7 Público 365,7 762 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 16/43 há movimento. No entanto, essa ausência de deslocamento não implica falta de trabalho. O trabalho estático exige a contração contínua de determinados músculos, para que aquela região especí�ca �que na posição desejada. Quando erguemos o braço e o mantemos nessa posição, por exemplo, estamos realizando um trabalho estático. O trabalho dinâmico, por sua vez, acontece quando movimentamos o nosso corpo, ou, ao menos, parte dele. Nesse caso, há contrações e relaxamentos alternados dos músculos envolvidos na realização da tarefa (IIDA; BUARQUE, 2006). A realização desses movimentos corporais só é possível graças aos músculos esqueléticos, que estão ligados aos ossos e formam o sistema de alavancas. O nosso corpo é semelhante a uma estrutura articulada: segmentos, como braços, pernas, dedos, por exemplo, realizam movimentos em torno de uma articulação (IIDA; BUARQUE, 2006). Segundo Iida e Buarque (2006), para que os movimentos corporais sejam realizados é necessária a combinação de contrações musculares com diferentes características de força. Conforme os autores, diversas variáveis estão envolvidas na caracterização de cada movimento muscular. A seguir, listamos os principais aspectos envolvidos: 1. Força: variam conforme a natureza do movimento e a quantidade de �bras musculares contraídas para a operação; 2. Velocidade: de modo geral, a velocidade é inversamente proporcional à força do movimento. Os segmentos menores do corpo são capazes de proporcionar movimentos mais rápidos; 3. Precisão: as pontas dos dedos são responsáveis pelos movimentos de maior precisão. Quando aumentamos a força no movimento, prejudicamos a sua velocidade e precisão; 4. Ritmo: movimentos constantes, harmônicos e rítmicos consomem menos energia do que movimentos bruscos; 5. Movimentos retos: o sistema de alavancas de nosso organismo tende a realizar movimentos curvos. Quando executamos 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 17/43 movimentos retos, a precisão é menor; 6. Terminações: movimentos que demandam acompanhamento visual, por exemplo, introduzir um parafuso em seu furo, são mais complexos e demorados do que os movimentos que não exigem tal precisão. Segundo Panero e Zelnik (2002), o projeto de espaços deve prever, além dos dados antropométricos e as dimensões ocultas, a locomoção humana. Nesse contexto, são analisados os movimentos corporais realizados e o modo como a dinâmica do espaço afeta a interface das pessoas com o ambiente. Como mencionamos anteriormente, mesmo quando não há um deslocamento evidente, o corpo humano nunca está em repouso absoluto. Apesar disso, a maior parte dos dados antropométricos registrados em tabelas compreende dimensões aferidas baseadas em medidas estáticas (PANERO; ZELNIK, 2002). Tais parâmetros podem ser relacionados às posições do corpo ao início e ao �nal de uma operação, mas desconsideram o �uxo dos movimentos. Por exemplo, quando projetamos um armário e analisamos os dados em tabelas antropométricas referentes ao alcance de uma pessoa com o braço abaixado e com o braço erguido, estamos considerando dois momentos: o ponto inicial da ação e o �nal, quando o braço está estendido. No entanto, essas especi�cações não consideram o �uxo do movimento do braço. Por esse motivo, a aplicação dos dados antropométricos ao projeto deve agregar a natureza estática dos dados obtidos em tabelas com a realidade dinâmica das tarefas executadas pelo corpo humano. O projetista não pode interpretar as tabelas de dados de uma forma literal. Diversos aspectos adicionais devem ser evidenciados para que as dimensões aplicadas sejam compatíveis ergonomicamente com as características do usuário. Nesse cenário, um dos aspectos imprescindíveis é o nível de articulação motora do corpo humano. Como mencionamos, o nosso corpo realiza movimentos por meio das articulações, que apresentam grau de abertura ou 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 18/43 rotação. Podemos, por exemplo, girar nossa cabeça para a direita ou para esquerda, da mesma forma que conseguimos movê-la para