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THAÍSA MÁGDA FERNANDES CASTRO ALMEIDA-1

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CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE JI-PARANÁ/RO 
 
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL 
 
THAÍSA MÁGDA FERNANDES CASTRO ALMEIDA 
 
 
 
 
 
 
ADOTAR É UM SONHO, CONHECER OS CAMINHOS LEGAIS DEVE SER UMA 
REALIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
Ji-Paraná 
2012
 
 
THAÍSA MÁGDA FERNANDES CASTRO ALMEIDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADOTAR É UM SONHO, CONHECER OS CAMINHOS LEGAIS DEVE SER UMA 
REALIDADE 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro 
Universitário Luterano de Ji-Paraná – RO, como requisito 
à obtenção do título de Bacharel em Serviço Social, Sob a 
orientação da Prof. Especialista Mara Adriane D. 
Hillesheim 
 
 
 
 
 
 
 
JI-PARANÁ/RO 
2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
THAÍSA MÁGDA FERNANDES CASTRO ALMEIDA 
 
 
 
 
ADOTAR É UM SONHO, CONHECER OS CAMINHOS LEGAIS DEVE SER UMA 
REALIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
______________________________________________ 
Prof. Especialista Mara Adriane Dahmer Hillesheim 
Orientadora 
 
 
 
 
_______________________________________________ 
Prof. Especialista Odete Rigato Mioto 
Examinadora 
 
 
 
_______________________________________________ 
Claudia de Fátima M. N. Barbosa 
Assistente Social 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ji-Paraná/ RO 
2012
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicatória 
 
Dedico este trabalho a Deus, 
À minha mãe, minha filha Júlia 
E ao meu esposo Hermesson.
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Escrever estas linhas significa dizer que mais uma vitória está sendo 
alcançada, porém com a certeza que muito ainda falta para que o sonho seja pleno 
e realizado. 
Primeiro tenho que agradecer a Deus por ter me dado saúde, força e 
capacidade, pois sem Ele jamais teria conseguido concluir mais um objetivo traçado. 
Com a interseção de Nossa Senhora Aparecida superei todos os obstáculos e segui 
sempre à frente nos momentos mais difíceis e também nas maiores alegrias. 
Agradeço minha mãe que sempre acreditou em mim, e que foi a maior 
incentivadora para que eu voltasse a estudar, sempre me cobrando fazer a prova do 
ENEM. Foi atendendo a seu pedido que tudo deu certo e consegui reingressar na 
faculdade. Ela sempre foi uma mãe que se diferenciava diante das outras, com seu 
jeito único de ser, mas não menos que a melhor. 
Agradeço também aos meus irmãos e ao meu pai que cada um à sua 
maneira fazem parte da minha conquista. 
Devo muito agradecimento, respeito e amor ao meu esposo Hermesson, 
pois é uma pessoa maravilhosa que me ajudou muito principalmente nas vezes em 
que tive que deixar nossa filha de apenas dois anos sob seus cuidados noturnos 
para que eu pudesse freqüentar as aulas, e que ainda sempre me motivou a buscar 
pelo melhor. 
E à minha Júlia como não falar dela, simplesmente um anjo que Deus 
colocou em minha vida, é por ela que cada dia busco melhorar, para que sempre 
tenha orgulho de mim e das minhas atitudes. 
Quando me casei não ganhei sogra, sogro e cunhados, ganhei uma nova 
família, por essa razão eles têm um lugar muito especial neste meu agradecimento. 
Durante quatro anos, conhecemos muitas pessoas no ambiente acadêmico, 
fazemos colegas e compartilhamos com eles nossas dificuldades, porém é um 
espaço que surge amizades e eu tenho o maior orgulho de dizer que tenho três 
 
 
grandes amigas que tive o prazer de conhecer: Azaira, Célia e Cleici, três pessoas 
totalmente diferentes, mas que com seus próprios jeitos encantam e conquistam. 
Agradeço a vocês meninas pelo carinho, amizade e compreensão. 
Agradeço à coordenadora Dulce Terezinha pelas orientações recebidas e 
pelas conversas que muito me fizeram bem. Agradeço a todos os professores Ivania 
Prosenewicz, Mara Adriane, Dalva Felipe, Odete Rigato, Elói Lopes, José Martins, 
Suzana Maria; cada um de maneira especial contribuiu na minha formação e sempre 
farão parte da minha vida. 
Continuando meus agradecimentos, agora às profissionais do Núcleo 
Psicosocial do Fórum Desembargador Hugo Auller de Ji-Paraná/RO que me 
acolheram e abriram seus espaços para que eu pudesse desfrutar de seus saberes. 
Carmem (Assistente Social), Philiane (Assistente Social), Cristina (Psicóloga), 
Andressa (Psicóloga) e em especial a Assistente Social supervisora de campo 
Cláudia de Fátima, que se mostrou uma pessoa extremamente generosa, atenciosa 
e muito competente. Esse ano (2011) que eu pude passar na sua companhia me fez 
muito bem, me fez aprender enquanto acadêmica, mas também me fez melhor como 
ser humano. Nossas conversas e principalmente nossas visitas ficarão para sempre 
guardadas em meu coração. Agradeço por ter me oportunizado saber mais sobre a 
adoção tema pelo qual me apaixonei e que me traz bastante interesse. 
Como não dedicar um parágrafo especial para agradecer à minha 
orientadora Prof. Mara, desde a primeira vez que a encontrei no ambiente 
acadêmico logo percebi que se tratava de uma profissional sem igual, com um jeito 
carinhoso e muito exigente faz com que tenhamos vontade de buscar cada vez mais 
o melhor. Mesmo nos momentos de maior dificuldade sua fé ultrapassava qualquer 
barreira, fazendo com que a admiração por ela só aumentasse, e depois desse 
período de construção, finalizo esse TCC com a certeza que fui privilegiada por tê-la 
conhecido, por ter sido aluna e por todos momento que juntas compartilhamos.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adotar 
 M. B. Masraff 
 
Verbo de caminhada 
que nos convida a dar passos que nos ultrapassam: 
onde nos levarão aqueles que nós tivemos tempo 
de olhar, de escutar, de acarinhar, de curar, 
para quais encontros, além dos desencontros? 
 
Verbo de desafio 
face àqueles que fabricam os seres e as coisas, 
que planificam e condicionam, 
que sufoca o risco e a diferença. 
 
Verbo de Liberdade 
cujo sopro vence a fatalidade 
da miséria e da ignorância, 
da violência e do fracasso, 
para gerar sementes de humanidade. 
 
Verbo que revela nossa fragilidade 
de criaturas mortais e dependentes, 
ao mesmo tempo em que destaca nossa única 
e verdadeira força, 
que é o convite permanente para 
passar da ordem natural 
à beleza da graça.
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Falar em Adoção Legal significa dizer que a criança cujos pais foram destituídos do 
poder familiar terá a oportunidade de receber uma família para ter como sua, desde 
que adotante e adotando estejam cadastrados e habilitados no Cadastro Nacional 
da Adoção. Este é um banco de dados, único nacional, composto de informações 
sobre crianças e adolescentes aptos a serem adotados e pretendentes habilitados à 
adoção. O presente trabalho teve como objetivo analisar o trabalho do Assistente 
Social do Fórum de Ji-Paraná/RO nos casos de adoção, bem como descrever os 
motivos que levaram as famílias a buscar a adoção através dos meios legais. Para 
fundamentar o trabalho foram abordados aspectos relevantes sobre o processo de 
adoção legal, assim como a intervenção do Serviço Social nos casos de adoção. 
Utilizou-se como método de analise o dialético, porque permite fazer uma 
interpretação critica da realidade. Como método de procedimento optou-se pelo 
estudo de caso o qual permite uma aproximação com a realidade em que se 
encontram as famílias pretendentes à adoção e as crianças que estão disponíveis 
para receber um novo lar, e assim posteriormente analisar as informações coletadas 
indo de encontro aos objetivos traçados. Como técnica de coleta de dados utilizou-
se a entrevista, a observação e análise documental. De acordo com dados coletados 
verificou-se que os casais buscam a adoção legal por acreditarem que esta é a 
maneira mais segura, pois tem o acompanhamento por parte dos profissionais do 
núcleo psicossocial do Fórum, além de sua legalidade assegurar que uma vez 
transito e julgado da sentença a adoção se torna irrevogável. Quanto à intervençãodo Serviço Social nos casos de adoção legal, o que se pode observar é que os 
profissionais do Núcleo Psicossocial têm enfrentados desafios como os casos de 
adoção pronta que é aquela em que a mãe biológica determina para quem deseja 
entregar o seu filho, ou adoção a brasileira que configura como crime para quem 
registra uma criança como filho biológico, sendo que ela não foi concebida como tal 
e também na divulgação da adoção legal, uma vez que muitas pessoas 
desconhecem a forma correta de proceder ao processo para adoção. 
 
