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CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CORPO, CULTURA E MOVIMENTO: A EDUCAÇÃO INCLUSIVA DE ALUNOS AUTISTA EM UMA ESCOLA DA CIDADE DE NOVA OLINDA-TO ÉRICA SANTOS MACHADO FRANCINALDO LEITE ARAGUAÍNA – TO 2017 RESUMO A inclusão de PNEE´s dentro do ensino regular conta com muitas dificuldades, não apenas pela inclusão, mas também pela equipe pedagógica da escola, onde muitos não tem o conhecimento das características de cada aluno envolvido. A inclusão de alunos autistas deve contar com a ajuda não somente da equipe da escola, mas dos pais também, onde cada um deles devem estar preparados para atender os alunos. O presente estudo busca destacar os pontos positivos e negativos dessa inclusão dentro da Escola Mul. Pedro Chicou de Alencar, da cidade de Nova Olinda -TO, por meio de um estudo de caso, buscando mostrar a dificuldade enfrentada pelos educadores nessa inclusão. Sabendo-se que a vivência com autistas é difícil, mas entendendo que essa inclusão é de suma importância para seu desenvolvimento: cognitivo, social e motor. Dentro da pesquisa foi observado o grau de capacitação da equipe pedagógica da escola, o quanto eles conhecem do autismo e se a inclusão está acontecendo de forma a contribuir para o desenvolvimento da corporeidade dos alunos autistas. Palavras-chave: Autismo, Inclusão, Escola ABSTRACT The inclusion of PNEEs within regular education has many difficulties, not only by inclusion, but also by the pedagogical team of the school, where many are not aware of the characteristics of each student involved. The inclusion of autistic students should be assisted not only by the school staff, but also by parents, where each student should be prepared to serve the students. The present study seeks to highlight the positive and negative aspects of this inclusion within the Mul School. Pedro Chicou de Alencar, from the city of New Olinda -TO, through a case study, seeking to show the difficulty faced by educators in this inclusion. Knowing that the experience with autistic is difficult, but understanding that this inclusion is of paramount importance for its development: cognitive, social and motor. Within the research it was observed the degree of training of the school's pedagogical team, how much they know about autism and whether inclusion is happening in order to contribute to the development of autistic students' corporeality. Keywords: Autism, Inclusion, School 3 1.0 INTRODUÇÃO É notório o medo do novo e do desconhecido, dentro da Educação Inclusiva, o receio fica ainda maior, pois é muito difícil lidar com limitações, muitas vezes comuns e já conhecidas e quando se é deparado com algo que foge dos seus conhecimentos o receio do professor fica ainda maior. Autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno comportamental que tem como características: dificuldades no desenvolvimento da fala, dificuldade de se relacionar com as pessoas, não ter facilidade em aceitar mudanças ao seu redor, além dos movimentos repetitivos. E que afeta quatro vezes mais o sexo masculino. O primeiro relato sobre Autismo foi dado pelo Leo Kanner em 1943, quando estudou 11 crianças, onde ressaltou-se o medo dessas crianças na mudança de sua rotina, representando assim um transtorno para elas. (KOMESO, 2011) O presente estudo de caso buscou descobrir o sentido da Educação Inclusiva de alunos autistas da Escola Municipal Pedro Chicou de Alencar da cidade de Nova Olinda-TO, para os educadores da mesma. Onde iremos encontrar o verdadeiro sentido da inclusão de alunos autistas para os educadores dessa escola, e de que forma a sua corporeidade é trabalhada e como é a vivência desses alunos no ambiente escolar. O instrumento de pesquisa utilizado foi a entrevista, com os educadores e pais dos alunos, além de observação em sala de aula. A metodologia de avaliação dos dados coletados seguiu enfoque da fenomenologia buscando entender o sentido da inclusão de alunos autistas e como ela realmente acontece. Dentro da Escola a inclusão dessas crianças devem ser desenvolvidas juntamente com a equipe pedagógica e em casa com os pais. O professor da Educação Especial mostra o serviço pedagógico, orienta como utilizar, o professor do ensino regular trabalha com os Parâmetros Curriculares e os pais tem a função de acompanhar e auxiliar os filhos com as tarefas em casa. A inclusão ajudará não apenas no desenvolvimento dentro da escola, mas também o social desse aluno e dentro desse estudo irá se observar como está acontecendo o desenvolvimento da corporeidade com os alunos autistas, e quais são as dificuldades encontradas na Educação Inclusiva, sabendo que essa inclusão é fundamental para o seu desenvolvimento corporal, social e ensino aprendizagem, quais os métodos que são usados com esses alunos? E se existe inclusão nessa escola? Se a equipe entende o real sentido da palavra inclusão e se a colocam em prática? 