cima e para baixo. Para projetar um posto de trabalho, por exemplo, devemos avaliar esse grau de rotação, pois toda essa movimentação nos permite ampliar a área de visibilidade e, consequentemente, in�uencia a nossa relação com o entorno imediato. O sistema corporal é composto por articulações móveis, que são dividas em três categorias: articulação em dobradiça: apresenta um único plano de liberdade de movimento em uma direção, como cotovelos e joelhos; articulação em pivô: apresenta movimento em dois planos com base na posição inicial, como os pulsos e tornozelos; articulação esferoidal: apresenta movimentos tridimensionais ou rotações, como o ombro e o quadril. Ao projetarmos, devemos considerar, então, esse sistema de articulações que in�uencia a amplitude do movimento.Fatores como sexo, peso e idade do indivíduo também re�etirão a sua capacidade motora e os movimentos realizados. 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 19/43 atividade Atividade A biomecânica é o campo de estudo que contempla a mecânica dos movimentos do corpo humano. Segundo essa área do conhecimento, o trabalho do corpo pode ser dividido em estático e dinâmico. Considerando as informações, assinale a alternativa que relacione, corretamente, essas duas formas de trabalho. a) No trabalho estático, os músculos são contraídos de forma contínua; no trabalho dinâmico, alternam entre contração e relaxamento. b) O trabalho estático é caracterizado por não consumir energia; o trabalho dinâmico consome energia. c) O trabalho estático é aquele que gera movimento; o trabalho dinâmico não proporciona movimentação. d) No trabalho estático, as articulações em dobradiça são utilizadas; no trabalho dinâmico, as articulações esferoidais são empregadas. e) O trabalho estático é aquele em que apenas os membros superiores são utilizados; no trabalho dinâmico, os membros inferiores são movimentados. 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 20/43 Os dados antropométricos são empregados tanto no projeto de ambientes quanto em postos de trabalhos e mobiliários. A criação de espaços e objetos ergonômicos é uma preocupação que deve ser sempre considerada, seja na caracterização de um projeto complexo ou na de uma estrutura simples. Inserido nesse contexto, analisaremos a antropometria aplicada ao projeto de assentos. O uso das superfícies de assentos, como cadeiras, não é uma prática recente. Desde 2.050 a.C. o banquinho era um mobiliário utilizado pelas civilizações egípcias (PANERO; ZELNIK, 2002). O projeto de assentos, como cadeiras, sempre con�gurou um grande desa�o aos designers. Embora, em um primeiro olhar, o ato de sentar-se pareça uma tarefa estática, con�gura-se uma atividade dinâmica, que demandará, do projetista, o uso de diversos dados antropométricos, que devem ser cuidadosamente analisados. Dinâmica do Sentar-se Antropometria dos AssentosAntropometria dos Assentos 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 21/43 O ato de sentar-se pode parecer muito natural e intuitivo para nós, seres humanos. Antes mesmo de aprendermos como andar ou falar, ainda bebês desenvolvemos a capacidade de apoiar o nosso tronco sobre as nádegas. Talvez por essa tarefa parecer tão simples, analisar a dinâmica do sentar-se pode soar um pouco estranho para você, caro estudante. Uma atividade que, em um primeiro momento, não é nada complexa, poderia oferecer algum tipo de análise? Antes de iniciarmos o projeto de um assento, como um sofá, uma poltrona ou uma cadeira, precisamos compreender a biomecânica envolvida no ato de sentar-se. Para isso, exploraremos a mecânica do sistema de apoio e a estrutura óssea envolvida nesse processo. Segundo Panero e Zelnik (2002), quando sentado, o indivíduo tem seu eixo de apoio con�gurado como uma linha, que vai desde o topo da cabeça até a superfície do assento. Dessa forma, quando estamos sentados, cerca de 75% de nosso peso total está apoiado sobre uma área de, aproximadamente, 26 cm², que corresponde aos ísquios, os ossos localizados na parte inferior do quadril. Essa carga, relativamente pesada, quando distribuída em uma área pequena, gera uma compressão na