Palavras-Chave: Adoção. Família. Assistente Social. 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
Talking about Legal Adoption means that the child who lost the link with her 
biological parents and relatives should have the opportunity of receiving a family to 
have it as hers, as long as the adopting and the adopted are in the National Adoption 
List. This is a database, the only national, and composed by information about 
children and teenagers able to be adopted and qualified intenders to adoption. The 
present work had as objective to analyze the Social Assistant’s job in adoption cases 
at Forum in Ji-Paraná/RO, such as to describe the reasons why families looked for 
adoption through the Legal Ways. To fundament the work were aborted relevant 
aspects about the Legal Adopting Process as the Social Service Intervention in 
adopting cases. It was used the dialectic as an analysis method, because it permits 
to take a critical interpretation of the reality. As a processing method it was opted the 
study of case which permits an approximation with the reality which are found the 
intender families in adoption and the children who are available to receive a new 
home so, later analyze the collected information connecting the drawn up objectives. 
As a technique of data colleting it was used the interview, the observation and the 
documental analysis. According to the collected data it was verified that the couples 
look for the Legal Adoption because they believe that this is the most trustful way, 
because they are assisted by professionals of the psychosocial nucleon of Forum, 
apart from its legality assure that once transited and judged, the adopting process 
becomes irrevocable. About the Social Service Intervention in Legal Adoption Cases, 
what is possible to observe is that the professionals of the Psychosocial Nucleon 
have had challenges with the ready adoption cases which are the cases that the 
biological mother determines who she wishes to hand in her child, or the adoption the 
Brazilian which configures a crime for someone who registers a child as her 
biological son, being that he was not conceived such that and also in the publicizing 
of the Legal Adoption, once that many people ignore the correct way to proceed to 
the process to adoption. 
 
Key-Words: Adoption. Family. Social Assistant. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
AMB – Associação Magistrados do Brasil 
CFESS – Conselho Federal de Serviço Social 
CNA – Cadastro Nacional de Adoção 
CNJ – Conselho Nacional de Justiça 
ECA – Estatuto da criança e do adolescente 
LOAS – Lei orgânica da Assistência Social 
MADEC – Manual de Análise Descrição e Especificação de Cargos 
NUPS – Núcleo Psicossocial 
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso 
TJ – Tribunal de Justiça 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
 
Gráfico 01 – Porque buscam a adoção legal.............................................................49 
Gráfico 02 – Tipos de relacionamento........................................................................49 
Gráfico 03 – Filhos biológicos em comum..................................................................50 
Gráfico 04 – Quantidade de filhos adotivos................................................................50 
Gráfico 05 – Grau de escolaridade dos pretendentes................................................51 
Gráfico 06 – Características da residência.................................................................51 
Gráfico 07 – Renda familiar .......................................................................................52 
Gráfico 08 – Idade do casal........................................................................................52 
Gráfico 09 – Sexo da criança ou adolescente............................................................54 
Gráfico 10 – Idade......................................................................................................54 
Gráfico 11 – Aceita grupos de irmãos........................................................................55 
Gráfico 12 – Aceita doenças tratáveis........................................................................56 
 
 
11 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................13 
 
CAPÍTULO I …...........................................................................................................15 
1. REVISÃO METODOLÓGICA.................................................................................15 
1.1 Método de Procedimento.....................................................................................16 
1.2 Técnicas...............................................................................................................17 
1.2.1 Observação.......................................................................................................17 
1.2.2 Entrevista...........................................................................................................18 
1.2.3 Visita Domiciliar.................................................................................................19 
1.2.4 Pesquisa Bibliográfica.......................................................................................20 
1.2.5 Pesquisa Documental........................................................................................21 
1.3 Método de Análise................................................................................................22 
CAPÍTULO II..............................................................................................................24 
2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................24 
2.1 Conceituando Família...........................................................................................25 
2.2 Compreendendo o processo de adoção legal a partir da legislação...................28 
2.3 Caracterizando o espaço do Núcleo Psicossocial do Fórum Desembargador 
Hugo Auller.................................................................................................................32 
CAPÍTULO III.............................................................................................................35 
3 A PESQUISA..........................................................................................................35 
3.1 O Serviço Social do Núcleo Psicossocial de Ji-Paraná/RO e a sua Intervenção 
nos casos de adoção legal.........................................................................................36 
3.1.2 A intervenção no Estágio Supervisionado em Serviço Social...........................41 
3.2 Perfil das famílias pretendentes a adoção...........................................................48 
12 
 
3.2.1 Perfil das crianças que se desejam adotar........................................................53 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................58 
REFERÊNCIAS .........................................................................................................59 
 
13 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O presente estudo constitui-se na tentativa de compreender porque as 
famílias recorrem aos meios legais para adotar uma criança ou adolescente, os 
resultados foram alcançados durante os estágios supervisionadosde observação e 
intervenção, realizados no Tribunal de Justiça – Fórum Desembargador Hugo Auller 
no ano de 2011, onde foi acompanhado o trabalho da Assistente Social diante das 
demandas do Núcleo Psicossocial. 
Teve-se como objeto de estudo principalmente os casos de Adoção, tanto no 
que se refere a famílias que buscam o judiciário para se habilitarem, quanto nos 
casos em que as famílias recorrem aos meios jurídicos para obter a guarda e 
posteriormente a adoção quando já estão convivendo com a criança, entendendo-se 
que nessas situações a mãe biológica determina para quem deseja entregar o filho. 
Existe também adoção à brasileira que configura um crime para quem registra uma 
criança como filho biológico, sendo que ela não foi concebida como tal, podendo 
ainda a mãe biológica reaver a criança caso não tenha consentido legalmente para a 
adoção. 
A necessidade de entender os anseios daquelas famílias que, mesmo 
perante essas modalidades podem ser chamadas atos de facilidades, ainda buscam 
a adoção através dos meios legais foi o que motivou a escolha do tema “Adotar é 
um sonho, conhecer os caminhos legais deve ser uma realidade”, para este trabalho 
de conclusão de curso – TCC, tendo em vista o elevado número de processos 
referentes a adoção e guarda. 
Diante do exposto, o estudo do tema justifica-se na busca de conhecer 
essas famílias, de analisar seu perfil e principalmente conhecer seus anseios e suas 
angústias quanto a adoção legal, para que partindo desses resultados se possam 
14 
 
elaborar programas de incentivo para outras pessoas que também compartilham do 
mesmo desejo, mas que desconhecem os caminhos que devem ser seguidos. 
Neste sentido, pretendeu-se entre outros objetivos analisar a legislação que 
trata da adoção legal. O Estatuto da Criança e Adolescente – ECA dispõe no seu art. 
19 “que toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da 
sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência 
familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de 
substâncias entorpecentes”. Assegurando a elas que todos os seus direitos no que 
diz respeito a se ter uma família sejam sempre preservados e garantidos. 
Outro fator importante nessa pesquisa foi descrever e analisar a intervenção 
do Serviço Social do Núcleo Psicossocial do Fórum Desembargador Hugo Auller no 
que tange à adoção. Tendo em vista que o profissional através do seu conhecimento 
teórico pratico subsidia a decisão do juiz por meio de estudo social, relatório social e 
parecer. 
Este trabalho de conclusão de curso esta divido em três capítulos sendo que 
o ultimo contempla a pesquisa levantada com aqueles casais que deram entrada no 
processo de habilitação para adoção no ano de 2011, trazendo o perfil de cada um e 
também o perfil das crianças que os mesmos desejam adotar. 
Por fim as considerações finais, onde constam as observações mais 
relevantes sobre tudo o que foi apresentado sobre a adoção legal, bem como uma 
análise geral do perfil e o motivos que fazem com que os casais passem tempos na 
fila de espera. 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
CAPÍTULO I 
REVISÃO METODOLÓGICA 
 
 Crédito: infografico_adocao.gif.kamaleao.com 
 
 
 
http://www.google.com.br/imgres?q=infografico+adoçao&um=1&hl=pt-BR&biw=1024&bih=642&tbm=isch&tbnid=cyeiaYai5e-zAM:&imgrefurl=http://kamaleao.com/saoluis/6008/adocao-de-criancas-em-sao-luis&docid=OBvnG94Nj5KPnM&imgurl=http://www.portaladocao.com.br/wp-content/uploads/2011/05/infografico_adocao.gif&w=300&h=2600&ei=dquJUPTlOYb50gHrq4CwAg&zoom=1&iact=hc&vpx=761&vpy=40&dur=9121&hovh=400&hovw=46&tx=6&ty=423&sig=102145288003737982760&page=1&tbnh=125&tbnw=14&start=0&ndsp=15&ved=1t:429,r:3,s:0,i:75
16 
 
 
 
“Nesta época de desamor, intransigência e 
insensibilidade que marcou o final do século XX, 
a adoção é o lado feliz de uma moeda em cuja 
outra face está retratado nosso tempo, e nesse 
paradoxo a esperança de que o amor 
sobreviva em muitos corações.” 
(Juiz João Batista Costa Saraiva, in Portal ABMP). 
 
1. METODOLOGIA 
 
 
1.1 Método de Procedimento 
 
 
Numa pesquisa a metodologia vai ao encontro do que se deseja com o que 
é encontrado na realidade. Como ressalta Mynaio (2009, p 14) “metodologia inclui 
simultaneamente a teoria da abordagem (o método), os instrumentos de 
operacionalização do conhecimento (as técnicas) e a criatividade do pesquisador 
(sua experiência)”, ou seja, é muito mais que ter apenas técnicas, inclui também a 
bagagem teórica do pesquisador junto com suas vivencias pessoais e sensibilidade 
Para Gil (2009, p 15) os diversos métodos de procedimentos têm por 
objetivo proporcionar aos pesquisadores meios técnicos para garantir a objetividade 
e a precisão no estudo dos fatos sociais, visa proporcionar a orientação necessária à 
realização da pesquisa social. Em outras palavras é o caminho para se chegar a 
determinado fim com a maior exatidão. 
 Neste Trabalho de Conclusão de Curso – TCC - optou-se como método de 
procedimento pelo estudo de caso. 
 
O estudo de caso é uma característica abrangente para designar uma 
diversidade de pesquisa que coletam e registram dados de um caso 
particular ou de vários casos a fim de organizar um relatório ordenado e 
critico de uma experiência, ou avaliá-la, objetivando tomar decisões a seu 
respeito ou propor uma ação transformadora. (CHIZZOTTI, 2001, p. 102). 
 
