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NOME DA UNIVERSIDADE NOME DO ALUNO DE ACAMPAMENTO DE OPERÁRIOS À VILA DE PARANAPIACABA: O COTIDIANO FERROVIÁRIO E SUAS ADAPTAÇÕES (1860-1946) Projeto de Iniciação Científica ÁREA TEMÁTICA: LOCAL DATA NOME DA UNIVERSIDADE NOME DO ALUNO DE ACAMPAMENTO DE OPERÁRIOS À VILA DE PARANAPIACABA: O COTIDIANO FERROVIÁRIO E SUAS ADAPTAÇÕES (1860-1946) Projeto de iniciação científica apresentado ao Programa Interdisciplinar de Práticas Científicas, Tecnológicas e Profissionais - Projeto de Práticas Científicas. LOCAL DATA Resumo Este projeto de iniciação cientifica abordará as transformações ocorridas em Paranapiacaba, o “lugar de onde se vê o mar” em tupi-guarani, desde seus primórdios, como acampamento de operários para a implantação de uma estação de trens e centro de controle operacional da companhia inglesa São Paulo Railway, com suas novas tecnologias que impactaram a região, ao transformar o local em um grande canteiro de obras, para ligar Santos a Jundiaí, visando contribuir com um olhar crítico sobre as condições dos operários da companhia inglesa e os habitantes dessa região e, de forma sucinta analisar os discursos sobre as transformações ocorridas desde então. Palavras-chave: Ferrovia, Operários, Cotidiano, Transformações. SUMÁRIO 1. Introdução............................................................................................................................ 5 2. Justificativa.......................................................................................................................... 6 3. Objetivos ............................................................................................................................. 7 4. Metodologia e Procedimentos ............................................................................................. 8 5. Cronograma ......................................................................................................................... 9 6. Bibliografia........................................................................................................................ 10 7. Anexos ............................................................................................................................... 11 5 1. Introdução Na metade do século XIX, quando do início da construção da ferrovia, no alto da Serra existia apenas um pequeno povoado de casas de pau- a-pique, surgido pela iniciativa de Bento José Rodrigues da Silva, de Mogi das Cruzes, que abriu uma picada até Paranapiacaba. A ocupação inicial foi estabelecida nos locais hoje correspondentes à Vila Velha por um acampamento de operários da ferrovia, sem um modelo de arruamento pré-estabelecido, apenas determinando-se um eixo principal - a rua direita -, de acesso aos depósitos e oficinas, ao longo do qual distribuíram-se desordenadamente as construções dos operários. Existiam também as construções da companhia - uma estação provisória e as oficinas e depósitos - construídos com tijolo ou pedra e cobertos com folhas de ferro galvanizado ondulado. (GALLO, MAGALHÃES, FLÓRIO,2000) O texto em questão foi retirado da dissertação A vila de Paranapiacaba, ou um panóptipo tropical: controle e disciplina britânicos num modelo urbano da modernidade brasileira, escrito pelos professores Haroldo Gallo, Fernanda Magalhães e Wilson Flório, onde nota-se a simplicidade da arquitetura nos primórdios de Paranapiacaba. A vila ferroviária desenvolveu-se através da implantação da primeira estrada de ferro de São Paulo, administrada pela empresa britânica São Paulo Railway Company Ltd., que se iniciava em Jundiaí, passando por Paranapiacaba, que até então era denominada Alto da Serra, e seguia para Santos, destino final do principal produto transportado pela estrada de ferro, o café vindo do interior para ser exportado pelo porto da cidade. Alguns anos após a inauguração da ferrovia Santos-Jundiaí, a escravidão é abolida do Brasil, onde já possuía um número considerável de imigrantes portugueses, espanhóis e até mesmo italianos, atraídos pela colheita do café entre outras ocupações, aumentando assim a entrada de estrangeiros no país, que acabaram se alojando no interior de São Paulo próximo a ferrovia, criando diversos núcleos que mais tarde se tornariam cidades. Paranapiacaba, que já contava com a presença de imigrantes, em sua maioria ingleses, passou a abrigar um número cada vez maior de habitantes, e mais uma vez mudanças planejadas, e outras sem controle, ocorrem na Vila. 6 2. Justificativa O livro “As ferrovias de São Paulo 1870-1940” de Flávio Azevedo Marques de Saes apresenta o processo de implantação da ferrovia no estado de São Paulo o que agrega importante conhecimento para desenvolvimento da pesquisa; através das obras dos autores Luiz de Pinedo Quinto Júnior e Luiza Naomi Iwakami, a pesquisa encaminha-se para um recorte mais especifico: a Vila de Paranapiacaba, e através deste conseguimos melhorar nosso entendimento acerca do tema, encontrando recortes que remetem à sua arquitetura e seus habitantes. Com a pesquisa voltada para o cotidiano do ferroviário, encontramos no trabalho de Eva Alterman Blay um panorama geral de como era morar em uma vila operária e através da dissertação de mestrado de Anna Eliza Finger, que comparou Paranapiacaba com outra vila ferroviária, a Vila Belga no Rio Grande do Sul, pode-se vislumbrar melhor o enfoque social que se deseja pesquisar. Duas importantes instituições serão fonte desta pesquisa, a primeira será o Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarsa, que