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1 LARISSA MENEZES – MAD II INTRODUÇÃO À PRASITOLOGIA E PROTOZOÁRIOS O QUE É PARASITOLOGIA E PARASITISMO? Estudo dos parasitas, animais e vegetais, e suas relações com os seus hospedeiros Hospedeiros: organismos que abriga outro, no seu interior ou exterior Parasitismo: indivíduos de espécies diferentes com relações intimas e duradouras com certo graus de dependência metabólica OBS: Não é vantajoso ao parasita causar morte do hospedeiro CONCEITOS GERAIS EM PARASITOLOGIA Classificação quanto à localização: • Endoparasitas: interior de cavidades ou células • Ectoparasitas: piolhos, pulgas • Estenoxenos: parasita especifico de uma determina espécie, como o áscaris lumbricoides • Eurixenos: parasita presente em diversos organismos, como a giárdia (cães e humanos) Classificação quanto ao ciclo biológico: • Monóxeno: só tem um hospedeiro durante o cliclo de vida • Heteróxeno: dois ou mais hospedeiros A) Hospedeiro definitivo: onde localiza a forma adulta ou a reprodução sexuada B) Hospedeiro intermediário: onde localiza a forma larvada ou a reprodução assexuada C) Vertebrado e invertebrado: quando o parasita não tem fase adulta ou lavaria e nem dois tipos de reprodução, como o trypanossoma cruzii que tem um hospedeiro o humano (vertebrado) e o barbeiro (invertebrado) Zoonose: doenças que circulam em animais e podem ser transmitidas ao homem Doenças tropicais negligencias (NTD): endêmicas em regiões tropicais e subtropicais e atinge a populações de baixa renda CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA DOS ORGANISMOS Cepa ou linhagem: variações dentro de uma espécie INTRODUÇÃO AOS PROTOZOÁRIOS Procariotos: reino monera Protistas: protozoários • Única célula • Formas evolutivas de trofozoíto, cisto, gameta ou oocisto • Reprodução assexuada e sexuada • Movimentação por pseudópodes, flagelos, cílios ou microtúbulos GIARDÍASE É um protozoário flagelado (4 pares de flagelo) Giárdia intestinal = Giardia duodenalis = Giardia lamblia FORMAS NO CICLO VITAL A) Cisto (forma infectante): • Vivem por até 2 meses na água, altamente resistente sobrevivendo 2 LARISSA MENEZES – MAD II inclusive em água clorada (a cloração em si não mata, é necessário filtrar ou ferver a água) • Ovoide • Estrutura flagelar é interna e quando vira trofozoíto esses flagelos serão externos • Membrana celular (resistência) • 4 núcleos • 4 flagelos • Não se movimentam • Encontrado em fezes formadas • É carreado ao meio ambiente pelas fezes B) Trofozoíto: • Não infecta o individuo porque morre no ambiente • Piriforme: forma de pera invertida • 2 núcleos • 4 pares de flagelos: anterior, caudal, ventral e posterior • Disco surtorial: se adere nas microvilosidades do intestino do individuo e fica na região ventral da giárdia • Locomoção rápida (por causa dos flagelos) • Duodeno e jejuno: fixação no intestino delgado • Divisão binaria simples: um trofozoito se divide em dois, se multiplica/divide de forma igual • Encontrado em fezes diarreicas MODO DE TRANSMISSÃO A) Direto: contaminação da mão e ingestão de cistos, via sexual (sexo anal e contato boca-ânus) B) Indireto: ingestão de agua e alimentos contaminados CICLO BIOLÓGICO A pessoa ingere o cisto, ele vai entrar via esôfago ate o intestino, onde vai desincistar perdendo a capsula, virando 2 trofozoitos. A medida que se multiplica, os trofozoítos começam a se fixar na parede do intestino pelo disco surtorial. Ao chegar no ceco se cista novamente e cria uma capsula, 3 LARISSA MENEZES – MAD II trazendo tudo de fora para dentro, formando um cisto que sai pelas fezes. • Infestação por giárdia sem sintomatologia, indivíduos tem as fezes formadas (sem diarreia) e liberam cistos no ambiente • Indivíduos infectados com sintomatologia, indivíduos tem fezes diarreicas e encontra- se trofozoítos porque as fezes se formam rápido e não da tempo de ter cistos. Mas pode encontrar cistos, porem em menor quantidade SUCEPTÍVEIS Menores de 5 anos 25 a 39 anos Imunossuprimidos IMUNOLOGIA Quebra do equilíbrio eletrolítico com falta de aderência do SI Hipogamaglobulinemia especifica: IgM fase aguda, mas na hipogamaglobulinemia troca o IgM por outra, não matura o IgE ou IgA (para giárdia) que tem cadeia J (a cadeira teria que ser retirada e na hipogamaglubolinemia não retira, o que não permite a ativação) responsável pelos protozoários O medicamento tem um quelante de cálcio para quelar entre o PRR e o PAMP APRESENTAÇÃO CLÍNICA Incubação: 1 a 3 semanas Assintomática Diarreia aguda ou crônica com má absorção intestinal Fezes liquidas ou pastosas com muco Perda de peso, anorexia, dor abdominal Diminuição de vitamina A Alteração de toda e qualquer absorção de nutrientes, influenciando na síntese de lactase Inflamação que gera muco nas fezes Esteatorreia: gordura nas fezes Fraqueza Náusea e vomito Cefaleia DIAGNÓSTICO A) Exame direto: fezes (identificação dos cistos e trofozoítos) B) Exame direto: fluido duodenal (trofozoítos) C) Teste do barbante D) Diagnostico diferencial: enterite por outros agentes infecciosos E) Endoscopia TRATAMENTO A) Metronidazol B) Tinidazol C) Ornidazol D) Albendazol E) Nitazoxanida PROFILAXIA Educação sanitária: creches, escolas, orfanatos, asilos Lavar a mão após o banheiro, antes de se alimentar Filtrar água Lavar bem os alimentos Afastar doentes do cuidado de crianças e idosos TRICHOMONASS VAGINALIS AGENTE ETIOLÓGICO Protozoário: Trichomonas Família: Trichomonadidae Gênero: Trichomonas Espécie: Trichomonas vaginalis • Anaeróbios e facilitados por bactérias redutoras (consomem o oxigênio local favorecendo o ambiente de desenvolvimento do trichomonas) • Sobrevivem até 6 horas na gota de secreção vaginal, 2 horas na agua (40 a 46ºC) e 24 horas diluído em Ringer lactato • Na mulher vivem na mucosa vaginal e no canal vaginal. Já no homem no prepúcio, na próstata e na uretra. Formas no ciclo vital: • Apenas uma forma: trofozoíto → divisão binaria longitudinal simples (a partir de um, se divide em 2; de 2 em 4 e assim suscetivamente) 4 LARISSA MENEZES – MAD II • 4 flagelos livres: partem do canal periflagelar em direção a região anterior • 1 flagelo: preso ao trofozoíto pela membrana ondulante e emerge pelo lado do canal periflagelar em direção a região posterior • Forma ovoide, alongada ou piriforme e sem estrutura de sustentação interna (dificuldade de visualização em lamina) → identifica o trichomonas pela membrana ondulante e pelo flagelo preso • Tem um núcleo proporcionalmente grande na região mediana anterior, principalmente na parte de cima e apresenta fibrilas internas que auxiliam os flagelos TRANSMISSÃO Contato sexual • Principal forma de transmissão • Através do coito sem prevenção • Maior predisposição: 16 a 35 anos porque estão no maior pico da vida sexual ativa Água de banho Moças virgens • 80% apresentaram infecção em estudo • Quando as mães dessas moças estavam infectadas, porque compartilhavam privada, roupa íntima, itens de banho Roupas íntimas (úmida ou molhada), de cama, bidê e privadas, água Parto • 5% das crianças com mães que apresentam tricomoníase em parto normal Itens de banho compartilhados: sabonete, toalha etc FATORES ASSOCIADOS A INFECÇÃO Mudança na flora bacteriana: bacilos de Dordelein em menor quantidade Diminuição do glicogênio nas células do epitélio Diminuição da acidez local: normal de 3,8 a 4,5 pH Descamação epitelial • Processo sintomatológico: leucorreia Fatores hormonais • Mulheres em período pré o pós menstrual: período de suscetibilidade e piora Processo de natureza inflamatória e/ou irritativa OBS: Bacilos de Dordelein são bacilos normais e benéficosque se alimentam do glicogênio das células vaginais produzindo ácido lático, responsável por manter o pH ácido da vagina, evitando a proliferação de bactérias patogênicas e do trichomonas. A elevação do pH diminui a proliferação dos bacilos de Dordelein, mas a frequência máxima de trichomonas é quando a acidez se torna maior (pH diminui). CICLO BIOLÓGICO O trofozoíto de multiplica por divisão binaria longitudinal simples. A mulher contaminada transmite o trofozoíto para homem ou mulher. No local de predileção (sistema geniturinário), o trofozoíto se multiplica. 