parte inferior das nádegas. Por esse motivo, quando �camos sentados por um longo período sentimos desconforto e nos “remexemos” no assento, em busca de uma nova posição. Outra importante análise que devemos fazer é com relação aos pontos de apoio, no ato de sentar. Os ísquios não são su�cientes para oferecer apoio adequado e estável a toda a estrutura do corpo. Por esse motivo, apoios para costas, cabeças, braços e pés devem ser previstos, a �m de complementar as condições de equilíbrio ao corpo sentado (PANERO; ZELNIK, 2002). Dimensões Antropométricas Consideradas em Projeto Uma vez compreendida a dinâmica do sentar, prosseguimos nosso estudo, veri�cando quais as dimensões antropométricas serão relevantes para o 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 22/43 projeto de um assento. É importante lembrarmos que, além da análise dos dados provenientes de tabelas antropométricas, precisamos compreender as exigências biodinâmicas envolvidas. Para o projeto de assentos, de modo geral, são empregadas dimensões básicas, que orientarão a altura e profundidade do assento, o encosto e o apoio para braços. Vamos, então, analisar cada um desses componentes! O assento é uma das peças básicas de cadeiras, sofás, poltronas, en�m, é o que se con�gura como superfície sobre a qual o usuário se sentará. A altura do assento é a distância entre o topo de sua superfície até o piso. Esse valor não pode ser muito alto nem muito baixo. Quando um assento é muito elevado, o usuário não consegue tocar os pés no chão, o que gera instabilidade no corpo. Já na situação contrária, quando o assento é muito baixo, as pernas do usuário �cam estendidas à frente, diminuindo também a estabilidade. Para a determinação da altura ideal do assento, recomenda-se considerar, como referência, a altura poplítea, ou seja, a distância vertical entre o chão e a parte inferior da coxa atrás do joelho (PANERO; ZELNIK, 2002). Com relação à profundidade do assento, também devemos ter o cuidado de não errarmos tanto pelo excesso quanto pela falta. Um assento muito grande pressionará a área atrás dos joelhos, enquanto um assento muito pequeno não acomoda adequadamente a parte inferior da coxa, e causa a sensação de que se está “caindo” da cadeira. A dimensão nádega-sulco poplíteo, que é a distância horizontal da parte posterior da nádega até a parte posterior da perna, é a medida utilizada para determinar a profundidade de um assento (PANERO; ZELNIK, 2002). O encosto não é um componente obrigatório em um objeto que a função de permitir assentar. As banquetas, por exemplo, normalmente não apresentam encosto. Porém, como a�rmamos anteriormente, suportes para costas e braços são bem-vindos no projeto de assentos, pois oferecem maior estabilidade ao usuário. 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 23/43 Esse componente é, provavelmente, um dos mais complexos de ser dimensionado, pois não contamos com dados su�cientes no que diz respeito à curvatura da coluna e à região lombar. Outra particularidade do dimensionamento de tal elemento é que ele varia conforme o tipo de atividade. Uma cadeira de escritório, por exemplo, tem encosto com dimensões diferentes de uma cadeira de jantar: a função principal do é oferecer apoio para a região lombar e costas do usuário. O tipo de atividade e o tempo de uso determinam a con�guração necessária para o encosto. Os apoios para braços são elementos laterais ao assento e atuam tanto como suporte para o braço em repouso quanto apoio para que o usuário levante-se ou sente-se. Para o projeto desse componente, devemos analisar diversos fatores, que in�uenciarão seu dimensionamento e posicionamento. A altura dos apoios para braço pode ser determinada por meio da altura de descanso dos cotovelos, porém, é necessário avaliar o percentil a ser selecionado. Se analisarmos dois indivíduos com mesma altura de descanso dos cotovelos, porém um magro e outro gordo, notaremos que a largura corporal in�uencia na altura do apoio para braço. O usuário com o corpo mais estreito precisa de descansos mais altos do que o que tem o corpo mais largo. Segundo Panero e Zelnik (2002), a maior parte