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Diabetes Mellitus, glicotoxicidade e inflamação crônica Epidemiologia ❖ Em 2035-estimativa de 471M de diabéticos no mundo ❖ Trata-se de um grupo heterogêneo de distúrbios que apresenta, em comum, a hiperglicemia, resultante de defeitos na secreção de insulina, na ação desta ou em ambas. Ações da insulina Tecido adiposo: aumenta captação de glicose na célula, lipogênese, é um hormônio anabólico (estoca sobre a forma de tecido adiposo), inibe lipólise Ativação de musculatura- captação de glicose no musculo, e tratamento do diabetes-É HIPOGLICEMIANTE Fígado: Aumenta captação de glicose, aumenta a síntese de glicogênio e síntese proteína Síntese ❖ GLUT-2: independente de insulina. Quando se ingere carboidrato, glicose entra na célula, vai para mitocôndria- respiração-gera ATP-esse ATP inibe bomba de potássio. Através disso, ocorre despolarização de membrana que ativa bomba de cálcio. A bomba de cálcio transforma pró-insulina em insulina e faz sua secreção. ❖ Existe um receptor de sufoniuréia na bomba de potássio Ação da insulina nas células ❖ Se acopla ao receptor de insulina—esse receptor sofre fosforilação (tirosina- cinase)- estimula abertura do GLUT 4 (é dependente de insulina)-para que a glicose entre na célula Diabetes Mellitus 1 ❖ Presença de Anticorpos: Anti-Gad, anti- ilhota, anti-insulina ❖ É uma doença autoimune na qual a destruição das ilhotas é causada principalmente por células efetoras imunológicas que reagem contra antígenos endógenos da célula beta ❖ Gatilhos: Pós-infecção viral ❖ Não possui pró-insulina, nem insulina-não tem a chave (o hormônio) ❖ Se não tem insulina, não tem transporte de glicose, glicose fica acumulada no sangue, resultando em hiperglicemia Diabetes Mellitus 2 ❖ É multifatorial ❖ Tem como base fisiopatológica a resposta diminuída dos tecidos periféricos à insulina (resistência à insulina) ❖ Exaustão das células beta ❖ Componente genético importante, associados aos hábitos de vida e sedentarismo> aumentam o risco ❖ Receptores IRS-problema ❖ Pâncreas tenta tanto, produz muita insulina para vencer a resistência, que leva à exaustão de células beta ❖ No início paciente possui muita insulina, sobrecarregando o pâncreas. Entretanto, entra em exaustão- DIABETES CLINICAMENTE INSTALADO ✓ Tecido adiposo- é um órgão endócrino, que produz citocinas pró-inflamatórias metabólico, que leva à inflamação do receptor IRS, gerando resistência à insulina ✓ Inflamação metabólica crônica ✓ Problema está na ação do receptor, atrapalha fosforilação em tirosina cinase e abrir porta do GLUT 4 ✓ Fosforila em serina, não em tirosina cinase ✓ Glicose se acumula no sangue, pois não consegue entrar na célula, hiperglicemia é resultado ✓ Aumenta a produção e insulina pela célula beta ✓ Falha das células B-desenvolvimento das células B Manifestações clínicas Vírus: inflamação a nível pulmonar, quando junta o paciente que já é metabolicamente inflamado-cascata inflamatória muito exagerada ❖ Lembrar que na DM1: é fulminante, pois paciente possuem sintomas de insulinopenia ❖ Hiperglicemia- vai entender que por não estar recebendo açúcar para gerar energia, paciente está desnutrido. Assim, vai gerar energia, com estimulação de fontes secundárias de energia, ocorre lipólise, vai fazer gliconeogênese, piora hiperglicemia, aumenta ainda mais glicemia e leva formação de ácido cetônicos- GERA PERDA PONDERAL ❖ POLIFAGIA- pois o corpo o faz comer, já que existem sinais de desnutrição- ativação do centro da fome, pois não há glicose na célula ❖ POLIDIPSIA: O açúcar represado aumenta osmolaridade do sangue- Não consegue aumentar glicemia, pois a glicose retém água. O organismo entende que você está desidratado ❖ POLIÚRIA- HIPERGLICEMIA acima de 300, ocorre glicosúria- “urina doce”. Esse açúcar que está saindo, leva a quantidade de água que está sendo ingerida Diagnóstico ❖ Uma glicose de jejum E ou glicemia ao acaso ❖ Ou duas de jejum ❖ HbA1c- duas acima de 6,5 já é diabetes ❖ Um em jejum e HbA1c ❖ No DM2, não precisa necessariamente ter sintomas inequívocos de hiperglicemia Complicações do diabetes ❖ Glicose é tóxica ❖ Trata-se dos efeitos sistêmicos causados pela hiperglicemia, com diversas manifestações clínicas negativas ❖ Associada a hiperglicemia e base fisiopatológica das complicações do diabetes ❖ Gatilho para inflamação crônica presente em pacientes diabéticos ❖ Inflamação crônica: é de duração prolongada (semanas, meses, anos) em que o processo inflamatório, a injúria tecidual e tentativas de reparo coexistem em variadas combinações, gerando complicações clínicas. Gera fibrose, que é um tecido disfuncional ç ç ✓ São formados do excesso de glicose no sangue, favorecendo a formação de glcioproteinas anormais, que se ligam a receptores RAGE de células inflamatórias no endotélio e no musculo liso vascular gerando estresse oxidativo Problemas a nível de vaso 1) Predisposição da formação de placa de ateroma 2) Formação de coágulos, bloqueio de artéria- ocorre necrose, predispondo ao IAM ç ✓ Via do poliol- designa mecanismos intracelulares responsáveis por alterar o número e unidades hidroxila numa molécula de glicose ✓ É aletrada pela inflamação crônica ✓ Como existe muita glicose, a aldose redutase fica exacerbada, aumentando o sorbitol que é inflamatório Hiperglicemia + inflamação crônica =glicotoxicidade ✓ Glicose se transforma em sorbitol de maneira exagerada ✓ Leva a inflamação de nervos- neuropatia ✓ Rim-nefropatia ✓ Retina- retinopatia ✓ Neuropatia é a primeira neurovascular Pé diabético: micro e macro vascular (obstrução por ateromatose, não chegando fluxo sanguíneo) ▪ Problema na Migração de leucócitos- infecção ▪ Imunossupressão- via do sorbitol Classificação das neuropatias ❖ Primeira que se perde é vibratória ❖ Gastroparesia-sensação que não consegue digerir, plenitude gástrica ❖ Geniturinária-bexiga paralitica, ITU de repetição, não consegue esvaziar, danos do SNA pelo diabetes ❖ Ejaculação retrógrada: lesão do SNA ❖ As manifestações autonômicas acontecem depois das somáticas, geralmente ❖ Úlcera neuropáticas> ponto que o pé toca, devido a sensações diminuídas. Maior causa de amputação não traumática PÉ DIABÉTICO-pé que possui ferida infectada NEUROPATIA É FATOR DE RISCO PARA PÉ DIABÉTICO ▪ Teste do monofilamento não é diagnóstico para pé diabético, mas sim neuropatia diabética ✓ Acontece por excesso de glicose, que gera aumento de sorbitol que é toxico para o rim ✓ Maior causa de Ins. Renal terminal- nos EUA ✓ Risco aumentado par a hipertensão e doenças vasculares, elevando a mortalidade e reduzindo ainda mais a expectativa de vida na população diabética ✓ Potencialmente prevenível ✓ Acometimento glomerular em 15 anos de doença FISIOPATOLOGIA • Exposição a hiperglicemia gera sorbitol que vai: • Alteração da barreira normal de filtração, começa a assar glicose gerando glicosúria • Ocorre aumento da filtração glomerular- nas primeiras fases • Proteinúria- microalbuminúria na fase inicial • Proliferação anormal de células mesangiais e engrossamento da lâmina basal glomerular- FIBROSE • Compressão dos capilares glomerulares • Fluxo sanguíneo insuficiente, devido ao espessamento gerado pela fibrose • Diminuição da filtração glomerular • Insuficiência renal- falência do rim • É reversível até certo grau, até a microalbuminúria- consegue reparar ainda FATORES DE RISCO • Duração do diabetes, microalbuminúria, fatores genéticos, controle glicêmico, HAS, tabagismo, hipercolesteromia