5 LARISSA MENEZES – MAD II PATOLOGIA E SINTOMAS Mulher • Silenciosa na maioria dos casos (descobre no preventivo) • Corrimento (leucorreia) esbranquiçado, bolhoso (bactérias que produzem gás) que irrita a pele e com mal cheiro (pela presença de bactérias). No corrimento há presença de muco, células de descamação, leucócitos, trichomonas, mas sem sangue • Cervicite • Vaginite • Vulvovaginite • Edema de vulva e períneo • Sensação de queimação (principalmente a noite) e piora no ato sexual Homem • Assintomático na maioria das vezes: homem é um “vilão” • Uretrite • Prostato-vesiculite • Prurido • Queimação no momento de urinar e no ato sexual • Corrimento matinal • Quadros de escoriação no sulco balanoprepulcial • Pode se tornar crônico DIAGNÓSTICO Exame a fresco: pesquisa direta • Coleta de secreção através do espéculo e mistura no Ringer lactato, coloca na lamina e leva ao microscópio. Pesquisa a presença do trichomonas, se encontra é positivo. Mas pode da falso negativo, porque na gotícula pode não ter o protozoário. • Negativo repete ou faz o meio de cultura Meio de cultura Citologia: pesquisa alteração na flora, da célula, por processo irritativo pH vaginal > 4,5 OBS: Na coleta da secreção não pode usar medicação local de 1 a 2 dias antes TRATAMENTO Em conjunto com o parceiro Metronidazol: 250 mg/kg 2 ou 3x ao dia por 10 dias Ornidazol: dose única • Aguda: 3 comprimidos de 500 mg • Crônica: 2 comprimidos de 500 mg Tinidazol: dose única de 4 comprimidos de 400 mg Nimorazol: 250 mg/kg 2x ao dia por 3 dias Na mulher: aplicação local de pomada com a mesma substância do medicamento oral OBS: 15 dias após terminar o tratamento repete o exame PREVENÇÃO E CUIDADOS Educação sanitária Uso de preservativo Utilização de banheiros públicos: não sentar em privadas públicas (inclui banheiros de casas também) Motel: cuidado com utilização de jacuzzi, piscinas Não compartilhamento de roupas e materiais íntimos TRICURÍASE/TRICUROSE AGENTE ETIOLÓGICO Helminto nematoide (nematelminto) Gênero: Trichuris Espécie: Trichuris trichiura 6 LARISSA MENEZES – MAD II Tem 2 formas no ciclo de vida: vermes adultos e ovos com suas respectivas larvas Vermes adultos • 3 a 5 cm • Alongados com região anterior delgada • Região anterior é filiforme e a posterior é fusiforme • Na parte de dentro tem dentes e esôfago. Na parte posterior tem o ID, os ovários ou testículos, reto e cloaca (por onde saem os ovos) • Vermes de predileção do intestino grosso: vivem no cécum onde se fixam • Vivem enovelados • Fêmea > Macho • No macho sua região posterior sempre é espiralada maior que 360º. Na fêmea a região posterior é retilínea Ovo • Forma infectante: ovo larvado com L1 no seu interior • Muito característico ao microscópio • Alongado, em seus polos tem uma estrutura hialina, parece uma bola de futebol americano • 3 camadas: a externa é mais grossa/espessa e escura, 2 camadas internas mais claras e finas → Dão proteção ao ovo e capacidade de ser resistente ao ambiente (ele fica no ambiente durante meses e infectante ao indivíduo) • Fêmeas: 20000 ovos/dia OBS: O ovo é infectante de 2 a 3 semanas no ambiente IMPORTÂNCIA Doença de crianças de 5 a 14 anos: principais indivíduos que apresentam a sintomatologia Alta morbidade, baixa mortalidade Doença praticamente silenciosa A sintomatologia depende do organismo do indivíduo: comorbidade, fatores nutricionais, deficiência de imunoglobulinas, SI abalado CICLO BIOLÓGICO O ovo, uma vez eliminado no ambiente com fatores de temperatura e umidade adequados, ele vai embrionar. O embrião é transformado em larva L1. O indivíduo ingere o ovo contendo a larva L1. No ID essa larva L1 vai eclodir sendo liberada e vai para o IG que é o local de predileção. No IG ela adentra as criptas glandulares do cécum e passa dois dias nessa região até completar a fase de adulta. Uma vez adulta, nas criptas glandulares do cécum coloca sua região posterior para fora das criptas, sua parte anterior (mais fina) fica presa as criptas e a parte posterior livre no lúmen do IG. 7 LARISSA MENEZES – MAD II Macho e fêmea vão copular com as regiões posteriores para fora. A importância da curvatura auxilia no processo de reprodução. Após a copula, os ovos são desenvolvidos em 70 a 90 dias são liberados com as fezes no meio ambiente. E o individuo infecta o meio ambiente. EPIDEMIOLOGIA População infantil em idade escolar e pré escolar mais acometida Local de clima quente e úmido Condições higiênicas precárias Habito de defecar no chão Bairros pobres TRANSMISSÃO: ingestão do ovo embrionado Mãos sujas de terra Sujeira sob as unhas Água e alimentos contaminados Fruta e verdura adubada com fezes humanas Poeira PATOGENIA • Dificulta a absorção de agua → desidratação • Prolapso de reto principalmente em crianças com grande quantidade de parasitas, pela movimentação do verme e pelas alterações de peristaltismo • Produtos metabólicos dos helmintos → lesão irritativa das terminações nervosas → hipersensibilidade da região → prolapso do reto, diarreia e desidratação OBS: Prolapso retal o tratamento é medicamentoso ou cirúrgico Maioria é assintomático: o verme pode viver de 3 a 8 anos no individuo sem nenhum sintoma Quadro clinico: não é especifico • Nervosismo • Insônia • Perda de apetite • Eosinofilia • Diarreia • Dor abdominal • Perda de peso • Desidratação • Febre • Prolapso retal • Bruxismo (“ralar um dente no outro”): agravado por estresse ou verminose DIAGNÓSTICO Clinico: • Anamnese • Histórico • Sintomas Laboratorial: pesquisa de ovos 8 LARISSA MENEZES – MAD II • Parasitológico de fezes: repete 3x pelo falso negativo • Técnica de Kato Katz: determina a quantidade de ovos • 5000 ovos/gr de fezes = leve parasitismo • 5000 a 10000 ovos/gr de fezes = médio • Acima de 10000 ovos/gr de fezes = pesado TRATAMENTO Mebendazol: 100 mg/dia 2x ao dia por 3 dias Albendazol: 400 mg/dia dose única Exame de fezes após o tratamento CONTROLE Saneamento básico e usar o banheiro Lavar alimentos e as mãos Proteger alimento de poeira Não usar fezes humanas para adubo ENTEROBÍASE/ENTEROBIOSE/ OXIUROSE AGENTE ETIOLÓGICO Nematóide Ordem: Oxyuroidea Gênero: Enterobius Espécie: Enterobius vermiculares = oxiúro Verminose intestinal (IG) Fêmea > Macho Na fêmea sua região posterior é retilínea e a do macho é curvado para facilitar na hora da copula. Possuem asa cefálica na região anterior na boca que permite a fixação. O macho morre após a copula e é liberado nas fezes Possui 3 formas no ciclo vital: • Ovo: formato em d, achatado e pegajosos, possuem uma larva e forma infectante • Larva • Adulto: vivem no cécum (IG) livre ou aderido a mucosa, ovoposição de 16000 ovos no reto ou na região perineal TRANSMISSÃO Heteroinfecção • Via aérea: inalação e ingestão dos ovos (pessoas que dormem no mesmo quarto, na mesma cama, que frequenta a mesma instalação sanitária, despir-se, vestir-se, descobrir-se, cobrir-se) • Mãos sujas: crianças e adultos que cuidam delas Auto-infecção • Viaaérea: inalação e ingestão de ovos (despir-se, vestir-se, descobrir-se, cobrir- se) 9 LARISSA MENEZES – MAD II • Mãos sujas: ao se coçar lavem a mão e a boca, roer unha, chupar dedo, pegam copo, alimento, talher, cigarro OBS: Pode ocorrer da fêmea depositar o ovo na região do reto, esse ovo eclode a larva que por via ascendente sobe e se fixa no IG. CICLO BIOLÓGICO O individuo ingere ou inala o ovo com a larva L3. Eclode no ID se transformando em L4, L5 e adulto. O adulto se fixa a mucosa do IG, principalmente no cécum. Ocorre a copula e o macho morre, sendo eliminado nas fezes. Após a maturação dos ovos, a fêmea migra para a região do reto e perianal, morrendo por defecação e explode, liberando os ovos com larva L1 (não infectante) e contaminando a região. O ovo liberado com a larva L1 em temperatura favoravel (30ºC) é modificado para L2 e L3 se tornando infectante. Essa mudança dura 4 a 6 horas. PATOGENIA A maioria dos casos são assintomático, podendo surgir: • Prurido anal (noturno) • Perda de sono e nervosismo, causado pela migração noturna das fêmeas gestantes • Enterite catarral (nº grande de vermes) • Vaginite, ovarite e salpingite • Erosão da mucosa intestinal (ponto de fixação) • Contaminação bacteriana secundaria • Colite crônica com fezes moles • Diarreia, inapetência e emagrecimento OBS: Se o individuo em 2 meses não tiver nenhuma reinfecção ele estará curado. EPIDEMIOLOGIA Países desenvolvidos: menos frequencia de banho, maior tempo de uso de roupas intimas, confinamento em local fechado Crianças em idade escolar e pré escolar Orfanato Colégio Creche Parques DIAGNÓSTICO Anamnese Histórico Sintomas Parasitológico de fezes: 5 a 10% de chance de descobrir o parasita porque o verme não libera os ovos nas fezes e sim na região do reto e perianal Exame da fita adesiva: cola uma fita adesiva transparente na região perianal ou retal, coloca em uma lamina e procura os ovos e até a presença das fêmeas TRATAMENTO Albendazol Mebendazol Pamoato de pirantel Piperazina 10 LARISSA MENEZES – MAD II Todos devem tratar Repetir o exame com 15 a 21 dias CONTROLE Limpeza do ambiente domiciliar Fervura das roupas de cama e intima Evitar superlotação no quarto Educação sanitária Tratamento de doentes e contatos familiares Higiene pessoal Lavar as mãos Limpas as unhas ou mantê-las curta Evitar coçar AMEBÍASE AGENTE ETIOLÓGICO Ameba (protozoário) Classe: Sarcodina Ordem: Amoebida Gênero: Entamoeba Espécie: Entamoeba histolytica (invasora) Formas no ciclo vital: • Cisto maduro (4 núcleos em seu interior – tetranucleado): forma infectante, tem uma capsula envoltória que protege contra o meio externo e da capacidade de ser infectante junto com os 4 núcleos, é inerte (não se movimenta) • Amebas metacisticas: cada uma tem um formato de um cisto com um núcleo em seu interior • Pré-cisto: formato de um cisto arredonda com capsula envoltória e apenas 1 núcleo, começa sua diferenciação dividindo seu núcleo em 2x até ter 4 núcleos e passa a ser a forma infectante • Trofozoíto (forma magna, forma minuta): formatos diferentes de acordo com a emissão de seus pseudópodes (capacidade de locomoção para destruição celular), tem 1 núcleo centralizado OBS: Na forma magna ele determina o quadro patogenico da doença, é bem maior e dentro dela tem hemacias, celuas do tecido parasitado e hemoglobina dentro dos seus vacuolos. Na forma minuta ele é bem menor, é a que determina a não invasão, a não patogenicidade, não causa alteraçao no individuo, em seu interior tem bacterias digeridas que ele se alimenta do lumem do IG. TRANSMISSÃO Direta: homem – homem • Mãos sujas com material fecal (unhas) • Contato com fezes de pessoas contaminadas (enfermeiros, babás, terapia ocupacional, fisioterapeuta...) • Sexual: contato oro-anal, homossexual, mudança frequente de parceiro Indireta: • Ingestão