O método de estudo de caso em relação aos processos de adoção foi 
escolhido pelo fato do mesmo permitir uma aproximação com a realidade em que se 
17 
 
encontram as famílias pretendentes à adoção e as crianças que se encontram 
disponíveis para receber um novo lar, e assim posteriormente analisar as 
informações coletadas indo de encontro aos objetivos traçados. 
De acordo com Yin (2005, p. 32), “o estudo de caso é um estudo empírico 
que investiga um fenômeno atual dentro do contexto da realidade, quando as 
fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e no qual são 
utilizadas várias fontes de evidência”. 
 
O estudo de caso permite um aprofundamento da coleta de dados utilizando 
de diversos instrumentos e técnicas na realidade que se está investigando. 
Diniz (1999, p. 46) fala que, “o estudo de caso é usado quando se deseja 
analisar situações concretas, nas suas particularidades. Seu uso é adequado para 
investigar tanto a vida de uma pessoa quanto a existência de uma entidade de ação 
coletiva, nos seus aspectos sociais e culturais”. 
O estudo de caso é o método de procedimento que mais cabe nos casos de 
adoção e também nessa pesquisa. 
 
 
1.2. Técnicas 
 
 
Para a realização da pesquisa foram utilizadas as técnicas de: observação, 
entrevista, visita domiciliar, pesquisa bibliográfica e pesquisa documental. 
 
 
1.2.1. Observação 
 
 
A observação constitui uma fase fundamental da investigação desde o 
momento da formulação do problema, da coleta dos dados e análise dos resultados 
da pesquisa. “A observação nada mais é que o uso dos sentidos com vistas a 
18 
 
adquirir os conhecimentos necessários para o cotidiano” (GIL, 2009, p.100). A 
observação exerce vantagem em relação a outras técnicas no sentido de que os 
dados são identificados e coletados in loco sem nenhuma intermediação reduzindo a 
subjetividade que permeia o processo de investigação social pois o pesquisador 
pode perceber se algo esta diferente do que foi dito ou apresentado. 
Para Magalhães (2006, p. 57). 
 
[...] a observação engloba toda a instrumentalidade; não é, em si, uma 
técnica, no sentido lato da palavra, mas uma potencialidade a ser 
desenvolvida. Nessa linha de pensamento, a observação caminharia passo 
a passo com linguagem ou, melhor dizendo, com a linguagem. Ambas 
estariam presente em toda instrumentalidade do profissional. 
 
Nesse aspecto a observaçãoperpassa, em primeiro lugar, pelo domínio do 
conhecimento do investigador em relação ao objeto investigado. 
Nesta pesquisa, a observação fez com que o profissional identificasse falas 
não ditas pelas famílias e desejos não revelados das crianças. O domínio desse 
instrumental, no processo de trabalho profissional é fator determinante para uma 
análise eficaz, onde a coleta de dados ocorresse com qualidade. 
A observação foi utilizada durante todo o transcorrer do Estágio 
Supervisionado em Serviço Social, principalmente no que diz respeito à intervenção 
do Serviço Social junto ao processo de adoção legal. Utilizou-se também da 
observação durante todo o processo da entrevista com os pretendentes à adoção e 
sujeitos dessa pesquisa. 
 
 
1.2.2. Entrevista 
 
 
A entrevista é outra técnica que constitui passo relevante para a coleta de 
dados que se deseja. 
Para Gil (2009, p. 109), “pode-se definir entrevista como a técnica em que o 
investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas com o 
objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação”. A entrevista 
19 
 
realizada face a face com o entrevistado permite a interação entre os envolvidos no 
processo, dando segurança para aquele que coleta dados e que permite ao outro 
ser a fonte de informações, é uma forma de interação onde o entrevistador busca o 
que a pessoa sabe, acredita sente e que possam emiti-las em relação ao tema 
abordado. 
Entrevista, tomada no sentido amplo de comunicação verbal, e no sentido 
restrito de coleta de informações sobre determinado tema cientifico, é a 
estratégia mais usada no processo de trabalho de campo. [...] Ela tem o 
objetivo de construir informações pertinentes para um objeto de pesquisa, e 
abordagem pelo entrevistador, de temas igualmente pertinentes com vistas 
a este objetivo. (MINAYO, 2009, p. 64). 
 
A entrevista permite coletar dado que muitas vezes não estão previstos, mas 
se tornam fundamentais no desvelamento do objeto. A entrevista que foi utilizada 
neste TCC é a semi-estruturada, que combina perguntas fechadas e abertas, onde o 
entrevistador tem a possibilidade de discorrer sobre o tema em questão sem se 
prender à indagação formulada. 
Segundo Magalhães (2006, p. 48), “um instrumento técnico muito conhecido 
é a entrevista, a qual norteia o trabalho profissional em diversas instituições, mesmo 
nas chamadas atividades de plantão e triagem”. A autora destaca ainda que “um 
bom entrevistador ouve muito e fala pouco, direciona as verbalizações do usuário 
para os objetivos do trabalho”, isto é, retoma o eixo da entrevista ao perceber que o 
entrevistado está sendo prolixo e repetitivo. 
Nesse caso o profissional em Serviço Social precisa estar atento às 
respostas e até mesmo aos gestos do entrevistado para que dados importantes não 
se percam, uma vez que se buscam conhecer o que realmente quer cada família. 
Nesse Trabalho de Conclusão de Curso foram entrevistadas as famílias que 
foram incluídas no Cadastro Nacional de Adoção durante o transcorrer de 2011 no 
município de Ji-Paraná/RO. Essas entrevistas aconteceram no NUPS durante o 
processo de avaliação para habilitação dos mesmos no Cadastro Nacional de 
Adoção. 
 
 
1.2.3 Visita Domiciliar 
 
20 
 
A visita domiciliar é um instrumento importante utilizado pelo profissional de 
Serviço Social para conhecer a realidade e assim poder intervir de acordo com a 
necessidade. 
Durante a visita domiciliar o profissional detecta como se encontram as 
partes envolvidas no processo. Nesse momento se desenvolve um laço de confiança 
que se torna essencial uma vez que o que é dito e percebido em uma visita 
domiciliar fica registrado posteriormente no relatório social. Essa relação do 
profissional com a família deve sempre estar permeada de confiança. 
Segundo Magalhães (2006) a visita domiciliar tem como objetivo clarificar 
situações, considerar o caso na particularidade de seu contexto sócio cultural e de 
relações sociais, e que essa jamais seja invasiva. 
Durante a visita percebe-se o ambiente familiar, a estrutura física e como a 
família se organiza para a chegada de um novo membro. 
Foi durante a visita domiciliar que se aprofundou o conhecimento das 
famílias que se cadastraram para a Adoção no ano de 2011, podendo assim 
identificar características de cada uma delas e fazer as respectivas análise. 
 
 
1.2.4. Pesquisa Bibliográfica 
 
 
A finalidade da pesquisa bibliográfica é colocar o pesquisador em contato 
direto com o maior número de publicações que foram feitas sobre o tema, dando a 
ele a oportunidade de explorar novas áreas onde ainda há muito o que se debater. 
Segundo Gil (2009, p. 50), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir 
de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. 
Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta 
natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes 
bibliográficas”. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de 
permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla 
do que aquela que poderia pesquisar diretamente. E não apenas uma mera 
repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas sim uma discussão 
21 
 
sobre um novo enfoque, por pessoas com vivencias, conhecimentos e sensibilidades 
diferentes. 
Um dos principais referenciais teóricos utilizados foi o Estatuto da Criança e 
Adolescente - ECA, a Nova Lei da Adoção, a Cartilha da Adoção da AMB – 
Associação dos Magistrados Brasileiros, Constituição de 1988, entre outros, e os 
principais autores utilizados foram: Luiz Schenttini Filho, Paula Abreu, Heloiza 
Szymanki. 
 
 
1.2.5. Pesquisa documental 
 
 
Através da pesquisa documental o pesquisador pode utilizar dados em 
quantidades e qualidades suficientes, evitando a perda de tempo e constrangimento 
de, cada vez que necessitar, retomar a busca pelo entrevistado. 
No caso dessa pesquisa foi de fundamental importância para a construção 
essa técnica, pois as famílias, objeto de pesquisa, já haviam sido entrevistadas 
durante o processo de habilitação, o que se tornaria desgastante para elas refazê-la. 
Sendo assim foi utilizado anotações do diário de campo que é um instrumento 
importante no processo de investigação, no qual contém anotações diárias de 
acontecimentos, impressões, confissões, e também os relatórios sociais emitidos 
pelo NUPS para ser juntado ao processo de cada família. 
Para Gil (2009, p.51), “a pesquisa documental assemelha-se muito à 
pesquisa bibliográfica”. Porém a única diferença entre ambas está na natureza das 
fontes, uma vez que a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das 
contribuições dos diversos autores, já a pesquisa documental vale-se de materiais 
que não receberam ainda um tratamento analítico. 
 
Para fins de pesquisa cientifica são considerados documentos não apenas 
os escritos utilizados para esclarecer determinada coisa, mas qualquer 
objeto que possa contribuir para a investigação de determinado fato ou 
fenômeno. Assim, a pesquisa documental tradicionalmente vale-se dos 
registros cursivos, que são persistentes e continuados. (GIL, 2009, p. 147). 
 
