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Civil III - Teoria Geral dos Contratos

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Teoria Geral dos Contratos
Ementa
· Teoria Geral dos Contratos: 
· Conceito;
· Natureza jurídica;
· Elementos;
· Formação;
· Principiologia (princípios clássicos e modernos);
· Interpretação;
· Classificação;
· Efeitos: em relação aos sujeitos;
· Em relação a terceiros;
· em relação ao objeto;
· em relação aos contratos bilaterais perfeitos e imperfeitos (direito de retenção, exceção do contrato não cumprido, vícios ocultos, evicção, arras);
· Extinção: causas normais e anormais (nulidade, anulabilidade, incapacidade, morte, rescisão, resolução – inexecução voluntária e por onerosidade excessiva, resilição). 
· Contratos em espécie: 
· Compra e venda. 
· Troca ou Permuta. 
· Doação. 
· Locação. 
· Do Mandato.;
O contrato é a manifestação de duas ou mais vontades objetivando criar, regulamentar, alterar ou extinguir uma relação jurídica (direitos e obrigações).
1.Conceito. 
Trata-se de um acordo de vontades entre duas ou mais pessoas mediante a celebração de um negócio jurídico objetivando promover a criação, modificação ou extinção de direitos, nos termos e limites do ordenamento jurídico vigente.
2.Características.
1. Bilateralidade: uma vez que se exige a participação de dois ou mais sujeitos. Obs.: o contrato para ser válido precisa de cumprimento de sua bilateralidade, ou seja, faz-se necessário o envolvimento de duas ou mais pessoas externando o seu consentimento na celebração do negócio jurídico. Cabe ressaltar que, a mencionada característica não exige obrigações onerosas entre os sujeitos envolvidos na relação jurídica de natureza econômica, conforme podemos citar o contrato de doação.
2. Negócio Jurídico: por se tratar de um negócio jurídico, para que ele tenha validade é necessário o preenchimento de alguns requisitos: agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não defesa em lei (tenha previsão legal ou não haja vedação estabelecida no ordenamento jurídico).
3. Finalidade: o contrato trata-se de uma fonte de obrigação, nestes termos, podemos concluir que o contrato traz consigo a finalidade de criar, modificar ou extinguir direitos mediante o estabelecimento de obrigações de dar, fazer ou não fazer. Obs.: a doutrina civilista contemporânea mediante uma análise constitucionalista dos contratos tem preceituado a devida observância a função social dos contratos, mitigando a autonomia dos agentes envolvidos em sua celebração.
3.Conceito de contrato à luz da jurisprudência dos tribunais.
Hodiernamente é defino como sendo um negócio jurídico por meio do qual as partes envolvidas, mediante autonomia da vontade convergem o seu interesse, criando um dever jurídico principal de dar, fazer ou não fazer, bem como deveres acessórios, tendo em vista a devida observância aos princípios da boa-fé e da função social dos contratos.
4.Princípios.
	4.1 Conceito: 
são alicerces que vão indicar o caminho a ser seguido por todo um ordenamento jurídico, são ideias genéricas que vão interpretar e trazer significado às normas.
Para Sarlet et al. (2019), os princípios são tipos do gênero normas jurídicas, compostos de um importante grau de abstração, vagueza e indeterminação, bem como de normatividade jurídica e, portanto, de eficácia.
	4.2 ESPÉCIES:
		A) PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE:
O referido princípio resguarda a liberdade que as partes envolvidas no negócio jurídico têm para contratar. Liberdade para celebrar o negócio jurídico.
Obs.: Hodiernamente o princípio da autonomia da vontade não é absoluto, encontrando exigência mitigadora na função social, o respeito à dignidade da pessoa humana, bem como na boa-fé contratual.
		B) PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE:
O referido princípio impõe aos agentes envolvidos na celebração contratual o cumprimento do que fora pactuado. Nesse contexto, a doutrina civilista dispõe que o contrato faz lei entre as partes.
“Pacta sunt servanda”
Contrato faz lei entre as partes.
		C) PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO CONTRATO:
Quanto ao referido princípio, a doutrina civilista, auxiliada pela jurisprudência, dispõe que o negócio jurídico materializado através da celebração de um contrato produz efeito apenas entre os contratantes.
Efeitos e consequências abrangem os contratantes.
		D) PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DOS CONTRATOS	Comment by Mateus Luan: Aula 03/09/2020
			Fundamentação Jurídica
Art. 421.CC A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
			
O princípio da função social dos contratos tem a sua fundamentação nos termos do art. 421 do Código Civil, trazendo consigo o escopo de limitar a autonomia privada em prol de valores coletivos previstos na constituição.