preserva um espaço dedicado a políticas culturais onde encontra-se uma apreciável quantidade de fontes sobre a história da cidade e da região com: documentos escritos,iconografias, catálogos, artigos e livros sobre Paranapiacaba; a outra instituição será o Museu Tecnológico Ferroviário de Paranapiacaba que também preserva boa documentação sobre a construção da ferrovia, equipamentos e dados sobre a antiga Vila. Algumas teses e dissertações também serão usadas, cujo tema aborda a história da ferrovia e ou da cidade de Paranapiacaba que foram objeto de pesquisa em conceituadas universidades brasileiras, das quais procuraremos retirar o embasamento teórico e, artigos acadêmicos que possam contribuir com o tema deste projeto, visando analisar as condições de vida dos ferroviários de Paranapiacaba e de outras vilas afins. Este diálogo evidencia a necessidade de entender as mudanças descritas passam a forjar um novo ambiente social e arquitetônico e, é justamente sobre elas, que este trabalho se deterá, focando, na medida do possível, o cotidiano dos operários que substituíram a mão-de-obra escrava para analisar: eles realmente viviam em melhores condições que os escravos, após deixarem seus países de origem? Como estes imigrantes adaptaram-se a Paranapiacaba durante a estadia para a construção da ferrovia e, muitas vezes após o a conclusão das obras? Estas serão algumas das principais questões que esta pesquisa pretende abordar. 7 3. Objetivos Contribuir para a análise acerca da implantação da estação e da futura Vila de Paranapiacaba, que integra a ferrovia Santos-Jundiaí, quais suas consequências para a região e quais as mudanças ocorridas da fundação de Paranapiacaba, até seu respectivo crescimento e fim da concessão da São Paulo Railway Co. em 1946. Propõe-se neste projeto o estudo do cotidiano dos operários, mais especificamente dos imigrantes que trabalharam para a São Paulo Railway Co. que se alojaram em Paranapiacaba, como foi sua estadia e adaptação, ou não, antes e apóso término da construção da ferrovia e qual a sua contribuição para a Vila e seu desenvolvimento, destacando as desigualdades sociais existentes e as formas de resistência e adaptação dos operários ao trabalho e aos cargos de mando e sua influência sobre suas vidas. 8 4. Metodologia e Procedimentos O projeto de iniciação cientifica se ocupará inicialmente da pesquisa e seleção de bibliografia e fontes primárias: livros, documentos, iconografias, artigos, dissertações e teses que tratem de algum aspecto relacionado ao tema. Uma minuciosa seleção e leitura do material pesquisado será feita, e neste processo, será buscado através de leituras e orientação, um referencial teórico que possa dar embasamento teórico-crítico para a problematização e para possíveis hipóteses que nortearão a escrita do trabalho. Por fim, após conhecer mais sobre o tema, um relatório será produzido baseado em todo o conhecimento adquirido, chegando às respostas que o projeto tem como objetivo alcançar. 9 5. Cronograma ATIVIDADES MESES Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12 Pesquisa e seleção do referencial bibliográfico e das fontes primárias X X X Leitura do referencial bibliográfico X X X Leitura das fontes primárias X X X Realização do ENIC X Escrita do Relatório X Entrega da Iniciação científica X 10 6. Bibliografia BLAY, Eva Alterman. Eu não tenho onde morar: vilas operárias na cidade de São Paulo. São Paulo: Nobel, 1985. CERTEAU, Michel de. A Escrita da História. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008. _____. A Invenção do Cotidiano. 15 ed. Petrópolis: Vozes, 2008. CRUZ, Thais Fátima dos Santos. Paranapiacaba Village: history, city and architecture. In: INTERNATIONAL PLANNING HISTORY SOCIETY CONFERENCE, 15.,Santo André: Magma, 2005. _____. Paranapiacaba: a arquitetura e o urbanismo de uma vila ferroviária. Dissertação de Mestrado.USP- Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos, 2007 _____. No meio do caminho... Uma serra, a ferrovia, o café e uma vila. In: SEMINÁRIO DE PATRIMÔNIO AGROINDUSTRIAL: LUGARES DE MEMÓRIA, 2., São Paulo, s/d. FAUSTO, Boris (Dir.). O Brasil Monárquico, v. 7: do Império à República. 7 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. col. História Geral da Civilização Brasileira. _____. O Brasil Republicano, v. 8: Estrutura de Poder e economia. 8 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. col. História Geral da Civilização Brasileira. _____. O Brasil Republicano, v. 9: Sociedade e Instituições 1889-1930. 8 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. col. História Geral da Civilização Brasileira. FINGER, Anna Eliza. Vilas ferroviárias no Brasil: Os casos de Paranapiacaba em São Paulo e da vila Belga no Rio Grande do Sul. 2009. 166 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, Brasília, 2009 GALLO, Haroldo; MAGALHÃES, Fernanda; FLÓRIO, Wilson. A vila de Paranapiacaba, ou um panóptico tropical: controle e disciplina britânicos num modelo urbano de modernidade brasileira. Cinco Séculos de Cidade no Brasil, São Paulo, v. 6, n. 2, 2000. IWAKAMI, Luiza Naomi; QUINTO JÚNIOR, Luiz de Pinedo. O desenho de uma vila ferroviária e o canteiro de obras no século XIX. In: ENCONTRO NACIONAL DA ANPUR, 15., 2013, Recife. Anais... . Recife: Anpur, 2013. p. 885 - 897. KARSBURG, Alexandre de Oliveira. Sobre as ruínas da velha matriz: religião e política em tempos de ferrovia Santa Maria – Rio Grande do Sul 1880/1900. Santa Maria: UFSM, 2007. SAES, Flávio Azevedo Marques. As ferrovias de São Paulo 1870-1940. : HUCITEC, 1981. 11 7. Anexos