4 2.0 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA COM ALUNOS AUTISTAS A inclusão de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (PNEE´s) dentro do ensino regular é garantido por lei, como assegurado pela Constituição Federal de 1988, no seu Art. 1°, onde é instituída na Lei Brasileira a inclusão de pessoas com deficiência, dando a elas os exercícios dos direitos e das liberdades fundamentais, para que aconteça à inclusão social e a cidadania, buscando assim, assegurar e promover essas condições de igualdade. (BRASIL,1988) São inúmeros os desafios encontrados para a inclusão de alunos autistas, uma vez que todos têm o direito de uma boa educação e de ser incluído no meio escolar.A sociedade em sua maior proporção rotula as pessoas, onde o preconceito dificulta o rompimento de barreiras. O que se deve fazer é buscar informações sobre o novo e desconhecido e assim contribuir para uma melhor inclusão. A Lei n° 12.764/2012, em seu parágrafo único no art. 3°, dispõe que “em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista será incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2o, terá direito a acompanhante especializado.” Nas escolas tem medidas mais facilitadoras, o que dificulta esse desenvolvimento, é que são colocadas muitas vezes apenas cuidadoras, que dificilmente são capacitadas para tamanha responsabilidade, as escolas para receber as crianças especiais teriam que estruturar o ensino aprendizagem e uma equipe muito bem qualificada para tal função, que entendem realmente o significado da palavra inclusão para recebê-los e saber quais mudanças teria que acontecer. “A inclusão começa com a chegada desse aluno a escola, mas é preciso também garantir sua permanência e aprendizagem” (Alexandre Mapurunga ,2014). Dentro da Lei 12.764/2012, em seu art. 7° diz que, caso o gestor escolar negue-se a matricular o aluno com TEA ou qualquer outra deficiência, será punido com multa de 3(três) a 20(vinte) salários-mínimos. A matricula não pode ser negada, o ingresso de uma criança autista em escola regular é um Direito garantido por lei, como aponta o capítulo V da lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), no art. 58 diz que a educação 5 especial deve ser oferecida preferencialmente dentro do ensino regular de ensino, isso para educandos com necessidades de educação especial. O papel da escola é se preparar e qualificar os professores envolvidos para receber os alunos autistas, mas não somente os professores, mas também todo o quadro de funcionário da mesma, para que a inclusão seja feita e não apenas uma integração de alunos autistas. Inclusão é incluir o aluno autista dentro do ensino juntamente com os demais alunos, já a integração é modificar esse aluno para integrar eleno meio dos demais, não convivendo e aprendendo junto, afastando-os dos demais. É necessário olhar para a inclusão de uma forma mais atual, para que seja necessário problematizá-la, não apenas ser obediente à lei, nem pela militância disciplinar, muito menos pela mudança que o País necessita pelas exigências presente de inclusão. (LOPES,2013) Inclusão é adaptar o ambiente para receber o aluno com necessidade especial, já a integração é adaptar o indivíduo para inserir no ambiente. Segundo Mantoan (2003) Na integração acontece uma seleção antes de inserir os alunos com deficiências, primeiro eles são observados se estão aptos ou não à aquela inserção de ensino. E acrescenta sobre a inclusão que ela é diferente da integração, pois a inserção escolar acontece secamente, de forma radical, sem adaptações anteriores. Onde todos os alunos, sem exceção, devem frequentar as salas de aula do ensino regular. (MANTOAN, 2003) Na Integração o aluno deve adaptar-se à escola, sem esperar que ela mude para atender a realidade da diversidade de alunos, que cresce cada vez mais. Já na inclusão a escola sofre uma mudança radical para receber essas crianças com necessidades de especiais