Valendo-se assim das anotações feitas durante o processo de habilitação de 
22 
 
cada família, que aparecem nas listas que são atualizadas periodicamente. 
Informações que se originam de mudanças no perfil e nas escolhas de cada um. 
Dando assim importância extrema à pesquisa documental para o 
desenvolvimento do estudo, pois ela vai proporcionar ao pesquisador dados que 
somente os documentos irão mostrar, uma vez que não se encontram nas falas ou 
nos livros. 
Nessa pesquisa de conclusão de curso, foi feita a busca de informações em 
processos de adoção que tramitam no juizado da Infância e da Juventude de Ji-
Paraná/RO, e em documentos do Serviço Social do Fórum destamesma comarca, 
onde foi feito o levantamento do perfil de cada um deles, bem como do perfil das 
crianças que desejam adotar. Esse número de processo diz respeito a quantidade 
de famílias que foram habilitadas no ano de 2011. 
 
 
1.3. Método de Análise 
 
 
Todo estudo cientifico caracteriza-se pela utilização de métodos científicos. 
A opção por um determinado método define também as concepções teóricas e 
linhas de ação em que o profissional ou pesquisador se baseia. Segundo Gil (1999) 
pode-se definir método de análise como caminho para se chegar a determinado fim, 
os métodos esclarecem acerca dos procedimentos lógicos que deverão ser seguidos 
nos processos de investigação cientifica dos fatos da natureza e da sociedade. Ou 
seja são atividades sistemáticas e racionais que permitem com segurança alcançar 
o objetivo. 
O método utilizado nessa pesquisa, dialético, forneceu as bases para a 
interpretação real dos fatos observados em relação às famílias, esclarecendo os 
principais motivos que levaram as mesmas a buscar a adoção legal. Laços da 
realidade prendem-se por laços necessários e recíprocos que busca a plenitude das 
análises. 
 
A dialética trabalha com a valorização das quantidades e da qualidade, com 
as contradições intrínsecas as ações e realizações humanas, e com o 
movimento perene entre parte e todo e interioridade e exterioridade dos 
23 
 
fenômenos. (MINAYO, 2009, p. 24). 
 
Para a dialética não existe nada de definitivo, de absoluto, nada é imutável e 
nada escapa ao movimento, as coisas não são analisadas na qualidade de objetos 
fixos, ou seja, nenhuma coisa está “acabada”. 
De acordo com Demo (1995, p. 101) “uma das marcas mais centrais da 
dialética é reconhecer a essencialidade da prática histórica, ao lado da teoria, não 
aceitando a disjunção entre estudar problemas sociais e enfrentar problemas 
sociais”. Para que o objetivo da pesquisa fosse alcançado, foi necessário ter o 
conhecimento teórico e prático para assim fazer a análise real da situação que se 
pretendeu estudar. Ou seja, conhecer as razões que levaram mulheres a entregar 
seus filhos para adoção bem como entender os motivos que levaram pessoas a 
buscar os meio legais para se ter um filho, faz se necessário entender tanto um 
quanto o outro, uma vez que se trata da vida de crianças e adolescentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
 
CAPÍTULO II 
 
REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 Crédito: infografico_adocao.gif.kamaleao.com 
 
 
 
http://www.google.com.br/imgres?q=infografico+adoçao&um=1&hl=pt-BR&biw=1024&bih=642&tbm=isch&tbnid=cyeiaYai5e-zAM:&imgrefurl=http://kamaleao.com/saoluis/6008/adocao-de-criancas-em-sao-luis&docid=OBvnG94Nj5KPnM&imgurl=http://www.portaladocao.com.br/wp-content/uploads/2011/05/infografico_adocao.gif&w=300&h=2600&ei=dquJUPTlOYb50gHrq4CwAg&zoom=1&iact=hc&vpx=761&vpy=40&dur=9121&hovh=400&hovw=46&tx=6&ty=423&sig=102145288003737982760&page=1&tbnh=125&tbnw=14&start=0&ndsp=15&ved=1t:429,r:3,s:0,i:75
25 
 
No seu sentido existencial, a verdade liberta. Liberta 
porque define. É isso que a vida nos tem ensinado: toda 
definição é melhor do que qualquer indefinição” 
Luiz Schenttini Filho 
 
 
2.1 Conceituando Família 
 
 
Na busca de conceituar família, percebeu-se que não há um conceito único, 
mas sim vários estudos que definem de acordo com as características de cada uma. 
Duas mudanças foram importantes no decorrer da história familiar de acordo com a 
Constituição Federal de 1988, quando torna iguais os direitos femininos e 
masculinos dentro da vida conjugal, onde terão os mesmos deveres e obrigações 
perante a família, e também quando tornam iguais os filhos biológicos com os 
adotados, sem diferenciação. Esses novos moldes configuram a família 
contemporânea. Dentro do direito há uma definição de Venosa (2008, p.1) que traz 
em seu estudo o que vem a ser família “O Direito Civil moderno apresenta como 
regra geral, uma definição restrita, considerando membros da família as pessoas 
unidas por relação conjugal ou de parentesco”. 
Entende-se dessa forma que família são pessoas unidas biológica ou 
socialmente formando assim seus laços de parentescos e estruturas familiares. 
Em meados do Século XIX só era aceito por família aquela formada pelo 
matrimônio, no entanto, com as mudanças culturais e novas formações do seio 
familiar existem também outras configurações como a união estável ou ainda aquela 
formada apenas por um dos pais e seus respectivos filhos. De maneira ampla são 
pessoas ligadas de forma natural e universal que mantém relações sociais. 
Segundo Gueiros (2002) somente na segunda metade do século XX que o 
casamento se firma como uma escolha mútua, tendo como base critérios afetivos, 
sexuais e o amor. Fato que ocorre a partir dos movimentos feministas, onde a 
mulher ganhou e vem ganhando espaço cada vez mais, construindo sua identidade 
pessoal e sua individualidade. 
26 
 
Szymanski (2002) define que família são associações de pessoas que se 
escolhem para conviver com laços afetivos, cuidando um do outro e tendo entre si 
compromisso. Que por vários motivos, primordialmente por razões afetivas, dividem 
um projeto de vida em comum, fazendo planos futuros, vivendo tradições e 
compartilhando o cotidiano. Ou seja, é na família que o individuo referencia e totaliza 
a proteção e a socialização 
Compreendendo o processo histórico da família percebe-se que se trata de 
seres que constroem vida social, afetiva e emocional entre si com a finalidade de 
manter relações que podem ir de casamento a amor, sexualidade, relação de poder 
ou simplesmente convivência. 
Losacco (2010) traz em sua obra que família é a célula do organismo social 
que fundamenta uma sociedade, onde cada um é responsável pela sobrevivência de 
seus componentes, pela formação de identidade, de valores e pela socialização dos 
indivíduos. 
É importante discutir os conceitos de família, pois isso irá repercutir quando 
se trata de adoção de crianças e adolescentes. Identifica-se que na família pode 
haver tanto o anseio por se ter um filho quanto à necessidade de não poder criá-lo, 
são nesses casos que existem o abandono. Este por sua vez tem que ser analisado 
de duas maneiras, primeiro que aquela mãe biológica decidiu que teria esse filho, 
como a autora ABREU (2010, p. 206) coloca em seu livro no capitulo: Carta Aberta 
para a mãe biológica do meu filho “Que não prefira o caminho mais fácil ou rápido, 
mas sim busque o caminho correto. Que, como você respeite a vida humana acima 
de todas as coisas.” 
Assim, a mãe biológica decidiu continuar com a gravidez para que esse 
exemplo de amor seja passado para o filho e que ele tenha consciência que apesar 
de não poder tê-lo criado ela ainda assim resolveu que ele iria nascer. O desejo da 
autora é que o filho busque o correto e que dê valor à vida. 
É importante destacar que são inúmeros os motivos que levam as mães 
biológicas a entregarem seus filhos a adoção, entre eles pode-se destacar o 
abandono que elas mesmas sofrem quando não tem ao seu lado o apoio de um 
companheiro ou da própria família; o uso de drogas pela mãe o que não lhe garante 
condições físicas, mentais e até emocionais para criar seus filhos; a falta de 
27 
 
condições financeiras para garantir o sustento e sobrevivência dos filhos. Esses 
fatores acredita-se que decorrem também do modo de produção vivido pela 
sociedade brasileira, modo esse que exclui cada vez mais a população carente e 
acirra os problemas decorrentes da questão social. 
Abreu (2010) defende que a decisão de continuar uma gestação mesmo 
sabendo que não poderá criar o filho é um gesto de muito amor, pois ultrapassa 
qualquer desvalorização da vida humana. Essa mãe poderia ter buscado o caminho 
mais rápido, que era o aborto, no entanto, ela buscou continuara gestação e dar seu 
filho para uma nova família. 
Todavia o abandono não ocorre apenas assim que o filho vem ao mundo, 
muitos casos vêm acompanhados de maus tratos, do uso indiscriminado de drogas 
pelos pais ou responsáveis, de dissolução do núcleo familiar e de tantos outros 
motivos. Quando o abandono acontece, aquela criança ou adolescente tem uma 
ruptura muito forte, a sensação é percebida de maneira mais cruel por já entender o 
que está se passando; e quanto mais tarde essa ruptura acontece mais difícil se 
torna. 
Como medida de proteção para essas crianças que foram abandonadas ou 
que ainda sofrem algum tipo de maus tratos existem os abrigos, que também são 
entendidos como acolhimento institucional, definido no Art. 90, Inciso IV do Eca: 
“como aqueles que atendem crianças e adolescentes que se encontram sob medida 
protetiva de abrigo” (ECA, Art. 90 Inciso IV). O acolhimento institucional pode ocorrer 
em diversas modalidades como medida protetiva, seja para aqueles que já não 
pertencem ao seu grupo familiar ou ainda para aqueles que estão por ali em caráter 
provisório. 
De acordo com o Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito 
de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária essas 
modalidades podem ser: Abrigo Institucional para pequenos grupos; Casa Lar e 
Casa de Passagem, porém todos constituem programas de abrigo conforme previsto 
no artigo 101 do ECA: “o abrigo é medida provisória e excepcional, não implicando 
privação de liberdade” Implica dizer que essas entidades devem desenvolver 
programas que prestem plena assistência à criança e ao adolescente, dando a eles 
a oportunidade de socialização e de se desenvolver. 
28 
 