Obs.: Ainda cabe ressaltar que o mencionado princípio servirá de balizador para solução de conflito envolvendo o interesse particular e o coletivo, devendo este prevalecer. 
		E) PRINCÍPIO DA BOA-FÉ
			Fundamentação Jurídica
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
O princípio da boa-fé tem o seu regramento estabelecido nos termos do art. 422 do Código Civil, criando para os contratantes a exigência de um padrão ético de cultura, sob pena do negócio jurídico celebrado não surtir efeito.
A jurisprudência dos tribunais superiores tem firmado o entendimento em que os pactuantes do negócio jurídico celebrado, além de atender a função social do contrato, devem atuar de forma honesta, proba, ética e seguindo os padrões da boa-fé.
Nesse mesmo sentido, a doutrina civilista tem elevado o princípio da boa-fé como cláusula geral dos contratos.
		F) PRINCÍPIO DA EQUIVALÊNCIA MATERIAL
O princípio supracitado tem como fundamento de validade o equilíbrio entre os agentes envolvidos na relação jurídica, devendo assim haver um equilíbrio nas prestações estabelecidas entre os contratantes, evitando o estabelecimento de cláusulas abusivas ou exorbitantes de um contratante em relação ao outro.
5.FORMAÇÃO DOS CONTRATOS	Comment by Mateus Luan: Aula 08.08.2020
5.1 FASES DE FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
A formação do contrato enseja a ocorrência de alguns momentos específicos, sendo assim denominado pela doutrina civilista de fases de formação dos contratos. Desse modo, é possível identificar quatro fases na formação do contrato civil:
	- Fase de negociações preliminares ou puntuação;
	- Fase de proposta, policitação ou oblação;
	- Fase de contrato preliminar;
	- Fase de contrato definitivo ou de conclusão do contrato.
5.1.1 FASE DE NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES OU PUNTUAÇÃO
			5.1.1.1 CONCEITO
Trata-se da fase de formação dos contratos na qual as partes envolvidas no negócio jurídico começam a considerar a possibilidade de contratar mediante a formatação das tratativas, antecedendo a oferta propriamente dita.
			5.1.1.2 VÍNCULO ENTRE AS PARTES
A doutrina auxiliada pela jurisprudência tem firmado seu entendimento que as negociações preliminares não geram vínculo entre os participantes pois antecede a oferta propriamente dita.
			5.1.1.3 RESPONSABILIDADE CIVIL PRÉ-CONTRATUAL
A doutrina civilista majoritária tem admitida a obrigatoriedade no pagamento de indenização por rompimento da expectativa criada, denominando assim de responsabilidade pré-contratual, desde que haja comprovação do efetivo dano causado.	Comment by Mateus Luan: O rompimento da expectativa criada vai de encontro com a boa-fé objetiva (art. 422). Os contratantes são obrigados a guardar, assim como na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios da probidade e boa-fé, em que, havendo desrespeito, surge o direito de indenizar (art. 187).
			5.1.1.4 SUJEITOS
				1 – Aquele que faz a oferta: ofertante ou policitante.
				2 – Aquele que pode fazer a aceitação: aceitante ou oblato.
		5.1.2 FASE DE PROPOSTA, OFERTA, POLICITAÇÃO OU OBLAÇÃO	Comment by Mateus Luan: Aula 10.09.20205.1.2.1 CONCEITO	Comment by Mateus Luan: Constitui a manifestação da vontade de contratar, por uma das partes, que solicita a concordância da outra. Trata-se de uma declaração unilateral de vontade receptícia, ou seja, que só produz efeitos ao ser recebida pela outra parte.
Trata-se da declaração de vontade dirigida a alguém com quem se quer contratar, contendo todas as cláusulas essenciais do negócio jurídico, de modo que, com a simples aceitação, o contrato já se aperfeiçoa.
			5.1.2.2 CARACTERÍSTICAS
A doutrina civilista dispõe que para a proposta ser válida precisa do preenchimento dos seguintes requisitos: precisão, clareza, seriedade e definitividade.
5.1.2.3 PRINCÍPIO REGENTE: princípio da vinculação da proposta.
		Previsão expressa:
“Art. 427.CC. A proposta de contrato obriga o proponente,”
Obs.: o proponente, de acordo com o principio acima referido, encontra-se obrigado a cumprir o que fora ofertado sob pena de reparar perdas e/ou danos gerados.
Exceções ou mitigações ao princípio da vinculação da proposta:
1. Art. 427.CC. 
a. se o contrário não resultar dos termos dela, 
b. da natureza do negócio, ou 
c. das circunstâncias do caso.