CLÍNICA • Edema- devido à proteinúria • Quem promove o equilibro da volemia é a albumina- líquido dentroe no terceiro espaço é equilibrado • Se perde albumina, a pressão coloidosmótica é diminuída e não consegue manter equilibro entre líquido dentro e fora dos vasos. Ocorre transudação de dentro do vaso para fora, gerando edema • HAS: compressão dos capilares e fluxo sanguíneo insuficiente. Assim as arteríolas reduzem calibre- aumenta ativação SRAA- leva à hipertensão • Dislipidemia> compensação do fígado para a produção de proteínas, já que está ocorrendo excreção de proteína, consequentemente ocorre aumento de lipoproteínas também, pois essa síntese é feita de forma não seletiva • Pode ocorrer hematúria ou não> depende da lesão renal • Oligúria> último sintoma, quando rim começa a falhar ✓ Principal causa de cegueira em pessoas de idade entre 20 e 74 anos ✓ Diminuição da acuidade visual, é o edema macular, podendo acometer até 30% dos pacientes com mais de 20 anos de DM FISIOPATOLOGIA • O estágio Inicial conhecido como retinopatia de fundo, é caracterizado por: edema de retina, microaneurismas capilares, hemorragias e exsudatos • Sorbitol gera inflamação e vasculite das arteriais, que ficam mais frágeis e permeáveis. Podem estourar, por exemplo. Formam microaneurismas, que caso suba a HAS, vai romper, gerando hemorragias. - NÃO PROLIFERATIVA • Hiperglicemia-sorbitol -vasculite- microaneurismas-hemorragia • Resultado de inflamação crônica é fibrose e perda de função- organismo entende que precisa de novos rápidos, faz neovascularização ou angiogênese, a custa de vasos frágeis que possuem tendencia a romper, causando hemorragia- RETIOPATIA PROLIFERATIVA Tratamento do diabetes DM1: Células B em falência- vai dar insulina DM 2-tenta tratar a resistência, a fosforilação do receptor. Aumentar a sensibilidade da insulina ❖ Educação em saúde, dieta, atividade física (age contra obesidade e é hipoglicemiante, ativa musculo estriado, melhorando sensibilidade da insulina) Insulinoterapia Dieta + atividade física + medicamentos SBD*- glicemia pré-prandial abaixo de 100 e pós- prandial abaixo de 160, HbA1c entre 6 e 7 ✓ Hipoglicemiantes-aumentam a secreção de insulina pela célula B ✓ Anti hiperglicemiantes: não aumentam secreção de insulina, mas melhoram a sensibilidade da célula B a insulina, de forma. Aumentam a insulina na dependência da glc e suprimem glucagon ✓ Glifosinas: promovem glicosúria, é um seletor renal, diminuindo glicose do sangue com a programação da excreção ✓ Secretagogos da insulina- Sulfoniureias e glinidas: vão na bomba de potássio que possui sulfoniureia e inibe. De forma a estimular maior liberação e insulina para vencer resistência. Podem levar à exaustão de células beta. Favorecem o ganho de peso e hipoglicemia. Estimula o trabalho do receptor de sulfoniureia- despolarização, secreção maior de insulina- ANABÓLICO- faz ganhar peso. Geralmente é o último a ser usado Sulfoniureias- Glibenclamida (não é boa, causas episódios de hipoglciemia), Glimepirida, glicazida Glinidas- Esse medicamento se liga aos Receptores SUR 1 e 2-estão presentes nas coronárias, as glibenclamida se acoplam neles e no momento do IAM mascara os sintomas de infarto ANTI-HIPERGLICEMIANTES • Primeira escolha, geralmente METFORMINA-Biguanida ▪ Baixo risco de hipoglicemia ▪ Abre o GLUT 4 ▪ Reduz produção hepática de glucagon (reduz glicogenólise e gliconeogênese) ▪ 1,5-2% na HbA1c ▪ Efeito peristalse-causa diarréia ▪ Efeito na mortalidade por doenças cardiovasculares ARCABOSE ▪ Inibidor de alfaglicosidade- faz com que a absorção da glicose seja mais lenta ▪ A curva de insulina vai ser achatada ▪ Inibe glicotoxicidade ▪ Absorção intestinal de glc ▪ Glc pós prandial/ 