da literatura aponta que a altura de apoio para braço mais recomendadaé entre 17,8 cm e 25, 4 cm. A seguir, um resumo dos dados antropométricos para o projeto de assentos, adaptado de Panero e Zelnik (2002): MarcosD Highlight 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 24/43 Tabela 2.4 – Dados antropométricos para projeto de assento Fonte: Adaptado de Panero e Zelnik (2002). Dado antropométrico Percentil 5 Percentil 95 Homens Mulheres Homens Mulheres Altura poplítea (cm) 39,4 35,6 49,0 44,5 Comprimento nádega-sulco poplítea (cm) 43,9 43,2 54,9 53,3 Altura de descanso dos cotovelos (cm) 18,8 18,0 29,5 27,9 Altura dos ombros (cm) 53,3 45,7 63,5 63,5 Altura, sentado normalmente (cm) 80,3 75,2 93,0 88,1 Largura cotovelo a cotovelo (cm) 34,8 31,2 50,5 49,0 Largura do quadril (cm) 31,0 31,2 40,4 43,4 Largura do ombro (cm) 43,2 33,0 48,3 48,3 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 25/43 Estofamentos O estofamento de um assento consiste no revestimento, normalmente com um têxtil e enchimento em algodão ou espuma. Esse processo tem a �nalidade de ajudar a distribuir a pressão do peso do corpo no ato de sentar- se. Um erro bastante comum, ao projetar uma cadeira ou poltrona, é associar estofado ao conforto, como se quanto mais macio o estofamento, mais confortável o assento. Nem sempre essa situação é procedente. Em alguns casos, as poltronas com enchimento mais macio são as mais desconfortáveis, pois aumentam os esforços compressivos na região de apoio do corpo (PANERO; ZELNIK, 2002). Outro problema que devemos evitar ao projetar o estofamento de um assento é com relação à estabilidade que oferece. Estofamentos confortáveis, porém mal projetados podem garantir conforto ao usuário, mas a custas da estabilidade do corpo, que só �ca em equilíbrio quando os pés estão apoiados sobre o piso. A situação oposta, de assentos duros e planos, sem estofamentos, também não é recomendável, na maior parte dos casos. Esse tipo de superfície pode ser desconfortável para usos prolongados, como uma cadeira de escritório, por exemplo. Panero e Zelnik (2002) apontam que, segundo pesquisa realizada por Niels Di�rient, em 1973, o assento médio revestido deve apresentar 3,8 cm de revestimento de espuma média e 1,3 cm de espuma �rme, totalizando a altura de 5,1 cm. Tipos de Assento Sofás, poltronas, cadeiras, bancos: existe uma grande variedade quando falamos a respeito de tipos de assentos. Mesmo quando nos aprofundamos em uma dessas tipologias, como as cadeiras, encontraremos uma extensa lista de opções: cadeira de jantar, cadeira de descanso, cadeira de escritório, e assim por diante. 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 26/43 Nesse momento, não nos dedicaremos a cada uma dessas tipologias, porém, ao projetar um assento, é necessário estarmos sempre atentos ao tipo de uso ao qual estará atrelado. A função que a cadeira ou poltrona exercerá, como será utilizada e por quanto tempo o usuário �cará sentado sobre ela determinarão a forma �nal do nosso projeto. Segundo Gomes Filho (2010), as cadeiras podem ser divididas, basicamente, em dois tipos: as de uso doméstico e as de uso em escritório. Essa divisão pode parecer bastante simpli�cada em um primeiro momento, porém, tal distinção já é um ponto de partida para con�gurarmos o projeto de nosso assento. As cadeiras de uso doméstico, normalmente, não apresentam opções de ajustes, o que signi�ca que o usuário não consegue mudar sua altura, encosto e inclinação, já que são estruturas rígidas. Conforme Gomes Filho (2010), para tais cadeiras recomenda-se a reclinação do encosto para trás, entre 5° e 15° e para o assento, entre 2° e 5°. Já as cadeiras de uso de escritório possuem amplas possibilidades de con�guração pelo usuário, que pode modi�car alturas e angulações. Esses ajustes permitem que a cadeira de escritório seja mais ergonômica ao trabalhador, que passa uma longa jornada sentado, diariamente. 