2. Art. 428.CC. (I, II, III, IV)
a. Proposta sem prazo:
i. A pessoa presente - não foi imediatamente aceita.
Obs.: Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
ii. A pessoa ausente - tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente.
b. Proposta com prazo:
i. A pessoa ausente - não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado.
ii. Antes dela, ou simultaneamente - chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
5.1.2.4 OFERTA PÚBLICA
O legislador infraconstitucional, nos termos do artigo 429 do Código Civil, estabeleceu uma equivalência entre a oferta ao público e a proposta quando preenchidos os requisitos essenciais ao contrato. Ainda cabe ressaltar que a oferta pública poderá ser revogada pela mesma via de sua divulgação desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
Ex.: em um leilão público publicado no diário oficial convocando os interessados na proposta, o poder público pode revogar aquela proposta quando feito pelas mesmas vias.
Previsão expressa:
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
			5.1.2.5 SUJEITOS
1 – Policitante, proponente ou solicitante: aquele que formula a proposta, estando a ela vinculado, em regra.
2 – Policitado, oblato ou solicitado: aquele que recebe a proposta, torna-se aceitante, o que gera o aperfeiçoamento do contrato (choque ou encontro de vontades). O oblato poderá formular uma contraproposta, situação em que os papéis se invertem: o proponente passa a ser oblato e vice-versa.
		5.1.3 FASE DE ACEITAÇÃO	Comment by Mateus Luan: Aula 15.09.2020
			5.1.3.1 CONCEITO
Trata-se da manifestação de vontade, dentro do prazo, aderindo a outra parte integralmente à proposta.
5.1.3.2 CONTRAPROPOSTA – NOVA PROPOSTA
“Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.”
Conforme preceitua o art. 431 do Código Civil, a aceitação fora do prazo, com adições, restrições ou modificações, importará em nova proposta.
			5.1.3.3 ARREPENDIMENTO EFICAZ
				5.1.3.3.1 CONCEITO
Trata-se de um instituto jurídico que torna inexistente a aceitação.
				5.1.3.3.2 HIPÓTESES
					1. Antes da aceitação; ou
2. Com a aceitação chegar ao proponente a retratação do aceitante.
				5.1.3.3.3 PREVISÃO LEGAL
“Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.”
5.2 MOMENTO DE FORMAÇÃO DO CONTRATO	Comment by Mateus Luan: AULA 17.09.2020
5.2.1 CONTRATO ENTRE PRESENTES (INTER PRAESENTES)
5.2.1.1 CONCEITO
É aquele em que as partes, pessoalmente ou por representantes, manifestam seu consentimento, mesmo que estejam distanciadas, desde que proposta e aceitação aconteçam em ato contínuo e sem intermediários. Ex.: telefone
5.2.1.2 FORMAÇÃO DO CONTRATO
O contrato se forma com a imediata aceitação do oblato.
5.2.2 CONTRATO ENTRE AUSENTES (INTER ABSENTES) – CONTRATOS EPISTOLARES
			5.2.2.1 CONCEITO
É aquele celebrado entre duas ou mais pessoas, propondo-se, aceitando-se e concluindo-se por meio de cartas, telegramas, e-mails e outros meios semelhantes.
			5.2.2.2 FORMAÇÃO DO CONTRATO
				O legislador infraconstitucional adotou a seguinte teoria:
5.2.2.2.1 REGRA GERAL: TEORIA DA AGNIÇÃO OU DA DECLARAÇÃO NA MODALIDADE DA EXPEDIÇÃO
Para a referida teoria, não basta escrever a resposta favorável, é preciso remetê-la. Portanto, podemos concluir que o vínculo contratual se torna obrigatório no momento da expedição da aceitação, salvo algumas exceções previstas no próprio ordenamento jurídico.
	5.2.2.2.1.1 PREVISÃO LEGAL
Art. 434.CC Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
					5.2.2.2.1.2 EXCEÇÕES
						5.2.2.2.1.2.1 TEORIA DA RECEPÇÃO
							5.2.2.2.1.2.2 HIPÓTESES
1. Arrependimento eficaz – se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante;
2. Se o proponente se houver comprometido em esperar a resposta;
3. Se ela não chegar no prazo convencionado.
5.3 LUGAR DE CELEBRAÇÃO DO CONTRATO
		“Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.”
Quanto ao local, reputa-se celebrado o contrato no lugar em que foi proposto, como regra nos termos do art. 435 do Código Civil.
6. VÍCIOS REDIBITÓRIOS	Comment by Mateus Luan: Aula 22.09.20
	6.1 CONCEITO
São defeitos ocultos que diminuem a qualidade ou quantidade de um bem, tornando-o impróprio ao uso a que é destinado, ou, diminuindo o seu valor.