de alimentos ou água contaminados por dejetos com cistos amebianos maduros (cisto maduro tetranucleado) • Contaminação de alimento com dejetos humanos usado como adubo • Inseto (transporte): mosca, barata • Manipulador de alimentos/Cozinheiro SUSCEPTIBILIDADE Idade adulta Trabalhadores de esgoto 11 LARISSA MENEZES – MAD II Coletores de lixo Manipuladores de alimentos Agricultores População pobre em condições insalubres Portadores do vírus da AIDS e imunodeprimidos CICLO BIOLÓGICO O indivíduo ingere o cisto maduro tetranucleado, ele percorre o esôfago, estomago e no ID ocorre o desincestaamento e libera 8 formas metacisticas (4 núcleos se transformam em 8). Essas amebas metacisticas crescem e se transformam no trofozoíto. O trofozoíto migra para o IG e se diferencia em forma magna ou minuta. Se transformar em forma minuta, o trofozoíto se multiplica na luz do intestino (não adentra nas células intestinais) e se multiplica conforme vai se alimentando, ate se diferenciar em pré-cisto (deixa de emitir pseudópodes, de fagocitar, diminui vacúolos digestivos e sua atividade, diminui de tamanho até formar uma estrutura arredonda que é o pré- cisto). O pré-cisto ainda no IG divide o seu núcleo em 2 e depois em 4, virando a forma infectante que vai junto com as vezes para o meio ambiente contaminar outros indivíduos. Se o trofozoíto se diferencia em forma magna é a forma invasiva, ales adentram as células do intestino, se multiplicando, fagocitando as células para se alimentar, podendo ser carreados pelo sangue ou pela linfa ou por rompimento de abscesso para outros órgãos, essas células são necrosadas e assim os trofozoítos destroem as células que infectam. A forma invasiva e a localidade do parasita determina a sintomatologia Fase patogênica: • Determinada pela forma magna do trofozoíto • Não libera cistos nas fezes e não infecta outros Fase não patogênica: • Determinada pela forma minuta do trofozoíto • Assintomáticos, são mais perigosos porque contaminam OBS: Pode ter os dois ciclos simultaneamente. FORMAS CLÍNICAS E SINTOMATOLOGIA Amebíase intestinal não invasiva: quando não tem a forma patogênica, tem apenas a formação do cisto determinando a persistência do quadro no individuo. Individuo assintomático liberando cistos no meio ambiente, ausência de anticorpos específicos no sangue e presença de cistos nas evacuações. Amebíase intestinal invasiva: invasão de células do intestino e outros órgãos, com sintomatologia e sinais da doença. Presença de trofozoítos hematófagos, alteração da mucosa do intestino 12 LARISSA MENEZES – MAD II vista na endoscopia e presença de anticorpos específicos no soro. • Colite amebiana aguda ou desinteria amebiana: sintomas súbitos (porque se instala rapidamente) de dor abdominal, febre, fezes liquidas com muco e sangue (diferente da giárdia); alta mortalidade com óbito de 7 a 10 dias pela evolução rápida da doença. Evacuações de 10 a 20x por dia. • Amebíase intestinal crônica: diarreia 5 a 6x dia, flatulência, desconforto abdominal, dor, perda de peso, náusea, vomito e mucosa do IG friável. Dias ou semanas com sintomas e dias ou semanas sem sintomas. • Colite amebiana fulminante (aguda): afeta mulheres durante a gravidez e o puerpério e paciente imunodeprimido; ulcera com perfuração do intestino, febre, dor abdominal severa, peritonite, fezes mucosanguinolenta, hemorragia intestinal, desidratação e morte. • Complicações: apendicite (invasão do apêndice pelo parasita) e ameboma (desenvolvimento de tecido granulomatoso na parede do intestino formando um quadro obstrutivo intestinal que podem ser confundidos com tumores/neoplasias) Forma extra-intestinal (fígado, pulmão, cérebro e pele): abscesso amebiano no fígado,abscesso amebiano pulmonar, abscesso cerebral e amebíase cutânea (ulceras) -> além do intestino vai para outros órgãos! • Amebíase hepática: mais frequente, lesão difusa que confluem para abscessos, dor no lado direito do fígado (que se agrava ao se movimentar e pode irradiar para a região da escapula do mesmo lado), febre irregular, calafrios, suores, náusea, vomito, fraqueza e perda de peso, hepatomegalia e icterícia. Apresenta a sintomatologia logo após ou concomitante a sintomatologia do intestino. • Amebíase pulmonar: febre, dor torácica principalmente do lado direito associada a lesão hepática, tosse, expectoração de consistência gelatinosa de cor escura (se tem infecção bacteriana secundaria passa a ser amarelado ou esverdeado), efusão pleural, abscessos • Amebíase cerebral: abscessos piogenicos (inespecíficos e muitas vezes não tem diagnostico adequado, a menos que tenha alterações pulmonar e/ou hepática). Muitas vezes só encontra alteração cerebral quando o individuo está em fase terminal • Amebíase cutânea: ulceras cutâneas DIAGNÓSTICO Eliminação intermitente e irregular: coleta em dias alternados, utilizando 3 amostras Pesquisa em fezes liquidas: formas trofozoitas, raros cistos Pesquisa em fezes formadas: predominam as formas císticas Pesquisa em material aspirado, puncionado ou curetado de órgão e ulceras (formas trofozoitas) Imunológico (ELIZA): procura anticorpos específicos para ameba TRATAMENTO Repouso, dieta branda rica em proteína e vitamina e pobre em carboidrato. Liquido em abundancia Amebicida da luz intestinal: dicloracetamidas (Teclosan, Furamida, Clefamida) Amebicida tecidual: nitroimidazois (metronidazol, tinidazol, ornidazol, nimorazol) CONTROLE Educação sanitária http://www.reporternet.jor.br/wp-content/uploads/2010/05/cerebro.jpg 13 LARISSA MENEZES – MAD II Saneamento básico Não usar fezes humanas como adubo Identificar e tratar as fontes de infecção Proteção de indivíduos de alto risco Lavar aos mãos após ir ao banheiro TOXOPLASMOSE INTRODUÇÃO 90% das vezes é oportunista, acomete imunocomprometidos Toxoplasma gondii: forma de arco (toxo=curva) CARACTERÍSTICAS Filo: Apicomplexa (possui estruturas na superfície que facilitam a invasão na célula hospedeira) Hospedeiros: grande variedade de animais (aves, bovino, ovinos, suínos, caprinos, gatos, cães e animais silvestres) e em seres humanos Habitat: encontrado em vários tecidos, células (exceto hemácias) e líquidos orgânicos (saliva, leite, esperma e liquido peritoneal) Heteróxenos: • Hospedeiro definitivo (onde se perpetua a espécie de forma sexuada): gatos e felídeos não imunes • Hospedeiro intermediário Formas infectantes: • Taquizoitos: não tem membrana, forma “nua” do toxoplasma, são mais vulneráveis. Baixa capacidade de infectar, ingestão de leite sem ferver • Bradizoitos: reunidos e protegidos por uma membrana, ingestão de carne crua ou mal passada • Esporozoíto (oocistos): dupla membrana, forma evolutiva fruto de uma reprodução sexuada encontrada nos felídeos, ingestão de água, frutas ou hortaliças mal higienizadas. Vivem em media 18 meses, durante os quais ficam presente no solo A) TAQUIZOÍTOS (trofozoítos): • Encontrados na fase aguda da infecção • Se reproduz de forma rápida • Forma de meia lua com uma das extremidades afiladas • Pouco resistente à ação do suco gástrico • Encontrado dentro do vacúolo das células parasitadas e nos líquidos orgânicos, principalmente células do sistema mononuclear, fagocítico, hepáticas, pulmonares, nervosas, submucosas e musculares • Vacúolo parasitário: impede que o toxoplasma seja destruído após a fagocitose. É um mecanismo de defesa! B) BRADIZOÍTOS (cistozoitos): • Cistos de 20 a 200 micrometro • Tem multiplicação lenta porque impede que as células de defesa o reconheçam • Como fica aglomerado, o sistema de defesa dele fica aglomerado, é um sistema de evasão do SI (o isolamento que o próprio organismo faz impede que as células imunes se aproximem dele) • Fase crônica • Formam cistos 14 LARISSA MENEZES – MAD II • Permanecem viáveis por vários anos • Variam de tamanho C) ESPOROZOÍTO (oocisto): • Forma de resistência: mesmo livre do hospedeiro permanece viável por muito tempo (fica 18 meses no solo) • Parede dupla: fatores ambientais não interferem na estrutura dos esporocistos • Produzidos nas células intestinais dos felinos (apenas dentro dos enterócitos dos felinos) • Esféricos • Após maturação apresentam 2 esporocistos e dentro de cada um tem 4 esporozoitos OBS: Diferença entre oocisto esporulado e não esporulado: o esporulado precisa de maturação no ambiente por cerca de 15 dias para se tornarem infectante para o ser humano CICLO BIOLÓGICO Mecanismo de invasão: • Micronemas: adesão • Roptrias: invasão primaria • Grânulos densos: remodelação do vacúolo parasitário Fase assexuada: • Linfonodos e tecidos de vários hospedeiros, inclusive felinos que são considerados hospedeiros completos • Taquizoitos e bradizoitos (divisão binaria) Fase sexuada: • Células do epitélio intestinal de felinos não imunes • Taquizoitos, bradizoitos e oocistos: da mesma forma que no gato há o oocisto (forma sexuada), precisa ter se contaminado por meio da ingestão de taquizoítos e bradizoítos • Nos felinos forma zigotos que formam oocistos No gato, ocorre penetração do epitélio intestinal; multiplicação por merogonia e endodiogenia; formação de meronte dentro do vacúolo parasitóforo contendo merozoítos; rompimento do meronte, liberação de merozoítos que infectam outras células; e diferenciação dos merozoítos para as formas sexuadas (gametócitos masculinos e femininos). Após isso, são produzidos microgametas (masculinos) e macrogametas (femininos); liberação dos microgametas intracelulares que irão fecundar outros macrogametas e produzir ovo ou zigoto; formação de parede cística (produção do oocisto); rompimento celular e liberação do oocisto imaturo nas fezes. 