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 27/43 reflitaRe�ita A ergonomia e a antropometria estiveram, em princípio, muito relacionadas à indústria e à relação estabelecida entre homem e máquina. Atualmente, a preocupação com ergonomia ultrapassa o ambiente de trabalho, e se insere na discussão de criação de espaços para moradia e até para o lazer. A quais fatores você atribui essa difusão do tema ergonomia? Você acredita que tal temática é relevante fora dos espaços comerciais e industriais? 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 28/43 atividade Atividade A evolução dos estilos de mobiliário e referências estéticas ao longo dos anos pode ser percebida quando analisamos as cadeiras criadas por famosos designers. Para que tal peça seja corretamente projetada, além de costumes da época e uso esperado, é necessário avaliar os dados antropométricos dos possíveis usuários. Com relação a tal aspecto, assinale a alternativa correta. a) Para o dimensionamento do assento, são considerados altura poplítea, comprimento nádega-sulco poplítea e largura do quadril. b) Para o dimensionamento do assento, são considerados altura poplítea, altura de descanso dos cotovelos e altura dos ombros. c) Para o dimensionamento do assento, são considerados altura dos ombros, altura de descanso dos cotovelos e largura do ombro. d) Para o dimensionamento do assento, são considerados largura do ombro, altura poplítea e altura de descanso dos cotovelos. e) Para o dimensionamento do assento, são considerados altura de descanso dos cotovelos, largura dos ombros e largura do quadril. MarcosD Highlight 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 29/43 Nesta etapa, iniciaremos o estudo dos parâmetros ergonômicos discutidos até o momento, porém de forma prática, analisando a sua aplicação durante o processo projetual. Começamos, então, por um dos ambientes mais multifuncionais de uma residência: a sala de estar. Podemos atribuir diversos usos e sentidos para uma sala, e tais fatores são determinados pelo cliente em momento anterior ao projeto. Com base nessas informações, conseguiremos determinar qual a dinâmica estabelecida no local, assim como quais são os móveis adequados para o ambiente. Tipos de Uso e Múltiplas Funções em Salas de Estar A sala de estar é um dos ambientes mais versáteis dentro da categoria residencial. São várias as atividades que podem ser associadas a esse local: apenas um ambiente de passagem, um espaço para receber vários Ergonomia em EspaçosErgonomia em Espaços Residenciais: Salas de EstarResidenciais: Salas de Estar 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 30/43 convidados ou, ainda, um local mais intimista, que permita, ao usuário, realizar leituras. O primeiro passo para determinar o projeto de uma sala de estar é a elaboração do programa de necessidades. Segundo Ching (2013), o programa de necessidades engloba uma análise do problema que o projetista resolverá. Quais são os usuários daquele espaço? O que eles desejam para essa sala? O que é possível realizar e quais são os limitantes? Decompor o problema por meio dessas questões ajuda o projetista a traçar diretrizes para o desenvolvimento de respostas apropriadas. Devido a essa versatilidade, a sala de estar pode apresentar diversos desenhos e con�gurações de layout. Apesar dessa multiplicidade, é possível a�rmar que, de modo geral, a interface entre usuário e os componentes físicos do espaço será dada, principalmente, pelos assentos desse recinto (PANERO; ZELNIK,2002). Circulações e Mobiliários Para a análise da ergonomia e acessibilidade em salas de estar, direcionaremos nosso estudo para a criação de circulações e mobiliários. No entanto, lembre-se de que existem outros condicionantes, que estão envolvidos no processo de projeto, como qualidade estética, conforto ambiental, custo etc. Diante das diversas possibilidades de layout que uma sala de estar admite, é necessário realizarmos estudos, tanto em planta baixa quanto em corte, para analisar a viabilidade da distribuição dos móveis. As ferramentas de desenho assistido por computador (AutoCAD), para modelos bidimensionais, e o SketchUp, para modelos tridimensionais, facilitam essa etapa do trabalho. A seguir, aprofundaremos nossa análise de ergonomia e acessibilidade, explorando assentos e estantes, que são móveis comuns à maioria das salas de estar. Porém, lembre-se de que uma sala pode ser composta por vários outros móveis, que também devem ser averiguados quando inseridos no projeto. 