	6.2 REGRAMENTO JURÍDICO
		Arts. 441 ao 446 do Código Civil.
	6.3 REQUISITOS
6.3.1 DEVE SER UM CONTRATO COMUTATIVO - marcado pela presença de prestações conhecidas e equivalentes a serem prestadas pelos sujeitos envolvidos no negócio jurídico.
a) É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
6.3.2 TEM QUE SE TRATAR DE UM VÍCIO/DEFEITO OCULTO - não conhecido pelo adquirente.
6.3.3 Diminuição da qualidade do produto, tornando-o impróprio para o uso a que se destina, ou, diminuindo o seu valor.
	6.4 DIREITOS RESGUARDADOS AO CONTRATANTE / ADQUIRENTE	Comment by Mateus Luan: Aula 24.09.20
6.4.1 Poderá rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441, CC);
6.4.2 Abatimento do preço (art. 442, CC).
Obs.: Art. 503, CC. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas.
	6.5 OBRIGAÇÃO DO ALIENANTE
6.5.1 ALIENANTE CONHECIA O VÍCIO OU DEFEITO DA COISA – má-fé: restituirá o que recebeu com perdas e danos.
6.5.2 ALIENANTE NÃO CONHECIA O VÍCIO OU DEFEITO DA COISA – boa-fé: restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
Obs.: Perecimento da coisa por vício oculto em poder do alienatário / adquirente.
A responsabilidade do alienante subsistirá se o vício já existente ao tempo da tradição, nos termos do art. 444, cc. In verbis:
Art. 444, CC. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
6.6 PRAZO PARA SE PLEITEAR AS CONSEQUÊNCIAS DECORRENTES DO VÍCIO REDIBITÓRIO
		Prazo decadencial - em razão do bem e do tempo da constatação do defeito.
6.6.1 VÍCIO CONSTATÁVEL DESDE LOGO: PRAZO CONTADO DA ENTREGA EFETIVA.
	6.6.1.1 BEM MÓVEL: 30 dias.
6.6.1.2 BEM IMÓVEL: 1 ano (se adquirente já na posse; 6 meses contados da alienação).
6.6.1.3 REGRAMENTO JURÍDICO: art. 445, CC.
6.6.2 VÍCIO, POR SUA NATUREZA, CONSTATÁVEL SÓ MAIS TARDE (OCULTO): PRAZO CONTADO DA CIÊNCIA DO DEFEITO.
		6.6.2.1 BEM MÓVEL: até 180 dias.
		6.6.2.2 BEM IMÓVEL: 1 ano.
		6.6.2.3 REGRAMENTO JURÍDICO: art. 445, §1º, CC.
	7. EVICÇÃO	Comment by Mateus Luan: Aula 29.09.2020
		7.1 CONCEITO
Consiste na perda daposse ou propriedade de um bem em virtude de uma decisão judicial que o atribui a outrem.
		7.2 REGRAMENTO JURÍDICO
			Arts. 447 ao 457 do Código Civil.
		7.3 SUJEITOS
			7.3.1 EVICTO OU ADQUIRENTE
				Aquele que perde a coisa adquirida.
			7.3.2 EVICTOR OU TERCEIRO
Aquele que tem a decisão judicial ou a apreensão administrativa a seu favor.
			7.3.3 ALIENANTE
				Aquele que transfere a coisa viciada, de forma onerosa.
		7.4 NATUREZA JURÍDICA
Trata-se de uma garantia jurídica pois a legitimidade da alienação é garantida pela proteção da evicção. Dessa forma, sempre que alguém vier a perder a propriedade de um bem em razão de uma determinação judicial cuja causa é anterior a aquisição, o alienante deverá ressarcir os prejuízos advindos dessa situação ao adquirente.
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
		7.5 REQUISITOS
			7.5.1 CONTRATO ONEROSO
			7.5.2 PERDA DO OBJETO POR SENTENÇA
			7.5.3 CAUSA SEJA ANTERIOR
		7.6 A CLÁUSULA DE GARANTIA DA EVICÇÃO: IMPLÍCITO
A cláusula de garantia da evicção encontra-se de forma implícita no bojo dos contratos onerosos. Cabe ressaltar que as partes, mediante cláusula expressa, poderão reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.
Mesmo constando o afastamento da garantia contra evicção, cabe indenização residual correspondente ao limite do valor da coisa.