15 LARISSA MENEZES – MAD II TRANSMISSÃO Facilita e potencializa a disseminaçao do toxoplasma Transfusao de sangue: taquizoito pode se manter por duas semanas na bolsa de sangue estocada PATOGENIA Toxoplasmose congênita: • Em 40% das gestantes há óbito • 1º trimestre: aborto • 2º trimestre: criança nasce com anormalidades ou aborto → 16 LARISSA MENEZES – MAD II coriorretinites, calcificação cerebral, macrocefalia, distúrbios neurológicos • 3º trimestre: nascimento normal, mas pode apresentar manifestações tardias → hepato e esplenomegalia, miocardite, lesões oculares Neonato: • Infecção moderada → diminuição da visão • Infecção severa → tétrade de Sabin (retinocoroidite, hidrocefalia ou microcefalia, calcificações intracranianas e retardamento mental) Toxoplasmose adquirida: • Febre, linfadenite, cefaleia, dores musculares • Comprometimento do pulmão, coração e fígado, encefalite (mais comum) • Lesões oculares (retinite/cegueira): a resposta inflamatório que culmina na cicatrização causa dificuldade visual Toxoplasmose ocular: • Retinocoroidite ou corioretinite são mais frequentes • Consequência da infecção ativa ou reativação • Hepático • Atinge a retina através da corrente sanguínea DIAGNÓSTICO Disseminação do parasito => formação de ACs e resposta celular Títulos duram toda a vida do indivíduo IgM: curta duração Toxoplasmose congênita: IgM, IgA + e IgG (permanente/alto título). Se for fase aguda: sangue, LCR, saliva, escarro, medula óssea e cortes de placenta. • Demonstração do parasito:NAnálise de fluidos (taquizoítos)/Biópsia (cistos/taquizoítos)/Esfregaço (Giemsa) • Testes sorológicos: Reação de fixação do complemento/RIF/Hemaglutinação indireta/ELISA: carro chefe/ImunoblotSe for fase crônica, pode fazer biópsia de linfonodos. Numa gestante, pode ter 4 perfis: • Suscetível: IgM e IgG negativas → Recomendar cuidados com água, carne, sushi etc. Prevenção. • Fase aguda: IgM + e IgG - → Precisa utilizar medicamento para evitar infecção congênita. • Fase crônica: IgM – e IgG + → Precisa manter a imunidade ativa, pois já teve e está curada. • Fase crônica ou aguda (em dúvida): IgM + e IgG + → Solicitar um exame chamado teste de Avidez, que avalia a afinidade do AC pelo Ag, o que é crucial para o 1º trimestre. Se for uma avidez elevada, é uma infecção crônica, o AC reconhece bem; se for abaixo de 40, o AC não está totalmente completa, o que quer dizer que está na fase aguda. TRATAMENTO Toxoplasmose aguda sintomática: pirimetamina + sulfadiazina (tóxica para o feto – pode causar depressão de medula óssea no feto). 17 LARISSA MENEZES – MAD II Toxoplasmose aguda em gestantes: espiramicina até o final da gestação. Infecção fetal (-). Infecção fetal (+): intercalar espiramicina com sulfadiazina. Encefalite em imunodeprimidos: associação de pirimetamina + sulfadiazina PREVENÇÃO Não ingerir leite cru Controlar população de gatos Não alimentar gatos com carne crua Incinerar fezes de gatos Evitar caixas de areia de praças publicas Exame e acompanhamento pré-natal Tratamento com espiramicina (gravidas) Cozinhar com a carne contaminada: • Cozinhar a temperaturas superiores a 67ºC • Congelamento a temperatura menores que 12ºC TRIPANOSSOMÍASE: TRYPANOSSOMA CRUZI E DOENÇA DE CHAGAS INTRODUÇÃO Comprometimento cardíaco e digestivo Sintomas comprometem qualidade de vida e muitas vezes tem de se aposentar Tratamento na fase aguda CARACTERÍSTICAS GERAIS Protozoário unicelular flagelado Filo: Sarcomastigophora (pseudópodes) Odem: Kinetoplastida Família Trypanosomatidae Transmissão: fezes e urina de triatomíneos Antropozoonose (acontece em outros animais) frequente na América Latina Ciclo biológico é heteróxeno • Hospedeiro vertebrado: homem e outros animais • Hospedeiro invertebrado: inseto triatomíneo MORFOLOGIA DAS FORMAS EVOLUTIVAS Flagelado na porção anterior Cinetoplasto: mitocondria que percorre todo o corpo com DNA mitocrondial mais condensaso e visivel Nucleo único Amastigotas: • Bem arredondas • Cinetoplasto • Começo de flagelo, mas não é exteriorizado • Forma intracelular • Divisão binaria • Hospedeiro vertebrado Tripomastigotas: • Extracelular • Alongada • Núcleo centralizado • Cinetoplasto na porção posterior ao núcleo • Não reproduz no sangue • Membrana ondulante sai da região do cinetoplasto • Hospedeiro vertebrado Epimastigotas: 18 LARISSA MENEZES – MAD II • Extracelular • Alongada • Flagelo exteriorizado • Cinetoplasto na porção anterior, mas justanuclear • Divisão binaria • Hospedeiro invertebrado • Não infectante ao hospedeiro vertebrado CICLO BIOLÓGICO O triatomíneo/barbeiro no momento da picada defeca próximo, o individuo ao coçar a picada permite que as fezes cheias de forma tripomastigotas metaciclicas (forma infectante) penetrem no orifício da picada. A forma tripomastigotas invadem qualquer tipo de célula, com exceção de hemácias. Se transforma na forma amastigotas (forma que se multiplica no sangue) que quando se rompem viram tripomastigotas que saem para a corrente sanguínea, encontram novas células e invadem. Acontecendo o ciclo novamente dentro do individuo e o SI imune tenta combater. Um novo triatomíneo se alimenta do individuo contaminado, ingerindo essas tripomastigotas que em seu intestino se transformam em epimastigotas que se multiplicam. Elas se transformam em tripomastigotas metaciclicas. TRANSMISSÃO Via vetorial: triatomíneo Via oral: açaí, caldo de cana (efeitos mais fortes, sintomatologia mais rápida e intensa) Transfusão sanguínea e transplante de órgãos Via congênita Via sexual (contato com sangue) PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA Linhagem T. cruzi e fatores do hospedeiro influenciam Ativação da resposta imune → Mecanismos de escape Fase aguda: ↑parasitemia ↑IgM e ↓IgG • Sinais de entrada: • Febre: mais de 7 dias • Cefaleia • Edema localizado e generalizado • Hepatomegalia • Dores no corpo • Poliadenia • Sensação de fraqueza • Esplenomegalia • Insuficiência cardíaca • Perturbações neurológicas • Podem ter assintomáticos Fase crônica: ↓parasitemia ↓IgM e ↑IgG • Assintomática em mais de 50% dos pacientes • Forma cardíaca: ICC, cardiomegalia, arritmias, fenômenos tromboembólicos, dispneia aos esforços, insônia, congestão visceral, edema de MMII • Forma digestiva: megaesôfago e mega colón (hipertrofia muscular e consequente dilatação e perda da motilidade) 19 LARISSA MENEZES – MAD II Autoimunidade: a patogenia depende também de autoanticorpos DIAGNÓSTICO Fase aguda: • Alta parasitemia: parasitológico de sangue • Hemocultura • Xenodiagnóstico: coloca um triatomíneo saudável para se alimentar do individuo e observa suas fezes • Testes sorológicos: IFI, ELISA • Métodos moleculares: PCR Fase cornica: • Baixa parasitemia • Hemocultura • Cultura in vivo: uma amostra de sangue aplicada em camundongo e observa • Xenodiagnóstico • Testes sorológicos: IFI, ELISA e HAI • Métodos moleculares Exames de imagem TRATAMENTO Benzonidazol (teratogênico) e nifurtimox: só é útil na fase aguda, mas não garante a cura. Indicado: • Infecção crônica de aquisição recente, incluindo todas as crianças com reações sorológicas positivas • Reativação da infecção pelo uso de terapia imunossupressora ou AIDS • Transplante de órgãos • Formas crônicas menores de 18 anos Na fase crônica não se consegue a cura PROFILAXIA Uso de inseticidas Melhores condições de habitação Educação sanitária Tratamento dos doentes Controle da transmissão congênita Controle dos doadores de sangue MALÁRIA CARACTERÍSTICAS GERAIS Filo: Apicomplexa Família: Plasmodiidae Gênero: Plasmodium Malária = Paludismo = Febre Palustre = Impaludismo = Maleita Transmissão: picada do mosquito Anopheles sp HI: homem e outros mamíferos HD: mosquito Um dos principais problemas de saúde pública no mundo: regiões tropicais e subtropicais – mais de 1 milhão de mortes/ano, maioria em crianças 150 espécies causadoras de malária em vertebrados e 4 espécies parasitam exclusivamente humanos: • P. falciparum: malária grave, predomina principalmente na África, mas também está presente no Brasil • P. vivax: predomina no Brasil • P. malariae: presente no Brasil • P. ovale: ocorre somente em determinadas regiões do continente africano MORFOLOGIA DAS FORMAS EVOLUTIVAS Extracelulares: complexo apical (roptrias, micronemas e grânulos densos) essencial para a invasão da célula • Esporozoítos: proteína CS tem relação com a resposta imune, invade qualquer célula, menos hemácias 20 LARISSA MENEZES – MAD II • Merozoitos: só consegue invadir hemácias e interior igual ao esporozoíto. Consegue grudar nas hemacias pelas gliproteinas • Oocisto: Intracelulares: • Trofozoítos • Esquizontes: citoplasma cheia de núcleos pela divisão por esquizogônia. Da origem a novos merozoítos • Gametófitos: merozoítos evoluem para gametófitos no mosquito por reprodução sexuada CICLO BIOLÓGICO O mosquito do gênero anófeles ao picar ingeta os esporozoítos no hospedeiro. Esporozoítos invadem os hepatócitos e em seu interior forma o esquizonte e consequente formação de merozoitos. Isso ocorre no ciclo pré- eritrocitico. Merozoitos vão para corrente sanguínea e invadem hemacias iniciando o ciclo eirtrocitico, formando o trofozoíto imaturo que entra em maturação. Após maturado ele forma o esquizonte com formação de novos merozoitos e ruptura da hemácia para sua liberação.Esse rompimento das hemacias coincide com a febre especifica da malária. Os merozoitos continuam invadindo hemcias e mantendo o ciclo. Alguns trofozoítos se diferenciam em gametocitos que infectam o mosquito no momento da sua hematofagia. No mosquito tem a diferenciação dos gametocitos em micro e macro gametas, com formação do oocineto e depois oocisto que fica grudado na parede digestiva do mosquito que ao se romper liberam esporozoítos que vão em direção ao aparelho bucal do mosquito. 