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trabalho final - PROCESSO PENAL III

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Autarquia Educacional do Vale do São Francisco – AEVSF
Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina – FACAPE
Bacharelado em Direito – 7° Período – Matutino
Disciplina: Processo Penal III
Professor: Edimilson Melo 
Filme “O Júri” e as diferenças entre o Tribunal do Júri Brasileiro e Norte-Americano.
Petrolina-PE
2019
Autarquia Educacional do Vale do São Francisco – AEVSF
Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina – FACAPE
Bacharelado em Direito – 7° Período – Matutino
Disciplina: Processo Penal III
Professor: Edimilson Melo
Filme “O Júri” e as diferenças entre o Tribunal do Júri Brasileiro e Norte-Americano.
Trabalho referente a análise do filme “O júri, bem como as diferenças entre o tribunal do júri brasileiro e norte-americano solicitado pelo Professor Edimilson Melo, responsável pela disciplina – Processo Penal III, do Curso de Direito – FACAPE.
Aluna: Maria Luiza Masceno Santos 
Filme “O Júri” e as diferenças entre o Tribunal do Júri brasileiro e Americano.
O filme “O Júri” (título original “Runaway Jury” - 2003), é um drama que relata a história da formação do Tribunal do Júri americano. A história mostra como o corpo de jurados pode ser manipulado com a finalidade de garantir os interesses do lado que pode, por exemplo, pagar mais pelo veredito. 
O filme é uma demonstração de quanto a Instituição do Júri pode ser falha e nos leva a questionar sobre a real capacidade dos jurados em decidir uma causa de forma imparcial. 
O instituto do Júri surge como uma forma de efetivação da justiça pela sociedade, e é visto como um dos aspectos mais democráticos presentes nas constituições de várias nações. É importante distinguir e analisar as principais dessemelhanças entre os sistemas norte-americano e brasileiro, para compreender o que se passou no filme e se o mesmo caso ocorresse aqui no Brasil, como seria diferente a resolução. Acredita-se que através da comparação é possível evidenciar fatores determinantes de cada sistema jurídico, assim como da cultura de cada país no que se refere à Justiça.
A trama do filme é basicamente desencadeada com o assassinato do corretor Jacob Woods, durante um tiroteio que aconteceu na empresa que trabalhava, a sua viúva Sra. Woods, move então, uma ação contra a indústria de armas pleiteando uma indenização pela morte do seu marido, onde assim o caso é levado ao tribunal do júri. 
O desenrolar do filme acontece entre o jurado Nicholas Easter e sua namorada Marlee, que colocam em prática um plano para que Nicholas manipulasse ou outros jurados do caso, e Marlee chantageava ambos os lados do processo pedindo dinheiro em troca de influência da tendência do júri. 
Com medo da derrota a parte que representa a indústria armamentista, acata as chantagens feitas por Marlee e paga o valor estipulado para que os jurados votassem a favor do seu cliente. Porém assim que o dinheiro é transferido Marlee avisa a Nicholas, que está reunido com os outros jurados e acaba influenciando os seus colegas para que façam a escolha certa, baseada na coerência com os fatos, não importando seus interesses pessoais ou problemas que eles sofram, pois devem agir com o coração e decidir o que é certo a fazer. O objetivo do casal é atingido, e os jurados condenam a indústria a pagar danos matérias e morais a vítima. 
O casal agiu assim, pois, no passado, eles foram vítimas de um tiroteio em uma escola na cidade onde moravam e uma das pessoas que morreu nesse atentado foi a irmã de Marlee, O caso foi levado a júri municipal, onde o mesmo homem que ajudou a formar a corpo de jurados do caso da Sra. Woods, foi o que comprou o veredicto final para que a indústria ganhasse e o município fosse a falência. Assim os dois foram em busca de justiça com o intuito de atingir a mesma indústria de armas e o consultor do júri. 
Com o valor ganho pelas chantagens, o casal doou às vítimas do atentado à escola, e impôs que o consultor do júri não mais trabalhasse sob risco de levar o comprovante da transferência à polícia, denunciando assim todos os crimes. 
Esse filme demonstra como pode ser falho o Júri, nos levando a questionar se os jurados tem mesmo capacidade de decidir de forma imparcial. 