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 31/43 Assentos Nas salas de estar, os assentos mais comuns serão sofás e poltronas. Para o estudo de tais móveis, empregaremos as dimensões corpóreas que indicam o espaço que o corpo necessita para acomodar-se. Segundo Panero e Zelnik (2012), usuários masculinos demandam mais espaço do que usuários femininos. Para locais de uso misto, recomenda-se a adoção das maiores dimensões. A seguir, um resumo dos dados antropométricos para o projeto de sofás, adaptado de Panero e Zelnik (2002): Figura 2.1 - Projeto de sofá Fonte: Panero e Zelnik (2002). 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 32/43 Tabela 2.5 - Dados antropométricos para projeto de sofá Fonte: Adaptado de Panero e Zelnik (2002). Além das dimensões para a criação de um sofá, precisamos compreender também os espaços livres e as relações estabelecidas entre eles. A circulação em volta dos assentos deve comportar a largura corporal máxima, para assegurar a passagem do usuário. Da mesma forma, quando posicionamos uma mesa de apoio é necessário veri�car se se encontra em uma região de passagem. Em caso a�rmativo, a passagem mínima deve atender à largura corporal máxima. É importante veri�carmos, ainda, se a distância entre sofá e mesa é compatível com o alcance do usuário. Observe, no resumo a seguir, conforme Panero e Zelnik (2002), as relações de espaços livres em uma sala de estar: Dado antropométrico Dimensão em cm Homens Mulheres A 106,7 - 121,9 101,6 - 116,8 B 15,2 - 22,9 15,2 - 22,9 C 7,6 - 15,2 7,6 - 15,2 D 71,1 66,0 E 157,5 - 172,7 147,3 - 162,6 F 228,6 - 243,8 213,4 - 228,6 15 Comprimento nádega-sulco poplíteo 24 Largura corporal máxima 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 33/43 Tabela 2.6 – Relações de espaços livres em uma sala de estar Fonte: Adaptado de Panero e Zelnik (2002). Figura 2.2 - Espaços livres em uma sala de estar Fonte: Panero e Zelnik (2002, p. 136). Dado antropométrico Dimensão em cm A 2134 – 284,5 B 33,0 – 40,6 C 147,3 – 203,2 D 40,6 – 45,7 E 35,6 – 43,2 F 30,5 – 45,7 6 Altura dos olhos, sentado 14 Altura do sulco-poplíteo 15 Comprimento nádega sulco-poplíteo 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 34/43 Estantes Móveis como estantes, armários e bares suspensos também são comuns em salas de estar. Para análise e posterior projeto de tal mobiliário, consideraremos o acesso às regiões mais altas e mais baixas do móvel em questão, além da zona de atividade, que corresponde ao espaço mínimo para que uma pessoa consiga completar a ação desejada. Segundo Panero e Zelnik (2002), o alcance de usuários femininos e masculinos é distinto, por esse motivo, em situações nas quais se desconhece o per�l do usuário recomenda- se adotar os dados de pessoas com menores dimensões. Observe, nos resumos a seguir as distâncias de alcance para projeto de estante, armário e bar suspenso: Figura 2.3 - Projeto de estantes e armários Fonte: Panero e Zelnik (2002, p. 137). 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 35/43 Tabela 2.7 - Distâncias de alcance para projeto de estante, armário e bar suspenso Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002). Dado antropométrico Dimensão em cm Homens Mulheres A 45,7 – 61,0 45,7 – 61,0 B 121,9 – 147,3 116,8 – 132,08 C 91,4 – 101,6 76,2 – 91,4 F 182,9 175,3 23 Profundidade corporal máxima Figura 2.4 - Projeto de bar suspenso Fonte: Panero e Zelnik (2002, p. 137). 