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
Eu fui a uma concessionária de veículos, onde adquiri um fiat mobi. No contrato constava que o alienante (a loja) não se responsabiliza pela evicção. Nesse caso, o adquirente comprovou-se posteriormente que o veículo tinha sido furtado, estava ali na loja e já tinha uma busca e apreensão daquele bem. Foi parado em uma blitz e descobriu. Exclui-se o direito de receber o preço que pagou pela coisa evicta? Não. Há indenização residual, pois não soube do risco, tampouco o assumiu.
		7.7 CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DA EVICÇÃO
			7.7.1 DIREITOS DO EVICTO
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou:
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.
			7.7.2 BENFEITORIAS NECESSÁRIAS OU ÚTEIS
Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante.
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida.
Obs.: caberá ao alienante promover o ressarcimento ao agente que sofrer a evicção quanto as benfeitorias necessárias ou úteis. Porém, quanto as benfeitorias voluptuárias ou de aformoseamento, o legislador infraconstitucional não exigiu a obrigatoriedade no pagamento de indenização (ressarcimento) pelo alienante.
Pergunta: manejada ação de evicção em desfavor do adquirente de um bem, para que ele possa dispor da prerrogativa de ter o ressarcimento por parte do alienante, ele conhecendo que o bem não pertencia ao alienante e mesmo assim ele adquiriu o bem, ele tem direito a pleitear esse ressarcimento ao alienante?
Reposta: não. Não pode se beneficiar de sua própria torpeza, conforme art. 457 do Código Civil.
7.7.3 VEDAÇÃO PARA DEMANDAR PELA EVICÇÃO PELO ADQUIRENTE
O adquirente não poderá demandar pela evicção quando conhecia a existência de litígio quanto ao proprietário originário do bem ou até mesmo quando sabia que a coisa pertencia a pessoa distinta de seu alienante.
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.
		8.0 CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS	Comment by Mateus Luan: Aula 22.10.2020
8.1 UNILATERAIS E BILATERAIS (QUANTO AOS DIREITOS E DEVERES DAS PARTES ENVOLVIDAS)
A referida classificação se refere a execução dos contratos, pois, como já visto, os contratos em sua origem só admitem ser bilaterais.
8.1.1 BILATERAL
É aquele em que há direitos e deveres para os sujeitos envolvidos na relação jurídica.
8.1.2 UNILATERAL
É aquele em que há apenas obrigação imposta apenas para um dos sujeitos envolvidos no negócio jurídico. Ex.: contrato de doação, comodato, testamento.
8.2 ONEROSOS E GRATUITOS (QUANTO AO SACRIFÍCIO PATRIMONIAL DAS PARTES)
	8.2.1 ONEROSO
É aquele em que existe uma redução patrimonial para um enquanto outro apenas aproveita um incremento econômico. Ex.: contrato de compra e venda.
				8.2.2 GRATUITO
É aquele em que há assunção de obrigação sem que haja incremento econômico para um ou para todos os envolvidos no negócio jurídico. Ex.: contrato de mandato, doação pura e simples.
			8.3 COMUTATIVOS E ALEATÓRIOS
				8.3.1 COMUTATIVO
É o contrato em que há correspondência entre o que se paga e o que se recebe e desta correspondência as partes já têm ciência desde o momento em que celebra o acordo.
				8.3.2 ALEATÓRIO
É o contrato em que pode ocorrer variação no que se paga e/ou no que se recebe. Assim, no início da avença, as partes não sabem quanto irão receber ou quanto irão desembolsar.
Há duas formas de contrato aleatório:
8.3.2.1 EMPTIO SPEI (COMPRA DA ESPERANÇA)
	Previsão legal no art. 458, CC.
Nesta forma de contrato aleatório, a parte que compra a esperança aceita que o bem adquirido venha em qualquer quantidade, mesmo que nada venha.
O fato aleatório recai sobre a existência da coisa.
8.3.2.2 EMPTIO REI SPERATAE (COMPRA DA COISA ESPERADA)
	Tem previsão nos termos do art. 459 do CC:
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.
Nessa forma, há necessidade de que venha em favor do adquirente alguma quantidade (predeterminada). Assim, haverá pagamento se a coisa for entregue, pelo menos, uma quantidade mínima estabelecida.
O fato aleatório recai sobre a quantidade da coisa adquirida.
			8.4 QUANTO AO MOMENTO DO CUMPRIMENTO
8.4.1 CONTRATO DE EXECUÇÃO IMEDIATA
É aquele em que a normal execução do contrato se materializa de forma instantânea. Dessa forma, ocorrido o acordo, é normal que ele se solucione no mesmo instante.
Obs.: existem contratos que podem prolongar sua execução no tempo porque envolvem prestações que vão se repetir por determinado ou mesmo indeterminado prazo, conhecidos como contratos de trato continuado. Há ainda contratos que serão quitados em parcelas ou em pagamento único, mas cujo o adimplemento deverá ocorrer em tempo distante em relação a formação contratual.