No conceito universal de Tribunal do Júri, impera a ideia de julgamento pelos pares, o que no Brasil não é diferente. O instituto foi inicialmente estabelecido no país em 1822, limitando-se ao julgamento de crimes de imprensa. Com a constituição de 1824, teve sua competência à apreciação de crimes que atingiam bens jurídicos com a vida, bem como, casos de matéria cível. A constituição de 1937, omitiu quanto a existência do tribunal do júri no texto constitucional. Com a constituição de 1946, o Júri voltou a ser mencionado no seu texto, no rol de direitos e garantias fundamentais. Por fim a nossa constituição vigente de 1988, confirmou o tribunal do júri como direito e garantia fundamental no art. 5º, XXXVIII trazendo a plenitude de defesa; o sigilo das votações; a soberania dos veredictos e a competência para o julgamento de crimes dolosos contra a vida. 
A configuração do tribunal do júri brasileiro, requer a presença de um juiz togado, para assumir a presidência do tribunal, e de 25 cidadãos para representar o povo, que assumem a função de jurados, dentre os quais sete constituirão o Conselho de Sentença nas sessões de julgamento. O Júri é obrigatório aos que forem selecionados, de modo que a injustificada recusa, enseja a aplicação de multa de um a dez salários mínimos, levando em consideração a situação econômica do jurado. A negação por convicção religiosa, filosófica ou política, pode importar o dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos durante o período em que não se prestar a obrigação. 
Ao longo do procedimento, o juiz sorteará os sete jurados para compor o Conselho de Sentença e podendo tanto a defesa, quanto o Ministério Público rejeitar imotivadamente três jurados. 
O procedimento é bifásico e escalonado (judicium accusationis e judicium causae). O judicium accusationis, dá-se com a apresentação da denúncia por parte do Ministério Público, ou da queixa pelo querelante, depois abre-se para que o réu apresente sua defesa. Posteriormente o Ministério Público, em cinco dias, deve apresentar as respostas, inquirição de testemunhas, dentre outras diligências. O que acarretará na audiência de instrução e julgamento, momento em que se faz a oitiva de testemunhas de ambas as partes, bem como o depoimento do réu, debates orais e finalmente a decisão do magistrado. 
Há quatro possibilidades de decisões: absolvição sumária, desqualificação, impronúncia e pronúncia. 
Com a decisão de pronúncia, inicia-se a segunda fase do procedimento do júri, o judicium causae. Começa a partir da preparação do processo de julgamento, com as intimações das partes para aduzirem testemunhas a prestarem depoimento em plenário, e se desenrola durante todo o procedimento de instauração da sessão do júri, até a prolação de sentença condenatória ou absolutória. 
Durante essa fase há a oitiva das testemunhas, que serão de no máximo cinco para cada parte, seguido da apresentação de provas e documentos, previamente listados aos autos, com antecedência mínima de três dias úteis, a fim de que se dê ciência à outra parte. Também é nessa etapa do procedimento que há os debates orais por parte do Ministério Público e da defesa. Subsequentemente, o corpo de jurados do Conselho de Sentença se dirige à sala secreta a fim de proceder com a votação, que será anunciada pelo juiz presidente, que, em caso de condenação, realizará a dosimetria da pena.
É o Conselho de Sentença que pronunciará quantos aos fatos e quanto à absolvição ou condenação do réu. Assim o magistrado formulará quesitos a serem respondidos pelos jurados, sobre a materialidade do fato, autoria ou participação, absolvição do réu, causas existentes de diminuição de pena alegadas pela defesa, existência de circunstância qualificadora ou caso de aumento de pena. 
Os votos dos jurados são sigilosos, e suas decisõesse darão por maioria simples dos votos. Cada jurado decidirá quanto aos quesitos apresentados pelo juiz, mas se mais de uma resposta negativa por mais de três jurados, acerca da materialidade do fato e da autoria e participação implicam em absolvição do acusado, encerrando assim a votação. 
Já o tribunal do júri Norte-Americano, difere em alguns aspectos com o nosso, primeiramente pela tradição estadunidense de ser um país regido pelo Common Law, onde o direito tem como pressuposto de existência um sistema capaz de resolver questões concretas. 