É de extrema importância que o abrigo não signifique para as crianças e os 
adolescentes que ali estão um lugar ruim, onde estão esquecidos e abandonados e 
sim um ambiente de oportunidades de escrever uma nova história de construir novos 
sonhos. Onde possam desfrutar de lazer, educação, informação e liberdade. 
No entanto, é importante ressaltar que o abrigamento só deve ocorrer em 
caráter excepcional preservando sempre o vínculo familiar, seja com a mãe, pai ou 
algum parente, ou ainda a integração em família substituta quando esgotados os 
recursos de manutenção na família de origem, buscando sempre o bem estar da 
criança e do adolescente. 
Quando se discute a adoção de crianças ou de adolescentes, como é o caso 
deste Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, é importante discutir e conceituar 
família, pois a criança ou adolescente deixará de ser abrigada para que possa ser 
acolhida em uma família, independente de como esta esteja formada, o importante é 
que a criança ou o adolescente adotados passem a ter um lar e ser amados e 
respeitados em seus direitos. 
 
 
2.2 Compreendendo o processo de adoção legal a partir da legislação 
 
 
A adoção existe desde a antiguidade em muitas sociedades. De acordo com 
Weber (2001), a adoção foi criada pelos romanos para que as famílias pudessem 
escolher um sucessor para o trono, para suprir a necessidade de se manter o status 
daqueles que não poderiam ter filhos, passando por várias formas de aceitação 
dentro do seio familiar, que ia desde interesses políticos a necessidade de se ter um 
filho. 
Adoção vem do latim, adoptione, escolher. Adotar é um ato jurídico pelo 
qual o vinculo de filiação é criado artificialmente. Gera, sem 
consanguinidade nem afinidade, o parentesco de primeiro grau em linha 
reta descendente. [...] Adotar é dar a alguém a oportunidade de crescer. É 
inserir uma criança numa família definitiva e com todos vínculos próprios de 
filiação. É uma decisão para a vida. A criança deve ser vista realmente 
como um filho que decidiu ter. (Souza,1999, p. 17). 
 
29 
 
Adotar além de ser um ato de escolher alguém para ser filho, alguém para 
compartilhar uma vida é também um ato jurídico onde pais passam a responder 
civilmente por aquela criança ou adolescente, dando a ele todos os direitos e 
obrigações. Implica dizer que perante a justiça todo e qualquer ato que aquela 
criança ou adolescente venha a cometer o adotante responde. Tendo dessa forma 
efetivado a adoção de fato e de direito. Schenttini (2006, p.84) traz em sua obra que 
“adotar é acolher alguém gerado em outro corpo para ser seu filho, é ter um filho por 
um caminho novo”. Para tanto é preciso ter um coração aberto e uma mão 
estendida. Vicente (2010, p. 69) define que adoção é a forma mais definitiva e 
radical de colocação em família substituta, pois uma vez adotado, a família confere 
aquela criança ou adolescente o status de filho, com todas as consequências que a 
situação acarreta. 
De acordo com o ECA, a adoção é medida excepcional, irrevogável e atribui 
a condição de filho ao adotado, dando a ele os mesmos direitos e deveres, 
desligando-os de qualquer vínculo com pais e parentes biológicos. Quando uma 
família busca por uma criança ou adolescente para ter como filho, está dando a 
oportunidade deste crescer e desenvolver dentro de um ambiente acolhedor, que 
faça se sentir seguro e capaz de transpor qualquer barreira que venha a ter na vida 
adulta. Por isso, é de extrema importância ao se buscar pela adoção que os 
pretendentes à adoção estejam preparados para que deem a essa criança ou 
adolescente todo amor, carinho, dedicação, uma vez que a adoção é algo que se 
deseja e que se busca. 
Acredita-se que a adoção é como um encontro das necessidades, desejos e 
satisfações mútuas entre adotados e adotantes tirando assim da criança o dever de 
ser grato por aqueles pais terem lhe dado uma oportunidade, uma vez que a mesma 
aconteceu de forma mútua, e também dos pais a obrigação de trato diferenciado 
pelo fato de ser adotado. 
Para se compreender como foi o processo de adoção e suas transformações 
no tempo é necessário voltar à primeira Legislação referente à Adoção no Brasil que 
foi o Código Civil de 1916 o qual trazia em si muito dos Códigos antigos, como o 
Romano. No entanto, existiam ainda muitos obstáculos impostos como, por 
exemplo, no caso em que o adotante só poderia adotar se tivesse acima de 
30 
 
cinquenta anos de idade e mais de dezoito anos de diferença do adotado e não 
possuir filhos. 
Como serão apresentadas a seguir, muitas transformações ocorreram, 
porém sempre a preocupação central era com a criança adotada. 
De acordo com a Evolução Legislativa (2011) em 1957, a adoção passou a 
apresentar natureza assistencial, pois permitia a quem já tivesse filhos naturais 
realizar a adoção, embora não reconhecendo direito hereditário se os adotantes 
possuíssem filhos legítimos, legitimados ou reconhecidos. Ademais, foi diminuída a 
diferença de idade entre o adotante e o adotado de 18 anos para 16 anos. 
Já em 1965 foi publicada a Lei nº 4.655 (Senado Federal, 1965) que previu a 
legitimação adotiva, aplicável aos menores em estado irregular e com até 5 anos de 
idade, com a finalidade de conferir direitos iguais ao adotado com os demais filhos 
do adotante. Exigia-se o consentimento dos pais do adotado e se constituía a 
adoção por decisão judicial. 
 Ainda em Evolução Legislativa (2011) traz que em 1979 foi instituído o 
Código de Menores, através da Lei nº 6.697, criadora de duas novas espécies de 
adoção, a simples e a plena. A adoção simples, prevista nos artigos 27 e 28, 
aplicavam-se ao menor em situação irregular e dependia de autorização judicial, 
mas era realizado através de alvará e escritura, que serviria para averbação no 
registro de nascimento do menor. 
Já a adoção plena atribuía a situação de filho ao adotado, desligando-o de 
qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. Sua 
aplicação era restrita a menor de até sete anos de idade, que também se 
encontrassem em situação irregular. Excepcionalmente, cabia em favor de menor 
com mais de sete anos se, à época em que completou essa idade, já estivessesob 
a guarda dos adotantes. Poderiam requerer adoção plena casais com mais de cinco 
anos de casados, desde que um dos cônjuges tivesse mais de trinta anos. A 
sentença concessiva da adoção plena tinha efeito constitutivo e era inscrita no 
Registro Civil mediante mandado, do qual não se fornecia certidão, cancelando-se o 
registro original do menor (origem do artigo 47, do Estatuto da Criança e do 
Adolescente - ECA). Era irrevogável a adoção plena. 
31 
 
Com fundamento em várias premissas do Código de Menores, a 
Constituição Federal de 1988 (CF) extirpou a classificação doutrinária que havia 
sobre a filiação, consagrando o princípio da igualdade entre os filhos, por força do 
que estabeleceu o §6º, do artigo 227, conforme segue: "Os filhos, havidos ou não da 
relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, 
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação" (Brasil, 1988). 
Passam a ser prioridade do Estado, sendo dever da família e de toda a sociedade 
zelar por esses direitos e protegê-las, adotando a doutrina de Proteção Integral que 
segundo Oliveira(2011) é o desejo social daqueles que já entendem a condição 
peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento, 
consubstanciado em Lei, mas, ainda carente de compreensão, ou seja deve ser 
garantido todas as oportunidades e facilidades a fim de ter um bom 
desenvolvimento físico, mental, espiritual e social. 
Em 1990, com a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA 
- a adoção passou a ser compreendida como medida excepcional, irrevogável e 
“atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive 
os sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo 
impedimentos matrimoniais” (Brasil, ECA, Art. 41). Construindo um marco jurídico 
para toda a sociedade e principalmente para aqueles que se preocupam com as 
necessidades de proteção e deixa bem claro que as crianças e adolescentes são 
sim sujeitos de direitos independentes da classe social, etnia ou de qualquer outra 
forma de discriminação. 
Em agosto de 2009 através da Lei n. 12.010 foi sancionada a Nova Lei da 
Adoção que modifica alguns artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente e lhe 
acrescenta outros. Tendo por designo garantir que as crianças e os adolescentes 
tenham direito de conviver com seus familiares e em comunidade, sendo a adoção a 
ultima opção. De acordo com a AMB: 
 
Do ponto de vista jurídico, a adoção é um procedimento legal que consiste 
em transferir todos os direitos e deveres de pais biológicos para uma família 
substituta, conferindo para crianças/adolescentes todos os direitos e 
deveres de filho, quando e somente quando forem esgotados todos os 
recursos para que a convivência com a família original seja mantida. (AMB, 
2010, p 9). 
 