			
8.5 CONTRATOS CONSENSUAIS, FORMAIS E REAIS
				8.5.1 CONTRATO CONSENSUAL
É aquele em que se forma com uma simples fusão de vontade.
				8.5.2 CONTRATO FORMAL
São aqueles que exigem forma específica, como podemos citar a doação ou até mesmo a aquisição de imóveis, sendo necessário a escritura pública.
				8.5.3 CONTRATO REAL
São aqueles que envolvem a entrega da coisa como necessária à sua formação. Podemos mencionar o contrato de mútuo. Enquanto não for entregue a coisa fungível (dinheiro), não será formado o contrato. Cabe ressaltar que, estas espécies de contrato não admitem promessas. Nesse sentido, podemos citar o comodato previstono art. 579 do Código Civil.
		9. EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
			9.1 INTRODUÇÃO
A forma normal de fim das relações contratuais é o adimplemento ou execução. Ocorre que é possível a sucessão de eventos que prejudiquem este adimplemento, gerando uma extinção anormal. São eles: nulidades, cláusula resolutiva, o direito de arrependimento, a resolução, a resilição e a morte.
			9.2 EXTINÇÃO NORMAL
				Adimplemento ou execução do pactuado.
			9.3 EXTINÇÃO ANORMAL
Nulidades, cláusula resolutiva, o direito de arrependimento, a resolução, a resilição e a morte.
				9.3.1 RESILIÇÃO E RESOLUÇÃO	Comment by Mateus Luan: Aula 03.11.2020
					9.3.1.1 INTRODUÇÃO
A doutrina civilista usa a expressão rescisão para designar o gênero, sendo duas formas específicas de extinção dos contratos: a resilição e a resolução.
					9.3.1.2 RESILIÇÃO
Trata-se da forma de extinção do contrato decorrente da vontade de uma ou ambas as partes envolvidas no negócio jurídico.
	9.3.1.2.1 RESILIÇÃO BILATERAL
É aquela em que ambas as partes concordam com o termo/fim do negócio jurídico, sendo denominado pela jurisprudência como distrato. Cabe ressaltar que, o distrato deverá ser promovido pela mesma forma exigida para sua celebração.
						9.3.1.2.2 RESILIÇÃO UNILATERAL
É aquela em que apenas uma das partes manifesta sua vontade de romper o acordo. Ocorre nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permite e se materializa mediante notificação à outra parte.
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
					9.3.1.2 RESOLUÇÃO
Trata-se da forma de extinção do contrato decorrente do descumprimento por um dos contratantes.
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
Parte prejudicada pelo inadimplemento pode:
· Pedir a resolução do contrato + perdas e danos;
· Exigir-lhe o cumprimento + perdas e danos.	
9.4 DA EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO
Conforme dispõe o art. 476 do Código Civil, nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
Diante da superveniência de uma das partes contratantes ter a diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou pode a outra parte alegar o instituto da exceção de contrato não cumprido, recusando a efetuar prestação pactuada até que a outra parte satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
Consequência: recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que a outra parte satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
9.5 DA RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA
Nos termos do art. 478 do Código Civil, nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para outra, em virtude de acontecimento extraordinário e imprevisível, poderá o devedor pedir a resolução do contrato.
Requisitos:
1. contratos de execução continuada ou diferida;
2. prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa;
3. extrema vantagem para outra;
4. decorrente de acontecimento extraordinário e imprevisível.
Consequências: 
1) Resolução do contrato.
Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
2) A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato.
10. CONTRATOS EM ESPÉCIE	Comment by Mateus Luan: Aula 05.11.2020
10.1 CONTRATO DE COMPRA E VENDA
	10.1.1 CONCEITO
Trata-se de um negócio jurídico bilateral em que um dos sujeitos envolvidos na celebração se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e a outra parte, em contraprestação, se obriga a pagar certo preço em dinheiro.
		10.1.2 PREVISÃO LEGAL
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
10.1.3 SUJEITOS
		Comprador e vendedor.
	10.1.4 CONSIDERA PERFEITO E OBRIGATÓRIO
Quando houver o acordo entre as partes quanto ao objeto e ao preço.
		10.1.5 OBJETO
			Coisa atual ou futura, nos termos do art. 483 do Código Civil.
Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório.
			Diante da inexistência da coisa futura:
Consequência jurídica – ficará sem efeito o contrato, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório.