21 LARISSA MENEZES – MAD II No fígado, P. vivax e P. ovale → hipnozoítos (formas latentes) → reincidência 50% dos esporozoítos inoculados alcançam o sangue e vasos linfáticos A maioria dos esporozoítos que atingem o sistema linfático ou penetram em outras células diferentes dos hepatócitos, são destruídos Ciclo eritrocítico repete-se em intervalor regulares conforme a espécie: • P. falciparum: 36-48h (febre terçã) • P. vivax: 48h • P. ovale: 48h • P. malariae: 72h (febre quartã) VIAS DE TRANSMISSÃO Picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles Alguns primatas podem funcionar como reservatórios de algumas espécies de Plasmodium spp Raro: transmitida por transfusões sanguíneas, compartilhamento de seringas contaminadas, acidentes de laboratório e infecção congênita IMUNOLOGIA Resistência inata: plasmódios aviários ou de roedores, plasmódios simianos Pacientes resistentes: ausência de receptores na hemácia para determinadas especies, defeitos congênitos (traço falciforme e talassemia) e defeitos genéticos (ausência de G-6-PD) Imunidade adquirida (depende da espécie, raça, carga parasitaria, duração da infecção, condições do paciente): • Resistência imune espécie-especifica: o individuo é parasitado, por exemplo, pelo plasmodium falciparum e no momento de uma nova infecção por outro plasmodium, como o vivax, os anticorpos adquiridos do falciparum não funcionam p o vivax • Resistência estagio-especifica: os anticorpos são direcionados para cada uma das formas evolutivas Áreas endêmicas (África e em algumas regiões da Ásia): múltiplas infecções (4-5 para P. vivax e 10 ou mais para P. falciparum) estabelecem lentamente imunidade ativa/resistência → ↓parasitemia ↓sinais e sintomas → acabam sendo reservatórios Ausência de exposição continua: imunidade perdida após 1 ano Em áreas de baixo nível de transmissão, espera-se que crianças e adultos sejam igualmente acometidos P. falciparum e P. vivax RN são protegidos de malária grava pelos primeiros 6 meses porque tem transferência passiva da IgG da mãe imune e pelo alto conteúdo de Hb fetal. Após esse período são suscetíveis e geralmente é grave. PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA Apenas o ciclo eritrócito é responsável pelas manifestações clinicas da malária, a passagem do parasito pelo fígado não é patogênica. Destruição dos eritrócitos • Anemia: em geral não relacionada a parasitemia, mas sim com a destruição de He não parasitadas pelo SI • Produção de autoanticorpos com afinidades tanto para o parasito quanto para a He • Disfunção da medula óssea estimulada por ação de citocinas (destrói hemacias e não repõe) Toxicidade resultante da liberação de citocinas • Fase aguda: liberação de citocinas TNF-α, IL1, IL6 e IL8 → relacionada com vários sintomas da malária aguda, particularmente a febre e a mal-estar Sequestro dos eritrócitos parasitados na rede capilar • P. falciparum induz modificações na membrana da He parasitada, que levam a 22 LARISSA MENEZES – MAD II cito aderência, formando protuberâncias ou knobs (aspecto crocante) • Formação de rosetas com obstrução da microcirculação (cérebro, coração, fígado, rins, intestino) • Malária cerebral • Insuficiência renal aguda • Hepatite Lesão capilar pela deposição de imunocomplexos • No caso de P. malarie, imunocomplexos depositam-se nos glomérulos, resultando em glomerulonefrite transitória e autolimitada em infecções crônicas OBS: Febre clássica → Acesso malárico (ruptura das He) Gravidez: pode causar a morte materna, aborto ou morte fetal, natimortalidade, prematuridade ou baixo peso ao nascer. No 1º trimestre pode causar anemia profunda. DIAGNÓSTICO Clinico: inconclusivo Indicativo: febre intermitente, anemia hipocromica, baço aumentado e doloroso, residência ou procedência de regiões endêmicas Laboratorial: padrão outro observação de parasitas no sangue periférico (laminas coradas por Giemsa) • A diferenciação das espécies é de extrema importância no tratamento: fármacos diferentes e desenvolvimento da resistência (P. falciparum) • Gota espessa ou esfragaço sanguíneo: densidade parasitaria (contagem de parasitos por campo, importante no prognostico) • Testes rápidos para regiões endêmicas: não necessita de laboratório, leitura simples e rápida, sensibilidade e especificidade equivalente a microscopia 23 LARISSA MENEZES – MAD II • QBC: teste especifico para plasmodium, baseado em um capilar elástico com resíduos de acridina e anticoagulante, numa densidade especifica. Observação dos parasitas em microscópio de fluorescência • PCR: maior sensibilidade e especificidade que a microscopia e testes sorológicos, principalmente em casos com baixa parasitemia. OMS tem um padrão internacional para o diagnostico do P. falciparum por qPCR → Genes de 5 espécies humanas (Ags de superfície) → Discriminação das espécies, principalmente em infecções mistas • Métodos imunológicos: IFI (esquizontes específicos da forma evolutiva com Ag) e ELISA TRATAMENTO Cloroquina, primaquina, derivados de artemisinina (ultima para o caso do falciparum, se criar resistência em muitos lugares não haverá mais tratamento), lumefantrina, mefloquina, quinina, clindamicina, doxiciclina → troca o medicamento quando da resistência Geralmente utiliza-se dois fármacos ao mesmo tempo Controle de cura: recomenda-se a verificação de cura (42-63 dias), por microscopia, para todos os casos de malária PROFILAXIA Proteção individual: usar roupas longas, evitar sair a noite e ao amanhecer, uso de repelentes, mosqueteiros e telas tratados com repelentes de longa duração Controle do vetor: uso de inseticidas com efeito residual (efetivo por 3-6 meses), larvicidas, evitar a formação de criadouros Diagnostico e tratamento dos doentes A quimioprofilaxia só é indicada a viajantes que fiquem por muito tempo em área endêmica → Doxiciclina e Mefloquina LEISHMANIOSES CARACTERÍSTICAS GERAIS Protozoário unicelular flagelado Filo: Sarcomastigophora Ordem: Kinetoplastida Família: Trypanosomatidae Transmissão: picada do inseto flebotomíneo Antropozoonose: cães Mais de 20 espécies transmitidas aos homens 88 países, desde as Américas central e do sul até os desertos oeste da Ásia Brasil: maioria dos casos no nordeste MORFOLOGIA DAS FORMAS EVOLUTIVAS Núcleo único Cinetoplasto (mitocôndria) Flagelo nsce do corpúsculo basal ou bleferoplasto Amastigotas: • Bem arredondas • Cinetoplasto • Começo de flagelo, mas não é exteriorizado • Forma intracelular: macrófagos • Divisão binaria • Hospedeiro vertebrado Promastigotas: • Alongada • Extracelular • Núcleo grande • Cinetoplasto anterior ao núcleo e não é justanuclear • Divisão binaria • Hospedeiro invertebrado 24 LARISSA MENEZES – MAD II CICLO BIOLÓGICO VIAS DE TRANSMISSÃO Picada do flebotomíneo contaminado PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA Resposta inflamatória aguda inespecífica: células NK, células polimorfonucleares, sistema complemento → 90% dos parasitas são destruídos, o resto continua infectando Tegumentar → depende da espécie da leishmania e características genéticas e de resposta imune do hospedeiro • Cutânea: varias lesões indica varias picadas • Cutânea disseminada:• Mucocutanea: mais agressiva, a destruição acaba acontecendo pelos mecanismos imunológicos e não pelo parasita em si • Cutâneo difusa: 25 LARISSA MENEZES – MAD II Visceral → doença infecciosa sistêmica, grave e de alta letalidade se não tratada → calazar • L. dovani • L. chagasi • L. infantum • Pode se manifestar de forma abrupta ou gradual • Febre: irregular, média intensidade e longa duração • Hepatoesplenomegalia • Palidez cutânea mucosa (anemia) • Edema, icterícia, ascite • Emagrecimento progressivo • Infecções bacterianas • Desnutrição graves • Sangramentos cutâneos digestivos • Óbitos DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Clinico: • Anamnese • Lesão leishmaniotica caracteristiva • Febre irregular, aumento do fígado e baço Laboratorial: • Parasitológico de sangue, medula óssea, pele e mucosas • Cultura em meio liquido ou em animais OBS: Parasitas se concentram na bordinha levantada da ferida • Teste intradérmico de Montenegro: reação de hipersensibilidade tardia com administração intradérmica de antígeno leishmania e é indicado para tegumentar (especifico) OBS: Na visceral da positivo após a cura” • Testes sorológicos: ELISA e IFI • Teste imunocromatografico (LV): visceral e cães principalmente • Testes moleculares: PCR e WB TRATAMENTO Depende da resposta imune equilibrada CÃES COMO RESERVATÓRIOS/LEISHMANIOSE CANINA 50-60% cães soro reagente são assintomáticos → são reservatórios Alta parasitemia próximo a pele Sintomas: emagrecimento, paresia de membros posteriores, crescimento das unhas, ulceras (não necessariamente em cratera) e descamação da pele (alopecia periocular bilateral) Sacrifício de cães positivos Tratamento com miltefosina: possível, mas caro e acordo o tamanho do cachorro é mais caro PROFILAXIA Uso de repelentes Evitar horários de hematofagia do flebotomíneo Uso de roupas longas Uso de mosquiteiro de tela fina Uso de inseticidas em casas