desde o currículo, avaliação, pedagogia e formas de interação entre os alunos durante as atividades desenvolvidas dentro de sala de aula. (MITTLER,2003) 2.2 AUTISMO E CORPOREIDADE NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA O Autismo não tem cura, mas muitos casos os indivíduos conseguem superar muitas limitações, mas por ser um transtorno comportamental e nunca vem sozinho, muitos sujeitos acabam não conseguindo uma vida independente, sendo necessário 6 sempre um acompanhamento de alguém da família ou de instituições capacitadas. (MARTINS, PREUSSLER e ZAVASCHI, 2002). O autismo por ser um transtorno comportamental, acaba dificultando o relacionamento com o professor, quando o aluno autista adquire confiança no professor, o desenvolvimento das atividades acontece sem maiores contratempos. É importante ressaltar os benefícios das atividades lúdicas e corporais, pois é através da brincadeira que as crianças estimulam a fantasia, assim elas conseguem ter mais confiança para desenvolver a sua corporeidade. As brincadeiras servem como instrumento para o crescimento das crianças. A percepção e orientação de espaço e tempo são essenciais para a coordenação motora, memória e raciocínio. (DAVI, 2012) O corpo tem duas formas de se comunicar, Verbal (linguagem) e Não-Verbal (corporal). A linguagem é a mais utilizada, mas a forma corporal de se comunicar é a primeira forma de expressão das emoções humanas, desde a fase intrauterina é a partir daí que o bebê se comunica com a mãe, da mesma forma que ela transmite suas emoções, medos e todos os sentimentos para seu bebê. E após o seu nascimento continuará a transmitir essa percepção de sentimentos e do mundo ao seu redor, suas vivências e os estímulos dados no decorrer de seu desenvolvimento, que irão contribuir para sua autonomia corporal (FERNANDES,2008) A forma com que a criança se comunica é a corporal, e deve se está atento a cada detalhe, desde um simples gesto até a mais profunda expressão facial. A corporeidade do autista não segue o modelo materno, ele vive excluso, num mundo só dele, onde esse corpo tem pouca gestualidade, silencioso, onde todo seu corpo vive uma exclusão. (LEVIN,2009) A criança autista por não ter a linguagem oral desenvolvida, utiliza do seu corpo para se comunicar, através dos gestos como apontar o que deseja. “A existência se realiza nele (corpo)” (MERLEAU-PONTY (1945/2011), Apud FREITAS, 2015). É através dos movimentos de sua corporeidade que os autistas se comunicam mesmo sendo movimentos soltos, por viver num mundo só dele, onde fica difícil compreender. Deve se observar a forma com que o autista expressa sua corporeidade e dá estímulos para que suas habilidades possam se desenvolver espontaneamente, para que não seja comprometida por falta de vivências (CAMPOS, 2011). 7 Os TEA têm uma grande dificuldade em executar movimentos complexos e levam um maior tempo para isso, para facilitar esse desenvolvimento são necessários estímulos que busque minimizar as dificuldades de interação, mas levando em consideração condições socioculturais do indivíduo. (BOATO et al.2013). Neste seguimento, é dentro da escola que encontramos um local apropriado para proporcionar atividades motoras para o desenvolvimento da corporeidade do aluno autista. As atividades trabalhadas com os alunos autistas minimizam as estereotipias, por dar uma sensação prazerosa atua também como diminuição de comportamentos problemas, dentro da educação física pode obter desenvolvimento motor cognitivo e sensorial que contribui para a memória do indivíduo. A utilização de atividades em grupo é fundamental para o desenvolvimento social do autista, ajudando em uma das suas maiores dificuldades que é a de interação com os demais. A corporeidade é um termo da filosofia para designar a maneira pela qual o cérebro reconhece e utiliza o corpo como instrumento de relação com o mundo. As escolas especiais podem servir de suporte para as escolas inclusivas, os professores podem ajudar os demais para melhor interação com os alunos autistas, além de poder ser um centro de capacitação, onde os professores ali inseridos têm melhores e maiores conhecimentos das características dos TEA. A forma como o professor desenvolve a corporeidade do aluno autista é a forma como ele vai transmitir a sua corporeidade na sociedade em seguida. O corpo por si só não demonstra o que quer passar, ele faz parte do imaginário e necessita de um outro para