32 
 
Nesse sentido para que uma criança ou um adolescente seja colocado para 
adoção, não deve haver mais nenhuma possibilidade de retornar ao seio familiar 
biológico, pois como salienta ainda a AMB (2010) a adoção por si só não pode 
garantir que uma relação amorosa entre pais e filhos se dê, o que nem mesmo a 
paternidade biológica garante, uma vez que não é incomum ver casos de maus 
tratos de pais para com os filhos. Mesmo assim, no processo jurídico são tomadas 
algumas medidas na aposta de que uma adoção mútua aconteça. Essas medidas se 
dão por meio de avaliações feitas por profissionais da área de Psicologia e de 
Serviço Social, reuniões em grupo, visitas e até mesmo nos casos mais avançados 
como o Estágio de Convivência que é o “momento em que a família tem a guarda da 
criança, mas a sentença de adoção será lavrada pelo juiz após visitas domiciliares 
ou entrevistas realizadas por essa equipe, por um tempo determinado caso a caso”. 
(AMB, 2008) Normalmente, ela se dá por um período em torno de um ano. 
 
 
2.3 Caracterizando o espaço do Núcleo Psicossocial do Fórum Desembargador 
Hugo Auller. 
 
 
As informações contidas nesse item da pesquisa foram compiladas de 
documentos pesquisados no Núcleo Psicossocial – NUPS do Fórum de Ji-
Paraná/RO Desembargador Hugo Auller, onde consta que a Assistente Social 
Lindalva Valério Viçosa da Silva, funcionária do antigo Território de Rondônia 
ingressou no Judiciário em meados de 1980, antes que fosse instalado o Tribunal de 
Justiça de Rondônia. A ida da mesma para o Judiciário foi para atender as 
demandas em relação a problemáticas particulares voltadas para a situação da 
criança e do adolescente na defesa de seus direitos. Este trabalho era realizado na 
Comarca de Porto Velho, sendo que a partir da instalação do Tribunal de Justiça do 
Estado de Rondônia, a mesma passou a trabalhar na Vara da Família, Órfãos e 
Sucessões. 
Em novembro de 1981, foi criado o Tribunal de Justiça do Estado de 
Rondônia, através da Lei Complementar Federal, nº 041/81. Inicialmente o Tribunal 
33 
 
de Justiça era composto por sete desembargadores. Em Janeiro de 1982, através 
do Decreto Lei 008/82 alterou-se para nove, o número de desembargadores. Neste 
mesmo ano, o Estado contava com 15 comarcas, sendo uma de terceira instância, 
nove de segunda instância e cinco de primeira instância. 
O quadro acima só foi alterado em dezembro de 1996, de acordo com a Lei 
157/96, onde o Tribunal de Justiça passa a ser composto por 13 desembargadores, 
73 juízes em exercício, distribuídos em 18 Comarcas nas suas três instâncias. 
A comarca de Ji-Paraná/RO foi criada em 1982, tendo como primeiro Juiz 
Benedito Geraldo Barbosa. Abrange Nova Londrina, Nova Colina e é composta por 
três Varas Criminais, cinco Cíveis, Juizado Especial Cível e Criminal. A mesma está 
localizada na Avenida Ji-Paraná/RO, número 615, Bairro Urupá, distando da capital 
do Estado uns 390 Km. 
O ingresso dos Assistentes Sociais no Tribunal de Justiça deu-se 
inicialmente por causa das demandas oriundas da área da família, e após a criação 
do Estatuto da Criança e do Adolescente que passa a perceber a criança enquanto 
sujeito de direitos. 
Portanto, pode-se dizer que, na área da Infância e da Juventude, a 
assistente social atua no cumprimento das medidas definidas pelo ECA; nas 
medidas de proteção, procedimentos de guarda, adoção e tutela. 
Atualmente trabalham no Núcleo Psicossocial - NUPS três Assistentes 
Sociais e duas Psicólogas, que dividem duas salas para atendimentos de acordo 
com a demanda. 
O Manual de Análise Descrição e Especificação de Cargos - MADEC traz na 
sumária que: 
Presta serviços de âmbito social a indivíduos e grupos, identificando e 
analisando problemas e necessidades materiais, psíquicas e de outra 
ordem, aplicando métodos e processos básicos do serviço social, para 
prevenir ou eliminar desajustes de natureza biopsicossocial e promover a 
integração ou reintegração desses à sociedade. (MADEC, 2012, p.28) 
 
Esses profissionais são chamados a atender solicitações do juiz tanto em 
casos individuais ou em grupos, com objetivo de identificar desajustes e através de 
sua técnica promover em alguns casos a integração da família. Entre as descrições 
do trabalho prestado pelo profissional em Serviço Social há destaque para este 
34 
 
estudo, onde se “elabora a pedido do juiz, relatórios, informações, laudos, tanto para 
varas cíveis quanto criminais, envolvendo crianças, adolescentes, ou adultos a fim 
de subsidiar decisão judicial” ( MADEC, 2012, p.29) 
No contexto da adoção, os profissionais de Serviço Social atuam validando 
direitos, cuja função suprema está em assessorar os juízes, subsidiando-o na ótica 
relativa aos fenômenos econômicos e sócio - culturais que envolvem as relações do 
sujeito participante na sociedade e na família, com base na observância dos 
princípios fundamentais resguardados pela Lei 8.662/93 que regulamenta a 
profissão do disposto no Código de Ética do Assistente Social (Resolução CFESS 
nº. 273/93); e nos princípiosresguardados no Estatuto de Criança e do Adolescente. 
Cumprindo as determinações dispostas no MADEC, o trabalho desenvolvido 
pela Assistente Social no que tange a adoção tem por objetivo proceder a análise 
das condições vivenciadas por crianças e adolescentes com vistas a reintegrá-las 
dentro do possível a família, seja ela biológica, extensiva ou substituta e também 
acompanhar aqueles que desejam ter filhos por meio da adoção. 
A prática profissional da Assistente Social no Fórum Desembargador Hugo 
Auller é baseada no Estudo de Caso e pressupõe a elaboração de estudo social que 
envolve os procedimentos técnicos como: análise dos autos, visitas domiciliares, 
entrevistas e elaboração de relatório com aqueles envolvidos no processo de 
adoção. Sobre a prática profissional do Assistente Social será discutido no capítulo a 
seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
 
CAPÍTULO III 
A PESQUISA 
Crédito: infografico_adocao.gif.kamaleao.com 
 
 
 
 
http://www.google.com.br/imgres?q=infografico+adoçao&um=1&hl=pt-BR&biw=1024&bih=642&tbm=isch&tbnid=cyeiaYai5e-zAM:&imgrefurl=http://kamaleao.com/saoluis/6008/adocao-de-criancas-em-sao-luis&docid=OBvnG94Nj5KPnM&imgurl=http://www.portaladocao.com.br/wp-content/uploads/2011/05/infografico_adocao.gif&w=300&h=2600&ei=dquJUPTlOYb50gHrq4CwAg&zoom=1&iact=hc&vpx=761&vpy=40&dur=9121&hovh=400&hovw=46&tx=6&ty=423&sig=102145288003737982760&page=1&tbnh=125&tbnw=14&start=0&ndsp=15&ved=1t:429,r:3,s:0,i:75
36 
 
 
“O sonho pelo qual eu luto exige que eu 
invente em mim a coragem de lutar, ao 
lado da coragem de amar”. 
Paulo Freire 
 
 
 
3.1 O Serviço Social do Núcleo Psicossocial de Ji-Paraná/RO e a sua 
intervenção nos casos de adoção legal. 
 
 
Falar em Adoção Legal significa dizer que cada criança que perde o vínculo 
com seus pais biológicos e familiares deverá receber uma família para ter como sua, 
desde que adotante e adotando estejam aptos e cadastrados no Cadastro Nacional 
da Adoção que é um banco de dados, único e nacional, composto de informações 
sobre crianças e adolescentes aptos a serem adotados e pretendentes habilitados 
à adoção (CNA, 2009) 
Ocorre que na maioria das vezes esse processo nem chega a acontecer, 
pois mulheres grávidas que não desejam ficar com seus filhos durante o período da 
gravidez já escolhem para quem irão “entregar” o bebê, às vezes por medo de 
serem julgadas, outras vezes pelo desconhecimento da legalidade. 
Há casos em que famílias que recebem essas crianças diretamente da mãe 
biológica procuram o Poder Judiciário para que seja legalizada a situação perante a 
justiça. Conhecida como Adoção Pronta 
 
É a adoção em que a mãe biológica determina para quem deseja entregar o 
seu filho, também chamada de “intuito personae”. Na maioria dos casos, a 
mãe procura a Vara da Infância e da Juventude, acompanhada do 
pretendente à adoção, para legalizar uma convivência que já esteja 
acontecendo de fato. (AMB 2010). 
 
Nesse caso exige muita perícia do profissional em Serviço Social ao elaborar 
seu parecer, pois é de extrema importância identificar se essa mãe fez essa escolha 
de maneira voluntária ou se foi induzida. É fundamental que o profissional tenha 
37 
 
muito conhecimento e que saiba utilizar os instrumentais técnicos operativos, pois o 
seu parecer terá peso de decisão na vida daquela criança e ate da mãe biológica. 
Conselho Federal de Serviço Social (org. 2008, p. 44-45): esclarece. 
 
O relatório social, como documento específico elaborado por 
assistente social (...) se dá com a finalidade de informar, esclarecer, 
subsidiar e documentar um auto processual relacionando alguma 
medida protetiva ou sócio-educativa, prevista no Estatuto da Criança 
e do Adolescente. 
 