com foco Uso de coleiras repelente nos cães (deltametrina 4% - tem data de validade) Controle da população de cães nas ruas Diagnóstico e tratamento dos doentes (humanos e cães) Educação em saúde 26 LARISSA MENEZES – MAD II Não acumular lixo orgânico FILARIOSE LINFÁTICA/ELEFANTÍASE WUCHERIA BANCROFTI, TAXONOMIA E BIOLOGIA DE VIDA Induz um quadro de filariose linfática, podendo ser assintomático ou linfadenites, até linfangites e elefantíase na fase crônica (mais grave) Filariose linfática é considerada uma doença negligenciada Afeta o sistema linfático e vasos sanguíneos É endêmica em regiões com clima tropical e subtropical como Ásia, África e América As fêmeas são maiores que os machos. Os machos apresentam a extremidade posterior ventralmente curvada para facilitar a copula, ou seja, apresentam dimorfismo sexual. Microfilárias: são os embriões fruto da copula do macho com a fêmea apresentam núcleos de células somáticas e subcuticulares por todo o corpo parasitário (os pontinhos da imagem). Além disso apresentam uma bainha extremamente importante para diferenciar as microfilarias da W. bancrofti Habitat: • Os adultos vivem no interior de vasos linfáticos ou de linfonodos: região pélvica (atingindo pernas e escroto), mamas e braços e cordão espermático • Microfilarias: durante o dia nos capilares profundos, principalmente dos pulmões, e durante a noite na circulação periférica (periodicidade norturna para o encontro com o inseto vetor, irão evoluir no vetor e ele apresenta hematofagismo noturno) TRANSMISSÃO Vetor: pernilongo (indutor da transmissão) CICLO BIOLÓGICO No vetor (hospedeiro intermediário): • Quando o inseto vetor realiza o habito hematófago ingere as microfilarias que estão na corrente sanguínea. Elas alteram a morfologia: perdem a bainha, aumentam de tamanho se transformando em L1 e posteriormente L3. 27 LARISSA MENEZES – MAD II • L3 é considerada a forma infectante e vai entrar na probocita do inseto (aparelho picador/sugador). • O tempo de vida do inseto é menor que o ciclo biológico e o tempo de transmissão é baixo. No homem (hospedeiro definitivo): • As larvas L3 saem da probocita do inseto durante o habito hematófago. • L3 na corrente linfática sofre uma ectize em L4 e depois se transforma em adulto. • Os adultos vivem uma media de 8/10 anos, copulam e liberam microfilarias que migram para a circulação sanguínea e realizam a periodicidade norturna. PATOGENIA É fruto da ação mecânica e ação irritativa. A ação mecânica é desencadeada pelos novelos (adultos machos e fêmeas a nível do sistema linfático) e provoca estase linfática e linforragia. A ação irritativa é provocada pelos antígenos desses adultos e alimentadas pelas infecções secundarias, sobretudo, bacterianas como eripela e infecções fúngicas. Observa-se linfagite retrograda (surge da matriz do membro para as extremidades, se fosse causada unicamente por bactéria seria o contrário) e linfadenite (gânglios linfáticos). Essas ações irritativas por 10-15 anos culminam no quadro de elefantíase, que é um processo inflamatório do tipo granulomatoso com consequente fibrose. A linfagite e adenite culminam com linfangiectasia (dilatação e hipertrofia dos vasos linfáticos), cujo aumento por ano é 1,2mm, e linforragia que é o derramamento. Tudo isso alimentado por infecções secundarias (principalmente) e morte dos adultos. Esse quadro inflamatório é transitório, ele surge e desaparece, fruto da recanalização do sistema linfático na tentativa de voltar a homeostase. Porem 10-15 anos depois é estabelecido um linfedema cronico fruto da fibrose, com esclerose da derme (rígida, endurecida, alteração da cor que tornara-se rugosa) e hipertrofia da epiderme culminando com o quadro de elefantíase. Fatores de virulência: • A presença da Volbachia aumenta a ptogenicidade da W. bancrofti, porque existe uma simbiose mutualística obrigatória. Deve ser tratado com ATBs para diminuir essa ação patogênica e reduzir a possibilidade de manifestações crônicas. 28 LARISSA MENEZES – MAD II MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Assintomático: fonte de infecção, terão grande quantidade de microfilarias na corrente sanguínea. Em raros casos pode ocorrer ausência de microfilarias (ausência de acasalamento por infecção unissexual). Sintomáticos: • Fase crônica: baixa microfilaremia • Fase aguda: alta microfilaremia Condições de vida, idade, imunidade, carga infectante, ausência do acasalamento, infecção unissexual influência nas manifestações. OBS: Hidrocele: acumulo de liquido amarelo a nível da túnica vaginal. Quilocele: acumulo de liquido branco drenado para a região pélvica após a alimentação. Quiluria: após alimentação rica em gordura, os indivíduos enviam quilomícrons para o sistema urinário devido a sobrecarga do sistema linfático. DIAGNÓSTICO Clinico: extremamente difícil, a maioria dos pacientes apresentam quadro silencioso Laboratorial: • Pesquisa de microfilaria durante o período noturno: esfregaço ou gota espessa • Métodos imunológicos: ELISA ou imunocromatografia • Biologia molecular • Imagem TRATAMENTO PROFILAXIA 29 LARISSA MENEZES – MAD II ANCILOSTOMÍASE FAMÍLIA ANCYLOSTOMIDAE Gênero: Ancylostoma, Necator Popularmente conhecido como amarelão Cosmopolita 440 milhões de pessoas infectadas nas regiões tropicais, subtropicais e temperadas Doença tropical negligenciada que induz quadro de anemia que se torna crônica na maioria das vezes, tornando o estado incapaz e escravo dos vermes Pobreza + desigualdade social = deficiência de acesso a infraestrutura; serviço básico de saúde adequados TAXONOMIA Adultos apresentam dimorfismo sexual, com machos menores que a fêmea Na Ancylostominae a capsula bucal é a extremidade anteriorque é especializada e apresenta dentes. Já a Bunostominae a capsula bucal possui laminas cortantes. BIOLOGIA DE VIDA Adultos apresentam capsula bucal em que a cutícula é especializada na sucção sanguínea. A capsula bucal é uma modificação da extremidade anterior, formada pela cutícula, que permite aderir, por sucção, à parede do intestino. Fêmea>Macho No macho na extremidade posterior tem uma bolsa copuladora Os adultos são encontrados no ID, principalmente nas alças jejunais e íleo. 30 LARISSA MENEZES – MAD II O ovo inicialmente tem blastômeros em seu interior que na maturação se transformarão em larvas. O ovo tem membrana fina e delicada As larvas L1 e LL2 as rabditoides e a L3 é filarioides e forma infectante (invade por movimentos serpetifoides). Larvas rabditoide se diferencia pelo vestígio de primórdio genital e a filarioide pela extremidade posterior pontiaguda Essas larvas serão encontradas no meio ambiente, com característica de geotropismo negativo (se encontram em pontos mais altos, sempre no ápice), tigmotropismo (se aderem a partículas solidas), hidrotropismo (sempre a migração por agua) e termotropismo (incidência solar favorece) Hipobiose: apenas o duodenale é capaz de entrar em latência caso o ambiente esteja nocivo em relação a temperatura, conseguindo se manter por longos períodos OBS: Protagonistas da larva Migrans Cutânea, o bicho geográfico ou das praias: TRANSMISSÃO CICLO BIOLÓGICO Inicia-se quando o ovo sai pelo bolo fecal após ser produzido por adultos no interior do hospedeiro. Contamina o ambiente e se transformara em larva L1 em mais ou menos 24 horas. Ao eclodir, em 3-4 dias, a L1 se transforma em L2. Depois de 5 dias ela vira L3 que ficara na expectativa por um hospedeiro. Ao penetrar por movimentos serpetifoides no hospedeiro ativamente ou por enzimas digestivas que elas liberam e penetram no tegumento. Cai na corrente sanguínea ou linfática, atinge o coração e pulmão (precisa de oxigênio para conseguir se maturar). 31 LARISSA MENEZES – MAD II No pulmão, a L3 vira L4 que está apta a viver as condições do intestino e faz a migração para o trato gastrointestinal. A L4 já é hematófagas e após 15 dias se alimentando no ID que se transforma em adultos. Os adultos copulam e liberam os ovos. Poderá sair também no escarro pela infecção e consequente secreção pulmonar (só duodenale, o americanus é só se penetrar na mucosa oral; ambos no período pré-patente) PATOGENIA Intensa coceira no local da erupção Intensidade da anemia depende da quantidade de vermes que o individuo está hospedando Alotriofagia: atração por solo, argila, tijolo. Apetite exótico por substancias não alimentares e não nutritivas DIAGNÓSTICO Clinico: diarreia, dor abdominal e urticaria (tríade sugestiva) Imagem: radiografia, ultrassonografia e tomografia Hemograma: eosinofilia de 85% Imunológicos: reações cruzadas com outros helmintos → Não é conclusivo Parasitológicos de fezes • Hoffman • Bearmann-Moraes • Rugai • Coprocultura – Harada & Mori Pesquisa de larvas em secreções • Líquidos orgânicos – BAL (lavado bronquioalveolar), escarro, urina, liquido pleural • Biopsia • Esfregaço citológico OBS: parasitológico de fezes e pesquisa de larvas são conclusivos TRATAMENTO Albendazol, mebendazol, cambendazol, tiabendazol → Não é recomendado dose única do medicamento pela menor eficácia Pamoato de pirantel Ivermectina Suplementação alimentar (proteínas + Fe³) LARVA MIGRANS Popularmente chamado de bicho do pé 32 LARISSA MENEZES – MAD II Hospedeiro definitivo do A. caninum é o cão e o gato, o homem (hospedeiro paratênico – anormais) entra de forma “acidental” nesse ciclo As larvas penetram no homem, mas não conseguem se desenvolver plenamente e após um tempo serão eliminadas pelo organismo (autolimitada pelo SI ou pelo