decifrar suas ações. (...) “o corpo é da ordem do imaginário, e, como a imagem não diz, necessita de um Outro que inscreva um dizer no corpo, que o torne imagem de um corpo, que o metaforize em seu “toque” ‘significante”. (LEVIN,2009, p.47) A partir do momento que a criança é diagnosticada com TEA, as barreiras ficam cada vez mais expostas, pois é a partir dele que suas características autísticas são percebíveis, onde a sociedade irá notar e muitos não aceitarão essas diferenças, criando o primeiro contato negativo. O preconceito começa a aparecer e essas crianças começam a ser rotuladas pela sociedade e consequentemente há a exclusão. Assim como afirma Orrú (2012) quando aparece o diagnóstico de uma deficiência e suas limitações, as pessoas desentendidas começam a criar barreiras 8 acreditando que aquelas pessoas são coitadinhas, incapazes, acabam tendo medo das suas características, piedade, marginalizando e em seguida excluindo o indivíduo da sociedade. A escola que atende crianças com necessidades especiais, que leva consigo o título de inclusão dentro do ensino regular, não deve se atentar apenas a “nome” de inclusão, tem fatores que determinam o que deve ser seguido, como: conhecer o aluno, conhecer suas características individuais, adaptar a escola e a equipe pedagógica para receber essas crianças. A escola é obrigada a aceitar as crianças especiais, pois é um direito assegurado pela Lei n° 9.394/96. Porém inseri-la no ensino regular não é sinônimo de inclusão. É necessário que quando a escola acolhe o indivíduo ela deve propiciar ao mesmo, um ambiente coletivo que ele se sinta tão bem como já fizesse parte dele, só assim a inclusão estará de fato acontecendo. (ORRU, 2012) O papel do professor é fundamental no ensino aprendizagem, é através dos estímulos dado por ele que irá possibilitar o aluno a superar as dificuldades, favorecendo nas relações sociais. (ORRU, 2012) O aluno autista tem entre suas características a dificuldade de relações interpessoais, onde muitas vezes acabam dificultando suas experiências e possíveis desenvolvimentos. (ORRU, 2012) O desenvolvimento acontece devido as relações sociais que conseguem fazer essa transformação. 3.0 METODOLOGIAO presente estudo adota a abordagem qualitativa, teórico-metodológico da fenomenologia por meio de um estudo de caso, onde ocorreu a observação escola- campo. Esse estudo de caso busca aprofundar o sentido da inclusão de alunos autistas para seus educadores. O instrumento de coleta de dados, foi construído através de entrevista com os professores que acompanham os alunos autistas sendo eles: o professor regente, a professora auxiliar e a professora de recursos, além de contar com o relato dos pais dos alunos autistas, por questões éticas os nomes dos entrevistados foram substituídos por siglas. 9 A entrevista foi voltada para o quanto a formação dos educadores ajudou no desenvolvimento da corporeidade dos alunos autistas, através dos estímulos dados a partir do movimento e vivencias culturais dentro das aulas, como os colegas reagem aos mesmos e suas principais dificuldades ao lidar com a inclusão de autistas. O procedimento teve por início a visita na escola e contato diretor com o gestor, em seguida professores e pais dos alunos autistas, onde a gestora assinou a carta de autorização, os pais e educadores o termo de consentimento para cumprir o que rege as “diretrizes e normas que regulamentam pesquisas com seres humanos” (466/2012). O método de avaliativo de dados é fenomenológico, buscando entender não apenas o informado, mas o que a consciência humana interpreta através dos sentidos (MERLAU-PONTY (1999), Apud Filho, (2014)), para compreender melhor significado da inclusão de autistas dentro de sua essência, não apenas superficialmente. Em meio ao mundo de acidentes enganosos de essência, é necessário imaginar outros pontos de vistas para que o invariante da essência apareça. (COBRA, 2001, ver.2005) 4.