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TCC INCLUSÃO DE AUTISTA NO ENSNO FUNDAMENTAL

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CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
CURSO DE PEDAGOGIA 
SANTO ANDRÉ
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS AUTISTAS NO ENSINO REGULAR
SANTO ANDRÉ - SP
2017
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
 INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS AUTISTAS NO ENSINO REGULAR
Artigo apresentado ao curso de Pedagogia do Centro de Educação a Distância Anhanguera.
Orientadora: XXXXXXXXXX.
SANTO ANDRÉ-SP
2017
RESUMO
O presente estudo abordou a prática pedagógica em escola regular, analisando a inclusão de um aluno autista. Foi considerada a relação da professora e da mediadora com o aluno em questão e dele com os colegas de sala e demais profissionais e alunos da escola. 
Foi analisado também o acolhimento do aluno pela turma e a sua efetiva participação na instituição de ensino. Durante a pesquisa foi observado os recursos pedagógicos utilizados e se os mesmos favorecem a aprendizagem e a inclusão de um aluno autista. 
O embasamento teórico da pesquisa contou com relatos de autores como Gomes, Baptista e Suplino, dentre outros. O objeto de pesquisa desse trabalho é um aluno diagnosticado com déficit de atenção e autismo leve, matriculado no Terceiro Ano do Ensino Fundamental em uma escola particular. 
A pesquisa foi realizada através de um estudo de caso utilizando o procedimento da observação participativa. Avaliando que o aluno autista tem direito à matrícula em escola regular, a pesquisa justifica-se pela necessidade de refletir sobre a consolidação desse processo de inclusão nas atividades pedagógicas realizadas. 
Palavra-chave: Inclusão Escolar. Autismo. 
Abstract
The present study addressed the pedagogical practice in regular school, analyzing the inclusion of a student with autism. The relation between the teacher and the mediator was considered with the student in question and with the classmates and other professionals and students of the school. It was also analyzed the reception of the student by the class and their effective participation in the educational institution. During the research it was observed the pedagogical resources used and if they favor the learning and the inclusion of a student with autism. 
The theoretical basis of the research relied on reports from authors such as Gomes, Baptista and Suplino, among others. The research object of this work is a student diagnosed with attention deficit and mild autism enrolled in the Third Year of Elementary School in a private school. 
The research was carried out through a case study using the participatory observation procedure. Evaluating that the student with autism has the right to enroll in a regular school, the research is justified by the need to meditate on the consolidation of this inclusion process in the pedagogical activities carried out. 
Keyword: School Inclusion. Autism. 
SUMÁRIO
1. Introdução
06 
2. Fundamentação Teórica 
08 
3. Material e Métodos
11 
4. Resultados e Discussão
14 
5. Considerações Finais
17 
6. Referências
18 
1. Introdução 
O estudo sobre inclusão de alunos autistas na escola comum, tem como ponto principal verificar se as atividades pedagógicas em escola comum são apropriadas para a efetiva inclusão dos alunos com autismo. Caso contrário, o processo de inclusão fica limitada a matrícula na instituição de ensino. 
Os objetivos específicos da pesquisa foram: observar a participação de um aluno autista em turma de terceiro ano do ensino fundamental de uma escola regular particular; averiguar se o mesmo está incluído de forma parcial ou integral em sua turma; analisar a interação da criança na dinâmica escolar; investigar as intervenções pedagógicas no processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança. 
A metodologia estabelecida para pesquisa foi o estudo de caso, tendo em vista que o objetivo principal é observar e analisar a prática pedagógica desenvolvida junto a um aluno autista, incluído em classe comum, esse tipo de estudo permite um conhecimento mais amplo dessa realidade. O sistema usado para a coleta de dados compreendeu a observação participativa, onde o aluno foi acompanhado em todos os momentos durante o horário de aula, incluindo a hora do intervalo. 