		10.1.6 CARACTERÍSTICAS	Comment by Mateus Luan: Aula 10.11.2020
			10.1.6.1 CONTRATO BILATERAL
				Uma vez que há obrigações para ambas as partes:
				Vendedor - obriga a transferir o domínio de certa coisa;
Comprador – obriga pagar certo preço em dinheiro.
			10.1.6.2 CONTRATO COMUTATIVO
As prestações são conhecidas e devem ter relação de equivalência.
			10.1.6.3 CONTRATO CONSENSUAL
Uma vez que basta o consentimento para o seu aperfeiçoamento.
			10.1.6.4 CONTRATO NÃO SOLENE
Não se exige forma especial. Todavia, poderá a lei determinar sua realização por certa forma específica, conforme seu objeto (ex.: compra e venda de imóvel).
			10.1.6.5 ELEMENTOS
O objeto, o preço e o consenso entre os sujeitos envolvidos na relação jurídica.
10.1.7 QUANDO O OBJETO DO CONTRATO TIVER COMO PARÂMETRO AMOSTRAS, PROTÓTIPOS OU MODELOS
Obrigação do vendedor: assegurar ter a coisa as qualidades que a elas correspondem.
Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato.
10.1.8 PREÇO
Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço, nos termos do art. 491, CC.
A fixação do preço poderá ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar, nos termos do art. 485 do Código Civil.
Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar, nos termos do art. 486 do Código Civil.
É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação, nos termos do art. 487 do Código Civil.
Observação: o contrato de compra e venda é caracterizado como sendo consensual. Nestes termos, é nulo o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço. (art. 489, CC)
Quando não houver fixação de preço ou de critério para a sua determinação, 
	Parâmetro: (488, CC)
1. Tabelamento oficial;
2. Ao preço corrente, nas vendas habituais do vendedor;
3. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço, prevalecerá o termo médio.
10.1.9 DOS RISCOS E RESPONSABILIDADES DECORRENTES DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA
Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas:
1. De escritura e registro ------- a cargo do comprador;
2. Entrega --------- a cargo do vendedor. (art. 490, CC).
Responsabilidade até a tradição (entrega)
1. Quanto aos riscos da coisa – correm por conta do vendedor.
a. Exceções: correm por conta do comprador - art. 492, CC.
i. Quando o bem já estiver sido posto à disposição do comprador;
ii. Quando ele estiver em mora de receber estando posto à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustado.
2. Quanto aos riscos do preço – correm por conta do comprador.
Lugar da Tradição (Entrega)
Conforme preceitua o art. 493 do Código Civil, a tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, dar-se-á no lugar onde ela se encontrava no momento da venda.
Sendo a coisa expedida para lugar diverso, por ordem do comprador – Art. 494, CC, in verbis:
Art. 494. Se a coisa for expedidapara lugar diverso, por ordem do comprador, por sua conta correrão os riscos, uma vez entregue a quem haja de transportá-la, salvo se das instruções dele se afastar o vendedor.
10.1.10 HIPÓTESE DE SUSPENSÃO OU SOBRESTAMENTO DA TRADIÇÃO
Embora haja o estabelecimento de ajuste de prazo para o pagamento de um objeto decorrente de um contrato de compra e venda, se antes da tradição o comprador cair em insolvência, poderá o vendedor suspender a entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução/garantia de pagar no tempo ajustado, nos termos do art. 495 do Código Civil.
Art. 495. Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o comprador cair em insolvência, poderá o vendedor sobrestar na entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado.
		10.1.13 PROIBIÇÃO DE VENDA DE BEM	Comment by Mateus Luan: Aula 17.11.2020
				DE ASCENDENTE A DESCENDENTE
					REQUISITOS: 
i) Consentimentos expressos dos outros descendentes e do cônjuge do alienante, sob pena da anulabilidade do negócio jurídico.
a. Obs.: Dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.
PREVISÃO LEGAL
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.
		10.1.14 PROIBIÇÃO DE COMPRA DE BENS, ainda que em hasta pública:
			Nulidade absoluta
I) pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores – os bens confiados à sua guarda ou administração;
II) pelos servidores públicos, em geral – os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
III) pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça - os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade;
IV) pelos leiloeiros e seus prepostos - os bens de cuja venda estejam encarregados.
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.
		10.1.15 COMPRA E VENDA ENTRE CÔNJUGES	Comment by Mateus Luan: Aula 19.11.2020
O legislador infraconstitucional estabeleceu ser lícita a compra e venda entre cônjuges desde que o objeto do negócio jurídico se encontre excluído da comunhão, conforme dispõe o art. 499 do Código Civil:
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.