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES A forma como os educadores entendem a inclusão é o ponto de partida para desenvolverem a mesma diante dos alunos autista perante a turma, os educadores se manifestaram suas opiniões desde sua formação inicial até o ponto de falarem sobre uma disciplina que trabalhasse a corporeidade do aluno autista. O Educador Regente (E1) e a Educadora da sala de Recursos (E3) tem apenas a graduação em Pedagogia, apenas a Educadora Auxiliar (E2) tem pós- graduação em coordenação pedagógica, e a partir da Especialização, ela deu início ao trabalho com alunos especiais. O trabalho dos educadores com os alunos autistas não foge do conteúdo dos PCN´s e da forma como é ensinado aos demais alunos. De acordo com as informações obtidas nas entrevistas, as atividades corporais são ministradas sempre por iniciativa da professora auxiliar, onde ela chama de “aulas diferenciadas”. E dentro dessas aulas os alunos autistas 10 desenvolvem tão bem quanto os demais afirmam E1 e E2(2017): “Nas demais atividades eles desenvolvem 50 a 60%, mas nas atividades corporais eles desenvolvem iguais aos outros”. A cognição acontece através da corporeidade, não se limitando a expressar se apenas como processo de informações, mas como movimento dos estímulos passados e de suas vivências, somos corporais a mente não é separada do corpo. (NOBREGA,2005) As dificuldades encontradas pelos educadores são a falta de material para trabalhar algo diferente e o mais agravante que é a falta de capacitação. E2: “ De início eu não tive capacitação aí foi assim, crua, então foi uma etapa muito difícil” (2017). O E1 acrescenta: “ Maior dificuldade é não ter conhecimento, não ter capacitação nesse assunto, entrar sem ser preparado é como um choque” (2017). A formação dos professores deve ser repensada, para que haja solução para essa demanda, de se adaptar a necessidade, melhorar a educação especial, mas não apenas aos professores denominados dentro da educação especial, mas sim todos. (CARVALHO,2000) Diante de terem entrado de frente com o diferente e desconhecido a equipe pedagógica faz um bom trabalho, busca ao máximo fazer com que esses alunos autistas consigam desenvolver o mais próximo possível tanto quanto os demais alunos. A convivência com as pessoas já é difícil por diferenças de opinião e os autistas a dificuldade é extra principalmente por não se entender as suas características (SOUSA,2014). Dentro do ensino regular essas crianças sofrem o preconceito dos demais, justamente por não terem conhecimento do assunto, por serem crianças e não compreenderem muito bem o que acontece ao seu redor. A Mãe1(M1) dos gêmeos autistas relata o quanto foi difícil no início das aulas no ensino regular: “ Teve um dia que eu fiquei muito triste Os coleguinhas de início chamavam eles de bobos, porque criança não entende e aquilo me doía tanto, aí eu chegava e falava assim ‘eles não são bobos, eles são autistas’ e explicava o que era” (2017). Quanto ao desenvolvimento dos alunos autistas a M1 vê o desenvolvimento, mas em acompanhamento da E2: “Quando tem monitora, você vê o desenvolvimento, quando não, eles ficam atrasados”. E através da fenomenologia podemos fazer um educar com foco no cuidar do outro, trabalhando coletivamente para construir formas de se viver no mundo. (CAMINHA, 2012) 11 Autistas tem uma grande dificuldade em socialização, e os educadores buscam com que esses alunos autistas consigam ter uma familiarização com os demais colegas, onde acabam ajudando na execução das atividades dos colegas autistas através da convivência. Assim como afirma Caminha (2012) A escola é lugar de se familiarizar e respeitar a dignidade do outro através da corporeidade, não supervalorizando processos escolares, nem menosprezando a condição do espaço de convivência, fazendo dela um lugar de aprender a conviver com o diferente. A aceitação do novo é difícil e necessita de um grande caminho a percorrer, a forma como as pessoas trata os autistas interferem diretamente no seu desenvolvimento. A respeito do conhecimento do diagnóstico de autismo dos colegas e a aceitação dos demais a E2 diz que: “Os coleguinhas aceitam e até ajudam nas tarefas e já trabalhamos com eles para tem esse respeito para com eles” (2017), já o E1 diz: “ Eles tem conhecimento dos colegas autistas, mas alguns não aceitam” (2017). O preconceito ainda existe principalmente devido à falta de conhecimento sobre o que é autismo. As atividades escolares não são diferentes dos demais alunos, a E2 discorda dessa metodologia: “Os professores regentes aqui de Nova Olinda não receberam capacitação para trabalhar aulas diferentes, então eles passam a mesma atividade com o mesmo grau de dificuldade e para os autistas teria que ser um nível mais fácil, porque a gente sabe que eles não compreendem igual os outros” (2017). De acordo com a descrição da E2 percebemos que para ela, a forma de trabalhar as atividades necessita