Apesar da divulgação das políticas de inclusão, ainda encontramos crianças com necessidades educativas especiais, como as autistas, frequentando as aulas de forma parcial, com carga horária reduzida, assim, mesmo estando matriculadas não são incluídas de fato no ambiente escolar. 
O autismo afeta o sujeito em três áreas: interação social, comunicação e comportamento. Atualmente entende-se que o autismo é uma síndrome que possui variados graus, podendo o sujeito ser acometido do grau mais leve até o grau mais severo, essa amplitude é entendida como espectro autista. 
Os professores, de modo geral, notam sua falta de conhecimento para lidar com uma criança autista quando recebem esse aluno em sua sala de aula e é comum perceberem que o tema Educação Especial e Inclusiva de seu curso de formação era superficial e não o preparou para a realidade. 
Identificado esse fato e as necessidades de uma criança autista,, a postura que o professor deve ter na prática pedagógica requer uma reflexão, o presente estudo buscou favorecer as discussões sobre o tema, auxiliando pais e professores no processo educativo desses alunos. 
A presente pesquisa mostra uma discussão sobre a inclusão efetiva de alunos autistas sistema regular de ensino. O objetivo é provocar o interesse dos profissionais de educação em relação aos alunos com necessidades especiais, uma vez que exigem mais atenção dentro da sala de aula, pois, segundo Baptista (2006), “é necessário que os técnicos, professores e a própria sociedade se destitua do lugar de saber absoluto e dividam esse com as pessoas com deficiência e isso muitas pessoas não aceitam”. 
2. Fundamentação Teórica 
2.1 Inclusão 
A inclusão acontece de fato quando indivíduos portadores de necessidades especiais são inseridos no ambiente escolar regular, e assim interagindo com outras pessoas fora do convívio familiar, o sujeito passa a ter uma vida social e desenvolve seu potencial cognitivo. 
Na década de 1980 já havia alunos com deficiência matriculados na rede regular de ensino, mas em número reduzido, diferente do que encontramos hoje. O método de integração utilizado não garantia uma prática pedagógica diferente, o que deixava o aluno “excluído” apesar de devidamente matriculado. 
Geralmente o aluno autista ficava distraído com seus interesses, sem que o professor da sala tivesse a preocupação de fazê-lo participar das atividades realizadas com a turma. Em muitos casos, mesmo o professor tendo interesse em realizar a inclusão do aluno, não sabia lidar com ele para envolvê-lo, devido à sua formação precária, muitos tinham receio de interagir com o aluno. Atualmente muitos docentes ainda possuem o receio de interagir com pessoas autistas ou portadores de outras deficiências, físicas ou mentais. 
Além disso, considerando os problemas de comunicação e interação de alunos autista, pode haver uma certa frustração no decorrer da prática pedagógica pela falta de retorno do aluno. Uma característica comumente encontrada nesses alunos é o fato de se fazerem de surdo, o que significa que apesar de não ter deficiência auditiva age como se não ouvisse. Assim, quando o professor pergunta algo não há uma resposta verbal, muitas vezes não há nem mesmo um olhar do aluno para o professor. A criação do vínculo afetivo é um processo bem demorado, mas não impossível. Requer muita paciência, tempo e determinação em conquistar esse aluno. 
A partir da década de 1990, o processo de inclusão ganhou espaço no Brasil, bem como em outros países. Vários estudos e pesquisas científicas construíram um caminho para a construção de uma Educação Inclusiva, onde todos podem ter ampla participação em todas as atividades escolares. 
Não se pode pensar em inclusão escolar, sem pensar um ambiente inclusivo. Contudo, não se deve “entender este ambiente Inclusivo somente em razão dos recursos pedagógicos,mas também pelas qualidades humanas”. (CUNHA, 2012). Ou seja, o professor deve estar devidamente preparado para utilizar de todos os recursos disponíveis na escola e o seu conhecimento do assunto, para realizar a educação do indivíduo de forma que ele atinja a meta estabelecida. Seu papel é estimular a criança para a formação do conhecimento. 