tempo de vida). Ciclo biológico: A larva fica de maneira superficial, por isso observa o caminho dela tentando completar seu ciclo. Intensa coceira no local do caminho. Pelo intenso prurido pode surgir infecções secundarias no local Tratamento: tiabendazol, albendazol, ivermectina e anti-histamínico (diminuir a reação de hipersensibilidade local) PROFILAXIA Tratamento da população Incentivo financeiro na pesquisa de desenvolvimento de fármacos Saneamento básico Educação sanitária e ambiental Usar calçados e luvas ao entrar em contato com solo ASCARIDÍASE Agente etiológico: ascaris lumbricoides Infecção associada a fatores econômicos, sociais, ecológicos e ambientar Expansão desordenada de urbanização com deficiência de saneamento básico e falta de educação sanitária são fatores desencadeantes ASCARIS LUMBRICOIDES Helminto nematoide Família ascarididae Maior parasito humano Popular lombriga Habitat: ID; jejuno (90%) e íleo, pode ir para outros órgãos dependendo da quantidade de lombriga parasitando o hospedeiro Homem é o único reservatório (ciclo monoxenico) Infecção: via oral • Ingestão de ovos férteis • Participação de poeira e vetores mecânicos FORMAS EVOLUTIVAS Morfologia: • Vermes longos e cilíndricos • Extremos afilados • Macho: menor, extremidade posterior enrolada para a face ventral, cor leitosa, cerca de 20-30 cm • Fêmea: extremidade posterior reta, cerca de 30-40 cm, mais robusta, cor leitosa Ovos: • Cor castanha relacionada ao pigmento das fezes • Grandes, ovais 33 LARISSA MENEZES – MAD II • Cerca de 50 micrometros de diâmetro • Espessos • Membrana mamilonada (externa): resistência a longos tempos no solo • Células germinativas em seu interior que evoluem em larvas Larvas: • Estão dentro dos ovos • L1 • L2 • L3: forma infectante, ovo com larva L3 que dá continuidade a doença no organismo do hospedeiro CICLO BIOLÓGICO Os ovos liberados no ambiente externo pelas fezes não estão embrionados. Ao chegar no ambiente, os ovos vão, a depender das condiçoes ambientais, se tornar embrionados em aproximadamente 15 dias. O ovo com celula germinativa (fertil) da origem ao ovo embrionado/larvado. Dentro desse ovo está a L1 (rabditoide). L1 vira L2 em 1 semana e depois em L3 que é a forma infectante. A L3 tem o esofago tipicamente filarioide que a distingue da L2 e L1. A L3 vai está dentro do ovo e pode permanecer no solo por varios meses. Ao ser ingerido, os ovos com L3 eclodem no ID devido a fatores fornecidos pelo hospedeiro, como agentes redutores, pH, temperatura, sair e concentraçao de CO2. A ausencia de CO2 inviabiliza a eclosao. As larvas atravessam a parede intestinal e caem nos vasos linfaticos e veias, invadem o figado e 2- 3 dias chegam ao coraçao e são encontradas nos pulmoes. Ao chegar nos pulmões se tornam L4 que rompe os capilares e chegam aos alveolos, onde é transformada em L5. Sobem pela arvore bronquica chegando até a faringe e serão expelidas na expectoraçao. A larva pode ser eliminada na expectoração ou deglutida. Se for deglutida ela chega ao estomago e se fixa ao ID, transformando-se em adultos jovens 20-30 dias após a infecçao. 60 dias após essa infecção estarao presentes ovos nas fezes do hospedeiro. O verme adulto pode viver dentro do hospedeiro de 1 a 2 anos. OBS: Sindrome de Loffler: sinais intestinais e tosse PATOGENIA Normalmente assintomático (3 a 4 vermes – baixa carga parasitaria) Podem causar deficiência no crescimento Infecções medias: 30-40 vermes Infecções maciças: 100 vermes ou mais Alta carga parasitaria: dor abdominal e obstrução intestinal Por larvas: • As infecções geralmente são leves quase sem alterações • Quando se tem lesões maciças encontra-se lesões hepáticas e pulmonares devido a migração da larva. • Pode induzir no fígado pequenos focos hemorrágicos e de necrose, queposteriormente serão focos de fibrose. • Nos pulmões vão ocorrer pontos de sangramento pela passagem da larva para o alvéolo e edema alveolar com infiltrado parenquimatoso, alergias, febre, bronquite e pneumonia → Sindrome de Loffler: síndrome pulmonar com tosse produtiva e catarro sanguinolento • Normalmente em crianças, relacionadas com estado nutricional Por verme adultos: • Pode ser por ação toxica do antígeno com anticorpo causando edema, urticaria e convulsões • Pode ser por ação espoliadora quando consomem grande quantidade de proteínas, carboidratos, lipídios e 34 LARISSA MENEZES – MAD II vitaminas (A e C), levando a uma subnutrição e condição físico e mental alterada • Por ação mecânica, causando irritação na parede e enovelamento na luz intestinal, podendo produzir obstrução intestinal • Por localização ectópica do áscaris em pacientes com altas cargas parasitarias. Apêndice cecal, canal colédoco, pancreatite aguda ou eliminação do verme adulto pela boca, nariz e ouvido • Em crianças é comum alterações cutâneas circulares em pernas, tronco e braços, comumente chamada de pano branco, causada pelo alto consumo de vitamina A e C pelo verme. Podem causar deficiência no crescimento e aprendizado. DIAGNÓSTICO Clinico é inespecífico Laboratorial: coproanálise (pesquisa de ovos e/ou verme adulto nas fezes) OBS: Vermes adultos nas fezes indica infecção maciça Técnicas utilizadas: • Sedimentação espontânea: diagnostico qualitativo (se tem ou não ovos nas fezes) • Kato-Katz: diagnostico quantitativo (OPG) – numero de ovos por grama de fezes OBS: Ovos encontrado nas fezes: A) Ovo infértil: não tem as células germinativas, ele foi eliminado devido a passagem do bolo fecal, quando chegam ao solo não evoluem B) Ovo fértil: células germinativas em seu interior C) Ovo larvado: evolui para L3 e contamina o homem TRATAMENTO O tratamento medicamentoso deve ser associado a suplementação alimentar Posologia adequada: o albendazol (preconizado pela OMS) serve para todas as formas evolutivas do áscaris e pode ser dado em dose única. Já o mebendazol e tiabendazol tem que repetir por 3 dias consecutivos sendo repetido após 7 dias. Quando há obstrução do intestinal passa uma sonda com óleo mineral, caso não resolva precisa da intervenção cirúrgica. Para verme o óleo mineral é indicado porque é laxante e o paciente libera os vermes mortos, evitando a liberação de toxinas e reações alérgicas no paciente. OBS: Em áreas com grande incidência de parasitose é indicado repetir o albendazol após 7 dias. PROFILAXIA Educação sanitária Boa higiene pessoal Saneamento básico Proteção de alimentos ESTRONGILOIDÍASE CARACTERÍSTICAS GERAIS 35 LARISSA MENEZES – MAD II Strongyloides stercoralis S. stercoralis S. fuelleborni Verme arredondado presente nas fezes Geo-helminto: parte do seu ciclo ocorre no solo Mais relevante em áreas tropicais e subtropicais Mais frequente em indivíduos imunossuprimidos e etilistas Autoinfecção Parece uma enguia (anguilulose) Afetam animais domésticos, especialmente cães Área de predileção: vilosidades intestinais, principalmente nas glândulas duodenais O ovo não sai do intestino, então o identifica pela larva no exame. Nas fezes do paciente com estrongiloidiase não tem ovos, só se a infecção for maciça e o quadro de diarreia for gravíssimo! A larva rabiditoide depende dos cromossomos para seguir seus caminhos e vão ter 3 caminhos: • Pode virar um macho: macho de vida livre haploide (n) • Pode virar uma fêmea: fêmea de vida livre diploide (2n) • Pode virar uma fêmea partenogenica que é a filarioide: triploide (3n) → característica do strongyloide MORFOLOGIA DAS FORMAS EVOLUTIVAS O esôfago da filarioide é mais retilíneo, enquanto o da rabiditoide tem bulbos Fêmea partenogenética: • Reprodução assexuada sem a presença do macho • Parasita do jejuno e duodeno 36 LARISSA MENEZES – MAD II Macho e fêmea de vida livre: • A fêmea pode ter até 28 ovos em seu interior e apresenta o receptáculo seminal Ovo: • Elíptico • Parede fina e transparente • Muito parecido com o da ancylostomideo • Não vê na fezes • Eclosão dos ovos ocorre no ID • Possível presença de ovos em fezes diarreicas e com uso de laxantes Larvas: CICLO BIOLÓGICO Nos humanos está a fêmea partenogenética que vai produzir ovos que eclodem na luz intestinal e 37 LARISSA MENEZES – MAD II libera a larva rabiditoide L1 liberadas nas fezes. Nas fezes não tem liberação de ovos. A L1 se transforma em L2 e tem a possibilidade de ocorrer o ciclo direto desse parasita, que de 24 a 72 horas no solo ele evolui para L3, larva filarioide infectante, que penetra na pele e mucosas do hospedeiro. Algumas rabiditoides seguem o ciclo indireto que dão origem ao macho de vida livre ou a fêmea de vida livre de 18 a 24 horas, com o desenvolvimento acontecendo no solo. Elas copulam no solo e ocorre liberação de ovos. Após eclosão os ovos liberam larvas L1 que vai se desenvolver até L3 e infectar o ser humano. Depois de penetrar, essa larva cai na circulação sanguínea e passa pelo coração, atinge os pulmões e evolui para L4. No esôfago ocorre a expectoração ou deglutição dessa larva que segue para o ID OBS: Questões genéticas (número de cromossomos diferentes) gera a distinção dessas formas. VIAS DE TRANSMISSÃO Penetração de L3 pela pele e mucosas: via principal Autoinfecção externa: L3 na região perianal invade a pele (crianças, idosos, pacientes em uso de fraldas) Auto infecção interna: larvas rabditoides evoluem para filarioide na luz intestinal (constipação e imunossupressão) Ingestão de alimentos e/ou agua contendo larvas L3 PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA Existe a produção de anticorpos (IgG, IgA, IgM e IgE) que