de adaptações para melhor desenvolvimento, onde ela acredita que o aluno autista não é capaz de acompanhar os demais. Quando perguntando sobre uma disciplina que ajudasse no desenvolvimento dessas crianças autistas, os educadores foram unanimes na resposta: “ Antes de qualquer disciplina é necessário fazer uma capacitação dos professores, uma formação direcionada a esse assunto, ter materiais suficientes, mas a escola não tem essa condição” (E1, E2 e E3, 2017). A M1 acrescenta: “ E tem uma coisa que eu acho que tinha que ter na escola e se tem é muito pouco porque eu não conheço, tinha que ter palestra na escola sobre a inclusão de autistas e suas limitações, porque os autistas eles sofrem muito com o preconceito” (2017). A indignação da mãe perante o preconceito que os filhos sofrem é nítida e para ela, isso se dá justamente pelas pessoas não terem conhecimento do que é o autismo, as suas 12 características e suas limitações, falta isso dentro da escola. Já o ensino da escola, ela não tem o que reclamar, os filhos estão desenvolvendo bem, o problema agora é outro a mudança de escola para outra que não está preparada.A escola é local de instrução, é nela que aprendemos sobre nossa cultura, e através do corpo em contato com outros corpos esse conhecimento é adquirido e essa educação tem um grande papel na formação cultural. O corpo se molda perante as interações com os demais. (CAMINHA,2012). 5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar da formação dos educadores da escola não serem especificas para lhe dar com alunos com necessidades especiais, em especial os TEA, e apesar dessa limitação na formação dos mesmos o trabalho de inclusão na Escola Municipal Pedro Chicou de Alencar está sendo feito de forma satisfatória, onde o desenvolvimento das crianças estão cada vez mais progredindo, juntamente com a socialização com os demais colegas. Os alunos autistas dessa escola sentam nas primeiras fileiras de cadeira e acompanham as atividades como os demais, com algumas dificuldades na compreensão de algumas atividades, mas com a ajuda da professora auxiliar, os alunos autistas desenvolvem as mesmas e dentro das atividades corporais o desenvolvimento é semelhante aos demais. Ressaltando em especial a dedicação dos educadores, que apesar das limitações de sua formação não se fecharam a buscar novos conhecimentos para ajudar esses alunos autistas, a equipe pedagógica busca sempre atendê-los de forma que se sintam aceitos e queridos. E dentro dessa pesquisa nota se que a educação inclusiva necessita percorrer um longo caminho, para de fato conseguir alcançar a inclusão total do indivíduo, com todos os seus direitos, onde o professor consiga compreender desde o início da inserção do aluno autista até suas características individuais, para conseguir trabalhar o seu desenvolvimento sem muitas dificuldades, no entanto dentro da escola Pedro Chicou os educadores conseguem amparar os alunos autistas e trabalhar as suas dificuldades. Diante dos resultados concluiu-se que o significado da educação inclusiva para pais e educadores é de suma importância para o desenvolvimento da 13 corporeidade do aluno autista, além de desenvolver a socialização do mesmo, os pais destacam o quanto os filhos desenvolveram a partir do momento que foram inclusos no ensino regular. E dentro dessa inclusão as atividades da cultura corporal de movimentar é essencial no desenvolvimento interpessoal dos alunos autistas, através das mesmas eles desenvolvem sua corporeidade e sua socialização com os demais alunos. 6.0 REFERÊNCIAS BEYE, Hugo Otto. Inclusão e Avaliação na Escola de alunos com necessidades educacionais especiais. São Paulo: Mediação, 2013. BOATO, Elvio Marcos. Metodologia de Abordagem Corporal para Autistas- Estudo de Caso. Brasília, 2013. BRASIL. Lei n.°9.394, de 20 de dezembro de 1996 BRASIL. Lei n° 12.764, de 27 de dezembro de 2012 BRASIL. Constituição, 1988. BRASIL.DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. 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Qual a maior dificuldade enfrentada pelo professor na rotina da inclusão do autista na escola? 3.Você acredita que a educação inclusiva ajuda no desenvolvimento da relação social do aluno autista com os demais alunos da classe? 4.Os demais alunos tem conhecimento sobre o que é o autismo e que há um aluno de sua classe com esse diagnóstico? 5.Como ocorre a relação da turma e a criança autista nas aulas? 