2.2. Conhecendo o autismo 
O autismo passou a ser fonte de estudo na década de 1940, por Léo Kanner, psiquiatra austríaco, que observou diversas crianças que apresentavam desenvolvimento deficiente em áreas diferentes, foi ele que classificou o autismo como uma síndrome. Hoje em dia o autismo ainda é um enigma para boa parte da humanidade. 
Atualmente, sabemos que lidamos com autismos, e não com autismo, tendo em vista que uma criança autista é diferente de outra, e que apesar de compartilharem dos critérios principais que definem uma pessoa portadora de autismo, os graus dessa síndrome são variados, indo de um grau leve até um grau mais severo. O desafio que prevalece para a ciência é que, mesmo dois indivíduos diagnosticados com a síndrome autista leve não apresentam os mesmos sintomas ou o mesmo grau. 
Em muitos casos, no campo cognitivo, o autismo é associado ao atraso intelectual de diferentes graus. Não raro, encontramos grupos com inteligência considerada normal ou em caso de pessoas com Síndrome de Asperger encontramos uma inteligência acima da média. Estima-se que pelo menos um por cento dos autistas alcancem o máximo em um teste de QI, embora seu comportamento social ou processo de aprendizagem não acompanhe seu potencial cognitivo. 
Nota-se no que diz respeito à interação social, que crianças autistas apresentam sérias dificuldades em começar ou manter uma conversa, algumas evitam o contato visual e parecem ter receio de ser tocada, mantendo-se isoladas. Muitas vezes estabelecem contato através de comportamentos não verbais e podem preferir brincar com objetos ao invés de brincar com as outras crianças. 
Com relação ao aspecto educacional percebemos que para educar uma criança autista é preciso acima de tudo promover sua integração social, assim sendo a escola é o ponto inicial para que isso aconteça. 
3. Material e Métodos 
3.1 Metodologia de Pesquisa 
Tendo traçado os objetivos, foi escolhida a abordagem de pesquisa, através do estudo de caso. Foi estudado o caso de um menino autista de grau leve, matriculado em uma turma do terceiro do Ensino Fundamental em uma escola particular. A pesquisa analisou o desenvolvimento global do aluno. 
Foram observadas também, as relações dele na escola a fim de verificar os possíveis avanços que obteve a partir do processo de inclusão na classe comum, que permitiu um estudo aprofundado de uma realidade local, do caso específico do menino Gabriel, que poderá contribuir no processo de acesso e permanência com qualidade na escola regular de outros alunos autistas. 
Optamos pela observação participativa a fim de manter a rotina do próprio aluno, que já vem sendo acompanhado pela pesquisadora, e a dinâmica escolar. 
3.2 Procedimentos de Coleta de Dados e Cenário 
A primeira etapa da pesquisa compreendeu a organização e o planejamento junto a Direção e Coordenação Pedagógica da escola, procedimento facilitado pelo fato de que a pesquisadora é mediadora do aluno em questão há mais de um ano, ficando ao seu lado em todos os momentos, tendo em vista que o Gabriel segue o material didático junto com a turma, necessita de acompanhamento em tempo integral para realizar as tarefas propostas. 
O local de pesquisa é uma escola particular em um bairro de classe média alta na cidade de Santo André. O acesso à escola de grande parte dos alunos é por meio de veículo próprio, alguns alunos residem nas vizinhas do colégio realizando o trajeto a pé. Além disso, essa unidade escolar atende crianças da Educação Infantil, a partir dos três de idade, chegando até o 9º ano do Ensino Fundamental. 
Trata-se de uma escola regular que possui entre seus alunos portadores de deficiências diversas, como Autismo, Síndrome de Down, Deficiente Auditivo, Síndrome do X frágil, dentre outras. Esses alunos pertencem a turmas distintas. 