0,5-1% na HbA1c (não é muito potente) ▪ Diarreia osmótica TIAZOLINEDIONAS (Rosiglitazona-pioglitazona) (PPAR gama) ▪ Reduzem a resistência à insulina endógena ▪ 1-1,4% na HbA1c ▪ “é uma metformina mais potente” ▪ Melhora interação da chave-fechadura - melhora resistência à insulina ▪ Não impede infarto, ou seja, não é cardioprotetor ▪ câncer de bexiga. ANÁLOGOS DO GLP ▪ GLP: produzida no íleo ▪ A DPP-4 destrói a GLP GLP ações: – Modulador da secreção de insulina – Organiza secreção de insulina, coordena peristalse, estimula a saciedade – Alimento fica mais tempo no intestino- come menos- emagrece – Atua no glicogênio hepático-glicogenese – Ativa centro da fome – Contribui para perda de peso – Não tem excesso de insulina circulando- reduz efeito anabólico – Possuem efeitos colateriais- pancreatite, hipoglicemia, gera náuseas, REFLUXO – São caros Liraglutida-proteção cardiovascular INIBIDORES DO DPP-4 ▪ Quando termina a digestão o GLP é degradado ▪ Há aumento da meia vida do GLP ▪ INF. RENAL-LINAGLIPTINA ▪ Efeito incretínico, mas não emagrecem AGENTES QUE PROMOVEM GLICOSÚRIA • Inibidores do SFLLT2 nos túbulos proximais Dapagliflozina (Forxiga) Empagliflozina (Jardiance)- reduz morte por risco cardiovascular com potência maior do que a metformina. Além disso, possui efeito diurético. Pacientes com ICC • Baixo risco de hipoglicemia, promovem perda ponderal, efeito diurético, reduz PA • Aumenta risco de ITU, candidíase, depleção de volume • Creatitina abaixo de 40/35- não prescreve LINAGLIPTINA-PACIENTES COM INS.RENAL • Piora da ICC: Pioglicazona • Canagliflozina (invokana)-amputação • Perda de peso: anologos de GLP 1 COMO ESCOLHER O AGENTE? ➢ Estado geral e comorbidades ➢ Valores de glc jejum, pós-prandial e GbA1c ➢ Peso e idade ➢ Interações medicamentosas, reações adversas, contraindicações ➢ Manifestações leves <200 ➢ Preferir drogas que não aumentem insulina ➢ Obeso- METFORMINA ➢ Associações entre classes ➢ Glicemia entre 200-300 ➢ METFORMINA + outro hipoclicemiantes ➢ Combater resistência à insulina x falência de célula B ➢ Glicemia acima de 300, GbA1c>9,5-10> Iniciar insulinoterapia ✓ Secreção é bifásica ✓ Jejum ✓ E picos de insulina quando se come ✓ NPH: Pico de ação 8h e duração de 12h ✓ Ação rápida> 2h e duração de 5h ✓ LONGA DURAÇÃO: Glargina, detemir e degludeca- não faem pico ✓ ULTRARRÁPIDAS: pico de 30 min-duração para 1h,1,5 INSULINA NA DM2 • Glucagon-estimula produção de glicose no jejum. • Glicose liberada endogenamente precisa ser colocada dentro da célula, é liberada de forma constante. • Pâncreas libera insulina de forma constante também • A partir da alimentação ocorre secreção de insulina • GLP influenciando quantidade de insulina liberada DM1-o que ocorre • Antes do café-da NPH conta 8h (PICO NA HORA DO ALMOÇO) -ELE PRECISA COMER ENTRE 12-13H se não vai ter hipoglicemia • Perto do jantar ação está acabando, mas se der NPH só vai ter pico 3h da manhã- EFEITO SOMOGE-vai ter hiperglicemia • NPH no café-faz pico no almoço- acaba perto do almoço • Insulina regular em todos os horários das refeições-3 injeções de regular por dia • 1 basal e outras prandiais • A insulina do jantar • Dose de NPH no almoço • 22h-vai dar outro NPH-age no café da manhã Glargina – atua em 24h ▪ Aplica 1 vez no dia (noite ou no café) ▪ É constante, faz o que o pâncreas faz no jejum ▪ Não faz pico, não coincide com pico das rápidas ▪ Causa pouca hipoglicemia ▪ Não cobre os prandiais-ou seja, o que se come ▪ Usada nos DM tipo 2 ▪ Regular dura mais que a ultrarrápida ▪ Insulina regular-vai na veia para tratar hiperosmolar ▪ Quanto mais tempo ficar no organismo- maior probabilidade de gerar hipoglicemia NPH +ultrarrapida As ultralentas são amis caras que NPH Ultrarrapidas são baratas