10.1.16 COMPRA E VENDA DE IMÓVEL TENDO O PREÇO SIDO ESTIPULADO POR MEDIDA DE EXTENSÃO OU EM RAZÃO DA RESPECTIVA ÁREA
		Dimensões foi simplesmente enunciativa – art. 500, §1º, CC, in verbis:
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço.
§ 1 o Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio.
§ 2 o Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso.
§ 3 o Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus.
		10.1.17 RETROVENDA
Conceito: trata-se de uma cláusula contratual em que o vendedor de um imóvel se reserva o direito de readquiri-lo do comprador, restituindo o preço recebido e reembolsando suas despesas.
Regramento jurídico:
Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias.
Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente.
Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, não será o vendedor restituído no domínio da coisa, até e enquanto não for integralmente pago o comprador.
Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e transmissível a herdeiros e legatários, poderá ser exercido contra o terceiro adquirente.
Art. 508. Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo imóvel, e só uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem, prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que seja integral.
10.1.18 VENDA FEITA A CONTENDO
	10.1.18.1 CONCEITO
É aquela em que o comprador realiza sob condição suspensiva segundo a qual ainda que a coisa lhe tenha sido entregue, não se reputará perfeita enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.
			10.1.18.2 PREVISÃO LEGAL
Art. 509.CC A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.
		10.1.19 VENDA SUJEITA À PROVA
Presume-se feita sob a condição suspensiva, mas agora se exige que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina. Nos casos mencionados, enquanto o comprador não manifestar que aceita a coisa, o negócio vale como um empréstimo.
Enquanto não houver a aceitação, a coisa é tida como empréstimo, tendo o comprador obrigações de um mero comodatário – zelar pela coisa como se fosse sua e restituí-la quando exigido, nos termos do art. 511 do Código Civil.
10.1.19.1 PREVISÃO LEGAL
Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina.
Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu, sob condição suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário, enquanto não manifeste aceitá-la.
		10.1.19.2 PRAZO PARA DECLARAÇÃO DO COMPRADO
Será estabelecido pelos contratantes. Todavia, diante da sua indefinição, o vendedor terá direito de intimar o comprador para que o faça em prazo improrrogável, nos termos do art. 512 do Código Civil:
Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo improrrogável.
	10.1.20 DIREITO DE PREFERÊNCIA (PREEMPÇÃO OU PRELAÇÃO
		10.1.20.1 CONCEITO
Trata-se da cláusula contratual em que se impõe ao comprador a obrigação de, se resolver vender ou dar em pagamento a coisa, oferecê-la pelo mesmo valor e pelas mesmas condições ao vendedor.
Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa queaquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto.
Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel.
O prazo será estabelecido entre as partes, todavia o direito de preferência não poderá exceder:
1) 180 dias, se a coisa for móvel;
2) 2 anos, se a coisa for imóvel.
Não existindo a estipulação de prazo, aplicar-se-á o disposto no art. 516, CC, in verbis:
Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caducará, se a coisa for móvel, não se exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo nos sessenta dias subseqüentes à data em que o comprador tiver notificado o vendedor.
O direito de preferência não passa aos herdeiros, conforme dispõe o art. 520, CC, in verbis:
Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros.
		10.1.20.2 INOBSERVÂNCIA À CLÁUSULA DE PREFERÊNCIA
Responderá por perdas e danos o comprador, nos termos do art. 518, CC, in verbis:
Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem. Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé.
11. CONTRATO DE TROCA OU PERMUTA
	11.1 CONCEITO
Trata-se de uma forma contratual derivada da compra e venda em que as partes se obrigam a dar uma coisa pela outra que não seja dinheiro.
	11.2 REGRAMENTO JURÍDICO
Aplicar-se-ão as normas referentes ao contrato de compra e venda, ressalvados dois pontos: 
1) Os custos (entrega e transferência) serão divididos igualmente, salvo disposição em contrário;
2) A troca ou permuta entre ascendente e descendente, para ser anulável deve ser de valores desiguais, sem o consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.
Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes modificações:
I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca;
II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.
12. CONTRATO DE DOAÇÃO
	12.1 CONCEITO
Trata-se de um negócio jurídico em que uma das partes se obriga a transferir gratuitamente bens ou vantagens do seu patrimônio para o patrimônio de outrem.
	12.2 CONCEITO LEGAL
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
	12.3 CARACTERÍSTICA: BILATERALIDADE
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
	12.4 INSTRUMENTOS DE DOAÇÃO
		Far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.
Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.
Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição.
A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal, vide art. 542 do Código Civil.
A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança, vide art. 544 do Código Civil.
12.5 LIMITE PARA DOAÇÃO
	Limite para doação será o montante estabelecido para o testamento.
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.
	Nula toda doação de todos os bens sem reserva de parte
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.

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