A sala de aula na qual o Gabriel estuda conta com 14 alunos no total, possui um armário balcão onde ficam guardados os livros didáticos e cadernos dos alunos, fazendo com que os alunos tenham autonomia para pegar ou guardar seu próprio material sempre que necessário, a sala possui também carteiras individuais, sendo uma para cada criança, as carteiras geralmente são dispostas em círculo, dependendo da atividade proposta pela professora regente os alunos são organizados em duplas ou grupos. Há também um armário onde a professora guarda seu material, quadro negro, mesa da professora. A sala é decorada com painéis confeccionados pela turma. 
3.3 Observação Participativa 
Optamos pela observação participativa a fim de manter a rotina do próprio aluno, que já vem sendo acompanhado pela pesquisadora, e a dinâmica escolar. Alguns detalhes chamam a atenção durante a pesquisa, como o olhar vagando quando a professora explica um conteúdo, ou ainda o olhar para a mediadora que o acompanha pedindo aprovação ao realizar uma tarefa, ou ainda o simples fato de tocar nas mãos de sua mediadora, tendo em vista que a criança se esquiva de qualquer contato físico. 
O Gabriel foi observado, não só na sala de aula, mas em outros espaços escolares também, como no pátio durante o lanche, na quadra durante aula de Educação Física, no laboratório durante a aula de ciências e na biblioteca para leitura em grupo, com a finalidade de analisarmos seu desempenho e integração em todos os ambientes. 
Gabriel é um menino educado e tímido, autista em grau leve e um atraso mental de cerca de 3 anos, durante todo o processo de pesquisa podemos perceber que o aluno tende a seguir sempre a mesma rotina se sentindo inseguro quando essa rotina é alterada. 
3.4 Rotina 
Gabriel estuda no turno da manhã. O horário da turma é de 7:30h às 11:45h, sendo que as terças-feiras a turma tem a sexta aula de educação física, sendo o horário da saída às 12:30h. Gabriel cumpre a mesma carga horária que os colegas de classe e que as outras crianças da escola que estudam nesse turno. Sua rotina consiste em: chegar à escola, entregar a agenda para a professora, tirar o material da mochila e sentar-se no seu lugar, a mediadora fica sentada ao seu lado durante todo o período de aula. 
Às segundas-feiras as primeiras aulas são de Artes e a professora, Camila, leva a turma para o Ateliê, o Gabriel com ajuda da mediadora realiza todas as atividades junto com a turma. Durante as aulas de Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia e Ciências que são ministradas pela professora regente da turma, Maura, Gabriel se mostra alheio durante as explicações, só realiza as lições com o apoio da mediadora ou ao copiar as repostas que estão na lousa. 
Às terças e quartas-feiras a turma tem aula de Educação Física com Professora Natália, Gabriel participa das aulas ativamente, porém não compreende as regras de brincadeiras simples como pega-pega, mãe da rua ou queimada. Mesmo sem entender as regras ele participa com toda a turma, não ficando excluído do grupo. 
Durante o momento do lanche, Gabriel que antes preferia sentar-se sozinho para comer, agora senta-se com os colegas, o que significa grande avanço no seu aspecto social. Após terminar seu lanche, ele costuma brincar com a turma de corda, nesse ponto ressaltamos que ele não compreende a brincadeira e também não consegue pular a corda e sim passar por ela. 
4. Resultados e Discussão 
4.1 Desenvolvimento e Comportamentos da criança 
Os dados relatados a seguir foram obtidos a partir do relato da mediadora do aluno Gabriel. O menino chegou a escola no primeiro ano do ensino fundamental, sem diagnóstico, a professora responsável pela turma notando sua dificuldade e comportamento encaminhou o aluno para atendimento com neurologista e psicopedagoga, um processo longo que durou até o final do ano letivo. 
Ao ingressar no segundo ano doensino fundamental, a escola recebeu o laudo com diagnóstico de autismo leve e atraso mental estimado em 3 anos, o aluno passou a ser medicado com Ritalina para controlar sua agitação, pois não conseguia ficar sentado durante as aulas. 