Ressalta a relevância do mesmo no âmbito judiciário, por ser um processo 
metodológico específico do Serviço Social que proporciona nível de detalhamento a 
depender de sua finalidade, podendo conter apenas parcialidades da questão ou 
informações mais completas que se obtém através de outras técnicas como o 
estudo social. Um relatório social deve apresentar os sujeitos envolvidos, o objeto de 
estudo, a finalidade, um breve histórico da situação, desenvolvimento e a análise do 
profissional, que deverá estar sempre pautado nos princípios éticos no 
desenvolvimento do mesmo. 
É necessário também realizar um estudo sobre a família pretendente a 
adoção. Conselho Federal de Serviço Social (org. 2008, p. 42-43) apresenta: 
 
O estudo social (...) tem por finalidade conhecer com profundidade, e de 
forma crítica, uma determinada situação ou expressão da questão social, 
objeto da intervenção profissional – especialmente nos seus aspectos 
socioeconômicos e culturais. 
 
Ao realizar estudo social o profissional deve ter rigorosa fundamentação 
teórica, ética e técnica, garantindo a ampliação de direitos dos sujeitos envolvidos 
para que assim contribua para a convicção do juiz na tomada de decisão sobre 
aquele que é pretendente à adoção. 
Será observado se a família está apta para continuar com a criança ou 
adolescente levando em conta sempre os vínculos que já se formaram entre eles, 
uma vez que já há um convívio entre as partes, e uma ruptura desnecessária seria 
ainda mais traumatizante na trajetória constitutiva na vida psíquica da criança. 
38 
 
Esse é um dos maiores entraves no Núcleo Psicossocial: fazer com que seja 
concretizado de maneira total o processo de Adoção Legal, pois além da adoção 
pronta existe também um desrespeito com a fila da adoção legal de famílias que 
aguardam por seus filhos, reproduzindo-se os meios ilegais de adoção. 
Um dos desafios enfrentados pelos profissionais do Núcleo Psicossocial é a 
divulgação da Adoção Legal, uma vez que muitas pessoas desconhecem a forma 
correta de se proceder, tanto as mulheres que não desejam ficar com seus filhos e 
os querem entregar em adoção quanto as famílias que têm interesse em adotar uma 
criança ou adolescente. 
Frente a esses desafios, os profissionais do NUPS utilizam-se de estratégias 
de trabalho como participação em debates, programas de televisão e rádio, 
palestras, cursos para pretendentes à adoção e divulgação por meio dos estagiários 
que ali estão, para que se possa reverter esse quadro. A nova Lei da adoção trouxe 
novas atribuições para o Assistente Social no Judiciário, que passou a ser cobrado, 
o que antes não existia como ter que periodicamente organizar cursos de 
preparação aos pretendentes à adoção. 
Destacou o ECA, em seção própria (artigos 150 e 151) a relevância dos 
serviços denominados auxiliares, composto por equipe inter profissional cujo 
principal objetivo é assessorar a justiça da Infância e Juventude. Para isso, vão de 
encontro os objetivos operacionais do trabalho da assistente social no Fórum de Ji-
Paraná/RO que estão voltados ao atendimento às demandas sociais nas questões 
sócio-jurídicas, assegurando o exercício dos direitos à população usuária, trazido 
pelas políticas de proteção à família, à criança, aos adolescentes e aos idosos com 
um enfoque de defesa integral dos direitos humanos. 
A Assistente Social no Fórum de Ji-Paraná/RO integra a equipe do NUPS, 
atuando nas unidades da Vara de Família e Juizado da Infância e Juventude e 
demais varas existentes, tem entre suas atividades: 
 
Prestar serviço de âmbito social a indivíduos e grupos, identificando e 
analisando problemas e necessidades materiais, psíquicas e de outra 
ordem, aplicando métodos e processos básicos do serviço social, para 
prevenir ou eliminar desajustes de natureza biopsicossocial e promover a 
integração ou reintegração desses à sociedade. (MADEC, 2012). 
 
39 
 
Desde o início da implantação do Serviço Social no Tribunal de Justiça, o 
assistente social, embora executando diversas atribuições referenciadaspelo seu 
saber profissional, tem como demanda na instituição executar perícias que 
subsidiem a decisão judicial, atuando prioritariamente como perito, auxiliando o juiz 
na tomada de decisões legais com relação aos casos de adoção, guarda, tutela e 
curatela. 
O profissional utiliza de suas técnicas e instrumentos para alcançar seus 
objetivos, pesquisar, compreender e descrever a realidade e a verdade. Segundo 
Fávero (2007, p. 28): 
 
O assistente social é solicitado pelo judiciário como um elemento neutro 
perante a ação judicial para trazer subsídios, conhecimentos que sirvam de 
provas, de razões para determinados atos ou decisões a serem tomadas. 
Através de técnicas de entrevistas, visitas domiciliares, observações, 
registros, realiza o exame da pobreza, emite um parecer sobre a situação 
investigada e, muitas vezes, indica a medida considerada mais adequada, a 
ser aplicada à criança, adolescente ou à família. 
 
O trabalho do Assistente Social é atender a determinação do juiz, prestando 
as informações necessárias para compreensão da situação ou fato inicial do 
processo. Poderá o Juiz, se for o caso, pedir um relatório social mais apurado e 
especificado e também diante das informações prestadas o profissional pode ser 
chamado ou não para participar de audiência. 
O principal instrumento de trabalho do Assistente Social no Núcleo 
Psicossocial do Fórum de Ji-Paraná/RO é o relatório social fruto do estudo social. 
Como vem escrito na LOAS no Código de Ética Profissional, bem como atribuições 
privativas do assistente social, apenas profissionais do Serviço Social graduados 
podem realizar o estudo social; 
 
[...] e este é referido no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) como 
necessários para identificar as condições de crianças e adolescentes 
quando se encontram em situação de risco, negligência ou quando estão 
envolvidos em atos infracionais. O estudo social é um documento gerado a 
partir da sistematização das informações obtidas na coleta de dados, 
realizada por meio das entrevistas e visitas domiciliares, além de estudo de 
documentos e contatos com outros profissionais (SPEROTTO, 2009, p. 
106). 
 
40 
 
Portanto, relatório social é realizado pelo assistente social do Fórum com 
parecer que auxilie o juiz nas decisões que envolvem crianças, adolescentes e suas 
respectivas famílias. Para subsidiar a construção desse relatório são utilizados como 
alguns instrumentos de pesquisa e coleta de dados. A entrevista, é definida por Gil 
como: 
 
A técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe 
formula perguntas, como o objetivo de obtenção dos dados que interessam 
à investigação. A entrevista é, portanto, uma forma de interação social. Mais 
especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das 
partes busca dados e a outra apresenta como fonte de informação (GIL, 
1999, p. 117). 
 
Outro instrumento constitutivo do processo de trabalho utilizado pelos 
assistentes sociais na realização do estudo são as visitas domiciliares definidas por 
Sperotto como: 
 
A visita domiciliar, como instrumento do Serviço Social, é uma prática antiga 
e está amplamente registrada no livro `O Diagnóstico Social, ` de Mary 
Richmond, que data de 1917. A visita domiciliar no Serviço Social é uma 
prática realizada geralmente em complementaridade à entrevista e usada 
até hoje no processo de conhecimento da situação [...] funciona como uma 
atividade profissional investigativa ou de atendimento aos usuários dentro 
de seu próprio meio social ou familiar, logo, uma atividade que aproxima o 
assistente social da realidade do indivíduo (SPEROTTO, 2009, p.60). 
 
A visita tem como objetivo clarificar situações, considerando a 
particularidade de cada individuo de acordo com o meio que ele convive, vem de 
encontro com a necessidade do profissional e do usuário para tornar um relatório 
mais consistente. 
Portanto, não se tem determinado o número de abordagens que são 
realizadas para elaborar determinado estudo. Realizam-se também relatórios de 
situações observadas, utilizando-se da técnica de observação que é uma técnica 
que permite coletar dados no momento real em que os fatos estão ocorrendo. 
 Segundo Gil (1999, p. 110): 
 
A observação constitui elemento fundamental para a pesquisa. Desde a 
formulação do problema, passando pela construção de hipóteses, coleta, 
análise e interpretação dos dados, a observação desempenha papel 
imprescindível no processo de pesquisa [...]. A observação nada mais é que 
41 
 
os usos dos sentidos com vistas a adquirir os conhecimentos necessários 
para o cotidiano. 
 
Realizam também visitas institucionais, tanto para levantamento de 
informações dos casos em estudo, quanto para avaliação e fiscalização de 
instituições prestadoras de serviços públicos, notadamente as de serviços 
sócioassistenciais. 
Para as visitas e entrevistas utilizam dados retirados dos processos com 
informações básicas quanto à composição familiar, renda, moradia, condição de 
saúde e acesso a serviços públicos, com um maior espaço para observações 
diversas que demandam cada caso. 
O trabalho demandado aos profissionais no NUPS da comarca de Ji-
Paraná/RO refere-se ao atendimento às determinações judiciais que solicitam 
subsídios técnicos para decisões referentes aos processos judiciais diversos: 
guarda, tutela, curatela, medidas de proteção, apuração do ato infracional com 
envolvimento de adolescentes, cumprimento de medidas sócio-educativas, violência 
e abuso sexual contra crianças, negligência, adoção, entres outras. 
Contudo, atualmente, o assistente social busca sistematizar e construir 
alguns procedimentos de atendimentos a novas demandas, como avaliações 
institucionais e acompanhamento de reinserção familiar, além de maior comunicação 
entre profissionais do campo jurídico no Estado de Rondônia. 
 