6. Como é o comportamento dos TEA nas atividades propostas? Eles Brincam de correr, pular? Se interagem com os demais coleguinhas? 7. Existe alguma disciplina que seja ligada as atividades corporais? E como ela pode ajudar os TEA? 18 ANEXOS 19 CARTA DE AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA Araguaína, 02 de outubro de 2017 De: Érica Santos Machado do 8° período Para: Karla Cylia Ribeiro da Silva Oliveira - Diretora Assunto: Autorização para realização de pesquisa científica (Trabalho de Conclusão de Curso) Senhor (a) Diretora, Eu, ÉRICA SANTOS MACHADO, acadêmica do 8° período do curso de Educação Física, pesquisadora responsável pelo estudo intitulado CORPO, CULTURA E MOVIMENTO: A EDUCAÇÃO INCLUSIVA COM ALUNOS AUTISTAS NA CIDADE DE NOVA OLINDA-TO, cujo objetivo é descobrir o sentido da Inclusão de alunos autistas para educadores de uma escola. Solicito a Vossa Senhoria AUTORIZAÇÃO para executar a coleta de dados para presente pesquisa, junto a esta instituição, especificamente na ESCOLA MUNICIPAL PEDRO CHICOU DE ALENCAR. Desta forma será necessário que a equipe pedagógica que trabalha diretamente com os alunos autistas responda uma entrevista sobre como é trabalhado a inclusão com essas crianças. Ao mesmo tempo, peço autorização para que o nome desta instituição possa constar no relatório final bem como em futuras publicações na forma de artigo científico. Ressalto que os dados coletados serãomantidos em absoluto sigilo de acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS/MS) 466/12 que trata da Pesquisa envolvendo Seres Humanos. Saliento ainda que tais dados sejam utilizados tão somente para realização deste estudo. Na certeza de contarmos com a colaboração e empenho desta unidade, agradecemos antecipadamente a atenção, ficando à disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessária. Atenciosamente, __ ÉRICA SANTOS MACHADO Responsável pela pesquisa Contato: (63) 99211-9086 Prof. Me. FRANCINALDO LEITE Professor Orientador Contato: (63) 99268 -1930 Termo de Autorização Considerando que esta instituição possui condições de atender à solicitação do pesquisador, minha manifestação é pelo DEFERIMENTO. KARLA CYLIA RIBEIRO DA SILVA OLIVEIRA Assinatura do gestor c/carimbo 20 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Eu, Érica Santos Machado, Acadêmico (a) do Curso de Educação Física do Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos S/A convido seu filho (ou você se for maior de 18 anos), para participar da pesquisa intitulada CORPO, CULTURA E MOVIMENTO: A Educação Inclusiva de Alunos Autistas na Cidade de Nova Olinda-TO. O objetivo deste estudo “Descobrir o sentido da Inclusão de alunos autistas para educadores de uma escola”. Informo que o Sr. (a), tem a garantia de acesso, em qualquer etapa do estudo, sobre qualquer esclarecimento de eventuais dúvidas. Também é garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo, punição ou atitude preconceituosa. Garanto que as informações obtidas serão analisadas em conjunto com outras pessoas, não sendo divulgada a identificação de nenhum dos participantes. O Sr. (a). tem o direito de ser mantido informado sobre os resultados parciais da pesquisa e caso seja solicitado, darei todas as informações que solicitar. Não existirão despesas ou compensações pessoais para o participante em qualquer fase do estudo. Eu me comprometo a utilizar os dados coletados somente para pesquisa e os resultados serão veiculados por meio de artigos científicos em revistas especializadas e/ou em encontros científicos e congressos, sem nunca tornar possível a sua identificação. Serão feitos a aplicação de uma entrevista e observação das aulas. A entrevista aplicada será feito para saber o quanto o aluno desenvolveu a partir das aulas e respondido apenas pelo Sr. (a) e pelos Pais. O Senhor(a) pode ter acesso a quaisquer dados relativos a avaliação e testes, bem como ao trabalho concluído. Para informação diretamente com o(a) pesquisador(a)/Acadêmica Érica Santos Machado, o (a) Sr.(a) poderá entrar em contato pelo celular (63) 99211-9086. ou pelo e-mail: erycka1992@gmail.com . CONSENTIMENTO PÓS–INFORMAÇÃO Eu, , fui informado sobre procedimentos da pesquisa e porque é importante a minha colaboração. Por isso, eu autorizo meu filho em participar da pesquisa, sabendo que não vou ganhar nada e que o mesmo pode (POSSO) sair quando quiser. Receberei uma cópia deste documento. Data / _/ _. Colaborador Pesquisador