Após atendimento da direção e coordenação pedagógica da escola com a família e a psicopedagoga responsável pelo acompanhamento do Gabriel ficou decidido que ele seguiria o material pedagógico como toda a turma na qual está matriculado. Devido suas limitações ficou acordado que ele seria acompanhado por uma mediadora em todos os momentos durante o horário de aula. 
A mediadora relata que o Gabriel é um garoto tímido e introvertido que não aceita contato físico, ao começar o acompanhamento do aluno notou que o mesmo não olha nos olhos quando indagado sobre algo, seu olhar desvia a todo momento mesmo durante a explicação de um conteúdo, ele também não mantém um diálogo apenas responde quando perguntado. 
Alguns pontos no comportamento do aluno foram ressaltados pela mediadora, como por exemplo a criação de um laço afetivo e de confiança que ela e Gabriel desenvolveram com o tempo, tendo em vista que ele tem dificuldade em se expressar verbalmente, demonstra essa confiança segurando na mão da mediadora, um grande avanço já que costuma se esquivar de contato físico. 
Durante as aulas de artes, Gabriel acompanha a turma até o Ateliê onde as aulas são ministradas, o tema trabalhado esse ano é “Contos Africanos”, o aluno permanece alheio durante a explicação das atividades, mas mesmo sem compreender o conteúdo, realiza as atividades com orientação da mediadora, durante a pesquisa ele confeccionou uma máscara africana, feita em argila e a decorou, ele também participou ativamente da confecção de um painel sobre o tema. 
Durante as aulas de Educação Física, Gabriel participa das atividades propostas pela professora, porém não compreende as regras de brincadeiras como Pega-Pega, Mãe da Rua, queimada, entre outras. Completa os circuitos apenas com acompanhamento da mediadora. Gabriel se destaca pela habilidade e força de pular na cama elástica e saltar sobre o Plinto caindo no colchão. 
Durante as aulas de Ciências, ministradas no laboratório, Gabriel realiza todas as experiências juntamente com sua turma, porém só realiza os registros no diário quando pode copia-los da lousa, nesse momento também demonstra não compreender o conteúdo. 
Durante as aulas de Geografia e História que são ministradas na sala de aula, foi notado que o Gabriel apesar de realizar as leituras não compreende o que foi lido, quando perguntado sobre algo do conteúdo explicado não sabe responder. Só responde as questões do livro didático quando as respostas são ditadas pela mediadora ou escritas na lousa pela professora. 
Durante as aulas de Português, foi relatado que o Gabriel é alfabetizado, porém ainda encontra dificuldade em escrever algumas palavras, reconhece plenamente o alfabeto, realiza atividades simples como incluir a letra R para formar outra palavra, colocar nomes em ordem alfabética, uso do R ou RR, uso do S ou SS somente a partir de um exemplo. Nesse ponto ressalta a mediadora que ele não compreende as regras, apenas realiza as atividades de forma automática. Gabriel realizada as leituras propostas em voz alta e nota-se claramente que tem dificuldades para ler, realizando a leitura de forma silabada. O aluno não consegue realizar nenhuma atividade de produção ou interpretação de texto, mesmo com auxílio da mediadora. 
Durante as aulas de matemática, Gabriel realiza grande parte das atividades sozinho, tem facilidade para sequências numéricas, separação de números pares e impares, contas de adição e subtração simples. Demonstra dificuldade para compreender a multiplicação e divisão, também se confunde com sólidos e formas geométricas. Por não ter compreensão de texto, não é possível resolver problemas matemáticos. 
4.2 A inclusão 
Segundo relato da mediadora, quando ingressou nessa turma, no segundo ano do ensino fundamental, houve uma certa resistência dos colegas, principalmente por não entenderem que o Gabriel é diferente. Gabriel ficava muito isolado durante a hora do intervalo, sentando-se sozinho e sem participar das brincadeiras. 