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 36/43 Tabela 2.8 – Dados antropométricos para projeto de bar suspenso Fonte: Adaptada de Panero e Zelnik (2002). A utilização dos dados das tabelas apresentadas até aqui deve ser feita com base em análises e considerações por parte do projetista. Caso você esteja projetando uma sala de estar e deseje adicionar um elemento diferente de um sofá ou de um armário, como apresentamos nas tabelas, você mesmo pode construir esquemas para análise. Essas situações esquemáticas podem ser semelhantes às elaboradas por Panero e Zelnik (2002) e ilustradas nesta unidade. Caso pre�ra, você pode também elaborar estudos com croquis, de modo mais simpli�cado. O importante, caro estudante, é que você consiga relacionar como será a interface objeto-usuário, antes de inserir o elemento desejado no projeto. Dado antropométrico Dimensão em cm Homens Mulheres F 182,9 175,3 H 106,7 – 127,0 106,7 – 127,0 I 30,5 – 40,6 30,5 – 40,6 J 45,7 45,7 K 61,0 – 81,3 61,0 – 81,3 L 99,1 – 106,7 91,4 – 99,1 2 Altura dos olhos 23 Profundidade corporal máxima 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 37/43 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 38/43 atividade Atividade Espaços de uso coletivo, como a sala de estar, di�cilmente atenderão a um único per�l de usuário. Ao projetarmos uma estante para esse ambiente precisamos estar cientes de que, em uma família, nem todos os integrantes terão a mesma altura. Nesse caso, o projeto desse móvel deve atender: a) à pessoa com menor estatura; b) à pessoa com maior estatura; c) a uma média simples entre os dados antropométricos da pessoa de maior altura e menor altura; d) à soma dos dados antropométricos da pessoa com maior e menor estaturas; e) à subtração dos dados antropométricos da pessoa com maior estatura pelos dados da pessoa com menor estatura. 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 39/43 indicações Material Complementar LIVRO Ergonomia: conceitos e aplicações Anamaria de Moraes e Claudia Mont’Alvão Editora: 2AB ISBN: 978-85-86695-49-0 Comentário: estudamos, até o momento, alguns dos principais conceitos de ergonomia e antropometria. Pela leitura indicada, caro estudante, você poderá aprofundar os seus conhecimentos sobre esses temas. As autoras nos convidam a re�etir sobre as etapas e fases da intervenção ergonômica em um projeto, além de apresentarem um estudo de caso, para que você possa compreender como tais preceitos são aplicados na prática. 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 40/43 FILME Print the legend Ano: 2014 Comentário: ao longo das décadas, o design se deparou com diversasinovações no campo tecnológico. A Revolução Industrial e, posteriormente, a inclusão de técnicas digitais no processo criativo mudaram tanto o modo de produzir quanto o de consumir o design. Uma das inovações, que vem trazendo várias discussões no cenário atual, é a impressora 3D. O �lme sugerido convida a re�etir sobre a maneira que podemos utilizar esse recurso tecnológico para a criação de projetos ergonômicos e adaptados aos seres humanos. T R A I L E R 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 41/43 conclusão Conclusão Para um projeto bem-sucedido, precisamos estar atentos aos aspectos de antropometria e ergonomia envolvidos. A aplicação de tais conceitos não consiste na simples transferência de dados obtidos em tabelas antropométricas: é papel do projetista atribuir signi�cado a essas informações. A leitura e interpretação dos parâmetros apresentados em tais tabelas é uma tarefa complexa, que demanda o olhar crítico do engenheiro, do arquiteto, do designer, en�m, do pro�ssional que criará o projeto. Esse processo analítico permite que o projetista pondere quem será o usuário do projeto, como será usado, por qual período, dentre outros fatores que ajudarão a de�nir a proposta �nal. referências Referências Bibliográ�cas CHING, F. D.K. Arquitetura de interiores ilustrada. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. GOMES FILHO, J. Ergonomia do objeto: sistema técnico de leitura ergonômica. 2.ed. São Paulo: Escrituras, 2012. 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 42/43 IIDA, I.; BUARQUE, L. Ergonomia: projeto e produção. 3.ed. São Paulo: Blucher, 2016. KROEMER, K. H. E; GRANDJEAN, E. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. NEUFERT, E. Neufert: arte de projetar em arquitetura. 18.ed. São Paulo: Gustavo Gilli, 2013. PANERO, J.; ZELNIK, M. Dimensionamento humano para espaços interiores: um livro de consulta e referência para projetos. São Paulo: Gustavo Gili, 2002. IMPRIMIR 04/05/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666446… 43/43
Compartilhar