Em se tratando do júri, inicialmente os Estados Unidos adotou o modelo de tribunal vigente na Inglaterra. Em 1971, na Declaração de Direitos (Bill of rights), foi adotado tribunal do júri, onde, “em todos os processos criminais, os acusados terão direito a um julgamento rápido e público, por um júri imparcial.” A declaração também traz a possibilidade de julgamento pelo júri em casos cíveis. 
A constituição federal Americana traz, em sua sexta emenda, uma abordagem ao tribunal do júri em âmbito criminal. 
Na esfera criminal, o sistema americano adota dois institutos referentes ao Júri, que atuam de modo distinto, o Grande Júri e o Pequeno Júri. O Grande Júri tem previsão constitucional na quinta emenda e é composto por eleitores da comunidade, mudando sua formação a depender do Estado federado que se encontra. O número de membros vai de 16 a 23 integrantes, que serão sorteados. Suas funções são, acusar infratores que infringiram a legislação penal, quando acharem suficiente as provas expostas pelo promotor. Também podem apresentar acusações formais sem levar em conta os argumentos do promotor. 
O grande júri pode assumir o papel de acusação ou investigação, mas não avalia a culpabilidade do criminoso. O grande júri pode ouvir testemunhas, ordenar providências investigatórias, em audiências secretas. O grande júri atua com o papel de judicium accusationis, antes ao juízo de culpabilidade que é apreciado pelo pequeno júri. 
O pequeno júri é responsável para julgar se o réu é inocente ou culpado. Sua composição é variada, dependendo do Estado federado. Nos Júris federais o conselho é formado por doze membros e sua decisão deve ser unânime. Já nos Estados federados, a quantidade de membros varia de seis a doze jurados, tendo a possibilidade de condenação por um quórum de dois terços ou três quintos dos membros, não obstante a regra também seja a unanimidade do veredicto. 
Durante o processo, é possível ocorrer o “plea barganing” que seria a negociação entre o infrator e o representante do MP e o juiz, para encontrar uma solução. Esse acordo pode ser firmado em qualquer momento do julgamento, até antes da decisão.
Na fase de julgamento, predomina a oralidade, havendo inquirição e exibição de provas, seguindo de debates por parte da acusação e defesa, o que geralmente ocorre em uma única sessão. Logo após os jurados se reúnem em para deliberar para que alcancem um veredicto. A decisão deve ser baseada em elementos probatórios apresentados em sessão de julgamento, conjuntamente com o livre convencimento de cada um. 
Durante os procedimentos um dos jurados assume o papel de líder, o chamado Foreman, sendo encarregado de conduzir o debate de maneira a se chegar à decisão unânime. Também o papel de representar o corpo de jurados no momento da proclamação da decisão. Onde ele será culpado ou inocente. No caso de o tribunal não atingir uma decisão consensual, tem-se o chamado “hung jury”, que enseja ao juiz presidente a declaração, determinando outro julgamento a ser realizado. 
Assim, podemos perceber que são várias as diferenças entre os sistemas de tribunal do júri brasileiro e norte-americano, primeiramente pelo sistema adotado em cada país, onde o tribunal do Júri brasileiro se consagrou nos moldes do Civil Law, enquanto o Americano, um modelo adepto ao Common Law. Os crimes competentes no tribunal brasileiro são os crimes dolosos contra a vida, já nos Estados Unidos, são levados ao tribunal do júri todos os crimes, exceto os de responsabilidade, mas ressaltando que em casos criminais o réu deve ser condenado a mais de seis anos de prisão para que tenha direito ao julgamento pelo júri. Também é possível que se vá a júri os casos de matéria cível, desde que excedentes ao valor de vinte dólares, coisa que não é possível no Brasil. 
Outro ponto, é, que nos Estados unidos o júri é privilégio do acusado, podendo ele abster-se dessa garantia, já no Brasil não há essa possibilidade, tendo o acusado que se submeter a esse julgamento se praticar algum crime doloso contra a vida. No sistema Americano, o veredicto precisa ser unânime, já no Brasil é pela maioria de votos, realizados de modo sigiloso.

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