A inclusão do aluno junto ao grupo se deu de forma lenta e progressiva, a mediadora colaborou nesse processo conversando com o grupo e explicando a necessidade de aceitarem o Gabriel integralmente, convidando-o para sentar-se com eles na hora do lanche, convidando-o para participar das brincadeiras, aceitando-o nos times durante as aulas de educação física ou em grupos para realização de trabalhos. 
Ao ingressar no terceiro ano do ensino fundamental, com a mesma turma e a mesma mediadora do ano anterior, Gabriel iniciou o ano de forma mais segura, apesar de recusar contatos físicos e não olhar nos olhos, interage e socializa de forma mais tranquila com o grupo, assim sendo, acredita-se que o aluno se encontra de fato incluído no seu grupo. 
Com relação a parte pedagógica, a mediadora relata que Gabriel encontra muita dificuldade em realizar a maioria das atividades e não demonstra um aprendizado efetivo, por ter um atraso mental estimado em três anos e ser portador de autismo em grau leve acredita-se que o conteúdo pedagógico deveria ser adaptado as suas condições o que não ocorre por resistência da família. 
5. Considerações Finais 
Durante a pesquisa, analisamos o processo de inclusão do aluno autista e verificamos a atuação da mediadora para que a inclusão seja ampliada. No que diz respeito ao apoio pedagógico, identificamos desacordos, uma vez que a atuação da mediadora é quase solitária para que esse aluno seja incluído na prática pedagógica e não somente no espaço escolar. Gabriel é um aluno de corpo presente, assíduo, mas com um processo de aprendizagem bem prejudicado no que se refere aos conteúdos, uma vez que não há material pedagógico adaptado para ele. 
Essas questões geram reflexões e sugestões importantes para o favorecimento da inclusão de Gabriel na escola, pois a equipe gestora poderia estudar uma forma de adequar os conteúdos facilitando a assimilação e a aprendizagem do aluno, poderia também orientar a família da importância de se realizar essa adequação. 
O apoio pedagógico age também como um suporte psicológico, uma vez que professora e mediadora compreendem que se o aluno não dá uma resposta a elas, não é um problema pessoal, e sim algo que pode ocorrer com outras pessoas também. É comum profissionais da escola, familiares ou colegas de classe se sentirem rejeitados pelo aluno com autismo, pela falta de compreensão do que seja essa condição. 
Diante do exposto, entendemos que a permanência do aluno em questão em escola regular é positiva para a comunidade escolar e para o desenvolvimento global de Gabriel. Por fim concluímos que há a inclusão parcial do aluno em classe regular de ensino, mas que ainda há um longo caminho a se percorrer. 
6. Referências 
BAPTISTA, Carlos Roberto. Autismo e Educação: Reflexões e Propostas de Intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2002. CUNHA, Eugênio. Autismo e Inclusão: Psicopedagogia e Práticas Educativas na Escola. Rio de Janeiro: Wak, 2009. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários á Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 
GAUDERER, Ernest Christian. Autismo e Outros Atrasos do Desenvolvimento. São Paulo: Revinter, 1997. 
GOMES, Marise Miranda. O Orientador Educacional, o Mediador Escolar e a Inclusão: Um Caminho em Construção. Rio de Janeiro: Wak, 2014. 
LEBOYER, Marion. Autismo Infantil: Fatos e Modelos. Campinas: Papirus, 2002. 
SCHWARTZMAN, José Salomão. Autismo Infantil. São Paulo: Memnon, 2003. 
SUPLINO, Maryse. Vivências Inclusivas de Alunos com Autismo. São Paulo: Inovação, 2009. 
WILLIANS, Chris e WRIGHT, Barry. Convivendo com Autismo e Síndrome de Asperger – Estratégias Práticas para Pais e Profissionais. São Paulo: M. Books, 2008.
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO DE PEDAGOGIA

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