não são suficientes para eliminar a doença completamente. Mas são importantes para se ter um controle da superinfecção e reinfecção, comum em imunossuprimidos. Uso de corticosteroides pela ação imunossupressora e pelo estimulo a conversão de larvas rabditóides em filarióides pode induzir e levar a patogenia, com chance de alta infecção Alcoolistas crônicos aumentam os niveis de cortisol e também induz a patogenia e estimulação das larvas rabditoides se tornarem filarioides Co-infecção com vírus HTLV-1 também está relacionada ao estabelecimento de infecção pelo S. stercoralis. Baixo numero de parasitas geralmente são assintomáticos Manifestações cutâneas: geralmente discretas, podendo passar desapercebidas ou manifestarem- se com pontos ou placas eritematosas nos locais de penetração, podendo acompanhar prurido Reinfecção: reação de hipersensibilidade (edema, eritema, prurido, papas hemorrágicas) Autoinfecção externa: lesões urticariformes transitórias em torno do anus e regiões adjacentes, com recorrência e aspecto variável Larva currens: raro, indica infecção disseminada, parece um bicho geográfico Manifestações pulmonares: intensidade variável, mas caracterizada por tosse, com ou sem expectoração, febre, dispneia e crises do tipo asmática • A travessia das larvas dos capilares para os alvéolos provocam pequenos focos de hemorragia e inflamação • Casos graves: broncopneumonia, síndrome de Loeffler (acumulo de eosinófilos no pulmão), edema pulmonar e insuficiência respiratória Manifestações intestinais: a enterite ulcerosa é irreversível e os sintomas comuns vão de dor epigástrica, diarreia em surtos, desconforto abdominal, náuseas, vômitos, síndrome disentérica com esteatorreia, emagrecimento, podendo ser fatal • Presença das fêmeas na mucosa intestinal podem determinar enterite catarral, enterite edematosa e enterite ulcerosa 38 LARISSA MENEZES – MAD II • A autoinfecçãopermite uma evolução crônica da estrongiloidiase, podendo durar 20-30 anos DIAGNÓSTICO Clinico é difícil • 50% assintomáticos e quando os sintomas pulmonares e digestivos estão presentes, são comuns a outras doenças • Tríade sugestiva: dor abdominal, diarreia e urticaria • Eosinofilia sem outra razão e quadro de imunossupressão Laboratorial: • Pesquisa de larvas rabditoides nas fezes • 3-5 amostras colhidas em dias alternados • Amostra fresca • Sem preservantes • Hidrotermotropismo de larvas (Rugai e cols, Baermann-Moraes) • Coprocultura (Harada-Mori, Arakaki e Koga) • Outros exames que auxiliam no diagnostico são hemograma (eosinofilia), RX de tórax e métodos imunológicos como ELISA, IFI, WB, etc Podem aparecer larvar filarioides em amostras de fezes envelhecidas e pacientes com ritmo intestinal lento Ovos podem aparecer nas fezes em casos de diarreia decorrente de hiperinfecção Outras amostras: secreções broncopulmonares, secreção duodenal, urina, LCR, liquido pleural e ascítico TRATAMENTO Ivermectina (principal) Albendazol, cambendazol, tiabendazol A repetição do tratamento é indicada em caso de reinfecção ou resistência de algumas fêmeas Constipação: uso de laxativo para evitar reinfecção interna PROFILAXIA TENÍASE/CISTICERCOSE CARACTERÍSTICAS GERAIS É um platelminto Classe: Cestoda Família: Teniidae Espécie: Taenia solium e Taenia saginata TENÍASE Corpo achatado dorso-ventralmente: parecem uma fita bem fina Vive 25 a 30 anos Hospedeiro definitivo: homem Hospedeiro intermediário: • Desenvolve a forma larval • T. solium: porco • T. saginata: bovídeos “Solitárias”: hermafroditas (apresentam o órgão masculino e o feminino nas suas proglotes) 39 LARISSA MENEZES – MAD II MORFOLOGIA DAS TÊNIAS ESCÓLEX: cabeça • Fixaçao da tênia a mucosa intestinal (ID) • Diferencia a saginata em solium • O da saginata é mais globoso e tem 4 ventosas na regiao superior do escolex que dão sua capacidade de fixação • Na solium, além das 4 ventosas (são latelarizadas) tem o rostro que tem 2 fileiras de aculios que tambem auxiliam na fixação COLO: pescoço • Zona de crescimento e de formação de proglótidos • Extrema importancia no tratamento e no diagnostico ESTRÓBILO: corpo • Logo após o colo tem as primeiras proglotes • O estrobilos terá na sequencia após o colo: proglótidos jovens, maduros (largura praticamente a mesma do comprimeto e terá o órgão de reprodução masculino e o feminino) e grávidos (largura<comprimento, hipertrofia do útero) • A medida que proglótidos vão crescendo vão se desprendendo, para serem jogados no meio ambiente junto com os ovos • Apólise: quando estão gravidas sofrem a apólise entre uma separação e outra. É o desprendimento/rompimento da proglote! • T. solium 900 proglotes (desprendimento de 5 a 6 unidades em bloco) sem musculatura desenvolvida, por isso carreados junto com as fezes para o meio ambiente • T. saginata 2000 proglotes (uma a uma – +- 9 proglotes ao dia) com musculatura desenvolvida, tambem liberada com as fezes no ambiente ou sem a presença de fezes (saem atraves do ânus). Pode acontecer de desprender todo o seu corpo ou uma grande parte e não uma a uma. • 3 meses de desenvolvimento até liberar as proglotes gravidas no meio ambiente 40 LARISSA MENEZES – MAD II OBS: Dicotômico: o que tem de um lado terá do outro. TENÍASE – OVO E CISTICERCO OVO: • Formato esférico • Embrioforo: casca de proteção da oncosfera (embrião hexacanto) • Impossível distinguir microscopicamente os ovos das 2 tênias, são morfologicamente idênticos • Ovos de Taenia spp CYSTICERCUS cellulosae de Taenia solium: • À esquerda é o normal (invaginada), presente nos tecidos. À direita, cisticerco desenvaginando (no HD) → Forma larval (cisticerco cellulosae na solium e cisticerco bovis na saginata) CICLO REPRODUTIVO: T. SAGINATA E T. SOLIUM O ciclo começa com o homem ingerindo uma carne mal passada ou mal cozida de boi ou porco, contendo a forma infectante que é a larva, o cisticerco. Ao ingerir a larva, o homem contrai a T. saginata e a T. solium. O cisticerco dentro de uma bolsa contendo liquido vai para o estomago e com a ação do acido e da bile ocorre a evaginação do escolex da larva. Ela fica invaginada no musculo do ID se fixando (com a cabeça para dentro do musculo). A partir daí inicia o seu crescimento a partir do colo, com estróbilo e proglotes. 3 meses depois ocorre a liberação de proglotes gravidas no meio ambiente com fezes ou não, dependendo do parasita Os ovos dispersos no ambiente passam a contaminar o boi, o porco ou homem. Se for no homem é cisticercose humana. Os porcos tem costume de ingerir fezes, assim contrai os ovos da tenia. A pastagem contaminada, contamina o boi. Ao ingerir a forma infectante no HI (ovo ou proglote), esses ovos no estomago dos animais também eclodem pelo acido e pela bile, 41 LARISSA MENEZES – MAD II liberando o embrião (oncosfera) que vai para o ID e penetra a mucosa, mas sem se fixar, ate serem carreados pela corrente sanguínea para outro musculo, la se fixam e se desenvolvem em cisticerco (forma infectante). Então esses animais contem na sua musculatura a forma infectante para o homem. Uma vez ingerida essa carne mal cozida ou mal passada, inicia o ciclo no homem. Na doença teníase, a saginata e a solium se comportam e apresentam sintomatologia idênticas. O homem pode se comportar como hospedeiro intermediário na T. solium, tendo a capacidade de desenvolver no homem o mesmo ciclo que acontece nos animais ao ingerir o ovo (do próprio homem disperso no ambiente ou pela carne do animal), mas a sintomatologia é muito mais grave nos homens que nos animais, podendo levar até a óbito. No homem como HI tem predileção pelo SNC e pelos olhos, além disso pode acontecer um quadro de autoinfecção (ingere os ovos da tênia que ele mesmo eliminou) ou autoinfecção interna pelo movimento antiperistáltico ou através de vômitos que leva as proglotes gravidas até o estomago, causando um quadro de lavraria humana (infestados em vários lugares diferentes e com inúmeras quantidades de ovos) ou heteroinfecção (contato com ovos de outras pessoas). A gravidade depende da localização do cisticerco e do numero de cisticerco que vão se desenvolver. OBS: 6 dias em congelamento da carne inativa a forma contaminante para o homem. Ao fritar ou assar o ideal é que não fique sangue, para isso deve assar ou cozinhar bem. OBS: Cisticercos na carne suína (vesículas): no interior é conhecida como pipoquinha, fica bem crocante ao assar e as pessoas preferem OBS: Cisticerco na carne bovina: bolha translucida com aspecto perolado, ao assar fica caseosa dentro ao cortar OBS: Coração de porco autoparasitado QUADRO CLÍNICO DA INFECÇÃO Inespecífico Geralmente assintomática (proglotes nas fezes ou roupas intimas e de cama, por isso o indivíduo descobre que tem) Dor epigástrica, náuseas, inapetência, fraqueza (tênia compete com os nutrientes do indivíduo), perda de peso, cefaleia, vertigem, constipação ou diarreia Insônia, irritabilidade e inquietação Prurido anal presente em alguns casos 42 LARISSA MENEZES – MAD II Eosinofilia Complicações: apendicite e obstrução intestinal DIAGNÓSTICO Paciente: quando encontra proglotes livres em casos assintomáticos Pesquisa de proglotes – TAMISAÇÃO • Observar ramificações do útero • Pesquisa nas fezes as proglotes gravidas • Determina se é solium (desorganizado e pouco numerosos) ou saginata (ramos dicotômicos e numerosos) • Pode da negativo porque ainda não tem proglotes eliminadas nas fezes, mas o indivíduo está contaminado Pesquisa de ovos nas fezes ou na região perianal: • Fita adesiva: pouco