 
3.1.2 A intervenção no Estágio Supervisionado em Serviço Social. 
 
 
O Estágio Supervisionado em Serviço Social teve inicio como observação no 
primeiro semestre de 2011 e como intervenção no segundo semestre, acontecendo 
junto ao Núcleo Psicossocial do Fórum de Ji-Paraná/RO. 
O campo de Estágio Supervisionado é indispensável para a formação do 
profissional que está se graduando em Serviço Social. É nesta etapa que o 
acadêmico poderá fazer a relação teoria e prática com a supervisão direta de um 
42 
 
Assistente Social em pleno gozo de seus direitos profissionais, cumprindo o disposto 
na lei 8.662/93 que regulamenta a profissão. 
Dentro desta perspectiva, as ações desenvolvidas pelo estagiário em 
Serviço Social oportunizaram a aplicação do conhecimento teórico adquirido nas 
aulas de graduação do referido curso, principalmente na analise da demanda que se 
apresenta ao Assistente Social. 
Demanda essa que cresce a cada dia, fazendo com que as profissionais 
tenham sempre estratégias para conseguir chegar cada vez mais próximos aos 
usuários de seus serviços. 
Fazer uma pesquisa do porquê das famílias recorrerem aos meios legais 
para adotar uma criança ou adolescente vem ao encontro de um outro aspecto que 
também deve ser analisado e principalmente divulgado: o que leva mulheres a 
entregar seus filhos para adoção. 
Durante o período de Estágio Supervisionado em Serviço Social realizado 
junto ao Fórum Desembargador Hugo Auller foi observado que é representativo o 
número de famílias que recorrem aos meios jurídicos para obter a adoção legal 
depois de já estarem convivendo com a criança, entendendo-se que nessas 
situações a mãe biológica determina para quem deseja entregar o filho. O ato de 
definir para quem entregar o filho é chamado de “intuito personae” (AMB, 2010). 
Existe também a denominada “adoção à brasileira” que perante a legislação 
se configura como crime para quem registra uma criança como filho biológico, sendo 
que ela não foi concebida como tal; há ainda o fato da mãe biológica reaver a 
criançacaso não tenha consentido legalmente para a adoção. 
Diante dessa realidade surgiu o interesse em estudar as famílias que, 
mesmo perante essas modalidades que podem ser chamadas como atos de 
facilidades, ainda buscam a adoção através dos meios legais, ou seja, decidem pelo 
meio legal quando as alternativas contrárias ainda são frequentes. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, em seu art. 19 garante que 
toda criança ou adolescente têm direito a ser criado e educado no seio da sua 
família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar 
e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de 
43 
 
substâncias entorpecentes. O que se preza perante essa legislação é que os direitos 
dessas crianças e adolescentes sejam sempre preservados e garantidos. 
A intervenção proposta então no Estágio Supervisionado em Serviço Social 
teve então como base a divulgação da Adoção Legal, considerando que seus 
aspectos se justificam na busca de conhecer quem são essas famílias que a ela 
recorrem, de analisar seu perfil e, principalmente, conhecer seus anseios e suas 
angústias quanto à adoção legal para que partindo desses resultados se pudesse 
elaborar ações de incentivo para outras pessoas que também compartilham do 
mesmo desejo, mas que desconhecem os caminhos que devem ser seguidos. Ao 
elaborar ações de incentivo, ampliam-se as oportunidades que poderão ser 
desenvolvidas dentro e a partir da prática dos profissionais que atuam no NUPS. 
O objetivo com a intervenção de propagar a Adoção Legal foi fazer com que 
o maior número de pessoas tivesse acesso às informações, seja através de folder, 
palestras e ou até mesmo da mídia. Entendeu-se que após a conclusão do período 
de Estágio Supervisionado, o trabalho que já vem sendo desenvolvido pelas 
Assistentes Sociais e Psicólogas do Fórum Desembargador Hugo Auller, no que 
tange à Adoção Legal, passaria a ter um reforço a mais sobre tais ações, onde 
buscar o público alvo, que medidas tomar, para que cada vez mais as pessoas 
busquem a legalidade nos processos de adoção. 
Importante se faz destacar que no decorrer do Estágio Supervisionado, os 
processos metodológicos deram suporte para as intervenções no campo de estágio, 
destacando-se a observação, a pesquisa documental, a reunião de equipes e em 
grupos. 
Baseado nessas estratégias é que foi desenvolvido o processo de 
intervenção pela acadêmica dentro do NUPS. 
Primeiro foi a busca para conhecer todo o processo de adoção para que 
posteriormente fosse possível elaborar o Folder que aparece abaixo, o qual continha 
informações básicas sobre o processo de adoção e até mesmo como mulheres que 
desejam entregar seus filhos devem proceder uma vez que todos os esforços para a 
manutenção dos vínculos legais e afetivos entre a criança e os familiares se 
esgotarem, a interrupção definitiva da convivência poderá ser uma saída desejável. 
Nesse caso, é fundamental que as intervenções realizadas pela equipe técnica do 
44 
 
Judiciário estejam respaldadas por uma formação consistente que leve em conta a 
subjetividade dessas mulheres. Contudo, a medida de proteção mais plausível 
deverá ser oferecida não só para a criança, mas também para sua família de origem, 
e a adoção da criança por “novos pais” é uma delas. 
 
 
 
Foram realizadas também palestras, sendo que a primeira foi no ambiente 
acadêmico, junto aos estudantes do Curso de Serviço Social, onde o professor 
45 
 
disponibilizou um espaço para que fossem passadas informações e que pudessem 
ocorrer discussões sobre o tema. O Diálogo criado nesse espaço foi de grande 
importância, pois foram levantadas situações que renderam boas trocas de 
informações. 
 
Os alunos demonstraram bastante interesse, tanto em conhecer mais sobre 
o tema como em divulgar a idéia, que vem ao encontro com o objetivo da 
intervenção proposta pela acadêmica. 
Dando sequência às palestras, a segunda foi realizada em uma empresa 
privada, onde o número de funcionário passa de cem (100). O objetivo em falar para 
aquelas pessoas era de oportunizar a elas mais conhecimentos e que os mesmos 
fossem repassados aos amigos e familiares como multiplicadores das ideias da 
Adoção Legal. 
 
46 
 
 
Inicialmente houve receio de palestrar nesse ambiente por se tratar de um 
estabelecimento comercial e de acreditar que os funcionários estavam focados nas 
vendas, no entanto, o envolvimento foi considerável sendo possível observar que o 
tema Adoção Legal ainda é pouco conhecido, somando-se à questão de que as 
pessoas têm preconceitos com relação a mulheres que entregam os filhos a adoção 
e também com a adoção de adolescentes por acreditarem que estes trazem consigo 
heranças genéticas e culturais de seus pais biológicos. As dúvidas foram surgindo 
durante o encontro e aos poucos os paradigmas foram quebrados. 
O último encontro foi com os profissionais da saúde, por acreditar que eles 
são conhecedores de situações de pessoas que buscam a adoção à brasileira, 
sendo essa uma forma de procedimento que desconsidera os trâmites legais do 
processo de adoção. “Este procedimento consiste em registrar como filho biológico 
uma criança, sem que ela tenha sido concebida como tal”.(AMB, 2010, p. 10). 
Há ainda a Adoção Pronta que é aquela em que a mãe biológica determina 
para quem deseja entregar o seu filho, também chamada de “intuito personae”. Na 
maioria dos casos, a mãe procura a Vara da Infância e da Juventude, acompanhada 
do pretendente à adoção, para legalizar uma convivência que já esteja acontecendo 
de fato.(AMB, 2010, p. 10). 
47 
 
 
Ainda no quesito de informar e garantir a participação dos cidadãos foram 
confeccionados convites e encaminhados às instituições, bem como realizada a 
divulgação nas redes sociais, com o intuito de trazer mais pessoas para se envolver 
nessa campanha de divulgação da Adoção Legal. 
Outro ponto de intervenção foi a cobertura de um programa de televisão que 
esteve presente no auditório da Câmara Municipal o qual transmitiu para a cidade e 
região parte da palestra e uma entrevista com a acadêmica e com a assistente 
social supervisora de campo, fazendo algumas perguntas e dando o amplo espaço 
para que se pudesse falar para mais pessoas sobre o assunto. 
Durante o período que ocorriam as palestras foi percebido que muitas 
pessoas queriam saber mais, se aprofundar no tema, desejavam mais. Foi a partir 
desse desejo que surge então blog adocaolegal@blogspot.com, que é um espaço cujo 
objetivo era publicar textos sobre o tema, nele as pessoas podem fazer comentários 
e até participar mandando seus textos para que sejam ali publicados. 
No decorrer das palestras foi demonstrado o interesse das pessoas no que 
tange à Adoção Legal, muitos foram os aspectos levantados e discutidos. 
Houve caso de pessoas que participaram das palestras e posteriormente 
divulgaram com conhecidos que buscaram saber mais sobre como entrar na fila de 
adoção. O que vem de forma muito positiva, pois o objetivo do trabalho foi tornar as 
pessoas multiplicadoras de informações sobre a Adoção. 
mailto:adocaolegal@blogspot.com
48 
 
No decorrer do Estágio em Serviço Social I e II foi possível perceber que o 
assistente social é fundamental na instituição, intervindo através de elaboração de 
estudos que subsidiem a decisão judicial, nos casos de adoção, guarda, tutela e 
curatela. 
Por fim destaca-se o desejo de que esse trabalho continue, que mais 
pessoas se envolvam para que Adotar seja um sonho, e que conhecer os caminhos 
legais seja uma realidade. 
 
 
3.2 Perfil das famílias pretendentes à adoção 
 
 
Este item tem por finalidade conhecer o perfil dos pretendentes a Adoção e 
seus desejos quanto às características dos filhos que esperam, para com essas 
informações fazer uma análise do tempo que os mesmos aguardam na fila. 
Lupianhes (2012) no ultimo levantamento realizado mostrou

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